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ORGANIZADO POR CRIS BELONI

CULTURA DO PROPÓSITO

MÊS 14 MENTORIA 25
ENCONTRO DO DIA 02.12.21
LEITURA
Deus te fez de propósito — Como descobrir por que e para que
Deus te criou - por Douglas Gonçalves e Thiago Marques

AVISOS

A resenha do livro “Deus te fez de propósito” será no dia 20


de dezembro, segunda-feira, às 20 hs.

Mantenha-se conectado em todos os grupos da mentoria.


Acompanhe todas as redes sociais para manter-se bem informado
— Facebook, Instagram, Telegram e grupos no Whatsapp. Quem
tiver dúvidas administrativas, basta enviar um e-mail com a sua
pergunta para mentoria@jesuscopy.com

O grupo no Facebook é o melhor lugar para interagir com todos

01
os membros da mentoria. É muito legal ter contato com pessoas
que estão na mesma jornada que você para trocar experiências e
conhecimentos.

Faça parte de um grupo de discipulado. Se você ainda não tem


um grupo, entre em contato com a equipe JesusCopy pelo e-mail.

Tire uma foto em qualquer momento da mentoria e divulgue em


suas redes sociais. Quando postar, acrescente alguma frase dita
durante a aula, que você considerou impactante e marque a
mentoria JesusCopy.

Os PDF´s da mentoria serão disponibilizados na semana


seguinte, ou seja, sempre na próxima quinta-feira, na plataforma
Hotmart.
Dica para encontrar o PDF: Abaixo do vídeo você verá as opções:
*Descrição *Materiais *Comentários
Clique em MATERIAIS e faça o download do arquivo (BAIXAR).

Nossa próxima mentoria será no dia 16 de dezembro, às 20 hs,


com o tema “Cultura do Propósito II” e a leitura do livro “Deus te fez
de propósito”, de Douglas Gonçalves e Thiago Marques.

Nos dias 8 e 9 de dezembro, quarta e quinta, haverá um


treinamento exclusivo sobre propósito, com Thiago Marques, para
você aprender a ajudar outras pessoas na descoberta do propósito
de Deus em suas vidas.

02
ABERTURA COM DOUGLAS GONÇALVES
Diretamente de Boston / EUA

Expectativa para o mês de dezembro


Faça uma leitura reflexiva. Leia com calma. Pense bastante. É
tempo de autoconhecimento, clareza da própria identidade e do
seu propósito de vida. Quando você parar para refletir, ore
também. Peça para que Deus responda às suas perguntas.

A primeira parte do livro fala sobre a sua identidade em Cristo e é


muito necessário que você esteja alinhado nisso, pois a próxima
fase vai depender dessa clareza. Depois vamos falar de missão e
vocação. Primeiro é importante saber quem você é e depois
descobrir o que fazer.

Encare a sua descoberta como uma grande oportunidade de


ajudar outras pessoas a descobrir o propósito delas. Estamos em
busca de ser agentes responsáveis por despertar a nossa nação.
Sabemos que estamos numa nação de órfãos que possuem
mentalidade de escravos. As pessoas precisam sair do “modo
sobrevivência” para entrar no “modo propósito”.

Temos verdadeiros tesouros em cada igreja, em cada cidade, em


cada rua. Seu vizinho é um filho de Deus. Há mendigos por aí que
são criaturas feitas à imagem e semelhança de Deus. Nos Estados
Unidos, por exemplo, toda riqueza e organização que vemos tem
ligação com as pessoas que possuem clareza do propósito de suas
vidas.

03
Quanto mais pessoas convictas de seu propósito, maior será a
riqueza e a prosperidade de um lugar. Vamos entrar nessa jornada
de despertar pessoas para que descubram seu propósito em Deus.
Jesus, com apenas 12 anos de idade, já tinha clareza do seu
propósito de vida e já sabia por que havia nascido. Relembre aqui
a breve conversa que ele teve com seus pais:

“Quando seus pais o viram, ficaram perplexos. Sua mãe lhe disse:
Filho, por que você nos fez isto? Seu pai e eu estávamos aflitos, à
sua procura. Ele perguntou: Por que vocês estavam me procurando?
Não sabiam que eu devia estar na casa de meu Pai? Mas eles não
compreenderam o que lhes dizia”. (Lucas 2.48-50)

Desperte as pessoas para essa certeza e convicção, para que


compreendam o motivo pelo qual foram chamadas por Deus.
Replique tudo o que você está aprendendo nesta mentoria com as
pessoas ao seu redor.

O propósito se divide em duas partes


O propósito acontece quando chamado e missão se encontram. E
entenda que todos possuem o mesmo chamado — todos nascemos
para ser sacerdotes do Deus Altíssimo. Todos somos filhos e
nascemos para uma comunhão profunda com o Pai.

Propósito é o casamento do chamado com a missão

Quando você vive o seu chamado, você descobre a sua missão. A


missão é diferente, ela tem aspectos bem peculiares de uma
pessoa para outra. Mas antes de pensar em missão, é necessário
viver o seu chamado — relacionamento com Deus, devocional,
santidade, oração e vida intensa com o Senhor.

Aquele que aceita o seu chamado, porém, descobre que Deus está
em atividade, Ele está andando, Ele está realizando. Isso significa
que, para passar tempo com o Pai, é preciso se mover com Ele, é
preciso trabalhar com Ele. Lembre-se das palavras de Jesus:

“Meu Pai continua trabalhando até hoje, e eu também estou


trabalhando”. (João 5.17)

04
Ao andar com Deus, você começa a descobrir qual é a sua missão,
ou seja, qual o seu trabalho.

INTRODUÇÃO COM THIAGO MARQUES

Como viver de propósito


Em primeiro lugar é preciso entender com clareza o que é
propósito — é o motivo pelo qual você nasceu. Isso responde uma
das maiores perguntas da humanidade, não é só um privilégio do
cristão. As perguntas “Quem eu sou?”, “De onde venho? ou “Para
onde vou?” são feitas desde que o mundo é mundo.

Propósito é o motivo pelo qual você nasceu

Entenda que ajudar as pessoas a descobrirem seus propósitos de


vida acaba virando uma ferramenta de evangelismo, porque a
resposta aponta para o Deus Criador, aquele que nos criou à sua
imagem e semelhança.

Para facilitar o entendimento, usamos algumas figuras. Por


exemplo, desenhamos uma montanha para representar o
propósito, e essa montanha é infinita. Ao longo de nossas vidas,
vamos escalando essa montanha do propósito para nos aproximar
de Deus.

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Para ilustrar o encontro do chamado e da missão, usamos a figura
do casamento. Afinal, biblicamente falando, nós somos a noiva de
Cristo, essa figura que faz parte do casamento que vai consolidar
todas as coisas.

Lembrando que os nomes ou termos dados aqui na mentoria, pode


ser um pouco diferente do que você já ouviu por aí. O que vamos
apresentar aqui é a forma como nós, do JesusCopy, entendemos
ser a melhor maneira de expressão.

O QUE É CHAMADO
Nós usamos um princípio de interpretação bíblica através do texto
O QUE É MISSÃOque se encontra em Gênesis 3.9 porque foi a
primeira menção de chamado de Deus a alguém.

“Mas o Senhor Deus chamou o homem, perguntando: Onde está


você?” (Gênesis 3.9)

Deus chamou Adão porque ele não estava em seu lugar correto.
Logo, entendemos que chamado é quando Deus quer nos devolver
à posição original. Então, a pergunta de foco não é “O que significa
chamado?”, mas “Qual é a nossa posição original?”. Lembrando que
Deus nos criou para sermos sacerdotes.

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O chamado está ligado ao sacerdócio

O chamado de Deus para nós existe para nos devolver à posição de


sacerdotes. Então, o chamado de todos nós é o mesmo. Todos
fomos chamados para ser imagem e semelhança de Deus e fazer
conexão entre o céu e a terra.

Sacerdote — é aquele que representa o sagrado, responsável pela


conexão entre o céu e a terra, ou seja, das realidades espirituais
com as realidades terrenas.

Quando Deus criou o ser humano, Ele soprou o espírito de vida, ou


seja, o Espírito Santo está em cada um de nós. Essa foi a união
entre a terra e o céu. Nós possuímos essas duas características,
portanto, o nosso sacerdócio tem o objetivo de ligar essas duas
realidades. Existem três formas de atuação do sacerdócio.

Ministrando a Deus (relacionamento vertical)


Conexão diária com Deus;
Vida devocional;
Relacionamento profundo;
Prática das disciplinas espirituais;
Leitura da Palavra, oração, jejum, meditação.

Ministrando aos santos (relacionamento horizontal com os


irmãos na fé)
Nos reunidos como Igreja;
Ministramos a Deus e aos irmãos, simultaneamente;
Pregação da Palavra;
Adoração e louvor;
Profecia e prática dos dons.

Ministrando ao mundo (relacionamento horizontal com os


demais)
É a manifestação dos filhos de Deus;
Pregação do Evangelho;
Discipulado (cumprindo o ide de Jesus);
Cuidados com a natureza e os animais;
Ser vir de exemplo através das nossas ações.

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O QUE É MISSÃO

Não estamos falando de viajar para “fazer missões”, mas de


cumprir a missão de Deus no mundo. Deus está trabalhando, Ele
está numa missão. E a missão de Deus não está relacionada à
nossa salvação, já que na Criação não havia essa necessidade. A
Salvação pode ser o meio pelo qual a missão de Deus vai se
realizar.

“Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou


para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja
o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, também
chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou,
também glorificou”. (Romanos 8.29,30)

Deus revela a sua vontade, de Gênesis a Apocalipse, que se


resume em formar uma família para Ele.

“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito,
para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida
eterna”. (João 3.16)

Na sua morte e ressurreição, Jesus nos comprou de volta para


Deus e nos fez ser parte da família de Deus. Logo, a missão de
Deus é formar uma família. Cada membro dessa família deve ser
semelhante a Jesus.

Então, se essa é a missão de Deus, qual a nossa missão dentro da


missão dele? É aqui que veremos que somos relativamente
diferentes e que cada um tem a sua própria missão. Enquanto o
chamado é o mesmo para todos, a missão é exclusiva para cada
um. Nossa missão é um pedacinho dentro da missão de Deus.

A missão de cada pessoa é exclusiva

É por isso que somos diferentes uns dos outros, em vários


aspectos. E Deus é tão caprichoso que criou cada ser humano com
uma marca digital única e até mesmo a íris dos olhos de cada
pessoa é diferente e exclusiva.

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Mas, como podemos descobrir qual é a nossa missão? A resposta
é: descobrindo nossa vocação, dons e talentos. E depois que nos
descobrimos dentro da nossa missão, podemos ajudar as pessoas
ao nosso redor a descobrirem também. Pois, quando
transformamos essa busca em algo coletivo, estamos buscando o
bem da humanidade. Os nossos propósitos unidos são o nosso
sacerdócio de conexão com Deus.

O QUE É VOCAÇÃO

A palavra “vocação” vem do latim “vocare” e quer dizer “chamar”. O


verbo está conectado ao termo “chamado” e indica as habilidades
de uma pessoa, mostrando o motivo pelo qual ela foi chamada por
Deus. Quer dizer que somos chamados para ocupar nosso lugar
original e fazer algo com as habilidades ou com a vocação que
Deus depositou em cada um de nós, desde o projeto Dele voltado
para a nossa criação ou a nossa existência.

Vocação também está ligada à uma competência, à prática de


atividades específicas e associadas à inclinação de seguir
determinado caminho. A vocação revela os talentos, os dons e as
aptidões naturais de uma pessoa e que faz com que ela sinta
prazer ao colocá-los em prática. Pense nas palavras de Deus
quando disse “Haja luz” e houve luz.

“Disse Deus: Haja luz, e houve luz. Deus viu que a luz era boa, e
separou a luz das trevas”. (Gênesis 1.3,4)

Quando Deus verbaliza, o sonho Dele se torna real. Quando Ele


determina, as coisas acontecem. Foi dessa forma quando Ele
criou a cada um de nós e nos chamou pelo nome. Nós fomos
planejamos antes da fundação do mundo, conforme nos mostra a
Palavra de Deus. E cada um de nós possui seus dons, talentos,
aptidões, ou seja, cada um possui a sua própria vocação; cada um
foi chamado a fazer algo bem específico. Veja, por exemplo, no
caso de Jeremias:

“Antes de formá-lo no ventre eu o escolhi; antes de você nascer, eu


o separei e o designei profeta às nações”. (Jeremias 1.5)

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Perceba que Jeremias foi formado com os dons e talentos que
Deus derramou sobre a vida dele, para que pudesse cumprir um
pedacinho da missão, dentro da grandiosa missão de Deus. Ou
seja, Jeremias já nasceu com sua vocação. Os dons e talentos
dados por Deus a cada um de nós, nos ajudará em nossas missões
ao longo da caminhada. Então, vamos entender essa questão
através de outra figura de linguagem.

Vocação são os nossos dons e talentos

Você está em viagem — Através de um exemplo muito


interessante de Helena Tannure, vamos entender melhor sobre os
dons e talentos. Imagine-se na seguinte situação: você tem dois
filhos e os ama imensamente. Mas, precisa enviá-los para uma
longa viagem, uma para o Alaska e o outro para o Havaí. Mesmo
amando-os igualmente, você não pode colocar na mala as mesmas
coisas.

Para o filho que vai para o Alaska, você precisa enviar blusas,
botas, meias, luvas, touca e tudo o que for necessário para
protegê-lo do frio intenso. Para o filho que vai para o Havaí, você
precisa enviar protetor solar, óculos de sol, roupas leves, chinelo
e roupas de praia. As necessidades dos filhos serão diferentes, já
que estarão em missões diferentes.

Nossa vida é uma viagem

O que tudo isto quer dizer ? Que não adianta a gente querer o que
tem na mala dos outros, já que nossas missões são bem
específicas e cada um de nós tem na mala as ferramentas e

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recursos necessários para cumprir a missão dada por Deus. Cada
um de nós vai seguir sua viagem na vida, carregando consigo tudo
o que é útil e necessário, pois o Pai preparou a nossa mala de
acordo com a nossa missão.

Porém, é claro que vamos encontrar pessoas com missões


parecidas com as nossas, porque há propósitos que são
semelhantes. Algumas pessoas vão embarcar com a gente no
mesmo destino.

Por exemplo, o propósito do Douglas é a comunicação inteligente


do Evangelho e o meu é iluminar as pessoas para que entendam
seu propósito de vida. O meu propósito e o dele são parecidos.

Mas, eu gosto de ensinar às pessoas qualquer tipo de coisa, desde


história até matemática e o Douglas está mais focado na Bíblia.
Ele é muito mais profundo pregando a Palavra, e eu ensinando
sobre outros assuntos. Além disso, nós não estamos competindo,
mas estamos cumprindo a nossa missão e usando a nossa
vocação, cada um com a sua determinada mala. Nós podemos
trabalhar juntos nisso.

Então, nunca compare o seu propósito ou seus dons e talentos


com os dos outros, porque cada um tem na sua mala exatamente o
que Deus depositou para sua viagem neste mundo. Se durante o
caminho, você encontrar pessoas com o propósito semelhante ao
seu, você pode aprender com elas, mas nunca invejar o que ela
tem.

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RESUMINHO

Vocação são os nossos dons e talentos.


Propósito é o casamento do chamado com a missão.
Chamado é o aviso de Deus para voltarmos ao lugar original.
Missão é o que devemos fazer durante a viagem à montanha do
propósito.

O nosso chamado é ser sacerdote de Deus, conectando céu e terra.


A missão de Deus é formar uma família para Ele, que seja
semelhante a Jesus.
A nossa missão é um pedacinho da missão de Deus.
A nossa vocação é a forma como Deus nos criou.

Quando atendemos ao chamado, caminhamos no nosso propósito e


encontramos a nossa vocação (dons e talentos) para cumprir a
nossa missão dentro da grande missão de Deus.

Quando Deus disse “haja luz”, houve luz.


Quando Deus disse “haja Jeremias”, houve Jeremias.
Quando Deus disse “haja …(diga o seu nome), houve … (diga o seu
nome).

MISSÕES SECUNDÁRIAS

Nós temos a nossa missão principal no caminho que devemos


seguir. Já nascemos com uma vocação, ou seja, com dons e
talentos para cumprir essa missão. Ocorre que, no meio do
caminho, descobrimos que precisamos “afiar o machado”, ou seja,
aperfeiçoar esses dons e talentos.

Muitas vezes, adquirimos outros dons para que esse


aperfeiçoamento seja necessário. Quer dizer que Deus pode
revelar que existem mais algumas ferramentas em
compartimentos secretos da nossa mala.

Vamos usar aqui outro exemplo, os jogos de videogame. Durante


um jogo, há checkpoints obrigatórios, ou seja, algumas paradas

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necessárias para chegar ao próximo nível ou próxima fase.

Missões intencionais fazem parte do seu propósito (você já tem o


machado)

Missões ocasionais ajudam você na missão principal (você


precisa afiar o machado)

Você precisa prestar atenção, porém, aos acontecimentos em sua


vida, durante sua viagem. Tudo o que aparece em seu caminho é
parte de sua missão? Você precisa ter essa percepção para não
agarrar responsabilidades que não são suas. O grande lance é que
Deus não revela alguns detalhes sobre a sua viagem e você terá
que vivê-los assim como fez José a caminho do Egito. Relembre
aqui:

“Certa vez, José teve um sonho e, quando o contou a seus irmãos,


eles passaram a odiá-lo ainda mais. Ouçam o sonho que tive,
disse-lhes”. (Gênesis 37.5,6)

Deus deu a José um sonho, ou seja, contou a ele sobre seu


propósito, revelou sua missão. José era um homem de Deus e já
havia respondido ao chamado do Pai. Lembra-se disso? O
propósito é o casamento do chamado com a missão.

E o propósito de Deus se cumpriu na vida de José. Porém, imagine

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só se Deus tivesse declarado a ele todos os detalhes da viagem:

“José, é o seguinte, escolhi você para governar o Egito, a maior e


mais poderosa nação do mundo. Você vai embarcar numa viagem a
partir do ódio dos seus irmãos. Vai partir sem se despedir do seu
pai. Ele vai pensar que você está morto e vai chorar amargamente.
Logo no início da viagem, você será vendido como escravo, depois
vai conseguir um bom trabalho, mas será acusado de algo que você
não fez. Sua próxima parada será numa prisão…”

Se você fosse José, aceitaria essa missão? Será que gostaria de


conhecer todos os check points necessários para passar por todas
as fases até chegar ao seu destino?

Será que realmente gostaríamos de saber sobre todos os detalhes


da nossa missão? Será que não iríamos desistir da viagem antes
mesmo de chegar ao aeroporto ou rodoviária?

Porque nem sempre é fácil afiar o machado, pode ser uma


experiência dolorosa e até traumática se não estivermos
totalmente ligados a Deus. Faça uma reflexão sobre a vida de José
e considere que ele estava sendo preparado para governar a nação
que era a superpotência daquela época. O país mais poderoso do
mundo.

Vou usar a minha própria vida como exemplo — Quando a gente


congregava junto na igreja do pai do Douglas, pastor Josué
7 SEGREDOS
Gonçalves, DAS
na “Família REDES
Debaixo SOCIAIS
da Graça”, nós fazíamos de tudo.
No meu caso, já trabalhei no estacionamento, recepção e
banheiro. Fiz todo tipo de pregação em todos os cultos e vigílias.

Também trabalhei no berçário e cuidei das crianças de todas as


idades. Fui auxiliar e conselheiro dos jovens. Fiz parte da
diretoria da igreja e da tesouraria. Eu estava ali ser vindo ao
Senhor e acreditava, do fundo do meu coração, que tudo aquilo
era importante para mim, mesmo não sabendo o motivo. Eu estava
sendo lapidado.

Eu fiz coisas que gostei e que não gostei. Fiz coisas em que eu era
bom, e coisas em que não era bom. E, depois de tudo, entendemos
da parte de Deus que deveríamos criar uma comunidade, um

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pedaço da Igreja de Cristo chamado “Família JesusCopy”.

Embora seja algo muito difícil abrir uma igreja, nós já tínhamos
experiência por termos trabalhado em todos os setores enquanto
congregávamos na “Família Debaixo da Graça”. Mas eu sabia o que
iria acontecer ? Não, eu não sabia de nada.

Em hipótese alguma, eu desejava fundar uma igreja. Mas, para que


eu pudesse realizar essa missão, eu passei por check points
obrigatórios e permiti que o meu machado fosse afiado, a fim de
representar o que represento hoje, e com o objetivo de atuar
dentro do propósito de Deus em minha vida. Agora vamos falar de
sonhos.

SONHO & CRIATIVIDADE

O que são os nossos sonhos? Vamos falar sobre os sonhos que


temos quando estamos acordados. Os sonhos estão relacionados
com aquilo que almejamos ou desejamos para nossas vidas. Nós
fomos criados à imagem e semelhança de Deus, então nós somos
diferentes dos demais seres que foram criados por Ele.

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Exemplo do castor
Vamos analisar a trajetória de vida de um castor. O castor é um
mamífero conhecido pela sua capacidade de construir. Seu corpo
foi criado com características que facilitam essa habilidade, como
sua causa escamosa e achatada em forma de remo. Além disso, ele
usa suas pequenas patas da frente para carregar objetos.

Castores são capazes de construir diques para criar reser vatórios


de água profundos, onde podem se abrigar de predadores, fazendo
fluir o próprio alimento e os materiais de construção que utilizam.

No meio da represa, eles constroem o próprio abrigo, que é um


emaranhado de ramos e galhos colados com barro, acima da
superfície da água. No Alasca, por exemplo, eles colhem as plantas
lenhosas no outono para se prepararem para o inverno. Os troncos
são armazenados na entrada da toca, debaixo d 'água ou na base do
açude.

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Para conseguir esses troncos, eles possuem a habilidade de roer
ár vores até derrubar, depois cortam em pedaços. Eles transformam
córregos de montanhas em uma série de reser vatórios de água
parada. Pesquisando mais, é possível encontrar muitos outros
detalhes sobre a inteligência do castor e sobre suas habilidades
incríveis, que foram programadas por Deus.

Embora as habilidades programadas sejam dons presentes na vida


dos animais, são diferentes dos dons e talentos dados por Deus aos
seres humanos. Um castor não consegue fazer nada além dessa
programação. Nunca um castor foi visto inovando suas habilidades,
ao ponto de construir algo diferente. Ele não acorda pela manhã
com ideias novas. Não vai criar um sistema novo de trabalho.

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Exemplo do passarinho João de Barro

O mesmo ocorre com o João de Barro. Ele é um pássaro inteligente


e trabalhador. Seu canto parece uma gargalhada e ele é visto na
natureza como amigo de todos os demais pássaros. O engenheiro e
arquiteto, sem diploma, impressiona pela astúcia com que constrói
sua casa nos lugares mais inusitados. Muitas vezes, constrói casas
empilhadas como se fossem prédios.

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Sua casa tem formato de forno, na qual utiliza barro úmido,
misturado com esterco e palha. O casal chega a fazer centenas de
viagens no transporte de todo o material. É interessante obser var
que existe um projeto padrão em suas construções — formato
esférico, normalmente com 30 cm de diâmetro, com paredes de 5
cm de espessura.

O barro é amassado com o bico e os pés, criando uma massa


homogênea e pegajosa que ajuda na construção. O ninho possui
dois cômodos, com uma porta que dá acesso ao primeiro, e com
uma medida específica para que o pássaro não precise se abaixar
para entrar. O cômodo interno é forrado com penas, pelos e musgo
e ser ve para acomodar os ovos com os filhotes.

Também é interessante obser var que a porta de entrada é

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estrategicamente posicionada na direção contrária da chuva e do
vento. O casal também costuma reformar ninhos velhos e
semi-destruídos. Se o espaço for pequeno, eles constroem em cima
(até 11 andares) ou para os lados.

O que aprendemos com tudo isso? Tanto o castor quanto o João de


Barro nasceram com dons específicos, eles foram programados
para construir e até ser vir de exemplo para o ser humano. Mas eles
não possuem algo que faz toda a diferença: a criatividade!

O João de Barro, por exemplo, não constrói um sistema de casas


para toda a passarada, como os políticos fazem. A exemplo: "Minha
Casa, Minha Vida”. Os animais e os pássaros não sonham. Eles não
desejam crescer, inovar ou criar coisas novas. Ao contrário de nós,
seres humanos, que fazemos projetos. Temos planos e os
colocamos em prática. Sonhamos e realizamos. Isso porque somos
feitos à imagem e semelhança de Deus, e Deus é criativo. Ele é o
Criador.

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IMAGINAÇÃO

Como filhos de Deus, somos capazes de imaginar. A imaginação é a


nossa habilidade de produzir mentalmente imagens, ideias,
pensamentos e até sentimentos que ainda não existem na realidade
e que nem estão disponíveis ainda para os nossos sentidos. A
criatividade é o processo de transformar a imaginação em
realidade.

Criatividade é o processo de transformar


imaginação em realidade

Todas as coisas que vemos hoje, um dia, esteve na imaginação de


alguém, foi o sonho de uma pessoa. O iPhone ou a xícara, por
exemplo. Precisamos entender, porém, que nós temos os nossos
sonhos e que Deus tem os sonhos Dele. Durante esse processo da
mentoria, temos que aprender a sonhar os sonhos de Deus para
nossas vidas.

É o que tenho vivido nos últimos anos. Eu estou fazendo


exatamente o que o Senhor me chamou para fazer. Eu abandonei os
meus sonhos pessoais e particulares para viver os sonhos de Deus
para mim. Esse é o nosso convite para você — viva os sonhos de
Deus para sua vida. Foi exatamente o que Jesus nos ensinou.

“Então Jesus disse aos seus discípulos: Se alguém quiser


acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.

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Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a
vida por minha causa, a encontrará. Pois, que adiantará ao homem
ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem
poderá dar em troca de sua alma? Pois o Filho do homem virá na
glória de seu Pai, com os seus anjos, e então recompensará a cada
um de acordo com o que tenha feito”. (Mateus 16.24-27)

Jesus nunca mentiu e, além disso, sempre foi muito claro em suas
lições para cada um de nós. Ele disse que seríamos suas
testemunhas.

“Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre


vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a
Judéia e Samaria, e até os confins da terra”. (Atos 1.8)

A palavra “testemunha” vem do grego mártys e quer dizer “morrer


por uma causa”. O martírio é um tipo de morte voluntária
relacionada à fé. No caso do cristianismo, o cristão morre por
fidelidade ao Evangelho e a Cristo. O martírio é a ação de quem
sofre, ou seja, dá testemunho de sua causa, que é marcada com o
sangue e o sacrifício da própria vida.

Resumindo, nós fomos convidados a morrer. Os apóstolos morreram


por essa causa. Já, o jovem rico que conversou com Jesus, se
decepcionou e foi embora porque a proposta de Jesus era que ele
abandonasse tudo para segui-lo, mas ele não conseguiu. Relembre
aqui:

“Eis que alguém se aproximou de Jesus e lhe perguntou: Mestre,


que farei de bom para ter a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus:
Por que você me pergunta sobre o que é bom? Há somente um
que é bom. Se você quer entrar na vida, obedeça aos
mandamentos. Quais? Perguntou ele. Jesus respondeu: Não
matarás, não adulterarás, não furtarás, não darás falso
testemunho, honra teu pai e tua mãe e amarás o teu próximo
como a ti mesmo. Disse-lhe o jovem: A tudo isso tenho
obedecido. O que me falta ainda? Jesus respondeu: Se você quer
ser perfeito, vá, venda os seus bens e dê o dinheiro aos pobres,
e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me. Ouvindo
isso, o jovem afastou-se triste, porque tinha muitas riquezas”.
(Mateus 19.16-22)

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Após essa conversa, Pedro lembra a Jesus que ele e os discípulos já
haviam abandonado tudo. E fez outra pergunta: “Que será de nós?”.
Veja aqui a resposta de Jesus a ele:

“Então Pedro lhe respondeu: Nós deixamos tudo para seguir-te!


Que será de nós? Jesus lhes disse: Digo-lhes a verdade: Por
ocasião da regeneração de todas as coisas, quando o Filho do
homem se assentar em seu trono glorioso, vocês que me
seguiram também se assentarão em doze tronos, para julgar as
doze tribos de Israel.
E todos os que tiverem deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe,
filhos ou campos, por minha causa, receberão cem vezes mais e
herdarão a vida eterna”. (Mateus 19.27-29)

O Evangelho é sensacional. Seguir a Cristo é ter dentro da família


de Cristo todas as coisas em abundância. Nós perdemos a nossa
vida, mas ganhamos cem vezes mais. Nós não estamos aqui para
fazer a nossa vontade, mas a vontade do Pai.

Para encerrar, vou dar mais um testemunho. Um dia, eu decidi que


eu iria morrer por esse negócio. O meu propósito é iluminar as
pessoas, independente do que isso possa custar para mim, de
forma que eu possa encerrar minha vida e minha carreira como
Paulo. Particularmente, eu gosto muito de futebol e sou
palmeirense.

Justamente na Final da Libertadores, que eu queria muito ter


assistido, aconteceu um evento importante na igreja e eu também
fui convidado para fazer um casamento, exatamente na hora do
jogo do Palmeiras.

O meu eu queria assistir o jogo, mas eu não vivo mais pelas minhas
vontades e sim por um propósito. E o casamento faz parte de um
propósito divino. Na noite do mesmo dia, o meu filho Gabriel foi
batizado e eu tive a honra, como pai, de viver esse momento
incrível.

Assistir a uma final do Palmeiras pode ser algo maravilhoso, mas


nada se compara às coisas de Deus. Nós devemos morrer por essa
causa, aceitando o convite de Jesus.

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ILUSTRAÇÃO DA AULA

PERGUNTAS E RESPOSTAS

Tenho dificuldade em conciliar meu trabalho de professor


secular do meu chamado na igreja. Dou aula de qualificação
profissional formando jovens para o trabalho. Também sou
formado em Teologia. Como conciliar o estudo teológico com a
educação profissional?
Primeiro: o trabalho está ligado ao propósito? Obrigatoriamente,
não. Mas, provavelmente, sim. O seu propósito não é o que você
faz dentro da igreja. O trabalho até pode fazer parte do propósito,
mas você não precisa ser um pastor, um pregador ou um ministro
da Palavra. O que você precisa ser, é sacerdote.

Segundo: você deve glorificar a Deus fazendo o seu trabalho. Você


está cumprindo seu propósito. Se você foi chamado para ensinar,
você já está cumprindo o seu propósito. Por exemplo, se você
ensina matemática, você pode glorificar a Deus através disso. Use
a matemática para a pregação do Evangelho. Seja criativo. Sendo

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cristão, você prega a Palavra aonde for.

Por outro lado, você também pode dar aula de Teologia na igreja e
está tudo certo. Independente de onde você esteja, trabalhe de
forma excelente.

“Não tem um milímetro deste mundo que Cristo não declare como
seu”. (Abraham Kuyper)

Quer dizer que Deus declara sua soberania sobre todas as áreas da
ciência, seja matemática, engenharia, comunicação ou biologia. A
questão então é de que forma você pode declarar, fielmente,
aquilo que Deus colocou em suas mãos?

Como posso validar o meu propósito? Sinto que já tenho mais


clareza, porém sei que ainda falta alguma coisa.
A primeira pergunta de validação a ser feita, para saber se é parte
do seu propósito, é essa: Trata-se de uma missão egoísta ou ser ve
aos outros? Se ser vir aos outros é propósito.

A segunda coisa que você pode fazer para descobrir é perceber se


você está usando suas habilidades e talentos para solucionar
algum problema que incomoda você no mundo. O que ocorre é que
o seu propósito é um diamante bruto e você precisa lapidar para
chegar a algo mais profundo.

Por exemplo, eu comecei a descobrir o meu propósito com o


seguinte pensamento: “Eu odeio gente burra”. O Douglas, como
meu mentor, me conduziu ao entendimento de que “Eu me
incomodo com a ignorância”.

Eu precisei lapidar a ideia original, que ainda era bruta, até


chegar no meu propósito que é “acabar com a ignorância”. Mas
para chegar até aqui eu demorei muitos anos.

O outro exemplo que eu dou é usando a simbologia do arco e


flecha. Nós lançamos a flecha, várias vezes, mas não acertamos o
alvo. Isso quer dizer que não é propósito, Mas, se você começa a
acertar no alvo, e faz pontos, então é propósito. Seu objetivo,
porém, é chegar nos 100 pontos, ou seja, acertar no centro do

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alvo. Você deve treinar até chegar no 100.

Como saber se Deus deseja que abandonemos nossos sonhos


pessoais para seguir os sonhos Dele?
Não precisa nem saber, isso é o que Deus quer de todos nós. A
questão é saber se os seus sonhos já são os mesmos que os Dele.
E você vai descobrir isso caminhando, conversando com as
pessoas ao seu redor e de outras diversas maneiras. Mas entenda
que os seus sonhos pessoais sempre morrem.

Como desenvolver contentamento no meu chamado?


Essa pergunta é interessante. Sempre que você fizer algo que é o
propósito de Deus em sua vida, você vai se sentir feliz. Por
exemplo, eu ficaria umas 400 horas aqui, falando sobre propósito
e não me cansaria porque é o que eu amo fazer.

Eu descobri que quando falo sobre isso, mexe por dentro, porque
sei que estou ajudando e iluminando pessoas para que vivam de
forma diferente. Lembrando que o propósito (o porquê) nunca
muda. Diferente do “como” que pode variar. O que eu faço pode ser
através de um livro, uma palestra ou uma pregação.

O meu propósito muda conforme o ciclo em que estou vivendo?


O seu propósito não muda nunca, o que ocorre é que ele pode ser
lapidado. Como no meu caso, que um dia pensei que meu
propósito era acabar com gente burra e, depois de muito lapidar,
entendi que é iluminar pessoas.

Mas, o seu “como” pode mudar bastante. Por exemplo, eu escrevi


um livro com o Douglas. Essa é uma forma (como) eu ilumino
pessoas. Estou aqui dando uma aula para vocês, é outro “como” eu
ilumino pessoas. Eu gerencio a igreja, ou seja, faço o meu papel
administrativo para a igreja funcionar e ali também estou
cumprindo meu propósito, o meu porquê. Então, o “como” pode
variar muito.

Até que ponto devemos renunciar? Existe algum limite? E se


estivermos negligenciando nossa família, amigos e outros
relacionamentos, achando que estamos dentro do propósito?
Precisaríamos entender melhor o contexto, mas vamos responder

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de forma básica. Jesus falou sobre a necessidade, em muitos
casos, de abandonar as pessoas por causa dele e que ganharíamos
cem vezes mais. Mas, isso não quer dizer que você vai deixar de
honrar, respeitar e cuidar das pessoas ao seu redor.

E quando falamos da sua casa, vale lembrar que é a sua primeira


igreja, a primeira parte do corpo de Cristo que você toca. Faz
parte da sua missão, a sua família, marido, esposa e filhos. O seu
propósito principal gira em torno de sua família e você precisa
fazer com que ela funcione bem.

Não faz sentido você negligenciar a sua família, abrir mão das
pessoas que você ama, para fazer algo na igreja. Antes você
precisa garantir que todos estejam bem cuidados. Muitas vezes,
passamos por períodos mais intensos em família, quando a
demanda exige muito mais de nós. Nosso papel é atender primeiro
essa demanda familiar.

Reforçando, não negligencie sua família, pois nenhum sucesso na


vida, compensa o fracasso no lar. Não faz sentido você sair para
pregar o Evangelho para outras pessoas quando o seu filho está
perdido. Nossa família deve ser a perfeita expressão da nossa
mensagem.

Como saber qual é o meu propósito se eu não conheço o meu


talento?
Isso é uma falácia, ou seja, uma mentira que nos contaram e
aceitamos como uma verdade. Se alguém, um dia, disse que você
não tem talento, saiba que isso é uma mentira.

O marqueteiro do Adolf Hitler, Joseph Goebbels, que era


oficialmente o “ministro da propaganda do nazismo”, disse certa
vez que “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. Ele foi
uma das figuras mais monstruosas do regime nazista. O
antissemita inventou essa “máxima” e, até os dias de hoje, vemos
que pode funcionar em nosso intelecto.

Substitua essa mentira pela verdade da Palavra de Deus:

“As armas com as quais lutamos não são humanas; pelo

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contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas.
Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o
conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para
torná-lo obediente a Cristo”. (2 Coríntios 10.4,5)

Nós realmente temos muita dificuldade em reconhecer nossos


talentos. Para descobrir, pergunte às pessoas do seu convívio, no
que você é bom. Pergunte qual foi a última coisa mais legal que
você fez. Faça esse tipo de pergunta ao seu marido, esposa,
filhos, pai, mãe, chefe ou professores. O que as pessoas falam de
você? Quais elogios você costuma receber ? Você tem dons e
talentos dados por Deus. Descubra-os.

Meu propósito tem a ver com ensino também, mas atuo como
corretora de imóveis no mundo secular. Na igreja, dou aula para
as crianças, faço parte do grupo de louvor e ainda vou cuidar dos
jovens, no ano que vem. A pergunta é: devo abandonar a
corretagem de imóveis? Como vou me sustentar
financeiramente?
Em primeiro lugar, não existe trabalho secular porque todo
trabalho glorifica a Deus, a não ser que a pessoa esteja se
prostituindo, vendendo drogas ou fazendo algo ilegal. O seu
trabalho justo e honesto glorifica a Deus. A expressão do trabalho
é uma adoração ao Senhor.

A palavra “trabalho”, dita pela primeira vez no jardim do Éden,


significa “cultivar” — do original abade — é a mesma palavra
utilizada pelos sacerdotes do templo, em Levíticos. Então, abade
é trabalhar com a terra, e abade é trabalhar no templo. Repetindo,
trabalhar é adorar ao Senhor.

Se você é uma corretora de imóveis, você está adorando a Deus


através deste trabalho. Você não precisa deixar de ser corretora.
Porém, pode ser que esse trabalho esteja atrapalhando você de
viver o seu propósito.

Agora vamos para a segunda parte. Você citou que, no próximo


ano, vai cuidar de jovens. Vamos supor que o seu propósito seja
exatamente esse. Você pode fazer isso e, ao mesmo tempo, ser
uma corretora de imóveis para se sustentar. E não há problema

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algum nisso.

O único problema é se o seu trabalho for enfadonho, se for algo


que você não suporta mais fazer. Mas se você gosta do seu
trabalho, se você vai bem nisso, e ainda glorifica a Deus, está tudo
certo.

Tire essa ideia da cabeça, de separar o cotidiano do sagrado, pois


nem todas as pessoas viverão o sacerdócio dentro da igreja. Nós
somos sacerdotes no mundo inteiro. Talvez cerca de 5% das
pessoas fiquem na igreja.

O seu trabalho não é secular, essa mentalidade faz você pensar


que é possível haver essa separação. O domingo, por exemplo, não
é o “Dia do Senhor” como dizem, porque para o cristão não existe
um dia específico para o culto a Deus. Nós cultuamos ao Senhor
trabalhando, atendendo às pessoas com amor, sendo justos e
verdadeiros.

Ou estamos numa posição de adoração a Deus, no trabalho, em


casa, no casamento, na igreja, na hora de preparar uma comida ou
estamos num ato de desobediência. Não existe meio termo. Paulo
falou sobre isso, que tudo deve ser feito para a glória de Deus.

Nós não temos um trabalho secundário, tudo faz parte da


adoração, tudo é espiritual. O trabalho do pastor não é mais santo
que os demais trabalhos. Todas as áreas da sociedade precisam
ser redimidas em Cristo.

Um sapateiro perguntou a Martinho Lutero se ele deveria


abandonar a sua profissão para segui-lo naquela revolução da
Reforma Protestante e ele respondeu: “Não, você deve fazer o
melhor sapato do mundo”.

Calvino também é outro exemplo. Ele transformou a região onde


morava, que era um lixão na época dele, e passou a ser um dos
lugares mais incríveis do mundo. Atualmente, Genebra é
considerada a cidade mais rica do mundo e o melhor lugar para
alguém morar. Calvino era um homem muito rico e vendeu tudo
para implantar uma escola pública em sua região. E isso fez total

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diferença.

Hobbies podem atrapalhar o nosso propósito?


A resposta é bem simples. Os hobbies podem fazer parte do
propósito ou não. Por exemplo, eu gosto de futebol e, até o
momento, isso nunca contribuiu para o meu propósito. Talvez
tenha alguma ligação, talvez seja um check point que vai aparecer
lá na frente. Eu não sei. Até agora é um hobbie usado somente
para a minha diversão.

É assim que funciona. Quando eu trabalho, eu trabalho. Quando eu


descanso, eu descanso. As coisas que eu faço enquanto descanso
são assistir a um jogo de futebol, ter um tempo de brincadeiras
com a minha família ou assistir a um filme no Netflix. Nada disso
nos atrapalha, desde que não nos domine. Nós não devemos viver
para assistir Netflix ou futebol. Não trocamos as coisas de Deus
por essas coisas. E a nossa mentoria de hoje termina por aqui.
Não se esqueça, você é uma cópia de Jesus!

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