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ORGANIZADO POR CRIS BELONI

CULTURA DO
DISCIPULADO
MÊS 22 | MENTORIA 43
ENCONTRO DO DIA 01/09/2022

JESUSCOPY | MENTORIA 43 1
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LEITURA
O CUSTO DO
DISCIPULADO
Jonas Madureira

AVISOS

Essa é a 1ª aula da mentoria de setembro, com o tema:


Cultura do Discipulado. Estamos estudando o livro
“O Custo do Discipulado”, de Jonas Madureira.
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Por que é tão importante falar de discipulado?


Em primeiro lugar, porque “fazer discípulos” é o modelo de Jesus para a vida cristã.
A igreja precisa mudar o conceito errado de que sucesso “é gerar muitos filhos”.

Na verdade, o sucesso, conforme os ensinamentos bíblicos, é “formar muitos pais”.


Conforme a Bíblia, Jesus não priorizou a evangelização, mas ele disse: “Vão e façam
discípulos de todas as nações”.

Ultimamente, a Igreja no Brasil vive uma crise, justamente por ter um evangelismo
poderoso e um discipulado mirrado. Por esse motivo, é tempo de assumir o discipu-
lado dentro das comunidades cristãs. É muito necessário entender a necessidade de
transicionar daqueles que “somente fazem” para aqueles que “formam”.

Evangelização e Discipulado
A evangelização pode gerar muitos filhos, mas só o discipulado é capaz de formar
pais. Formar Cristo nas pessoas leva tempo e exige de nossa parte “investimento de
vida” na vida de outras pessoas.

A evangelização é a pregação da palavra de Deus — é a teoria. Enquanto o discipula-


do é ensinar as pessoas a seguirem Jesus — é a prática.

Aparentemente, a evangelização parece ser mais eficaz porque atrai um número maior
de pessoas num espaço menor de tempo. Por exemplo, enquanto há 30 pessoas evan-
gelizadas, há somente 3 discipuladas.

Por quê? Porque o discipulado exige tempo e dedicação. Porém, o resultado chega a
longo prazo e é surpreendente. Cada discípulo é capaz de gerar muitos outros discípu-
los.

Uma pessoa evangelizada é um “filho na fé”, mas uma pessoa discipulada é um “pai”
que vai gerar outros filhos na fé. Se o foco da Igreja for o discipulado, teremos o pla-
neta todo alcançado através do Evangelho de Cristo.

Como líderes, precisamos entender que a matemática do Reino é diferente da


matemática do mundo. Se nós estamos aqui hoje, é justamente por causa desse pro-
cesso de discipulado que começou com Cristo, no 1º século.

Em nossa vida espiritual, só amadurecemos porque tivemos “pais espirituais”, por


isso, precisamos continuar a ter “pais” dentro da Igreja para que ela continue se mul-
tiplicando.

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Mentalidade de multiplicação
É muito importante fazer essa reflexão — quando nossa visão é pequena e limitada,
queremos fazer tudo por nós mesmos. Por exemplo, se a visão for de alcançar 50 cri-
anças da cidade, é possível ter esse alcance por si mesmo.

Porém, quero desafiar você a deixar Deus colocar uma visão em seu coração — quem
sabe 50.000 crianças? Com esse número, uma pessoa não consegue trabalhar sozinha.
Não é possível continuar na lógica do “eu faço”. Será necessário “formar pessoas”
para fazer parte do trabalho que virá pela frente.

Foi exatamente o que Deus fez com Abraão, dando a ele um projeto de multiplicação.
Relembre aqui:

“Levando-o para fora da tenda, disse-lhe: Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que
pode contá-las. E prosseguiu: Assim será a sua descendência”. (Gênesis 15.5)

“Tornarei seus descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e lhes darei todas
estas terras; e por meio da sua descendência todos os povos da terra serão abençoa-
dos, porque Abraão me obedeceu e guardou meus preceitos, meus mandamentos,
meus decretos e minhas leis”. (Gênesis 26.4,5)

“Juro por mim mesmo, declara o Senhor, que por ter feito o que fez, não me negando
seu filho, o seu único filho, esteja certo de que o abençoarei e farei seus descendentes
tão numerosos como as estrelas do céu e como a areia das praias do mar”. (Gênesis
22.16,17)

Para tornar esse projeto viável, era necessário que Abraão formasse a próxima ger-
ação. Perceba que, somente quando ele se deixa ser “engravidado” por aquele sonho,
isso foi possível. Seu único recurso, portanto, seria formar Isaque para ser pai, a fim
de abrir caminho para as futuras gerações.

Qual era a condição de Abraão naquela ocasião?


Ele já tinha gerado o filho da promessa, era próspero, mas precisava que Isaque fosse
pai. Para isso, ele pediu ao seu servo que fosse buscar uma esposa para ele. Veja:

“Abraão já era velho, de idade bem avançada, e o Senhor em tudo o abençoara. Disse
ele ao servo mais velho de sua casa, que era o responsável por tudo quanto tinha:
Ponha a mão debaixo da minha coxa e jure pelo Senhor, o Deus dos céus e o Deus
da terra, que não buscará mulher para meu filho entre as filhas dos cananeus, no
meio dos quais estou vivendo, mas irá à minha terra e buscará entre os meus parentes
uma mulher para meu filho Isaque. O servo lhe perguntou: E se a mulher não quiser
vir comigo a esta terra? Devo então levar teu filho de volta à terra de onde vieste?
Cuidado!, disse Abraão, Não deixe o meu filho voltar para lá. O Senhor, o Deus dos
céus, que me tirou da casa de meu pai e de minha terra natal e que me prometeu sob

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juramento que à minha descendência daria esta terra, enviará o seu anjo adiante de
você para que de lá traga uma mulher para meu filho. Se a mulher não quiser vir, você
estará livre do juramento. Mas não leve o meu filho de volta para lá. Então o servo
pôs a mão debaixo da coxa de Abraão, seu senhor, e jurou cumprir aquela palavra”.
(Gênesis 24.1-9)

Abraão sabia que Isaque precisava ser pai e ter a capacidade de gerar outros pais, para
que a visão dada por Deus se cumprisse sobre a terra.

Voltando ao assunto do discipulado


Muitas vezes, não embarcamos na missão do discipulado por termos uma visão
pequena e limitada. Deixe que Deus “engravide você” com os pensamentos Dele, que
são mais altos e maiores que os seus.

Não tenha medo de sonhar grande! As pessoas sentem medo por vários motivos, seja
por não se sentirem capazes, não saber por onde começar e até por medo do fracasso,
da responsabilidade ou da rejeição.

Ao sonhar grande, você pensa que não vai conseguir realizar?


Saiba que essa é a beleza de sonhar alto, porque fica claro que você vai precisar das
pessoas ao seu redor e, principalmente, vai necessitar de Deus para a realização.

Para realizar um sonho grande é preciso ativar os dons das pessoas ao seu redor e
prepará-las para o trabalho — discipulado. É preciso embarcar no processo do discip-
ulado compreendendo o tamanho da missão.

Segundo a Bíblia, o tamanho da missão é alcançar as nações! Você dá conta disso? Eu


dou conta? A resposta é “não” e por esse motivo é necessário formar líderes que serão
formadores de líderes e, assim, sucessivamente.

As pessoas precisam ter seus dons ativados para cumprir a missão de espalhar o
Evangelho por toda Terra. Discipulado é o caminho para quando temos um sonho
gigantesco.

Por que fazer discípulos?


“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e
do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E
eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”. (Mateus 28.19,20)

Em primeiro lugar precisamos entender que não faremos das pessoas “nossos discípu-
los”, mas discípulos de Jesus. Nós discipulamos pessoas para seguirem os passos de
Cristo. As pessoas não devem ser iguais a nós, mas iguais a Ele. Não existe sentimen-
to de posse ou dependência emocional nessa missão.

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O problema da autossuficiência e o fruto da egolatria


Atualmente, batemos de frente com um grande problema e “fazer discípulos” é a úni-
ca solução. Leia o texto bíblico a seguir:

“Disse a serpente à mulher: Certamente não morrerão! Deus sabe que, no dia em que
dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecedores do bem
e do mal. Quando a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente
aos olhos e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do seu fru-
to, comeu-o e o deu a seu marido, que comeu também”. (Gênesis 3.4-6)

Qual é a proposta do pecado original?


No contexto de Gênesis, fica claro que a proposta do pecado original é a autossufi-
ciência, ou seja, o “governo do eu” — quando a pessoa pensa que não necessita de
Deus.

Quando alguém se senta no trono pensando ter a capacidade de determinar o bem e


o mal, pode estar caindo na armadilha da morte. Preste atenção a esse pensamento:
“Meus olhos serão abertos e eu não preciso mais do relacionamento com Deus”.

Achar-se capaz de tomar decisões sem a orientação do Criador pode ser algo
catastrófico e a “serpente” sabia disso. Quando Eva foi tentada a desobedecer a Deus,
ela ouviu as seguintes palavras:

“Certamente não morrerão! Deus sabe que, no dia em que dele comerem, seus olhos
se abrirão, e vocês serão como Deus”.

Porém, Deus havia falado o contrário. Relembre aqui:

“Não comam do fruto da árvore que está no meio do jardim, nem toquem nele; do
contrário vocês morrerão”. (Gênesis 3.3)

O que Deus quis dizer? Que o relacionamento com Ele seria cortado, como um galho
é cortado de uma árvore — ele pode parecer viçoso, aparentemente, ainda por um
tempo, mas por dentro já está morto, sem a seiva.

“Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto


por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se
não permanecerem em mim. Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém per-
manecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem
fazer coisa alguma”. (João 15.4,5)

Deus não disse que o ser humano morreria para mostrar seu sentimento de raiva ou
vingança, mas Ele estava apenas apontando para o óbvio. Deus estava apontando para
o engano humano da autossuficiência.

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O “governo do eu” é a raiz do pecado. Quando uma pessoa diz “vou fazer do meu
jeito”, ela está rejeitando os planos originais de Deus. A cura é negar a si mesmo,
tomar a sua cruz e seguir Jesus.

Porém, a maioria das pessoas não está disposta a carregar o peso de uma cruz, elas
querem viver do jeito delas e isso gera “desobediência”. As pessoas não conseguem
seguir ordens, pois dentro da egolatria elas foram programadas para favorecer o
próprio “eu”.

As pessoas querem ser a prioridade, elas não querem servir, mas serem servidas.
Outro ponto interessante a ser analisado quando alguém é autossuficiente — a pessoa
pode até obedecer às ordens, mas faz tudo do jeito dela e na ordem que ela mesma
estabeleceu.

A cura é admitir que Deus está no comando e que não iremos mais para onde quere-
mos ir, mas para onde Deus quiser nos levar. Aceitar Jesus como “Senhor e Salvador”
é uma atitude que mostra os dois lados da mesma moeda.

Nós passamos a ter um Deus que nos salva e, ao mesmo tempo, é o nosso Senhor, ou
seja, é Ele quem dita as regras. Jesus nos salva sendo o nosso Senhor, porque Ele está
nos salvando de nós mesmos. Não existe salvação sem obediência e santidade. Ser
salvo é não mais ser governado pelo próprio eu, mas ser governado por Deus. É por
isso que o caminho da cura é o discipulado. O discipulado está ligado ao “siga-me”.

Você já fez o teste de dirigir seguindo outro carro? É necessário desligar o modo
autossuficiência, ou seja, deixar de lado suas ideias a respeito dos melhores caminhos.
Você precisa apenas seguir pelo caminho de quem está na frente, guiando você para
chegar a um determinado lugar.

O mesmo deve acontecer quando decidimos seguir Jesus. Se Ele está na frente, temos
que parar de usar nossas ideias e criatividade para inventar novos caminhos e apenas
obedecer aos seus comandos.

A partir do momento em que vivemos como discípulos, a decisão de seguir em frente,


virar à direita ou esquerda ou dar ré, é somente de Jesus. Nós só devemos obedecer.
Quem segue Jesus, segue também o GPS do Espírito Santo que é instalado em seu
interior.

O problema da frustração das pessoas, hoje em dia, é que novos meios são criados
para resolver as coisas, mas não são os meios de Deus. Logo, suas vontades não são

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satisfeitas. Sendo assim, as pessoas querem culpar a Deus quando seus sonhos não
se realizam. Ocorre que, esses sonhos, não estavam nos planos de Deus, por isso eles
foram em vão. É dessa forma que descobrimos que nossos sonhos, na verdade, eram
apenas ilusões.

Devemos usar toda nossa criatividade, força, inteligência, diploma e recursos para
OBEDECER A DEUS!

Muitas das nossas frustrações acontecem por que fazemos coisas que Deus não pediu
para fazermos, por conta de expectativas que inventamos ao longo de nossa trajetória.

O nosso imaginário pode armar muitas armadilhas e nos fazer parar no meio do
caminho, de forma que nos sentiremos insatisfeitos, tristes e não veremos mais o sen-
tido de nossas vidas.

O objetivo de Jesus é que cada um de nós negue sua própria vida, tome sua cruz e o
siga. As regras são bem simples, mas somos nós quem complicamos. Esse é o pro-
cesso do discipulado. Lembre-se de que Jesus foi um discípulo, mesmo sendo Deus
encarnado.

“Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não con-
siderou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si
mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado
em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de
cruz!” (Filipenses 2.5-8)

“Pois desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele
que me enviou”. (João 6.38)

Jesus provou através de palavras e ações que o “governo do eu” não existia em sua
própria vida. Ele simplesmente obedecia às ordens do Pai.

“Você não crê que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu lhes
digo não são apenas minhas. Pelo contrário, o Pai, que vive em mim, está realizando
a sua obra”. (João 14.10)

Jesus era um discípulo submisso ao Pai. Ele discipulou e nos ensinou a discipular.
Agora vamos mergulhar sobre a maneira bíblica de fazer discípulos.

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“Jesus aproximou-se deles e disse: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra.
Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e
do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E
eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”. (Mateus 28.18-20)

Em primeiro lugar, perceba que “fazer discípulos” não é uma sugestão. Jesus
começou dizendo que tinha “toda autoridade no céu e na terra” e isso quer dizer que
Ele estava dando uma ordem. Cabe a nós obedecer.

Mas, como discipular? Gosto muito de exemplificar através de simbologias.


Vou usar o “prédio do discipulado” para explicar.

1º ANDAR
Rapport — Conexão

Não existe discipulado sem conexão. E ter conexão é ter confiança. Por isso, precis-
amos primeiro ganhar a confiança das pessoas. A porta de entrada do discipulado se
abre quando a pessoa confia em você, então ela “entra no prédio”.

Por esse motivo, devemos manter sigilo sobre tudo o que é falado durante o discip-
ulado. Sem essa conexão, ninguém entra pela porta do prédio, por melhor que seja o
convite.

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Lembre-se, porém, que a confiança não é conquistada da noite para o dia. É


necessário haver companheirismo e amizade. Ninguém sai abrindo o coração para
qualquer um.

E quando você conseguir essa conexão, busque mantê-la. Nunca compartilhe com
outras pessoas o que um discípulo confessou a você. Se, por acaso, você precisar da
ajuda de alguém para esse discipulado e precisar compartilhar algo, sempre peça per-
missão primeiro.

O único momento em que o sigilo deve ser quebrado é em casos de crime. Por exem-
plo, em casos de abuso sexual, maus tratos, algum delito ou infração.

2º ANDAR
Relacionamento — Amor

Ao subir para o segundo andar é possível mergulhar um pouco mais na conexão já


existente. É no próximo nível que acontece o relacionamento. Jesus demonstrou isso
andando por três anos com seus discípulos.

A construção de um discípulo não é automática, antes é necessário derramar vida


sobre a pessoa através de um tempo de qualidade. Portanto, para “fazer um discípulo”
é necessário construir um relacionamento com ele, ou seja, uma amizade, assim como
fez Jesus.

“Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez
disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei
conhecido”. (João 15.15)

Jesus construiu amizades, Ele investia tempo na vida das pessoas. Faça como o Me-
stre, ofereça tempo de qualidade, ame as pessoas que você convidou para entrar no
“prédio do discipulado”.

Não existe discipulado sem tempo de qualidade e esse tempo não precisa ser neces-
sariamente longo. Se você separou 1 hora, que seja sem nenhum tipo de interferência
e sem celular.

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Você pode dizer 10 vezes “eu te amo” para um filho pequeno, mas suas palavras não
terão o mesmo valor que um tempo que você reserva para brincar especialmente com
ele. O mesmo ocorre com filhos adolescentes ou jovens. Você tira um tempo exclu-
sivamente para ouvir o que eles estão sentindo ou pensando? Você tem conversas com
seu filho olhando nos olhos?

Entenda que o maior grito do “eu te amo” está no tempo de qualidade em que passa-
mos com as pessoas. Importe-se com as pessoas — lembrando que “importar” vem
do latim inportus. O “in” quer dizer “para dentro” e o “portus” (que vem de porta)
quer dizer “passagem”. Ou seja, você “passa para dentro” do problema da pessoa.

Mas, para isso, precisa existir a conexão e a confiança. Depois que as duas primeiras
portas foram abertas, a pessoa também abre a porta do coração para que você passe a
conhecer suas dores. Se importar é conhecer o problema da pessoa e sentir como se
fosse seu.

Aprenda também a ouvir o discípulo e comece a honrá-lo. Lembrando que “honrar” é


“tratar como valioso” — mostre o quanto a pessoa é valiosa para você.

3º ANDAR
Restauração — Verdade

Verdade sem amor é crueldade. Amor sem verdade é sedução. O que isso significa?
Que devemos dizer a verdade com cautela e muito amor, se importando com os senti-
mentos da pessoa. No terceiro andar é onde a transformação começa a acontecer, até
chegar ao batismo. E batismo significa morte.

Logo, o discipulado pode ser visto como um “coaching da morte”, porque ajuda a
pessoa a morrer para si mesma e a viver para Cristo. Esse é o momento da morte da
autossuficiência, algo que só acontece quando a verdade é dita com amor.

Cada “coach da morte”, ou seja, cada um de nós, deve ajudar as pessoas a morrerem
para suas próprias vontades e desejos. Esse é o nosso desafio ao conduzir os discípu-
los até o 4º andar.

A restauração de um discípulo começa com a coragem que temos de apontar para o


que é pecado na vida dele. A técnica das perguntas pode ajudar muito nesse processo.

Pode ser que a pessoa não abra o jogo sobre tudo o que acontece na vida dela. Por
exemplo, talvez, ela diga que está fazendo devocionais e não está. Como você pode
descobrir isso? Fazendo perguntas — Você tem feito devocionais? Quantas vezes por
semana? Quais os textos bíblicos? O que Deus tem falado ao seu coração?

Fazer essas perguntas pode ajudar a pessoa a ver que ela não está tão bem quanto
pensava estar. Então, não tenha medo de fazer perguntas.

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4º ANDAR
Reposicionar — Ativar

No último andar, é o lugar de ensinar a pessoa a obedecer e a guardar os mandamen-


tos de Jesus através do exemplo. Lembrando que a última ordem de Jesus foi o “ide e
faça discípulos”.

É necessário treinar pessoas para que elas ensinem também, para que continuem
fazendo discípulos. Dessa forma, elas nunca terão que abandonar o prédio do discipu-
lado, mas descer e subir andares conduzindo outros discípulos.

Paulo ensinou Timóteo e pediu que ele ensinasse outros homens, que também ensi-
nariam outros homens. Como Jesus fez — “Venham após mim e depois vão”.

As pessoas primeiro são servidas e recebem o alimento, depois elas passam a servir
à mesa. Mas, isso só pode acontecer através do exemplo. E a questão não é apenas
“ensinar os mandamentos”, mas “ensinar a obedecer os mandamentos”.

Precisamos entender que existe uma grande diferença entre informação e revelação.
Informação é conteúdo e revelação é o conteúdo encarnado.

Para ensinar os mandamentos usamos uma lousa, uma câmera ou uma ilustração —
isso se chama aula ou mentoria. Para ensinar a obedecer os mandamentos, precisamos
dar exemplos.

Uma coisa é dizer a um marido como ele deve tratar a sua esposa. Outra coisa é levar
ele para sua casa, para que ele “veja” como você trata bem a sua esposa.

Ler e falar a respeito dos mandamentos é uma coisa, ver alguém praticando os man-
damentos é outra. O impacto é infinitamente maior. Quando Jesus disse “agora vão e
façam discípulos”, ele já tinha passado 3 anos trabalhando com eles, mostrando at-
ravés de suas próprias mãos como fazer isso.

É preciso liderar pelo exemplo, e isso não tem como acontecer sem passar pelo andar
do relacionamento. As pessoas precisam estar próximas de você para ver o que você
faz, e como faz.

Os dois lados da moeda, portanto, são importantes: informação e revelação, teoria e


prática, ideia e ação.

E, por último, enquanto você estiver no prédio do discipulado, cuidado para não cair
na tentação de pular algum andar. Não envie pessoas sem tratar o pecado, ou seja,
sem passar pelo 3º andar (restauração). Primeiro ela precisa “morrer para si mesma”
para depois derramar vida sobre a vida de outros.

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Resumindo
• Entre no prédio do discipulado pela porta da conexão. Mostre que você é confiável.

• Depois disso, suba para o andar do relacionamento. Mostre que você se importa,
honra, ouve e ama. Dê tempo de qualidade.

• No próximo andar, trate da restauração, fale a verdade, descubra os pecados e ensine


o caminho da santificação.

• E, por último, reposicione a pessoa ativando seus dons e talentos. Os “nosso filhos”
precisam ter filhos para que novos pais sejam gerados. Envie as pessoas para a missão
de fazer discípulos.

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Com tudo isso em mente, busque fazer um discípulo. Dê o primeiro passo para
discipular alguém.
Se for alguém com quem você já tem um relacionamento, suba para o segundo andar.
Se ainda não há relacionamento, entre pela porta do prédio. Marque esse compromis-
so com alguém.

PERGUNTAS E RESPOSTAS
Tenho amigos não-crentes no trabalho e eles me procuram quando têm prob-
lemas. Porém, posso discipular não crentes?
Entendo quando as pessoas falam que antes do discipulado é preciso evangelizar,
porém, olhando para a prática de Jesus, percebo que ele considerava o discipulado
desde o início. Mas, não vamos perder tempo com essas explicações, vamos direto ao
assunto. Essas pessoas do seu trabalho estão “pedindo” para você evangelizar e dis-
cipular.

Vá mais longe na ajuda que você está prestando. Marque um dia e hora específicos na
semana e tome um café com essas pessoas para falar sobre o problema delas. Mostre
a solução através da Palavra. Tanto faz se você quer chamar isso de evangelismo ou
discipulado, o que realmente importa é que você derrame vida sobre essas pessoas.
Construa relacionamentos, fale a verdade, ouça, honre, ame e se importe com esses
amigos.

Como trabalhar a questão da confissão de pecados?


Essa prática é fundamental no discipulado. Devemos ajudar uns aos outros a vencer
os pecados. Lembrando que a raiz do pecado é o orgulho. Aquele que confessa está se
humilhando. Isso é feito durante o processo da construção do relacionamento.

Construa esse lugar de confiança para que haja confissão de pecados. Comece per-
guntando às pessoas quais as maiores dificuldades delas, o que as tem feito parar e
quais as maiores tentações vividas. Ajude as pessoas a caminhar para esse lugar de
confissão.

O que deve ser falado no discipulado? Existe algo específico para dizer logo no
início ou uma ordem nos ensinamentos?
Há materiais que falam sobre isso. Toda pessoa precisa conhecer as bases da fé cristã
— quem é Jesus, o que é o Evangelho, o Reino de Deus, a justificação, a santificação,
a ressurreição, o que é a Bíblia, quem é o Espírito Santo, etc. Existe um livro muito
bom sobre isso que se chama “Bases da Fé Cristã”, de Wayne Grudem.
Porém, lembre-se que mais importante do que ler o livro, é refletir sobre ele e trocar
experiências. É necessário sair do campo da informação para entrar na revelação e na
prática.

E se o discípulo não for um novo convertido, escolha livros específicos conforme as


necessidades dele. Porém, nunca perca o foco da Palavra.

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Quando devo parar um discipulado?


Quando você percebe que a pessoa não quer mais ser discipulada. Lembre-se das
palavras de Jesus:
“Então Jesus disse aos seus discípulos: Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a
si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. (Mateus 16.24)

Antes de ser discipulado, é preciso querer. Jesus dizia isso e saía andando. Algumas
pessoas o seguiam, mas outras paravam no meio do caminho.

É possível perceber quando as pessoas não têm interesse. Dê um espaço para elas, se
elas o procurarem, comece de novo o discipulado, mas nunca desista de ninguém.

Nunca fui discipulada em minha igreja porque lá não existia essa visão. Posso
discipular mesmo assim?
Sim, desde que você seja um discípulo de Jesus. Você precisa seguir a Cristo para dis-
cipular. Porém, eu quero incentivar você a buscar um discipulado com alguém. Mes-
mo que não haja esse sistema em sua igreja, deve haver alguém mais experiente com
quem você possa conversar. Chame essa pessoa para tomar um café. Vá atrás!

Douglas, quem o discipulou?


Há algumas pessoas que me discipularam e outras que ainda me discipulam. Fui dis-
cipulado pelo pastor Salomão, na igreja do meu pai (Josué Gonçalves). Hoje, meu pai
faz esse papel na minha vida, o pastor Paulo Borges e nós temos discipulado em gru-
po aqui na Família JesusCopy — os líderes que participam também me discipulam.

Como começar o discipulado se eu ainda não prego a Palavra e não tenho muito
conhecimento?
Você pode passar para alguém o que você já aprendeu. Compartilhar o que você
já sabe sobre Deus e o que Ele fez em sua vida, pode ajudar alguém. Quando você
começa a assumir a responsabilidade de ajudar alguém, isso te ajuda a crescer. Ter
responsabilidade faz você “se esticar” no conhecimento.

Além disso, o discipulado não está necessariamente ligado à pregação do Evangelho.


Na pregação você proclama a Palavra e no discipulado você compartilha.

Como saber quando a pessoa está pronta para ser minha discípula?
Lembrando que a pessoa não será “sua” discípula, mas de Jesus. A pergunta correta
seria: Quando uma pessoa está pronta para ser discipulada? E a resposta é: Basta ela
ter nascido de novo para começar esse processo.

Depois disso, vem outra pergunta: Quando a pessoa está pronta para discipular? É
preciso verificar se ela está madura o suficiente para ter a capacidade de cuidar do
outro.

O discipulado tem um fim?


Sim e não. O fim do discipulado seria o momento do envio do discípulo. Mas, pode
acontecer também de um discipulado chegar ao fim quando é específico em uma só
área. Então, a pessoa busca outro discipulador, em outra área de sua necessidade.
Porém, “ser discipulado” nunca tem um fim.

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Como posso escolher meu discipulador quando sinto que necessito?


Você vai escolher uma pessoa que tenha mais Cristo formado nela do que você, e que
tenha mais experiência e maturidade na fé. Sempre aconselhamos que homens dis-
cipulem homens e mulheres discipulem mulheres, para que não haja nenhum tipo de
tentação ou escândalo durante esse processo, porque é algo de extrema intimidade.

Como discipular crianças?


Da forma mais natural possível. Na verdade, todos os pais e mães estão discipulando
seus filhos. A questão é se está discipulando da forma correta. Coloque a Bíblia em
tudo o que você está ensinando e lembre-se que o grande discipulado é demonstrar,
é ser exemplo. É preciso ter muita cautela, pois tudo o que os pais fazem, os filhos
acham que está certo.

O discipulado em grupo é eficaz ou precisa ser individual?


Na próxima mentoria vamos falar especificamente sobre isso.

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