Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
(65) 98112-8133
Regras:
1) começar ao menos com um oi e bom dia, tarde e noite;
2) dizer quem é;
3) qual turma e matéria;
4) seja objetivo;
5) odeio áudios, nunca ouço acima de 2 minutos;
6) áudios somente quando seu teclado estiver quebrado
7) áudios somente quando o momento exigir (situações
de dada emoção, ex; acidente, falecimentos, etc)
Professor e Palestrante
8) texto sem abreviações além do comum, ex: vc, pq, obg, MBA - FGV Rio - Direito Empresarial
tmj! Pos Graduação: Civil, Constitucional
Registro Públicos e I.A
9) não é porque li que responderei na hora. Mestre e Doutorando em Direito
pela UNIMAR -SP
@LEANDROCEZAR Analista do Poder Judiciário
O que Introdução ao tema
Seu Caderno
Ex.: doação é negócio jurídico bilateral. CORRETO. A doação, por ser contrato, é
negócio jurídico bilateral, ou seja, envolve duas pessoas, mas é contrato unilateral,
como regra, por ter obrigações para apenas uma das partes.
art. 685 do CC
É negócio jurídico inter vivos, não se confundindo com os negócios mortis causa, ex.:
testamento (os efeitos serão após a morte). A divisão entre atos inter vivos e mortis
causa está no art. 426 CC.
Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. Há, nesse artigo, a
nulidade absoluta do pacto sucessório (pacta corvina). É nulo porque o art. 166, VII,
fala que é nulo quando a lei proíbe e não estabelece sanção.
(3) Patrimonialidade:
Enunciado 411, V Jornada – o descumprimento de contrato pode gerar dano moral, quando
envolver valor fundamental protegido pela CF/88.
o casamento é um contrato? Honoré Balzac tem um livro chamado contrato de casamento. Existem duas
correntes básicas: a corrente de direito público e a corrente de direito privado. A primeira afirma que o casamento
não é um instituto privado, sendo um ato administrativo (não tem eco no direito moderno). A segunda corrente,
que prevalece, diz que o casamento é um instituto de direito privado, mas se subdivide na corrente não
contratualista e a contratualista. A primeira subcorrente diz que o casamento não é um contrato (Maria Helena
Diniz), mas uma instituição ou, ainda, um negócio complexo com participação do juiz ou, como Leon Duguit, que
dizia que o casamento era um ato-condição (aquele que quando realizado coloca-se em uma situação jurídica
impessoal, com normas imodificáveis). Mas, é a segunda subcorrente que é forte no Brasil desde Clóvis Beviláqua
(Silvio Rodrigues, Orlando Gomes) sendo um contrato especial de direito de família, pois o núcleo do casamento é o
consentimento como qualquer outro contrato.
Porém, parte da doutrina contemporânea contesta essa ideia de Patrimonialidade estrita, pois o contrato também
pode envolver valores existenciais, relativos à tutela da pessoa humana. Surge assim um conceito contemporâneo
ou pós-moderno de contrato. Paulo Nalin – contrato é uma relação intersubjetiva (entre pessoas), baseada no
solidarismo constitucional, e que traz efeitos existenciais e patrimoniais não somente em relação às partes
contratantes, mas em relação a terceiros. De fato, existem contratos que envolvem valores relativos à dignidade da
pessoa humana. Exs.: plano de saúde, contratos de aquisição da casa própria, contratos de direitos de autor.
Porém, durante o século XX, percebeu-se, especialmente após as Grandes Guerras, que o Estado
não poderia ser abstencionista, modificando o Estado Liberal para o Estado Social, alterando as
fórmulas contratuais. Ocorreu, dessa forma, a socialização do direito (condicionar a autonomia
privada em detrimento de valores sociais).
A professora Judite Costa diz que a autonomia não é mais privada, mas solidária. Isso porque a
autonomia privada não é absoluta, mas limitada. Tudo isso se chama de constitucionalização do
direito civil.
Forma
No que tange à forma do contrato, vale lembrar que, em regra, vigora o princípio
da liberdade da forma.
Teoria dos diálogos das fontes (Eric Jaime - Alemanha) no Brasil Claudia Lima Marques.
Enunciado 167, III Jornada – Com o advento do CC/02, houve forte aproximação principiológica
entre o CC e o CDC, no que respeita à regulação contratual, uma vez que ambos são
incorporadores de uma nova teoria geral do contrato.
A teoria do diálogo das fontes foi desenvolvida pela professora Cláudia Lima Marques e sua
aplicação atualmente não se restringe apenas ao direito do consumidor, mas também a toda
inteiração entre os diversos ramos do direito, de modo que eles se autoinfluenciem e
complementem
(i) diálogo sistemático de coerência – quando há aplicação simultânea de duas leis, de modo
que uma sirva de base conceitual para a outra, ex.: o conceito de contrato é extraído do Código
Civil, complementando o conceito de contrato de adesão regido pelo CDC;
Esse princípio substituiu o modelo liberal da autonomia da vontade. Enzo Roppo – O contrato:
fala que os contratos são todos modelos. Virou um carimbo, por isso não poderia se falar em
autonomia da vontade.
Três razões pelas quais a autonomia privada tomou lugar da autonomia da vontade:
1) Crise da vontade – gerou a crise do contrato. Fala-se em morte do contrato (Grant Gilmore).
2) Dirigismo contratual – intervenção do Estado e da lei nos contratos. O Brasil hoje é conhecido
por essa intervenção, principalmente para a proteção de vulneráveis. Ex.: CDC e CC/02 (função
social do contrato).
A liberdade de contratar está relacionada com a escolha da pessoa ou das pessoas com quem o
negócio jurídico será celebrado, sendo, em regra, uma liberdade plena.
É o direito que a pessoa tem de regulamentar os próprios interesses, o que decorre dos
princípios constitucionais da liberdade e da dignidade humana. No plano contratual, desdobra-se
em dois conceitos.
A autonomia privada não é absoluta, devendo ser mitigada pelas normas de ordem pública e
sopesada com outros princípios. Ver art. 425 CC
Qual a diferença entre conceito aberto e cláusula geral? Conceito aberto consiste
simplesmente naquele conceito de conteúdo indeterminado ou fluídico, a ser
preenchido no caso concreto, a exemplo da expressão justa causa (Arruda Alvin
trata como conceito vago). Cláusula geral, a par de compreender o conceito aberto,
traduz uma disposição normativa impositiva ao juiz de modo a conferir-lhe um
mandado, uma determinação, em sua aplicação ao caso concreto (ex.: boa-fé
objetiva).
2) Conceito: princípio contratual de ordem pública (art. 2.035 CC), pelo qual o
contrato deve ser, necessariamente, interpretado/visualizado de acordo com o
contexto da sociedade. O principal impacto desse conceito é a mitigação ou
relativização da autonomia privada e da força obrigatória do contrato (pacta sunt
servanda).
HA DIMENÇÕES NO CONTRATO?
FUNÇÃO SOLIDÁRIA: A TERCEIRA DIMENSÃO DOS CONTRATOS
1
Lívia Gaigher Bósio Campello.
1
Advogada. Doutoranda em Direito das Relações Econômicas e Internacionais pela PUC SP.
2
Advogada. Doutora em Direito Civil Comparado pela PUC SP.
2. PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO
“Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato.
Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da intervenção
mínima e a excepcionalidade da revisão contratual.” (NR)
“Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a presença
de elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados os regimes
jurídicos previstos em leis especiais, garantido também que:
I - as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação das
cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de resolução;
II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; e
III - a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada
Quais os dois erros técnicos do art. 421 CC?
A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do
contrato. Esses dois erros foram observados pelos professores Junqueira e Villaça e
constam no Projeto de Lei nº 699/2011:
1º) a função social do contrato não limita a liberdade de contratar, mas a liberdade
contratual;
2º) função social não é a razão do contrato, mas sim limite ao conteúdo. A razão do
contrato é a autonomia privada. Corrigindo ficaria: A liberdade contratual será
exercida nos limites da função social do contrato.
Sob essa ótica da função social do contrato, o contrato teria eficácia interna e
externa (entendimento majoritário da doutrina e jurisprudência). Dupla eficácia.
Eficácia interna ou intersubjetiva: entre as partes
Continua tendo aplicação o princípio pelo qual o contrato faz lei entre as partes.
Porem, esse princípio é fortemente relativizado pelos princípios da boa-fé objetiva
e da função social do contrato.
BOA FÉ OBJETIVA
Guten Glauben
ALEMÃO - PORTUGUES
a) Boa-fé subjetiva: é um estado psicológico. É a boa-fé do: “eu não sabia”, ou seja, o
indivíduo ignora o possível vício. Ex.: posse de boa-fé. Ex: possuidor de boa-fé, casamento
putativo.
b) Boa-fé objetiva: é uma boa conduta. É a boa-fé concreta. É a presente no plano dos
contratos. Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
A boa-fé objetiva é relacionada aos deveres anexos, laterais ou secundários.
Interpretativa
Integradora
Ex.1: Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do
credor relativamente ao previsto no contrato. O devedor começa a reiteradamente pagar
no centro da cidade de SP, embora o local de origem seja Carapicuíba. Há uma supressio
em relação ao credor e uma surrectio em relação ao devedor.
Ex.2: Informativo 478 STJ – aplicou surrectio em contrato de mandato, entendendo que
houve renúncia tácita em relação à correção monetária. O contrato de honorários previa a
correção monetária, mas o escritório de advocacia passou seis anos sem cobrar. Mesmo
dentro do prazo prescricional houve uma supressio, pela omissão no exercício do direito.
Tu quoque: quer dizer “até tu?” (até tu, Brutus?).
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a
sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes
diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a
prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe
incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de
satisfazê-la.
Venire contra factum proprium non potest
1) comportamento anterior;
2) comportamento posterior;
3) ausência de justa causa; e
4) dano ou receio de dano.
Cláusula PRO AMICO ELIGENDO ou PRO AMICO ELECTO por meio da qual
uma das partes se reserva a faculdade de indicar quem irá assumir a
posição de contratante. Art. 467 - 471 do CC
Essa fase não está prevista no Código Civil de 2002, sendo anterior à formalização
da proposta, podendo ser também denominada fase de proposta não formalizada.
Há divergência na doutrina. Maria Helena Diniz entende que não haveria responsabilidade
contratual nessa fase do negócio. Flavio Tartuce, Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona, entendem que
sim, argumentando que responsabilização do dano é diferente de responsabilização contratual.Os
Enunciados n. 25 e 170 do CJF/STJ. Art. 187 do CC. Enunciado n. 37 do CJF/STJ. Enunciado n. 24 do
CJF/STJ.
FASE DE PROPOSTA, POLICITAÇÃO OU OBLAÇÃO.
1 - Deixa de ser obrigatória a proposta, se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi
imediatamente aceita (art. 428, inc. I). Contrato com declaração consecutiva.
2 - Não será obrigatória a proposta se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido
tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente (art. 428, inc.
II, do CC). Contrato com declarações intervaladas.
3- Não será obrigatória a proposta se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a
resposta dentro do prazo dado pelo proponente (art. 428, inc. III, do CC).
4 - não obriga a proposta, se antes dela ou juntamente com ela, chegar ao conhecimento
da outra parte – o oblato – a retratação do proponente (art. 428, inc. IV, do CC).
Em complemento...
Art. 430 do CC dispõe que, se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao
conhecimento do proponente, este comunicará o fato imediatamente ao aceitante, sob pena de
responder por perdas e danos.
Presente uma aceitação fora do prazo, com adições, restrições ou modificações, haverá nova
proposta, de forma a inverterem-se os papéis entre as partes, conforme comentado (art. 431 do
CC). Contraproposta.
O art. 432 do C.C diz que, se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação
expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, caso não
chegue a tempo a recusa. Esse dispositivo trata da aceitação tácita ou silêncio eloquente, que é
possível no contrato formado entre ausentes.
entre presentes – ou inter praesentes – quando houver uma facilidade de comunicação entre as
partes para que a proposta e a aceitação sejam manifestadas em um curto período de tempo.
entre ausentes – ou inter absentes – quando não houver tal facilidade de comunicação quanto à
relação pergunta-resposta.
O QUE É A TEORIA DA AGNIÇÃO?
se a formação ocorrer entre ausentes, o contrato deve ser reputado como concluído
a partir do momento em que a aceitação for expedida (art. 434, caput, do CC),
conhecida simplesmente também como teoria da informação.
Vale esclarecer que a fase de contrato preliminar não é obrigatória entre as partes,
sendo dispensável.
FASE DE CONTRATO DEFINITIVO
Art. 6.º, V
Código de Defesa do Consumidor não adotou a teoria da imprevisão.
Art. 7.º, § 1.º, da Lei 14.010/2020 em afastar essa revisão daquela prevista
em dispositivos do Código Civil.
Na esteira desse posicionamento, afirma-se que o Código de Defesa do
Consumidor adotou a teoria da base objetiva do negócio jurídico, muito
bem desenvolvida pelos alemães.