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ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
1. Teoria da pena:
1.2. Finalidades da pena: Tradicionalmente a doutrina brasileira classifica três vértices/teorias sobre as
finalidades da pena:
1.2.1. Teorias Absolutas/Retributivas: pura referência ao passado. A pena não tem nenhum objetivo de
influenciar o futuro, ou de alterar comportamentos vindouros.
c. Justiça Kantiana: a pena é um imperativo de justiça. Kant nega qualquer possibilidade de função
preventiva da pena. Sustenta que, pela dignidade da pessoa humana (fórmula instrumento), o
ser humano é o fim de todas as coisas e não pode ser um meio para um fim. As coisas são meio.
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CARREIRAS JURÍDICAS
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Ou seja, Kant conclui que a pena preventiva usa o condenado como um meio de intimidação,
negando sua dignidade. Exemplo: Se a comunidade que vive em uma ilha vai se extinguir no dia
seguinte, deve imediatamente executar todos os condenados, com o objetivo de não perecer
sob a mácula da injustiça, da irracionalidade.
1.2.2. Teorias Relativas/Preventivas: a pena tem como objetivo a prevenção de novos crimes.
2. Prevenção geral positiva: sua premissa é que a pena tem função comunicativa.
1. Negativa:
Inocuização: pune-se para tornar o sujeito inofensivo (exemplo: RDD: Regime Disciplinar
Diferenciado).
2. Positiva:
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Pena com programa máximo de integração social: deve ser imposta uma agenda de
integração social.
Programa mínimo: a pena deve facultar ao condenado uma agenda de integração social.
a. Teorias aditivas: aquelas que justapõem duas ou mais finalidades. Na doutrina brasileira
prevalece que o art. 59/CP adota uma teoria Mista Aditiva, pois a pena teria como objetivos
reprovar e prevenir;
b. Teorias dialéticas: deve ser escolhida uma finalidade preponderante e as outras servirão como
limites.
Ausência da reação penal estatal estimula a ação informal (vingança privada), como grupos de
extermínio, por exemplo.
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b. Teorias psicanalíticas:
FREUD:
ID: impulso primitivo regido pelo princípio do prazer (está entre o físico e o psíquico);
SUPEREGO: introjeção da autoridade paterna. Trata-se da repressão ao impulso;
EGO: trata-se da consciência, que fica entre as tensões do ID e do SUPEREGO;
A sociedade precisa da pena para formar e fortalecer o seu superego, que faz com que medos
reais e fantasiosos sejam transmitidos de geração a geração, provocando a obediência às
normas. O castigo do outro traz equilíbrio psíquico para a sociedade
c. Teorias deslegitimadoras:
Teoria agnóstica da pena: (Zaffaroni), tem como premissa a sociedade de conflito. Para
Zaffaroni a pena não tem função legítima e os recursos de retribuição e prevenção são
ilusórios. A pena é uma opressão imposta pelo poderoso ao oprimido. Chamada agnóstica
porque Zaffaroni nega a investigação sobre as funções reais da pena, que seriam múltiplas e
variáveis.
2. Aplicação da pena:
2.1. Individualização da pena: o princípio constitucional da individualização da pena está previsto no art. 5º,
XLVI/CF. prevalece que a individualização tem ao menos três momentos:
a. Cominação legislativa;
b. Aplicação (sentença);
c. Execução da pena;
Art. 5º (...)
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
outras, as seguintes(...)
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