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Direito Civil

Teoria Geral dos contratos

Prof° Flavia Jesus

Evolução histórica da teoria g. dos contratos:

- Período anterior ao CC francês de 1804:

Paradigma absolutista:

Absolutismo

Estado sem limites no direito = abusos no setor privado

Estrutura de classes:

Nobreza

Clero

Plebe

Revolução francesa (ou burguesa)

Burguesia = classe emergente

Atividade negocial limitada

- Feudos

- Sem liberdade = circulação de riquezas = bens

- Ideais da revolução francesa:

Igualdade/fraternidade/ liberdade

-Fundamentavam princípios da teo. G. dos contratos.

1) igualdade formal das partes contratantes

2) liberdade de contratar

Atendimento Às necessidades da burguesia

Acesso a qualquer forma de bens

 Pacta sun servanda

- Pacto com força de lei

- Sem intervenção do estado, exceto em questões de ordem pública e contrarias aos bens e
costumes

- Discurso cristalizado no CC francês de 1804 (CC napoleônico)

* retorno da intervenção do estado:


- Evolução social

- ver. Industrial

- Economia de massa

- Guerras

* necessidade de intervenção do estado, haja vista que os contratos se tornaram um


instrumento de exploração do ser humano.

* conceito de contrato:

- é um acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, destinado a


estabelecer uma regularidade de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir,
modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza patrimonial. (Maria Helena Diniz).

- Visa garantir

Autonomia = vontade = privada

- Liberdade de contratar:

- Clausulas

- Condicionadas:

Função social

Interesse social

Evitar desigualdade

- Meios de materialização da vontade das partes

* requisitos de existência e qualidade dos contratos

1) subjetivos:

a) bilateralidade ou plurilateralidade

b) capacidade genérica das partes contratantes

personalidade = aptidão para ser titular =direitos = deveres

capacidade = medida da personalidade

de direito (gozo)

de Fato (exercícios)

- Todos possuem capacidade de direito, mas nem todos possuem capacidade de fato.
(representadas ou assistidas)

- art. 3° do CC

c) aptidão específica para contratar.


Ex. Art. 496 CC

d) consentimento das partes contratantes:

* vontade isenta de vícios

Erro (art. 138 a 144 CC)

Dolo (145 a 150)

Coação (151 a 155)

Lesão (157)

Estado de perigo (156)

Simulação (167)

Fraude (158 a 165)

2 ) Objetivos

a) Licitude do seu objeto

- Não pode ser contrário a lei, moral, princípios de ordem pública, bons costumes.

b) possibilidade física ou jurídica do objeto:

quando o objeto contrariar as leis físico – naturais p. Ex:. levar o pico do Jaraguá até Brasília; ir
além das forças humanas, ou por inexistir, o.ex:. prometer uma “sereia” para um aquário.

b) Determinação do objeto:

- Certo ou determinável

- Elementos (especificações): gênero, espécie, quantidade, características individuais.

Obs: Objeto indeterminável

- Contrato = invalido ineficaz

3) Formas:

- Sem rigorismo

- Declaração de vontade que estabelece o liame obrigacional, gerando efeitos jurídicos


independente da forma que se revista, oral ou escrito (instrumento particular ou público)

- elemento formal em direito contratual é uma exceção, nos casos em que a lei exige, para a
validade do negócio, a observância de certa forma (art. 107 CC) ex:. art. 108 CC – compra e
venda de imóvel.

- Não confundir: forma = conjunto de solenidade

Prova = conjunto de meios para demonstrar


Anotações da aula

História da t. g. dos contratos, iniciamos com o código napoleão, no conceito absolutista onde
os poderes eram concentrados no rei, viviam num estado sem limites no sentido do direito
(famosas cruzadas). Além do tempo e das condições e evoluções nos tempos feudais, os
abusos no setor privado continuavam.

Ocasionando assim a estrutura de classes como nobreza, clero, plebe(burguesia). Estas


diferenças criavam privilégios desproporcionais entre os cidadãos, causando uma discrepância
gigantesca entre as classes.

A burguesia ao ganhar dinheiro não tinha como investir, causando assim a atividade negocial
demasiada limitada, não tendo liberdade para fazer a circulação de riquezas e bens. Iniciando
assim o financiamento dos ideais da revolução francesa (ler Montesquieu)

Aonde revogaram os princípios da teo. G. dos contratos

Sendo eles primordialmente a igualdade formas das partes contratantes e a liberdade de


contratar.

Quebrando esse sistema, temos assim atendendo a burguesia a sua maior necessidade: ter
acesso a qualquer forma de bens.

Na relação jurídica naquela época (e em todas) , surgindo assim cláusula pacta sunt servanda,
onde se faz lei entre as partes, causando assim a mínima intervenção do estado, exceto nas
questões que contrariam os bens costumes e de ordem pública. Esta distinção foi embasada
no código napoleônico.

Após decair estes princípios o estado voltou a interferir nas negociações, de acordo com a
evolução social até a chegada da revolução industrial, chegando a economia de massa, guerras
na Europa. Os contratos nesta situação ocasionaram a intervenção do estado haja vista que se
tornaram instrumento de exploração humana e benefícios que não ocasionavam paridade
entre as partes.

Conceito de contrato ocasiona o acordo entre uma ou mais vontades, uma relação jurídica se
encaixando nas conformidades do ordenamento jurídico, com o fim de adquirir, modificar ou
extinguir relações de natureza patrimonial. Se tornando assim forte instrumento.

Os contratos visam garantir a autonomia da vontade privada, causando assim a liberdade de


contratar.

O emprego do esforço do contrato, contrai a seriedade da função social e interesse social,


evitando assim também a desigualdade das partes. Ou seja, o contrato é o Instrumento de
circulação de riquezas e bens.
Os requisitos da existência dos contratos são:

Dando liberdade, para o contrato ter validade é necessário esse requisito;

a) Subjetivo = bilateralidade ou plurilateralidade = capacidade genérica das partes


(capacidade jurídica dos sujeitos – de Direitos e de fato)

Além da capacidade civil, a lei exige a aptidão especifica para firmar determinado tipo de
contrato p. ex:. 496 CC.

Independentemente de qualquer parte contratante é necessário que este contrato esteja livre
de qualquer vicio. (erro, dolo, coação, lesão, estado de perigo, simulação, fraude).

O objeto tem que ser determinável, para que assim seja valido e eficaz.

O ultimo requisito que é o formal, é a forma do contrato, sendo este, de conceito simples.
Sendo sem rigorismo, a declaração de vontade especifica os liames do contrato.

O elemento formal entra como uma exceção, pois o contrato é SIMPLES. Sendo necessário
obedecera a formas quando a lei estabelecer que assim seja.

Resumo

 CC Francês – 1804
 Revolução Francesa
- Burguesia
- Ideais: Igualdade/Fraternidade/Liberdade

 Fend. Pric. Da T. G. Dos Contratos:


- Igualdade formal das partes
- Liberdade de contratar
 Pacta Sunt Servanda
 Contrato
- Requisitos:
- Subjetivos: Bilateralidade/ Pluralidade
Capacidade – Genérica – Específica
Consentimento das partes
- Objetivos: Objeto Licito
Possib. Física e jurídica
Objeto determinado
- Formais = Livre (pode tudo pelo CC)

Princípios Fundamentais do direito contratual:

1) Clássicos:
1.1)Autonomia da vontade:
- Ampla liberdade de contratar
Liberdade X Limitações

- Criar o contrato - Normas do ord. Púb.

- Contratar ou não - Bons costumes


- Escolher o contratante - Revisão judicial

- Fixar conteúdo - Solidariedade

- Função social

- Igualdade Substancial

1.2) Consensualismo
- O simples acordo de duas ou mais vontades, basta para gerar um contrato.

1.3)Obrigatoriedade contratual (convencional):


- Cumprimento fiel das estipulações, sob pena de execução patrimonial contra o
inadimplente.
- Ato negocial = norma jurídica, salvo por rescisão de ambas as partes ou por
escusa (caso fortuito ou força maior – Art. 393, P. ún. Do CC)
- Inalterabilidade do conteúdo seguir judicialmente, salvo por excessiva
onerosidade no cumprimento da prestação (lei 8078/90, art. 6°, V, 51, CDC;
478,479 e 480 do CC)

2) Modernos:

2.1) Boa – fé

- Probidade: Lealdade

Honradez

Integridade

Confiança recíproca

 Boa – fé
- Objetiva = Confiança/honestidade
- Subjetiva = Manifestação da vontade, art. 113 (interpretação) e 422 do CC

2.2) Autonomia privada:

- Poder conferido as partes para criar as regras das relações privadas, desde que obedecidos os
limites legais.

- É diferente de autonomia da vontade:

Desdobramento do princípio da dignidade humana, seu querer interno.

2.3) Justiça contratual:

- Relação de paridade entre as partes;

- Igualdade material

- Equilíbrio entre as prestações originadas de uma determinada relação contratual.


3) Função social:

- Ordenamento jurídico que visa conferir às partes, instrumentos jurídicos aptos a


inibir ou coibir qualquer desigualdade na relação jurídica contratual, visando a
realização das finalidades sociais delineadas pela ordem pública, relacionando-se
assim com a satisfação dos interesses.

4) Dirigismo contratual:
É a intervenção do estado nos contratos, inicialmente para efetivar o equilíbrio entre
as partes contratuais, criando normas gerais e posteriormente, o interesse social, com
o estado criando as regras para preserva-los.
A liberdade contratual, ao longo do tempo, implicou em mutações na teoria geral dos
contratos, para adequação dos modelos sociais de cada época.
- Prática sem controle da liberdade:
Comprometimento da igualdade econômica
- Obstáculo à efetivação da justiça social.
- Circunstâncias imprevistas:
- Inflação
- Variação cambial
Interferiam na execução dos contratos, mudando substancialmente as bases.
- Objetivo do dirigismo:
Limitação à autonomia privada
- Fortalece a realidade jurídica – contratual existente a partir da norma jurídica estatal.

5) Clausula “rebus sic stantibus”:


- Origem = dir. canônico, que adotou a teoria da imprevisão.
- Princípio da revisão: “lei de failot”, francesa. Os contratos mercantis estipulados
antes de 1°/8/1914 (primeira guerra mundial), cuja execução se prolongasse no
tempo, poderiam ser resolvidos, se em virtude da guerra o cumprimento das
obrigações, por qualquer das partes, lhe causasse prejuízo, cujo montante excedesse a
previsão que pudesse ser feita razoavelmente, ao tempo da sua celebração.
- Modificação judicial.
- Art. 317, 478 e SS. Do CC.

Anotações da Aula

Princípios clássicos: autonomia da vontade, nós temos a ampla liberdade de contratar, sendo
de formato livre e simples, tais como contratar ou não contratar parte da liberdade das partes,
fazendo valer assim a autonomia, escolher o contratante ou fixar o conteúdo do contrato.
Todas validadas se não se contrapor em relação aos princípios da limitação dos contratos
como as normas de ordem pública, bons costumes, revisão judicial, solidariedade, função
social, igualdade substancial.

O consensualismo, basta que o simples consenso e acordo das partes bastará para gerar um
contrato válido.

A obrigatoriedade contratual é uma convenção entre as partes e se espera que elas irão
cumprir com a fixação do conteúdo, sob pena de execução patrimonial contra o inadimplente.
E ela se deve ao estar pactuando um ato negocial onde se faz lei entre as partes.

a inalterabilidade do conteúdo significa que seguindo judicialmente só será alterado o


conteúdo avençado no contrato em ocasiões de excessiva onerosidade.

Princípios modernos, tais como Boa – fé/ probidade, é o comportamento que é prezado pelas
partes, que é esperado, como Lealdade, honradez, integridade e confiança reciproca, tendo
hombridade em cumprir com a obrigação.

Dividindo-se em boa-fé objetiva como a honra da pessoa, a confiança, A boa-fé subjetiva em


relação a manifestação e interpretação.

Autonomia privada, cria regras e faz lei tão somente as partes do contrato nas observações
do limite legal, diferenciando-se da autonomia da vontade.

Justiça contratual nos traz a ideia da balança, o equilíbrio que deve prevalecer uma situação
de paridade entre as partes e igualdade material.

A cada prestação é necessária uma contraprestação em posição sempre de paridade entre o


objeto avençado e às partes, mantendo sempre o equilíbrio.

A função social, que pelo ordenamento jurídico confere às partes INTRUMENTOS JURÍDICOS
APTOS A INIBIR OU COIBIR qualquer desigualdade presente no negócio jurídico.

Dirigismo contratual, é a intervenção do estado para efetivar o equilíbrio nos casos de abusos
sendo que o contrato cria normas entre as partes, em nome do interesse social criando regras
para preserva-lo, o que veio a implicar em mutações na T. G dos Contratos, atualizando aos
modelos sociais de cada época, circunstâncias imprevistas econômicas de inflação e variação
cambial, ocasionando mudanças substanciais nas bases dos contratos.

Clausula Rebus Sic Stantibus, derivada do direito canônico.

Aula 3

Clausula Rebus Sic Stantibus, derivada do direito canônico.

 Origem: Direito canônico, que adotou a teoria da imprevisão


 Lei de Failot, francesa, consagrou o PRINCIPIO DA REVISÃO, dispondo que os contratos
mercantis, anteriores a 1°/08/1914, cuja execução se prolongasse no tempo, poderiam
ser resolvidos, se em virtude da Guerra, o cumprimento das obrigações implicasse em
prejuízos cujo montante excedesse a previsão que pudesse ser feita, razoavelmente ao
tempo de sua celebração;
 Possibilidade de modificar clausulas pelo P. judiciário;
 Art. 317, 478 e SS do CC, visando a equivalência das prestações das partes no contrato,
revisando-o para não onerar excessivamente uma das partes.

Requisitos:

1. Excessiva onerosidade contratual;


2. Contrato não totalmente cumprido;
3. Motivo estranho às partes (imprevisibilidade);
4. Contrato de execução diferida (duradoura) ou trato sucessivo;
5. Apenas para as relações civis puras, pois as regras pelo CDC, basta a onerosidade
excessiva (art. 51 do CDC);
6. Nexo causal entre a onerosidade, a vantagem excessiva e a alteração
circunstancial objetiva;
7. inimputabilidade às partes pela mudança circunstancial.

Cláusulas abusivas:

 Art. 423 do CC: cláusulas ambíguas (vários sentidos) ou contraditórios (incoerentes,


duvidosas, obscuras).
 As cláusulas devem ser redigidas de forma clara e precisa, de modo a facilitar a
compreensão. Neste caso adota-se a interpretação mais benéfica e favorável ao
aderente, resultando na isonomia contratual e igualdade entre as partes.
 Art. 424 do CC: renúncia antecipada a direito resultante da natureza do negócio.
(cláusulas abusivas e leoninas).
 Cláusulas nulas por ferir aos princípios da probidade e da boa-fé, o contrato deverá
atingir a sua função social.
 Ler art. 51 do CDC

Interpretação

1. Hermenêutica e interpretação:
A) Hermenêutica: é o processo que utiliza o interprete para elaborar seu convencimento
(teoria dos princípios reguladores da interpretação)
 Totalmente abstrata;
 Ciência universal e objetiva.
B) Interpretação:
 É a formula encontrada para capturar o significado de uma norma através da utilização
de métodos hermenêuticos.
 Concreta, só desponta na evidencia de um caso concreto a ser analisado e esclarecido.
 Baseia-se na experiência, sem ter caráter dogmático.
 Exercício de compreensão.
 Função do intérprete: revelar o sentido mais apropriado da norma para a vida real.
2) métodos hermenêuticos:
a) gramatical: apuração dos significados das palavras que formam o texto normativo, deixando
nítida a linguagem empregada pelo autor da norma. (pontes de Miranda)

B) histórico: aspecto genético de norma, remontando ao tempo do projeto normativo, o que


justificou o seu nascimento, quais foram os impulsos da época que levaram a elaboração
daquele dispositivo. (Sit. Históricas).

C) sistemático: global ou estrutural, parte de uma interpretação que analisa a norma


atentando-se para o fato de que o direito é um conjunto de princípios e regras, coordenadas
entre si, que funcionam dentro de uma estrutura organizada. (luiz Roberto Barroso ee Cesar
Fiusa)

D) teleológico: ou finalista, apregoa que para se ter o real sentido de uma norma é
indispensável procurar o seu objetivo, o que, em última análise, corresponde a razão de ser
daquele enunciado. (Carlos Maximiliano)

E) sociológico: observa-se todos os fatos da sociedade na qual este preceito está inserido. É a
base dos ideais de justiça contratual, pois ao observar as necessidades práticas da vida, o
interprete se orienta acerca das exigências impostas pela comunidade da qual faz parte a
norma em estudo.

Sobreposição de interesses coletivos aos de ordem privada, já que se torna imperioso fazer
com que a vontade dos autores da norma se submeta ao bem comum. (Carlos Maximiliano).

3) interpretação dos contratos:

Terá por escopo determinar o conteúdo contratual duvidoso, buscando seu verdadeiro
sentido, eliminando ambiguidades, dúvidas ou contradições (Maria Helena Diniz)

a) Regras: são várias, Maria H. Diniz, enumera 25, no documento “Traité des obligations”,
o mestre francês Pothier reuniu princípios de hermenêutica dos textos do Direito
Romano, aditadas às normas considerações da doutrina, resultam na seguinte
listagem:
a) Buscar a intenção das partes no ato da elaboração do contrato ainda que
literalmente;
b) Dar atenção ao que é exequível (cláusulas ambíguas);
c) Expressões dúbias, entende-las no sentido que mais convenha à natureza e ao
objeto do contrato. Ex.: locação de apartamento onde o aluguel equivale à R$
24,000,00 durante 5 anos.
d) Esta quantia não se entende que deverá ser paga de uma vez, mas mensalmente
em parcelas de R$ 400,00.
e) Expressões ambíguas: interpretar segundo o uso no local onde o contrato for
estipulado.
Ex.: compra e venda
A expressão – alqueire, como unidade de medida da superfície agrária, equivale
em MG, RJ e Goiás à 10,000 braças quadradas ou 4,42 hectares.
f) Considerar implícito, em todo o contrato os costumes locais.
g) Em caso de dúvida, inclinar-se a favor daquele que contraiu a obrigação.
h) Considerar as disposições em conjunto e não isoladamente.
i) Os termos gerais empregados não podem observar fatos que as partes não
quiseram incluir no contrato.
j) Para contratos que tem por objeto uma universalidade de coisas, os valores
singulares seguem os universais.
k) Impedir que fato concreto utilizado para exemplificar certa obrigação (dúvida)
restrinja o vínculo contratual.
l) Clausulas elaboradas no plural se decompõe, muitas vezes em clausulas singulares.
Ex.: o pagamento do aluguel todo dia 1° do mês (a cada mês).
m) Analisar o vocábulo que está no fim de um período como algo que se relaciona
com toda a frase e não apenas com aquilo que imediatamente o precede. Ex.:
Locação de apartamento.
 Encargos: taxas, impostos, despesas condominiais, serão pagas pelo locador: o adjetivo
“condominiais” não se refere somente às contribuições, mas a toda as taxas também.
n) Clausulas obscuras, má-fé ou culpa de um dos contratantes, considera-la em
prejuízo daquele que a estipulou.
o) Rejeitar as expressões que se apresentem sem qualquer sentido.
Observações:
CC - Normas:
Arts. 112 e 114 – contrato benéfico;
Fiança por escrito sem interpretação extensiva, art. 819 do CC;
Art. 113, art. 423
CDC – art. 47 – em prol do consumidor
Lei 9610/98, §4°. – Direitos autorais.

Formação dos contratos

1. Elementos indispensáveis:
a) Acordo de vontades:
 Tácito (art. 104, III do CC);
 Expresso. (expresso na lei)
b) Proposta e aceitação;
c) Força obrigatória;
d) Local de celebração do negócio.

2) Fase de formação de vínculo:

a) negociações preliminares:

 Conversações prévias, e estudo sobre os interesses das partes, visando


contrato futuro.
 Sem vinculação jurídica das partes;
 Responsabilidade civil: apesar do estabelecimento de pontos da relação
contratual, os acordos parciais, carecem de valor de obrigatoriedade, salvo,
diante de despesas, art. 186 e 927 do CC;
 Aplicação das normas que regem a culpa extracontratual, desde que haja
dolo, negligência ou imperícia por parte do desistente.

b) Proposta ou policitação:

 Primeira fase efetiva (disciplinada em lei) da contratação;


 É a manifestação de vontade dirigida por uma pessoa (proponente) a outra
(oblato), demonstrando que existe real intenção de contratar;
 O CC não elenca;
 Deve conter todos os elementos do negócio jurídico: a) séria; b) concreta; c)
precisa, clara;
 Obrigatoriedade:
a) O proponente não pode revoga-la por certo tempo, a partir de sua
existência, assegurando estabilidade nas relações contratuais (427 CC);
b) Subsiste com a morte ou incapacidade, salvo se outra for a intenção;
c) Transmite-se aos herdeiros ou representantes com todas as suas
consequências jurídicas, tendo o direito de retratação. (428, IIV CC);
d) Força vinculante não absoluta (427, 2°. Parte e 428 CC);
1. Clausula expressa de não obrigatoriedade;
2. Não obrigatoriedade pela natureza do negócio (427 CC);
3. Circunstâncias que exoneram o proponente (428, p. final):
 Proposta sem prazo a pessoa presente sem aceitação imediata;
 Proposta com prazo a ausente, calculando-se o tempo da resposta conforme o
meio de comunicação, que perde sua vinculação ao ser dada fora do prazo.

c) aceitação:

 Manifestação de concordância com os termos da proposta apresentada.


 Realizada dentro do prazo;
 Requisitos:
Livre, exceto contratos solenes;
Expressa ou tácita;
 Só produz efeito se a adesão for plena (colidência de declarações de vontade
431 CC)
 Deve ser oportuna (430/431 CC):
a) Sem prazo, perdura até a retratação, antes da aceitação;
b) Se com prazo, suficiente para a resposta, só vinculará se aceita dentro do
prazo. Se fora do prazo por motivos alheios a vontade do proponente,
este deve comunicar sob pena de indenizar;
c) Retardamento da resposta equivale à aceitação tácita, devendo a recusa
ser comunicada imediatamente a recepção inoportuna.
Deve ser integral (oferta total);
Deve ser conclusiva e coerente: identificação do momento, formação da
relação.

Espécies:

a) Entre presentes: diretamente ou por meio de comunicação semelhante, p.ex.:


telefone, e-mail;
Sem prazo: a manifestação deverá ser imediata, sob pena de perder a força vinculante;
Com prazo; deverá ser manifestada dentro do tempo concedido.
b) Entre ausentes: indiretamente ou por intermediário ou correspondência, etc.
Com prazo: observar o prazo, porém, o atraso sem culpa do aceitante, gera a
necessidade de comunicar ao oblato, sob pena de perdas e danos (430 CC);
Sem prazo; a manifestação deverá ser dentro do tempo hábil de forma que a resposta
chegue ao proponente.
 Atenção: a retratação do aceitante deve chegar ao proponente antes ou junto
da resposta, considerando-se a aceitação inexistente;
Recusa antecipada ou concomitante à resposta: vínculo desfeito (falta de
colidência);
Recusa tardia: manutenção do vínculo.

Conclusão do contrato: verificação do momento em que o liame jurídico se formou sem


possibilidade de retratação, obrigando as partes sobre pena de perdas e danos.

Maria Helena Diniz: o problema está entre ausentes.

Teorias:

I. Informação ou cognição: O contrato será perfeito com o conhecimento da


aceitação. (Teoria em desuso pela dificuldade do aceitante provar fraude);
II. Declaração ou agnição: Se aperfeiçoa no momento da manifestação, aquiescência
ou proposta:
Subteorias:
Declaração: vínculo com a formação (redação) da resposta;
Expedição: é necessário enviar a resposta;
Recepção: resposta favorável independente de leitura.
Código Civil: aceitou a teoria da declaração ou agnição, de forma mitigada com
exceções.

Exceções: art. , II e III CC


Ausentes:
III. Se consuma com o compromisso de esperar;
IV. Não se perfaz com a expedição se não chegar no prazo convencionado.
Local de celebração:
Local da proposta (435 CC);
Internacional: local onde o proponente residir (LINDB art. 9°, §2. °), internet.
Contraproposta: considera-se o local onde fora feita (equiparando-se à aceitação
condicional).

Efeitos dos contratos perante terceiro


1. Estipulação em favor de terceiro;
2. Promessa por fato de terceiro;
3. Contrato com pessoa a declarar;
4. Garantias contratuais.

1. Estipulação em favor de terceiro:


Previsão legal: art. 436 ao 438 do CC;
Conceito: contrato que se forma quando uma pessoa (estipulante) convenciona com
outra (proponente) uma obrigação em que a prestação será cumprida em favor de
outra pessoa (beneficiário).
Ex.: Seguro de vida.
Segurado (estipulante) – mediante pagamento de prêmio, consegue da seguradora
(proponente) promessa de pagamento a terceiro(beneficiário), por ela indicado, por
ocasião de seu falecimento certa quantia em dinheiro.

Requisitos:
I. Subjetivos:
a. Estipulante: pessoa que em nome próprio contrata em benefício e no
interesse de terceiro, obtendo promessa em favor do beneficiário;
b. Promitente (devedor): aquele se obriga perante o estipulante em favor do
terceiro;
c. Beneficiário: terceiro a quem o contrato aproveitará. Deverá ser
totalmente estranho ao contrato, independentemente de sua capacidade
genérica, cabendo esta somente ao estipulante e ao promitente.
II. objetivos:
a. Objeto: lícito e possível;
b. Apreciação pecuniária: vantagem patrimonial gratuita ou não, que
beneficie pessoa alheia à convenção;
III. Formal: Livre, por tratar-se de contrato consensual.

Efeitos:
a. Estipulante e promitente: comportamento similar a qualquer contratação.
Promitente se obriga em relação ao terceiro, e não se desobriga em
relação ao estipulante, que poderá:
Exigir o adimplemento (436 CC)
Substituir o beneficiário (438, par. Único do CC)
Exonerar o promitente;
Revogar o contrato liberando o promitente da obrigação (perante o
terceiro), mantendo a obrigação perante o estipulante (salvo estipulação
em contrário).
b. Promitente e terceiro: Surge somente no momento da execução do
contrato, quando o terceiro passa a ser o credor, exigindo a prestação,
desde que se sujeito às condições do contrato por ele aceito, enquanto o
estipulante não o inovar (436, p. ún. E 438 CC); o promitente jamais
poderá opor ao beneficiário o crédito que ele eventualmente tenha com o
estipulante.
c. Estipulante e terceiro beneficiário;
O estipulante poderá substituir o beneficiário;
Poderá exonerar o promitente (estipulação sem efeito), se o terceiro não
se reservou o direito de execução (437 CC);
A aceitação do terceiro consolida o direito, tornando-o irrevogável.

2. Promessa por fato de terceiro:


Previsão legal: arts. 439 e 440 do CC;
conceito: Dá-se quando o promitente se compromete a conseguir que terceira pessoa
assuma a obrigação de fazer, não fazer ou dar alguma coisa de interesse do outro
contratante, sendo o terceiro estranho ao contrato.
Requisitos:
a. Contratantes: duas pessoas capazes e aptas a criar direitos e obrigações que
ajustem negócio, tendo por objeto a prestação de um fato a ser cumprido por
outra pessoa;
b. Consentimento do terceiro: aquele que se obriga perante o contratante deverá
obter o consentimento de terceiro;
c. Obrigatoriedade: o terceiro não se obriga ao cumprimento, salvo se consentir. O
cumprimento exonera o promitente. A inadimplência implica em perdas e danos
(439 CC).
d. Ação: contra o devedor primário (promitente), que não responderá se:
a. O terceiro for cônjuge;
b. Ato depender de anuência (outorga uxória) e a indenização recair sobre bens
comuns.
Exoneração do promitente: prestação impossível (fisicamente ou
juridicamente) ou ilícita (166, II CC).

Diferença entre estipulação e promessa:


a. O terceiro só se obriga se der seu consentimento;
b. O credor será sempre o mesmo, com direito oponível ao seu contratante até o
consentimento do terceiro e contra este a partir de sua anuência;
c. Os dois devedores são sucessivos e não simultâneos, havendo sucessividade quando o
terceiro concorda em prestar o ato;
d. Na estipulação a obrigação é criada em favor de terceiro, sem qualquer ônus para
este, ao passo que a promessa se tem por objeto obrigar o terceiro pela prestação.

EFEITOS DOS CONTRATOS PERANTE TERCEIRO

3) contrato com pessoa a declarar:

 Previsão legal: arts. 467 e 471 CC;


 Conceito: é aquele pelo qual se indica outra pessoa para adquirir direitos ou assumir
obrigações nele previstas, desde o momento da celebração.
 Efeitos: somente entre os contratantes originários (470 e 471)
Falta de indicação de terceiro;
Indicação rejeitada;
Indicado insolvente ou incapaz.

GARANTIAS CONTRATUAIS

Os contratos estabelecem um vínculo entre as partes, garantindo a confecção perfeita do


negócio jurídico. Para tanto, quem realiza um contrato possui algumas garantias, inerentes ao
próprio documento. Assim, o alienante é obrigado a fazer bons a coisa e os direitos
transmitidos, no que concerne à coisa, a garantia se dá acerca dos vícios redibitórios, no que
concerne ao direito, evicção.
I. Vícios redibitórios:
Previsão: art. 441 ao 446 CC; art. 18 CDC.
Conceito: defeitos ocultos da coisa que a torna imprópria ao fim a que se destina
ou lhe diminui o valor de tal forma que o contrato não se teria realizado.
Requisitos necessários à configuração dos vícios:
a. Contrato: comutativo, doação onerosa (441, parágrafo único do CC);
b. Defeito: oculto, ou seja, imperceptível aos olhos de uma pessoa de diligência média
mediante exame elementar da coisa;
c. Desconhecimento do vício: a adquirente deverá desconhecer o fato à alienação;
d. Preexistência: o vício deverá existir à época da celebração do negócio;
e. Vício prejudicial à utilização da coisa ou determinante da diminuição de ser valor: o
vício deve tornar a coisa completamente imprópria ao uso a que se destina ou lhe
reduzir o valor.
Consequências jurídicas: O adquirente terá o direito de rejeitar a coisa e exigir a
devolução dela e do valor pago ou pedir abatimento do preço.
a. A ignorância desses vícios pelo alienante não eximirá da responsabilidade (art. 443
CC), a má-fé, implicará em dever de restituir além de perdas e danos; se de boa-fé,
restituirá e arcará com as despesas contratuais;
b. Os limites da garantia, o quantum do ressarcimento e os prazos respectivos poderão
ser ampliados restringidos ou até mesmo suprimidos pelos contraentes; entretanto,
nesta última hipótese, o adquirente assumirá o risco do defeito oculto;
c. A responsabilidade do alienante persiste, ainda que a coisa pereça em poder do
alienatário, em razão de vício oculto, já existente ao tempo da tradição (144 CC),
devendo restituir o que recebeu e as despesas com o contrato;
d. O adquirente poderá reclamar o abatimento no preço (442, CC).
 Ações:
a. Redibitória: o adquirente rejeita a coisa, rescindindo o contrato e cobrando o preço
pago;
b. Estimatória ou quanti minoris: conserva a coisa e reclama abatimento;
c. Prazo:
Decadencial: art. 445 CC;
Ordinário: 30 dias para bens móveis e 01 ano para bens imóveis.
Vício oculto de difícil constatação: até 180 dias para bens móveis e 01 ano para bens
imóveis;
Se o adquirente já estava na posse da coisa: 15 dias para móveis e 180 para bens
imóveis.
II. EVICÇÃO
 Previsão legal: arts. 447 ao 457 do CC
 Conceito: é a perda total ou parcial da coisa, por força judicial, fundada em motivo
jurídico anterior, que a confere a outrem, seu verdadeiro dono, com o reconhecimento
em juízo de ônus sobre a mesma coisa, não denunciado oportunamente no contrato. A
garantia prevalece ainda que a coisa tenha sido adquirida em hasta pública ou por
meio de dação em pagamento.
 Sujeitos:
a. Evicto: adquirente que perda a coisa adquirida;
b. Alienante: aquele que transfere ao evicto pelo contrato;
c. Evictor: é o terceiro que move a ação e vem a ganhar total ou parcialmente o objeto
do contrato.
 Requisitos para que se dê a garantia:
a. Contrato oneroso:
b. Perda total ou parcial (450, I a III CC) ou parcial (455 CC) da propriedade ou da posse
da coisa alienada pelo adquirente;
c. Sentença judicial transitada em julgado, declarando a evicção;
d. Anterioridade do direito do evictor: a causa deve ser preexistente ao contrato entre o
alienante e o adquirente, mediante o qual o Evicto o adquiriu;
e. Denunciação da lide: art. 456 CC, o alienante para poder exercitar o direito que da
evicção lhe resulta, deverá notificar do litígio o Alienante, como e quando lhe
determinarem as leis processuais.
 Reforço, redução e exclusão da responsabilidade pela evicção: art. 448 CC, a
estipulação deverá ser realizada mediante acordo entre as partes sobre a garantia pelo
risco da evicção. No caso do reforço ou redução, as partes podem convencionar. No
reforço da responsabilidade pela evicção, se houver clausula no contrato, a sentença
deverá indicar esse reforço, valendo como título executivo. Estipulando-se a redução
ou a exclusão da garantia, cumprir-se-á o que se pactuou. Apesar de haver cláusula
que exclua a responsabilidade pela evicção, ocorrendo esta, o evicto terá direito de
cobrar o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou dele
informado, não o assumiu. (449 CC).

Classificação dos contratos


I. Quanto aos deveres das partes:
a. Unilaterais: cria deveres apenas para uma das partes;
b. Bilateral (ou sinalagmáticos): Cria deveres para ambas as partes;
c. Plurilaterais: são formados pela participação de três ou mais pessoas, em que todas
assumem obrigações em busca dos interesses comuns.
Ex.: contrato de sociedade.
II. Quanto ao benefício das partes:
a. Oneroso: ambas as partes se beneficiam, pois ambos sofrem um sacrifício patrimonial,
correspondente a um projeto almejado. Ex.: locação de coisa. O locatário paga o
aluguel para poder usar e gozar do bem, e o locador entrega o objeto que lhe pertence
para receber aquele pagamento.
b. Gratuito: apenas uma das partes se beneficia juridicamente do contrato. Ex.: Doação
pura.
III. Quanto aos riscos do contrato:
a. Comutativo: prestações determinadas. Cada contratante se obriga a dar ou fazer algo
que é considerado como equivalente ao que lhe dão oi que lhe fazem.
b. Aleatórios: prestações indeterminadas. Há incerteza quanto à prestação (depende de
um risco futuro e incerto, não se podendo antecipar seu montante). Neste contrato há
risco (Alea). O contrato poderá ser aleatório quanto à:
1. Existência da coisa (emptio spei) 458 CC;
2. Quantidade da coisa (emptio rei sperarae) 459 CC;
3. Sujeito ao perecimento da coisa, art. 460 CC.
Ex.: Contrato de seguro que é aleatório para a seguradora (prestação depende de
evento futuro e incerto – sinistro), mas não é aleatório par ao segurado que terá
de pagar o prêmio na apólice.

Observações:
Em qualquer dos casos, não poderá o alienante agravar o risco do adquirente, pois é este o
elemento que rompe a disposição de contrato aleatório:

Ex.: aquisição de safra de café por B, assim, A o alienante não poderá deixar de irriga-la e
cuidar, por já ter alienado a safra;

O perecimento do objeto: a alienação aleatória poderá ser anulada por “dolo”, se o


contratante ignorava a consumação do risco a que no contrato se considerava exposta a coisa.

Ex.: a coisa já não mais existia. Art. 461 CC

IV. Quanto à previsão legal:


a. Típicos ou nominados: previstos e regulamentados por lei. O modo de
desenvolvimento e previstos pela lei, daí decorre a sua tipicidade;
b. Atípicos ou inominados: não há designação em lei, estão dentro da esfera de liberdade
das partes (425 CC).
V. Quanto à forma de aperfeiçoamento:
A. Consensuais: forma-se com a manifestação da vontade.
B. Reais: forma-se com a entrega da coisa.
VI. Quanto à consideração recíproca (ou existência/autonomia):
a. Principais: existem per se (ex.; Locação)
b. Acessórios: dependem do contrato principal (Ex.: fiança da locação).
c. Coligados: são contratos distintos, porém ligados por um nexo funcional. A reunião
dos contratos se dá por dependência. Ex.; Contrato de trabalho de jogador de
futebol e outro de publicidade desse mesmo jogador.
VII. Quanto ao momento de execução:
a. Instantâneos: consuma-se em um só ato, após a execução (pagamento à vista);
b. Diferida: consuma-se em um só ato, mas no futuro (pagamento postergado
para data única);
c. De trato sucessivo: consuma-se por atos reiterados (pagamento fracionado).
VIII. Quanto à discussão das cláusulas (negociação do conteúdo):
a. Adesão: não há liberdade de discussão de clausulas.
Apesar da vontade de ambas as partes, não há fase de debate, e transigência
entre partes, uma vez que um dos contratantes se limita a aceitar as cláusulas
e condições previamente redigidas e impressas pelo outro, aderindo à uma
situação contratual já definida em todos os seus termos, ficando ao arbítrio do
policitante sem possibilidade de discussão do oblato. Ex.: contrato de
financiamento bancário.
b. Paritários: peritem a discussão de clausulas, fase de transigência. As partes
estão em “pé de igualdade”, ante o princípio da autonomia da vontade,
discutem, na fase de pontuação, os termos do ato negocial, eliminando os
pontos divergentes mediante transigência mutua.
c. Contrato-tipo: é o contrato de formulário que não se confunde com o contrato
de adesão, pois na fase de pontuação, são acrescentadas clausulas à mão ou
por procedimento mecânico.
IX. Quanto à formalidade:
a. Formais: possuem forma prescrita em lei, cuja inobservância gera a
nulidade do contrato (Ex.: contrato de compra e venda de bem imóvel que
deve se realizar mediante escritura definitiva de venda e compra);
b. Informais: não há forma prescrita na lei.
X. Quanto à solenidade:
a. Solenes: a lei prevê solenidade para que se aperfeiçoe. Ex.: registro)
b. Não solenes: a lei não prevê solenidade para que se aperfeiçoe.
XI. Quanto à pessoa do contratante:
a. Pessoais (intuito personae): a pessoa do contratante é considerada elemento
determinante de sua conclusão.
b. Impessoais: a pessoa do contratante é juridicamente irrelevante.
c. Individuais: as vontades são individualmente consideradas, ainda que envolva
várias pessoas.
d. Contratos coletivos: acordo de vontades entre duas pessoas de direito privado,
representativa de categorias profissionais. (Ex.: convenções Coletivas).
XII. Quanto as pessoas envolvidas:
a. Individuais (ou intersubjetivos): tem apenas uma pessoa em cada polo;
b. Individuais plúrimos: estão presentes mais de uma pessoa em cada polo e as
vontades são individualmente consideradas.
c. Contratos Coletivos: acordo de vontades entre duas pessoas de direito privado
legalmente autorizadas para tanto, representativa de categorias profissionais.
(Ex.: Convenções Coletivas)
d. Difusos: em um dos polos encontraremos uma entidade com autorização legal
para realizar a defesa dos interesses de pessoas indeterminadas, vinculadas
por uma situação de fato.

XIII. Quanto ao objeto (definitividade):


a. Preliminares: é aquele que tem po objeto a celebração de um contrato
definitivo (principal), ostentado, portanto, um único objeto. Não visam os
contratantes qualquer modificação, podendo ser denominado de pré-
contrato, Art. 462 e 466 CC. E. Compromisso de compra e venda, irretratável e
irrevogável.
b. Definitivo: tem objetivo diversos de acordo com a natureza de cada avença. A
fase de negociação ou tratativas preliminares (pontuação)antecede a
realização do contrato preliminar (contrato provisório onde se promete
complementar o ajuste) e com este não se confunde, pois não gera direitos e
obrigações.

Extinção dos contratos


 Previsão legal: art. 472 a 480 do CC;
 Formas:
Normal: adimplemento;
Anormal:
a. Fatos anteriores ou contemporâneos a sua formação;
1. Invalidade contratual: defeito na sua forma (elementos essenciais), pode levar à
nulidade (art. 166 e 167 CC);
2. Arrependimento: clausula com mesmo efeito de distrato (espécie de resilição
bilateral) quando superveniente com previsão de multa pela desistência;
3. Clausula resolutória expressa: rescisão por inadimplemento, sem interpelação da
outra parte. Principio da obrigatoriedade dos contratos.
a. Fatos posteriores:
1. Resolução: inexecução voluntária ou involuntária do contrato.
Involuntária quando fruto do caso fortuito ou força maior.
Voluntária quando decorre de dolo ou culpa, gerando perdas e danos
materiais e morais ao inocente, proporcionalmente as obrigações já
cumpridas.
 Clausula resolutiva tácita (exceção de contrato não cumprido – total ou parcialmente):
impõe a resolução do contrato quando do inadimplemento das partes, salvo se
convencionada em contrato paritário, clausula “solve et repete”, que permite a
execução. Está implícita em todo contrato bilateral;
 Onerosidade excessiva, trazida por evento imprevisível (478 CC – Rebus sic stantibus):
possibilita ao devedor em desvantagem, nos contratos de execução continuada ou
diferida, pedir a resolução caso se modifiquem, equitativamente, as condições
contratuais (desequilíbrio econômico).
2. Resilição: rescisão por acordo entre as partes em razão de cláusula estipulada.
Pode ser.
 Bilateral;
 Unilateral
Hipóteses:
I. Denúncia (vazia= imotivada, ou, cheia = motivada). Ex.: contrato de locação.
II. Revogação ou renúncia: falta de interesse;
III. Exoneração unilateral. Ex.: Contrato de fiança por prazo indeterminado, art.
835 CC.

3. Morte: de um dos contratantes.


Paralização dos efeitos ou do curso;
Não põe fim ao contrato, salvo na hipótese de contrato personalíssimo (intuitu
personae).

Cláusula penal
Previsão legal: arts. 408 a 416 CC.
Conceito: pena cível de caráter convencional, fixada para o caso de
inadimplemento, quase sempre em dinheiro.
Obrigação acessória;
Pode ser estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior;
Pode-se referir:
a. Inexecução de alguma cláusula especial;
b. À mora, simplesmente, quando o credor poderá:
 Exigir a satisfação da pena, e o
 Desempenho da obrigação principal.
Valor:
1. Não superior a obrigação principal (412 CC);
2. Se abusivo, propicia a redução de forma equitativa se a obrigação foi cumprida
parcialmente (413 CC);
Litisconsórcio de devedores:
a. Se a obrigação for indivisível, todo respondem (414 CC), reservando-se aos que
não deram causa a ação regressiva (par. Único do art. CC);
b. Se a obrigação for divisível, cada um responde por sua cota (415 CC),
Danos:
Independe da alegação de prejuízo;
Prejuízo excedente:
 Não autoriza indenização suplementar se não houver convenção;
 Havendo convenção de indenização, a pena valerá como mínimo da indenização.
Arras ou sinal
Previsão legal: 417 a 420 CC;
Conceito: principio de pagamento. Quantia em dinheiro ou bens móveis, dados por
ocasião da conclusão do contrato como garantia de sua execução.
Espécie:
a. Confirmatória: não permite arrependimento, logo:
Se a parte que deu (R$ ou bens =) não executar o contrato, poderá a outra parte
considerar desfeito o negócio retendo o sinal;
Se a parte que recebeu, não cumprir (inexecução) os termos do negócio jurídico,
aquele que de (R$ ou bens) poderá a outra parte considerar desfeito o negócio
exigindo a devolução da quantia paga, mais o valor equivalente acrescido de
atualização.

Permite-se indenização suplementar e perdas e danos.


b. Penitencial: permite o arrependimento.
Não cabe indenização suplementar;
Tem função unicamente indenizatória. Quem deu perderá em favor de quem
recebeu e quem recebeu, devolverá em dobro.

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