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Aula 03

PM-PI (Soldado) - Direito Penal - 2021


(Pós-Edital)

Autor:
Renan Araujo
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13 de Junho de 2021
Renan Araujo
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Sumário

DAS PENAS 2

1 Conceito 2

2 Princípios 3

3 Finalidade: teorias 4

3.1 Teoria absoluta e sua finalidade retributiva 4

3.2 Teoria relativa e sua finalidade preventiva 4

3.3 Teoria Mista (unificadora ou eclética ou unitária) e sua dupla f


inalidade 4

4 Espécies 5

5 Penas em espécie 6

5.1 Privativa de liberdade 6

5.2 Penas restritivas de direitos 11

6 Pena de multa 19

DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES 21

SÚMULAS PERTINENTES 28

1 Súmulas do STF 28

2 Súmulas do STJ 28

JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 29

EXERCÍCIOS COMENTADOS 30

EXERCÍCIOS PARA PRATICAR 45

GABARITO 51

Olá, meus amigos concurseiros!

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Hoje é dia de entrarmos na “Teoria Geral da Pena”. Veremos as espécies de pena e sua cominação. Trata-
se de um tema relativamente complexo, então estudem com bastante atenção!

Nossa aula já está atualizada de acordo com a Lei 13.964/19 (chamado “pacote anticrime”).

Bons estudos!

Prof. Renan Araujo

DAS PENAS

1 Conceito

Se a conduta incriminada pelo tipo penal incriminador é um preceito primário, a pena (sanção penal)
a ele cominada (prevista) é o que se pode chamar de preceito secundário.

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A pena criminal é, acima de tudo, um castigo1. Trata-se de um mal que se aflige a alguém em razão
da prática de um delito2. O conceito não se confunde, porém, com os fins (ou finalidades) da pena.

A pena possui como pressuposto de sua aplicação a culpabilidade do agente3. Já as medidas de


segurança não possuem a culpabilidade como pressuposto de sua aplicação (até porque o agente não é
plenamente imputável, não possuindo, portanto, culpabilidade), mas sim a periculosidade. Isto é importante!

A pena pode ser conceituada como a resposta que a sociedade dá ao indivíduo que transgride a
ordem jurídico-penal estabelecida, e consiste na privação ou restrição de um bem jurídico do condenado
(liberdade, patrimônio, etc.), de forma a castigá-lo e reeducá-lo.

2 Princípios

Alguns princípios norteiam a Teoria Geral da Pena:

a) Reserva legal ou legalidade estrita – Somente a Lei (em sentido estrito) pode cominar penas: “Nulla
poena sine lege”. Está previsto no art. 5°, XXXIX da Constituição e art. 1° do CP;

b) Anterioridade – A Lei que prevê a pena para a conduta deve ser anterior à prática do crime: “Nulla
poena sine praevia lege”. Também está previsto no art. 5°, XXXIX da Constituição e art. 1° do CP, sendo,
juntamente com o princípio da reserva legal, subprincípios do princípio da LEGALIDADE;

c) Intranscendência da pena – A pena deve ser cumprida somente pelo condenado, não podendo, em
caso de morte deste, ser transferida aos seus familiares, salvo a obrigação de reparar o dano e o
perdimento de bens, que podem ser cobrados dos sucessores até o limite do patrimônio transferido
pelo condenado falecido. CUIDADO: A pena de multa, embora patrimonial, não pode ser cobrada
dos sucessores!

d) Inevitabilidade ou inderrogabilidade da pena – Presentes os requisitos para a condenação, a pena


não pode deixar de ser imposta e cumprida. É mitigado, atualmente, por institutos como o sursis, o
livramento condicional, etc.;

e) Princípio da humanidade ou humanização das penas – A pena não pode desrespeitar os direitos
fundamentais do indivíduo, violando sua integridade física ou moral, e também não pode ser de índole
cruel, desumano ou degradante (art. 5°, XLIX e XLVII da Constituição);

f) Princípio da proporcionalidade – A sanção aplicada pelo Estado deve ser proporcional à gravidade
da infração cometida e também deve ser suficiente para promover a punição ao infrator e sua
reeducação social;

g) Princípio da individualização da pena – A pena deve ser aplicada de maneira individualizada


para cada infrator em cada caso específico. Essa individualização se dá em três fases distintas: a)
cominação: O legislador deve prever um raio de atuação para o Juiz aplicar a pena no caso concreto,
estabelecendo penas mínimas e máximas, de forma que o Juiz possa aplicar a quantidade de pena
que achar conveniente no caso concreto; b) aplicação: Saindo da esfera legislativa, passamos à esfera
judicial, segunda etapa, que consiste na efetiva aplicação individualizada da pena, que será imposta

1 BATISTA, Nilo; ZAFFARONI, Eugénio Raúl. Direito Penal brasileiro. 4. ed. Rio de Janeiro: Ed. Revan, 2011. Tomo I, p. 99.
2 MIR PUIG, Santiago. Introducción a las bases del Derecho penal. 2. ed. Montevideo, Buenos Aires: Ed. B. de F., 2003, p. 49.
3 DIAS, Jorge de Figueiredo. Direito penal, parte geral. 2. ed. Coimbra: Coimbra Editora, 2007. tomo I, p. 46-47

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conforme as circunstâncias do crime e os antecedentes do réu, de acordo com a margem estabelecida


pelo legislador; c) Na terceira e última fase temos a aplicação deste princípio na execução da pena
(esfera administrativa), de forma que o cumprimento da pena, progressão de regime, concessão de
benefícios devem ser analisados no caso concreto, e não abstratamente, pois entende-se que “cada
caso é um caso”, e não cabe ao legislador retirar do Juiz a possibilidade de analisá-lo e proceder da
forma que melhor atenda aos anseios da sociedade. Está previsto no art. 5°, XLVI da Constituição da
República.

3 Finalidade: teorias

Quanto à finalidade da pena, três teorias surgiram:

3.1 Teoria absoluta e sua finalidade retributiva

Para esta teoria, pune-se o agente simplesmente porque ele cometeu uma transgressão à ordem
estabelecida e deve ser castigado por isso. Não há nenhuma finalidade educacional de reinserção do indivíduo
à vida social. A pena é mero instrumento para a realização da vingança estatal. Trata-se de um imperativo
categórico de Justiça ou de Moral (se delinquiu, deve ser punido, independentemente de qualquer outra
finalidade).4

3.2 Teoria relativa e sua finalidade preventiva

Pune-se o agente não para castigá-lo, mas para prevenir a prática de novos crimes. Essa prevenção
pode ser:

 Prevenção Geral – Busca controlar a violência social, de forma a despertar na sociedade o


desejo de se manter conforme o Direito. Pode ser negativa5, quando busca criar um sentimento
de medo perante a Lei penal, ou positiva, quando simplesmente se busca reafirmar a vigência
da Lei penal.
 Prevenção especial – Não se destina à sociedade, mas ao infrator, de forma a prevenir a prática
da reincidência. Também pode ser negativa, quando busca intimidar o condenado, de forma a
que ele não cometa novos delitos por medo, ou positiva, quando a preocupação está voltada à
ressocialização do condenado (Infelizmente, não há uma preocupação com isto na prática).

3.3 Teoria Mista (unificadora ou eclética ou unitária) e sua dupla finalidade

Aqui, entende-se que a pena deve servir como castigo (punição) ao infrator, mas também como medida
de prevenção, tanto em relação à sociedade quanto ao próprio infrator (prevenção geral e especial). Além
de consagrada na maioria dos países ocidentais6, foi a adotada pelo art. 59 do CP, que diz:

Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à


personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como
ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

4 BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressión. Bogotá, 1996, p. 12
5 ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general. Madrid: Civitas, 1997. tomo I, p. 91.
6 DOS SANTOS, Juarez Cirino. Direito Penal, Parte Geral. Curitiba: Ed. Lumen Juris, 2008, p. 470

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4 Espécies

Quanto às espécies, as penas podem ser:

a) Privativas de liberdade – Retiram do condenado o direito à liberdade de locomoção, por


determinado período (é vedada pena de caráter perpétuo, art. 5°, XLVII, b da Constituição). Máximo de 40
anos7 para crimes (art. 75 do CP8) e de 05 anos para contravenções penais (art. 10 da Lei de Contravenções
Penais);

b) Restritivas de direitos – Em substituição à pena privativa de liberdade, limitam (restringem) o


exercício de algum direito do condenado. Estão previstas no art. 43 do CP e em alguns dispositivos da
Legislação Especial;

c) Pena de multa – Recai sobre o patrimônio financeiro do condenado;

d) Restritiva de liberdade – Restringem, mas não retiram o direito de locomoção do condenado. Na


verdade, trata-se de uma espécie de pena restritiva de direitos. Exemplo: Proibir o marido de se aproximar
da casa da ex-esposa no caso de violência doméstica;

e) Penas corporais – Trata-se de castigos aplicados ao corpo do indivíduo. É espécie de pena vedada
pela Constituição Federal (art. 5°, XLVII, e).

O CP previu, em seu art. 32, as penas privativas de liberdade, restritivas de direitos e multa.

Este quadro esquemático vai ajudar na compreensão de vocês:

7 É possível a fixação da pena por período superior a 40 anos, o que se veda é a execução da pena por mais de 40 anos
ininterruptos.
8 Com redação dada pela Lei 13.964/19 (chamado “Pacote anticrime”).

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RECLUSÃO

PRIVATIVAS DE LIBERDADE DETENÇÃO

PRISÃO SIMPLES

PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA
ESPÉCIES DE PENAS
PERDA DE BENS E VALORES

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À
RESTRITIVA DE DIREITOS COMUNIDADE
INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE
MULTA DIREITOS

LIMITAÇÃO DE FINAL DE SEMANA

Estas penas podem ser cominadas:

 Isoladamente – A Lei prevê a aplicabilidade de apenas uma espécie de pena. Exemplo: art. 121 do
CP – Pena de reclusão;
 Cumulativamente – A Lei prevê a aplicabilidade conjunta de duas espécies de penas. Exemplo: art.
155 do CP – Pena de reclusão e multa;
 Alternativamente – A Lei comina, alternativamente, duas espécies de pena. Exemplo: art. 331 do CP:
Detenção ou multa.

Todavia, é bom ressaltar que as penas restritivas de direitos, como regra, apenas substituem as penas
privativas de liberdade, não sendo cominadas de forma isolada.

5 Penas em espécie

5.1 Privativa de liberdade


Como já vimos, o Direito Penal pátrio admite três modalidades de penas privativas de liberdade:
reclusão, detenção e prisão simples (somente para as contravenções penais).

O regime de cumprimento de cumprimento da pena está previsto no art. 33, § 1° do CP, e pode ser
fechado, semiaberto ou aberto9.

9 Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou
aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.

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O regime inicial de cumprimento da pena (fechado, semiaberto ou aberto) tem como regra o seguinte:
pena de reclusão – Qualquer regime inicial; pena de detenção – Regime inicial somente semiaberto ou
aberto.

A fixação, em concreto, do regime inicial de cumprimento da pena irá variar conforme três fatores:
reincidência, quantidade da pena e circunstâncias judiciais. Além disso, a própria Lei estabelece que a pena
seja executada de forma progressiva (de um regime mais gravoso para outro, menos gravoso), ressalvada a
hipótese de regressão (passagem de um regime menos gravoso para outro, mais gravoso), em qualquer caso,
atendendo-se ao mérito do condenado, nos termos do art. 33, §§ 2°, 3° e 4° do CP. 10

CUIDADO! O STJ possui entendimento no sentido de que é possível a fixação do regime semiaberto aos
condenados que sejam reincidentes, desde que as circunstâncias judiciais sejam favoráveis. Vejamos:

Súmula 269 do STJ

É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena


igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.

Além disso, na fixação do regime inicial de cumprimento da pena, não pode o Juiz fixar regime mais
gravoso do que aquele abstratamente previsto tendo em conta a pena aplicada, tendo como base
unicamente a gravidade abstrata do delito.

O STF possui dois verbetes de súmula muito importantes sobre o tema:

SÚMULA 718

A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO


CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO QUE
O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA.

SÚMULA 719

A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA


PERMITIR EXIGE MOTIVAÇÃO IDÔNEA.

10 § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados
os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-
la
em regime semiaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste
Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 4º O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à
reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763,
de 12.11.2003)

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5.1.1 Regras do regime fechado

As regras do regime fechado são, basicamente, três:

 Submissão a exame criminológico11 inicial (O STJ passou a entender que ele agora é facultativo –
SÚMULA 439 DO STJ);
 Submissão a trabalho durante o dia e descanso isolado durante a noite;
 Trabalho em comum (junto com outros presos) dentro do estabelecimento, SENDO ADMISSÍVEL O
TRABALHO EXTERNO em obras públicas (Necessário cumprimento de ao menos 1/6 da pena).

O trabalho durante o regime de cumprimento da pena é obrigatório, e a recusa caracteriza falta


grave, acarretando impossibilidade de obtenção da progressão de regime e livramento condicional. Em
resumo: O preso pode se negar a trabalhar (até porque, não há como obrigá-lo fisicamente a isso), mas a
recusa injustificada (se tiver problemas de saúde, por exemplo, é uma recusa justificada) gera consequências
gravíssimas para ele.

O trabalho do preso é remunerado e ele tem direito, ainda, aos benefícios da previdência social. Isso
é bastante importante, pois o preso foi condenado a uma pena “privativa de liberdade”, ou seja, o único
direito do qual ele está privado é a liberdade. Assim, o preso não se tornou um escravo do Estado, devendo
receber pelo seu trabalho, como qualquer pessoa.

5.1.2 Regras do Regime semiaberto

O regime semiaberto é bem menos gravoso que o regime fechado, e possui como regras:

 Exame criminológico inicial (O STJ passou a entender que ele agora é facultativo – SÚMULA 439 DO
STJ);
 Trabalho diurno em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar, com descanso isolado à
noite;
 Admissão do trabalho externo, BEM COMO FREQUÊNCIA A CURSOS SUPLETIVOS
PROFISSIONALIZANTES, DE INSTRUÇÃO DE SEGUNDO GRAU OU SUPERIOR.

Vejam que as regras, embora parecidas, não são idênticas. Nesse regime o condenado pode trabalhar
fora do estabelecimento de cumprimento da pena (em qualquer trabalho, e não apenas em obras públicas),
bem como estudar.

Além disso, o preso deve ficar recolhido em estabelecimento próprio (colônia agrícola, industrial ou
similar), e não em presídio comum, onde se encontram os presos em regime fechado.

11O exame criminológico tem por finalidade permitir a individualização da pena (um dos princípios da pena) em sua terceira fase,
em homenagem ao disposto no art. 5°, XLVI da Constituição:
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

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Mas e se não houver vagas nos estabelecimentos especiais (colônias), o que fazer? O
STF entende que se não houver vagas no regime semiaberto, o preso não pode arcar com
essa deficiência do Estado, pois é um direito seu. Desta forma, não pode o preso continuar
no regime fechado. Por consequência, a lógica determina sua transferência diretamente para
o regime aberto ou prisão domiciliar.

O regime aberto é o mais brando dos três regimes de cumprimento da pena privativa de liberdade,
e baseia-se no senso de responsabilidade e autodisciplina do preso. Regras básicas:

 Trabalho diurno fora do estabelecimento e sem vigilância, frequência à curso ou outra atividade
autorizada, bem como recolhimento noturno e nos dias de folga;
 Transferência para regime mais gravoso no caso de prática de crime doloso, frustração dos fins da
execução (basicamente, a fuga), ou ausência do pagamento da pena de multa.

Onde se dá o recolhimento do preso, e o que ocorre se não houver vagas no regime aberto? O
recolhimento noturno do preso no regime aberto se dá em casa de albergado, que é um prédio urbano,
separado dos demais estabelecimentos prisionais e que não deva possuir características de prisão,
principalmente no que se refere à existência de obstáculos físicos para a fuga. Caso não haja vagas no regime
semiaberto (são raríssimas as casas de albergado), o STF e o STJ firmaram entendimento no sentido de que
deve o preso ficar recolhido à prisão domiciliar12.

5.1.3 Disposições gerais acerca dos regimes de cumprimento da pena

Conforme havia dito a vocês, a pena privativa de liberdade atinge somente um direito do preso: a
liberdade (óbvio, não?).

Assim, o preso mantém todos os direitos inerentes à pessoa humana, como o respeito à sua integridade
física e moral. O respeito à integridade física e moral, inclusive, possui índole constitucional (art. 5°, XLIX da
Constituição).13

Também em razão disso, o STF decidiu regulamentar o uso de algemas, editando a súmula vinculante
n° 11, que diz:

SÚMULA VINCULANTE Nº 11

SÓ É LÍCITO O USO DE ALGEMAS EM CASOS DE RESISTÊNCIA E DE FUNDADO RECEIO


DE FUGA OU DE PERIGO À INTEGRIDADE FÍSICA PRÓPRIA OU ALHEIA, POR PARTE DO
PRESO OU DE TERCEIROS, JUSTIFICADA A EXCEPCIONALIDADE POR ESCRITO, SOB PENA
DE RESPONSABILIDADE DISCIPLINAR, CIVIL E PENAL DO AGENTE OU DA AUTORIDADE E DE
NULIDADE DA PRISÃO OU DO ATO PROCESSUAL A QUE SE REFERE, SEM PREJUÍZO DA
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.

12 STJ - REsp 1201880/RS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 07/05/2013, DJe
14/05/2013) e STF - HC 122313, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma,
julgado em 23/02/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-085 DIVULG 29-04-2016 PUBLIC 02-05-2016).
13 XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

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O direito ao recebimento de salário pelo seu trabalho realizado no estabelecimento prisional, bem
como o direito à integrar a previdência social também são assegurados ao preso, conforme foi dito. 14

E se antes do início do cumprimento da pena sobrevier ao condenado doença mental? O CP diz


que o condenado, neste caso, deve ser recolhido a Hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, ou outro
estabelecimento adequado.15

CUIDADO! Se a doença mental sobrevém após o início da execução da pena, aplica-se o


art. 183 da LEP, que autoriza o Juiz a substituir a pena privativa de liberdade por medida
de segurança.

O Código Penal estabelece, ainda, o fenômeno da Detração, que é o abatimento do tempo de


cumprimento da pena imposta, em razão do tempo que o condenado permaneceu preso provisoriamente,
administrativamente ou internado nos estabelecimentos psiquiátricos previstos no art. 41. Vejamos:

Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo


de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação
em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Por fim, há ainda a previsão de regime de cumprimento de pena especial às presidiárias mulheres,
que devem ser recolhidas a estabelecimento próprio.16

Trata-se de regra que materializa o direito previsto no art. 5°, XLVIII da constituição, que trata do
cumprimento da pena em estabelecimentos prisionais adequados.17

Na Lei de Execuções Penais, inclusive, há regramento específico para o tratamento das presidiárias
gestantes e que estejam em fase de amamentação, bem como dispõe sobre a existência de creches para que
as mães presidiárias não sejam privadas da companhia de seus filhos, e vice-versa.

14 Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à
sua integridade física e moral. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
15 Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta,

a outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


16 Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal,

bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
17 XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

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5.2 Penas restritivas de direitos

As penas restritivas de direitos são também chamadas de “penas alternativas”, pois se apresentam
como uma alternativa à aplicação da pena privativa de liberdade, muitas vezes desnecessária no caso
concreto.

São divididas em cinco espécies, conforme já adiantado, nos termos do art. 43 do CP.

Duas são as características elementares das penas restritivas de direitos: autonomia e substitutividade.18

Por autonomia entende-se a impossibilidade de serem aplicadas cumulativamente com a pena


privativa de liberdade.

Por substitutividade entende-se o caráter substitutivo das penas restritivas de direito, ou seja, elas não
são previstas como pena originária para nenhum crime no Código Penal, sendo aplicadas de maneira a
substituir uma pena privativa de liberdade originariamente imposta, quando presentes os requisitos legais.

Entretanto, as penas restritivas de direitos devem ser aplicadas somente se presentes alguns requisitos,
que a doutrina divide em objetivos e subjetivos.19 Os primeiros referem-se ao crime em si, e à penalidade
imposta. Os últimos estão ligados à pessoa do criminoso. Estão previstos nos incisos do art. 44 do CP. 20

REQUISITOS OBJETIVOS
Só pode haver substituição nos casos de crimes culposos (todos eles) ou no
caso de crimes dolosos, desde que, nesse último caso, não tenha sido o crime
Natureza do crime cometido com violência ou grave ameaça à pessoa (ex.: Não caberia
substituição no caso de homicídio).

A pena aplicada, no caso de crimes dolosos, não pode ser superior a quatro
Quantidade de pena
anos. No caso de crimes culposos, pode haver a substituição qualquer que
aplicada
seja a pena aplicada.

REQUISITOS SUBJETIVOS
OBS.1: Se o condenado for reincidente em crime culposo, poderá haver a
substituição.

Não ser reincidente em OBS.2: Entretanto, excepcionalmente, mesmo se o condenado for reincidente
crime doloso em crime doloso, poderá haver a substituição, desde que a medida seja
socialmente recomendável (análise das características do fato criminoso e
do infrator) e não se trate de reincidência específica (reincidência no mesmo
crime), conforme previsão do art. 44, § 3° do CP.

18 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. Ed. Saraiva, 21º edição. São Paulo, 2015, p. 659/660
19 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 662/666
20 Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº

9.714, de 1998)
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa
ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias
indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

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Suficiência da medida A pena restritiva de direitos deve ser suficiente para garantir o alcance das
(princípio da suficiência) finalidades da pena (punição e prevenção, geral e especial).

5.2.1 Regras da substituição

Nos termos do art. 44, § 2° do CP, a substituição se fará da seguinte forma:

Art. 44 (...) § 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por
multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de
liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas
restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

Assim:

 Pena igual ou inferior a um ano = Substituição por multa ou uma pena restritiva de direitos.
 Pena superior a um ano = Substituição por pena de multa e uma pena restritiva de direitos, ou por
duas restritivas de direitos. No caso de serem aplicadas duas restritivas de direitos, o condenado
poderá cumpri-las simultaneamente, se forem compatíveis, ou sucessivamente, se incompatíveis (art. 69,
§ 2° do CP).

ATENÇÃO! O art. 60, § 2° do CP prevê que: § 2º - A pena privativa de liberdade aplicada,


não superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos
incisos II e III do art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
Como conciliar este artigo com o art. 44, § 2° do CP, que expressamente permite a
substituição pela pena de multa nos casos de crime cuja pena seja igual ou inferior a um
ano? Como fazer quando a pena privativa de liberdade for superior a seis meses, mas
não superior a um ano? O entendimento majoritário é o de que o art. 44, § 2°, por ter
sido incluído pela Lei 9.714/98, sendo mais recente, portanto, que o art. 60, § 2° (incluído
pela Lei 7.209/84), revogou este último, de forma que a substituição da pena privativa de
liberdade pela pena de multa pode ocorrer quando a pena aplicada não for superior a um
ano.21

Pode ocorrer, durante o cumprimento da pena restritiva, que o condenado descumpra a obrigação
imposta pelo Juiz. Nesse caso, ocorrerá o que se chama de RECONVERSÃO OBRIGATÓRIA. Embora a lei
diga “conversão”, a conversão ocorreu da primeira vez, quando se converteu a pena privativa de liberdade
em restritiva de direitos. O que acontece, agora, é uma reconversão à pena original. Nos termos do art. 44,
§ 4° do CP:

21 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 671/672

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§ 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o


descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de
liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos,
respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714,
de 1998)

Mas a Lei não é injusta, de forma que se o condenado cumpriu parte da pena restritiva de direitos
imposta, o tempo que ele cumpriu será abatido da pena privativa de liberdade que ele cumprirá em razão
da reconversão (parte final do § 4° do art. 44 do CP).

Entretanto, além da reconversão obrigatória, há também hipótese de reconversão facultativa, nos


termos do art. 44, § 5° do CP:

§ 5º Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da


execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao
condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

Nesse caso, o Juiz da execução irá avaliar se o condenado pode cumprir a pena restritiva de direitos
imposta juntamente com a pena privativa de liberdade (que o camarada acabou de receber). Se for possível,
o Juiz PODE manter a pena restritiva de direitos imposta e o condenado cumprirá ambas, simultaneamente;
se não for possível, haverá a reconversão para a pena privativa de liberdade anteriormente aplicada. 22

EXEMPLO: Imagine que fulano tenha sido condenado a pena de 02 anos de detenção,
substituída por restritiva de direitos consistente na prestação de serviços à comunidade.
Enquanto cumpria a pena alternativa, fulano foi condenado a uma pena privativa de
liberdade que não foi suspensa (sursis) nem convertida em restritiva de direitos. Nesse caso,
o cumprimento de ambas é inviável, pois fulano não pode ao mesmo tempo estar preso e
cumprir a pena de prestação de serviços à comunidade. Assim, deverá haver a reconversão
da restritiva de direito em privativa de liberdade.

Porém, se no exemplo acima, a pena restritiva de direitos imposta fosse de prestação pecuniária, não
haveria nenhum impedimento ao cumprimento simultâneo desta com a nova pena privativa de liberdade
imposta, de forma que o Juiz da execução poderia deixar de reconvertê-la.

CUIDADO! Não se admite a reconversão se o condenado deixa de pagar a pena de multa,


pois o CP só admite a reconversão no caso de descumprimento das penas restritivas de
direitos e não no caso de descumprimento da pena multa.

CUIDADO II! Não se deve confundir pena de MULTA com pena de PRESTAÇÃO
PECUNIÁRIA. A primeira é uma modalidade de pena, a outra é uma espécie de pena

22 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 699

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RESTRITIVA DE DIREITOS. No primeiro caso, NÃO É POSSÍVEL A CONVERSÃO EM PRISÃO


pelo não pagamento. No segundo caso é POSSÍVEL, conforme entendimento do STJ.23

5.2.2 - Penas restritivas de direitos em espécie


Prestação pecuniária

Consiste no pagamento em dinheiro à vítima da infração penal, a seus dependentes, ou ainda, a


entidade pública ou privada com finalidade social, em montante fixado pelo Juiz entre 01 (um) e 360
(trezentos e sessenta) salários mínimos. Este valor pago será deduzido de eventual valor a ser pago em razão
de condenação na esfera cível, SE OS BENEFICIÁRIOS FOREM OS MESMOS.

No entanto, pode acontecer de, por acordo entre o infrator e o beneficiário da prestação, esta ser de
outra natureza que não seja patrimonial.24

EXEMPLO: joias, bens móveis, imóveis, mão-de-obra, etc.

MUITO CUIDADO! A prestação pode ser destinada a qualquer entidade pública. No


entanto, se se tratar de entidade privada, deverá possuir finalidade social.

Além disso, a pena de prestação pecuniária NÃO É PENA DE MULTA. Trata-se de uma modalidade
de pena restritiva de direitos, e difere da multa em diversos aspectos. Vejamos:

DIFERENÇAS ENTRE PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA E MULTA


CRITÉRIO MULTA PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA
Destinada à vítima, seus dependentes ou
Destinada ao Fundo
Destinação entidade pública ou privada (com
Penitenciário Nacional.
destinação social).
Fixação Entre 10 e 360 dias-multa Entre 01 e 360 salários mínimos.
Consequências do Deverá ser executada como
Reconversão obrigatória.
descumprimento dívida de valor.

23 HC 133.942/MG, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA,
julgado em 28/02/2012, DJe 20/03/2012
24 § 1º A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com

destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários
mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários.
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 2º No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra
natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

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Perda de bens e valores

A perda de bens e valores, tal qual a pena de prestação pecuniária, é uma modalidade de pena
restritiva de direitos que atinge o patrimônio financeiro do condenado.25

Poderá ter, como teto, dois parâmetros:

• Montante do prejuízo causado


• Montante do proveito obtido pelo agente ou por terceiro com a prática do delito

Perceba, caro aluno, que esta pena só poderá ser aplicada nas hipóteses de crimes que gerem algum
prejuízo ao sujeito passivo ou tragam algum benefício ao sujeito ativo ou a terceira pessoa.

Não confundam a pena de perdimento de bens, art. 45, § 3° do CP (modalidade de pena


restritiva de direitos), com o confisco, previsto no art. 91, II do CP (perda de bens em razão
da condenação). A pena de perdimento de bens incide sobre o patrimônio lícito do
condenado, sendo, portanto, uma pena propriamente dita. Já o confisco não é pena, mas
efeito da condenação, e incide sobre o patrimônio ilícito do agente, constituído pelo
produto do crime e pelos instrumentos do delito, desde que estes consistam em coisas cujo
fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito.

Prestação de serviços à comunidade

A pena de prestação de serviços à comunidade consiste, nos termos do art. 46, §§ 1° e 2° do CP:

Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às


condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. (Redação dada pela Lei nº
9.714, de 1998)

§ 1º A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição


de tarefas gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 2º A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais,


escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou
estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

25 Está prevista no art. 45, § 3° do CP:


§ 3º A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário
Nacional, e seu valor terá como teto - o que for maior - o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por
terceiro, em consequência da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

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De plano, vocês podem perceber que se trata de pena restritiva de direitos somente cabível nas
condenações a pena privativa de liberdade superior a 06 meses.

Embora o CP se refira a “entidades públicas”, a Doutrina entende que, à semelhança do que ocorre
com a pena de prestação pecuniária, esta pode ter como destinatária entidade privada, desde que possua
destinação social.26

A Doutrina entende, ainda, que a pena não pode ser prestada em Igrejas, por não se tratar de serviço
à comunidade, e pelo fato de que seria uma ofensa ao princípio do Estado laico (art. 19, I da Constituição).

O § 1° determina que a pena deva ser cumprida mediante a atribuição de tarefas gratuitas ao
condenado. Ou seja, diferentemente do que ocorre no caso de trabalho realizado pelo preso no
estabelecimento prisional, quando em cumprimento de pena privativa de liberdade, aqui o condenado não
recebe nada pelo trabalho, exatamente porque esta é a própria pena. Na pena privativa de liberdade a
execução das tarefas não é a pena (que é a privação da liberdade), motivo pelo qual naqueles casos o preso
deve receber retribuição salarial.

O § 3° estabelece que as tarefas sejam atribuídas de acordo com as aptidões do condenado.


Vejamos:

§ 3º As tarefas a que se refere o § 1º serão atribuídas conforme as aptidões do condenado,


devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de
modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

Assim, não pode o Juiz determinar a um pintor que preste serviço de carpintaria em uma escola, pois
não se enquadra dentro das suas aptidões, sendo impossível de ser cumprida.

A pena não pode, ainda, ser vexatória, humilhante ou possuir qualquer outra característica
contrária à sua finalidade.

O sistema de cumprimento adotado pelo CP é o da hora-tarefa, ou seja, cada hora de tarefa realizada
será computada como um dia da condenação.

EXEMPLO: Imagine que fulano foi condenado a 08 meses de detenção, tendo sua pena sido
convertida em restritiva de direitos, consistente na prestação de serviços à comunidade.
Assim, cada hora-tarefa cumprida por fulano corresponderá a um dia de cumprimento da
pena.

Entretanto, o § 4° estabelece que se pena aplicada for superior a um ano, para que não se torne muito
extensa, poderá ser cumprida em menor tempo, mas nunca inferior à metade.

§ 4º Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena


substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de
liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

Imagine, no exemplo anterior, que a condenação de fulano tenha sido a dois anos de reclusão. Nesse
caso, o CP possibilita que fulano realize duas horas-tarefa por dia, o que lhe fará abater dois dias de

Em nenhuma hipótese será possível a prestação de serviços a entidades privadas que visem lucro. BITENCOURT, Cezar Roberto.
26

Op. cit., p. 682

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cumprimento da pena, que será cumprida na metade do tempo previsto. No entanto, o cumprimento não pode
se dar em menos da metade do tempo previsto!

Interdição temporária de direitos

A pena de interdição temporária de direitos está prevista no art. 47 do CP, e pode consistir em:

Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato


eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação


especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)>

IV - proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (Incluído pela Lei


nº 11.250, de 2011)

As duas primeiras hipóteses são modalidades de penas restritivas de direitos específicas, pois só
podem ser aplicadas quando o crime for cometido no exercício do cargo ou função pública, ou, na segunda
hipótese, no exercício de atividade que dependa de habilitação especial, licença ou autorização do poder
público. Esta é a previsão do art. 56 do CP:

Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-
se para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função,
sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

EXEMPLO: Se um funcionário público comete um crime de lesão corporal, sem qualquer


relação com o exercício das funções, não pode lhe ser imposta a pena suspensão de exercício
de cargo ou função pública. Da mesma forma, se um médico é condenado pelo crime de
furto, não poderá ser privado do exercício de sua atividade, pois o crime praticado não
guarda qualquer relação com o exercício da atividade.

Não devemos confundir esta pena com o efeito da condenação previsto no art. 92, I do CP.

A pena de suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo (inciso III) somente se aplica
nos casos de crimes culposos cometidos no trânsito. Nos termos do art. 57 do CP:

Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos
crimes culposos de trânsito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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Entretanto, com a edição do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), este dispositivo perdeu muito
de sua utilidade, pois o CTB cuida com certa minúcia da matéria, inclusive no que tange à aplicação desta
pena de interdição. Entretanto, isto não é tema para a nossa aula.

CUIDADO! Esta pena não pode ser confundida com o efeito da condenação previsto no art. 92, III do CP:

Art. 92 - São também efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

(...) III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de
crime doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

A pena restritiva de direitos consistente na suspensão do direito de dirigir é uma pena que se aplica aos crimes
culposos cometidos no trânsito. Já o efeito da condenação, consistente na inabilitação para dirigir, ocorre
quando o veículo é utilizado como meio para a prática de crime doloso (atropelamento doloso, por exemplo). 27

Por sua vez, a proibição de frequentar determinados lugares é uma pena de difícil fiscalização, pois,
primeiramente, a Lei não estabeleceu quais são os lugares, ficando a critério do Juiz 28. Em segundo lugar, a
ausência de mecanismos hábeis para a realização da fiscalização dificulta demais a aplicação desta pena.

Entretanto, a Doutrina entende que se trata de uma pena constitucional, e que mesmo a expressão
vaga “determinados lugares” não ofende o princípio da legalidade, na medida em que esta é uma pena
alternativa, sendo originariamente prevista a pena privativa de liberdade, perfeitamente bem delimitada.

Finalizando com chave-de-ouro, o inciso V (incluído pela Lei 11.250/11) prevê uma quinta modalidade
de interdição de direitos, consistente na impossibilidade de o condenado se inscrever em concurso, avaliação
ou exame público.

A Lei não disse por quanto tempo, mas por lógica, em se tratando de uma pena substitutiva, esta pena
terá como duração o mesmo período da pena privativa de liberdade aplicada.

Limitação de fim de semana

Está regulamentada pelo art. 48 do CP:

Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados


e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento
adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

27BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 688/689


28Entende-se que o lugar deva ter alguma relação com o delito cometido, e que seja um lugar que exerça influência criminógena
sobre o condenado (um lugar que propicie a ele a prática do delito). BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 690/691

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Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e


palestras ou atribuídas atividades educativas.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Trata-se de uma pena raramente aplicada, em razão da praticamente inexistência, no Brasil, de casas
de albergado e congêneres. O STJ entende que se essa pena for aplicada, não havendo casa de albergado
em que possa ser cumprida, não pode o condenado ser submetido a estabelecimento prisional, por ser medida
mais gravosa que a pena imposta.

6 Pena de multa

A pena de multa pode ser conceituada como a penalidade (sanção penal) consistente no pagamento
de determinada quantia em dinheiro e destinada ao Fundo Penitenciário Nacional. Nos termos do art. 49, e
seus §§, do CP:
==14b95d==

Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada


na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360
(trezentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo
do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes
esse salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção


monetária. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

O critério utilizado para a fixação da pena de multa é o do dia-multa. O valor do “dia-multa” será
arbitrado pelo Juiz, em montante que varie entre 1/30 (um trigésimo) e 5 vezes o valor do maior salário
mínimo vigente À ÉPOCA DO FATO!

Perceba, caro aluno, que a aplicação da pena de multa obedece a um sistema BIFÁSICO, no qual o
Juiz:

 Primeiro fixa a quantidade de dias-multa.


 Depois, fixa o valor de cada dia multa.

O produto da multiplicação do número de dias multa pelo valor de cada dia multa será o montante
total da condenação.

EXEMPLO: Imagine que um réu é condenado ao pagamento de 10 dias-multa, considerando-


se cada dia multa como 1/30 do maior salário mínimo vigente (exemplificativamente, R$
600,00). Assim, 1/30 de R$ 600,00 igual a R$ 20,00. Desta forma, o valor total da
condenação será de 10 (quantidade de dias-multa) x R$ 20,00 (valor do dia-multa). Logo,
a pena de multa será fixada em R$ 200,00 (Duzentos reais).

Este critério possibilita o exercício do princípio da individualização da pena, pois confere ao Juiz uma
amplitude enorme na fixação do valor da pena de multa.

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A Doutrina entende que29:

 A quantidade de dias-multa é calculada com base no fato criminoso e na personalidade do agente


(circunstâncias do art. 59 do CP).
 O valor de cada dia-multa é fixado com base na situação econômica do infrator.

A pena de multa deve ser fixada levando-se em conta a situação econômica do réu, entretanto, essa
fixação com base na situação econômica do réu se refere à fixação do valor do dia-multa. Além disso, a pena
de multa pode ser aumentada até o triplo, caso, mesmo sendo aplicada ao máximo, o Juiz considere que ela
ainda é insuficiente.

Ressalto a vocês que esse sistema de aplicação da pena de multa é genérico, ou subsidiário. Assim,
nada impede que a Legislação Especial, e até mesmo o CP, prevejam situações especiais nas quais o
critério para a aplicação da pena de multa seja outro.

O pagamento da pena de multa deve se dar em até 10 dias a contar do trânsito em julgado da
sentença, podendo o Juiz, considerando as circunstâncias e a requerimento do condenado, permitir o
parcelamento do seu pagamento (art. 50 do CP).

O CP permite, ainda, que a pena de multa seja descontada diretamente na remuneração do


condenado, salvo na hipótese de ter sido aplicada cumulativamente com a pena privativa de liberdade (§ 1°
do art. 50 do CP), E NÃO PODE INCIDIR SOBRE RECURSOS QUE SEJAM INDISPENSÁVEIS AO SUSTENTO
DO INFRATOR E DE SUA FAMÍLIA (§ 2° do art. 50 do CP).

Conforme já havia adiantado a vocês, não cumprida espontaneamente a pena de multa, não pode
haver conversão em pena privativa de liberdade30, muito menos reconversão (porque nunca houve
conversão). Nesse caso, a multa será considerada como dívida de valor, aplicando-se-lhe as normas relativas
à dívida ativa da Fazenda Pública. Vejamos:

Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz da execução penal e
será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que
concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.

Esta redação atual do art. 51 do CP foi dada pela Lei 13.964/19 (chamado “Pacote Anticrime”).
Como se vê, a despeito de ser considerada mera dívida de valor, não podendo haver conversão em pena
privativa de liberdade, a multa deverá ser executada perante o Juízo da execução penal, colocando fim,
assim, a uma antiga discussão doutrinária e jurisprudencial sobre o juízo competente para executar a pena de
multa.

A Doutrina e a Jurisprudência entendem, em razão disso, que embora o não cumprimento da pena de
multa não possa gerar a conversão em pena privativa de liberdade, isto não lhe retira seu caráter de pena.
Assim, aplicada pena de multa e sobrevindo a morte do infrator, estará extinta a punibilidade31, nos termos
do art. 107, I do CP, já que não se pode estender os efeitos da pena aos sucessores do infrator, por força do
art. 5°, XLV da Constituição, que ressalvou apenas a obrigação de reparar o dano e o perdimento de bens.

29 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 529/530
30 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 530/531
31 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 531

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Por fim, o art. 52 do CP prevê que, sobrevindo doença mental ao condenado, ficará suspensa a pena
de multa.

DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES

CÓDIGO PENAL

 Arts. 32 a 58 do CP – Regulamentam as espécies de pena no Código Penal, bem como sua cominação:

Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - privativas de liberdade;

II - restritivas de direitos;

III - de multa.

SEÇÃO I

DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

Reclusão e detenção

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto.
A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a
regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;

b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou


estabelecimento similar;

c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva,


segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses
de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime


fechado;

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b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a
8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá,
desde o início, cumpri-la em regime aberto.

§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância


dos critérios previstos no art. 59 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

§ 4º O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime


do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução
do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de
12.11.2003)

Regras do regime fechado

Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame


criminológico de classificação para individualização da execução. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o


repouso noturno. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões


ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da
pena.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas.


(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Regras do regime semi-aberto

Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o
cumprimento da pena em regime semi-aberto. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia


agrícola, industrial ou estabelecimento similar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos supletivos


profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Regras do regime aberto

Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do


condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar


curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período
noturno e nos dias de folga. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime
doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente
aplicada. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Regime especial

Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres


e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste
Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Direitos do preso

Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade,
impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Trabalho do preso

Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios


da Previdência Social. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Legislação especial

Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38 e 39 deste Código,
bem como especificará os deveres e direitos do preso, os critérios para revogação e
transferência dos regimes e estabelecerá as infrações disciplinares e correspondentes
sanções. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Superveniência de doença mental

Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de
custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Detração

Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo


de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação
em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

SEÇÃO II

DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

Penas restritivas de direitos

Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

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I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

II - perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

III - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído pela Lei nº 9.714,


de 25.11.1998)

V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)

VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de


liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada,
se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado,


bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 1º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou
por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade
pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de
direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em


face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não
se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de
1998)

§ 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o


descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de
liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos,
respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714,
de 1998)

§ 5º Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da


execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao
condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

Conversão das penas restritivas de direitos

Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma


deste e dos arts. 46, 47 e 48. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

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§ 1º A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes


ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz,
não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários
mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de
reparação civil, se coincidentes os beneficiários. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 2º No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação


pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de
1998)

§ 3º A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a


legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto –
o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou
por terceiro, em conseqüência da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas

Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às


condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. (Redação dada pela Lei nº
9.714, de 1998)

§ 1º A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição


de tarefas gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 2º A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais,


escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou
estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 3º As tarefas a que se refere o § 1º serão atribuídas conforme as aptidões do condenado,


devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de
modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 4º Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena


substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de
liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

Interdição temporária de direitos (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato


eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação


especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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IV – proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (Incluído pela Lei


nº 12.550, de 2011)

Limitação de fim de semana

Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados


e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento
adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e


palestras ou atribuídas atividades educativas.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

SEÇÃO III

DA PENA DE MULTA

Multa

Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada


na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360
(trezentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo
do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes
esse salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção


monetária. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Pagamento da multa

Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado
a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir
que o pagamento se realize em parcelas mensais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do


condenado quando: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) aplicada isoladamente; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;(Incluído pela Lei nº 7.209, de


11.7.1984)

c) concedida a suspensão condicional da pena. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado


e de sua família. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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Conversão da Multa e revogação (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Modo de conversão.

Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o
juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas
à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e
suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei 13.964/19)

Suspensão da execução da multa

Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença


mental. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

CAPÍTULO II

DA COMINAÇÃO DAS PENAS

Penas privativas de liberdade

Art. 53 - As penas privativas de liberdade têm seus limites estabelecidos na sanção


correspondente a cada tipo legal de crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Penas restritivas de direitos

Art. 54 - As penas restritivas de direitos são aplicáveis, independentemente de cominação


na parte especial, em substituição à pena privativa de liberdade, fixada em quantidade
inferior a 1 (um) ano, ou nos crimes culposos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão a
mesma duração da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no § 4º
do art. 46. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-
se para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função,
sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos
crimes culposos de trânsito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Pena de multa

Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem os limites fixados no art. 49 e
seus parágrafos deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - A multa prevista no parágrafo único do art. 44 e no § 2º do art. 60 deste


Código aplica-se independentemente de cominação na parte especial. (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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SÚMULAS PERTINENTES

1 Súmulas do STF

 Súmula 718 do STF – O STF sumulou entendimento no sentido de que a gravidade em abstrato do delito
não é razão idônea para que o Juiz imponha regime prisional mais severo que aquele permitido de acordo
com a quantidade de pena aplicada:

SÚMULA 718

A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO


CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO QUE
O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA.

 Súmula 719 do STF – Além de entender que a gravidade em abstrato do delito não é fundamento idôneo
para a imposição de regime prisional mais gravoso, o STF sumulou entendimento também no sentido de que o
Juiz deve sempre fundamentar, de maneira idônea (baseada em fatos concretos e que não sejam inerentes ao
delito), a imposição de eventual regime prisional mais gravoso que aquele permitido pela quantidade de pena
aplicada:

SÚMULA 719

A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA


PERMITIR EXIGE MOTIVAÇÃO IDÔNEA.

2 Súmulas do STJ

 Súmula 269 do STJ – O STJ possui entendimento sumulado no sentido de que é possível a fixação do
regime semiaberto aos condenados que sejam reincidentes, desde que as circunstâncias judiciais sejam
favoráveis. Vejamos:

Súmula 269 do STJ

É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena


igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.

 Súmula 439 do STJ – O STJ possui entendimento sumulado no sentido de que o exame criminológico pode
ser determinado, mas somente por decisão fundamentada nas peculiaridades do caso, não podendo ser
aplicado em qualquer caso e sem qualquer critério:

Súmula 439 do STJ - Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde
que em decisão motivada.

 Súmula 440 do STJ – O STJ, seguindo a mesma linha do STF, sumulou entendimento no sentido de que, uma
vez fixada a pena-base no mínimo legal, o estabelecimento de regime prisional mais gravoso que o cabível

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em razão da pena imposta dependeria de fundamentação concreta, não podendo estar baseado na mera
gravidade abstrata do delito:

Súmula 440 do STJ - Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de


regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base
apenas na gravidade abstrata do delito.

 Súmula 493 do STJ – O STJ sumulou entendimento no sentido de que é vedado ao Juiz impor, como condição
especial ao regime aberto, qualquer das modalidades de pena restritiva de direitos, eis que isso configuraria
bis in idem (cumprimento de pena privativa de liberdade e cumprimento de pena restritiva de direitos, ainda
que indiretamente):

Súmula 493 do STJ - É inadmissível a fixação de pena substitutiva (art. 44 do CP) como
condição especial ao regime aberto.

JURISPRUDÊNCIA CORRELATA
 STF - HC 122313 e STJ - AgInt no HC 345.050/RS – O STJ e o STF firmaram entendimento no sentido de
que, caso não haja vagas no regime semiaberto, deve o preso ser transferido para o regime aberto. Caso
não haja vagas neste último, deve ser permitido o cumprimento da pena em prisão domiciliar:

(...)É direito do apenado o cumprimento da pena imposta em unidade prisional compatível


com o regime fixado no decreto condenatório. 3. Diante da inexistência de vaga em
estabelecimento adequado, é assegurado ao condenado o cumprimento da pena em regime
mais benéfico até que surja a disponibilidade em unidade compatível com a sua condenação.
4. Há evidente constrangimento ilegal quando, justificada na ausência de vaga coadunável,
o apenado é encaminhado para cumprimento da pena em regime mais gravoso que aquele
fixado no édito condenatório. 5. Writ não conhecido, mas com concessão da ordem, de ofício,
para assegurar ao paciente o direito de cumprir a pena no regime inicial semiaberto, ao
qual foi condenado, e, na falta de vaga, sucessivamente, no regime aberto ou em prisão
domiciliar, até o surgimento da disponibilidade em unidade compatível com o
intermediário.

(HC 122313, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. EDSON
FACHIN, Primeira Turma, julgado em 23/02/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-085
DIVULG 29-04-2016 PUBLIC 02-05-2016)

(...) Firmou-se neste Superior Tribunal de Justiça entendimento de que a inexistência de vaga
em estabelecimento prisional compatível com o regime determinado no édito
condenatório ou decorrente de progressão de regime permite ao condenado o
cumprimento da reprimenda no modo menos gravoso.

2. Patente a deficiência do Estado em viabilizar a implementação da devida política


carcerária, torna-se imperiosa a concessão, em caráter excepcional, do cumprimento
da pena em regime aberto ou, na falta de casa de albergado ou similar, em prisão
domiciliar, até o surgimento de vaga em estabelecimento adequado, em atendimento
ao princípio da dignidade da pessoa humana.

3. Agravo regimental desprovido.

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(AgInt no HC 345.050/RS, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, SEXTA TURMA,


julgado em 02/06/2016, DJe 14/06/2016)

 STJ - HC 356.785/MS – O STJ decidiu no sentido de que a quantidade de droga apreendida configura
motivação idônea para fins de fixação de regime prisional mais gravoso:

(...) No caso, o regime fechado, mais gravoso que a pena de 5 anos comporta, foi
estabelecido com base em fundamentação específica, ante a gravidade concreta do delito,
evidenciada pela quantidade da droga apreendida (132,85 kg de maconha).

(...) (HC 356.785/MS, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA,
julgado em 21/06/2016, DJe 29/06/2016)

 STJ - HC 353.609/SP – O STJ decidiu no sentido de que a natureza da droga apreendida e a presença
de menor na empreitada criminosa configuram motivação idônea para fins de fixação de regime prisional
mais gravoso:

(...) In casu, diante das circunstâncias do caso concreto - natureza da substância apreendida
(cocaína) e o envolvimento de menor na empreitada criminosa - encontra-se justificada a
segregação inicial em regime mais gravoso. (...)

(HC 353.609/SP, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, julgado em
21/06/2016, DJe 28/06/2016)

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (VUNESP – 2013 – ITESP – ADVOGADO) Com relação às penas privativas de liberdade, é correto
afirmar que:
a) a pena de reclusão deverá ser cumprida sempre em regime fechado.
b) considera-se regime fechado a execução da pena em colônia agrícola.
c) a pena de detenção deverá ser cumprida sempre em regime aberto.
d) considera-se regime semiaberto a execução da pena em casa de albergado.
e) a pena de reclusão poderá ser cumprida em regime aberto.

COMENTÁRIOS

Em relação aos regimes de cumprimento da pena privativa de liberdade, é correto afirmar que a pena de
reclusão poderá ser cumprida inicialmente em qualquer dos regimes. A de detenção, porém, não poderá ser
inicialmente cumprida em regime fechado. O regime fechado é aquele cujo cumprimento se dá em
estabelecimento de segurança máxima ou média. Já o semiaberto se dá em colônia agrícola ou industrial (ou
similar) e o regime aberto em casa de albergado ou similar. Vejamos:

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto.
A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a
regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;

b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou


estabelecimento similar;

c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

2. (VUNESP – 2012 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO) As penas privativas de liberdade deverão ser
executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e
ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado reincidente, cuja pena seja igual a 4 (quatro) anos, deverá, desde o início, cumpri-la em regime
aberto.
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 6 (seis) anos e não exceda a 12 (doze), poderá,
desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto.
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início,
cumpri-la em regime aberto.
d) o condenado reincidente, cuja pena seja inferior a 4 (quatro) anos, deverá, desde o início, cumpri-la em
regime aberto.

COMENTÁRIOS

Os critérios para a progressão de regime de cumprimento de pena estão previstos no art. 33, §2º do CP:

Art. 33 (...)

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva,


segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses
de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime


fechado;

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a
8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá,
desde o início, cumpri-la em regime aberto.

Vemos, assim, que a alternativa correta é a letra C, eis que de acordo com o previsto no art. 33, §2º, c do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

3. (VUNESP – 2011 – TJ-SP – JUIZ) Antônio foi condenado definitivamente pela prática de crime de
estelionato e, depois de decorridos mais de cinco anos desde o cumprimento da pena então imposta,

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comete novo crime, desta feita furto qualificado pelo rompimento de obstáculo, pelo qual vem a ser
condenado à pena de dois anos e quatro meses de reclusão. Assinale a alternativa correta, em face do art.
44, do Código Penal, que dispõe sobre a substituição da pena privativa de liberdade, por restritivas de
direito.
a) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser a pena imposta de reclusão.
b) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser ele reincidente em crime doloso.
c) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por serem ambas as condenações por crimes contra o
patrimônio.
d) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois a reincidência não é pela prática do mesmo crime.
e) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois ele não é reincidente.

COMENTÁRIOS

No caso em tela o agente é considerado primário, eis que decorridos mais de cinco anos desde a extinção da
punibilidade pela condenação anterior (art. 64, I do CP).

Neste caso, temos um agente primário, que praticou delito sem violência ou grave ameaça e cuja pena
aplicada é de 02 anos e 04 meses de reclusão. Vejamos o que diz o art. 44 do CP:

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de


liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada,
se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado,


bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

Assim, vemos que é possível a substituição da pena, pois o agente não é reincidente.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

4. (VUNESP – 2009 – TJ-MS – TITULAR NOTARIAL) A, primário, foi condenado por tentativa de roubo
qualificado à pena de 2 anos e 8 meses de reclusão e multa. O juiz, ao aplicar a pena,
a) deverá fixar o regime fechado para o cumprimento inicial por tratar-se de crime praticado com violência
contra a pessoa.
b) poderá substituir a pena privativa de liberdade por uma pena restritiva de direitos.
c) poderá substituir a pena privativa de liberdade por duas penas restritivas de direitos.
d) poderá conceder a suspensão condicional da pena privativa de liberdade por até 4 anos.
e) poderá fixar o regime aberto para o cumprimento inicial da pena privativa de liberdade.

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COMENTÁRIOS

No caso em tela a substituição não é possível, considerando-se que se trata de crime praticado com violência
ou grave ameaça à pessoa (art. 44, I do CP), também não sendo possível a concessão de sursis, eis que a pena
é superior a 02 anos (art. 77 do CP).

Com relação ao regime de cumprimento, por se tratar de pena inferior a 04 anos, o Juiz poderá fixar o
regime aberto como o regime inicial de cumprimento da pena:

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto.
A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a
regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

(...)

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva,


segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses
de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

(...)

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá,
desde o início, cumpri-la em regime aberto.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

5. (FCC – 2018 – MPE-PE – ANALISTA MINISTERIAL - ÁREA JURÍDICA) De acordo com o que dispõe o
Código Penal acerca das penas privativas de liberdade, no regime
a) aberto, o condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola,
industrial ou estabelecimento similar.
b) semiaberto, o condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou
exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga.
c) semiaberto, o trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou
ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena.
d) fechado, o trabalho externo é admissível, bem como a frequência a cursos supletivos profissionalizantes, de
instrução de segundo grau ou superior.
e) fechado, o trabalho externo é admissível em serviços ou obras públicas.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Item, errado, pois isto se aplica ao regime semiaberto, na forma do art. 35, §1º do CP:

Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o
cumprimento da pena em regime semi-aberto. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

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(...) § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em


colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

b) ERRADA: Item errado, pois isto se aplica no regime ABERTO, conforme art. 36, §1° do CP:

Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do


condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar


curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período
noturno e nos dias de folga. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

c) ERRADA: Item errado, pois esta é uma previsão cabível para o regime fechado, nos termos do art. 34, §2º
do CP:

Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame


criminológico de classificação para individualização da execução. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

(...)

§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões


ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da
pena.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

d) ERRADA: Item errado, pois isto é cabível no regime SEMIABERTO, nos termos do art. 35, §2º do CP:

Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o
cumprimento da pena em regime semi-aberto. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

(...)

§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos supletivos


profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

e) CORRETA: Item correto, pois esta é a previsão do art. 34, §3º do CP:

Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame


criminológico de classificação para individualização da execução. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

(...)

§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas.


(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

GABARITO: Letra E

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6. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO – APOIO JURÍDICO) Acerca das penas, suas espécies
e sua cominação, o Código Penal dispõe que
a) o condenado à pena privativa de liberdade superior a 7 anos deverá, obrigatoriamente, começar a cumpri-
la em regime fechado.
b) o condenado não reincidente, cuja pena privativa de liberdade seja superior a 6 anos e não exceda a 7,
deverá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto.
c) o condenado não reincidente, cuja pena privativa de liberdade seja superior a 5 anos e não exceda a 7,
deverá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
d) as penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma regressiva, segundo o mérito do
condenado.
e) o condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da
pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os
acréscimos legais.

COMENTÁRIOS

O art. 33, §2º do CP traz as regras para a fixação do regime inicial de cumprimento de pena. Vejamos:

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto.
A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a
regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

(...)

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva,


segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses
de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime


fechado;

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a
8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá,
desde o início, cumpri-la em regime aberto.

Vemos, assim, que as alternativas A, B e C estão erradas.

A letra D está errada pois as penas privativas de liberdade serão executadas de forma PROGRESSIVA, na
forma do supramencionado art. 33, §2º do CP. Ou seja, de um regime mais gravoso para um regime menos
gravoso.

Por fim, a alternativa E está correta. Vejamos:

Art. 33 (...)

§ 4º O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime


do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução

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do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de
12.11.2003)

GABARITO: Letra E

7. (FCC – 2018 – DPE-AM – ANALISTA – ADAPTADA) A pena de detenção deve ser cumprida em regime
inicial aberto, enquanto a de reclusão permite os regimes aberto, semiaberto e fechado.

COMENTÁRIOS

A pena de detenção pode ser cumprida em regime inicial aberto OU SEMIABERTO, na forma do art. 33 do
CP:

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto.
A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a
regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA.

8. (FCC – 2018 – DPE-AM – ANALISTA – ADAPTADA) O condenado não reincidente, cuja pena seja
superior a quatro anos e não exceda a oito, poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto.

COMENTÁRIOS

Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 33, §2º, “b” do CP:

Art. 33 (...)

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva,


segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses
de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

(...)

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a
8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;

Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA.

9. (FCC - 2017 – DPE-PR – DEFENSOR PÚBLICO) A pena de prestação de serviços à comunidade


a) deve ser cumprida à razão de duas horas de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não
prejudicar a jornada de trabalho.
b) não é aplicável, em nenhuma hipótese, caso o condenado for reincidente.
c) não pode ser cumprida em menor tempo pelo condenado, se a condenação for superior a um ano.
d) aplica-se às condenações superiores a seis meses de privação de liberdade.
e) não substitui a pena privativa de liberdade.

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COMENTÁRIOS

A pena de prestação de serviços à comunidade, por ser modalidade de pena restritiva de direitos, é uma
pena substitutiva à pena privativa de liberdade (errada a letra E). Além disso, é possível a conversão da pena
privativa de liberdade em restritiva de direitos mesmo no caso de reincidente, na forma do art. 44, §3º do CP
(errada a letra B). Tal modalidade deve ser cumprida à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação,
fixadas de modo a não prejudicar a jornada de trabalho, na forma do art. 46, §3º do CP, mas pode ser
cumprida em menor tempo do que o fixado na sentença, caso a condenação seja superior a 01 ano (art. 46,
§4º do CP), nunca inferior à metade do tempo de pena privativa de liberdade fixado (erradas as letras A e
C).

Por fim, a letra D está correta, pois tal modalidade de PRD (pena restritiva de direitos) só tem cabimento no
caso de condenação superior a seis meses de privação da liberdade, na forma do art. 46 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

10. (FCC - 2017 – DPE-PR – DEFENSOR PÚBLICO) Lucila cumpria regularmente pena restritiva de direito,
consistente em prestação pecuniária equivalente a dois salários mínimos, quando sobreveio, aos autos da
execução penal, condenação definitiva à pena privativa de liberdade cujo regime inicial era fechado.
Diante disso, o juízo da execução decidiu pela conversão da pena restritiva de direitos em privativa de
liberdade.
A decisão judicial
a) está correta porque há incompatibilidade de cumprimento simultâneo das penas restritiva de direitos e
privativa de liberdade, sendo válida a conversão da pena alternativa.
b) merece reforma porque há compatibilidade de cumprimento simultâneo das penas restritiva de direitos e
privativa de liberdade, sendo inválida a conversão da pena alternativa.
c) está correta porque a pena privativa de liberdade em regime inicial fechado deve prevalecer sobre a
pena restritiva de direitos.
d) merece reforma porque o Juízo da execução deveria promover a suspensão da pena restritiva de direitos,
cujo cumprimento seria exigível quando Lucila estivesse no regime aberto.
e) está correta porque qualquer condenação superveniente torna obrigatória a conversão da pena restritiva
de direitos em privativa de liberdade.

COMENTÁRIOS

Neste caso a decisão deve ser reformada, pois há compatibilidade de cumprimento simultâneo das penas
restritiva de direitos e privativa de liberdade, sendo incorreta a conversão da pena alternativa, pois Lucila
poderia cumprir ambas ao mesmo tempo, na forma do art. 44, §5º do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

11. (FCC – 2011 – TJ/PE – JUIZ) A pena de prestação pecuniária


A) é sempre incabível para o condenado reincidente.
B) deve ser fixada em dias-multa.
C) só pode ser estabelecida em favor da vítima ou de seus dependentes.
D) é autônoma e, nos crimes culposos, substitui a privativa de liberdade não superior a quatro anos.

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E) pode consistir em prestação de outra natureza, se houver aceitação do beneficiário.

COMENTÁRIOS

Primeiramente devemos analisar a natureza da pena de prestação pecuniária. A pena de prestação


pecuniária é uma modalidade de pena restritiva de direitos, nos termos do art. 43, I do CP. Desta forma, se
submetem ao regramento aplicável às penas restritivas de direitos.

Uma destas características é a substitutividade, pois a pena restritiva de direitos sempre será aplicada como
medida alternativa à pena privativa de liberdade, logo, ela nunca será autônoma (diferentemente da pena
de multa, que pode ser autônoma ou substitutiva).

Pode ser aplicada aos reincidentes, desde que não se trate de reincidência específica e a medida seja
socialmente aconselhável (art. 44, § 3° do CP).

Diz, ainda, o art. 45, em seus §§ 1° e 2°, que a prestação pecuniária pode ter como beneficiários, além dos
familiares, entidades públicas ou privadas com destinação social, e que a prestação pode ser de outra
natureza, que não a pecuniária, desde que haja aceitação do beneficiário.

Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

12. (FCC – 2010 – TRT 8°RG – ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS) O instituto que
permite ser computado na execução da pena privativa de liberdade ou na medida de segurança o tempo
de prisão provisória, ou seja, da prisão anterior ao trânsito em julgado da sentença condenatória,
denomina-se
A) progressão.
B) remissão.
C) detração.
D) regressão.
E) conversão.

COMENTÁRIOS

O Código Penal estabelece o fenômeno da Detração, que é o abatimento do tempo de cumprimento da


pena imposta, em razão do tempo que o condenado permaneceu preso provisoriamente, administrativamente
ou internado nos estabelecimentos psiquiátricos previstos no art. 41. Vejamos:

Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo


de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação
em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

13. (FCC – 2010 – TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA) A pena de interdição
temporária de direitos NÃO inclui:
A) proibição do exercício de mandato eletivo.

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B) suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.


C) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença
ou autorização do poder público.
D) proibição de frequentar determinados lugares.
E) proibição de se ausentar da casa de albergado aos sábados e domingos.

COMENTÁRIOS

A pena restritiva de direitos na modalidade de interdição temporária de direitos está prevista no art. 47 do
CP, que prevê as suas modalidades:

Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984),

I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato


eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação


especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984), III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

IV - proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998),

V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (Incluído pela Lei


nº 11.250, de 2011).

Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

14. (FCC – 2010 – TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Sobre a pena de MULTA prevista
no Código Penal, é INCORRETO afirmar que
A) deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois do trânsito em julgado da sentença.
B) se converte em pena de detenção, quando o condenado solvente deixa de pagá-la ou frustra a sua
execução.
C) sua cobrança pode ser efetuada mediante desconto no salário do condenado, quando aplicada
isoladamente.
D) sua execução será suspensa se sobrevém ao condenado doença mental.
E) se cobrada mediante desconto no salário, não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do
condenado e de sua família.

COMENTÁRIOS

A) CORRETA: Esta é a previsão do art. 50 do CP;

B) ERRADA: A pena de multa, quando não paga, não se converte em pena privativa de liberdade, passando
a ser considerada mera dívida de valor, a ser executada perante o Juízo da execução penal, nos termos do
art. 51 do CP.

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C) CORRETA: Esta é a previsão do art. 50, § 1°, a do CP.

D) CORRETA: Sobrevindo ao condenado doença mental, ficará suspensa a execução da pena de multa, nos
termos do art. 52 do CP;

E) CORRETA: Os descontos efetuados no salário do condenado, de forma a garantir o pagamento da pena


de multa, não podem prejudicar o seu sustento e o de sua família, nos termos do art. 50, § 2° do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

15. (FCC – 2009 – DPE/MT – DEFENSOR PÚBLICO) NÃO se inclui dentre as penas restritivas de direito a
A) limitação de fim de semana.
B) multa.
C) perda de bens e valores.
D) prestação de serviços à comunidade.
E) interdição temporária de direitos.

COMENTÁRIOS

As modalidades de penas restritivas de direitos estão previstas no art. 43 do CP:

Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998),

I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998),

II - perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998),

III - (VETADO) (Incluído e vetado pela Lei nº 9.714, de 1998),

IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído pela Lei nº 7.209,


de 11.7.1984 , renumerado com alteração pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998),

V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 , renumerado


com alteração pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998),

VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 , renumerado


com alteração pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)

Assim, a multa não é considerada pena restritiva de direitos, mas uma espécie de pena, tal qual a pena
privativa de liberdade e a restritiva de direitos.

Desta forma, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

16. (FCC – 2008 – METRÔ/SP – ADVOGADO) Considere as seguintes penas:


I. reclusão.
II. limitação de fim de semana.
III. multa.

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IV. perda de bens e valores.


V. prestação pecuniária.
São penas restritivas de direito SOMENTE
A) I e II.
B) III e V.
C) I, II e IV.
D) I, II e III.
E) II, IV e V.

COMENTÁRIOS

As modalidades de penas restritivas de direitos estão previstas no art. 43 do CP:

Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998),

I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998),

II - perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998),

III - (VETADO) (Incluído e vetado pela Lei nº 9.714, de 1998),

IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído pela Lei nº 7.209,


de 11.7.1984 , renumerado com alteração pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998),

V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984, renumerado


com alteração pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998),

VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984, renumerado com
alteração pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)

Desta forma, as alternativas I e III trazem hipóteses que não se caracterizam como penas restritivas de direitos.
A reclusão é uma modalidade de pena privativa de liberdade, e a multa é uma espécie de pena, também
diversa da restritiva de direitos.

Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

17. (FCC – 2009 – MPE/SE – ANALISTA DO MP – ESPECIALIDADE DIREITO) A pena de multa pode ser
imposta em substituição exclusiva da pena privativa de liberdade se esta for de até
A) um ano, não cabendo, porém, para o condenado reincidente.
B) seis meses, ainda que reincidente o condenado.
C) seis meses, não sendo reincidente o condenado.
D) um ano, não decorrendo eventual reincidência da prática do mesmo crime e a medida for socialmente
recomendável.
E) dois anos, independentemente de reincidência.

COMENTÁRIOS

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A pena de multa pode ser uma modalidade de pena autônoma (regra) ou ser aplicada de maneira substitutiva
a uma pena privativa de liberdade previamente aplicada (multa vicariante). Nessa última hipótese, a pena
de multa poderá ser aplicada quando a pena privativa de liberdade for igual ou inferior a um ano, ainda
que o réu seja reincidente, desde que, nesta hipótese, não se trate de reincidência específica e a medida seja
aconselhável. Esta é a inteligência do art. 44, §§ 2° e 3° do CP.

Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

18. (FCC – 2010 – TRF 4 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) A pena de multa pode ser imposta
em substituição exclusiva da pena privativa de liberdade se esta for de até
A) um ano, não cabendo, porém, para o condenado reincidente.
B) seis meses, ainda que reincidente o condenado.
C) seis meses, não sendo reincidente o condenado.
D) um ano, não decorrendo eventual reincidência da prática do mesmo crime e a medida for socialmente
recomendável.
E) dois anos, independentemente de reincidência.

COMENTÁRIOS

Perceba que a banca, aqui, repetiu, em anos diferentes, a mesma questão (Idêntica à anterior), de forma que
se aplicam a esta questão os comentários feitos àquela. Podemos extrair, ainda, a lição de que este tema é
muito “querido” pela Banca. Assim, vale reforçar o estudo nele.

Portanto, ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

19. (FCC – 2012 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO) Considere as seguintes situações hipotéticas de
cidadãos processados pela Justiça Pública:
I. José, não reincidente, é condenado a cumprir pena de 04 anos de reclusão por crime de denunciação
caluniosa e poderá iniciar o cumprimento da pena em regime aberto.
II. Paulo é condenado a cumprir pena de 02 anos de reclusão por crime de coação no curso do processo, e
tem sua pena privativa de liberdade substituída por uma pena restritiva de direitos e por multa.
III. Murilo registra condenação anterior por crime de falso testemunho e está sendo processado por crime de
peculato. Nesse caso, não poderá ter a sua pena privativa de liberdade substituída pela restritiva de direitos,
por expressa vedação legal.
De acordo com o Código Penal, está correto o que consta APENAS em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.

COMENTÁRIOS

I - CORRETA: O art. 33, §2, c do CP prevê esta esta possibilidade. Vejamos:

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Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto.
A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a
regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

(...)

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva,


segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses
de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

(...)

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá,
desde o início, cumpri-la em regime aberto.

II - ERRADA: A pena, neste caso, não pode ser substituída, eis que o crime de coação no curso do processo se
dá com violência ou grave ameaça à pessoa, o que veda a conversão, nos termos do art. 44, I do CP:

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de


liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada,
se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

III - ERRADA: Mesmo Maurício sendo reincidente, o art. 44, §3º permite a substituição, caso o Juiz verifique
que esta seja recomendável, já que Maurício não é reincidente específico (no mesmo crime). Vejamos:

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de


liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada,
se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado,


bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

(...)

§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em


face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não
se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de
1998)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

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20. (FGV – IX EXAME UNIFICADO DA OAB) O sistema punitivo brasileiro é progressivo. Por meio dele o
condenado passa do regime inicial de cumprimento de pena mais severo para regime mais brando, até
alcançar o livramento condicional ou a liberdade definitiva.
A respeito da progressão de regime, assinale a afirmativa correta.
A) O sistema progressivo brasileiro é compatível com a progressão “por saltos”, consistente na possibilidade
da passagem direta do regime fechado para o aberto.
B) O cumprimento da pena privativa de liberdade nos crimes hediondos é uma exceção ao sistema progressivo.
O condenado nesta modalidade criminosa deve iniciar e encerrar o cumprimento da pena no regime fechado,
sem possibilidade de passagem para regime mais brando.
C) A progressão está condicionada, nos crimes contra a Administração Pública, à reparação do dano causado
ou à devolução do produto do ilícito praticado com os acréscimos legais, além do cumprimento de 1/6 da
pena no regime anterior e do mérito do condenado.
D) O pedido de progressão deve ser endereçado ao juízo sentenciante, que decidirá independente de
manifestação do Ministério Público.

COMENTÁRIOS

A) No sistema brasileiro não se admite a progressão por saltos, de forma que progressão de regime deve
sempre se realizar do regime mais gravoso para o regime imediatamente menos gravoso.

B) A impossibilidade de progressão de regime nos crimes hediondos deixou de existir em 2006, com decisão
do STF. Em 2007, a Lei 11.464/07 passou a possibilitar a progressão de regime para os crimes hediondos.

C) Item correto. Os critérios do cumprimento de 1/6 da pena e do mérito do preso são genéricos. Os demais
estão previstos especificamente para este caso, nos termos do art. 33, §4º do CP:

Art. 33 - (...)

§ 4º O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime


do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução
do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de
12.11.2003)

D) O pedido de progressão é endereçado ao Juiz da Execução, nos termos do art. 66, III, b da LEP:

Art. 66. Compete ao Juiz da execução:

(...)

III - decidir sobre:

(...)

b) progressão ou regressão nos regimes;

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

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21. (FCC – 2014 – DPE-CE – DEFENSOR PÚBLICO) No caso de condenação igual ou inferior a quatro anos,
admissível a adoção do regime
a) semiaberto, se reincidente o agente e favoráveis as circunstâncias judiciais.
b) semiaberto, se reincidente o agente e desfavoráveis as circunstâncias judiciais.
c) fechado, ainda que fixada a pena-base no mínimo legal.
d) aberto, se favoráveis as circunstâncias judiciais, ainda que reincidente o agente.
e) aberto, se reincidente o agente e desfavoráveis as circunstâncias judiciais.

COMENTÁRIOS

No caso, o agente, em tese, deveria cumprir a pena inicialmente em regime fechado, por ser reincidente.
Vejamos:

Art. 33 (...)

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva,


segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses
de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime


fechado;

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a
8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá,
desde o início, cumpri-la em regime aberto.

Contudo, o STJ possui entendimento sólido, inclusive sumulado, no sentido de que é possível a fixação do regime
semiaberto neste caso, desde que favoráveis as circunstâncias judiciais. Vejamos:

Súmula 269 STJ

É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena


igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

EXERCÍCIOS PARA PRATICAR

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1. (VUNESP – 2013 – ITESP – ADVOGADO) Com relação às penas privativas de liberdade, é correto
afirmar que:
a) a pena de reclusão deverá ser cumprida sempre em regime fechado.
b) considera-se regime fechado a execução da pena em colônia agrícola.
c) a pena de detenção deverá ser cumprida sempre em regime aberto.
d) considera-se regime semiaberto a execução da pena em casa de albergado.
e) a pena de reclusão poderá ser cumprida em regime aberto.
2. (VUNESP – 2012 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO) As penas privativas de liberdade deverão ser
executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e
ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado reincidente, cuja pena seja igual a 4 (quatro) anos, deverá, desde o início, cumpri-la em regime
aberto.
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 6 (seis) anos e não exceda a 12 (doze), poderá,
desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto.
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início,
cumpri-la em regime aberto.
d) o condenado reincidente, cuja pena seja inferior a 4 (quatro) anos, deverá, desde o início, cumpri-la em
regime aberto.
3. (VUNESP – 2011 – TJ-SP – JUIZ) Antônio foi condenado definitivamente pela prática de crime de
estelionato e, depois de decorridos mais de cinco anos desde o cumprimento da pena então imposta,
comete novo crime, desta feita furto qualificado pelo rompimento de obstáculo, pelo qual vem a ser
condenado à pena de dois anos e quatro meses de reclusão. Assinale a alternativa correta, em face do art.
44, do Código Penal, que dispõe sobre a substituição da pena privativa de liberdade, por restritivas de
direito.
a) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser a pena imposta de reclusão.
b) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por ser ele reincidente em crime doloso.
c) A substituição não pode ser aplicada a Antônio, por serem ambas as condenações por crimes contra o
patrimônio.
d) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois a reincidência não é pela prática do mesmo crime.
e) A substituição pode ser aplicada a Antônio, pois ele não é reincidente.
4. (VUNESP – 2009 – TJ-MS – TITULAR NOTARIAL) A, primário, foi condenado por tentativa de roubo
qualificado à pena de 2 anos e 8 meses de reclusão e multa. O juiz, ao aplicar a pena,
a) deverá fixar o regime fechado para o cumprimento inicial por tratar-se de crime praticado com violência
contra a pessoa.
b) poderá substituir a pena privativa de liberdade por uma pena restritiva de direitos.
c) poderá substituir a pena privativa de liberdade por duas penas restritivas de direitos.
d) poderá conceder a suspensão condicional da pena privativa de liberdade por até 4 anos.
e) poderá fixar o regime aberto para o cumprimento inicial da pena privativa de liberdade.

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5. (FCC – 2018 – MPE-PE – ANALISTA MINISTERIAL - ÁREA JURÍDICA) De acordo com o que dispõe o
Código Penal acerca das penas privativas de liberdade, no regime
a) aberto, o condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola,
industrial ou estabelecimento similar.
b) semiaberto, o condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar curso ou
exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga.
c) semiaberto, o trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou
ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena.
d) fechado, o trabalho externo é admissível, bem como a frequência a cursos supletivos profissionalizantes, de
instrução de segundo grau ou superior.
e) fechado, o trabalho externo é admissível em serviços ou obras públicas.
6. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO – APOIO JURÍDICO) Acerca das penas, suas espécies
e sua cominação, o Código Penal dispõe que
a) o condenado à pena privativa de liberdade superior a 7 anos deverá, obrigatoriamente, começar a cumpri-
la em regime fechado.
b) o condenado não reincidente, cuja pena privativa de liberdade seja superior a 6 anos e não exceda a 7,
deverá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto.
c) o condenado não reincidente, cuja pena privativa de liberdade seja superior a 5 anos e não exceda a 7,
deverá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
d) as penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma regressiva, segundo o mérito do
condenado.
e) o condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da
pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os
acréscimos legais.
7. (FCC – 2018 – DPE-AM – ANALISTA – ADAPTADA) A pena de detenção deve ser cumprida em regime
inicial aberto, enquanto a de reclusão permite os regimes aberto, semiaberto e fechado.

8. (FCC – 2018 – DPE-AM – ANALISTA – ADAPTADA) O condenado não reincidente, cuja pena seja
superior a quatro anos e não exceda a oito, poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto.

9. (FCC - 2017 – DPE-PR – DEFENSOR PÚBLICO) A pena de prestação de serviços à comunidade


a) deve ser cumprida à razão de duas horas de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não
prejudicar a jornada de trabalho.
b) não é aplicável, em nenhuma hipótese, caso o condenado for reincidente.
c) não pode ser cumprida em menor tempo pelo condenado, se a condenação for superior a um ano.
d) aplica-se às condenações superiores a seis meses de privação de liberdade.
e) não substitui a pena privativa de liberdade.
10. (FCC - 2017 – DPE-PR – DEFENSOR PÚBLICO) Lucila cumpria regularmente pena restritiva de direito,
consistente em prestação pecuniária equivalente a dois salários mínimos, quando sobreveio, aos autos da
execução penal, condenação definitiva à pena privativa de liberdade cujo regime inicial era fechado.

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Diante disso, o juízo da execução decidiu pela conversão da pena restritiva de direitos em privativa de
liberdade.
A decisão judicial
a) está correta porque há incompatibilidade de cumprimento simultâneo das penas restritiva de direitos e
privativa de liberdade, sendo válida a conversão da pena alternativa.
b) merece reforma porque há compatibilidade de cumprimento simultâneo das penas restritiva de direitos e
privativa de liberdade, sendo inválida a conversão da pena alternativa.
c) está correta porque a pena privativa de liberdade em regime inicial fechado deve prevalecer sobre a
pena restritiva de direitos.
d) merece reforma porque o Juízo da execução deveria promover a suspensão da pena restritiva de direitos,
cujo cumprimento seria exigível quando Lucila estivesse no regime aberto.
e) está correta porque qualquer condenação superveniente torna obrigatória a conversão da pena restritiva
de direitos em privativa de liberdade.
11. (FCC – 2011 – TJ/PE – JUIZ) A pena de prestação pecuniária
A) é sempre incabível para o condenado reincidente.
B) deve ser fixada em dias-multa.
C) só pode ser estabelecida em favor da vítima ou de seus dependentes.
D) é autônoma e, nos crimes culposos, substitui a privativa de liberdade não superior a quatro anos.
E) pode consistir em prestação de outra natureza, se houver aceitação do beneficiário.
12. (FCC – 2010 – TRT 8°RG – ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS) O instituto que
permite ser computado na execução da pena privativa de liberdade ou na medida de segurança o tempo
de prisão provisória, ou seja, da prisão anterior ao trânsito em julgado da sentença condenatória,
denomina-se
A) progressão.
B) remissão.
C) detração.
D) regressão.
E) conversão.
13. (FCC – 2010 – TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA) A pena de interdição
temporária de direitos NÃO inclui:
A) proibição do exercício de mandato eletivo.
B) suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.
C) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença
ou autorização do poder público.
D) proibição de frequentar determinados lugares.
E) proibição de se ausentar da casa de albergado aos sábados e domingos.

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14. (FCC – 2010 – TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Sobre a pena de MULTA prevista
no Código Penal, é INCORRETO afirmar que
A) deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois do trânsito em julgado da sentença.
B) se converte em pena de detenção, quando o condenado solvente deixa de pagá-la ou frustra a sua
execução.
C) sua cobrança pode ser efetuada mediante desconto no salário do condenado, quando aplicada
isoladamente.
D) sua execução será suspensa se sobrevém ao condenado doença mental.
E) se cobrada mediante desconto no salário, não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do
condenado e de sua família.
15. (FCC – 2009 – DPE/MT – DEFENSOR PÚBLICO) NÃO se inclui dentre as penas restritivas de direito a
A) limitação de fim de semana.
B) multa.
C) perda de bens e valores.
D) prestação de serviços à comunidade.
E) interdição temporária de direitos.
16. (FCC – 2008 – METRÔ/SP – ADVOGADO) Considere as seguintes penas:
I. reclusão.
II. limitação de fim de semana.
III. multa.
IV. perda de bens e valores.
V. prestação pecuniária.
São penas restritivas de direito SOMENTE
A) I e II.
B) III e V.
C) I, II e IV.
D) I, II e III.
E) II, IV e V.
17. (FCC – 2009 – MPE/SE – ANALISTA DO MP – ESPECIALIDADE DIREITO) A pena de multa pode ser
imposta em substituição exclusiva da pena privativa de liberdade se esta for de até
A) um ano, não cabendo, porém, para o condenado reincidente.
B) seis meses, ainda que reincidente o condenado.
C) seis meses, não sendo reincidente o condenado.
D) um ano, não decorrendo eventual reincidência da prática do mesmo crime e a medida for socialmente
recomendável.
E) dois anos, independentemente de reincidência.

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18. (FCC – 2010 – TRF 4 – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) A pena de multa pode ser imposta
em substituição exclusiva da pena privativa de liberdade se esta for de até
A) um ano, não cabendo, porém, para o condenado reincidente.
B) seis meses, ainda que reincidente o condenado.
C) seis meses, não sendo reincidente o condenado.
D) um ano, não decorrendo eventual reincidência da prática do mesmo crime e a medida for socialmente
recomendável.
E) dois anos, independentemente de reincidência.
19. (FCC – 2012 – TRE-SP – ANALISTA JUDICIÁRIO) Considere as seguintes situações hipotéticas de
cidadãos processados pela Justiça Pública:
I. José, não reincidente, é condenado a cumprir pena de 04 anos de reclusão por crime de denunciação
caluniosa e poderá iniciar o cumprimento da pena em regime aberto.
II. Paulo é condenado a cumprir pena de 02 anos de reclusão por crime de coação no curso do processo, e
tem sua pena privativa de liberdade substituída por uma pena restritiva de direitos e por multa.
III. Murilo registra condenação anterior por crime de falso testemunho e está sendo processado por crime de
peculato. Nesse caso, não poderá ter a sua pena privativa de liberdade substituída pela restritiva de direitos,
por expressa vedação legal.
De acordo com o Código Penal, está correto o que consta APENAS em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
20. (FGV – IX EXAME UNIFICADO DA OAB) O sistema punitivo brasileiro é progressivo. Por meio dele o
condenado passa do regime inicial de cumprimento de pena mais severo para regime mais brando, até
alcançar o livramento condicional ou a liberdade definitiva.
A respeito da progressão de regime, assinale a afirmativa correta.
A) O sistema progressivo brasileiro é compatível com a progressão “por saltos”, consistente na possibilidade
da passagem direta do regime fechado para o aberto.
B) O cumprimento da pena privativa de liberdade nos crimes hediondos é uma exceção ao sistema progressivo.
O condenado nesta modalidade criminosa deve iniciar e encerrar o cumprimento da pena no regime fechado,
sem possibilidade de passagem para regime mais brando.
C) A progressão está condicionada, nos crimes contra a Administração Pública, à reparação do dano causado
ou à devolução do produto do ilícito praticado com os acréscimos legais, além do cumprimento de 1/6 da
pena no regime anterior e do mérito do condenado.
D) O pedido de progressão deve ser endereçado ao juízo sentenciante, que decidirá independente de
manifestação do Ministério Público.
21. (FCC – 2014 – DPE-CE – DEFENSOR PÚBLICO) No caso de condenação igual ou inferior a quatro anos,
admissível a adoção do regime

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a) semiaberto, se reincidente o agente e favoráveis as circunstâncias judiciais.


b) semiaberto, se reincidente o agente e desfavoráveis as circunstâncias judiciais.
c) fechado, ainda que fixada a pena-base no mínimo legal.
d) aberto, se favoráveis as circunstâncias judiciais, ainda que reincidente o agente.
e) aberto, se reincidente o agente e desfavoráveis as circunstâncias judiciais.

GABARITO

1. ALTERNATIVA E
2. ALTERNATIVA C
3. ALTERNATIVA E
4. ALTERNATIVA E
5. ALTERNATIVA E
6. ALTERNATIVA E
7. ERRADA
8. CORRETA
9. ALTERNATIVA D
10. ALTERNATIVA B
11. ALTERNATIVA E
12. ALTERNATIVA C
13. ALTERNATIVA E
14. ALTERNATIVA B
15. ALTERNATIVA B
16. ALTERNATIVA E
17. ALTERNATIVA D
18. ALTERNATIVA D
19. ALTERNATIVA A
20. ALTERNATIVA C
21. ALTERNATIVA A

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