O direito canónico é um direito supra-estatal que regulamenta a Igreja Católica. Suas principais fontes são as Sagradas Escrituras, a tradição e o costume. O direito canónico penetrou cedo na Península Ibérica e Portugal recebeu as compilações canónicas, como as de Graciano, e foi a pátria de alguns canonistas renomados.
O direito canónico é um direito supra-estatal que regulamenta a Igreja Católica. Suas principais fontes são as Sagradas Escrituras, a tradição e o costume. O direito canónico penetrou cedo na Península Ibérica e Portugal recebeu as compilações canónicas, como as de Graciano, e foi a pátria de alguns canonistas renomados.
O direito canónico é um direito supra-estatal que regulamenta a Igreja Católica. Suas principais fontes são as Sagradas Escrituras, a tradição e o costume. O direito canónico penetrou cedo na Península Ibérica e Portugal recebeu as compilações canónicas, como as de Graciano, e foi a pátria de alguns canonistas renomados.
O direito canónico é um direito supra-estatal, ou seja, encontra-se num plano
superior ao dos reinos ou áreas políticas diferenciadas então existentes. Na verdade, como já tínhamos frisado, no primeiro período da história do direito em Portugal não estávamos perante o Estado no sentido moderno, ou seja, como figura jurídico-política. Estávamos sim perante figuras antecedentes e alternativas como regnum , respublica , coroa, etc.
O direito canónico pode ser genericamente definido como um
conjunto de normas jurídicas relativas à Igreja. Mais exactamente, é, como diz Van Hove , o complexo de cânones (norma ou regra física ou moral) ou leis estabelecidas, propugnadas ou aprovadas pela autoridade eclesiástica, para a recta instituiço da autoridade eclesiástica .
Na Idade Média, todavia, conforme Graciano, por cânones entendiam-se os
decretos do Papa e as estatuiçes dos concílios : «os cânones uns são decretos dos pontífices e outros estatutos dos concílios».
Observa-se ainda que foram utilizadas outras expressões para designar o
direito canónico como: direito divino ( ius divinum ), direito pontifício ( ius pontificium ) – por oposição ao direito imperial; direito das Decretais ( ius Decretalium ), direito eclesiástico ( ius eclesiasticum )
Fontes do direito canónico – entre as fontes de direito canónico em
razão do autor revestem especial importância as Sagradas Escrituras, a tradiço e o costume.
As Sagradas Escrituras abrangem o Antigo e o Novo Testamento. O antigo
testament o contém preceitos cerimoniais (respeitantes ao culto), preceitos judiciais e preceitos morais . No novo testamento há preceitos de direito divino (isto é, estatuiçes obrigatórias dos Evangelhos), de direito divino- apostólico (desenvolvimentos dos preceitos de direito divino levados a cabo pelos apóstolos) e de direito apostólico (ditados pelos apóstolos na sua actividade evangelizadora).
A tradiço , conhecimento trasladado de um acto de autoridade, classifica-se em
tradiço ingesiva, declarativa e constitutiva , consoante se reporta a matérias explícita, implícita ou nem implícita nem explicitamente versadas pelas Sagradas Escrituras.
O direito do novo testamento revelado pelas Sagradas Escrituras e
pela tradiço, constitui a fonte principal de direito da Igreja Católica.
Quanto ao costume , norma resultante dos usos da própria comunidade
acompanhada da convicço de obrigatoriedade, ocupou lugar importante desde os tempos da Igreja primitiva, em que assumiu o papel de modo de suprimento de lacunas da legislação Segundo alguns pontífices (Gregório VII e Urbano II, p. ex.), o costume estava subordinado à razão, à fé e à verdade, pois não prevalecia contra elas.
Com a qualificaço de fontes canónicas de direito humano são habitualmente
apontados pelos canonis0tas além do costume, os cânones dos concílios , as decretais dos papas, a doutrina e as concórdias ou concordatas.
Há também quem fale de fontes civis (de direito humano canónico), a
propósito das disposiçes sobre matéria eclesiástica contidas nas grandes compilações jurídicas seculares, como a do imperador Justiniano, ou as Siete Partidas, de Afonso X, o Sábio. Cânones são aqui as determinações conciliares. Ou seja, a palavra cânone é utilizada agora num sentido restrito.
Concílio é uma assembleia eminentemente religiosa, uma reunião do clero.
Os concílios podiam ser de âmbito mais ou menos amplo. À escala universal , abrangendo toda a igreja – concílios ecuménicos -, nacional – se restrito a um país -, ou regional – se reúnem o clero de uma província.
Penetração do direito canónico na Península: A ciência canonística
portuguesa – O direito canónico penetrou e foi recebido na península Ibérica desde os seus alvores. Podemos assinalar mais de um documento em que se refere a direito canónico na fase pré-graciana.
Também em várias bibliotecas medievais portuguesas figuravam
exemplares de colecções de cânones anteriores à fundação da nacionalidade.
Posteriores à fundação da nacionalidade e, por isso, já na fase de Graciano
multiplicam-se em actos e documentos medievais as alusões aos livros de direito canónico.
A penetraço do direito canónico era tal que na Cúria alargada de 1211
houve necessidade de hierarquizá-lo em relação ao direito do rei.
Estabeleceu-se, segundo o entendimento geral, a prevalência do direito
canónico em relação ao direito do rei. Reconheceu-se a supremacia eclesiástica, traduzida aqui na superioridade das normas da Igreja sobre os vários monarcas.
Contudo, D. Pedro determinaria que as leis e actos autoritários da Igreja
apenas seriam aplicáveis e obrigatórios no território nacional depois de aprovados pelo rei – é que se designa por beneplácito .
Portugal não só conheceu e recebeu desde cedo o direito canónico como
foi pátria de alguns canonistas de renome: Pedro Hispano (fins do século XII, princípios do século XIII), Pedro Hispano Portugalense, Silvestre Godinho, Vicente Hispano, professor de Bolonha (morreu em 1248), João de Deus, etc.