As Fontes Do Direito Português

História do Direito 2021/2022
Dr.ª Brígida Malheiro
As Fontes do
Direito Português
De meados do século XIII às Ordenações
Afonsinas, em especial os Forais.
Ema Pinto– n.º 202107430 | Francisco Paredes – n.º 202107783 | Maria Mendes– n.º 202108187
História do Direito
Sumário
01Receção do 03Importância 05As
Direito de Jácome compilações e
Romano, em Ruiz e Afonso o seu legado
Portugal X
02Fontes 04 04As
de Direito Instituiçõ
Direito Canónico es
01
Receção do Direito
Romano, em Portugal
Receção do Direito Romano,

em Portugal
1.º - Período da Individualização Época da receção do Direito
do Direito Português Romano renascido e do Direito
2.º - Período do Direito Canónico renovado (1248-
Português de Inspiração 1446/47)
Romano-Canónica
Época das Ordenações
3.º - Período da Formação do
Direito Português Moderno
Proposta de periodização da História do Direito Português por Mário Júlio de

Almeida Costa
Direito Romano Renascido

Tensões entre o Império e o Bolonha, séc. XII
Papado
Direito Romano
renascido
“reencontro dos textos significativos da maior perfeição desse
admirável sistema jurídico” - Marcello Caetano.
Direito Canónico Renovado

Direito Canónico
renovado
Século
XIII
necessidade da
elaboração de normas e Doutrina
coletâneas canonística
Razões para a receção
Lourenço Hispano Recusa a aplicação do Direito

(canonista) Romano
Monarcas Desejam a receção

Razões do interesse do monarca:
1.ª razão - Peso da Lacunas preenchidas pelo Direito

Igreja Romano
Escola de
Glosadores
Em caso de conflito: aplicação do Direito Canónico sobre o Direito

Romano

Dois princípios importantes:
Gracian o Direito Romano nunca pode contrariar

o o Direito Canónico. Tem as funções de
o complementar e “preencher” as suas
falhas.
Boncompag Este “preenchimento” é necessário.
ni
Leis de D. Cúria de
Afonso II 1211 primeiras marcas do
Direito Romano
renascido
D. Afonso receção de carácter de ininterrupta

III continuidade

Razões do interesse do monarca:
2.ª razão - interpretação e

adaptação da lei romana por parte
do monarca
Preeminência e poder
absoluto
02
Fontes de Direito
Leis Gerais e Resoluções Régias

A partir do reinado de D. Afonso III [1248 –
1279]:
Costume Leis “Legislar deixa de ser um ato
gerais esporádico, exercido pelo rei
depois de ouvidos solenemente
os prelados e os nobres do reino
Principal fator de para passar a ser uma atividade
produção corrente e normal do exercício
“o que agrada ao rei tem força de da soberania régia”.
lei”
– Braga da Cruz
“o príncipe não está limitado pela
lei” Ema Pinto– n.º 202107430 | Francisco Paredes – n.º 202107783 | Maria Mendes– n.º 202108187

Século crescente recurso a juristas de formação romanística e
XIII canonística
Inexistência de melhorar a técnica das leis

imprensa emanadas.
“De qualquer modo, a aplicação das normas
Obstaculização da deveria depender da sua difusão efetiva ao
publicação e alcance dos destinatários, que demorava a
entrada em vigor alargar-se a todo o território”. (COSTA, Mário
das leis Júlio de Almeida)

Resoluções O monarca toma decisões nas Cortes
régias
representações queixa
solicitaçõ s
es
O rei aprova as
normas
O Costume e a sua decadência

“continuou a ser um vasto
repositório do sistema jurídico
Preceitos
vigente”.
consuetudinários: (COSTA, Mário Júlio de Almeida)
expressão tácita do consentimento do povo
expressão tácita da vontade do monarca
“o costume é aceite por “um costume aprovado que é aceite por

lei” lei”
O Costume e a sua decadência

Corregedores,
Aprovação ou reprovação de
delegados do rei, ou o
costumes.
próprio rei
Redução a escrito das
Fase de estagnação do
formas
costume
consuetudinárias
Conflito entre as soluções consuetudinárias e as romano-
canónicas
Árbitro -
rei
Os Forais e os foros
Forais diplomas concedidos pelos reis, nobres ou clérigos a
povoações disciplinando as relações entre povoadores,
habitantes e outorgantes
Adquirem grande
importância
No âmbito
.Reinados de D. Afonso e D. local
Dinis (1279 – 1325). Cessa
com o reinado de D. Afonso VI principal fonte de
(1325 – 1357) Direito.
Os Forais e os foros
Foro “codificações que estiveram na base da
s vida jurídica do concelho, abrangendo
normas de direito político e administrativo,
normas de direito privado, como relativas a
Compilações de Direito contratos, direitos reais, direito da família e
local concedidas a sucessões, normas de direito penal e de
municípios ou processo. São, na verdade, fontes com
organizadas por amplitude e alcance muito mais vastos do
iniciativa destes e que que forais, cujos dispositivos
estiveram na base da frequentemente transcrevem”.
(COSTA, Mário Júlio de Almeida)
vida jurídica dos
As Concórdias ou Concordatas
Concórdia acordos entre o poder espiritual e temporal
s
Objetivo: reconhecer direitos e deveres de

ambas as partes e harmonizar os fatores
espírito-temporais
Pressuposto político o poder espiritual sobre o

temporal
Abuso do poder clérigo ineficácia e descrédito do direito
canónico.
As Concórdias ou Concordatas
Tempo de D. Dinis (1279 –
1325)
Várias
concordatas1289 - aprovada por Nicolau IV na bula occurrit
nostrae considerationis
1309 – resolução de questões com o Bispo de
Lisboa
Respostas dadas por D. Pedro nas Cortes de Elvas de 1361.
Publicação das leis jacobinas (1419). Acordado em Santarém
em 1427.
Agravos das Cortes de Beneplácito
Ema Pinto– n.º 202107430 | Francisco Paredes – n.º 202107783régio
Elvas | Maria Mendes– n.º 202108187
03
A influência de Jácome
Ruiz e da legislação
elaborada por Afonso X
A influência de Jácome Ruiz e da

legislação elaborada por Afonso X
Variedade de fontes de Casos
Direito omissos
Até às Ordenações • Flores de Derecho, Nueve tiempos de
Afonsinas los Juicios de Jácome Ruiz
Lacunas resolvidas pelo • Fuero Real e Siete Partidas de Afonso

critério escolhido pelos X
juristas e tribunais
Siete Partidas
Influên Sente-se nas Ordenações Afonsinas de
cia 1446
Utilização excessiva de obras Protestos acolhidos pelo rei D.

sumas de direito romano- Pedro - meados do século XIV.
canónico
Grande parte destes desagrados brotavam do seio da Universidade de

Coimbra.
Importância para o processo

legislativo e processual
Obras anteriormente Direito processual
referidas civil
Fuero Real de D. Afonso
X
Tentativa de unificação do direito
municipal
Importante para o estudo do antigo direito de alguns
municípios
Subsídio de apreço para igual estudo em relação a
Portugal
Importância para o processo

legislativo e processual
Segundo Paulo Merêa, seguindo
Herculano:
deviam servir os alcaides do
Leis gerais e o “Foros da
concelho e divulgados pelo
Guarda”
país.
Monarca resumos interpretativos dos
preceitos
assegurar uma correta
aplicação a título
subsidiário
04
O Direito Canónico e
o seu legado como
fonte de Direito
O Direito Canónico e o seu

legado como fonte de Direito
Direito Compilações
Canónico oficiais
Decretais de Gregório IX
Liber sextus de Bonifácio
Erudito e VIII Compilações
enriquecido Clementinae. privadas
Corpus Iuris
“Codificações Extravagantes de João
Canonici
XXII”
“Extravagantes comuns”
Decreto
Ema Pinto– n.º 202107430 | Francisco Paredes – n.º 202107783 | Maria Mendes– de Graciano.
n.º 202108187
O Direito Canónico e o seu

legado como fonte de Direito
Receção do Direito Perda de Influência do Direito
Romano Canónico
Fundação das
Universidades
D. Dinis reforça a presença do Direito
Canónico impondo dois docentes em
Cânones
05
As compilações e o
seu legado como fonte
de Direito
As compilações e o seu legado

como fonte de Direito
Corpus Iuris
Civilis
Vasto
As obras
Conteúdo difícil e
castelhanas
complexo
Escrito em tornam-se
latim apelativas
D. João ordena a tradução das obras castelhanas e preteriu-as de normas
jurídicas portuguesas e sobreposições a título de uma correta aplicação do
Direito subsidiário.

Prolixidade Necessidade de compilar costumes gerais e
legislativa jurisprudência
Realizadas por privados. Utilizadas por entidades

públicas

Compilações que chegaram até
nós
“Livro das Leis e “Ordenações de D.
Posturas” Duarte”
Principal fonte de conhecimento das leis da
época

“Livro das Leis e Coletânea mais antiga
Posturas”
Preceitos reunidos do reinado de D. Afonso II a D.
Afonso IV
D. Dinis não poupava ameaças ao legado
imperial
Ausência de um plano sistemático e repetição de alguns
textos

“Ordenações de D.
Duarte”
Mais organizada
Reunia as normas emanadas dos reinados de D.

Afonso II a D. Duarte
Maior número de leis e raras

repetições
Apenas pertenceu à biblioteca de D.
Duarte
06
As Instituições
As Instituições… o que mudou

Desenvolvimento das
instituições
Direito
jurídica política Comum
s s
“Ius
Proprium
”
Instituições jurídicas
Influênc novas doutrinas em matérias de Direito
ia político
Revogação da vindicta
privata
D. Afonso III quis abolir a justiça
privada e deixar este instituto para a Deste confronto,
ordem estadual prevaleceu o direito novo
Os nobres defendiam a sua perduração
Direito Processual
Civil
Direito Sistema Sistema
Público acusatório inquisitório
Direito Processual
Oralidad Escrit
Penal
e a
Introdução do sistema de
recursos
Ónus da prova recai sobre o
queixoso
Prova escrita prevalece sobre a
testemunhal
Mais sanções corporais ao invés de
pecuniárias
Acentuação do carácter repressivo da justiça
Direito penal
Penal
Incrementação de leis de aplicação geral
Adequação da
pena
Direito
Alteração da
Privado
doutrina
instituições …
familiares e
hipotec
sucessórias penho
modos de a
obrigaçõe aquisição de r
servidõe
se propriedade posse enfiteus s
contratos e
Direito Romano Direito

(renascido) Canónico
Maior Influenciou algumas

influência instituições
Bibliografia
• ADRAGÃO, Paulo Pulido, Lições de História do Direito Romano,
Peninsular e Português, 3ºedição, Coimbra, Almedina, 2020, pp. 237 a
251
• SILVA, Nuno J. Espinosa Gomes da, História do Direito Português

Fontes de Direito, 5ªedição, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian,
2011, pp. 249 a 299
• COSTA, Mário Júlio de Almeida, História do Direito Português,

5ªedição, Coimbra, Almedina, 2012, pp. 288 a 301
Obrigado pela vossa atenção!

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Receção do Direito Romano,

Proposta de periodização da História do Direito Português por Mário Júlio de

Direito Romano Renascido

Direito Canónico Renovado

Razões para a receção

Lourenço Hispano Recusa a aplicação do Direito

Monarcas Desejam a receção

Razões para a receção

1.ª razão - Peso da Lacunas preenchidas pelo Direito

Em caso de conflito: aplicação do Direito Canónico sobre o Direito

Razões para a receção

Gracian o Direito Romano nunca pode contrariar

Razões para a receção

D. Afonso receção de carácter de ininterrupta

Razões para a receção

2.ª razão - interpretação e

Leis Gerais e Resoluções Régias

Leis Gerais e Resoluções Régias

Inexistência de melhorar a técnica das leis

Leis Gerais e Resoluções Régias

O Costume e a sua decadência

expressão tácita da vontade do monarca

“o costume é aceite por “um costume aprovado que é aceite por

O Costume e a sua decadência

Objetivo: reconhecer direitos e deveres de

Pressuposto político o poder espiritual sobre o

A influência de Jácome Ruiz e da

Lacunas resolvidas pelo • Fuero Real e Siete Partidas de Afonso

Utilização excessiva de obras Protestos acolhidos pelo rei D.

Grande parte destes desagrados brotavam do seio da Universidade de

Importância para o processo

Importância para o processo

O Direito Canónico e o seu

O Direito Canónico e o seu

As compilações e o seu legado

As compilações e o seu legado

Realizadas por privados. Utilizadas por entidades

As compilações e o seu legado

As compilações e o seu legado

As compilações e o seu legado

Reunia as normas emanadas dos reinados de D.

Maior número de leis e raras

As Instituições… o que mudou

Direito Romano Direito

Maior Influenciou algumas

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• COSTA, Mário Júlio de Almeida, História do Direito Português,

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