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Lição 11

Como acontece o processo da Santificação?

Texto Bíblico: 1Pedro 2.1-10

Introdução:

A santificação é o processso da graça divina para melhorar a condição espiritual


do salvo. É ser separado do pecado para uma vida de maior proximidade com Deus e
sua justiça. Ela é instrumentalizada pela Palavra (Jo 17.17), é um referencial de vida
para os que desejam agradar a Deus, no poder do Espírito Santo (Rm 8.3,4), Aquele que
convence do pecado e guia na verdade (Jo 16.8-11,13), mostrando o caminho adequado
a ser percorrido para uma melhor qualidade de vida com Deus, consigo mesmo e com os
seus semelhantes (Cl 1.9,10).
A santificação é o resultado da purificação interior, do cruel poder do pecado e
da superação da culpa, viabilizando novidade de vida e santidade, que implica em
integridade, postura ética saudável, piedade, ser separado para relacionar-se
intimamente com o Senhor, sendo uma digna testemunha do seu poder, na promoção do
seu Reino (1Pe 3.15).
A primeira epístola de Pedro é uma chamada à santidade, envolvendo obediência
e verdade, porque Jesus é a verdade (Jo 14.6) e orou para que fôssemos santificados
nela (Jo 17.17), com o objetivo de caminharmos integralmente debaixo do senhorio de
Cristo (Rm 6.22), experimentando os efeitos da graça libertadora, evidenciando uma
nova condição de vida e focando no alvo – Jesus, a vida eterna.

I – Envolve Deus e o homem

A santificação, vida purificada, é obra de Deus, pelo Espírito Santo, no coração


de quem está em Cristo. É uma ação divina subjetiva no íntimo daqueles que foram
chamados para uma vida separada e relevante (1Ts 4.7). O processo de santificação
envolve fé depositada em Jesus (Gl 2.16; Mt 8.10; At 26.28), pois o conselho de Deus
para os seus é motivador de uma vida melhor (Mt 5.48), o grande desafio por Ele
oferecido (Lc 20.26; 1Pe 1.15,16), por ser aquele que santifica (Hb 2.11; Ef 1.4; Tt
2.14). Daí, a vida de santidade refletir a atuação do Senhor em nós e a nossa volta para
Ele, evidenciando a plenitude do Espírito (Ef 5.18), algo que nos sensibiliza, nos
conscientiza, nos permite refletir e enxergar a nossa condição em relação a tudo e a
Deus.
Ser cheio do Espírito é ser vaso, servo voltado para as coisas do alto (Cl 3.1),
cheio da Palavra de Cristo (Cl 3.16), iluminado para perceber as maravilhas das
riquezas da graça (Jo 14.26; At 6.10; Lc 12.12), sendo auxiliado nas orações (Rm
8.15,26,27) e convencido para não se tornar cauterizado nas demandas espirituais. O
efeito mais nítido do senhorio de Cristo é a vida controlada pelo Espírito.
Viver em santidade só é possível se existir temor (2Co 7.1) e inteira dependência
da graça (1Pe 1.13), para entendimento espiritual, sobriedade de fé e equilíbrio nas
ações cotidianas. Não se pode levar a vida cristã de forma leviana. Somos responsáveis
pelos nossos atos, cada um dará conta de si mesmo a Deus (Rm 14.12), e pelo processo
da santificação. Tendo a santificação iniciado na regeneração, no começo da vida cristã,
pela atuação do Espírito Santo, agente divino na purificação (1Pe 1.2; 2Ts 2.13), o seu
resultado não poderia ser outro, senão o amor fraternal (1Ts 3.12,13), a fé não fingida
(2Tm 1.5), o abandono do pecado (Hb 12.1,2) e o apego a Deus (Jo 6.68,69).
A santificação pressupõe fugir das paixões carnais ou mundanas, abandonar a
ignorância (1Pe 1.14), afastando-se das obras da carne (Gl 5.19-21), sendo obedientes
ao Senhor e produzindo o fruto do Espírito Santo (Gl 5.22-24). O caminho de santidade
não é fácil de ser percorrido, recebe ataques do maligno e de pessoas por ele
influenciadas, mas é um caminho vitorioso. Santidade é mais do que ser diferente, é ser
focado na perfeição, mirando-se no Senhor e refletindo sua glória, tendo-o como
motivação (1Pe 1.16).

II – Nos posiciona com atitude na vida

Quem deseja agradar a Deus precisa deixar de lado o que está vinculado às
práticas mundanas ou carnais (1Pe 2.1). É a ética do Evangelho que se desenvolve no
estilo de vida do salvo (Hb 6.8,9), pois santidade é bem mais do que princípios que
regem a interpretação das bases de fé de um segmento religioso, do que crenças,
costumes ou doutrinas; é vida com Cristo, em Deus (Cl 3.3).
Em nossa trajetória ou peregrinação terrena, devemos levar o nome de Cristo,
respaldado por uma conduta estável e digna dAquele que é o alvo de nossa fé (Cl 1.10),
aos que vivem sob influência deste mundo corrupto, hostil e perverso. Não é fácil viver
separado de um contexto assim, mas é o que o Senhor espera de nós (1Pe 1.16), pois a
santificação é uma “maratona” na direção da perfeição (Mt 5.48).
Para desenvolver uma vida santa é preciso mortificar a carne (Cl 3.5), atitude
coerente de submissão a Cristo e obediência à sua Palavra (1Pe 3.15), regidos pelo
princípio do amor, que deve motivar as nossas ações (Jo 21.15-17), deixando para trás o
desejo de prejudicar ou fazer alguém sofrer, aqueles que foram feitos à imagem e
semelhança do Pai (Gn 1.26); bem como, eliminar a astúcia enganosa, o desejo de se
sair bem a qualquer custo, o fingimento, a hipocrisia ou atos falsificados, as malícias
ocultas e as palavras difamadoras ou mentiras injuriosas. Tais coisas não são
compatíveis com a vida cristã, à luz dos ideais de Deus (1Pe 3.8-12), que espera o
abandono do pecado, refletindo mudança de caráter (Mt 5.1-12) e temor, compatíveis
com a regeneração (1Pe 1.3,23). O apóstolo Pedro nos aconselha: “desejai
ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por
ele, vos seja dado crescimento para a salvação” (1Pe 2.2), alimento saudável encontrado
nas doutrinas bíblicas, impulsionadoras do crescimento em amor, em santidade e em fé
(Ef 4.15), para que os servos de Deus sejam aperfeiçoados e habilitados para toda a boa
obra, até a estatura de homem feito, a plenitude de Cristo (Ef 4.12,13).
O salvo é conduzido pelo Espírito Santo a agradar a Deus (Cl 1.10), a celebrar o
seu nome com alegria, a ser espiritual, vivo em Deus por meio de Cristo e expressivo na
fé, não com arrogância, mas com humildade, como “Pedras vivas” (1Pe 2.5), em
atitude, ligados a Cristo e consagrados a Deus.

III – Nos permite entender quem na verdade somos

O salvo por Cristo é propriedade exclusiva de Deus, chamado por Ele e


purificado pela obediência à verdade (1Pe 1.22), no poder do Espírito, como nação santa
para que como mensageiro da esperança e do que é bom, anunciar as boas novas, as
virtudes daquele que chama das trevas para a maravilhosa luz (1Pe 2.9).
Somos um sacerdócio real, pois através do véu rasgado (Mc 15.38), o acesso a
Deus foi desobstruído, sendo possível o contato com Ele por meio de Cristo. Somos
uma geração separada do poder das trevas, pela regeneração, que é o novo nascimento,
o espiritual, para um relacionamento amistoso e íntimo com o Pai. Somos o quinhão
preferido de Deus (Jr 12.10), o seu povo adquirido, comprado com o sangue do
Cordeiro (Ap 22.14), para suplantar o modelo de vida retratado na velha prática regida
pelas trevas da maldade e pela corrupção do pecado, para uma condição nova e elevada:
povo especial do Senhor, separado dentre os demais (Lv 20.26), que alcançou
misericórdia por graça e não por méritos; ovelhas do seu pastoreio; obra-prima da
criação, feitura das mãos do Senhor (Ef 2.10) e casa espiritual (1Pe 2.5), para morada de
Deus em espírito (Ef 2.22).
A vida cristã precisa ser reconhecida e valorizada como dádiva divina, a ser
desenvolvida com proximidade de Deus, afastando-se do pecado, das insinuações e
propostas do maligno; que desvenda os olhos, dá diretrizes e sinaliza o querer divino
para os seus. A santificação está dentro da misericórdia do Senhor (1Pe 2.10) e no trono
da graça divina. A vida com Deus produz identidade (1Tm 1.1,2; 1Co 1.1,2; Gl 1.1; Fp
1.1), mudança interna e externa (Mt 8.1-5), consciência de que somos suas testemunhas
(At 1.8) e nos desafia a levarmos a luz da vida (Mt 5.14-16; Lc 11.36), sendo parceiros
do Senhor na promoção do seu Reino.

Para pensar e agir

O mundo que nos rodeia, nos oprime cada vez mais. Na maioria das vezes, essa
opressão vem de forma sutil ou camuflada. Diariamente somos seduzidos tanto por
coisas que vêm diretamente do mundo, como por aquelas que vêm de um cristianismo
mais fácil, mais “barato”, mais contemporizado. Será que temos pedido ao Senhor o
dom do discernimento, a fim de que vivamos a fé de forma saudável e verdadeira?
Podemos até querer apresentar algumas credenciais para nos aproximarmos de
Deus, tais como: trabalhar na igreja, evangelizar, participar dos grupos musicais e de
tantas outras atividades, mas, não nos deixemos enganar. Nada substituiu a santificação,
porque sem ela ninguém verá o Senhor (Hb 12.14)
A santificação acompanha a salvação (Hb 6.9). É processo urgente a ser
desenvolvido pelos salvos que desejam ser como o Senhor. Não percamos tempo com a
periferia das coisas espirituais. É hora de se aprofundar, de avançar e de ter a Bíblia
como nosso referencial e modelo para as ações da vida.

Leituras diárias:
Segunda-feira: Gálatas 2.20; Êxodo 19.6
Terça-feira: João 17.14-17; 1Tessalonicenses 4.1-7
Quarta-feira: 1Coríntios 1.30; 1Pedro 3.15
Quinta-feira: Josué 3.5; Levítico 20.7,8
Sexta-feira: 1Coríntios 6.1-11
Sábado: Gálatas 5.16,17; Tiago 3
Domingo: 1Pedro 1.15,16; Hebreus 12.14

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