Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Avaliações
- 1ª Prova: 28/09 – cálculo de pena (dissertativa) – 4 pontos
- 2ª Prova: 23/11 – múltipla escolha – 4 pontos
- Trabalho: 30/11 – sistema penitenciário – 2 pontos
- Cada grupo recebe 10 PECs analisar as Guias de Recolhimento
- Relatório das PECs, com a indicação de possíveis benefícios da execução
- Quadro comparativo entre os casos (primários, reincidentes, tipos penais,
progrediram de regime ou não, etc.)
PENA
1. Noção Histórica
- A pena é uma invenção recente, surgida na Modernidade. As masmorras medievais
eram prisões de custódia, em que os detidos aguardavam julgamento
- Na Idade Média, as penas eram corporais ou de morte (Lei de Talião – aplicação de
penas cruéis)
- A ideia de punir com a prisão remonta aos ideais iluministas, por uma questão tanto
ideológica (integridade física, liberdade) quanto econômica (lógica utilitarista – burgueses
não viam como úteis penas que tirassem a vida ou deixassem pessoas mutiladas, pois isso
significava redução da mão-de-obra)
- O Direito Canônico previa a pena de prisão, surgindo daí a expressão
“penitenciária”. Atualmente designamos Penitenciária como o local em que se cumpre a
pena definitiva, enquanto que o Presídio é o local onde se cumpre a pena provisória
(Presídio Central ≠ Penitenciária de Charqueadas)
2. Teorias da Pena
a) Teorias Conservadoras:
- Kant e Hegel aliam-se a uma corrente que afirma que a pena tem uma
função de retribuir um mal (Retribuição). Para Kant, a norma que estabelece uma pena é um
imperativo categórico, ou seja, não se discute: se cumpre. Para Hegel, se o crime é a
negação do direito, a pena é a negação da negação e, portanto, a reafirmação do direito
(para este, a pena serve para garantir a validade da norma, no sentido de reafirmação do
Direito)
- No séc. XIX, com o desenvolvimento do Direito Penal moderno, surgem as
Teorias Preventivas, com o intuito de tornar a pena uma forma de evitar crimes futuros. São
dois tipos de Prevenção:
- Prevenção Geral: objetivo de prevenção em relação à sociedade
como um todo. No momento em que se aplica uma pena a uma pessoa, se está prevenindo
outros crimes, de duas formas:
- Negativa: intimidação pelo exemplo
- Positiva (Roxin e Jakobs): ideia de que as normas sociais são
cumpridas, pois as pessoas são responsabilizadas pelo mal que porventura causarem
- Prevenção Especial:
- Negativa: neutralização por meio da pena, ou seja, retirar o
sujeito da vida em sociedade
- Positiva: ideal de ressocialização, com o intuito de reformar o
sujeito, para que não haja reincidência (ex.: Lei 7.210/84 – Lei de Execuções Penais tem claro
objetivo de ressocialização)
b) Teorias Críticas:
- A teoria do Labeling Approach e a Criminologia Crítica são os grandes
expoentes dessa corrente. Inclusive, a Criminologia Crítica se utiliza da Teoria do
Etiquetamento, mas com um enfoque majoritariamente econômico (linha marxista). Essas
teorias, em regra, se dividem em duas linhas:
4. Tipos de Penas
- Multa: crimes patrimoniais preveem pena de multa, alternativa ou
cumulativamente
- Privativa de Liberdade:
- Detenção: se aplica a crimes mais leves
- Reclusão: se aplica para crimes mais graves
* Na prática, quem é condenado à pena de Detenção não começa a cumprir
no regime fechado, inicia o cumprimento nos regimes aberto ou semiaberto. Já o regime de
quem é punido com pena de Reclusão depende de critérios específicos, podendo iniciar em
regime fechado
- Restritiva de Direitos: a regra geral é que não constem do tipo penal. São penas
substitutivas à pena de prisão, sendo necessário primeiro calcular a pena e, após o cálculo, a
pena privativa de liberdade poderá ser substituída pela restritiva de direitos (exceção: crime
de porte de drogas para uso próprio, em que a pena é sempre a alternativa, ou seja, não
pode ser punido com prisão)
- Perda de Bens e Valores: confisco
- Prestação Pecuniária: indenização à vítima ou a familiares
- Prestação de Serviços à Comunidade
- Limitação de Fins de Semana
- Interdição temporária de Direitos
___________________________________________________________________________
- Caso Prático nº 1: tentativa de homicídio simples (art. 121, caput, c/c art. 14, II/CP) de um
homem contra sua esposa, que foi encontrada em flagrante de adultério. O tiro causou
lesões leves na vítima. O autor é réu primário e confessou o crime. Declarado culpado, de
acordo com o tipo penal, sua pena será de 6 a 20 anos.
- 1ª FASE: cálculo da pena-base (pena de saída, pena inicial)
- Limites: do mínimo legal (estabelecido no tipo penal) ao termo médio
- Cálculo do termo médio: Termo Médio = Máximo Legal + Mínimo Legal ÷ 2.
De acordo com o caso prático nº 1: 20 + 6 = 26 ÷ 2 = 13.
- Portanto, na 1ª Fase a pena-base será de 6 a 13 anos
- Circunstâncias:
a) Agravantes:
- Art. 61 – “São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando
não constituem ou qualificam o crime:
I - a reincidência;
II - ter o agente cometido o crime:
a) por motivo fútil ou torpe; (fútil – desproporcional,
insignificante, revelador da insensibilidade moral do autor; torpe – abjeto, que gera
repugnância, como a inveja, a libidinagem, a promessa de recompensa, a cobiça)
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a
impunidade ou vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação,
ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou
outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
(não incide sobre companheira ou concubina)
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de
relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher
na forma da lei específica;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a
cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo
ou mulher grávida;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da
autoridade; (ex.: invadir a Delegacia e lesionar o estuprador da filha que lá se encontra
regulamente detido, prestando depoimento)
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou
qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.” (o agente
bebe deliberadamente a fim de tomar coragem para praticar o crime)
b) Atenuantes:
- Art. 65 – “São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou
maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença;
II - o desconhecimento da lei;
III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social
ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com
eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do
julgamento, reparado o dano; (diferencia-se da desistência voluntária pelo fato de haver
consumação; e do arrependimento posterior por este estar direcionado aos crimes
patrimoniais e condicionar a redução da pena à integral reparação do dano, até o
recebimento da denúncia ou queixa)
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou
em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção,
provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade,
a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em
tumulto, se não o provocou.”
* Concurso Material (art. 69): mais de uma ação ou omissão, que por
consequência acarretam em mais de um crime - somam-se as penas dos crimes praticados
(art. 69). Ex.: um furto hoje, um homicídio amanhã, um roubo na semana vindoura (é
homogêneo quando crimes substancialmente idênticos, e heterogêneo quando diversos)
- Caso prático nº 3 - Casimiro: art. 155, § 4º, I (furto qualificado pelo arrombamento)
- 1ª Fase: pena mínima de 2 anos, termo médio de 5 anos
- Circunstâncias negativas, não houve colaboração da vítima (4 meses para
cada negativa). Pena-base = 2 anos e 8 meses
- 2ª Fase: 1/6 da pena é igual a 5 meses
- Atenuantes: Menos de 21 anos (Superpreponderante – 5 meses), Confissão
(preponderante – 4 meses)
- Agravante: abuso de confiança (comum + 2 meses)
- Pena provisória: 2 anos e 8 meses – 5 meses – 4 meses + 2 meses = 2 anos e
1 mês
- 3ª Fase:
- Minorante: arrependimento posterior (- 2/3), semi-imputabilidade (- 2/3)
- Pena definitiva: 2 anos e 1 mês – 2/3 = 8 meses e 10 dias. 8 meses e 10 dias
– 2/3 = 2 meses e 23 dias de reclusão
- Pena de multa: podemos dosar em 10 dias-multa, com valor de 1/30 do
salário mínimo
- “Aplico a multa cumulativa de 10 dias-multa no valor de 1/30 do
salário mínimo nacional vigente à época do fato, tendo em vista as precárias condições
econômicas do réu”
___________________________________________________________________________
REGIMES PENAIS
PENA DE MULTA
- Modalidades
- Multa Cumulativa: normalmente ocorre nos crimes patrimoniais, bem como nos
crimes previstos na Lei Antidrogas; via de regra, prevista nos crimes que visam lucro. No tipo
penal, é prevista a pena privativa de liberdade E a multa (por isto, cumulativa). Ex.: art. 155;
157
- Multa alternativa: no tipo penal, há a previsão de pena privativa de liberdade OU
multa (por isto, alternativa). A pena de multa é sempre mais benéfica. Ex.: art. 130
- Multa substitutiva: situação específica do art. 44, que está diretamente relacionado
às penas restritivas de direito
- Aplicação
1º) Definir a quantidade de dias-multa entre 10 e 360 dias-multa, conforme a
gravidade do delito (art. 49). Essa dosagem fica a cargo do julgador, mas deve sempre
corresponder à gravidade do delito
- Na lei de drogas (entre outras leis específicas), há limites mínimos e máximos
distintos de dias-multa. Não havendo disposição diferenciada, aplica-se o mínimo e o
máximo do art. 49 do Código Penal
2º) Definir o valor do dia-multa entre 1/30 e 5 vezes o salário mínimo nacional
vigente à época do fato, conforme a condição econômica do réu (art. 49, § 1º; e art. 60)
- Na sentença, o juiz apenas estabelecerá a quantidade de dias-multa e o valor
do dia-multa. O valor em reais será analisado pela Contadoria Judicial
- Modalidades
- Requisitos: art. 44
- Pena de até 4 anos para crimes dolosos e qualquer pena para culposos
- Crime sem violência ou grave ameaça à pessoa
- Réu não reincidente em crime doloso
- Circunstâncias judiciais favoráveis
* A pena de multa é mais benéfica do que as penas restritivas de direitos, pois caso o
condenado não pague a multa, esta torna-se valor a ser executado (através de penhora,
etc.). Já a pena restritiva de direitos, se não cumprida, converte-se em privativa de liberdade
- Aplicação
- Pena de até 1 ano = multa ou 1 das penas alternativas
- Pena de mais de 1 ano = multa + 1 das penas alternativas ou 2 penas alternativas
- Requisitos: art. 77
- Pena de até 2 anos
- Réu não reincidente em crime doloso
- Circunstâncias judiciais favoráveis
- Que não seja cabível a substituição do art. 44
* O que difere das penas restritivas de direitos é o fato de poder ser aplicado nos
casos de crimes com violência ou grave ameaça à pessoa. No entanto, é incomum encontrar
casos de crimes violentos com pena de até 2 anos
* Ser condenado anteriormente à pena de multa não impede a concessão desse
benefício
* Caso Almir:
- Reincidente: art. 91, I – 2ª fase
- Faca: art. 157, § 2º, I – 3ª fase
- Vítima idosa: art. 61, II, h – 2ª fase
- Confissão: art. 65, III, d – 2ª fase
- Semi-imputabilidade: art. 26, par. Único – 3ª fase
1ª Fase:
- Pena-base: 4 anos e 8 meses
2ª Fase:
- 1/6 da pena-base = 9 meses (preponderante = 7 meses; comum = 4 meses)
- Pena provisória = 5 anos
3ª Fase:
- Pena definitiva: 3 anos e 4 meses
Fundamentação:
“Analisando as circunstâncias judiciais, entendo que o réu agiu com grau de
culpabilidade moderado, porque, embora tenha premeditado o delito, foi considerado semi-
imputável. Deixo de avaliar os antecedentes, porque serão analisados na 2ª fase. A conduta
social foi abonada pelas testemunhas ouvidas e os motivos são favoráveis devido à
necessidade de medicamentos especiais. Deixo de avaliar a personalidade, porque será
analisada na 3ª fase. As circunstâncias são desfavoráveis porque o réu abordou a vítima na
esquina de uma agência bancária. As consequências foram comuns ao tipo de delito e a
vítima não colaborou para a sua execução. Havendo duas circunstâncias desfavoráveis,
aplico a pena-base em 4 anos e 8 meses.
Aumento a pena-base em 7 meses pela reincidência e em 4 meses por ser a
vítima idosa. Diminuo essa mesma pena em 7 meses em virtude da confissão espontânea do
réu, resultando numa pena provisória de 5 anos.
Aumento a pena provisória em 1/3 pela majorante do emprego de arma,
resultando em 6 anos e 8 meses. Reduzo essa pena em ½ em virtude da semi-imputablidade
do réu, fixando a pena definitiva em 3 anos e 4 meses de reclusão a ser cumprida em regime
inicial semiaberto.
Aplico a multa cumulativa em 20 dias-multa no valor de 1/30 do salário
mínimo nacional vigente à época do fato.
Não cabe a substituição de pena prevista no art. 44/CP e nem mesmo a
suspensão condicional da pena porque estão ausentes os requisitos legais.”
___________________________________________________________________________
Segunda-feira, 21 de setembro
* Súmulas
- STF: 499 e 605
- STJ: 171, 231, 241, 269, 440, 443 e 444
___________________________________________________________________________
1. Progressão de Regime
- Requisitos:
- Bom comportamento carcerário: requisito subjetivo, atestado pelo diretor
da casa prisional. Caso o MP duvide desse atestado – por motivos de crime violento, conduta
duvidosa – pode requerer um parecer fundamentado, composto por 5 declarações (do
diretor da casa prisional, do agente penitenciário responsável pelas atividades de trabalho
dentro da penitenciária, parecer do agente penitenciário responsável pela segurança,
parecer da psicóloga e parecer da assistente social)
- Ter cumprido no regime anterior:
- Para crimes não hediondos = 1/6 da pena (art. 112 da Lei 7.210/84)
- Para crimes hediondos (Lei 8.072/90):
- 2/5 da pena se o condenado for primário
- 3/5 da pena se o condenado for reincidente
2. Soma e Unificação de Pena
- Soma: no caso de condenado acusado de outros crimes, peças das condenações
transitadas em julgado (denúncia, sentença e eventual acórdão) são enviadas ao juiz
responsável pela execução criminal do condenado, que somará as penas
- Unificação: aplicação da regra do art. 71 (crime continuado) na execução, em que o
juiz da execução, percebendo os requisitos do artigo mencionado, em vez de somar as
penas, as unifica (a mais alta, seguida de aumento de até 1/6)
3. Livramento Condicional
- É mais benéfico do que o regime aberto, pois a pessoa fica realmente em liberdade,
sem a necessidade de apresentar-se em albergue
- Requisitos: art. 83
- Bom comportamento carcerário
- Ter cumprido:
+ de 1/3 da pena para condenado primário e crime não hediondo
+ de ½ da pena para condenado reincidente e crime não hediondo
+ de 2/3 da pena para condenado por crime hediondo ou equiparado
- Condições: comparecer mensalmente à Vara de Execuções para informar suas
atividades; não pode mudar de endereço sem avisar; não pode sair da Comarca sem
autorização
- Suspensão:
- Ocorre quando há prisão preventiva por fato novo (ex.: prisão em flagrante)
– art. 145 da Lei 7.210/84: “Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá
ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo
o curso do livramento condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da
decisão final.”
- Revogação: art. 86
- Quando há condenação por fato novo (crime cometido no período em
livramento condicional), há a perda do período cumprido em liberdade (é diminuído da
nova pena apenas o período em que esteve preso) quebra de confiança por parte do
condenado, pois o condenado comete crime durante o livramento condicional
- Quando há condenação por fato antigo, o período em livramento
condicional é diminuído da nova pena não houve quebra de confiança por parte do
condenado
- Art. 88: “(...) salvo quando a revogação resulta de condenação por outro
crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o
condenado.”
- Efeitos: art. 88: “Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido (...)”
- Requisitos
- Bom comportamento
- Que não seja cabível o indulto
- Ter cumprido:
- 1/4 da pena até 25/12/2014, se primário, para comutar 1/4 de seu
remanescente
- 1/3 da pena até 25/12/2014, se reincidente, para comutar 1/5 de seu
remanescente
* Atenção: não cabe indulto nem comutação de pena para crimes hediondos ou
equiparados
6. Remição
- É um benefício para estimular o preso ao trabalho e ao estudo, em que a cada 3 dias
de trabalho se reduz um dia de pena, e a cada 12 horas (4 horas/aula por dia) de estudo se
reduz um dia de pena
7. Detração
- Todo o período cumprido preventivamente é reduzido da pena definitiva
* Caso:
- Ariovaldo: Crime hediondo; Primário; Pena de 7 anos; Início: 29/7/2012; Trabalho:
240 dias
- Para Livramento Condicional precisaria cumprir 2/3 da pena (4 anos e 8
meses); para progredir de regime teria que cumprir 2/5 da pena (2 anos e 4 meses); não
cabe indulto nem comutação de pena (por ser hediondo)
- Até hoje, cumpriu 3 anos 2 meses e 6 dias de pena; somado com os 240 dias
de trabalho (80 dias a mais de cumprimento) tem, até 5/10/2015, 3 anos 4 meses e 26 dias.
Portanto, poderia progredir para o regime semiaberto, e não caberia livramento condicional
___________________________________________________________________________
EFEITOS DA CONDENAÇÃO
- Automáticos: art. 91
- Decorrem automaticamente da sentença penal condenatória
- A sentença penal condenatória serve como título executivo judicial a ser executado
na esfera cível para fins de indenização pelo dano causado pelo crime (se houver pena
alternativa de prestação pecuniária, esta será abatida do valor porventura demandado na
esfera cível)
REABILITAÇÃO
- Depois de cumprida sua pena, o condenado, em 2 anos, se não cometeu novo crime,
poderá solicitar ao juízo de conhecimento a Reabilitação. Reabilitar, no âmbito do Direito
Penal, significa restituir as qualidades e prerrogativas daquele que delas foi privado por uma
condenação judicial
- A reabilitação não é causa extintiva de punibilidade, mas tão somente suspende alguns
efeitos da sentença condenatória, visto que a qualquer tempo, revogada a reabilitação, se
restabelece o status quo ante
- A reabilitação é um direito subjetivo do condenado, e não um favor do Estado, tendo como
finalidade promover a reinserção do apenado no contexto social
- Art. 94: “A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for
extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de
prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o
condenado:
I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido;
II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom
comportamento público e privado;
III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta
impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a
renúncia da vítima ou novação da dívida. (...)”
MEDIDA DE SEGURANÇA
- Utilizada quando alguém que possui uma doença mental diagnosticada e periciada pratica
um fato típico e ilícito (crime só é praticado por agente imputável)
- Quando o agente do fato típico e ilícito tem 18 anos completos é objeto do Direito Penal
(menores de 18 anos estão fora do Direito Penal – há, porém, na doutrina quem defenda o
surgimento de um Direito Penal Juvenil). Concluído o inquérito policial e apresentada a
denúncia pelo Ministério Público, se houver dúvida quanto à imputabilidade do acusado, o
processo é suspenso e é instaurado um incidente processual em que peritos examinarão o
indivíduo e avaliarão seu estado mental
- Sujeitos:
- Inimputável: sentença de absolvição indireta
- Aplicação de Medida de Segurança, através de tratamento compulsório, com
fundamento na periculosidade
- Semi-Imputável: sentença condenatória com pena reduzida
- Cumpre a pena em uma Penitenciária comum, tem apenas sua pena
reduzida na 3ª Fase de dosimetria
- Imputável: sentença condenatória
- Desinternação (art. 93, § 3º): no período de um ano após a liberação o indivíduo fica em
observação, e só após esse período terá sua liberdade definitiva, isto é, só então estará livre
da Medida de Segurança
___________________________________________________________________________
AÇÃO PENAL
- Segundo o art. 100, a Ação Penal é Pública (regra), salvo quando for condicionada à
representação ou privativa do ofendido (exceções, que constarão do tipo penal)
- Lesão corporal culposa e lesão corporal leve que não envolva relações domésticas,
segundo o art. 88 da Lei 9099/95, dependem de representação
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
PRESCRIÇÃO
- Art. 109: “A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no
§ 1º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade
cominada ao crime, verificando-se:
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a
doze;
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não
excede a dois;
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (...)”
- No caso de crimes dolosos contra a vida (art. 121 a 126), há um outro marco
interruptivo (zera a contagem) da prescrição: a Sentença de Pronúncia
- A prescrição da pretensão punitiva se encerra com o trânsito em julgado