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ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
1. Aplicação da pena:
O STJ já entendeu que se o autor do crime for promotor de justiça é especialmente acentuada a
culpabilidade.
É consolidado o entendimento do STJ que a culpabilidade como circunstância judicial não tem os
mesmos elementos da culpabilidade como estrutura na Teoria do Crime.
2. Antecedentes criminais: prevalece que apenas o passado criminoso deve ser considerado. Outras
referências ao passado do autor serão valoradas na conduta social.
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CARREIRAS JURÍDICAS
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Súmula 444/STJ esclarece que é vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em
curso, como maus antecedentes.
Os maus antecedentes são eternos? Prevalece no STJ que os maus antecedentes não depuram
no mesmo prazo da reincidência. Art. 64/CP - HC 272899 - RESP 1160240. O STJ decidiu que não
podem ser eternos.
Diferentemente, no STF é pacífica a orientação que os maus antecedentes são depurados junto
com a reincidência (HC 126315 e HC 110191).
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Ementa: Habeas corpus. 2. Homicídio qualificado-privilegiado.
Condenação. 3. Aumento da pena em sede de recurso especial.
Entendimento no sentido de que o período depurador de 5 anos
estabelecido pelo art. 64, I, do CP, refere-se à reincidência, mas, com
relação ao registro de antecedentes, esses prolongam-se no tempo,
devendo ser considerados como circunstâncias judiciais em desfavor
do réu. 4. Registro de uma condenação anterior, por contravenção
(dirigir sem habilitação), transitada em julgado em 28.6.1979.
Decorridos mais de 5 anos desde a extinção da pena da condenação
anterior (CP, art. 64, I), não é possível alargar a interpretação de
modo a permitir o reconhecimento dos maus antecedentes.
Aplicação do princípio da razoabilidade. 5. Ordem concedida para
restabelecer a decisão proferida pelo TJ/RJ nos autos da Apelação n.
2006.050.02054, que manteve a pena-base fixada pelo Juiz-
Presidente do Tribunal do Júri e, assim, reconheceu a prescrição da
pretensão executória. Decisão: A Turma, por unanimidade, concedeu
a ordem para restabelecer a decisão proferida pelo TJ/RJ nos autos
da Apelação n. 2006.050.02054, que manteve a pena-base fixada
pelo Juiz-Presidente do Tribunal do Júri e, assim, reconheceu a
prescrição da pretensão executória, nos termos do voto do Relator.
2ª Turma, 23.04.2013. Prevalece ainda que não configura mau
antecedente a condenação por crime praticado após o fato que é
objeto de julgamento- RE 591054.
Consolidado entendimento do STJ que atos infracionais não configuram maus antessentes. RHC
43350.
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de sentença penal condenatória definitiva, é a regra, e o
enclausuramento provisório, a exceção, como têm insistido esta
Corte e o Supremo Tribunal Federal em inúmeros julgados, por força
do princípio da presunção de inocência, ou da não culpabilidade. - A
decisão que determinou a segregação provisória foi devidamente
fundamentada para garantia da ordem pública, como forma de
acautelamento do meio social, em razão das circunstâncias do caso
concreto que retratam a periculosidade do recorrente, considerando
o modus operandi do delito, praticado com arrombamento de
estabelecimento comercial e envolvimento de um menor de idade. -
A prisão cautelar justifica-se também para evitar a reiteração delitiva,
pois o recorrente respondeu a três procedimentos de apuração de
ato infracional equiparado a crimes patrimoniais, circunstâncias que
revelam a real possibilidade de que, se solto, volte a delinquir -
Conquanto os atos infracionais equiparados a crimes contra o
patrimônio praticados pelo recorrente não possam ser considerados
para fins de reincidência, ou mesmo como maus antecedentes,
servem para evidenciar o risco concreto da prática de novos delitos,
uma vez que demonstram ser rotina na vida do agente o
cometimento de ilícitos. Precedentes. Recurso ordinário a que se
nega provimento. Acordão. Vistos, relatados e discutidos os autos em
que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Sexta
Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e
das notas taquigráficas a seguir, por maioria, negar provimento ao
recurso, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora, vencidos os
Srs. Ministros Maria Thereza de Assis Moura e Nefi Cordeiro, que
davam provimento ao recurso. Os Srs. Ministros Sebastião Reis Júnior
(Presidente) e Rogerio Schietti Cruz votaram com a Sra. Ministra
Relatora.
3. Conduta social e personalidade: conduta social é a forma com que o sujeito se relaciona com sua
comunidade.
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demonstrem, efetivamente, a maior periculosidade do réu aferível a
partir de sua índole, atitudes, história pessoal e familiar, etapas de
seu ciclo vital e social, etc., sendo prescindível a existência de laudo
técnico confeccionado por especialistas nos ramos da psiquiatria e
psicologia para análise quanto a personalidade do agente. 2. Agravo
regimental improvido. Acordão: Vistos, relatados e discutidos os
autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da
SEXTA Turma do Superior Tribunal de Justiça: A Sexta Turma, por
unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos
do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Sebastião Reis
Júnior (Presidente) e Marilza Maynard (Desembargadora Convocada
do TJ/SE) votaram com a Sra. Ministra Relatora. Ausente,
justificadamente, o Sr. Ministro Rogerio Schietti Cruz.
4. Motivos do crime: são as razões que levam o sujeito à pratica criminosa. Apenas motivos exógenos
podem interferir na dosagem da pena.
As 05 circunstâncias acima estudadas são subjetivas, pois se referem ao sujeito. Serão analisadas
adiante 03 circunstâncias judiciais objetivas:
5. Circunstancias do crime: tratam-se de dados ou fatos que ganham relevância no caso concreto.
Apenas circunstâncias exógenas podem interferir na pena.
STJ sustenta que elevada complexidade em organização criminosa será considerada para
incremento da pena - RESP 1536956
EMENTA. PENAL. HABEAS CORPUS. ART. 157, § 2.°, I E II, C.C., ART.
71, DO CÓDIGO PENAL. (1) WRIT SUBSTITUTIVO DE RECURSO
ESPECIAL. INVIABILIDADE. VIA INADEQUADA. (2) PENA-BASE ACIMA
DO MÍNIMO LEGAL. CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL DESFAVORÁVEL.
COMPORTAMENTO NEUTRO DA VÍTIMA. AUSÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. FLAGRANTE ILEGALIDADE. (3) NÃO
CONHECIMENTO. ORDEM DE OFÍCIO. 1. É imperiosa a necessidade de
racionalização do emprego do habeas corpus, em prestígio ao âmbito
de cognição da garantia constitucional, e, em louvor à lógica do
sistema recursal. In casu, foi impetrada indevidamente a ordem
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como substitutiva de recurso especial. 2. A dosimetria é uma
operação lógica, formalmente estruturada, de acordo com o princípio
da individualização da pena. Tal procedimento envolve profundo
exame das condicionantes fáticas, sendo, em regra, vedado revê-lo
em sede de habeas corpus (STF: HC 97677/PR, 1.ª Turma, rel. Min.
Cármen Lúcia, 29.9.2009 - Informativo 561, 7 de outubro de 2009). O
fato de a vítima não ter contribuído para o delito é circunstância
judicial neutra e não deve levar ao aumento da reprimenda.
(Precedentes). 3. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida,
de ofício, a fim de reduzir a pena da paciente Adrielly da Silva para 7
(sete) anos, 9 (nove) meses e 10 (dez) dias de reclusão, mais 18
(dezoito) dias-multa , e a reprimenda do paciente Mirosmar da Silva
Salustiano para 6 (seis) anos, 2 (dois) meses e 20 (vinte) dias de
reclusão, mais 15 (quinze) dias-multa , mantidos os demais termos da
sentença e do acórdão. ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos os
autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da
SEXTA Turma do Superior Tribunal de Justiça: A Sexta Turma, por
unanimidade, não conheceu do pedido, expedindo, contudo, ordem
de ofício, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs.
Ministros Sebastião Reis Júnior (Presidente), Rogerio Schietti Cruz e
Nefi Cordeiro votaram com a Sra. Ministra Relatora. Brasília, 18 de
setembro de 2014(Data do Julgamento).
b. Circunstâncias Legais:
Circunstâncias agravantes
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f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência
contra a mulher na forma da lei específica; (Redação dada pela Lei nº
11.340, de 2006)
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício,
ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher
grávida; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer
calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
Reincidência
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II - não se consideram os crimes militares próprios e
políticos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Circunstâncias atenuantes
1. Qualificadoras: são as circunstancias que impõem novos limites expressos para a pena base;
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Sobre as agravantes, merece destaque a REINCIDÊNCIA. Nos termos do art. 63/CP ocorre quando o
sujeito pratica novo crime após o transito em julgado de sentença condenatória por crime anterior.
Tabela crime-contravenção
Condenação transitada em
Pratica novo: Consequência:
julgado por:
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PRIMÁRIO. - FUNDAMENTAÇÃO COMPLEMENTAR, MIN. ROSA
WEBER: DESPROVIMENTO, RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
CONSIDERAÇÃO, REINCIDÊNCIA, CIRCUNSTÂNCIA AGRAVANTE,
AUSÊNCIA, NOVIDADE, PENA, CORRELAÇÃO, CRIME, CONDENAÇÃO,
TRÂNSITO EM JULGADO, MOMENTO ANTERIOR, CARACTERIZAÇÃO,
AGRAVAMENTO DA PENA, CORRELAÇÃO, CRIME, CONDENAÇÃO,
ATUALIDADE, DECORRÊNCIA, ESCOLHA, RÉU, CONTINUIDADE,
ATIVIDADE CRIMINOSA, INDICAÇÃO, PENA, CONDENAÇÃO, TRÂNSITO
EM JULGADO, MOMENTO ANTERIOR, INSUFICIÊNCIA, FINALIDADE,
PREVENÇÃO DO CRIME, REPRESSÃO DO CRIME. PREVISÃO,
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, PRINCÍPIO, INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA,
AUSÊNCIA, INDICAÇÃO, VEDAÇÃO, CONSIDERAÇÃO, REINCIDÊNCIA,
AGRAVAMENTO, PENA. INEXISTÊNCIA, OFENSA, GARANTIA DA COISA
JULGADA, AUSÊNCIA, OCORRÊNCIA, APLICAÇÃO RETROATIVA, LEI
PENAL MAIS RÍGIDA, DECORRÊNCIA, PREVISÃO, CÓDIGO PENAL,
REINCIDÊNCIA, CIRCUNSTÂNCIA AGRAVANTE, MOMENTO ANTERIOR,
EXECUÇÃO, CRIME.
Não geram reincidência os crimes políticos e os crimes militares próprios (lembrar que crime
militar próprio é aquele previsto no CP militar, sem correspondente no CP comum).
Multireincidente: prevalece ser aquele que ostenta mais de 03 condenações aptas a gerar
reincidência (Damásio de Jesus).
Súmula 241/STJ: esclarece que uma única condenação anterior não pode ser usada para
justificar um mau antecedente e a reincidência. Seria um proibido bis in idem. Prevalece, no
entanto, que se são duas ou mais as condenações anteriores, uma pode ser usada para
configurar a reincidência e outra como mau antecedente – HC 268659/STJ.
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RAZOABILIDADE. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 4.
HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. 1. A jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça, buscando a racionalidade do ordenamento
jurídico e a funcionalidade do sistema recursal, vinha se firmando,
mais recentemente, no sentido de ser imperiosa a restrição do
cabimento do remédio constitucional às hipóteses previstas na
Constituição Federal e no Código de Processo Penal. Nessa linha de
evolução hermenêutica, o Supremo Tribunal Federal passou a não
mais admitir habeas corpus que tenha por objetivo substituir o
recurso ordinariamente cabível para a espécie. Precedentes.
Contudo, devem ser analisadas as questões suscitadas na inicial no
intuito de verificar a existência de constrangimento ilegal evidente - a
ser sanado mediante a concessão de habeas corpus de ofício -,
evitando-se prejuízos à ampla defesa e ao devido processo legal. 2.
Não configura bis in idem a utilização de condenações anteriores com
trânsito em julgado para caracterizar os maus antecedentes e a
reincidência do paciente, desde que uma delas seja utilizada para
exasperar a pena-base e a outra, na segunda fase da dosimetria. 3.
Mostra-se razoável o aumento da pena-base em 2/6 (dois sextos),
diante da valoração negativa dos maus antecedentes e da
culpabilidade. 4. Habeas corpus não conhecido. Acordão
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos
votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, não
conhecer do pedido. Os Srs. Ministros Moura Ribeiro, Regina Helena
Costa, Laurita Vaz e Jorge Mussi votaram com o Sr. Ministro Relator.
Período depurador da reincidência: nos termos do art. 64/CP, 05 anos após a extinção da pena,
contado o período de prova do sursis e do livramento condicional, o autor volta a ser primário.
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Súmula 545/STJ: Quando a confissão for utilizada para a formação do
convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no
art. 65, III, d, do CP.
Confissão qualificada: prevalece nas cortes superiores que a confissão qualificada atenua a
pena. Aquela em que o sujeito admite a pratica do crime, mas argumenta com excludente de
culpabilidade ou de antijuridicidade. HC 69479/STF e RESP 1416247/STJ;
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77653 ANO-1998 UF-MS TURMA-01 N.PÁG-009 Min. ILMAR GALVÃO
DJ 12-03-1999 PP-00003 EMENT VOL-01942-01 PP-00214.
Para o STJ prevalece que a confissão parcial que nega elementar não atenua: HC 301/063
Atenuante geral do art. 66/CP: a pena poderá ainda ser atenuada por circunstância relevante,
anterior ou posterior ao crime, ainda que não previsto em lei.
3. Causas de aumento e diminuição: causas de aumento são aquelas que incrementam a pena em
fração. Causas de diminuição são as que reduzem a pena, também em fração.
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Fórmulas como o dobro ou o triplo são majorantes.
a. Julgador deverá fixar os limites da pena base. Terá como fonte a pena prevista no preceito
secundário do tipo incriminador ou na qualificadora, se houver;
b. Fixar pena base dentro dos limites estabelecidos. Prevalece no STF que o juiz partirá do mínimo e
então fara o cotejo das circunstâncias judiciais;
Próxima aula: professor irá explicar o segundo passo da fixação da pena base.
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