Você está na página 1de 97

CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU

PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Aula 07
15. Organização dos Poderes. Poder Judiciário

I. DO PODER JUDICIÁRIO – DISPOSIÇÕES GERAIS ------------------------------------------- 3


II. DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ)------------------------------------------------ 37
III. DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) -------------------------------------------------------- 48
IV. DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ)-------------------------------------------------- 64
V. DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E JUÍZES FEDERAIS -------------------- 75
VI. QUESTÕES DA AULA--------------------------------------------------------------------------------------------- 86
VII. GABARITO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 96
IX. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ---------------------------------------------------------------------------- 97

Olá futuros Analistas de Finanças e Controle da CGU!

Prontos para o SEU salário de R$ 12.960,77 e para exercer um dos


cargos mais cobiçados da Administração Pública?

Na aula de hoje, estudaremos a seguinte parte do seu edital: 15. Organização


dos Poderes. Poder Judiciário

Esse é um assunto bastante delicado para as aulas online, uma vez que a
maioria das questões de prova cobra a literalidade da CF, sem muitas
interpretações ou jurisprudência. Assim, você verá que os esquemas de hoje
serão um pouco menos resumidos, com menos palavras-chave e mais
transcrições do texto constitucional. Optei por fazer assim para que você
já vá se acostumando com a letra da CF.

Como sempre, faremos muitos exercícios da ESAF e, de forma complementar,


de outras bancas, para que você treine muito e tenha uma visão de todos os
ângulos da matéria. Ao responder as questões, leia todos os comentários, pois
foram feitas várias observações além da mera resolução da questão.

Na aula de hoje, teremos APENAS 45 páginas de conteúdo (teoria). O


restante das páginas é dividido entre exercícios comentados, MUITOS
esquemas e uma lista com as questões da aula. Dessa forma, apesar de o
número de páginas ser elevado, a leitura do material é bastante rápida e
agradável!

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 1


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Você notará que alguns esquemas e respostas foram exaustivamente


repetidos nos comentários das questões. Isso não é por acaso! Sugiro
que você os revise várias vezes, para internalizar o conhecimento.

Caso tenham alguma dúvida, mandem-na para o fórum ou para o email


robertoconstitucional@gmail.com.

Vamos então à nossa aula!

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 2


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

I. DO PODER JUDICIÁRIO – DISPOSIÇÕES GERAIS

1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Meu caro Analista de Finanças e Controle da CGU, você deve se lembrar do


princípio da separação dos poderes, previsto no art. 2º da Constituição.
Vamos revisar:

Art. 2º - São Poderes da União, independentes e harmônicos


entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Esse princípio é importantíssimo porque evita que o poder fique todo nas mãos
de uma só pessoa, evitando, assim, arbitrariedades e excessos. Além disso,
tais poderes são INDEPENDENTES e HARMÔNICOS entre si.

Ainda relembrando: o Brasil é um Estado Democrático de direito, ou seja, o


Estado brasileiro é governado pelo povo (democrático) e também tem que
obedecer às leis (de direito). Pois bem, a independência do Poder
Judiciário é a base do Estado de Direito, uma vez que ele efetua o controle
dos atos dos outros poderes e faz com que a Constituição seja efetivamente
cumprida, tanto pelo Estado quanto pelos particulares.

A nossa Constituição trouxe ainda uma série de direitos fundamentais


ligados ao Poder Judiciário, como o Princípio da unicidade de jurisdição (art.
5º XXXV), o princípio do juiz natural (art. 5º XXXVII), a duração razoável do
processo (art. 5º, LXXVIII), o Tribunal do Júri (art. 5º, XXXVIII), a presunção
da inocência (art. 5º, LVII), dentre outros.

2. SISTEMAS DE JULGAMENTO DE CONFLITOS

Observe que existem dois sistemas diferentes em relação a quem tem a


competência para realizar o julgamento dos conflitos. O sistema inglês,
adotado pelo Brasil, é o sistema que prevê a unicidade de jurisdição.
Dessa forma, somente o Poder Judiciário tem a capacidade de fazer a
coisa julgada e os conflitos administrativos NÃO podem ser julgados
definitivamente nesse âmbito.

Observe bem que um particular pode exigir seus direitos em âmbito


administrativo, exercendo, por exemplo, seu direito de petição. No entanto, as
decisões proferidas pelo Estado em âmbito administrativo poderão ser

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 3


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

reformadas pelo Poder Judiciário. Assim, somente o Judiciário faz coisa


julgada.

O outro sistema de resolução de conflitos é o sistema francês, também


chamado de contencioso administrativo. Nesse modelo, existem duas
jurisdições: a comum, feita pelo Poder Judiciário e a administrativa, feita em
âmbito administrativo. Nesse modelo, as decisões proferidas em âmbito
administrativo possuem força de coisa julgada administrativa.

Lembre-se: o modelo adotado pelo Brasil é o modelo inglês, onde


somente o Judiciário faz coisa julgada.

3. FUNÇÕES DO PODER JUDICIÁRIO

O Poder Judiciário, assim como os outros poderes, possui uma função típica e
também funções atípicas. A função típica do Judiciário é a função
jurisdicional, ou seja, de dizer e aplicar o direito às controvérsias a ele
submetidas.

Por outro lado, o Judiciário exerce, como funções atípicas, a função


administrativa, quando atua enquanto Administração Pública (quando
administra seus bens, serviços e pessoal, realiza licitações etc.) e a função
legislativa, quando produz normas gerais obrigatórias aplicáveis no seu
âmbito (ex: quando elabora seus Regimentos Internos).

Esquematizando:

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 4


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

PODER JUDICIÁRIO
Observações Gerais

x O Poder Judiciário independente é a base do Estado de Direito


x Vários direitos fundamentais são - Princípio da unicidade de jurisdição (art. 5º XXXV)
relacionados ao Poder Judiciário - Princípio do Juiz Natural (art. 5º XXXVII)
- Tribunal do Júri (art. 5º, XXXVIII)
- Presunção da inocência (art. 5º, LVII)
- Duração razoável do processo (art. 5º, LXXVIII)
- Outros

x Sistema - Inglês - Adotado pelo Brasil


- Unicidade de jurisdição
- Os conflitos administrativos NÃO podem ser julgados definitivamente
em âmbito administrativo.
- Francês ou contencioso administrativo: Há coisa julgada administrativa

x Funções do - Típica - Função jurisdicional (ou de julgamento)


Judiciário - Dizer e aplicar o Direito às controvérsias a ele submetidas
- Atípica -Administrativa: Quando administra seus bens, serviços e pessoal,
realiza licitações etc.
- Legislativa - Quando produz normas gerais, aplicáveis no seu
âmbito
- Ex: Regimentos Internos dos Tribunais
(equiparam-se às Leis Ordinárias)

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 5


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

4. ESTRUTURA DO PODER JUDICIÁRIO

O art. 92 da Constituição Federal estabelece quais são os órgãos do Poder


Judiciário. Observe:

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:


I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A o Conselho Nacional de Justiça;
II - o Superior Tribunal de Justiça;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

Antes de explicar como funciona a estrutura do Judiciário, observe-a


atentamente e depois, na medida em que eu for explicando, retorne ao quadro
a seguir e visualize bem onde está cada órgão.

Tribunais de Tribunais de
Superposição Convergência
Supremo Tribunal Federal -
STF

Tribunais Superior Tribunal de Tribunal Superior Tribunal Superior do Superior Tribunal Militar -
Justiça - STJ Eleitoral - TSE Trabalho - TST STM
Superiores

Tribunal de Justiça Tribunal Regional Tribunal Regional Tribunal Regional do


2º grau Estadual - TJEst Federal - TRF Eleitoral - TRE Trabalho - TRT

Juiz Estadual, do Juízes e Juntas


1º grau DF e Territórios Juiz Federal Eleitorais Juiz do Trabalho Juízes Militares

- Além desses órgãos, também integra o Poder Judiciário o Conselho Nacional de Justiça – CNJ,
que não possui competências jurisdicionais.

No topo do Poder Judiciário, está o Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é o


“Guardião da Constituição” e é ele quem possui a última palavra no que se
refere à interpretação constitucional. (volte agora e localize o STF no
organograma).

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 6


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Logo abaixo do STF, estão os quatro Tribunais Superiores: Superior Tribunal


de Justiça (STJ), Tribunal Superior do Trabalho (TST), Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) e o Superior Tribunal Militar (STM). (volte agora e localize os
Tribunais Superiores no organograma).

O Poder Judiciário, para fins didáticos, se divide em duas esferas: federal e


estadual. A esfera federal possui competências expressamente
enumeradas na Constituição, enquanto as competências da esfera estadual
são residuais.

A esfera federal se subdivide ainda em justiça comum, que julga as causas


consideradas ordinárias, e justiça especializada, que julga as causas relativas
à justiça do trabalho, eleitoral e militar.

Na esfera federal, existem os chamados Tribunais de Superposição. Esses


Tribunais são aqueles onde, embora não pertençam a nenhuma justiça,
suas decisões se sobrepõem às decisões proferidas pelos órgãos
inferiores (tanto da justiça comum quanto da especializada). O Brasil possui
dois tribunais de superposição: o STF, que julga questões relativas à
Constituição Federal, e o STJ, que julga questões relativas às leis,
assegurando a uniformização na interpretação da legislação federal.
Importante lembrar que o STJ não realiza o controle abstrato de
constitucionalidade, realizando somente o controle difuso. (volte agora
ao quadro e identifique os Tribunais de Superposição).

Existem, além dos tribunais de superposição, os Tribunais de Convergência.


Eles possuem esse nome porque as causas processadas pelos juízos inferiores
convergem para esses Tribunais. Os tribunais de convergência brasileiros são
os seguintes: Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de
Justiça (STJ), Tribunal Superior do Trabalho (TST), Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) e o Superior Tribunal Militar (STM). Observe que o STF e
o STJ são, ao mesmo tempo, tribunais de convergência e de
superposição. (volte agora e observe como os juízos inferiores convergem
para os juízos superiores: os juízes e tribunais eleitorais convergem para o
TSE, os juízes e tribunais do trabalho convergem para o TRE, e assim por
diante).

Passando agora para o degrau mais inferior do organograma (e pulando os


Tribunais de 2º grau), estão os juízes de primeiro grau ou primeira
instância. Esses juízes são órgãos singulares (isso mesmo! Um juiz é um

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 7


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

ÓRGÃO do Poder Judiciário!) e julgam monocraticamente, ou seja, apenas


uma pessoa julga. É nos juízes de primeiro grau onde começa a grande
maioria dos processos do judiciário. Assim, existem os juízes estaduais de
primeiro grau, os juízes federais de primeiro grau e assim por diante. (volte
agora e identifique os juízes de primeiro grau).

Logo acima dos juízes de primeiro grau, estão os Tribunais de segundo grau
ou segunda instância. Esses Tribunais, situados imediatamente acima dos
juízos singulares, funcionam como instância recursal destes. Assim, caso
alguém “não fique satisfeito” com a sentença que o juiz de primeiro grau
proferiu, ele pode recorrer ao tribunal de segunda instância para que sua
sentença seja reapreciada por este.

Além de funcionarem como instância recursal, os tribunais também possuem


competências originárias, ou seja, existem alguns tipos de processo que já
se iniciam no âmbito do tribunal, jamais passando pelo juiz singular. Portanto,
os Tribunais possuem competências originárias e recursais. (Volte agora
e observe os tribunais de segundo grau).

Uma informação que você deve sempre ter em mente é que, diferentemente
dos juízos singulares, onde apenas uma pessoa julga, todos os tribunais são
órgãos colegiados, ou seja, existem várias pessoas julgando de maneira
conjunta.

Os membros dos tribunais possuem nomes diferentes, a depender do tribunal


que atuam. Os julgadores dos Tribunais de Justiça Estaduais, por exemplo, são
chamados de desembargadores. Os desembargadores são “juízes que foram
promovidos” a membros dos Tribunais de Justiça. Já os membros dos Tribunais
Superiores e do STF são, em regra, chamados de Ministros. Por exemplo, um
membro do STJ se chama Ministro do STJ, enquanto um membro do STF se
chama Ministro do STF.

Voltando à estrutura do Poder Judiciário, existe ainda o Conselho Nacional de


Justiça (CNJ). Esse órgão não está integrando o organograma acima porque
ele não possui função jurisdicional, ou seja, o CNJ não pode julgar causas
no Judiciário (não pode dizer o direito), sendo um órgão eminentemente
administrativo.

“Mas então para que serve o CNJ?” Esse órgão tem a incumbência de realizar o
controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 8


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. Dessa forma, o CNJ é um


órgão de controle INTERNO do Poder Judiciário (e não de controle
externo!).

Lembre-se que o órgão máximo do judiciário brasileiro é o Supremo Tribunal


Federal e que o CNJ não tem nenhuma competência sobre o STF ou seus
ministros. Além disso, o CNJ teve sua constitucionalidade questionada e o
STF entendeu que sua criação não viola a Constituição (ADI 3.367/DF).

Uma derradeira informação importante sobre o CNJ: ele é um órgão do Poder


Judiciário como um todo e os Estados não podem criar órgãos estaduais
de controle interno ou externo do Poder Judiciário (ADI 3.367). Observe
a súmula 649 do STF:

“É inconstitucional a criação, por Constituição estadual, de órgão de


controle administrativo do Poder Judiciário do qual participem
representantes de outros Poderes ou entidades.”

Por fim, o STF e os Tribunais Superiores possuem jurisdição em todo o


território nacional (lembre-se que o CNJ não possui jurisdição) e estes e o CNJ
(STF+Tribunais Superiores+CNJ) têm sede na Capital Federal.

Saindo da esfera federal e indo para a outra esfera: a esfera estadual. Esta
possui competências não enumeradas expressamente pela Constituição.
Assim, o que não está previsto na CF como federal será de competência
estadual, sendo, por isso, chamada de residual. Além disso, os Tribunais de
Justiça Estaduais (TJEst) podem realizar tanto o controle difuso de
constitucionalidade (frente à CF e à Constituição Estadual) quanto o controle
concentrado de constitucionalidade (somente frente à Constituição Estadual).

Deve-se lembrar o fato de que não existe judiciário municipal e que não
existem mais Tribunais de Alçada, sendo que seus membros passaram a
integrar os Tribunais de Justiça dos respectivos estados-membros, respeitadas
a antiguidade e a classe de origem.

Explicando melhor: os Tribunais de Alçada ERAM tribunais de 2ª instância, que


julgavam processos em grau de recurso e que tinham por finalidade auxiliar o
Tribunal de Justiça de determinado Estado da Federação no julgamento dos
processos. Além disso, cada Tribunal de Alçada tinha sua competência própria

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 9


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

e delimitada, ou seja, havia um rol de ações que somente aquele Tribunal de


Alçada poderia julgar.

No entanto, como dito, esses tribunais foram extintos e seus membros


passaram a fazer parte dos Tribunais de Justiça Estaduais, respeitadas a
antiguidade e a classe de origem.

Esquematizando:

Estrutura do Poder Judiciário

- Supremo Tribunal Federal (STF)


- Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
Judiciário (art. 92)
Órgãos do Poder

- Superior Tribunal de Justiça (STJ)


- Tribunais Regionais Federais (TRFs) e Juízes Federais;
- Tribunais e Juízes do Trabalho (TRTs)
- Tribunais e Juízes Eleitorais (TREs)
- Tribunais e Juízes Militares
- Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.(TJEst)

Tribunais de Tribunais de
Superposição Convergência
Supremo Tribunal Federal -
STF

Tribunais Superior Tribunal de Tribunal Superior Tribunal Superior do Superior Tribunal Militar -
Justiça - STJ Eleitoral - TSE Trabalho - TST STM
Superiores

Tribunal de Justiça Tribunal Regional Tribunal Regional Tribunal Regional do


2º grau Estadual - TJEst Federal - TRF Eleitoral - TRE Trabalho - TRT

Juiz Estadual, do Juízes e Juntas


1º grau DF e Territórios Juiz Federal Eleitorais Juiz do Trabalho Juízes Militares

- Além desses órgãos, também integra o Poder Judiciário o Conselho Nacional de Justiça – CNJ,
que não possui competências jurisdicionais

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 10


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Tem jurisdição em todo - STF


o território nacional - Tribunais Superiores - STJ
- TST
- TSE Tem sede na Capital Federal
- STM

- CNJ: Não possui jurisdição

- Competências enumeradas expressamente na CF


• Comum
• Especializada - Justiça do Trabalho
- Justiça Eleitoral
- Justiça Militar
• Tribunais de - Embora não pertençam a nenhuma justiça, suas decisões se
Superposição sobrepõem às decisões proferidas pelos órgãos inferiores (tanto
Federal da justiça comum quanto da especializada)
- STF: questões relativas à CF
- STJ - Questões relativas às leis
- Assegurar a uniformização na interpretação da
legislação federal
- Não realiza o controle abstrato de constitucionalidade
Esferas do Judiciário

- Somente realiza o DIFUSO


• Tribunais de - As causas processadas pelos juízos inferiores convergem
Convergência para esses Tribunais
- STF
- STJ
- TST
- TSE
- STM

- Competências residuais
- Os TJ estaduais podem realizar o controle - Difuso (frente à CF e a CEst)
Estadual - Concentrado (só frente a CEst)
- Não existe judiciário municipal
- Não existem mais Tribunais de Alçada: seus membros passaram a integrar os
Tribunais de Justiça dos respectivos estados-membros, respeitadas a
antiguidade e a classe de origem

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 11


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

5. O QUINTO CONSTITUCIONAL E OS ÓRGÃOS ESPECIAIS

Futuros Analistas de Finanças e Controle da CGU, ainda quanto à organização e


estrutura do Poder Judiciário, a Constituição Federal contém duas importantes
previsões: o quinto constitucional e os órgãos especiais.

a) O QUINTO CONSTITUCIONAL é uma regra que assegura que os


advogados e os membros do Ministério Público participem da composição
dos tribunais. Assim, alguns tribunais não são compostos apenas de
“juízes promovidos” (ou desembargadores, lembra-se?), sendo que um
quinto dos membros desses órgãos serão advogados ou membros do
Ministério Público.

Requisitos: para poderem fazer parte da composição dos tribunais pelo


quinto constitucional, os membros do Ministério Público precisam ter
mais de 10 anos de carreira e os advogados precisam de notório
saber jurídico, reputação ilibada e mais de 10 anos de atividade.

Tribunais onde se aplica o quinto constitucional: o quinto


constitucional não se aplica a todos os tribunais, aplicando-se aos
Tribunais Regionais Federais, Tribunais de Justiça Estaduais,
Tribunal Superior do Trabalho e Tribunais Regionais do Trabalho.

Procedimento: o procedimento para que um advogado ou membro do


Ministério Público entre em um tribunal pelo quinto constitucional é bem
simples:

1- Os órgãos representativos das respectivas classes (do MP ou


da OAB) enviam ao tribunal uma lista sêxtupla.

2- O tribunal escolhe três nomes dessa lista sêxtupla, elaborando


uma lista tríplice e a envia ao chefe do executivo.

3- O chefe do executivo escolhe um dos três nomes em 20 dias.

b) A outra importante previsão constitucional acerca da estrutura e


organização do Poder Judiciário é a possibilidade dos tribunais criarem
um ÓRGÃO ESPECIAL.

Acompanhe o raciocínio:

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 12


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

1- Um tribunal é a reunião dos seus membros. Por exemplo, o STF é


a reunião de todos os seus 11 Ministros, o STJ é a reunião de todos os
seus 33 Ministros, e assim por diante.

2- Quando todos os membros de um tribunal se reúnem ao mesmo


tempo, eles estarão reunidos em Plenário, também chamado de
Tribunal Pleno, ou simplesmente Pleno. (Ex: o Pleno do STF é a
reunião dos seus 11 Ministros, o Pleno do STJ é a reunião dos seus 33
Ministros etc.).

3- Para facilitar os trabalhos e acelerar a prestação jurisdicional, o


tribunal pode se subdividir em órgãos fracionários (Câmaras e
Turmas). Por exemplo, o STF se divide em duas turmas, cada uma
com cinco Ministros.

Esses órgãos fracionários é que julgam a maioria dos processos,


ficando a cargo do Pleno apenas as atribuições mais
importantes.

4- Em tribunais pequenos, como o STF, o Pleno funciona com agilidade.


Agora imagine o Tribunal de Justiça de São Paulo, que possui mais de
trezentos desembargadores! Nesse caso, o Plenário é um órgão muito
grande e pouco ágil.

Dessa forma, para acelerar ainda mais a atividade jurisdicional e


administrativa dos tribunais que possuam mais de 25 julgadores,
PODE (facultativo) ser criado um órgão intermediário, entre o Pleno e
os órgãos fracionários, chamado de ÓRGÃO ESPECIAL. Esse órgão
especial deverá possuir entre 11 e 25 membros e terá atribuições
jurisdicionais e também administrativas.

Por fim, metade das vagas nos órgãos especiais serão providas por
eleição do Tribunal Pleno e a outra metade por antiguidade.

5- Você observou o termo “possibilidade”? Pois bem, a criação dos


órgãos especiais é facultativa.

6- Observe o organograma abaixo:

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 13


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Plenário

Órgão
Especial

1ª Câmara 2ª Câmara 1ª Turma 2ª Turma 3ª Turma

Esquematizando:

- Assegura que os advogados e os membros do Ministério Público


participem da composição dos Tribunais
- 1/5 dos membros do TRFs, dos TJEst, TST e TRTs serão membros
do MP com mais de 10 anos de carreira ou advogados com notório
saber jurídico, reputação ilibada e mais de 10 anos de atividade
x Quinto constitucional - Indicados em lista sêxtupla pelos órgãos representativos das
respectivas classes
- O Tribunal recebe a lista sêxtupla e elabora a lista tríplice
- O Executivo escolhe um (da lista tríplice) em 20 dias
- Não vale para os membros dos Tribunais superiores (exceto TST).
Valendo somente para - TST
- TRT
- TRF
- TJEst
x Órgão Especial - Facultativo
- Em tribunais com mais de 25 julgadores
- Número de membros do órgão especial - Mín 11
- Máx 25
- Provimento - ½ por antiguidade
- ½ por eleição do tribunal pleno
- Atribuições - Administrativas
- Jurisdicionais
- Delegadas do Tribunal Pleno

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 14


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

6. GARANTIAS INSTITUCIONAIS DO PODER JUDICIÁRIO

A Constituição prevê algumas garantias ao Poder Judiciário para preservar sua


independência funcional. Essas garantias não são privilégios ou benefícios
exagerados, mas sim prerrogativas que asseguram a necessária independência
para o exercício de suas funções.

Primeiro, são crimes de responsabilidade do Presidente da República os


atos que atentem contra o livre exercício do Judiciário (CF, art. 85, II).
Dessa forma, não pode o Presidente da República limitar ou ferir a
independência do Judiciário, sob pena de cometer crime de responsabilidade.

Segundo, a Constituição Federal proíbe que as garantias do Judiciário


sejam disciplinadas por medida provisória ou por lei delegada (CF, art.
62, § 1º, I, "c" + 68, § 1º, I). Esse mecanismo evita que o Presidente da
República cometa abusos ao regular as garantias do Poder Judiciário.

Por fim, a CF prevê a autonomia administrativa e financeira do Poder


Judiciário (art. 99). Por AUTONOMIA FINANCEIRA, entende-se o fato do
Judiciário elaborar as sua própria proposta orçamentária, obviamente,
respeitada a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Assim, é o próprio
Judiciário quem decide como e quando gastar os seus recursos, evitando-se a
interferência dos demais poderes.

O encaminhamento das propostas orçamentárias deve ser feito:

• Na União: pelos Presidentes do STF e dos Tribunais Superiores, com a


aprovação dos respectivos tribunais.

• Nos Estados e DFT: pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a


aprovação dos respectivos tribunais.

Se os responsáveis não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias


dentro do prazo estabelecido na LDO, o Executivo considerará, para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na LOA
vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados conjuntamente com os
demais poderes na LDO.

Além disso, se as propostas orçamentárias forem encaminhadas em desacordo


com os limites estipulados na LDO, o Executivo procederá aos ajustes para fins
de consolidação da proposta orçamentária anual.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 15


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Já a AUTONOMIA ADMINISTRATIVA é garantida pelo poder que o


Judiciário tem de se auto-organizar. Dessa forma, os demais poderes não
podem interferir na organização e estrutura do Poder Judiciário. Assim, a
Constituição garante que os tribunais podem:

a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos


internos, com observância das normas de processo e das garantias
processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento
dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;

b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos


que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional
respectiva;

c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de


carreira da respectiva jurisdição;

d) propor a criação de novas varas judiciárias;

e) prover, por concurso de provas, ou de provas e títulos, os cargos


necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança;

f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos


juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados;

Ainda como pilar da autonomia administrativa, o Judiciário pode propor que o


Legislativo elabore leis sobre sua organização. Assim, compete ao STF, aos
Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo
(art. 96):

a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;

b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus


serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a
fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos
tribunais inferiores, onde houver;

c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;

d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 16


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

- Não são privilégios, mas sim prerrogativas que asseguram a necessária independência para o exercício de suas funções
i. São crimes de responsabilidade do Presidente da República os atos que atentem contra o livre exercício do Judiciário (CF, art. 85, II)
Garantias Institucionais do Poder Judiciário

ii. Proibição que as garantias do Judiciário sejam disciplinadas por medida provisória ou por lei delegada (CF, art. 62, § 1º , I, "c" + 68, § 1º ,I)

Financeira - Tribunais elaboram suas próprias propostas orçamentárias


- Respeitando a LDO
- Encaminhamento das propostas orçamentárias deve ser feito:
• União: Presidentes do STF e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais
• Estados e DFT: Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais
iii. Autonomia (CF, art. 99)

- Se os responsáveis não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na LDO, o Executivo
considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na LOA vigente, ajustados de acordo
com os limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na LDO
- Se as propostas orçamentárias forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na LDO, o Executivo procederá aos
ajustes para fins de consolidação da proposta orçamentária anual

I - Os Tribunais podem:
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das
partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
Administrativa

b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional
respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso de provas, ou de provas e títulos, os cargos necessários à administração da Just., exceto os de confiança;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados;
II - O STF aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do
subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 17


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

7. ORGANIZAÇÃO DA CARREIRA DO PODER JUDICIÁRIO

Além da autonomia administrativa e financeira e das demais garantias


institucionais, o Poder Judiciário possui também uma forma peculiar de
organizar a carreira dos membros dos tribunais e dos juízes.

Primeiramente, a Constituição estabelece que o Estatuto da Magistratura


seja uma Lei Complementar de iniciativa do STF e organize a carreira do
Judiciário. Além disso, a referida lei deverá observar alguns princípios:

x Cargo inicial: O cargo inicial de ingresso na carreira do Poder Judiciário


será o de juiz substituto e deve ser provido mediante concurso
público de provas e títulos. Além disso, a Ordem dos Advogados do
Brasil deve participar em todas as fases do concurso e os candidatos
devem comprovar, para tomarem posse, três anos de atividade
jurídica. Por fim, ao nomear os aprovados para os cargos de juiz
substituto, o tribunal deve obedecer rigorosamente à ordem de
classificação no concurso.

x Promoção: Uma vez tomado posse e exercendo a profissão, os juízes


podem ser promovidos. Assim, a promoção dos juízes será de entrância
para entrância e alternadamente, por antiguidade e merecimento,
atendidas algumas normas.

Meu caro Analista de Finanças e Controle da CGU, antes de estudarmos


as normas para promoção dos juízes, vamos a algumas explicações:

Os juízos de primeira instância são divididos em comarcas, que são os


limites territoriais da competência de um determinado juiz ou Juízo de
primeira instância. As comarcas são escalonadas em entrâncias, assim,
o juiz de direito toma posse nas entrâncias iniciais e vai progredindo de
entrância em entrância até chegar à entrância final, que é o último
degrau da primeira instância (não confundir instância com
entrância!). Foi isso então que a Constituição quis dizer: o juiz será
promovido de entrância para entrância: das iniciais até as finais.

Como exemplo, observe esse trecho, retirado do site


www.wikipedia.org.br, explicando como está organizado o Poder
Judiciário do Estado do Rio grande do Norte:

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 18


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

O poder judiciário é uma unidade cuja principal função é avaliar, controlar, executar e
planejar todos os trabalhos de administração integrantes do sistema.[85] Atualmente o diretor
geral é Cláudio José Marinho da Lima. A sede está localizada na Praça 7 de setembro, em
Natal.[85] Representações deste poder estão espalhadas por todo o estado por meio de
Comarcas, termo jurídico que designa uma divisão territorial específica, que indica os limites
territoriais da competência de um determinado juiz ou Juízo de primeira instância. No Rio
Grande do Norte, existem três tipos de comarca: as de primeira, segunda e terceira entrância.
Dos sessenta e cinco municípios do estado com comarcas, trinta são de primeira entrância
(são eles: Afonso Bezerra, Almino Afonso, Arez, Baraúna, Campo Grande, Cruzeta,
Extremoz, Florânia, Governador Dix-Sept Rosado, Ipanguaçu, .......), vinte e cinco de
segunda (instaladas nos municípios de Acari, Alexandria, Angicos, Apodi, Areia Branca,
Canguaretama, Caraúbas, Goianinha, Jardim do Seridó, Jucurutu, Lajes, Luís Gomes,
Macaíba, ......) e dez de terceira, este último com comarcas em Assu, Caicó, Ceará-Mirim,
Currais Novos, João Câmara, Macau, Mossoró, Natal, Nova Cruz e Pau dos Ferros.

Ademais, como critérios de promoção, devem ser observados a


antiguidade e o merecimento.

o Normas para a promoção:

a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por 3 vezes


consecutivas ou 5 alternadas em lista de merecimento;

b) a promoção por merecimento pressupõe 2 anos de exercício


na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta
parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais
requisitos quem aceite o lugar vago;

c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos


critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da
jurisdição e pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais
ou reconhecidos de aperfeiçoamento;

d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar


o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus
membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla
defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;

e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver


autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-
los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;

x Acesso aos tribunais de segundo grau: Os juízes serão promovidos


até os tribunais de segunda instância (e se tornarão desembargadores)

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 19


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

por antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou


única entrância;

x Cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de


magistrados: são etapa obrigatória do processo de vitaliciamento
(falaremos sobre o vitaliciamento um pouco mais tarde).

x Aposentadoria e pensão: a aposentadoria e pensão dos membros do


judiciário seguem a regra dos servidores públicos.

x Residência do juiz titular: o juiz titular residirá na respectiva comarca,


salvo autorização do tribunal. Isso garante uma melhor prestação do
Judiciário, uma vez que evita que os juízes titulares morem em uma
comarca e trabalhem em outra (morem em uma cidade e trabalhem em
outra cidade, por exemplo).

x Remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por


interesse público: deverá ser fundado em decisão por voto da maioria
absoluta do respectivo tribunal ou do CNJ, assegurada ampla defesa.

x Publicidade e motivação das decisões dos tribunais: via de regra,


todas as decisões do Judiciário, tanto as administrativas quanto as
jurisdicionais, são fundamentadas e públicas. Assim, todos os
julgamentos são públicos, podendo ser acompanhados por qualquer
pessoa. Excepcionalmente, a lei poderá limitar a publicidade para
preservar o direito à intimidade.

Além disso, as decisões administrativas dos tribunais serão sempre


motivadas e em sessão pública, sendo que as decisões disciplinares
são tomadas pela maioria absoluta de seus membros.

x Atividade jurisdicional ininterrupta: o Poder Judiciário deve exercer


sua atividade jurisdicional (de dizer o direito) de forma contínua e sem
interrupções. Assim, são vedadas férias coletivas nos juízos e
tribunais de segundo grau e, nos dias em que não houver expediente
forense normal, deve haver juízes em plantão permanente. Observe que
essa regra não se aplica aos Tribunais Superiores! Se aplicando
somente aos de segundo grau.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 20


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

x Número de juízes: deve ser proporcional à efetiva demanda judicial e à


respectiva população. Essa previsão serve para garantir a qualidade e a
rapidez da prestação jurisdicional.

x Delegação aos servidores: os servidores (analistas e técnicos dos


tribunais) receberão delegação para a prática de atos de administração e
atos de mero expediente sem caráter decisório. Assim, para agilizar os
trabalhos, o juiz pode delegar a algumas pessoas (um Diretor de
Secretaria, por exemplo) alguns atos sem caráter decisório.

x Distribuição de processos: também para garantir a agilidade da


prestação jurisdicional, a distribuição de processos será imediata, em
todos os graus de jurisdição. Isso significa que os processos chegarão
nas mãos dos julgadores assim que derem entrada no tribunal.

x Subsídio: o valor máximo do subsídio de qualquer magistrado deve


sempre respeitar o valor do subsídio dos Ministros do STF (o teto da
Administração Pública). Além disso, existem algumas “regrinhas”:

o O subsídio dos magistrados é sempre fixado ou alterado por lei


específica, observada a iniciativa privativa dos tribunais em cada
caso;

o É garantida a revisão geral anual dos valores, sempre na mesma


data e sem distinção de índices;

o É garantida a irredutibilidade dos subsídios, para que o


Judiciário não sofra pressões dos outros poderes. Deve-se ressaltar
que essa irredutibilidade é nominal e não real, ou seja, a
irredutibilidade protege somente contra a redução do valor em si,
não protegendo o “salário do juiz” da inflação, por exemplo.

o Teto do subsídio Ministros dos Tribunais Superiores: 95%


do subsídio dos Ministros do STF.

o Subsídio dos demais magistrados: deve ser fixado em lei e


será, no máximo, 95% do subsídio dos Ministros dos
Tribunais Superiores.

Além disso, os valores dos subsídios serão escalonados, em nível


federal e estadual, conforme as respectivas categorias da
Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 21
CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

estrutura judiciária nacional, sendo que a diferença entre a


federal e a estadual será de, no mínimo 5% e no máximo 10%.

Esquematizando:

Organização da carreira do Poder Judiciário

x Estatuto da Magistratura: LC de iniciativa do STF


x Ingresso na carreira - Cargo inicial: juiz substituto
- Mediante concurso público de provas e títulos
- Participação da OAB em todas as fases
- 3 anos de atividade jurídica
- Obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação
x Promoção - De entrância para entrância,
- Alternadamente, por antiguidade e merecimento
- Atendidas as seguintes normas:
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por 3 vezes consecutivas ou 5
alternadas em lista de merecimento;
b) a promoção por merecimento pressupõe 2 anos de exercício na respectiva entrância
e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não
houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do - desempenho
merecimento - critérios objetivos - produtividade
- presteza no exercício da jurisdição
- pela frequência
- aproveitamento em cursos oficiais ou
reconhecidos de aperfeiçoamento;
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo
pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento
próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além
do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou
decisão;

x Acesso aos tribunais de segundo grau: por antiguidade e merecimento, alternadamente,


apurados na última ou única entrância;
x Cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados: são etapa
obrigatória do processo de vitaliciamento
x Aposentadoria e pensão: segue a regra dos servidores públicos
x Residência do juiz titular: o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do
tribunal
x Ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público: decisão
por voto da MA - do respectivo tribunal ou
- do CNJ
o Assegurada ampla defesa

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 22


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

x Publicidade e motivação - Regra - Todas as decisões são fundamentadas


das decisões - Todos os julgamentos são públicos
- Exceção: A lei poderá limitar a publicidade para preservar o
direito à intimidade
- Decisões administrativas - Motivadas
dos tribunais - Sessão pública
- As disciplinares são tomadas pela
MA de seus membros
x Atividade jurisdicional - Vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau
ininterrupta - Não se aplica aos Tribunais Superiores!
- Somente aos de segundo grau
- Dias em que não houver expediente forense normal: juízes em
plantão permanente
x Número de juízes: proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população
x Delegação aos servidores: os servidores receberão delegação para a prática de atos de
administração e atos de mero expediente sem caráter decisório
x Distribuição de processos: será imediata, em todos os graus de jurisdição

x Subsídio - Sempre observado o teto dos Ministros do STF


- Fixado ou alterado por lei específica, observada a iniciativa privativa dos tribunais
em cada caso
- Revisão geral anual - Sempre na mesma data
- Sem distinção de índices
- Irredutibilidade dos subsídios (Nominal e não real)
- Ministros dos Tribunais Superiores: 95% dos Ministros do STF
- Demais magistrados - Fixado em lei
- No máximo 95% dos Ministros dos Tribunais
Superiores
- Escalonados, em nível federal e estadual, conforme as
respectivas categorias da estrutura judiciária nacional
- Diferença entre a federal e a estadual - Mín 5%
- Máx 10%

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 23


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

8. GARANTIAS DOS MAGISTRADOS

A Constituição prevê ainda três garantias aos membros do poder judiciário:


vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios.

A vitaliciedade é adquirida após o cumprimento do estágio probatório de 2


anos e, uma vez adquirida, o magistrado só perderá o seu cargo em
virtude de sentença judicial transitada em julgado. Assim, nem mesmo
o Conselho Nacional de Justiça poderá declarar a perda do cargo de
magistrado que adquiriu a vitaliciedade.

Vale lembrar que os magistrados não possuem vitaliciedade durante o estágio


probatório e, durante esse período, a perda do cargo dependerá de deliberação
do tribunal a que o juiz está vinculado.

Outra observação importante é que os Ministros do STF, dos Tribunais


Superiores e os Magistrados que ingressam nos Tribunais federais ou estaduais
pela regra do "quinto constitucional" adquirem vitaliciedade no momento da
posse, não precisando cumprir o estágio probatório.

Existe uma exceção à vitaliciedade, onde o magistrado pode perder seu


cargo por uma decisão de um órgão estranho ao judiciário: os Ministros do STF
e os Conselheiros do CNJ poderão perder seus cargos caso sejam condenados
pelo Senado Federal nos crime de responsabilidade.

Já a Inamovibilidade assegura que os magistrados somente poderão ser


removidos por iniciativa própria (e não de ofício, por iniciativa de qualquer
autoridade). Assim, a regra é que os magistrados somente podem ser
removidos a pedido e nunca de ofício.

No entanto, excepcionalmente, existem duas hipóteses de remoção contra a


vontade do magistrado:

1- Quando houver interesse público, somente pela decisão da maioria


absoluta do respectivo tribunal ou do CNJ e assegurada ampla defesa
(art. 95, II).

2- Determinação do CNJ, a título de sanção administrativa, assegurada


a ampla defesa (art. 103-B, §4º, III).

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 24


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Por fim, a irredutibilidade de subsídio garante que os magistrados não


poderão ter seus “salários” reduzidos e objetiva evitar que a atuação do
magistrado seja objeto de pressões, advindas da redução remuneratória,
garantindo a independência para o exercício das funções. Vale lembrar que a
irredutibilidade é nominal e não real.

Esquematizando:

- Adquirida após o cumprimento do estágio probatório de 2 anos


- Durante o estágio - Não há vitaliciedade
probatório - A perda do cargo dependerá de deliberação do
tribunal a que o juiz está vinculado
a) Vitaliciedade - Uma vez adquirida, magistrado só perderá o seu cargo em virtude de
sentença judicial transitada em julgado
- Nem mesmo o Conselho Nacional de Justiça poderá declarar a perda do
cargo de magistrado que adquiriu a vitaliciedade
- Ministros do STF, dos Tribunais Superiores e os Magistrados que
ingressam nos Tribunais federais ou estaduais pela regra do "quinto
constitucional" adquirem vitaliciedade no momento da POSSE
- Exceção à vitaliciedade: os Ministros do STF e Conselheiros do
Garantias dos magistrados

CNJ serão julgados pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade,


podendo perder seus cargos.

- Assegura que os magistrados somente poderão ser removidos por


iniciativa própria (e não de ofício, por iniciativa de qualquer
autoridade)
• Salvo a) Por interesse público
b) Inamovibilidade - Por decisão - Respectivo tribunal ou
da MA do - CNJ
- Assegurada ampla defesa

b) determinação do CNJ, a título de sanção


administrativa, assegurada a ampla defesa

- CF, art. 103-B, § 4º, III + art. 95, II

c) Irredutibilidade de subsídio: Objetiva evitar que a atuação do magistrado seja objeto de


pressões, advindas da redução remuneratória, garantindo a independência para o
exercício das funções.
- A irredutibilidade é nominal; não é irredutibilidade real

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 25


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

9. VEDAÇÕES AOS MEMBROS DO JUDICIÁRIO

A Constituição Federal, além de estabelecer a estrutura do Poder Judiciário,


suas garantias e organização da carreira de seus membros, prevê também
algumas vedações aos membros do Poder Judiciário. Essas vedações têm a
finalidade de assegurar maior imparcialidade ao exercício da magistratura.

As vedações são as seguintes:

i. Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo


uma de magistério. Apesar do texto constitucional dizer “uma de
magistério”, o Supremo decidiu que o magistrados pode exercer mais
de uma atividade de magistério, desde que haja compatibilidade.

ii. Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em


processo.

iii. Dedicar-se à atividade político-partidária. O magistrado não pode


sequer filiar-se a partido político, devendo, afastar-se definitivamente da
magistratura, mediante aposentadoria ou exoneração, caso decida pela
atividade político-partidária. (TSE, Resolução Nº 19.978 (25.9.97).
Consulta N° 353 – DF, Relator: Ministro Costa Leite).

iv. Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições,


ressalvadas exceções previstas em lei.

v. Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou,


antes de decorrido três anos do afastamento do cargo. Essa vedação,
chamada de “quarentena”, evita o tráfico de influência dentro do mesmo
juízo, impedindo que um magistrado que se aposente atue como
advogado no juízo ou tribunal do qual se afastou (pelo período de 3 anos
contado de sua aposentadoria).

Esquematizando:

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 26


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

- Tem por intuito assegurar maior imparcialidade ao exercício da magistratura


Vedações aos membros do judiciário

i. Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de


magistério
- Pode exercer mais de uma atividade de magistério, desde que haja
compatibilidade
ii. Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo
iii. Dedicar-se à atividade político-partidária
- Para se filiar a partido político, tem que se aposentar ou pedir exoneração.
iv. Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições, ressalvadas
exceções previstas em lei
v. Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorrido
três anos do afastamento do cargo
- Evita o tráfico de influência

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 27


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

EXERCÍCIOS

1. (ESAF - 2002 - TJ-CE - Atendente Judiciário) Assinale a opção correta.

a) O Ministério Público é considerado pela Constituição, de modo expresso,


como órgão do Poder Judiciário.

b) O Tribunal de Contas da União faz parte do Poder Judiciário.

c) Todas as decisões dos órgãos do Poder Judiciário devem ser


fundamentadas.

d) Não é exigido concurso público para o provimento de cargo de Juiz


Substituto.

e) A Constituição garante aos juízes o livre exercício de atividades político-


partidárias.

Gabarito: C.

Item A – ERRADO. O Ministério Público não é um órgão do Poder


Judiciário, é instituição permanente essencial à função jurisdicional do
Estado (art. 127). Vamos revisar os órgãos do Poder Judiciário:

- Supremo Tribunal Federal (STF)


- Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
Judiciário (art. 92)
Órgãos do Poder

- Superior Tribunal de Justiça (STJ)


- Tribunais Regionais Federais (TRFs) e Juízes Federais;
- Tribunais e Juízes do Trabalho (TRTs)
- Tribunais e Juízes Eleitorais (TREs)
- Tribunais e Juízes Militares
- Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.(TJEst)

Item B – ERRADO. Apesar de se chamar “Tribunal”, o TCU é órgão


auxiliar do Poder Legislativo (art. 71), não integrando o Judiciário.

Item C – CERTO. É o que dispõe o art. 93, IX. Será nula a decisão não
fundamentada exarada pelo Judiciário.

Item D – ERRADO. Já imaginaram juiz sem concurso? O cargo inicial de


ingresso na carreira do Poder Judiciário deve ser provido mediante

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 28


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

concurso público de provas e títulos (art. 93, I). O novo integrante do


Judiciário será, inicialmente, um juiz substituto.

Item E – ERRADO. O exercício da atividade político-partidária é


expressamente vedado aos juízes (art. 95, parágrafo único, III).

2. (ESAF - 2002 - TJ-CE - Atendente Judiciário) A garantia dada pela Constituição


aos juízes de não serem removidos de suas comarcas, salvo por motivo de
interesse público, é conhecida como garantia da:

a) Inamovibilidade

b) Irredutibilidade

c) Improbidade

d) Inatividade

e) Vitaliciedade

Gabarito: A

Essa é a garantia da inamovibilidade (art. 95, II), que assegura que os


magistrados somente serão removidos por iniciativa própria (e não de
ofício, por iniciativa de qualquer autoridade). Assim, a regra é de que
os magistrados somente podem ser removidos a pedido e nunca de
ofício.

Não se esqueça de que existem duas hipóteses excepcionais de


remoção contra a vontade do magistrado:

1- Quando houver interesse público, somente pela decisão da maioria


absoluta do respectivo tribunal ou do CNJ e assegurada ampla defesa
(art. 95, II).
2 - Determinação do CNJ, a título de sanção administrativa, assegurada a
ampla defesa (art. 103-B, §4º, III).

As demais garantias são a vitaliciedade e a irredutibilidade de


vencimentos.

3. (ESAF/MPU/2004) Para concorrer à vaga de juiz em Tribunal Regional Federal,


no quinto constitucional, o membro do Ministério Público deverá ter mais de

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 29


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

dez anos de carreira e ser indicado, pelo seu órgão, em lista sêxtupla, a ser
encaminhada ao respectivo tribunal.

Certo. O procedimento para que um advogado ou membro do


Ministério Público entre em um tribunal pelo quinto constitucional é
bem simples:

1 - O órgão representativo da respectiva classe envia ao tribunal


uma lista sêxtupla.
2 - O tribunal escolhe três nomes dessa lista sêxtupla, elaborando
uma lista tríplice e a envia ao chefe do executivo.
3 - O chefe do executivo escolhe um dos três nomes em 20 dias.

4. (ESAF/MPU/2004) Após a vitaliciedade, o juiz só perderá seu cargo por


deliberação administrativa tomada por maioria qualificada do Pleno do Tribunal
a que estiver vinculado.

Errado. A vitaliciedade é adquirida após o cumprimento do estágio


probatório de 2 anos e, uma vez adquirida, o magistrado só perderá o
seu cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado. Antes
de adquirida a vitaliciedade, a Constituição estabelece que a perda do
cargo dependerá de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado.

5. (ESAF/CGU/2008) A participação em curso oficial ou reconhecido por escola


nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados constitui etapa
obrigatória do processo de vitaliciamento do juiz.

Certo. A exigência está prevista no art. 93, IV da CF. Só adquirirá a


vitaliciedade o juiz que participar de curso oficial ou reconhecido por
escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados.

6. (ESAF/MPU/2004) A inamovibilidade, como garantia do juiz, não admite


exceções.

Errado. A Inamovibilidade assegura que os magistrados somente


poderão ser removidos por iniciativa própria (e não de ofício, por
iniciativa de qualquer autoridade). Assim, a regra é que os
magistrados somente podem ser removidos a pedido e nunca de ofício.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 30


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

No entanto, excepcionalmente, existem duas hipóteses de remoção


contra a vontade do magistrado:

1- Quando houver interesse público e somente pela decisão da


maioria absoluta do respectivo tribunal ou do CNJ e assegurada
ampla defesa (art. 95, II).

2- Determinação do CNJ, a título de sanção administrativa,


assegurada a ampla defesa (art. 103-B, §4º, III).

7. (ESAF/CGU/2008) As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e


em sessão pública, inclusive as disciplinares, que também devem ser tomadas
pelo voto da maioria absoluta de seus membros.

Certo. É o que prevê o art. 93, X da CF. Vamos revisar:

x Publicidade e motivação - Regra - Todas as decisões são fundamentadas


das decisões - Todos os julgamentos são públicos
- Exceção: A lei poderá limitar a publicidade para preservar o
direito à intimidade
- Decisões administrativas - Motivadas
dos tribunais - Sessão pública
- As disciplinares são tomadas pela
MA de seus membros

8. (ESAF/PGFN/2007) O subsídio mensal dos membros do Judiciário, incluídas as


vantagens pessoais ou de qualquer natureza, e ainda as parcelas de caráter
indenizatório previstas em lei, não poderão exceder o subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

Errado. Não estão incluídas as parcelas de caráter exclusivamente


indenizatório como é o caso da ajuda de custo, transporte, diárias e
auxílio-moradia. Na prática, os membros do Judiciário poderão receber
acima do teto, se considerarmos as parcelas indenizatórias.

9. (ESAF/PGFN/2007) A garantia da inamovibilidade dos Juízes não é absoluta,


uma vez que é possível a remoção por interesse público, devendo a decisão
ser tomada pelo voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do
Conselho Nacional de Justiça, assegurada a ampla defesa.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 31


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Certo. A inamovibilidade dos magistrados não é uma garantia


absoluta, uma vez que, realmente, pode haver remoção por interesse
público. Vamos recordar:

- Assegura que os magistrados somente poderão ser removidos por


iniciativa própria (e não de ofício, por iniciativa de qualquer autoridade)
• Salvo a) Por interesse público
- Por decisão - Respectivo tribunal ou
Inamovibilidade da MA do - CNJ
- Assegurada ampla defesa
b) determinação do CNJ, a título de sanção
administrativa, assegurada a ampla defesa
- CF, art. 103-B, § 4º, III + art. 95, II

10. (ESAF/CGU/2008) A lei pode limitar a presença, em determinados atos dos


órgãos do Poder Judiciário, inclusive julgamentos, às próprias partes e a seus
advogados, ou somente a estes.

Certo. Conforme o art. 93, IX: “todos os julgamentos dos órgãos do


Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões,
sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente
a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.”

11. (ESAF/AFRFB/2009) São órgãos do Poder Judiciário os Tribunais e Juízes


Militares, os Tribunais Arbitrais e o Conselho Nacional de Justiça.

Errado. Os Tribunais Arbitrais não pertencem ao Poder Judiciário.


Vamos revisar os órgãos desse poder:

- Supremo Tribunal Federal (STF)


Judiciário (art. 92)

- Conselho Nacional de Justiça (CNJ)


Órgãos do Poder

- Superior Tribunal de Justiça (STJ)


- Tribunais Regionais Federais (TRFs) e Juízes Federais;
- Tribunais e Juízes do Trabalho (TRTs)
- Tribunais e Juízes Eleitorais (TREs)
- Tribunais e Juízes Militares
- Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.(TJEst)

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 32


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

12. (ESAF - 2004 - MPU - Técnico Administrativo) A declaração de


inconstitucionalidade de lei ou ato normativo somente se dará pelo voto da
maioria dos membros dos Tribunais.

Errado. Há uma omissão nessa afirmação. Segundo o art. 97, a


declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo somente
se dará pelo voto da MAIORIA ABSOLUTA de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial. Essa regra é a denominada
cláusula de reserva de plenário.

Sobre o órgão especial, lembre-se de que a CF permite sua criação nos


Tribunais com mais de 25 julgadores, será constituído por no mínimo
11 e no máximo 25 membros e terá atribuições administrativas e
jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno (art. 93,
XI). Uma dessas competências delegadas pode ser, justamente, a de
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo.

13. (ESAF - 2004 - MPU - Técnico Administrativo) O presidente do Tribunal, que


por ato omissivo retardar a liquidação regular de precatório, incorrerá em
crime de responsabilidade.

Certo. É o que está previsto no art. 100, §7º. Incorre em crime de


responsabilidade o Presidente do Tribunal que, por ato comissivo ou
omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de
precatórios.

14. (ESAF - 2004 - MPU - Analista - Administração) No âmbito da União, o


encaminhamento, para o Executivo, da proposta orçamentária dos órgãos do
poder judiciário é da competência do presidente do Supremo Tribunal Federal.

Errado. Conforme o art. 99, §2º, I, no âmbito da União, o


encaminhamento, para o Executivo, da proposta orçamentária do
poder judiciário, compete aos Presidentes do STF e Tribunais
Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais.

15. (ESAF - 2009 - ANA - Analista Administrativo) A justiça de paz, composta de


cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, possui competência
privativa para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em
face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer
atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas
na legislação.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 33


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Errado. De fato, a justiça de paz possui competência para, na forma da


lei: celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação
apresentadas, processo de habilitação e exercer atribuições
conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na
legislação (art. 98, II). Entretanto, essa competência NÃO é privativa.
Lembre-se, ainda, de que ela será composta por cidadãos eleitos pelo
voto direto, universal e secreto, com mandato de 4 anos.

16. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Só poderá ser


promovido por merecimento o juiz que demonstrar dois anos de exercício na
respectiva entrância e que integrar a primeira quinta parte da lista de
antiguidade para a promoção.

Errado. O art. 93, II, “b”, possui uma ressalva que afasta esses dois
pressupostos da promoção por merecimento: quando não houver com
tais requisitos nenhum juiz disposto a aceitar a promoção.

17. (ESAF - 2004 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Segundo o


entendimento do STF, os Ministros nomeados para os Tribunais Superiores,
oriundos da advocacia, adquirem estabilidade após dois anos de efetivo
exercício.

Errado. Os Ministros do STF, dos Tribunais Superiores e os Magistrados


que ingressam nos Tribunais federais e estaduais pela regra do “quinto
constitucional” adquirem vitaliciedade (não é estabilidade) no
momento da posse, não precisando cumprir o estágio probatório.

18. (ESAF - 2005 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) Nos termos
da Constituição Federal, os servidores do Poder Judiciário poderão receber
delegação para a prática de atos administrativos e atos de mero expediente
com caráter decisório, desde que, no último caso, a conduta estabelecida no
ato já esteja sumulada no Tribunal.

Errado. Nos termos do art. 93, XIV, os servidores receberão delegação


para a prática de atos de administração e atos de mero expediente
SEM caráter decisório, não havendo essa previsão acerca de atos
decisórios cuja matéria já esteja sumulada.

19. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) O acesso dos juízes de
primeiro grau aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e
merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 34


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Certo. O art. 93, III estabelece que a promoção dos juízes será dada
de forma alternada, por antiguidade e merecimento. Observe: “III o
acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e
merecimento, alternadamente, apurados na última ou única
entrância.”

20. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Pelas novas regras
constitucionais, o ingresso na carreira da magistratura exige a demonstração
de que o bacharel em direito concluiu há, no mínimo, três anos seu curso de
graduação.

Errado. O art. 93, I, da CF, exige do bacharel em direito, no mínimo,


três anos de atividade jurídica. Cuidado para não perder questões
simples por falta de atenção, hein!

21. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Segundo determina o


texto constitucional, as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas
e em sessão pública, salvo as sessões disciplinares.

Errado. As decisões disciplinares também devem ser motivas e


realizadas em sessão pública. Além disso, devem ser tomadas pelo
voto da maioria absoluta de seus membros. Confira o texto do art.
93, X: “as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em
sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria
absoluta de seus membros.”

22. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Nos tribunais com
número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão
especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros,
provendo-se metade das vagas por merecimento e a outra metade por eleição
pelo tribunal pleno.

Errado. Essa foi de lascar! Realmente, os tribunais com mais de vinte e


cinco julgadores podem constituir órgão especial, que contará com no
mínimo onze e no máximo vinte e cinco membros. O provimento das
vagas ocorre da seguinte maneira: metade por ANTIGUIDADE (e não
por merecimento) e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno
(art. 93, XI).

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 35


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

23. (CESPE/DPE-ES/2009) A atividade jurisdicional deve ser ininterrupta, sendo


vedadas férias coletivas nos juízos e tribunais, devendo ainda haver juízes em
plantão permanente nos dias em que não houver expediente forense normal.

Errado. O artigo 93, XII (vedação das férias coletivas) somente se


aplica aos juízos e tribunais de segundo grau, não se aplicando aos
tribunais superiores. Assim, não são todos os juízos e tribunais,
estando a questão errada.

24. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) Os servidores do Poder Judiciário não poderão


receber delegação para a prática de atos de administração e atos de mero
expediente sem caráter decisório, já que a função jurisdicional é indelegável.

Errado. Os servidores (ex: analistas dos tribunais) receberão


delegação para a prática de atos de administração e atos de mero
expediente sem caráter decisório. Assim, para agilizar os trabalhos, o
juiz pode delegar a algumas pessoas (um Diretor de Secretaria, por
exemplo) alguns atos sem caráter decisório.

25. (CESPE - 2011 - TJ-PB – Juiz) A Emenda Constitucional n.º 45, que implantou
a reforma do Poder Judiciário, confirmou o entendimento do CNJ de
estabelecer férias coletivas para os juízes e membros dos tribunais de segundo
grau.

Errado. A Constituição estabelece que a prestação jurisdicional será


ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de
segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente
forense normal, juízes em plantão permanente. Importante ressaltar
que essa regra não se aplica aos Tribunais Superiores.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 36


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

II. DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ)

1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi criado pela Emenda Constitucional nº


45/2004 e possui sede na capital federal. O CNJ é um órgão administrativo, ou
seja, não possui função jurisdicional e compete a ele realizar o controle
da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes.

O CNJ é um órgão de CONTROLE INTERNO do Judiciário, ainda que possua,


em sua composição, membros de fora do Poder Judiciário. É isso mesmo que
você entendeu! Existem membros de fora do Judiciário no CNJ!

Ainda, o CNJ não é órgão da União e sim do Poder Judiciário nacional. Dessa
forma, as Constituições Estaduais NÃO podem criar órgão de controle
administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de outros
poderes ou entidades (Súmula 649 do STF).

2. COMPOSIÇÃO DO CNJ

O Conselho Nacional de Justiça é composto por 15 membros, para um


mandato de dois anos, permitida uma recondução. Os membros do CNJ
são nomeados pelo Presidente da República após aprovação da maioria
absoluta do Senado Federal e não há limite de idade para que alguém seja
membro deste Conselho. A composição do CNJ segue o quadro a seguir:

CNJ
Órgão responsável pela
Componente
indicação
Presidente do STF
1desembargador de TJ STF
1 juiz estadual
1 Ministro do STJ
1 juiz de TRF STJ
1 juiz federal
1 Ministro do TST
1 juiz de TRT TST
1 juiz do trabalho
1 membro do MPU
PGR
1 membro do MPE
2 advogados Conselho Federal da OAB
2 cidadãos, de notável saber Um pela Câmara e outro pelo
jurídico e reputação ilibada Senado

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 37


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Atenção! Observe que o Conselho Nacional do Ministério Público é composto


de 14 membros e o CNJ de 15! Esse é um ótimo “peguinha” de prova.

O Presidente do CNJ é o presidente do Supremo Tribunal Federal, que


será substituído em suas ausências e impedimentos pelo Vice-Presidente do
mesmo Tribunal. Uma observação importante é que o presidente e o vice-
presidente do STF não precisam ser aprovados pela maioria absoluta do
Senado Federal, somente os demais membros.

O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de


Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no
Tribunal (STJ), competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas
pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes:

I receber as reclamações e denúncias relativas aos magistrados e aos


serviços judiciários;

II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição


geral;

III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e


requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados e
Distrito Federal e Territórios.

O Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Federal da OAB


devem oficiar junto ao CNJ. Dessa forma, observe que os dois não podem ser
membros do Conselho Nacional de Justiça, pois devem oficiar junto a ele.

3. FORO DE JULGAMENTO DOS MEMBROS DO CNJ

O foro de julgamento dos membros do CNJ é o Senado Federal no caso de


crimes de responsabilidade, e, por crimes comuns, não há foro
privilegiado.

4. AÇÕES CONTRA O CNJ

Compete ao STF julgar as ações contra o CNJ e o CNMP. No entanto, a Corte


Constitucional somente julga as ações contra as manifestações do colegiado e
não de seus membros individualmente.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 38


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Ademais, existe uma observação importante acerca desse dispositivo. Olhando


o art. 102, I, r da CF, temos a impressão que o STF é competente para julgar
Ação Civil Pública contra atos do CNJ. No entanto, o STF já decidiu que,
nesse caso, o sujeito passivo é a UNIÃO e não o CNJ, pois este é um
ÓRGÃO do Poder Judiciário (ACO 1680/AL e Pet 3986 AgR/TO).

Ainda segundo o STF: “Por óbvio, essa não é a interpretação quando se cuide
de mandado de segurança, mandado de injunção e habeas data contra atos do
CNJ. Nessas hipóteses, o pólo passivo é ocupado diretamente por aquele
Conselho ou pelo seu presidente, como autoridade impetrada, ainda que a
União figure como parte. Isso diante da chamada personalidade judiciária que
é conferida aos órgãos das pessoas político-administrativas para defesa de
seus atos e prerrogativas nessas ações constitucionais mandamentais.”

5. ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

A Constituição atribui expressamente ao CNJ a competência para exercer o


controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes. Assim, o Conselho Nacional
de Justiça não tem ingerência na atividade jurisdicional dos juízes e
Tribunais, somente nas atividades administrativas e financeiras.

Quanto ao controle do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, o


Supremo decidiu que a competência é subsidiária e o CNJ só atua quando
constatada a ineficácia dos mecanismos ordinários de administração e
repressão do Poder Judiciário local.

Uma observação importantíssima para a sua prova é que o CNJ não tem
nenhuma competência sobre o STF e seus ministros (ADI 3.367/DF).

Observe a lista de atribuições do CNJ trazidas pela Constituição, ressaltando-se


o fato de que o estatuto da Magistratura pode criar novas atribuições, sendo
essa lista exemplificativa:

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do


Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no
âmbito de sua competência, ou recomendar providências;

Devido a este dispositivo, o CNJ possui competência para expedir


atos normativos primários, ou seja, edita atos com força de LEI
(dentro da sua competência).
Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 39
CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante


provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros
ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou
fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao
exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do
Tribunal de Contas da União;

III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou


órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares,
serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que
atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da
competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar
processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos
proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa;

IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a


administração pública ou de abuso de autoridade;

V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de


juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano;

VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e


sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do
Poder Judiciário;

VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar


necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades
do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do STF a ser
remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão
legislativa.

Esquematizando:

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 40


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

- Criado pela EC 45/04


- Sede: Capital Federal
- É órgão ADMINISTRATIVO: não possui jurisdição
- É órgão de CONTROLE INTERNO do Judiciário, mesmo tendo membros de fora do
Poder Judiciário
- Existem membros de fora do Judiciário no CNJ!
- CNJ não é órgão da União e sim do Poder Judiciário nacional
- As CEs NÃO podem criar órgão de controle administrativo do Poder Judiciário
do qual participem representantes de outros poderes ou entidades (Súm. 649 do
Do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

STF).
- Composição - 15 membros (Atenção! O CNMP são 14 membros!)
- Mandato: 2 anos
- Recondução: admitida uma recondução
- Nomeação: Presidente da República, após aprovação da MA do SF
- Limite de idade: Não há
- Se o órgão responsável não indicar no prazo: o STF escolhe

CNJ
Componente Órgão que indica
Presidente do STF
1desembargador de TJ STF
1 juiz estadual
1 Ministro do STJ
1 juiz de TRF STJ
1 juiz federal
1 Ministro do TST
1 juiz de TRT TST
1 juiz do trabalho
1 membro do MPU
PGR
1 membro do MPE
2 advogados Conselho Federal da OAB
2 cidadãos, de notável saber Um pela Câmara e outro pelo
jurídico e reputação ilibada Senado
- Presidente - Presidente do STF
- Ausências e impedimentos: Vice-Presidente do STF
- PSTF e VPSTF NÃO precisam ser aprovados pela MA do SF
- Ministro do STJ - Será o Ministro-Corregedor
- Não recebe processos
- Atribuições
I receber as reclamações e denúncias relativas aos magistrados e aos
serviços judiciários;
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição
geral;
III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar
servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados e DFT
- Além de outras estabelecidas pelo Estatuto da Magistratura

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 41


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

- PGR e presidente da OAB - oficiarão perante o CNJ


- não podem ser membros do CNJ
- Foro de julgamento - Crimes de responsabilidade: Senado Federal
- Crimes comuns: não possuem foro privilegiado
- Ações contra o CNJ - Julgadas pelo STF
- Somente as manifestações do colegiado e não de seus membros
individualmente
- Atribuições - Lista exemplificativa: Estatuto da Magistratura pode incluir outras
- Controle - da atuação administrativa e financeira do Judiciário
- do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes
- Jamais faz o controle jurisdicional: O CNJ não tem ingerência na
atividade jurisdicional dos juízes e Tribunais, somente nas atividades
administrativas e financeiras.
Do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

- Competência é subsidiária: CNJ só atua quando constatada a ineficácia


dos mecanismos ordinários
- CNJ não tem nenhuma competência sobre o STF e seus ministros
(ADI 3.367/DF)

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da


Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
recomendar providências;
O CNJ possui competência para expedir atos normativos primários, ou seja,
edita atos com força de LEI
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a
legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário,
podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de
Contas da União;
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário,
inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços
notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem
prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos
disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria
com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa;
IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de
abuso de autoridade;
V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros
de tribunais julgados há menos de um ano;
VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por
unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a
situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar
mensagem do Presidente do STF a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da
abertura da sessão legislativa.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 42


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

EXERCÍCIOS

26. (ESAF - 2006 - ANEEL - Técnico Administrativo) Entre as competências do


Conselho Nacional de Justiça não se inclui a de rever decisões judiciais do
Supremo Tribunal Federal.

Certo. A Constituição atribui expressamente ao CNJ a competência


para exercer o controle da atuação administrativa e financeira do
Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes.
Assim, o Conselho Nacional de Justiça não tem ingerência na atividade
jurisdicional dos juízes e Tribunais, somente nas atividades
administrativas e financeiras. Além disso, não esqueça que o CNJ não
tem nenhuma competência sobre o STF e seus ministros (ADI
3.367/DF).

27. (ESAF - 2005 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) Não pode o
Conselho Nacional de Justiça, quando da apreciação da legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário,
desconstituir os atos considerados irregulares, cabendo-lhe, apenas, fixar
prazo para que sejam adotadas as providências necessárias para sua
legalização.

Errado. O CNJ, ao apreciar a legalidade dos atos administrativos


praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, pode
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei (art. 103-B,
§4º, II).

28. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Os membros do


Conselho serão nomeados pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, depois
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

Errado. Os membros do CNJ serão nomeados pelo Presidente da


República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do
Senado Federal (art. 103-B, §2º).

29. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Compete ao Conselho


Nacional de Justiça o controle do cumprimento dos deveres funcionais dos
juízes, cabendo-lhe representar ao Ministério Público, no caso de crime contra
a administração pública ou de abuso de autoridade.

Certo. É o que estabelece o art. 103-B, §4º, caput e IV.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 43


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

30. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Pode propor ação direta
de inconstitucionalidade o Conselho Nacional de Justiça.

Errado. O CNJ não tem legitimidade para propor ação direta de


inconstitucionalidade, conforme o art. 103.

31. (ESAF - 2006 - MTE - Auditor Fiscal do Trabalho) Compete ao Conselho


Nacional de Justiça receber e conhecer das reclamações contra órgãos
prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do
poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional dos tribunais.

Certo. É o que dispõe o art. 103-B, §4º, III.

32. (CESPE/Exame de Ordem 135/OAB/SP/2008) O Conselho Nacional de Justiça


a) não integra o Poder Judiciário.
b) tem seus atos sujeitos a controle apenas no STF.
c) ainda não teve a constitucionalidade da sua instituição apreciada pelo STF.
d) exerce função jurisdicional em todo o território nacional.

Gabarito: B. A letra “a” está errada, pois o CNJ integra sim o Poder
Judiciário. Ele apenas não possui jurisdição, ou seja, não pode “dizer o
direito”.

A letra “b” é a alternativa correta, conforme art. 102, I, “r”.

A letra “c” está errada, uma vez que o CNJ teve sua
constitucionalidade questionada e o STF entendeu que sua criação não
viola a Constituição (ADI 3.367/DF).

A letra “d” está errada, uma vez que o CNJ não exerce função
jurisdicional.

33. (CESPE/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS/2008) O


Conselho Nacional de Justiça tem natureza meramente administrativa e
configura órgão de controle externo do Poder Judiciário.

Errado. O CNJ é um órgão administrativo de CONTROLE INTERNO do


Poder Judiciário, ainda que possua, em sua composição, membros de
fora do Judiciário.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 44


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

34. (FCC/DPE-PR/Defensor Público/2008) A Emenda Constitucional 45, na parte


que criou o Conselho Nacional de Justiça, violou, segundo julgamento proferido
pelo Supremo Tribunal Federal, a cláusula pétrea da separação dos poderes.

Errado. O CNJ teve sua constitucionalidade questionada e o STF


entendeu que sua criação não viola a Constituição (ADI 3.367/DF).

35. (FCC/TRT 18ª Região/Técnico Judiciário/2008) Quanto ao Poder Judiciário, o


Conselho Nacional de Justiça é composto por quinze membros com mais de
trinta e cinco e menos de sessenta e seis anos de idade, sendo
(A) dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um
pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
(B) três juízes do trabalho, indicados pelo Tribunal Superior do Trabalho.
(C) dois membros do Ministério Público da União, indicados pelo Procurador-
Geral da República.
(D) dois membros do Ministério Público estadual, escolhidos pelo Procurador-
Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada
instituição estadual.
(E) três juízes federais, indicados pelo Superior Tribunal de Justiça

Gabarito: A. Vamos relembrar a composição do CNJ?

CNJ
Órgão responsável pela
Componente
indicação
Presidente do STF
1desembargador de TJ STF
1 juiz estadual
1 Ministro do STJ
1 juiz de TRF STJ
1 juiz federal
1 Ministro do TST
1 juiz de TRT TST
1 juiz do trabalho
1 membro do MPU
PGR
1 membro do MPE
2 advogados Conselho Federal da OAB
2 cidadãos, de notável saber Um pela Câmara e outro pelo
jurídico e reputação ilibada Senado

FIQUE ATENTO! Se você ainda não percebeu, essa questão está


desatualizada. O comando da questão diz que Conselho Nacional de
Justiça é composto por quinze membros com mais de trinta e cinco e

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 45


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

menos de sessenta e seis anos de idade. Realmente, quando essa


questão foi elaborada, estava correto. No entanto, devido à emenda
constitucional nº 61/2009, NÃO HÁ MAIS LIMITE DE IDADE PARA OS
MEMBROS DO CNJ!

36. (FGV - 2011 - OAB - Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase) Leia com
atenção a afirmação a seguir, que apresenta uma INCORREÇÃO.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tem competência, entre outras, para
rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e
membros de tribunais (se tiverem sido julgados há menos de um ano), zelar
pela observância dos princípios que regem a administração pública e julgar os
magistrados em caso de crime de abuso de autoridade.
Assinale a alternativa em que se indique o ERRO na afirmação acima.

a) O CNJ, sendo órgão do Poder Judiciário, atua apenas mediante provocação,


não podendo atuar de ofício.

b) Não cabe ao CNJ, órgão que integra o Poder Judiciário, zelar por princípios
relativos à Administração Pública.

c) O CNJ não pode julgar magistrados por crime de abuso de autoridade.

d) O CNJ pode rever processos disciplinares de juízes julgados a qualquer


tempo.

Gabarito: C

A letra “a” está errada porque o CNJ pode sim agir de ofício. O
judiciário, em regra, não age de ofício ao utilizar sua função típica
(jurisdicional). Como o CNJ não possui competências jurisdicionais,
pode sim agir de ofício. Veja uma das competências do CNJ
estabelecidas pela CF:

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante


provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por
membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los,
revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência
do Tribunal de Contas da União;

A letra “b” está errada, conforme art. 103-B, §4º, II.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 46


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

A letra “c” está correta, pois o CNJ deve REPRESENTAR ao Ministério


Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso
de autoridade e não julgar o magistrado.

A letra “d” está errada, pois o CNJ pode rever, de ofício ou mediante
provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de
tribunais julgados há menos de um ano.

37. (FGV - 2010 - OAB - Exame de Ordem Unificado) A respeito do Conselho


Nacional de Justiça é correto afirmar que é órgão integrante do Poder
Judiciário com competência administrativa e jurisdicional.

Errado. O Conselho Nacional de Justiça não possui competências


jurisdicionais, somente administrativas.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 47


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

III. DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF)

1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Meus futuros Analistas de Finanças e Controle da CGU, vocês devem saber que
o Supremo Tribunal Federal é o maior tribunal do Poder Judiciário brasileiro. É
ele o guardião da Constituição, ou seja, o STF possui a última palavra no
que se refere à interpretação constitucional.

O Tribunal Maior, como também é chamado, é composto por 11 membros,


chamados de Ministros. Os Ministros do STF são nomeados pelo Presidente
da República após aprovação da maioria absoluta do Senado Federal e
tomam posse por ato do Presidente do Supremo Tribunal Federal. Como visto,
os Ministros do STF adquirem a vitaliciedade no momento da posse, não se
submetendo ao estágio probatório.

Uma observação importante é que o Presidente da República é livre para


escolher os Ministros do STF, desde que observados os seguintes requisitos
previstos na Constituição:

i. Idade entre 35 e 65 anos


ii. Ser brasileiro nato (não pode ser naturalizado)
iii. Ser cidadão, no pelo gozo dos direitos políticos
iv. Possuir notável saber jurídico e reputação ilibada
v. Os Ministros (são indicados pelo Presidente da República) devem
ser aprovados pela maioria absoluta do Senado Federal.

Observe que a Constituição não prevê que os Ministros do STF sejam membros
da carreira judiciária ou do MP. Aliás, não se precisa nem ser bacharel em
Direito.

Resumindo: Para que alguém se torne Ministro do STF, o seguinte


procedimento deve ser seguido:

1) O Presidente da República indica seu nome, obedecidos os


requisitos constitucionais;
2) O nome indicado pelo Presidente da República deve ser aprovado
pela maioria absoluta do Senado Federal.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 48


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

3) Nomeação pelo Presidente da República


4) Posse por ato do Presidente do STF.

O Supremo Tribunal Federal atua de duas formas: através do Plenário e de


suas duas Turmas. O Plenário, como já estudado, é a reunião de todos os
seus 11 Ministros e as Turmas possuem 5 Ministros cada uma. O Presidente do
Supremo Tribunal Federal não atua nas Turmas, somente no Pleno.

O quórum de instalação da sessão no Supremo é de oito Ministros.


Assim, para que um julgamento se inicie, é necessária a presença de pelo
menos oito Ministros.

Quanto ao Presidente do Supremo Tribunal Federal, este é eleito diretamente


pelos seus pares para um mandato de dois anos, vedada a reeleição.

Esquematizando:

Do Supremo Tribunal Federal (STF)

- Guardião da Constituição
- Composição - 11 membros
- Nomeados pelo Presidente - O Presidente é livre para escolher,
da República observados os requisitos constitucionais
- O PR nomeia, mas quem dá a posse é o PSTF
- Adquire a vitaliciedade no momento da POSSE
- Requisitos i. Idade entre 35 e 65 anos
ii. Ser brasileiro nato
iii. Ser cidadão, no pelo gozo dos direitos políticos
STF

iv. Possuir notável saber jurídico e reputação ilibada


- Não precisa ser membro da carreira judiciária ou MP
- Não precisa nem ser bacharel em Direito
v. Aprovação da MA do Senado Federal

- Atuação - Plenário
- 2 Turmas - Cada uma com 5 Ministros
- O PSTF não integra nenhuma das turmas, atuando somente nas
sessões plenárias
- Quórum de instalação de sessão: 8 membros
- Presidente do STF - Eleito diretamente pelos Ministros do STF
- Mandato de 2 anos
- Vedado reeleição
Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 49
CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

2. COMPETÊNCIAS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

As competências do STF estão elencadas nos artigos 102 e 103 da Constituição


Federal e podem ser originárias ou recursais.

As competências originárias são aquelas onde o processo (a ação) nasce no


Supremo. Assim, a ação é processada e julgada somente pela Corte
Constitucional, em uma única instância.

O rol das competências originárias do STF é exaustivo (numerus clausus), ou


seja, não pode ser ampliado, a não ser por Emenda Constitucional.

Antes de estudarmos as competências do STF, saiba que o Procurador-Geral


da República, o “chefe do Ministério Público da União”, atua em todos os
processos de competência do Supremo Tribunal Federal.

Estudaremos as competências originárias um pouco mais a frente. Por


enquanto, quero dar a você uma visão mais geral, antes de entrar na parte
específica, combinado?

Já as competências recursais são aquelas onde o processo tem origem em


outro órgão do Poder Judiciário e chega ao Supremo por meio de um recurso.
Os dois tipos de recursos recebidos pelo STF são o recurso ordinário e o
recurso extraordinário.

O recurso ordinário, ou comum, está previsto no art. 102, II da Constituição


e somente é cabível nas seguintes hipóteses:

1) O crime político

2) O "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o


mandado de injunção decididos em única instância pelos
Tribunais Superiores, se denegatória a decisão.

Observe que essa última hipótese possui três requisitos:

a) As ações devem ter sido decididas em única instância;

b) As ações devem ter sido decididas pelos Tribunais Superiores


em sua competência originária. Assim, se a ação tiver sido

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 50


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

decidida pelos Tribunais Superiores em sua competência


recursal, não caberá o Recurso Ordinário ao Supremo.

c) A decisão deve ter sido denegatória (deve ter negado o


pedido), com ou sem julgamento do mérito.

O recurso extraordinário (RE), por sua vez está previsto no art. 102, III da
Constituição Federal. Observe bem essa nomenclatura: não é recurso especial,
nem comum, nem ordinário – é recurso extraordinário!

x Recurso Especial – STJ


x Recurso Extraordinário: STF

É cabível esse recurso nas causas decididas em única ou última instância,


quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo da Constituição: sempre que alguma


decisão contrariar a CF, caberá o RE para que o STF reforme a
decisão recorrida e a Constituição seja cumprida.

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal:


sempre que uma sentença declarar a inconstitucionalidade de tratado
ou lei federal, caberá também o RE para que o STF proteja o
ordenamento jurídico, analisando se o ato normativo declarado
inconstitucional realmente feria a Constituição. Assim, o STF possui
sempre a última palavra no que se refere à declaração de
inconstitucionalidade.

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face


da Constituição: por local, entenda Estadual ou municipal, ok?
Dessa forma, caberá Recurso Extraordinário sempre que uma decisão
de um tribunal declarar que a lei ou ato do governo local são
VÁLIDOS frente a CF. É cabível o recurso, pois se pode estar
deixando de cumprir a Constituição corretamente.

Por outro lado, caso a decisão fosse pela inconstitucionalidade da lei


ou ato local, não seria motivo de RE porque teríamos a certeza que a
CF estaria sendo cumprida.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 51


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

d) julgar válida LEI local contestada em face de lei federal:


nesse caso, o Supremo estará protegendo a federação. Antigamente,
essa competência era do STJ.

Observe que se a decisão “Julgar válido ATO de governo local


contestado em face de lei federal” é caso de Recurso Especial no STJ
e não de Recurso Extraordinário.

Fique atento!

- Lei ou ato vs Constituição: Recurso Extraordinário no STF.

- LEI local vs Lei Federal: Recurso Extraordinário no STF.

- ATO local vs Lei Federal: Recurso Especial no STJ.

O recurso extraordinário possui ainda alguns requisitos:

a) Prequestionamento da matéria: A controvérsia constitucional


deve ter sido debatida e decidida por órgão do Judiciário;

b) Ofensa DIRETA à CF: assim, não cabe o RE se a ofensa for


reflexa; e

c) Repercussão geral das questões constitucionais: O STF somente


pode negar o RE por ausência de repercussão geral pelo voto
de 2/3 dos membros

Por fim, é preciso saber que é cabível recurso extraordinário contra decisão
proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por Turma
Recursal de Juizado Especial cível ou criminal (Súmula 640 STF) e também
para apreciar a validade de direito pré-constitucional, tanto em confronto
com a CF88 quanto com constituições passadas.

Esquematizando:

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 52


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

- As competências do STF estão enumeradas nos arts. 102 e 103 da CF


- O PGR atua em todos os processos de competência do STF
Competências do STF

a) Originária - Quando o STF processa e julga, originariamente, a matéria, em única instância


- O processo "nasce" no STF
- Rol exaustivo (numerus clausus)
- Pode ser ampliado por Emenda Constitucional
- CF, art. 102, I e 103

- Quando o STF aprecia a matéria a ele chegada mediante recurso ordinário ou


extraordinário
i. Recurso Ordinário 1) O crime político
CF, art. 102, II 2) O HC, o MS, o HD e o MI decididos em instância
única pelos TS, se denegatória a decisão
b) Recursal - Decisão dos TS
- Em competência ORIGINÁRIA dos TS
- Se for recursal, não é do STF
- Se a decisão for denegatória (com ou sem
julgamento do mérito)

ii. Recurso - As causas decididas em única ou última instância,


Extraordinário quando a decisão recorrida:
(RE) 1) Contrariar dispositivo da Constituição Federal
CF, art. 102, III 2) Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal
3) Julgar válida lei ou ato de governo local contestado em
face da Constituição Federal
4) Julgar válida LEI local contestada em face de lei federal
OBS: Julgar válido ATO de governo local contestado em face de
lei federal é caso de Recurso Especial no STJ
- Requisitos - Prequestionamento da matéria
do RE - A controvérsia constitucional deve ter sido
debatida e decidida por órgão do Judiciário
- Ofensa Direta à CF (Não cabe RE se a ofensa
for reflexa)
- Repercussão geral das questões constitucionais
- O STF somente pode negar o RE por
ausência de repercussão geral pelo voto
de 2/3 dos membros
- Cabe - Contra decisão proferida por juiz de primeiro grau
RE nas causas de alçada, ou por Turma Recursal de
Juizado Especial cível ou criminal (Súmula 640
STF)
- Para apreciar a validade de direito pré-
constitucional, tanto em confronto com a CF88 quanto
CFs passadas

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 53


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

3. COMPETÊNCIAS ORIGINÁRIAS DO STF

Agora que você já tem uma visão geral das competências do STF e já sabe
quais são as competências recursais, estudaremos as competências
originárias da Corte Constitucional. As competências do STF (tanto as
originárias quanto as recursais) são as competências de tribunais mais
cobradas em provas e, geralmente, quando são cobradas, é exigido o texto
literal da Constituição. Mesmo assim, comentarei as competências uma a uma
para garantirmos a nossa nota máxima na prova de Direito Constitucional! Isso
será trabalhoso, mas vai valer a pena! Pense agora no seu cargo de
Analista de Finanças e Controle da CGU e no seu salário de
R$ 12.960,77 e para exercer um dos cargos mais cobiçados da
Administração Pública e vamos lá!

x Papel de guardião da Constituição

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:

Observe que a Constituição confere expressamente a guarda da Constituição


ao Supremo Tribunal Federal.

I - processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual


e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

§ 1.º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta


Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.

Nesses três dispositivos, a Constituição confere ao STF a competência para


realizar o controle abstrato de constitucionalidade por meio das três ações
elencadas: a ação direta de inconstitucionalidade (ADIN ou ADI), a ação
declaratória de constitucionalidade (ADECON ou ADC) e a arguição de
descumprimento de preceito fundamental (ADPF).

Além disso, observe que a ADI pode ter como objeto leis ou atos normativos
federais ou estaduais. Já a ADC pode ter como objeto apenas leis ou atos
normativos federais e, por último, a ADPF pode ter como objeto leis ou atos
normativos federais, estaduais ou municipais.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 54


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

x Julgamento de remédios constitucionais

O Supremo Tribunal Federal também é competente para julgar alguns


remédios constitucionais, a depender da autoridade coatora ou do paciente.
Observe:

d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas


anteriores; o mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da
República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de
Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal
Federal;

i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o


paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à
jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma
jurisdição em uma única instância;

q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for


atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do
Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo
Tribunal Federal;

x Julgamento de autoridades

Antes de começarmos a estudar essas competências, você deve saber que as


autoridades podem cometer dois tipos de crime:

Crimes comuns: são crimes que podem ser cometidos por qualquer
outra pessoa, como o homicídio, roubo etc. Saiba que somente o
Judiciário julga crimes comuns.

Crimes de responsabilidade: são os crimes cometidos em razão do


cargo que ocupam (ex. atentar contra o livre exercício do Poder
Judiciário é crime de responsabilidade do Presidente). Podem julgar
esse tipo de crime (em âmbito federal) o Judiciário e também o
Senado Federal, quando se tratar de autoridades da alta cúpula do
Governo.

Vamos ao texto da CF. Ao ler as duas próximas alíneas, observe que a


Constituição trata de três níveis de autoridades:

1) Autoridades de alta cúpula (Presidente da República, PGR,


Ministros do STF...);
Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 55
CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

2) Autoridades imediatamente abaixo da alta cúpula (ministros


de Estado, Membros do TCU e dos Tribunais Superiores...) e

3) Autoridades do terceiro escalão (membros dos Tribunais de


Contas estaduais e do MPU que oficiem perante os tribunais...).

Assim, perceba que, GERALMENTE (existem exceções), as autoridades da alta


cúpula são julgadas nos crimes de responsabilidade perante o Senado
Federal e nos crimes comuns perante o STF. Já as autoridades
imediatamente abaixo da alta cúpula são julgadas nos crimes comuns e de
responsabilidade pelo STF. As autoridades do terceiro escalão, por sua
vez, são julgadas nos crimes comuns e de responsabilidade pelo STJ.

Agora sim, vamos ao texto da CF:

b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os


membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da
República;

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de


Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o
disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de
Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;

Uma observação importante é que o STF somente julga o Presidente da


República nos crimes comuns enquanto ele permanecer no cargo. Dessa
forma, findo o mandato, os autos serão remetidos para o juízo de
primeiro grau.

Os crimes de responsabilidade do Presidente da República, por sua vez, são


julgados pelo Senado Federal. Ademais, o Supremo Tribunal Federal não
poderá modificar a decisão do Senado Federal em processo de apuração
de crime de responsabilidade do presidente da República, sendo a decisão do
órgão parlamentar definitiva.

O STF pode anular o julgamento por ilegalidade ou intervir para que os


acusados tenham o direito a ampla defesa e contraditório, por exemplo, mas
não podem mudar o resultado do julgamento de “culpado” para “inocente”.

Por fim, da leitura dos dispositivos anteriores, combinada com o art. 105, com
o art. 52 e outros dispositivos da Constituição, chegamos ao seguinte quadro:

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 56


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Competências para julgamento de autoridades

Crime de
Autoridade Crime comum
responsabilidade
Presidente da República STF Senado Federal
Vice-Presidente da República STF Senado Federal
Parlamentares Federais STF Respectiva Casa Legislativa
Ministros do STF STF Senado Federal
Procurador-Geral da República STF Senado Federal
Membros do CNJ e CNMP Depende da origem do cargo Senado Federal
Ministros de Estado e Comandantes das Não conexos com PR e VP: STF
STF
Forças Armadas Conexos com PR e VP: Senado
AGU STF Senado Federal
Não conexos com PR e VP: STF
Presidente do Bacen STF
Conexos com PR e VP: Senado
Tribunais Superiores (STJ, STM, TSE ,TST) STF STF
Chefe de missão diplomática de caráter
STF STF
permanente
TCU STF STF
TRT, TRE, TCE e TCM STJ STJ
Juiz de TRF (desembargadores federais) STJ STJ
Juízes federais TRF TRF
Governador de Estado STJ Na forma da Lei 1.079/50
Vice-Governador de Estado Depende da CEst (em regra, TJEst) Depende de Lei federal
Deputados estaduais Depende da CEst (em regra, TJEst) Assembleia Legislativa
PGJ TJEst Assembleia Legislativa
Membros do MPE TJEst TJEst
Tribunal de Justiça Militar e juízes de direito TJEst TJEst
Desembargadores STJ STJ
De Competência da Justiça
Próprios: Câmara dos Vereadores
Prefeitos estadual: TJ
Impróprios: TJEst
Nos demais casos: TRF ou TRE
Fonte: Direito Constitucional Descomplicado 7ª edição.

x Julgamento de ações contra o CNJ e CNMP

r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do


Ministério Público;

Compete ao STF julgar as ações contra o CNJ ou o CNMP. No entanto, existe


uma observação importante acerca desse inciso. Olhando o art. 102, I, r da
CF, tem-se a impressão que o STF é competente para julgar Ação Civil
Pública contra atos do CNJ. No entanto, o STF já decidiu que, nesse caso, o
sujeito passivo é a UNIÃO e não o CNJ, pois este é um ÓRGÃO do Poder
Judiciário (ACO 1680/AL e Pet 3986 AgR/TO).

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 57


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

O STF ainda diz que: “Por óbvio, essa não é a interpretação quando se cuide
de mandado de segurança, mandado de injunção e habeas data contra atos do
CNJ. Nessas hipóteses, o pólo passivo é ocupado diretamente por aquele
Conselho ou pelo seu presidente, como autoridade impetrada, ainda que a
União figure como parte. Isso diante da chamada personalidade judiciária que
é conferida aos órgãos das pessoas político-administrativas para defesa de
seus atos e prerrogativas nessas ações constitucionais mandamentais.”

x Julgamento de conflitos para proteção da federação

A Constituição prevê que o STF é competente para julgar os conflitos que


colocam a federação em risco. Observe que a CF não se preocupa com os
municípios, mas somente com a União, os Estados, o DF e os Territórios:

e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado,


o Distrito Federal ou o Território;

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou


entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;

o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer


tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

Conflitos Quem julga?


União, Estado, DF ou
STF
Estado estrangeiro ou Território
organismo internacional contra Municípios ou pessoas Juízes federais, cabendo
residentes no país recurso para o STJ
Se colocar em risco o pacto
União contra
federativo: STF
Estados/DF Se não colocar em risco o
Estados/DF contra pacto federativo: Justiça
Federal
Conflito de competências de
Qualquer Tribunal STF
Tribunais Superiores contra

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 58


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

x Demais competências

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;

Quando um Estado estrangeiro solicita que o Brasil extradite uma pessoa


estrangeira, o órgão competente será o STF. Recentemente essa competência
ficou bastante evidente, no julgamento do caso Cesare Battisti.

j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;

A revisão criminal é a ação própria para desconstituir a coisa julgada no


âmbito penal e a ação rescisória é a ação que desconstitui a coisa julgada no
âmbito civil. A regra é que as ações rescisórias e as revisões criminais contra
decisões de um tribunal são julgadas pelo próprio tribunal e o Supremo segue
essa regra.

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de


suas decisões;

Sempre que o STF profere alguma decisão e esta não é cumprida, cabe uma
ação chamada reclamação, que serve para que a decisão seja efetivamente
cumprida e seja assegurada a autoridade do STF.

n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente


interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem
estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;

m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a


delegação de atribuições para a prática de atos processuais;

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 59


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

EXERCÍCIOS

38. (ESAF/Técnico-ANEEL/2004) Somente o Poder Judiciário tem competência


constitucional para julgar autoridades da República por crimes de
responsabilidade.

Errado. Não podemos nos esquecer dos julgamentos realizados pelo


Senado Federal. É ele quem julga as autoridades da mais alta cúpula
nos crimes de responsabilidade, como o Presidente da República,
Procurador-Geral da República, membros do CNJ, etc.

39. (ESAF/ANA/Especialista/2009) Compete ao Superior Tribunal de Justiça, entre


outras funções, processar e julgar, originariamente, nas infrações penais
comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Errado. Essa competência é originária do STF, conforme art. 102,


I, “c”. Só não vale esquecer que se os crimes forem conexos com
crimes de responsabilidade do Presidente da República e Vice, esse
julgamento será realizado pelo Senado Federal.

40. (ESAF - 2008 - MPOG - Especialista em Políticas Públicas e Gestão


Governamental) O Supremo Tribunal Federal pode aprovar súmula que terá
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário, do Poder
Legislativo e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal.

Errado. O STF pode aprovar súmula que terá efeito vinculante perante
os demais órgãos do Poder Judiciário e perante a Administração
Púbica direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. No
entanto, a súmula NÃO terá efeito vinculante em relação ao Poder
Legislativo e nem ao próprio STF.

41. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Se o recorrente, no


recurso extraordinário, não demonstrar, nos termos da lei, a repercussão geral
das questões constitucionais discutidas no caso, o recurso poderá não ser
admitido, liminarmente, pelo Relator designado para o processo.

Errado. De acordo com o art. 102, § 3º: “No recurso extraordinário o


recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões
constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 60


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo


pela manifestação de dois terços de seus membros.”

42. (ESAF - 2005 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) Caberá ao
Supremo Tribunal Federal julgar, mediante recurso extraordinário, decisão de
Tribunal de Justiça que considerar válida lei estadual contestada em face da
Constituição Federal ou contestada em face de lei federal.

Certo. Essa é uma competência do Supremo Tribunal Federal, de


acordo com o art. 102, III, “c” e “d”.

Fique atento!

- Lei ou ato vs Constituição: Recurso Extraordinário no STF.

- LEI local vs Lei Federal: Recurso Extraordinário no STF.

- ATO local vs Lei Federal: Recurso Especial no STJ.

43. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Compete ao Supremo


Tribunal Federal (STF) julgar, em recurso ordinário, as ações contra o Conselho
Nacional do Ministério Público.

Errado. A competência do STF para julgar as ações contra o Conselho


Nacional do Ministério Público e o Conselho Nacional de Justiça é
originária e não recursal. Lembre-se de que o STF somente julga as
ações contra as manifestações do colegiado, e não de seus membros
individualmente.

44. (ESAF - 2005 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) As súmulas
aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal, após a sua publicação na imprensa
oficial, terão efeito vinculante para todos os demais Poderes e para os órgãos
da administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal.

Errado. As súmulas vinculantes aprovadas de acordo com o


procedimento do art. 103-B não possuem efeito vinculante em relação
ao Poder Legislativo na sua função típica (legislar) e nem em relação
ao STF. Essas súmulas vinculam apenas os demais órgãos do Poder
Judiciário e os órgãos da administração pública direta e indireta, em
todas as esferas.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 61


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

45. (ESAF - 2004 - MPU - Analista - Administração) É do Supremo Tribunal Federal


a competência exclusiva para julgar os comandantes da Marinha, do Exército e
da Aeronáutica nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade.

Errado. De fato, o STF é competente para julgar os comandantes das


forças armadas nas infrações penais comuns e nos crimes de
responsabilidade. Entretanto, essa competência não é exclusiva, pois
os crimes de responsabilidade conexos com o Presidente e Vice-
Presidente da República são julgados pelo Senado Federal e não pelo
STF (art. 102, I, “c”).

46. (FCC/AJAA-TRE-TO/2011) O Supremo Tribunal Federal compõe-se de nove


Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de
sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

Errado. O STF é composto por 11 Ministros e não 9, como afirma a


questão. Os demais requisitos estão corretos. Vamos relembrar os
requisitos para que alguém se torne Ministro do Supremo:

i. Idade entre 35 e 65 anos


ii. Ser brasileiro nato (não pode ser naturalizado)
iii. Ser cidadão, no pelo gozo dos direitos políticos
iv. Possuir notável saber jurídico e reputação ilibada
v. Os Ministros (são indicados pelo Presidente da República) devem
ser aprovados pela maioria absoluta do Senado Federal.

47. (FCC/AJAA-TRE-TO/2011) O Supremo Tribunal Federal é composto por


Ministros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a
escolha pela maioria relativa do Congresso Nacional.

Errado. Conforme parágrafo único do artigo 101 da Constituição: “Os


Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria
absoluta do SENADO FEDERAL.”

48. (CESPE/TJAA-STF/2008) A competência originária do STF submete-se a regime


de direito estrito, não comportando a possibilidade de ser estendida a
situações que extravasem os limites fixados no rol taxativo da norma
constitucional que a fixa.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 62


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Certo. O rol das competências originárias do STF é exaustivo (numerus


clausus), ou seja, não pode ser ampliado, a não ser por Emenda
Constitucional.

49. (FCC/TRF4/Técnico/2010) Compete ao Supremo Tribunal Federal,


precipuamente, guarda da Constituição, cabendo-lhe julgar em recurso
ordinário as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho
Nacional do Ministério Público.

Errado. As ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o


Conselho Nacional do Ministério Público são de competência originária
do STF e não recursal, conforme art. 102, I, r.

50. (FGV/PC-AP/Delegado/2010) Compete ao Supremo Tribunal Federal,


precipuamente, a guarda da Constituição, não lhe cabendo processar e julgar,
originariamente o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e
a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território.

Errado. A Constituição prevê expressamente que o STF é competente


para processar e julgar, originariamente o litígio entre Estado
estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito
Federal ou o Território (art. 102, I, “e”).

51. (CESPE/TECNICO/TRE/ES/2011) Os onze ministros que compõem o Supremo


Tribunal Federal devem ser bacharéis em ciências jurídicas.

Errado. A Constituição não faz essa previsão em relação aos Ministros


do STF. Os requisitos são os seguintes:

i. Idade entre 35 e 65 anos


ii. Ser brasileiro nato (não pode ser naturalizado)
iii. Ser cidadão, no pelo gozo dos direitos políticos
iv. Possuir notável saber jurídico e reputação ilibada
v. Os Ministros (são indicados pelo Presidente da República) devem
ser aprovados pela maioria absoluta do Senado Federal.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 63


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

IV. DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ)

1. OBSERVAÇÕES GERAIS

Meu caro Analista de Finanças e Controle da CGU, o próximo tribunal estudado


por nós será o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Este tribunal é o guardião
do ordenamento jurídico federal, enquanto o STF é o guardião da
Constituição Federal.

O STJ é composto de no mínimo 33 Ministros, nomeados pelo Presidente da


República, após aprovação da maioria absoluta do Senado Federal.

Ademais, a composição do STJ deve seguir à seguinte regra:

x 1/3 dos membros devem ser escolhidos entre juízes dos Tribunais
Regionais Federais. Os juízes dos TRFs são os membros dos TRFs,
tribunais de segundo grau. Assim, apesar do nome “juiz”, eles são
os “desembargadores federais”.

x 1/3 dos membros devem ser escolhidos entre os desembargadores


dos Tribunais de Justiça dos Estados e DF.

Nos dois primeiros casos, o próprio STJ elabora a lista tríplice


livremente e a envia ao Presidente da República, que escolherá
um dos nomes da lista tríplice.

x 1/3 dos membros são divididos da seguinte forma:


o 1/6 de advogados
o 1/6 de membros do Ministério Público Federal, Estadual, do
Distrito Federal e Territórios

Para a escolha desse último terço, cada instituição representativa


das respectivas classes prepara lista sêxtupla e a envia ao STJ,
que elabora lista tríplice e envia ao Presidente da República,
que escolherá dentre os nomes da lista tríplice.

Em todos os casos anteriores, o Senado Federal deve aprovar o nome do


escolhido pela maioria absoluta dos votos e, após a sabatina do Senado, o
Ministro será nomeado pelo Presidente da República.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 64


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Observe que, ao contrário do STF, os Ministros do STJ devem ser bacharéis em


Direito, uma vez que serão ou magistrados, ou advogados ou membros do MP.

Os requisitos para ser nomeado Ministro do Superior Tribunal de Justiça são:

i. Ter idade entre 35 e 65 anos


ii. Ser brasileiro nato ou naturalizado (enquanto o STF é somente
NATO)
iii. Possuir notável saber jurídico e reputação ilibada
iv. Ser aprovado pela maioria absoluta do Senado Federal

Além disso, funcionarão junto ao STJ:

i. A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de


Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções,
regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na
carreira;

ii. O Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma


da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da
Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão
central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões
terão caráter vinculante.

Esquematizando:

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 65


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Do Superior Tribunal de Justiça (STJ)

- É o guardião do ordenamento jurídico federal (o STF é o guardião da CF)


- No mín 33 Ministros
- Nomeados pelo Presidente da República
- Após aprovação da MA do Senado Federal
- Deve seguir i. 1/3 de juízes dos TRFs
ii. 1/3 de desembargadores dos TJEst
- Composição - Nos 2 primeiros casos, o próprio STJ elabora a lista
Superior Tribunal de Justiça (STJ)

tríplice livremente e a envia ao Presidente da República,


que escolherá um.
iii. 1/3 divididos - 1/6 de advogados
entre - 1/6 de membros do MP Federal, estaduais e
do DF
- Nesse caso, cada instituição prepara lista sêxtupla e a
envia ao STJ, que elabora lista tríplice e envia ao PR
- Ao contrário do STF, os ministros do STJ devem ser bacharéis em Direito,
uma vez que serão ou magistrados, ou advogados ou membros do MP

- Requisitos - Brasileiro nato ou naturalizado (enquanto o STF é somente NATO)


- Entre 35 e 65 anos
- Possuir notável saber jurídico e reputação ilibada
- Ser aprovado pela MA do Senado Federal

- Após aprovação do Senado Federal, o Ministro será nomeado pelo Presidente da República

- Funcionarão - A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados,


junto ao STJ cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para
o ingresso e promoção na carreira;
- o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a
supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e
segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes
correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 66


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

2. COMPETÊNCIAS DO STJ

As competências do Superior Tribunal de Justiça estão elencadas no artigo 105


da Constituição e, assim como as do Supremo Tribunal Federal, podem ser
originárias, quando o processo “nasce” no STJ, ou recursais, quando o
processo se origina em outros juízos e chega ao STJ por via de recurso.

Para concursos, as competências mais importantes são as do Supremo


Tribunal Federal, sendo que as do STJ caem bem menos em prova e, quando
são cobradas, as bancas normalmente exigem o texto literal da Constituição.
Assim, comentarei apenas algumas das competências e transcreverei as
restantes, para que você ganhe familiaridade com o texto constitucional.

(atenção: você deve ler todas para a prova e não apenas as que eu
comentar! Pense no seu cargo maravilhoso de Analista de Finanças e
Controle da CGU e no seu salário maravilhoso de 12.960,77 e para
exercer um dos cargos mais cobiçados da Administração Pública e
manda brasa!).

Competências originárias do STJ

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, ORIGINARIAMENTE:

a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes


e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e
do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito
Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do
Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do
Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;

Observe que o Superior Tribunal de Justiça julga nos crimes


comuns e de responsabilidade as autoridades do terceiro escalão.

b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado,


dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;

c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas


mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição,
Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 67


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Lembre-se: quanto aos Ministros de Estado e Comandantes das


forças armadas: se forem coatores: competência do STJ. Se
forem pacientes: competência do STF.

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no


art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes
vinculados a tribunais diversos;

e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;

Lembre-se que a regra é que o próprio Tribunal julgue as revisões


criminais e as ações rescisórias de seus julgados.

f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de


suas decisões;

Da mesma forma que cabe reclamação ao Supremo para garantir


que sua autoridade seja obedecida, cabe também reclamação ao
STJ, para garantir que a autoridade do STJ seja obedecida.

g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da


União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do
Distrito Federal, ou entre as deste e da União;

h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for


atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou
indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos
órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça
Federal;

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às


cartas rogatórias;

Um breve comentário quanto à última atribuição: até a Emenda


Constitucional nº 45/2004, conhecida como a Reforma do
Judiciário essa atribuição era do STF. No entanto, com a referida
Emenda, ela foi transferida para o Superior Tribunal de Justiça.

Explicando melhor: A carta rogatória é um instrumento jurídico


de cooperação entre dois países. Ela é similar à carta precatória,
mas se diferencia deste por ter caráter internacional. A carta
rogatória tem por objetivo a realização de atos e diligências
processuais no exterior, como, por exemplo, audição de
testemunhas.
Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 68
CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Assim, se um juiz do exterior quer ouvir uma testemunha que


está no Brasil, por exemplo, ele manda uma carta rogatória ao
Brasil para que este faça a oitiva dessa testemunha.

O exequatur significa “execute-se” ou “cumpra-se” e é dado pelo


STJ. Assim, se algum país envia uma carta rogatória ao Brasil,
quem dá a ordem de cumprimento é o STJ.

Atenção: o STJ não cumpre as cartas rogatórias, ele DÁ A


ORDEM para que elas sejam cumpridas! Após o exequatur, a
rogatória será remetida do juiz federal do Estado em que deva ser
cumprida (CF art. 109, X). Após executada, o juiz federal devolve
a rogatória ao STJ e este a encaminha de volta ao país de origem.

O mesmo ocorre com as sentenças proferidas no estrangeiro: o


STJ homologa essas sentenças, mas quem as executa são os
juízes federais (art. 109, X).

Competências recursais do STJ

O STF aprecia dois tipos de recursos: o recurso ordinário, ou comum e o


recurso especial (muito cuidado para não confundir com o recurso
extraordinário do STF!).

x Recurso Especial – STJ


x Recurso Extraordinário: STF

O recurso ordinário do STJ está previsto no artigo 105, II da Constituição


Federal:

II - julgar, em RECURSO ORDINÁRIO:

a) os "habeas-corpus" decididos em única ou última instância pelos Tribunais


Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
quando a decisão for denegatória;

b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais


Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
quando denegatória a decisão;

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 69


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de


um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

Já o recurso especial está previsto no artigo 105, III da Constituição Federal:

III - julgar, em RECURSO ESPECIAL, as causas decididas, em única ou última


instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do
Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:

a) Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

Observe que “Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal” é caso de


Recurso Extraordinário no STF

x Contrariar ou negar vigência: STJ


x Declarar a inconstitucionalidade: STF

b) Julgar válido ATO de governo local contestado em face de lei federal;

Observe que “julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da CF”
é caso de Recurso Extraordinário no STF.

Além disso: “julgar válida LEI local contestada em face de lei federal” é também
caso de Recurso Extraordinário no STF.

Fique atento!

- Lei ou ato vs Constituição: Recurso Extraordinário no STF.

- LEI local vs Lei Federal: Recurso Extraordinário no STF.

- ATO local vs Lei Federal: Recurso Especial no STJ.

c) Der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Esquematizando:

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 70


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

- Estão enumeradas no art. 105 da CF


- Quando o STJ é acionado diretamente, nas ações em que cabe a ele o primeiro julgamento
a) Originárias

- CF, art. 105, I


- Processar e julgar, originariamente:
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do DF, e, nestes e nos de responsabilidade, os
desembargadores dos TJEst, os membros dos TC dos Estados e do DF, os dos TRFs, dos TREs e TRTs, os
membros dos Conselhos ou TC dos Municípios e os do MPU que oficiem perante tribunais;
b) os MS e os HD contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica ou do próprio STJ;
c) os HC, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o
coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da
Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvada a competência do STF, bem como entre
Competências do STJ

tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;
g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades
judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade
ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do STF e dos
órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias;

- Quando o STJ aprecia recursos ordinários ou especiais


i. Recurso 1) Os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos TRFs
Ordinário ou pelos TJs, quando a decisão é denegatória
2) Os mandados de segurança decididos em única instância pelos TRFs e
b) Recursais

pelos TJs, quando denegatória a decisão


3) As causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo
internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou
domiciliada no País
- CF, art. 105, II
ii. Recurso - Quando a decisão recorrida, em única ou última instância:
Especial 1) Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência
(RESP) - Se for “Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal”
será Recurso Extraordinário no STF
2) Julgar válido ATO de governo local contestado em face de lei federal
- Se for “julgar válida LEI local contestada em face de lei federal”
será Recurso Extraordinário no STF
3) Der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído
outro tribunal
- Somente cabe RESP em face de decisões proferidas por Tribunal de
SEGUNDO GRAU: TRF ou TJ
- Não cabe RESP contra decisão proferida pelas Turmas Recursais, (órgãos
de segundo grau dos juizados especiais) (Súmula 203 do STJ)

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 71


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

EXERCÍCIOS

52. (ESAF/ANA/Especialista/2009) Compete ao Supremo Tribunal Federal,


precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe, entre outras funções,
processar e julgar, originariamente, a homologação de sentenças estrangeiras
e a concessão de exequatur às cartas rogatórias.

Errado. Compete ao STJ a homologação de sentença estrangeira e a


concessão de exequatur às cartas rogatórias e não ao STF (art. 105,
I, “i”).

53. (ESAF - 2008 - MPOG - Especialista em Políticas Públicas e Gestão


Governamental) Um quinto dos lugares do Superior Tribunal de Justiça será
composto de membros do Ministério Público, com mais de dez anos de
carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com
mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla
pelos órgãos de representação das respectivas classes.

Errado. O quinto constitucional não é aplicado na composição do STJ.


Aplica-se somente aos Tribunais Regionais Federais, aos Tribunais de
Justiça, ao Tribunal Superior do Trabalho e aos Tribunais Regionais do
Trabalho. A composição do STJ segue a seguinte regra (art. 104,
parágrafo único, I e II):

• 1/3 dos membros devem ser escolhidos entre juízes dos Tribunais
Regionais Federais. Os juízes dos TRFs são os membros dos TRFs, tribunais
de segundo grau. Assim, apesar do nome “juiz”, eles são os
“desembargadores federais”.

• 1/3 dos membros devem ser escolhidos entre os desembargadores dos


Tribunais de Justiça dos Estados e DF.

Nos dois primeiros casos, o próprio STJ elabora a lista tríplice


livremente e a envia ao Presidente da República, que escolherá um dos
nomes da lista tríplice.

• 1/3 dos membros são divididos da seguinte forma:


o 1/6 de advogados
o 1/6 de membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito
Federal e Territórios

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 72


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

54. (ESAF - 2008 - MPOG - Especialista em Políticas Públicas e Gestão


Governamental) Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o
Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento
de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos
quais o Brasil seja parte, em qualquer fase do inquérito ou processo, poderá
determinar o deslocamento da competência para a Justiça Federal.

Errado. Nessas hipóteses, o PGR poderá suscitar, perante o STJ,


incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.
Assim, o PGR apenas suscita e quem determina o deslocamento é o
STJ.

55. (ESAF - 2004 - MPU - Técnico Administrativo) Compete ao Supremo Tribunal


Federal processar e julgar originariamente os mandados de segurança contra
ato de ministro de Estado.

Errado. Essa competência é do STJ, conforme o art. 105, I, “b”.


Lembre-se de que se os Ministros de Estado e comandantes das forças
armadas forem COATORES, a competência é do STJ. No entanto, se
eles forem PACIENTES, a competência será do STF.

56. (ESAF - 2004 - MPU - Analista - Administração) Caberá ao Superior Tribunal de


Justiça o julgamento de recurso ordinário contra a decisão que concedeu a
segurança em mandado de segurança julgado em única instância pelo Tribunal
de Justiça do Distrito Federal.

Errado. O STJ é competente para julgar, em recurso ordinário,


mandado de segurança decidido em única instância pelos TRFs e pelos
TJs dos Estados e do Distrito Federal e Territórios somente quando
denegatória a decisão (art. 105, II, “b”).

57. (ESAF - 2005 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) A concessão
de exequatur às cartas rogatórias é competência do Supremo Tribunal Federal.

Errado. Compete ao STJ a concessão de exequatur às cartas rogatórias


e a homologação de sentenças estrangeiras (art. 105, I, “i”).

58. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) As decisões do


Conselho da Justiça Federal, relativas à supervisão administrativa e
orçamentária da Justiça Federal, tomadas no exercício de seu poder
correicional, terão caráter vinculante.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 73


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Certo. É o que dispõe o art. 105, parágrafo único, II. Lembre-se de que
o Conselho da Justiça Federal funciona junto ao STJ, bem como a
Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados.

59. (FCC/TRE-SE/Técnico Judiciário/2007) Compete ao Supremo Tribunal Federal


processar e julgar, originariamente, nas infrações penais comuns, os membros
dos Tribunais Regionais Federais.

Errado. Quem julga os membros dos TRFs, tanto nos crimes comuns
quanto nos de responsabilidade é o STJ e não o STF.

60. (CESPE/Agente de Polícia Civil Substituto/PCRN/2008) A Escola Nacional de


Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados que tem, entre outras funções, a
de regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira,
funciona junto ao STF.

Errado. A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de


Magistrados realmente tem, entre outras funções, a de regulamentar
os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira. No entanto,
ela funciona junto ao STJ e não junto ao STF.

61. (FCC/Analista Judiciário – Execução de Mandados/TRF 4ª Região/2004) Aos


juízes federais caberá, dentre outras atribuições, processar e julgar a execução
de carta rogatória, após o exequatur.

Certo. Quem dá o exequatur é o STJ, mas quem executa as cartas


rogatórias são os juízes federais. Da mesma forma, quem homologa as
sentenças estrangeiras é o STJ, mas quem as executa também são os
juízes federais (art. 109, X).

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 74


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

V. DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E


JUÍZES FEDERAIS

1. DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS

A Constituição estabelece que são órgãos da Justiça Federal: os Tribunais


Regionais Federais (TRFs) e os Juízes Federais (lembre-se que o juiz é um
órgão!).

Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes,


recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados pelo
Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de
sessenta e cinco anos, sendo:

I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva


atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com
mais de dez anos de carreira;

II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de


cinco anos de exercício, por antiguidade e merecimento,
alternadamente.

As competências dos Tribunais Regionais Federais, assim como as dos outros


tribunais, podem ser divididas em originárias (quando o processo nasce no
tribunal) e recursais (quando o processo nasce em outro órgão do Judiciário e
chegam ao tribunal por meio de recurso).

Compete ao TRF processar e julgar, originariamente:

a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da


Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de
responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou


dos juízes federais da região;

Lembre-se de a regra é que o próprio tribunal julga as revisões


criminais e ações rescisórias dos seus julgados.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 75


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

c) os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do


próprio Tribunal ou de juiz federal;

d) os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz federal;

e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao


Tribunal;

f) nos crimes da competência da Justiça Federal, as autoridades


estaduais e municipais com foro especial por prerrogativa de função,
ou seja, deputados estaduais, prefeitos e secretários de estado – nos
crimes de competência da justiça federal (HC 80.612/PR e Súmula
702 STF).

Compete ainda, ao TRF processar e julgar, em grau de recurso, as causas


decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da
competência federal da área de sua jurisdição. Assim, via de regra, os recursos
das causas decididas pelos juízes federais são julgados pelo TRF, no entanto,
existem duas exceções:

1) No caso das causas em que forem partes Estado estrangeiro ou


organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa
residente ou domiciliada no País, o recurso será para o STJ e não para o
TRF (art. 105, II, “c”).

2) Os crimes políticos são julgados pelos juízes federais. No entanto, caso


haja recurso, ele não será julgado pelo TRF e sim pelo STF (art. 102, II,
“b”)

Sobre os TRFs, a Constituição Federal ainda nos traz três previsões:

1. A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais


Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede.

2. Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a


realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos
limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos
públicos e comunitários.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 76


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

3. Os TRFs poderão funcionar descentralizadamente, constituindo


Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do
jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

Esquematizando:

o Composição - no mín 7 juízes - Recrutados, quando possível, na respectiva região


- Nomeados pelo Presidente da República
- Requisitos - Ser brasileiro
- Ter mais de 30 e menos de 65 anos
I – 1/5 dentre - Advogados com mais de 10 anos
de efetiva atividade profissional
- Membros do MPF com mais de
10 anos de carreira;
II - os demais, mediante promoção de juízes
federais com mais de 5 anos de exercício, por
antiguidade e merecimento, alternadamente.
o Competências a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Just.
Originárias Militar e da Just. do Trabalho, nos crimes comuns e de resp.,
(processar e e os membros do MPU, ressalvada a competência da Just. Eleitoral;
julgar) b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou
Tribunais Regionais

dos juízes federais da região;


Federais (TRFs)

c) os MS e os HD contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;


d) os HC, quando a autoridade coatora for juiz federal;
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao
Tribunal;
f) Nos crimes da competência da Justiça Federal, as autoridades
estaduais e municipais com foro especial por prerrogativa de função
(deputados estaduais, prefeitos e secretários de estado – nos crimes
de competência da justiça federal) (HC 80.612/PR + Súmula 702
STF)
o Competências Recursais: as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes
estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição
o Informações gerais - Instalarão a justiça itinerante
- Poderão funcionar descentralizadamente, constituindo
Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do
jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.
o Jurisdição e sede: disciplinadas por lei
o Remoção ou permuta de juízes dos TRFs: disciplinadas por lei
o Justiça itinerante: com a realização de audiências e demais funções da atividade
jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
equipamentos públicos e comunitários.
o Funcionamento descentralizado: os TRFs poderão funcionar descentralizadamente,
constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso à justiça

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 77


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

2. DOS JUÍZES FEDERAIS

As competências dos juízes federais estão elencadas no artigo 109 da


Constituição e são as seguintes:

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa


pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés,
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

Observe que as Sociedades de Economia Mista não foram


elencadas pela CF, não sendo, portanto, de competência da justiça
federal.

II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e


Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;

Lembre-se que o recurso ordinário vai para o STJ e não para o TRF.

III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado


estrangeiro ou organismo internacional;

IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de


bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou
empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a
competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;

No caso dos crimes políticos, o recurso ordinário vai para o STF e


não para o TRF.

V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando,


iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no
estrangeiro, ou reciprocamente;

V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º do art.


109 da CF;

Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, caso o Procurador-


Geral da República solicite ao STJ, pode ocorrer o deslocamento de um

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 78


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

processo para a justiça federal. Caso ocorra esse deslocamento, quem


julgará o processo será um juiz federal. Falaremos desse deslocamento
um pouco a frente.

VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos


determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem
econômico-financeira;

Observe que os crimes contra a organização do trabalho são


julgados pela justiça federal e não pela justiça do trabalho!

VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou


quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam
diretamente sujeitos a outra jurisdição;

VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de


autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais
federais;

IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a


competência da Justiça Militar;

X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a


execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença
estrangeira, após a homologação, as causas referentes à
nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;

Lembre-se de que quem concede o exequatur ou homologa as


sentenças estrangeiras é o STJ! Por outro lado, quem executa a
sentença estrangeira ou a carta rogatória são os juízes federais.

XI - a disputa sobre direitos indígenas.

Os juízes federais somente julgam as disputas indígenas nos casos em


que a controvérsia envolver direitos ou interesses indígenas típicos e
específicos. No caso de crimes ocorridos em reservas indígenas,
praticados por ou contra índios, sem vínculo com a etnicidade, a
competência será da justiça comum.*

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 79


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

3. DO FORO DAS AÇÕES DE INTERESSE DA UNIÃO

As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde
tiver domicílio a outra parte. Já as causas intentadas contra a União
poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor,
naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou
onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.

Além disso, as causas em que forem parte instituição de previdência


social e segurado serão processadas e julgadas na justiça estadual, no
foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, sempre que a comarca
não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei
poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela
justiça estadual.

Nesse caso, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional


Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. Ademais este
benefício concedido pela Constituição aos segurados e beneficiários não
impede que os mesmos entrem com a ação nas varas federais da capital do
estado-membro.

Por fim, nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o


Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos
humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior
Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente
de deslocamento de competência para a Justiça Federal. O
deslocamento dos crimes da justiça estadual para a federal é chamado de
federalização dos crimes contra os direitos humanos.

4. DAS VARAS E SEÇÕES JUDICIÁRIAS

Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que
terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido
em lei.

No caso dos Territórios Federais, caso sejam criados, a jurisdição e as


atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na
forma da lei.

Esquematizando:

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 80


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

- Causas em que a União for autora: serão aforadas na seção judiciária onde
tiver domicílio a outra parte.
- Causas intentadas contra a União - Domicílio do autor
- Onde houver ocorrido o ato ou fato
que deu origem à demanda
- Onde esteja situada a coisa
- No Distrito Federal.
o Foro - Causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado:
Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos
segurados ou beneficiários, sempre que a comarca não seja sede de vara do
juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras
causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.
- O recurso será sempre para o TRF
- O segurado pode optar por ajuizar a ação nas varas federais da
capital do estado-membro
- Se houver grave violação dos direitos humanos: o PGR, com a finalidade de
assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de
direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior
Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de
deslocamento de competência para a Justiça Federal

o Seção judiciária - Cada Estado + o DF constituirá uma seção judiciária que terá por
sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo a lei.
- Nos Territórios, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes
federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 81


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

EXERCÍCIOS

62. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Lei complementar, de


iniciativa privativa do Superior Tribunal de Justiça, disciplinará a remoção ou
permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais.

Errado. O art. 107, §1º estabelece: “A lei disciplinará a remoção ou a


permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará sua
jurisdição e sede”. Portanto, não se exige lei complementar, apenas lei
ordinária. Além disso, não há previsão de que a lei seja de iniciativa
privativa do STJ.

63. (ESAF/MPU/2004) A promoção de juiz federal para Tribunal Regional Federal


far-se-á, alternadamente, por antiguidade e merecimento, exigindo-se do juiz
a ser promovido mais de dez anos de efetivo exercício da magistratura federal.

Errado. A exigência é de 5 anos e não 10. Observe o art. 107 da CF:

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo,


sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados
pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e
menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva
atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais
de dez anos de carreira;
II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco
anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente.

64. (ESAF - 2008 - MPOG - Especialista em Políticas Públicas e Gestão


Governamental) Cabe ao Conselho da Justiça Federal exercer a supervisão
administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus,
como órgão central do sistema e com poderes para determinar aos Tribunais
Regionais Federais que funcionem descentralizadamente, constituindo Câmaras
regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em
todas as fases do processo.

Errado. A parte final do item está errada. Segundo o art. 105,


parágrafo único, II: “O Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe
exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária
da Justiça Federal de primeira e segundo graus, como órgão central do

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 82


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

sistema e com poderes correcionais, cujas decisões terão caráter


vinculante”.

No entanto, determinar o funcionamento descentralizado dos Tribunais


Regionais Federais não compete ao Conselho da Justiça Federal. A
descentralização dos TRFs é uma faculdade desses tribunais, prevista
do art. 107, §3º.

65. (ESAF - 2004 - MPU - Técnico Administrativo) É competência dos Tribunais


Regionais Federais processar e julgar originariamente a disputa sobre direitos
indígenas.

Errado. A competência para processar e julgar originariamente as


disputas sobre direitos indígenas é dos juízes federais (art. 109, XI), e
não do TRF.

66. (ESAF - 2009 - ANA - Analista Administrativo) Serão processadas e julgadas na


justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas
em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a
comarca não seja sede de vara do juízo federal, hipótese em que o recurso
cabível também será para o tribunal estadual da área de jurisdição do juiz de
primeiro grau.

Errado. Apenas a parte final do item está errada, pois, nessa hipótese,
o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área
de jurisdição do juiz de primeiro grau (art. 109, §4º).

67. (ESAF - 2009 - ANA - Analista Administrativo) As causas intentadas contra a


União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor,
naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou
onde esteja situada a coisa, ou ainda, no Distrito Federal, mas as causas em
que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a
outra parte.

Certo. É exatamente o que estabelece o art. 109, XI, §§ 1º e 2º.

68. (ESAF - 2008 - MPOG - Especialista em Políticas Públicas e Gestão


Governamental) Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o
Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento
de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 83


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

quais o Brasil seja parte, em qualquer fase do inquérito ou processo, poderá


determinar o deslocamento da competência para a Justiça Federal.

Errado. Nessas hipóteses, o PGR poderá suscitar, perante o STJ,


incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.
Assim, o PGR apenas suscita e quem determina o deslocamento é o
STJ.

69. (FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Administrativa)


Conforme alteração trazida pela Emenda Constitucional no 45, nas hipóteses
de grave violação de direitos humanos, com a finalidade de assegurar o
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos
humanos dos quais o Brasil seja parte, o Presidente do Tribunal Regional
Federal, poderá suscitar, perante o Tribunal de Justiça Estadual, em qualquer
fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para
o próprio Tribunal Regional Federal.

Errado. O responsável por solicitar ao STJ o deslocamento do processo


para a justiça federal dos crimes com grave violação de direitos
humanos é o Procurador-Geral da República, conforme art. 109, §5º.

70. (CESPE - 2008 - SERPRO - Analista – Advocacia) Paulo, membro do Ministério


Público do Distrito Federal e Territórios, propôs procedimento investigatório
contra Francisco, visando apurar eventual prática de crime contra a ordem
tributária. Eventual crime de abuso de autoridade praticado por Paulo será
processado e julgado pelo Tribunal Regional Federal da 1.ª Região.

Certo. Conforme artigo 108 da CF, compete aos Tribunais Regionais


Federais: I - processar e julgar, originariamente: a) os juízes federais
da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do
Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do
Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral. Lembre-se de que o MPDFT é um ramo do MPU.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 84


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Meus caros Analistas de Finanças e Controle da CGU, chegamos ao final de


nossa aula de hoje. Continuem firmes e estudem de maneira simples,
procurando entender o espírito das normas e não apenas decorando
informações. Lembre-se que A SIMPLICIDADE É O GRAU MÁXIMO DA
SOFISTICAÇÃO (Leonardo da Vinci).

Espero que todos vocês tenham muito SUCESSO nessa jornada, que é
bastante trabalhosa, mas extremamente gratificante!

Abraços a todos e até a próxima aula.

Roberto Troncoso

Se você acha que pode ou se você acha que não


pode, de qualquer maneira, você tem razão.
(Henry Ford)

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 85


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

VI. QUESTÕES DA AULA

DO PODER JUDICIÁRIO – DISPOSIÇÕES GERAIS

1. (ESAF - 2002 - TJ-CE - Atendente Judiciário) Assinale a opção correta.

a) O Ministério Público é considerado pela Constituição, de modo expresso,


como órgão do Poder Judiciário.

b) O Tribunal de Contas da União faz parte do Poder Judiciário.

c) Todas as decisões dos órgãos do Poder Judiciário devem ser


fundamentadas.

d) Não é exigido concurso público para o provimento de cargo de Juiz


Substituto.

e) A Constituição garante aos juízes o livre exercício de atividades político-


partidárias.

2. (ESAF - 2002 - TJ-CE - Atendente Judiciário) A garantia dada pela Constituição


aos juízes de não serem removidos de suas comarcas, salvo por motivo de
interesse público, é conhecida como garantia da:

a) Inamovibilidade

b) Irredutibilidade

c) Improbidade

d) Inatividade

e) Vitaliciedade

3. (ESAF/MPU/2004) Para concorrer à vaga de juiz em Tribunal Regional Federal,


no quinto constitucional, o membro do Ministério Público deverá ter mais de
dez anos de carreira e ser indicado, pelo seu órgão, em lista sêxtupla, a ser
encaminhada ao respectivo tribunal.

4. (ESAF/MPU/2004) Após a vitaliciedade, o juiz só perderá seu cargo por


deliberação administrativa tomada por maioria qualificada do Pleno do Tribunal
a que estiver vinculado.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 86


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

5. (ESAF/CGU/2008) A participação em curso oficial ou reconhecido por escola


nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados constitui etapa
obrigatória do processo de vitaliciamento do juiz.

6. (ESAF/MPU/2004) A inamovibilidade, como garantia do juiz, não admite


exceções.

7. (ESAF/CGU/2008) As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e


em sessão pública, inclusive as disciplinares, que também devem ser tomadas
pelo voto da maioria absoluta de seus membros.

8. (ESAF/PGFN/2007) O subsídio mensal dos membros do Judiciário, incluídas as


vantagens pessoais ou de qualquer natureza, e ainda as parcelas de caráter
indenizatório previstas em lei, não poderão exceder o subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

9. (ESAF/PGFN/2007) A garantia da inamovibilidade dos Juízes não é absoluta,


uma vez que é possível a remoção por interesse público, devendo a decisão
ser tomada pelo voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do
Conselho Nacional de Justiça, assegurada a ampla defesa.

10. (ESAF/CGU/2008) A lei pode limitar a presença, em determinados atos dos


órgãos do Poder Judiciário, inclusive julgamentos, às próprias partes e a seus
advogados, ou somente a estes.

11. (ESAF/AFRFB/2009) São órgãos do Poder Judiciário os Tribunais e Juízes


Militares, os Tribunais Arbitrais e o Conselho Nacional de Justiça.

12. (ESAF - 2004 - MPU - Técnico Administrativo) A declaração de


inconstitucionalidade de lei ou ato normativo somente se dará pelo voto da
maioria dos membros dos Tribunais.

13. (ESAF - 2004 - MPU - Técnico Administrativo) O presidente do Tribunal, que


por ato omissivo retardar a liquidação regular de precatório, incorrerá em
crime de responsabilidade.

14. (ESAF - 2004 - MPU - Analista - Administração) No âmbito da União, o


encaminhamento, para o Executivo, da proposta orçamentária dos órgãos do
poder judiciário é da competência do presidente do Supremo Tribunal Federal.

15. (ESAF - 2009 - ANA - Analista Administrativo) A justiça de paz, composta de


cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, possui competência

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 87


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

privativa para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em


face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer
atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas
na legislação.

16. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Só poderá ser


promovido por merecimento o juiz que demonstrar dois anos de exercício na
respectiva entrância e que integrar a primeira quinta parte da lista de
antiguidade para a promoção.

17. (ESAF - 2004 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Segundo o


entendimento do STF, os Ministros nomeados para os Tribunais Superiores,
oriundos da advocacia, adquirem estabilidade após dois anos de efetivo
exercício.

18. (ESAF - 2005 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) Nos termos
da Constituição Federal, os servidores do Poder Judiciário poderão receber
delegação para a prática de atos administrativos e atos de mero expediente
com caráter decisório, desde que, no último caso, a conduta estabelecida no
ato já esteja sumulada no Tribunal.

19. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) O acesso dos juízes de
primeiro grau aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e
merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância.

20. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Pelas novas regras
constitucionais, o ingresso na carreira da magistratura exige a demonstração
de que o bacharel em direito concluiu há, no mínimo, três anos seu curso de
graduação.

21. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Segundo determina o


texto constitucional, as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas
e em sessão pública, salvo as sessões disciplinares.

22. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Nos tribunais com
número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão
especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros,
provendo-se metade das vagas por merecimento e a outra metade por eleição
pelo tribunal pleno.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 88


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

23. (CESPE/DPE-ES/2009) A atividade jurisdicional deve ser ininterrupta, sendo


vedadas férias coletivas nos juízos e tribunais, devendo ainda haver juízes em
plantão permanente nos dias em que não houver expediente forense normal.

24. (CESPE/Analista-TJ-RJ/2008) Os servidores do Poder Judiciário não poderão


receber delegação para a prática de atos de administração e atos de mero
expediente sem caráter decisório, já que a função jurisdicional é indelegável.

25. (CESPE - 2011 - TJ-PB – Juiz) A Emenda Constitucional n.º 45, que implantou
a reforma do Poder Judiciário, confirmou o entendimento do CNJ de
estabelecer férias coletivas para os juízes e membros dos tribunais de segundo
grau.

DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

26. (ESAF - 2006 - ANEEL - Técnico Administrativo) Entre as competências do


Conselho Nacional de Justiça não se inclui a de rever decisões judiciais do
Supremo Tribunal Federal.

27. (ESAF - 2005 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) Não pode o
Conselho Nacional de Justiça, quando da apreciação da legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário,
desconstituir os atos considerados irregulares, cabendo-lhe, apenas, fixar
prazo para que sejam adotadas as providências necessárias para sua
legalização.

28. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Os membros do


Conselho serão nomeados pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, depois
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

29. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Compete ao Conselho


Nacional de Justiça o controle do cumprimento dos deveres funcionais dos
juízes, cabendo-lhe representar ao Ministério Público, no caso de crime contra
a administração pública ou de abuso de autoridade.

30. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Pode propor ação direta
de inconstitucionalidade o Conselho Nacional de Justiça.

31. (ESAF - 2006 - MTE - Auditor Fiscal do Trabalho) Compete ao Conselho


Nacional de Justiça receber e conhecer das reclamações contra órgãos
Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 89
CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do


poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional dos tribunais.

32. (CESPE/Exame de Ordem 135/OAB/SP/2008) O Conselho Nacional de Justiça


a) não integra o Poder Judiciário.
b) tem seus atos sujeitos a controle apenas no STF.
c) ainda não teve a constitucionalidade da sua instituição apreciada pelo STF.
d) exerce função jurisdicional em todo o território nacional.

33. (CESPE/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO – EXECUÇÃO DE MANDADOS/2008) O


Conselho Nacional de Justiça tem natureza meramente administrativa e
configura órgão de controle externo do Poder Judiciário.

34. (FCC/DPE-PR/Defensor Público/2008) A Emenda Constitucional 45, na parte


que criou o Conselho Nacional de Justiça, violou, segundo julgamento proferido
pelo Supremo Tribunal Federal, a cláusula pétrea da separação dos poderes.

35. (FCC/TRT 18ª Região/Técnico Judiciário/2008) Quanto ao Poder Judiciário, o


Conselho Nacional de Justiça é composto por quinze membros com mais de
trinta e cinco e menos de sessenta e seis anos de idade, sendo
(A) dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um
pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
(B) três juízes do trabalho, indicados pelo Tribunal Superior do Trabalho.
(C) dois membros do Ministério Público da União, indicados pelo Procurador-
Geral da República.
(D) dois membros do Ministério Público estadual, escolhidos pelo Procurador-
Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada
instituição estadual.
(E) três juízes federais, indicados pelo Superior Tribunal de Justiça

36. (FGV - 2011 - OAB - Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase) Leia com
atenção a afirmação a seguir, que apresenta uma INCORREÇÃO.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tem competência, entre outras, para
rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e
membros de tribunais (se tiverem sido julgados há menos de um ano), zelar
pela observância dos princípios que regem a administração pública e julgar os
magistrados em caso de crime de abuso de autoridade.
Assinale a alternativa em que se indique o ERRO na afirmação acima.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 90


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

a) O CNJ, sendo órgão do Poder Judiciário, atua apenas mediante provocação,


não podendo atuar de ofício.

b) Não cabe ao CNJ, órgão que integra o Poder Judiciário, zelar por princípios
relativos à Administração Pública.

c) O CNJ não pode julgar magistrados por crime de abuso de autoridade.

d) O CNJ pode rever processos disciplinares de juízes julgados a qualquer


tempo.

37. (FGV - 2010 - OAB - Exame de Ordem Unificado) A respeito do Conselho


Nacional de Justiça é correto afirmar que é órgão integrante do Poder
Judiciário com competência administrativa e jurisdicional.

DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

38. (ESAF/Técnico-ANEEL/2004) Somente o Poder Judiciário tem competência


constitucional para julgar autoridades da República por crimes de
responsabilidade.

39. (ESAF/ANA/Especialista/2009) Compete ao Superior Tribunal de Justiça, entre


outras funções, processar e julgar, originariamente, nas infrações penais
comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

40. (ESAF - 2008 - MPOG - Especialista em Políticas Públicas e Gestão


Governamental) O Supremo Tribunal Federal pode aprovar súmula que terá
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário, do Poder
Legislativo e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal.

41. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Se o recorrente, no


recurso extraordinário, não demonstrar, nos termos da lei, a repercussão geral
das questões constitucionais discutidas no caso, o recurso poderá não ser
admitido, liminarmente, pelo Relator designado para o processo.

42. (ESAF - 2005 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) Caberá ao
Supremo Tribunal Federal julgar, mediante recurso extraordinário, decisão de

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 91


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

Tribunal de Justiça que considerar válida lei estadual contestada em face da


Constituição Federal ou contestada em face de lei federal.

43. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Compete ao Supremo


Tribunal Federal (STF) julgar, em recurso ordinário, as ações contra o Conselho
Nacional do Ministério Público.

44. (ESAF - 2005 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) As súmulas
aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal, após a sua publicação na imprensa
oficial, terão efeito vinculante para todos os demais Poderes e para os órgãos
da administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal.

45. (ESAF - 2004 - MPU - Analista - Administração) É do Supremo Tribunal Federal


a competência exclusiva para julgar os comandantes da Marinha, do Exército e
da Aeronáutica nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade.

46. (FCC/AJAA-TRE-TO/2011) O Supremo Tribunal Federal compõe-se de nove


Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de
sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

47. (FCC/AJAA-TRE-TO/2011) O Supremo Tribunal Federal é composto por


Ministros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a
escolha pela maioria relativa do Congresso Nacional.

48. (CESPE/TJAA-STF/2008) A competência originária do STF submete-se a regime


de direito estrito, não comportando a possibilidade de ser estendida a
situações que extravasem os limites fixados no rol taxativo da norma
constitucional que a fixa.

49. (FCC/TRF4/Técnico/2010) Compete ao Supremo Tribunal Federal,


precipuamente, guarda da Constituição, cabendo-lhe julgar em recurso
ordinário as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho
Nacional do Ministério Público.

50. (FGV/PC-AP/Delegado/2010) Compete ao Supremo Tribunal Federal,


precipuamente, a guarda da Constituição, não lhe cabendo processar e julgar,
originariamente o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e
a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 92


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

51. (CESPE/TECNICO/TRE/ES/2011) Os onze ministros que compõem o Supremo


Tribunal Federal devem ser bacharéis em ciências jurídicas.

DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

52. (ESAF/ANA/Especialista/2009) Compete ao Supremo Tribunal Federal,


precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe, entre outras funções,
processar e julgar, originariamente, a homologação de sentenças estrangeiras
e a concessão de exequatur às cartas rogatórias.

53. (ESAF - 2008 - MPOG - Especialista em Políticas Públicas e Gestão


Governamental) Um quinto dos lugares do Superior Tribunal de Justiça será
composto de membros do Ministério Público, com mais de dez anos de
carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com
mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla
pelos órgãos de representação das respectivas classes.

54. (ESAF - 2008 - MPOG - Especialista em Políticas Públicas e Gestão


Governamental) Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o
Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento
de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos
quais o Brasil seja parte, em qualquer fase do inquérito ou processo, poderá
determinar o deslocamento da competência para a Justiça Federal.

55. (ESAF - 2004 - MPU - Técnico Administrativo) Compete ao Supremo Tribunal


Federal processar e julgar originariamente os mandados de segurança contra
ato de ministro de Estado.

56. (ESAF - 2004 - MPU - Analista - Administração) Caberá ao Superior Tribunal de


Justiça o julgamento de recurso ordinário contra a decisão que concedeu a
segurança em mandado de segurança julgado em única instância pelo Tribunal
de Justiça do Distrito Federal.

57. (ESAF - 2005 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita Federal) A concessão
de exequatur às cartas rogatórias é competência do Supremo Tribunal Federal.

58. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) As decisões do


Conselho da Justiça Federal, relativas à supervisão administrativa e
orçamentária da Justiça Federal, tomadas no exercício de seu poder
correicional, terão caráter vinculante.
Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 93
CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

59. (FCC/TRE-SE/Técnico Judiciário/2007) Compete ao Supremo Tribunal Federal


processar e julgar, originariamente, nas infrações penais comuns, os membros
dos Tribunais Regionais Federais.

60. (CESPE/Agente de Polícia Civil Substituto/PCRN/2008) A Escola Nacional de


Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados que tem, entre outras funções, a
de regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira,
funciona junto ao STF.

61. (FCC/Analista Judiciário – Execução de Mandados/TRF 4ª Região/2004) Aos


juízes federais caberá, dentre outras atribuições, processar e julgar a execução
de carta rogatória, após o exequatur.

DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E JUÍZES FEDERAIS

62. (ESAF - 2006 - CGU - Analista de Finanças e Controle) Lei complementar, de


iniciativa privativa do Superior Tribunal de Justiça, disciplinará a remoção ou
permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais.

63. (ESAF/MPU/2004) A promoção de juiz federal para Tribunal Regional Federal


far-se-á, alternadamente, por antiguidade e merecimento, exigindo-se do juiz
a ser promovido mais de dez anos de efetivo exercício da magistratura federal.

64. (ESAF - 2008 - MPOG - Especialista em Políticas Públicas e Gestão


Governamental) Cabe ao Conselho da Justiça Federal exercer a supervisão
administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus,
como órgão central do sistema e com poderes para determinar aos Tribunais
Regionais Federais que funcionem descentralizadamente, constituindo Câmaras
regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em
todas as fases do processo.

65. (ESAF - 2004 - MPU - Técnico Administrativo) É competência dos Tribunais


Regionais Federais processar e julgar originariamente a disputa sobre direitos
indígenas.

66. (ESAF - 2009 - ANA - Analista Administrativo) Serão processadas e julgadas na


justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas
em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a
comarca não seja sede de vara do juízo federal, hipótese em que o recurso

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 94


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

cabível também será para o tribunal estadual da área de jurisdição do juiz de


primeiro grau.

67. (ESAF - 2009 - ANA - Analista Administrativo) As causas intentadas contra a


União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor,
naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou
onde esteja situada a coisa, ou ainda, no Distrito Federal, mas as causas em
que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a
outra parte.

68. (ESAF - 2008 - MPOG - Especialista em Políticas Públicas e Gestão


Governamental) Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o
Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento
de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos
quais o Brasil seja parte, em qualquer fase do inquérito ou processo, poderá
determinar o deslocamento da competência para a Justiça Federal.

69. (FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Administrativa)


Conforme alteração trazida pela Emenda Constitucional no 45, nas hipóteses
de grave violação de direitos humanos, com a finalidade de assegurar o
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos
humanos dos quais o Brasil seja parte, o Presidente do Tribunal Regional
Federal, poderá suscitar, perante o Tribunal de Justiça Estadual, em qualquer
fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para
o próprio Tribunal Regional Federal.

70. (CESPE - 2008 - SERPRO - Analista – Advocacia) Paulo, membro do Ministério


Público do Distrito Federal e Territórios, propôs procedimento investigatório
contra Francisco, visando apurar eventual prática de crime contra a ordem
tributária. Eventual crime de abuso de autoridade praticado por Paulo será
processado e julgado pelo Tribunal Regional Federal da 1.ª Região.

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 95


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

VII. GABARITO

Do Poder Judiciário – Disposições Gerais

1. C 2. A 3. C 4. E 5. C 6. E 7. C 8. E 9. C 10.C

11.E 12.E 13.C 14.E 15.E 16.E 17.E 18.E 19.C 20.E

21.E 22.E 23.E 24.E 25.E

Do Conselho Nacional de Justiça

26.C 27.E 28.E 29.C 30.E 31.C 32.B 33.E 34.E 35.A

36.C 37.E

Do Supremo Tribunal Federal

38.E 39.E 40.E 41.E 42.C 43.E 44.E 45.E 46.E 47.E

48.C 49.E 50.E 51.E

Do Superior Tribunal de Justiça

52.E 53.E 54.E 55.E 56.E 57.E 58.C 59.E 60.E 61.C

Dos tribunais e juízes federais

62.E 63.E 64.E 65.E 66.E 67.C 68.E 69.E 70.C

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 96


CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – AFC/CGU
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO

IX. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Saraiva

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Ed. Átlas

PAULO, Vicente e ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional


Descomplicado. Ed. Impetus

MENDES, Gilmar Ferreira e BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito


Constitucional. São Paulo: Saraiva

CRUZ, Vítor. 1001 questões Comentadas Direito Constitucional. Questões do


Ponto (ebook)

www.cespe.unb.br

http://www.esaf.fazenda.gov.br/

http://www.fcc.org.br/institucional/

www.consulplan.net

http://www.fujb.ufrj.br

Prof. Roberto Troncoso www.pontodosconcursos.com.br 97

Você também pode gostar