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[Sobrenome] 1

Lucas Bezerra

A Espada Azul – Circuncisão

Entendo que a prática da circuncisão, estabelecida por Deus como uma aliança com o

homem, teve seu início com Abraão por meio do corte do prepúcio, conforme mencionado

em Gênesis 17:10. Essa aliança visava marcar a descendência de Abraão com a marca de

Deus, diferenciando-os dos demais e simbolizando um compromisso especial. A circuncisão

física era um sinal externo que representava uma realidade espiritual mais profunda.

No entanto, a marca de Deus não deve ser motivo de orgulho ou superioridade, mas

sim uma maneira de revelar Deus aos outros. Ela não era um fim em si mesma, mas um meio

para transmitir a presença e a verdade de Deus ao mundo. Sua presença estava

intrinsecamente ligada ao nível de relacionamento com Ele, sendo descrita como o "selo da

justiça da fé" em Romanos 4:11. Aqueles que carregavam a marca da aliança alcançavam a

unção de paternidade espiritual, como destacado em Romanos 8:15-17.

No decorrer das Escrituras, várias passagens enfatizam a importância da circuncisão

de coração e de uma relação genuína com Deus. Em Deuteronômio 10:16, Moisés exorta o

povo de Israel a se circuncidar o coração, removendo a dureza e a resistência espiritual.

Jeremias 4:4 também convoca a circuncisão de coração, para que não haja mais obstáculos

entre o povo e Deus. A circuncisão, portanto, não se limitava ao aspecto físico, mas abrangia

a disposição interior do coração.

Além disso, a circuncisão verdadeira era manchada pelo orgulho e pela falta de

humildade. Em Jeremias 9:25-26, Deus declara que não distinguia os circuncidados

orgulhosos dos incircuncisos. Em Atos 7:51, Estêvão acusa os judeus de serem incircuncisos
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de coração e de resistirem ao Espírito Santo. Essas passagens ressaltam a importância de uma

atitude de humildade e rendição diante de Deus para que a verdadeira circuncisão se

manifeste.

Entendo que o propósito da circuncisão de Cristo é o desejo de sermos transformados

à Sua semelhança e de carregarmos as marcas das cicatrizes de nossa própria caminhada.

Gálatas 6:14 nos lembra que somos crucificados para o mundo e o mundo para nós por meio

da cruz de Cristo. Essa marca divina em nós anula qualquer necessidade de autoafirmação ou

importância pessoal, quebrantando-nos para que a identidade de Cristo seja manifestada e

glorificada, como evidenciado em Gálatas 2:20.

A marca da geração seguinte só pode ser produzida em nós pela Espada do Espírito,

que é a Palavra de Deus, conforme Efésios 6:17. Sem essa Palavra viva e atuante, não há

instrumento para marcar e influenciar a próxima geração. Assim

como destacado em Romanos 2:29 e Filipenses 3:3, a circuncisão espiritual e a

proclamação do Evangelho são fundamentais para carregarmos a marca da aliança e

transmitirmos o amor e a verdade de Deus ao mundo.

Portanto, entendo que fomos salvos com um propósito definido e que o mundo carece

de revelação para enxergar a eternidade e ser gerado como libertadores, seguindo o exemplo

de Moisés (Êxodo 3:4). A história de Moisés representa nossa aliança com um Deus que

honra pactos e estabelece termos para vivermos em conformidade com Sua vontade.

Devemos, então, viver em plena entrega ao Evangelho e não negligenciar sua proclamação,

como ressaltado em Gálatas 2:7, Efésios 1:13 e 1 Coríntios 7:19. O apostolado da circuncisão
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e a relevância da marca espiritual em nossas vidas são questões fundamentais que devemos

compreender e abraçar.

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