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1 de agosto

2018
PROGRESSO
ESPIRITUAL
Certamente todo cristão deseja ser um homem ou uma mulher de Deus e ser
reconhecido como tal. Mas como ser um homem ou uma mulher de Deus?
Este assunto e profundo e suas raízes estão em nosso espírito. Quando
permitimos que o Espírito Santo opere em nós a partir de nosso espírito,
pouco a pouco, um novo caráter é construído em nós: o caráter do homem e
mulher de Deus.

Crescendo
em vida.
APRENDENDO COM O APOSTOLADO

CAPÍTULO I
O PROPÓSITO DE DEUS AO CRIAR O HOMEM
Um cooperador de Deus
Em Gênesis 2:18 disse Deus: “Não é bom que o homem esteja só”. Por que Deus
diria que não era bom o homem estar só? De onde surgiu a percepção da necessidade de
companhia para Adão? Isso era,na verdade, uma necessidade de Deus. Apesar de ser o
Criador de todo o universo, Ele estava só, pois não havia ninguém que correspondesse a
Ele, que lhe fosse semelhante. Asssim, o que Deus fala em relação ao homem é a
manifestação do desejo de seu coração. Do mesmo modo como criou Eva para ser sua
auxiliadora de Adão, Deus criou Adão para ser “Sua auxiliadora”, a fim de cooperar com
Ele no cumprimento de Seu propósito eterno.

É importante ressaltar que Deus criou para Adão uma auxiliadora idônea, alguém
que cooperaria com ele na incumbência de cultivar e guardar o jardim (v.15). De
semelhante modo, o homem não foi criado apenas para fazer companhia a Deus, mas para
ser Sua auxiliadora idônea; como cooperador de Deus, o homem não deveria viver de
acordo com sua própria vontade ou se seus próprios sentimentos, mas sim de acordo com
o desejo de Deus, que o criou. Por isso deveríamos ter como prática em nossa vida a
palavra registrada em Mateus 16;24 ( e em outros textos bíblicos correlatos), que diz “Se
alguém quer vir após mim, a sim mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”.

A economia de Deus
Na eternidade passada, Deus já tinha um bom prazer em Seu coração (Ef 1:9). De
acordo com esse bom prazer, Ele planejou a criação do homem e de todas as coisas, e ,
por fim, decidiu colocar Seu plano em prática. O apóstolo Paulo chama esse plano de
economia (do grego oikonomia, significando administração de uma casa, administração
doméstica), que se traduziu por “dispensação” (Ef 1:10) ou “serviço” (1 Tm 1:4), na versão
Atualizada de João Ferreira de Almeida. Esse plano de Deus é claramente revelado em
Efésios 1, que mostra também a obra de cada um dos três da Trindade Divina: do versículo
3 até a primeira metade do versículo 6, lemos sobre a obra do Pai; da segunda metade do
versículo 6 até o versículo 12, descreve-se a obra do Filho; e nos versículos 13 e 14 lemos
sobre a obra do Espírito. Para indicar que esses trechos são distintos, o final de cada um
deles faz menção ao “ louvor Da Sua glória”.

A obra do pai foi, primeiramente, ter-nos escolhido antes da fundação do mundo (Ef
1:4). Antes de existir o tempo, antes de a terra ser criada, antes mesmo de existirmos, deus
já nos havia escolhido. Essa escolha foi invisível, orgânica e misteriosa, pois, como vimos,
estava relacionada com o próprio ser de Deus, ao fato de Ele estar só. Ele, então, nos
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predestinou para a filiação. Filiação significa ser maduro de Deus e diz respeito ao direito
de primogenitura, o direito de herdar tudo o que o Pai tem.

Um ambiente para sermos aperfeiçoados


Somente Isaque, o filho da promessa, nascido segundo a graça, estava na posição
correta de herdar a filiação. Por que Deus fez assim? Porque Deus não escolheu outras
pessoas? Não sei por que Ele escolheu a você e a mim. Talvez haja pessoas no mundo
muito MELHORES QUE VOCÊ E EU, MAS ELAS NÃO FORAM ESCOLHIDAS POR Deus
antes da fundação do mundo. Mas você e eu, por mais indignos que tenhamos sido, fomos
escolhidos! Aleluia” e AINDA POR CIMA FOMOS PREDESTINADOS Á FILIAÇÃO” Hoje o
Senhor nos revelou o desejo de Seu coração e espera que vivamos a vida da igreja wem
unidade com os irmãos, sendo aperfeiçoados, desenvolvendo nossos dons, para crescer e
herdar o que o Pai tem pra nós.

Sabemos pela Palavra que a meta de Deus é o reino, mas hoje estamos na igreja,
um ambiente preparado por Deus para nosso aperfeiçoamento. Quando alguém crê no
Senhor Jesus, invocando Seu nome, é introduzido no Corpo de Cristo, a igreja.

Quando passamos a viver a vida da igreja, preocupamo-nos em levar a vida divina a


todas as pessoas. Por que isso ocorre? Porque temos a vida de Deus, que é amor. Por
isso amamos todos irmãos, e as pessoas que estão no mundo. Somos compelidos a pregar
o evangelho quando, por exemplo, vemos jovens bebendo e arruinando a sua vida em
busca de prazeres mundanos (Jó 32:18; e Co 5:14-15). Em nós há esse desespero que
nos leva a pregar a todo o tempo e para todas as pessoas, com o desejo de que elas sejam
salvas e também desfrutem a vida normal da igreja, Quando isso ocorre, ficamos alegres
como Deus fica ( Lc 15:10). Dessa forma, estamos sendo aperfeiçoados pelo Senhor e
aperfeiçoando outros para reinar com Ele na era vindoura.

CAPÍTULO II
LER A BÍBLIA
As sagradas letras (...) podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em

Cristo Jesus (2Tm 3:15).

Assim como respirar, beber e comer são itens essenciais para a vida física, invocar o
nome do Senhor, orar e ler a Bíblia são coisas vitais na vida espiritual, e devem ser
praticadas diariamente pelos filhos de Deus.

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A origem da Bíblia
Toda Escritura é inspirada por Deus ( Tm 3:16).

A palavra inspirada nesse versículo significa soprada. A origem da Bíblia é Deus. Foi
Deus quem soprou Suas palavras de revelação por meio de Seu Espírito pata dentro e
dentro dos autores das Escrituras. O que foi soprado não foram somente palavras, mas
também o Espírito.

Homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo (2 Pe 1:21)

A Bíblia é o sopro de Deus. Por meio de Seu Espírito, Deus soprou Sua palavra para
dentro e de dentro dos homens que a falaram conduzidos pelo Espírito Santo. Portanto, a
Bíblia é proveniente de Deus e foi escrita por alguns santos do Antigo Testamento, como
os profetas, os líderes e os reis entre os israelitas, e também por vários santos do Novo
Testamento: os apóstolos e outros, como Marcos e Lucas.

A função da Bíblia
As Escrituras (...) testificam de mim (Jo 5:39).

A primeira função da Bíblia PE testificar de Cristo. Cristo é o tema e o conteúdo da


Bíblia, e a Bíblia é a explicação e a expressão de Cristo. Cristo é a Palavra viva de Deus, e
a Bíblia é Sua palavra escrita. Cristo, a Palavra viva, é a realidade. Sem ele, as palavras
escritas da Bíblia não passam de doutrinas vazias e letras vãs. Todavia, sem a palavra
escrita da Bíblia como Sua expressão, Cristo, a Palavra viva, seria abstrato e intocável.
Portanto, para conhecer Cristo devemos ler a Bíblia.

Extrair vida da Palavra


O Senhor Jesus disse, certa vez: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a
vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. Contudo, não quereis vir a mim
para terdes vida” (Jo 5:39-40)

É comum vermos, dentre os filhos de Deus, alguns estudiosos da Bíblia buscando


se aprofundar nas verdades. Entretanto precisamos atentar para o perigo de simplesmente
conhecermos a revelação das verdades. Essa busca pode nos tornar pessoas orgulhosas,
que se acham capazes, melhores que as outras e, por fim, nos isolar de todos. O apóstolo
Paulo alertou os cristãos coríntios dizendo: “O saber ensoberbece” (1Co 8:1). As verdades
reveladas devem ser praticadas por nós para que o amor Deus seja expressado em nosso
viver.

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Quanto mais andamos na verdade, isto é, quanto mais aplicamos a palavra de Deus
ao nosso viver, mais a vida divina irá crescer em nós, e o resultado espontâneo será amar
todos os filhos de Deus e alimentá-los espiritualmente (Mt 24:45-47).

Ao ler a Palavra procurando extrair dela a vida de Deus, em vez de se orgulhar, ser
arrogante e complicado, você será uma pessoa simples, singela, cheia de amor por Deus e
pelo próximo, a ponto de levar essa vida a outros.

CAPÍTULO III
Orar
Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo porém sejam conhecidas,

diante de Deu, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de

graças. E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará o vosso

coração e a vossa mente em Cristo Jesus (Fp 4:6-7).

A oração é essencial para vida espiritual do cristão. Por meio da oração cooperamos
com Deus para cumprimento de Sua Vontade. Oferecemos a Ele um caminho para realizar
Sua obra. Algumas pessoas pensam que orar se resume em pedir coisas a Deus para
suprir suas próprias necessidades ou para resolver seus problemas. Eles, sem dúvida,
cuida do Seus e supre suas necessidades de maneira detalhada e abundante, mas isso
não é tudo. Esse tipo de pensamento é muito comum entre filhos de Deus. Por isso esta
lição é de extrema importância para nós.

O verdadeiro significado da oração é contatar Deus no espírito. Ela é a maneira pela


qual o homem, por meio de seu espírito, contata o Espírito de Deus, inalando o próprio
Deus para dentro de si. Dessa forma, estabelecemos uma união orgânica com Deus e
podemos cooperar com Ele na execução de Sua obra na terra.

Há um texto bíblico que diz: “Antes de tudo, pois, exorto que se a prática de
súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens” ( 1Tm
2:1). Portanto, um item primário, indispensável á vida cristã, é a oração. A oração deve
torna-se um habito em vosso viver. Esperamos que a casa de cada filho de Deus seja um
lugar de oração.

Deus deseja que aproximemos Dele por meio da oração. Deis criou o homem para
que este lhe fizesse companhia. Quando falou, com respeito a Adão, que era bom que o
homem estivesse só, e lhe faria uma auxiliadora idônea (Gn 2:18), Deus mostrou que não

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apenas o homem precisava de companhia, mas Ele mesmo também tinha essa
necessidade.

È fato inquestionável que o homem precisa de Deus. Mesmo os de coração mais


duro, insensíveis em relação aos assuntos espirituais, um dia percebem que precisam d
Deus em sua vida. Contudo, devemos saber que Deus também precisa de nós como Seu
complemento, a fim de andarmos e convivermos com Ele para auxiliá-lo na execução de
Sua vontade.

Quando Adão comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e se


escondeu, Deus buscava a presença do homem. Ele tinha essa necessidade da presença
do homem; Ele tinha necessidade da presença do homem que havia criado. A oração,
portanto, é nossa ida a Deus para que Ele tenha a nossa presença.

Os Benefícios da Oração
Vigiai e orai, para que não entreis em tentação (Mt 26:41).

A oração não somente nos capacita a absorver Deus, mas além disso, orar com
vigilância guarda-nos de air em tentação, protege-nos de sermos tentados e seduzidos pelo
diabo a nos desviar do Senhor.

Acheguemos-nos (...) junto ao trono da graça, a fim de recebermos

misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna (Hb 4:16).

O maior benefício de orar a Deus e contatá-lo é receber misericórdia e achar graça


para o socorro em ocasião oportuna, a fim de satisfazer todas as necessidades.

Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas,

diante de Deus, as vossas petições, pela orações pela súplica, com ações de

graças. E a paz de Deus, que excede todo conhecimento, guardará o vosso

coração e a vossa mente em Cristo Jesus (Fp 4:6-7).

Outro benefício que recebemos quando oramos ao Senhor é a paz de Deus, que
excede todo o entendimento, guardado nosso coração e mente de todas as ansiedades.
Que benção é ter uma vida livre de ansiedades!

Na verdade, os benefícios que ganhamos na oração não podem ser plenamente


descritos. Que nós, os que pertencemos ao Senhor, nunca negligenciemos a oração, mas
oremos em todo tempo (Ef 6:18), até mesmo sem cessar (1 Ts 5:17) . Então, certamente,
desfrutaremos o próprio Deus com todas as Suas riquezas e seremos abundantemente
abençoados por Ele.
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CAPÍTULO IV
APRENDER A QUEDA-SE AOS PÉS DO
SENHOR
Agora apresentaremos mais um princípio que os filhos de Deus precisam observar a
fim de se manter saudáveis e não sucumbir nos tempos finais. Esse princípio é um pouco
mais complicado de observar, pois está relacionado ao serviço a Deus e não é fácil
perceber que o modo como servimos a Deus pode trazer problemas.

Para falar sobre isso vamos usar as experiências de uma família muito especial na
Bíblia- Lázaro, Marta e Maria. Com as experiências deles podemos aprender muitas coisas.
Vamos ler Lucas 10:38-39: “Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa
mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e
esta quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos”.

Nosso serviço ao Senhor passa por diversas etapas e, em cada uma, temos
diferentes experiências. O que acontece é que muitas vezes ao ler esse trecho podemos
pensar no serviço como algum ruim, pois pensamos em Maria aos pés do Senhor, a
desfrutar Suas palavras, como algo negativo. Isso não está certo. O serviço não é algo
ruim; ele é necessário e muito importante.

Qual é a lição que devemos aprender com essa passagem? Por um lado, temos
Maria assentada aos pés do Senhor a ouvir Seus ensinamentos e, por outro, Marta a servir.
Se o serviço não era o problema, por que Marta foi repreendida pelo Senhor? Marta estava
agitada e ocupada em muitos serviços. A agitação e o estar ocupados em muitos serviços
pode acarretar sérios problemas para nossa vida espiritual.

Nós podemos e devemos servir, mas jamais ficar agitados. Podemos servir em
muitos serviços, mas nosso coração não pode estar ocupado. Ao repreender Marta, o
Senhor não o fez por ela estar a servir; mas por esta inquieta e preocupada enquanto o
fazia. Para que você entenda melhor, pense no seguinte: iria adiantar algo se Senhor
dissesse a Marta que se sentasse perto Dele? Certamente não, pois ela se sentaria, mas
continuaria agitada, sem conseguir desfrutar, pois seu interior estava inquieto e preocupado
com muitas coisas.

Agora você entende o motivo de o Senhor a ter repreendido? Nosso problema ao


servir que muitas vezes nossos interior se agita e nosso coração fica ocupado e não
conseguimos ouvir e desfrutar o Senhor enquanto servimos. Quando fala sobre Maria, o
versículo diz que ela “quedava-se assentada”, isto é, ela estava em de acalmar-se para
conseguir ouvir o que i Senhor dizia. Precisamos aprender isso, se não nos acalmarmos
interiormente, não conseguiremos ouvir o que Ele tenta falar conosco.

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Servir, Ouvir e se Consagrar


Em João 12:1-2, fica claro que o Senhor não repreendeu Marta por ela estar a servir:
“Seis dias antes da Páscoa, foi Jesus para Betânia, onde estava Lárazo, a quem ele
ressuscitara dentre os mortos. Deram-lhe, pois ali, uma ceia; Marta servia, sendo Lárazo
um dos que estavam com ele á mesa”. Marta servia enquanto Lázaro estava com Jesus á
mesa e dessa vez não houve nenhuma repreensão do Senhor. Foi nessa ocasião que
Maria ungiu os pés do Senhor com bálsamo, algo que O agradou muito: “Mas Jesus,
sabendo disto, disse-lhes: Por que molestais esta mulher? Ela praticou boa ação para
comigo” (Mt 26:10).

Sempre que servimos ao Senhor, seja numa conferência, seja numa reunião,
precisamos ter como meta fazer o Senhor sentir o mesmo que sentiu com a atitude de
Maria, ou seja, que praticamos uma boa ação para com ele. Para que o Senhor desfrutasse
do que Maria fez, foi preciso que marta servisse, pois havia um banquete naquele
momento. As duas experiências são necessárias: precisamos ser Marta e Maria. Ao servir,
devemos tomar cuidado para não estar inquietos e agitados, para que, enquanto servimos,
também possamos ouvir o Senhor, como Lázaro ouvia; e nos consagrar a Ele, como fez
Maria.

Os serviços são necessários; mas. Que fique bem claro, ao final do nosso labor o
Senhor precisa sentir que o que fizemos foi para Ele. Dessa forma, tudo que fizermos ficará
para a memória dos outros; mesmo que um dia esqueçamos que fizemos, o Senhor jamais
esquecerá.

Precisamos ter um coração desejoso de servir, de ouvir e de se consagrar ao


Senhor. Naquela festa havia pessoas que serviam, pessoas que ouviam e pessoas que se
consagravam. Estes três aspectos são importantes: servir, ouvir e se consagrar. Quando
temos essa realidade, de fato, tudo o que fizermos será para o Senhor e ficará em Sua
memória. Cuidemos para não estar agitados enquanto nos envolvemos em determinado
serviço, pois isso prejudica nosso ouvir e nossa consagração. É possível servir e ao
mesmo tempo desfrutar do Senhor.

CAPÍTULO V
UMA PALAVRA AOS QUE SERVEM
O que vamos falar neste capítulo diz respeito a todos os irmãos que servem na
igreja. O sentimento de todos os que estão envolvidos com serviço deve ser de servir da
melhor maneira que puderem, pois servir a Deus não é apenas fazer algo para Ele. Deus

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confiou pessoas para cada um de nós cuidarmos delas. Existe ainda uma característica
muito importante: as pessoas precisam sentir que é Deus quem está cuidando delas. Existe
ainda uma característica muito importante: as pessoas precisam sentir que é Deus quem
está cuidando delas. Faça esta pergunta a si mesmo: Será que as pessoas das quais eu
cuido sentem como se o próprio Deus estivesse cuidando delas?

O Agricultor, a Videira e os Ramos


Se estamos servindo na obra do Senhor é porque somos capazes e que sabem
fazer, do contrário, o Senhor não nos teria convocado. O problema é que, por saber fazer,
sacrificamos a boa parte que é ter comunhão com o Senhor.

Vamos ler João 15:5: “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e
eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”. Podemos associar quem
permanece em mim com o que Maria fez, ou seja, quedar-se aos pés do Senhor para ouvi-
lo. Quem faz isso dá muito fruto. Uma pessoa que recebe vida diretamente do Senhor dá
fruto, uma pessoa que recebe vida diretamente do Senhor dá fruto, uma pessoa que não
sacrifica a boa parte dá fruto.

“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (v.1). Todo agricultor que
planta algo espera por frutos. O Pai é o agricultor e nós precisamos compreender Seu
coração, saber o que Ele que colher. Deus investiu tudo na videira que é Cristo.
Colossenses também fala sobre isso: “Porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a
plenitude. (...) Porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (Cl
1:19; 2:9).

A relação entre a graça e o serviço a Deus


Outra questão muito importante é a comunhão no Corpo: “ Porque, pela graça que
me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém;
antes, pense a cada um. Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas
nem todos os membros têm a mesma função, assim também nós, conquanto muitos,
somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros, tendo, porém, diferentes dons
segundo a graça que nos foi dada” (Rm 12:3-6). Esse trecho aborda os dons e o
funcionamento no Corpo de Cristo.

Quando a graça mos alcançou, recebemos dons, mas, para que esses dons que
recebemos continuem e se desenvover, precisamos continuar recebendo mais e mais
graça. Quando servimos, quando exercemos nosso dom, damos-nos conta de quanta
graça necessitamos para issso. Essa é uma advertência muito séria. É muito perigoso levar
adiante nosso serviço com base no já sabemos fazer, isto é , servir sem estar devidamente
no desfrute da graça. Não podemos nos permitir entrar no piloto automático. Num serviço
assim, não há alegria nem dedicação, diligência, liberalidade ou esmero.

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APRENDENDO COM O APOSTOLADO

Deus nos confiou pessoas, mas para cuidar dela nossa comunhão com Deus é vital.
Precisamos servir, ouvir e nos consagrar. Esses são fatores decisivos para que nosso
serviço seja agradável a Deus e tenha resultado prático na vida das pessoas de quem
cuidamos. Que todos os que servem ao Senhor sejam os primeiros a prezar por uma
comunhão intensa com Deus. Jesus é o Senhor!

CAPÍTULO VI
OBREIRO QUE NÃO TEM DE QUE SE
ENVERGONHAR
Neste capítulo trataremos do quinto e último ponto sobre o caráter do homem de
Deus: ser um obreiro que não tem de que se envergonhar.

Paulo, na sua primeira carta a Timóteo, disse: “Tu, porém, ó homem de Deus”
(6:11a). Tais palavras visavam encorajar seu jovem cooperador que se encontrava em uma
situação de fraqueza. Isso nos leva a reconhecer que não somos suficientemente fortes.
Não pensemos que nunca experimentaremos fraqueza, pois até mesmo Timóteo, que
seguira Paulo por tanto tempo, experimentou-a.

Enquanto |Timóteo estava junto de Paulo, tudo corria normalmente. Porém quando
foi enviado a Èfeso e ali começou a trabalhar sozinho, sua fraqueza foi totalmente exposta.
Certamente Paulo disse repetidas vezes a Timóteo que seguisse o bom ensinamento de
perto, que mantivesse o padrão das sãs palavras ditas por ele, pois isso o guardaria de cair
em fraquezas. Com certeza, muitos tem experiência semelhante: quando deixam de seguir
as boas palavras que o Senhor tem falado, muito facilmente caem.

Ser uma pessoa correta


Os versículos 15 a 18 dizem: “Estás ciente de que todos os da Àsia me
abandonaram; dentre eles cito Fìgelo e Hermógenes. Conceda o Senhor misericórdia á
casa de Onessífero, porque muitas vezes me deu ânimo e nunca e envergonhou das
minhas algemas. Antes, tendo ele chegado a Roma me procurou solicitamente até me
encontrar. O Senhor lhe conceda, naquele dia, achar misericórdia da parte do Senhor. E tu
sabes, melhor do que eu, quantos serviços me prestou ele me Èfeso”. Pelo fato de Paulo
estar preso em Roma, muitos os abandonaram. Mas havia ainda alguns que não se
envergonhavam das algemas deles, e guardavam a fé: eram pessoas realmente firmes no
Senhor como Onesíforo, Epafras e Arquipo. Onesífero arriscou a vida e solicitamente
procurou Paulo até encontra-lo; Epafras, um irmão da cidade de Colosssos, que também

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APRENDENDO COM O APOSTOLADO

se esforçcava em ministrar a fé para os colossenses, estava preso juntamente com Paulo.


Ambos foram lembrados por ele nessa epístola.

Que significa ser um obreiro que não tem do que se envergonhar? Significa que em
todos os aspectos ele é uma pessoa muito correta que tem um caráter aprovado, e não há
nenhum aspecto de sua vida humana ou de seu serviço ao Senhor do qual tenha que
envergonhar-se.

Tudo o que fizermos deve ser pra agradar ao Senhor. Não devemos descuidar de
nenhum aspecto de nosso viver que faça com que sejamos expostos e criticados por
outros. Caso contrário, não seremos obreiros que não tem de que se envergonhar. Temos
de ser pessoas corretas e irrepreensíveis diante dos homens, com um caráter provado que
agrada ao Senhor.

Manejar Bem A Palavra da Verdade


O Obreiro deve ser alguém que maneja corretamente a palavra da verdade. Se eu
falar deve ser totalmente baseado na pura e reta Palavra de Deus e não sua própria
interpretação ou em tradições humanas. Ele deve manejar reta e precisamente a palavra
da bíblia.

Há pessoas que interpretam a Palavra de Deus não de acordo com a verdade, mas
de acordo com os conceitos humanos. Alguns, por exemplo, tentam explicar Mateus 19:24:
“Ainda vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que
entrar um rico no reino de Deus”, afirmando que “fundo da agulha” era o nome de uma
porta estreita da cidade de Jerusalém. Era muito difícil um camelo passar por aquela porta,
sendo necessário que sua carga fosse retirada e ele se abaixasse atravessando-a de
joelhos. Essa é uma expiação humana enganosa, pois se assim fosse, o Senhor não
compraria este com salvação e nem diria: “ Isto é impossível aos homens, mas para Deus
tudo é possível” (Mt 19:26).

Evitar Conversas Inúteis e Profanas


Em 2 Timóteo 2:16 Paulo recomenda: “Evita igualmente os falatórios inúteis e
profanos, pois os que deles usam passarão a impiedade ainda maior”. Os falatórios inúteis
e profanos são como um câncer, que gradativamente se espalha (v.17). Quando eles
surgem na igreja, multiplicam-se rapidamente e contaminam muitos irmãos. Aquele que der
ouvidos a conversas profanas será contaminado e cada vez mais se voltará para o mundo.
O obreiro do Senhor deve fugir dessas coisas. È evidente que temos nossa vida humana e
nossas necessidades diárias, mas precisamos evitar perder tempo com as coisas do
mundo que não são necessárias, como novela, moda ou decoração da casa. Não devemos
envolver-nos com coisas que tem origem no mundo, pois quanto mais tempo gastamos
com o mundo, mais ele exige de nós. O mundo é algo sem fim, como um câncer que vai
corroendo. Por isso Paulo diz: “Evita”.
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APRENDENDO COM O APOSTOLADO

Servo e Apóstolo de Deus


O obreiro do Senhor não é simplesmente um irmão que serve em determinada
cidade. O obreiro, na verdade,é um servo de Deus, um enviado de Deus. Um apóstolo é
um obreiro de Deus, e ele não serve apenas a uma igreja, mas as igrejas. Ele não interfere
na administração da igreja em uma cidade, mas se encontra em situação anormal, ele tem
autoridade para trazer aquela igreja á normalidade. Foi o que Paulo fez com a igreja em
Éfeso quando ela estava numa situação anormal. Paulo como apóstolo e servo de Deu,
pôde enviar seu cooperador Timóteo, também servo de Deus e apóstolo, a Éfeso, a fim de
exortar outras pessoas a não ensinarem diferentemente e confundirem a igreja.

O obreiro do Senhor, como servo e apóstolo, não pode ter nenhum ponto que seja
passível de crítica. Ele deve ser cauteloso, especialmente no que diz respeito ás
acusações contra irmãos. Não deve receber acusação de apenas uma pessoa, mas de
duas ou mais testemunhas. Assim, não será envergonhado.

O Caráter Dos Subjetivos


Para que Deus use-nos quando for preciso conduzir determinada situação á
normalidade, não podemos ser subjetivos. Uma pessoa subjetiva é aquela que pensa e age
á sua própria maneira, que dificilmente dá ouvidos a outros e sequer ouve direito o que
outros pensam por julgar tudo subjetivamente. Ao analisar alguma coisa, decide e
determina sozinha, não aceitando o parecer de outros. Pessoas assim não podem ser bons
obreiros do Senhor, pois não conseguem ver claramente Sua vontade.

O apóstolo Pedro era uma pessoa subjetiva, mas pouco a pouco, seu caráter foi
sendo transformado. Quando estava orando na casa de Simão, por exemplo, viu o céu
aberto e descendo um objeto como se fosse um grande lençol, o qual era baixado à terra
pelas quatro pontas, contendo toda sorte de quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu.
“E ouviu-se uma voz que se dirigia a ele: Levanta-te, Pedro” Mata e come” (At 10:13). Era o
próprio Deus que estava falando com Pedro, querendo mostrar-lhe que ele deveria pregar
o evangelho também entre os gentios. Como bom judeu, Pedro considerava os gentios
como animais imundos e, por ser subjetivo, por ter sua opinião formada, não conseguia
aceitar de imediato a visão e replicou: “De modo nenhum, Senhor!” (v. 14). A voz lhe falou
por três vezes e, logo em seguida, aquele objeto foi recolhido ao céu (v.16). Uma pessoa
subjetiva não pode ver com clareza a vontade de Deus, e também não gosta de ouvir a
outros.

Os subjetivos sempre têm prevenção e parcialidade. Por isso Paulo disse a Timóteo
que quando tratasse com os presbíteros que não andam segundo a verdade, só aceitasse
denúncia de duas ou três testemunhas, para não incorrer no erro de fazer alguma coisa
precipitadamente, com parcialidade ou prevenção.

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APRENDENDO COM O APOSTOLADO

Ao tratar determinado assunto, se estiver nervoso, com suas emoções alteradas, é


melhor parar. Timóteo sofria de enfermidades estomacais (v.23) e isso pode indicar que ele
era nervoso. Somente quando não fosse mais movido pela emoção alterada, estivesse
tranquilo e no espírito, poderia, então, pôr as coisas em ordem na igreja.

CAPÍTULO VII
DEVERES DOS DIÁCONOS
“Todos os homens são filhos de Deus, mas vocês possuem algo a mais. Possuem a
autoridade para agir em Seu nome. Isso indica os destaca do resto do mundo. Não é que
os torne melhor do que os outros, mas dá-lhes a responsabilidade de viver um,a visa
melhor do que os outros. Por saber que são filhos de Deus e possuem o Seu sacerdócio
espera-se mais de vocês do que daqueles que não possuem essa grande benção”.

( Victor L. Brown)

A palavra de Deus traduz “diácono” como serviço, ministério, assistência. Portanto,


o diácono é aquele que, segundo o exemplo de Jesus Cristo, que veio especial para servir
(Mt 20:28), tem o dom se servir ás pessoas para a Glória de Deus.

O diácono é eleito oficial pela igreja e ordenado pelo conselho, da igreja, para;
dedicar-se especialmente à:

 Abrir a igreja e organiza-la.

 Esta sempre alegre e cheio do Espírito Santo para recepcionar os irmãos.

 Orar ao Senhor, pedindo-lhe orientação e bênçãos para o trabalho que será


realizado.

 Ficar à porta recepcionando os irmãos e visitantes que forem chegando.

 Mostrar exemplo de ordem e reverência na igreja.

 Acompanhar atento todos os atos do culto.

 Tratar bem os visitantes para que eles se sintam bastante à vontade

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APRENDENDO COM O APOSTOLADO

DEVERES DOS MISSIONÁRIOS


Quem é o missionário? È aquele que sentiu a chamada divina, chamada para ir e
anunciar a mensagem de salvação a outros povos e que responde afirmativamente em
obediência a este chamado. È um mensageiro divino. Um embaixador de Cristo em outras
terras.

È um íntimo de Deus, é alguém cuja dependência de Deus deve ser total, buscando
diariamente conhecer a sua vontade para realização dessa obra. Necessita, a exemplo de
Moisés, subir o Sinai e estar cara a cara com o SENHOR DE Missões, para, ao descer,
resplandecer a glória de Deus entre o povo que deve conduzir a Terra Prometida.

É aquele que renúncia , o missionário aprender a renunciar a tudo que Deus lhe
pede para deixar a sua terra e a sua parentela, como Abrão deixou. O missionário coloca
os seus interesses ou sentimentos diante da chamada e vocação missionária. Ele deixa
tudo para servir ao Rei dos reis em lugares distantes e difícieis.

DEVERES DO PRESBÍTERO

Quando o apóstolo Paulo convocou os presbíteros da igreja de Éfeso para que se

reunissem em Mileto, nas instruções que lhes passou, ele se referiu a eles como

supervisores (bispos) e lhes deu a incumbência de alimentar (cuidar, apascentar) a igreja

(Atos 20:28). Com esses termos aprendemos muito sobre os presbíteros e sobre a
natureza de sua tarefa.

São “anciãos” porque não são novatos, mas sim mais velhos na fé e já tiveram

tempo para desenvolver a sua maturidade espiritual (1 Timóteo 3:6). Como supervisores,

eles “governam” a igreja local como um homem “governa” a sua própria família (1 Timóteo

5:17; 3:5,12). Isso inclui, claro, a tomada de decisões dentro do âmbito daquilo que é

autorizado por Deus, embora eles devam tomar o cuidado de não “dominar” os irmãos (1

Pedro 5:3). Como pastores, estão para a congregação como um pastor de ovelhas para o

rebanho. Por isso, eles alimentam com a palavra de Deus, ajudando o rebanho a crescer

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APRENDENDO COM O APOSTOLADO

espiritualmente e ficando alertas contra quaisquer perigos de erro ou pecado, que seria
uma ameaça para o bem-estar espiritual do rebanho.

Não somente se fará necessária uma dieta espiritual bem equilibrada, mas eles

também precisarão advertir ou admoestar os subjetivos e insubmissos, consolar os

desanimados, amparar os fracos e ser longânimo para com todos (1 Tessalonicenses


5:14).

Muitos cristãos novos não conhecem os perigos que enfrentam, desconhecendo também a

plenitude de suas necessidades espirituais. Cristo providenciou para que esses

presbíteros “velam por vossa alma” (Hebreus 13:17). Todos os que se tornam cristãos

devem fazer questão de que “acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que

vos presidem no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais com amor em máxima
consideração, por causa do trabalho que realizam” (1 Tessalonicenses 5:12-13).

Os presbíteros qualificados servirão de exemplo para o rebanho quanto ao caráter,

à atitude e ao decoro (1 Pedro 5:3). Quando vemos o ensino de Cristo exemplificado na

prática, fica mais fácil segui-lo. Essa é uma das maneiras dos cristãos seguirem a

orientação dos presbíteros. Além disso, quando a experiência deles com a palavra os leva
a um discernimento mais claro de como aplicar devidamente a palavra de Deus à nossa

vida individual ou ao funcionamento coletivo da igreja, devemos ser receptivos para com os

seus esforços de nos conduzir através do ensino. Isso não significa simplesmente nos

entregarmos à fé deles, mas deixar que eles nos orientem no desenvolvimento de nossa
própria fé, pela qual ficamos de pé ou caímos diante do Senhor.

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