Você está na página 1de 19

SUMÁRIO

MÓDULO II – Poder Judiciário 2

1 HISTÓRICO 2

2 PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO 3

2.1 Poder Judiciário (Tribunais, membros, atribuição e competências) 6

2.1.1 Justiça na esfera federal (comum e especializada) 9

2.1.2 Justiça nos Estados 11

2.1.3 Justiça eleitoral 12

2.2 Supremo Tribunal Federal e Tribunais superiores 13

2.2.1 Supremo Tribunal Federal (STF) 13

2.2.2 Superior Tribunal de Justiça (STJ) 14

2.2.3 Tribunal Superior Eleitoral (TSE) 15

2.2.4 Tribunal Superior do Trabalho (TST) 18

2.2.5 Superior Tribunal Militar (STM) 19


MÓDULO II – Poder Judiciário

Neste segundo módulo, faremos uma abordagem específica em relação ao Poder Judiciário. Por
isso, é muito importante que as noções trazidas no Módulo I estejam bem sedimentadas.

Uma das noções é a de que o Estado se divide em Poderes (ou funções), cada qual com atuações
típica e atípicas.

Desses Poderes do Estado, como já demonstrado na introdução, abordaremos o Poder Judiciário.

Percorreremos o seguinte caminho: 1 – Histórico em relação a existência do Poder Judiciário; 2 –


O Poder Judiciário brasileiro: órgão, membros, investidura, atribuição e competência.

Prontos para iniciar os estudos em relação ao Poder Judiciário? Vamos lá!

1 HISTÓRICO

Vimos no Módulo I que o Estado – e aqui pensemos em Estado do ponto de vista amplo (o país, a
Nação) –, como é visto hoje, não reflete o que se observava antigamente.

Nos tempos em que a atuação estava centrada nos Reis, não havia separação entre as funções
do Estado. Não era possível observar o Legislativo, Executivo e Judiciário como funções/Poderes
do Estado.

O Estado existia personificado na figura do seu Rei, seu Imperador. Era ele quem administrava,
criava as leis e julgava as causas. Assim era o Estado Déspota, centralizado numa única figura: o
“deus” Rei.

Mais adiante, um pensador francês do período iluminista, chamado Montesquieu, baseado nos
ensinamentos do filósofo grego Aristóteles, difundiu a visão da repartição do Estado em Poderes,
todos eles harmônicos e independentes.

Então, o Estado deixou de ser personificado na figura do Rei/Imperador, passando a ser um


organismo vivo, composto por órgãos que funcionam em favor do bem estar social e do Estado de
Direito.
O Judiciário como Poder independente do Estado é identificado na concepção do filósofo
Aristóteles, mas adquiriu seu contorno e seu formato a partir do século XVIII, com o iluminista
Montesquieu (considerado o idealizador da tripartição de Poderes estatais).

Imagens dos pais do Poder Judiciário como Poder Autônomo e Independente.

Aristóteles: Montesquieu:

A partir desse breve histórico, observamos, de forma clara, que o Estado caminhou por muitos
anos para chegar ao seu atual estágio de conformação estrutural.

A partir de agora, estamos aptos a analisar de forma pormenorizada o Poder Judiciário do Brasil,
em todas as suas divisões, atribuições e competências.

Vamos seguir?

2 PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO

Antes de analisarmos o Poder Judiciário brasileiro, como se propõe, é pertinente fincarmos alguns
pontos em relação à Justiça e a suas funções auxiliares.

Quem nunca ouviu falar que o Promotor de Justiça condenou o réu? Outra questão importante:
Você já ouviu a expressão que o Juiz deu o parecer?

Além dos questionamentos acima, você já observou nos telejornais a informação de que a polícia
é da Justiça?

O Poder Judiciário, como visto no Módulo I, tem a função típica de julgar. Para isso, ele é
composto por seus magistrados (juízes), os quais atuam com auxílio dos servidores da Justiça.
Mas o Poder Judiciário – aqui pensando na própria Justiça – não existe isoladamente. São
indispensáveis, ainda, as funções essenciais à Justiça, que não integram diretamente o Poder
Judiciário.

Assim, existe, por exemplo, como instituição permanente e essencial à Justiça, o Ministério
Público, que abrange o Ministério Público da União (Ministério Público Federal, Ministério
Público do Trabalho, Ministério Público Militar, Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) e
os Ministérios Públicos dos Estados (com Procuradores de Justiça e Promotores de Justiça).

Os membros do Ministério Público não decidem processos judiciais. Eles têm a função de opinar,
através de pareceres, sempre visando à legalidade, nos processos, bem como ajuizar as ações
penais e outras específicas de sua competência, como ações civis públicas e ações de
improbidade administrativa.

O Ministério Público não faz parte do Poder Judiciário, portanto.

Também não fazem parte do Poder Judiciário as polícias. Elas pertencem ao Poder Executivo.

Da mesma forma, não integrando o Poder Judiciário, estão os representantes da advocacia. São
profissionais autônomos (muitas vezes), que exercem suas funções junto à Justiça.

O advogado é essencial para uma pessoa acionar o Poder Judiciário, por exemplo. Sem o
advogado não é possível buscar seus direitos junto a um magistrado, exceto em algumas causas,
de competência dos Juizados Especiais ou da Justiça do Trabalho.

Ressalte-se, ainda, que para aqueles de baixa renda, que precisem buscar seus direitos na Justiça
e não têm como pagar um advogado, é possível buscar auxílio junto a um Defensor Público. Este
profissional, também dos quadros do Poder Executivo, é o advogado pago pelo Estado para
defender os direitos dos cidadãos sem possibilidade de pagar um advogado particular.

Em nível estadual, eles são os Defensores Públicos Estaduais. Já em nível federal, eles são
denominados Defensores Públicos Federais.
De forma objetiva:

Promotor de Justiça: Integra o Ministério Público Estadual, atuando, por exemplo, para oferecer
denúncia ao Poder Judiciário em caso de cometimento de crime e para apresentar parecer em
processos judiciais.

Policiais: Pertencem ao Poder Executivo e cuidam da segurança pública, além das investigações
criminais, sendo auxiliares à Justiça.

Advogados e Defensores Públicos: São os profissionais jurídicos que atuam para permitir às
pessoas em geral na defesa dos seus direitos perante o Poder Judiciário. Também são auxiliares
da Justiça, não fazendo parte do Poder Judiciário.
2.1 Poder Judiciário (Tribunais, membros, atribuição e competências)

O Poder Judiciário é composto por juízes e servidores dos quadros da Justiça, conforme
mencionado, não incluindo os chamados auxiliares da Justiça. É um Poder uno. Sua estrutura
apresenta-se constitucionalmente dividida apenas para definição da competência de cada órgão
previsto no artigo 92 da Constituição Federal de 1988:

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:

I - o Supremo Tribunal Federal;

I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de


2004)

II - o Superior Tribunal de Justiça;

II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92,


de 2016)

III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

Parágrafo único. O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm sede


na Capital Federal e jurisdição em todo o território nacional.

§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais


Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004) (Vide ADIN 3392)

§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo


o território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Quanto ao âmbito da atuação, o Poder Judiciário pode ser assim identificado:


a) Esfera federal, subdividida em Justiça Federal Comum e Especializada (esta última
contendo ainda algumas subdivisões: Justiça Eleitoral, Justiça do Trabalho e Justiça Militar
Federal);
b) Esfera estadual, subdividida em Justiça Estadual Comum e Justiça Especializada (esta
última sendo identificada pela Justiça Militar Estadual, nos termos do artigo 125, §§ 3º, 4º,
5º, da Constituição Federal de 1988).
Organograma – Poder Judiciário na esfera federal

Organograma – Poder Judiciário na esfera estadual

A estrutura da esfera federal e da esfera estadual é composta por dois graus de jurisdição: a primeira e
a segunda instância.
A primeira instância (ou primeiro grau) é identificada pelas varas ou seções judiciárias. Em regra, as
ações são propostas na primeira instância e julgadas por um juiz de direito.

Os juízes de direito são investidos na função após aprovação em concurso público de provas e
títulos, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica. Para as
nomeações, deve ser observada a ordem de classificação no referido concurso público.

Para se tornar desembargador, há promoção do juiz de direito pelo critério da antiguidade e pelo
critério do merecimento. Esses critérios são apurados na última ou única entrância e são
considerados de modo alternado (uma vaga que surgir no Tribunal será preenchida pelo critério da
antiguidade e a outra pelo critério do merecimento, assim sucessivamente).

Como é a composição dos Tribunais?

Nos Tribunais, 4/5 de suas vagas são destinadas aos juízes de direito (magistrados que atuam na
primeira instância), os quais serão promovidos, como visto, por antiguidade ou por merecimento.

De acordo com o artigo 94 da Constituição Federal de 1988, 1/5 dos lugares dos Tribunais
(Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios) será
composto de membros do Ministério Público, com mais de 10 anos de carreira, e de advogados de
notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de 10 anos de efetiva atividade
profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Após o recebimento das indicações dos nomes, o Tribunal formará, então, uma lista tríplice. Esta
lista, por sua vez, será enviada ao Poder Executivo (Governador do Estado, se vaga em Tribunal
Estadual, ou Presidente da República, se vaga em Tribunal Federal), que, nos 20 dias
subsequentes, escolherá um dos integrantes para nomeação.
2.1.1 Justiça na esfera federal (comum e especializada)

Na primeira instância, a Justiça Federal Comum é compostas por juízes federais, ao passo que a
Especializada é composta por juízes do trabalho (Justiça do Trabalho), juízes eleitorais (Justiça
Eleitoral) e juiz auditor da Justiça Militar da União (Justiça Militar Federal).

Já na segunda instância, seguindo nomenclatura da própria Constituição da República, a Justiça


Federal comum é composta de Juízes Federais de Tribunais. Todavia, após decisão do Conselho
Nacional do Justiça, convencionou-se chamá-los de Desembargadores Federais.

Na segunda instância da Justiça do Trabalho, os membros são chamados de Desembargadores


do Trabalho (ressaltando que a nomenclatura constitucional é juízes dos Tribunais Regionais do
Trabalho).

Passando à Justiça Federal Comum, atualmente, está dividida em 5 regiões:

Tribunal Regional Federal da 1ª Região – TRF1(Abrange os estados: AC, AM, AP, BA, DF, GO,
MA, MG, MT, PA, PI, RO, RR, TO)
Tribunal Regional Federal da 2ª Região – TRF2 (Abrange os estados: ES, RJ)
Tribunal Regional Federal da 3ª Região – TRF3 (Abrange os estados: MS, SP)
Tribunal Regional Federal da 4ª Região – TRF4 (Abrange os estados: PR, RS, SC)
Tribunal Regional Federal da 5ª Região – TRF5 (Abrange os estados: AL, CE, PB, PE, RN, SE)

As competências dos Tribunais Regionais Federais estão previstas no artigo 108 da


Constituição Federal de 1988 e as competências dos juízes federais estão previstas no artigo
109 da mesma Constituição. Um exemplo de competência dos juízes federais é julgar as causas
(os processos) em que há interesse da União, de autarquia federal ou de empresa pública
federal, na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de
acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho.

Já a Justiça do Trabalho, em regra, há um Tribunal Regional do Trabalho (TRT) em cada Estado


da Federação, comportando, apenas as seguintes exceções: No Estado de São Paulo há dois
Tribunais do Trabalho. Um na capital (TRT2) e outro na cidade de Campinas (TRT15).

Nos Estados do Norte do Brasil, há um TRT para cada dois Estados. O Distrito Federal e o
Tocantins também possuem um TRT para os dois: Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região
(Pará e Amapá); Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (Roraima e Amazonas); Tribunal
Regional do Trabalho da 14ª Região (Acre e Rondônia); Tribunal Regional do Trabalho da 10ª
Região (Distrito Federal e Tocantins).

Tribunais Regionais do Trabalho:


Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (Rio de Janeiro)
Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (São Paulo/ capital)
Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (Minas Gerais)
Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (Rio Grande do Sul)
Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (Bahia)
Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (Pernambuco)
Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (Ceará)
Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (Pará e Amapá)
Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (Paraná)
Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (Distrito Federal e Tocantins)
Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (Roraima e Amazonas)
Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (Santa Catarina)
Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região (Paraíba)
Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região (Acre e Rondônia)
Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (São Paulo/ Interior)
Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região (Maranhão)
Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (Espírito Santo)
Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (Goiás)
Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (Alagoas)
Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região (Sergipe)
Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (Rio Grande do Norte)
Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região (Piauí)
Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região (Mato Grosso)
Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (Mato Grosso do Sul)

As competências da Justiça do Trabalho estão previstas no artigo 114 da Constituição Federal


de 1988. Como exemplo de competência, citamos o julgamento das ações oriundas da relação
de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Quanto à Justiça Militar, destacamos as previsões da Constituição Federal de 1988:


SEÇÃO VII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES
Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:
I - o Superior Tribunal Militar;
II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios,
nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo
Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre
oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da
ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República
dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de
dez anos de efetiva atividade profissional;
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério
Público da Justiça Militar.
Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos
em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a
competência da Justiça Militar.
Como podemos perceber pelo artigo 124, parágrafo único, da Constituição Federal de 1988, a
organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar não foram disciplinados na
Constituição, ficando à lei dispor a respeito (A Lei nº 8.457/1992 dispõe sobre a Justiça Militar da
União e o funcionamento de seus serviços auxiliares).

Os crimes militares que serão processados e julgados pela Justiça Militar também serão os crimes
definidos em lei (os crimes militares praticados em tempo de paz ou em tempo de guerra estão
previstos nos artigos 9º e 10 do Código Penal Militar – Decreto-lei nº 1.001/1969; o processamento
e o julgamento estão previstos no Código de Processo Penal Militar – Decreto-lei nº 1.002/1969).

2.1.2 Justiça nos Estados

Na primeira instância da Justiça Estadual, Comum e Especializada, atuam os juízes de direito.

Vimos, também, que na segunda instância atuam os desembargadores. Estes integram os


Tribunais de Justiça de cada Estado e do Distrito Federal.

A competência da Justiça Estadual Comum é definida por exclusão. Quer isso significar que sua
competência será para processar e julgar matérias que não são de competência da Justiça Federal ou
de qualquer outra justiça especializada.

Todavia, existe previsão de competência delegada federal ao juiz de direito. Nos termos do artigo
109, § 3º, da Constituição Federal de 1988, com redação dada pela Emenda Constitucional nº
103/2019, “lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal em que forem
parte instituição de previdência social e segurado possam ser processadas e julgadas na justiça
estadual quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara federal.” Nessa
hipótese, o recurso caberá ao Tribunal Regional Federal (TRF) na área da jurisdição do juiz de
primeiro grau que atuou.

Quanto à Justiça Estadual Especializada, temos os seguintes Tribunais Militares:

- Tribunal de Justiça Militar do Estado de Minas Gerais;


- Tribunal de Justiça Militar do Estado do Rio Grande do Sul;
- Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo.

2.1.3 Justiça eleitoral

Perceberam que não tratei da Justiça Eleitoral? Deixei para abordá-la num subtópico próprio ao
final. Isso porque mesmo sendo um “braço” especializado da Justiça Federal, os magistrados
que a integram são juízes de direito (juízes estaduais).

Já nos Tribunais Regionais Eleitorais (TRE’s), sua composição é feita da seguinte forma: 2
desembargadores da Justiça Estadual; 2 juízes de direito; 1 juiz federal (do Tribunal Regional
Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal,
escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo); e 2 advogados.

Em cada Estado da Federação e no Distrito Federal há um TRE.

A Constituição Federal de 1988 não externou normas mais específicas sobre a organização e a
competência da Justiça Eleitoral, ficando tal disciplina à lei complementar, nos termos do artigo 121 da
citada Constituição (Código Eleitoral – Lei nº 4.737/1965). Porém, há algumas atribuições previstas na

Constituição, como, por exemplo, a relativa à impugnação do mandato eletivo (artigo 14, § 10, da
Constituição Federal de 1988) e à prestação de contas dos partidos políticos (artigo 17, inciso III, da
Constituição Federal de 1988).
2.2 Supremo Tribunal Federal e Tribunais superiores

O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede
na Capital Federal.

São chamados de Ministros os integrantes do STF e dos Tribunais Superiores.

Organograma dos Tribunais Superiores

É comum considerar os Tribunais Superiores como a “terceira instância”, mas esse grau de
hierarquia não existe formalmente
(https://cnj.jusbrasil.com.br/noticias/170117397/tribunais-superiores-quais-sao-o-que-fazem).

2.2.1 Supremo Tribunal Federal (STF)

O STF é o guardião máximo da nossa Constituição e sua competência (originária, recursal


ordinária e recursal extraordinária) encontra-se prevista no artigo 102 da Constituição Federal de
1988.

Compõe-se de 11 Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de 35 e menos de 65 anos de


idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Os Ministros do STF serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

Ligado administrativamente ao STF, temos o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) (será estudado
no Módulo III).

STF

Plenário STF

2.2.2 Superior Tribunal de Justiça (STJ)

O STJ é o guardião da nossa legislação federal/nacional. Sua competência (originária, recursal


ordinária e recursal especial) está prevista no artigo 105 da Constituição Federal de 1988.

Compõe-se de, no mínimo, 33 Ministros. Estes serão nomeados pelo Presidente da República,
dentre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, de notável saber jurídico e
reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
- 1/3 dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais (TRF’s) e 1/3 dentre desembargadores dos
Tribunais de Justiça (TJ’s), indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; - 1/3, em
partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito
Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do artigo 94 da Constituição Federal de
1988.
Plenário STJ

2.2.3 Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

O TSE dispõe de competência (originária e recursal) prevista nos artigos 22 e 23 do Código


Eleitoral:

Art. 22. Compete ao Tribunal Superior:

I - Processar e julgar originariamente:

a) o registro e a cassação de registro de partidos políticos, dos seus


diretórios nacionais e de candidatos à Presidência e vice-presidência da
República;
b) os conflitos de jurisdição entre Tribunais Regionais e juizes eleitorais
de Estados diferentes;
c) a suspeição ou impedimento aos seus membros, ao Procurador Geral
e aos funcionários da sua Secretaria;
d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos
pelos seus próprios juizes e pelos juizes dos Tribunais Regionais;
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral,
relativos a atos do Presidente da República, dos Ministros de Estado e dos
Tribunais Regionais; ou, ainda, o habeas corpus, quando houver perigo de se
egimento interno;

II - organizar a sua Secretaria e a Corregedoria Geral, propondo ao


Congresso Nacional a criação ou extinção dos cargos administrativos e a
fixação dos respectivos vencimentos, provendo-os na forma da lei;

III - conceder aos seus membros licença e férias assim como


afastamento do exercício dos cargos efetivos;
IV - aprovar o afastamento do exercício dos cargos efetivos dos juizes
dos Tribunais Regionais Eleitorais;
V - propor a criação de Tribunal Regional na sede de qualquer dos
Territórios;
VI - propor ao Poder Legislativo o aumento do número dos juizes de
qualquer Tribunal Eleitoral, indicando a forma desse aumento;
VII - fixar as datas para as eleições de Presidente e Vice-Presidente da
República, senadores e deputados federais, quando não o tiverem sido por
lei:
VIII - aprovar a divisão dos Estados em zonas eleitorais ou a criação de
novas zonas;
IX - expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste
Código;
X - fixar a diária do Corregedor Geral, dos Corregedores Regionais e
auxiliares em diligência fora da sede;
XI - enviar ao Presidente da República a lista tríplice organizada pelos
Tribunais de Justiça nos termos do ar. 25;
XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas
em tese por autoridade com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido
político;
XIII - autorizar a contagem dos votos pelas mesas receptoras nos Estados
em que essa providência for solicitada pelo Tribunal Regional respectivo;
XIV - requisitar a força federal necessária ao cumprimento da lei, de suas
próprias decisões ou das decisões dos Tribunais Regionais que o solicitarem,
e para garantir a votação e a apuração; (Redação dada pela Lei nº
4.961, de 1966)
XV - organizar e divulgar a Súmula de sua jurisprudência;
XVI - requisitar funcionários da União e do Distrito Federal quando o exigir
o acúmulo ocasional do serviço de sua Secretaria;
XVII - publicar um boletim eleitoral;
XVIII - tomar quaisquer outras providências que julgar convenientes à
execução da legislação eleitoral.

Compõe-se, no mínimo, de 7 membros, escolhidos:

- mediante eleição, pelo voto secreto, de 3 juízes dentre os Ministros do STF, e de 2 juízes dentre
os Ministros do STJ;
- por nomeação do Presidente da República, de 2 juízes dentre 6 advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo STF.
TSE

Plenário TSE

2.2.4 Tribunal Superior do Trabalho (TST)

O TST, localizado em Brasília bem ao lado do TSE, tem como foco principal da sua atuação
uniformizar a jurisprudência trabalhista do Brasil.

TST

Plenário TST

Compõe-se de 27 Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos de


idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após
aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
- 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério
Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício, observado o disposto no artigo 94 da
Constituição Federal de 1988.
- Os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT’s), da magistratura da carreira,
indicados pelo próprio TST.

2.2.5 Superior Tribunal Militar (STM)

O STM tem sua competência (originária e recursal) prevista no artigo 6º da Lei nº 8.457/1992. Uma
competência recursal que citamos como exemplo é a de julgar as apelações e os recursos de
decisões dos juízes de primeiro grau (artigo 6º, inciso II, alínea “c”).

Sua composição está prevista no artigo 123 da Constituição Federal de 1988 (transcrito na parte
sobre a Justiça Militar no subtópico 2.1.1).

STM

Plenário STM

Vamos conhecer agora o Conselho Nacional de Justiça?

Você também pode gostar