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Direito Civil I
AULA 7: CONCEITO E FASES DE FORMAÇÃO DOS
CONTRATOS.
PRINCÍPIOS TRADICIONAIS E SOCIAIS
(MODERNOS) DO DIREITO CONTRATUAL
A outra figura é a chamada fé jurada, o mesmo que empenhar o "fio do bigode". Era
a garantia de que as partes iriam proceder com extrema lisura do começo ao fim do
contrato. Algo que se assemelha, ainda que vagamente, ao moderno princípio da
boa-fé.
Conceito histórico
O contrato, tal qual o entendemos hoje é fruto do nascimento
do capitalismo.
• Revolução Francesa.
• Ideias individualistas.
Liberdade de contratar – é o arbítrio de decidir, porém a liberdade não é absoluta, podendo a lei impor a
obrigações.
Liberdade de escolher o outro contrate – poder de determinar com quem quer contratar.
Liberdade de fixar o conteúdo do contrato: também chamado de poder de policitação ou pontuação, sou
seja, de livremente discutir as cláusulas contratuais, além de adotar instrumentos previstos em lei, tem
liberdade de criar novos instrumentos, respeitando os limites da lei, conforme art. 425 CC.
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais
fixadas neste Código.
CONSENSUALISMO
Este princípio decorre da concepção de que o contrato
resulta do consenso, do acordo de vontades,
independentemente da entrega da coisa (tradição).
Tomemos por exemplo o contrato de Compra e Venda,
tipicamente consensual. O contrato já está perfeito e
acabado desde o momento em que o vendedor aceitar o
preço oferecido pela coisa, independente da entrega da
mesma. O pagamento e a entrega constituem outra fase, a
do cumprimento das obrigações assumidas.
PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS
DO CONTRATO
A denominação correta é Princípio da Relatividade dos Efeitos do Contrato, e não Relatividade
dos Contratos, isso porque, a relatividade tem força nos efeitos que o contratos produz, ou
seja, o contrato somente vincula as partes contratantes. A relatividade diz respeito ao
fato de o contrato possuir eficácia inter partes, não podendo ser oponível contra todos
(erga omnes), a não ser que se transforme em direito real, como no caso do compromisso de
compra e venda, que é levado ao registro no Cartório de Registro de Imóveis. O princípio
também se aplica ao objeto, pois o contrato não vincula bens que não pertençam às partes.
Exceções:
Art. 421-A. Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a presença
de elementos concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados os regimes
jurídicos previstos em leis especiais, garantido também que:
(Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
II - a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; e (Incluído pela Lei
nº 13.874, de 2019)
III - a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada. (Incluído pela
Lei nº 13.874, de 2019)
Princípio da boa fé
(Lei da Palmada – Lei n° 13.010 de 2014) que
acrescentou no ECA Art. 18-A e 18-B
EXEMPLO:
Pai que, sob a alegação de educar, castiga
EXTRACONTRATUAL fisicamente seu filho , humilha, ameaça
gravemente ou ridiculariza a criança/
adolescente.
Enunciado 26 JDC
Princípio Constitucional do
CARÁTER Devido Processo Legal
DO ABUSO DE
Princípio Constitucional da
Proteção da Confiança
DIREITO
II – CONTROLADORA/LIMITADORA/RESTRITIVA
(Art. 1.201 do CC)
(Art. 187 do CC) - Limitação do direito subjetivo
APLICAÇÃO
CONTRATUAL
PÓS-CONTRATUAL
BOA-FÉ “post factum finitum”
BONS COSTUMES
b) OBJETIVO – relacionado à
proporcionalidade dos
negócios jurídicos
BOA-FÉ
Enunciado 24 JDC
DESDODRAMENTOS
Enunciado 412 JDC
CONCREÇÕES*
DEVERES ACESSÓRIOS /
PROTEÇÃO
DEVERES LATERAIS /
LEALDADE
INADIMPLEMENTO POSITIVO /
ADIMPLEMENTO RUIM
COOPERAÇÃO
RAZOABILIDADE
RESPONSABILIDADE
OBJETIVA INFORMAÇÃO
Enunciado 24 JDC
(Cristiano Vieira Sobral Pinto) Prof. Me. Zélia Prates
Enunciado 362 JDC
Informa que não quer
“VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM” renovar o contrato de
locação e continua com o
(vedação contra comportamento contraditório) objeto.
“SUPRESSIO”
(renúncia tácita de determinada posição jurídica)
Proprietário não propõe
ação possessória e a outra
parte ganha por usucapião
“SURRECTIO”
CONCREÇÕES DA (surgimento de uma posição jurídica pelo costume)
Hipóteses de
obrigação de fazer ou não fazer nas seguintes hipóteses:
rescisão do Resilição unilateral, ou seja, uma das partes tem poder jurídico
para desfazer o contrato em vez de cumpri-lo (art. 473 do CC)
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito
ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
OBJETIVA SUBJETIVA
Distingue-se neste ponto das negociações preliminares, pois estas não possuem o
caráter de vontade definitiva, por isso não passam de estudos e sondagens, sem
força obrigatória.
Requisitos
B — Se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a
resposta ao conhecimento do proponente; “Cuida-se de oferta enviada, por corretor ou
correspondência, a pessoa ausente. Uma pessoa não é considerada ausente, para este fim, por
se encontrar distante do outro contratante, visto que são considerados presentes os que
contratam por telefone, mas, sim, devido a inexistência de contato direto” (GONÇALVES; 2013,
p. 744)
Neste caso, este prazo deve ser razoável, não especificando o legislador nem a doutrina o
devido prazo correto. Por este motivo, o prazo denominado de “Prazo Moral”.
C — Se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo
dado; Neste caso, na própria proposta foi fixado o prazo (pode ser via termo ou
condição).
II – Quando o proponente a tiver dispensado: Ex.: um turista envia via e-mail reserva
a determinado hotel, conforme o valor informado no site, se o turista não receber
aviso contrário negando a reserva, ter-se-á a aceitação.
DIFERENÇA ENTRE RETRATAÇÃO E CONTRAPROPOSTA
a) Entre Presentes: “A proposta pode estipular ou não prazo para a aceitação. Caso o
policitante não estabeleça nenhum prazo, esta deverá ser manifestada
imediatamente, sob pena de a oferta perder a força vinculativa. Se, no entanto, a
policitação estipulou prazo, a aceitação deverá operar-se dentro dele, sob pena de
desvincular-se o proponente.” (GONÇALVES; 2013, p. 748)
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é
expedida, exceto:
I no caso do artigo antecedente;
II se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III se ela não chegar no prazo convencionado.
c – Teoria da Recepção: Neste caso, além de escrita e expedida, a resposta deve ser
entregue ao seu destinatário final e, este toma conhecimento. Assim, esta teoria
difere da cognição-informação, pois aqui exige-se o efetivo conhecimento e não
somente a entrega da correspondência.
No que tange as exceções do Art. 434 (incisos I e II) e 433 (sobre a retratação):
“Ora, se sempre permitida a retratação antes de a resposta chegar as mãos do
proponente e se ainda não é considerado concluído o contrato na hipótese de a
resposta não chegar no prazo convencionado, na realidade, o referido diploma
filiou-se à teoria da recepção e não da expedição.” (GONÇALVES; 2013, p. 750)
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