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MATERIAL DE APOIO

Disciplina: Direito Processual Penal


Professor: Paulo Henrique Fuller
Aulas: 07 e 08

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

COMPETÊNCIA
1. Competência por prerrogativas de função

COMPETÊNCIA

1. Competência por prerrogativas de função (continuação)

1.1. Membros do MP

Membros MP Estadual Qualquer membro: TJ do Estado,


Art. 96, III, CF/88 salvo crimes eleitorais - TRE

Procurador Geral da República: STF


Art. 102, I, b, CF/88

Membros que atuam perante


Membros MP da União Tribunais: STJ – Art. 105, I, a, CF/88

Membros que atuam em 1º grau:


TRF, exceto competência eleitoral
Art. 108, I, a, CF/88

Atenção: o MP da União abrange, conforme art. 128, I, CF/88: MP Federal, MPDF (1º grau – TRF,
salvo competência eleitoral), MPT trabalhista e MP Militar.

Art. 96. Compete privativamente:


(...)
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito
Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público,
nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência
da Justiça Eleitoral.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a


guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:

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b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-
Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios
Ministros e o Procurador-Geral da República;

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


I - processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito
Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores
dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os
membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal,
os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais
e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante
tribunais;

Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:


I - processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça
Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de
responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

1.2. Demais competências originárias do STF: art. 102, I, b e c, CF/88:

a. Presidente e vice presidente da República,


b. Parlamentares federais;
c. Ministros do próprio STF e demais tribunais superiores (STJ, TSE, STM, TST);
d. PGR (Procurador Geral da República)
e. Ministros de Estados e equiparados: Advogado Geral da União (AGU) e Presidente do BACEN (art. 25, p.
único, Lei 10.683/03 – redação de 2016);
f. Comandantes das Forças Armadas: Exército, Marinha e Aeronáutica;
g. Membros do TCU;
h. Chefes de missões diplomáticas de caráter permanente;

1.3. Demais competências originárias do STJ: art. 105, I, a, CF/88:

a. Governadores de Estados/DF;
b. Magistrados de tribunal de 2º grau: TJ, TRE, TRTs;
c. Membros do MPU que atuem em tribunal e não seja o PGR;
d. Membros de Tribunais de Contas dos Estados/DF e municípios;

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1.4. Competência por prerrogativa de função (Tribunal) vs. Júri (1º grau)

PRERROGATIVA DE FUNÇÃO
JÚRI (geral)
(especial)

(norma geral afastada pela norma


Dentro da CF/88 Prevalece
especial)

CESP prevê competência do TJ


Dentro da
para julgar Delegado Geral de Prevalece (norma superior)
Constituição Estadual
Polícia

Se a prerrogativa de função for estabelecida dentro da própria CF, ela deve prevalecer sobre a
competência geral do Júri. Assim, o acusado continua sendo julgado na competência originária dos
tribunais, ainda que se trate de crime doloso contra a vida.

Súmula Vinculante 45: A competência constitucional do Tribunal do


Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido
exclusivamente pela Constituição Estadual.

Súmula 704/STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla


defesa e do devido processo legal a atração por continência ou
conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de
um dos denunciados.

Súmula 704/STF: É possível haver reunião de processos no tribunal, para aquele que não possui
prerrogativa de função (conexão/continência). O STF entende, como regra geral, a separação facultativa
de processos. Quem decidirá se reúne ou separa é o tribunal competente.

Professor explica: “No caso de conexão ou continência que envolva acusado que possui e outro que não
possui prerrogativa de função, o STF entende que a regra geral seria a separação facultativa de processos
(o tribunal competente poderia, se entender conveniente, determinar a atração da competência para o
processo e julgamento daquele acusado que não possui prerrogativa de função). Procedimento que é
legitimado pela súmula 704/STF.”

Exceção: (não foi colocada na súmula, mas é pacífica) o STF entende que a separação seria obrigatória
quando se tratar de crime doloso contra vida. Nesse caso, a mulher do magistrado, por exemplo, não

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seria atraída para o TJ do marido, pois a competência do Júri para ela tem sede constitucional (não pode
ser modificada por regras legais de conexão ou continência). Art. 76 e 77 do CPP.

Art. 76. A competência será determinada pela conexão:


I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas,
ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas
em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias
pessoas, umas contra as outras;
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar
ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em
relação a qualquer delas;
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas
circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.

Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:


I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51,
§ 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal.

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