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CURSO DE DIREITO

AILANA LAUREN, ANA LUIZA, AIRTON, BRENO MARQUES, EVALDO LUIZ,


ISABELLA FALCÃO, JOSE AUGUSTO.

ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

Muriaé
2022
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AILANA LAUREN, ANA LUIZA, AIRTON, BRENO MARQUES, EVALDO LUIZ,


ISABELLA FALCÃO, JOSE AUGUSTO.

ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

Projeto de Pesquisa apresentado ao curso de


Direito da Faculdade de Minas como requisito
parcial à disciplina Trabalho de Curso

Orientador: Prof. Wilson

Muriaé
202
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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

1 ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA..............................................................................01

1.1 CONCEITO...................................................................................................01

1.2 DIVISÃO JUDICIÁRIA...............................................................................01

2 A ESTRUTURA JUDICIÁRIA NACIONAL.........................................................02

2.1 O SUPREMO TRIBUNAL FEDRAL..........................................................02

2.2 O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA...................................................03

2.3 JUSTIÇA ESTADUAL.................................................................................04

3 JUSTIÇA DA UNIÃO................................................................................................12

3.1 JUSTIÇA FEDERAL....................................................................................12

3.2 JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO.................................................................13

3.3 JUSTIÇA ELEITORAL................................................................................13

3.4 JUSTIÇA DO TRABALHO.........................................................................14

4 CONCLUSÃO............................................................................................................15

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA.......................................................................16
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1 ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA

1.1 CONCEITO

Inicialmente, a organização judiciária compreende matérias referentes à constituição


da magistratura, composição e as atribuições dos juízos e tribunais, além da garantia de
independência e subsistência dos juízes, bem como as condições de investidura, acesso e
sustentação dos órgãos auxiliares. Dessa forma, podemos dizer que a organização judiciária
possui a finalidade de estruturar suas instâncias, para consequentemente evitar eventuais
conflitos.

1.2 DIVISÃO JUDICIÁRIA

Em nosso sistema judiciário, existem basicamente duas ordens judiciárias distintas, a


federal, que pode ser comum ou especializada, está compreendendo a Justiça do Trabalho, a
Justiça Militar e a Justiça Eleitoral, e, por outro lado, temos a Justiça Estadual, que prevê
apenas a Justiça Militar como especializada.

Para adentrarmos nos principais pontos do presente trabalho, é de suma importância


entendermos a diferença entre comarcas, seções, subseções e circunscrições judiciárias. O
território do País, para a finalidade do exercício da jurisdição, é dividido em territórios
menores, que, na justiça estadual, são denominadas comarcas; na justiça federal são chamados
de seções e subseções judiciárias; e na justiça do Distrito federal, são as circunscrições
judiciárias.

As comarcas em alguns Estados, são classificadas em comarca de primeira, segunda,


terceira e até mesmo de quarta entrância, de acordo com sua população, movimento forense,
receita tributária etc., além da entrância especial (da capital do Estado). Já em outros estados,
são divididas em comarca inicial, intermediária e final, além da comarca da capital.

Na justiça do trabalho, o território é dividido por regiões, correspondendo geralmente


a cada Estado, uma região, onde exercem jurisdição as varas do trabalho, em primeiro grau, e
um Tribunal Regional do Trabalho, em segundo grau.

A justiça eleitoral, na entrância inferior, segue o mesmo modelo da justiça estadual,


atuando em cada comarca, como seus órgãos, os juízos e as juntas eleitorais. Já a justiça
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militar, o território nacional é dividido em circunscrições judiciárias militares,


correspondendo a cada circunscrição uma auditoria.

2 A ESTRUTURA JUDICIÁRIA NACIONAL:

2.1 O SUPREMO TRIBUNAL FEDRAL (STF)

O Supremo Tribunal Federal é o órgão de cúpula do Poder Judiciário, no qual o


controle e processos julgados são de natureza constitucional, perpassando pelo controle de
constitucionalidade, tanto na esfera do controle difuso como no abstrato.

O STF compõe-se de 11 juízes, denominados como Ministros, que podem tanto ser
juízes de carreira como integrantes do Ministério Público ou da Advocacia, com mais de 35 e
menos de 65 anos de idade, sendo indicados e nomeados pelo Presidente da República, depois
de aprovada a escolha pelo Senado Federal por maioria absoluta.

A competência do STF se divide em originária e recursal. Na competência originária,


as ações serão propostas diretamente no Tribunal Supremo, e as competências recursais
chegam ao STF após a questão já ter sido analisada por outro Tribunal.

A Constituição federal apresenta em seu art. 102, I, as competências originárias do


STF, dentre elas, podemos citar, o processo e julgamento de ação direta de
inconstitucionalidade; nas infrações penais comuns, o presidente e vice-presidente da
república, os membros do conselho nacional, o Procurador Geral da República, dentre várias
outras competências não menos importantes.

Além disso, o art. 102, II, da CF, diz que compete ao STF julgar em recurso
extraordinário as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
contrariar dispositivo da CF, declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, julgar
válida lei ou ato de governo local contestado em face da CF e julgar válida lei local contestada
em face de lei federal.

Não poderíamos também deixar de falar das súmulas existentes no direito brasileiro.
Basicamente, as súmulas são os repositórios dos entendimentos dos Tribunais sobre questões
em que haja controvérsia. Afinal, não há necessidade de publicar súmula sobre matéria
pacífica, por isso, é necessário a divergência na interpretação da norma para gerar edição de
súmulas.
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As súmulas recebem números e são estabelecidas após algum jugado mediante decisão
administrativa para serem aplicadas a casos futuros. Temos as súmulas persuasivas, que são
editadas por qualquer Tribunal em que são publicados os entendimentos daquele órgão, sem
qualquer vinculação, podendo outros magistrados e demais órgãos seguirem ou não. Temos
também as Súmulas de repercussão geral, onde o art. 1.035, § 11, do CPC, possibilita que
somente o STF estabeleça súmula de suas decisões sobre repercussão geral em recursos
extraordinários. E também temos as famosas Súmulas Vinculantes, que também é de
utilização exclusiva do STF, e que possibilita que os entendimentos nela postados produzam
força obrigatória para os diversos órgãos em todas as esferas (Federal, Estadual, Distrital e
Municipal).

Dessa forma, é importante citarmos duas súmulas do STF, a Sum. 279 diz que
mediante recurso extraordinário, qualquer pessoa pode provocar o pronunciamento do STF,
excluídas questões apenas de fato; já a sum. 291 apresenta que o recurso extraordinário supõe,
contudo, o esgotamento das vias recursais ordinárias.

2.2 O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ)

Inicialmente, pode-se dizer que o Superior Tribunal de Justiça é um dos órgão


máximos do Poder Judiciário Brasileiro, competindo-lhe essencialmente o controle da
legalidade e a uniformização da jurisprudência. De acordo com o art. 104, da Constituição
Federal, seus ministros são nomeados pelo Presidente da República, sendo 1/3 dentre
membros dos Tribunais Regionais Federais; 1/3 dentre membros dos Tribunais de Justiça dos
Estados; 1/3 dentre integrantes da advocacia e do Ministério Público. Além disso, quanto ao
parágrafo único do art. 105, funcionarão junto ao STJ: a Escola Nacional de Formação e
Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regular os cursos
oficiais para o ingresso e promoção na carreira; e o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe
exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de
primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correcionais, cujas
decisões terão caráter vinculante.

Podemos dizer que é ampla a competência do STJ estabelecida pela constituição


federal, e assim como o STF, o Superior Tribunal de Justiça também possui competência
originária e recursal. O art. 105 confere as competências originárias do STJ, dentre elas, por
exemplo, a de processar e julgar os conflitos de competência de quaisquer tribunais, as
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revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados, o mandado de injunção, a


homologação de sentenças estrangeiras, dentre várias outras.

Já em recurso ordinário, de acordo com o art. 105, II, da CF, compete ao STJ julgar: os
habeas corpus decididos em única ou última instancia pelos Tribunais Regionais Federais ou
pelos Tribunais do Estados, do DF e territórios, quando a decisão for denegatória; os
mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou
pelos Tribunais dos Estados, do DF e territórios, quando também denegatória for a decisão; e
as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e,
do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.

Por fim, em recurso especial, compete ao STJ julgar as causas decididas, em única ou
última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do DF e
Territórios, quando a decisão recorrida: contrariar tratado ou lei federal ou negar-lhes
vigência; julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; der à lei federal
interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro Tribunal.

2.3 JUSTIÇA ESTADUAL

A Justiça Estadual, integrante da Justiça comum (juntamente com a justiça federal), é


responsável por julgar matérias que não sejam da competência dos demais segmentos do
Judiciário - Federal, do Trabalho, Eleitoral e Militar – ou seja, sua competência é residual. De
acordo com a CF, cada Estado tem a atribuição de organizar a sua Justiça Estadual. Hoje, a
mesma está presente em todas as unidades da Federação, reunindo a maior parte dos casos
que chega ao judiciário, já que se encarrega das questões mais comuns e variadas, tanto na
área civil quanto na criminal.

Segundo levantamento do CNJ em 2014, a Justiça Estadual era responsável por 78%
dos 95,14 milhões de processos que tramitavam no Judiciário em 2013. Ainda conforme o
estudo do CNJ, a Justiça Estadual abrigava também em 2013, o equivalente a 69,2% do total
de magistrados e 65,1% de todos os servidores do judiciário.

A Justiça Estadual é estruturada em duas instâncias ou graus de jurisdição: integram o


primeiro grau os juízes de Direito, as varas, os fóruns, o júri, os juizados especiais cíveis e
criminais e suas turmas recursais. Os juizados especiais, criados pela Lei n. 9.099, de 26 de
setembro de 1995, são competentes para procedimentos como conciliação, processamento e
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julgamento das causas cíveis de menor complexidade (aquisição de um produto defeituoso


por exemplo) e das infrações de menor potencial ofensivo, como ameaça e lesão corporal
culposa. Por sua vez, as turmas recursais, integradas por juízes, são encarregadas de julgar
recursos apresentados contra decisão dos juizados especiais. Já o segundo grau da Justiça
estadual é representado pelos Tribunais de Justiça (TJs), onde os magistrados são
desembargadores, que têm entre as principais atribuições o julgamento de recursos contra
decisões do primeiro grau.

Interessante citar também que o STF não admite que os Estados criem órgãos de
controle da atividade administrativa, financeira e disciplinar da respectiva justiça. Nesse
sentido, a súmula 649 dispõe que é inconstitucional a criação, por Constituição Estadual, de
órgão de controle administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de
outros poderes ou entidades. Cabe aos Estados a instituição de representação de
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da
Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.

Apesar de já ser adotado por alguns Estados, a EC 45/2004 instituiu o §7º no art. 125,
o qual possibilita aos Tribunais de Justiça instalar a justiça itinerante, com a realização de
audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva
jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. Novidade é a previsão
contida no art. 125, §6º, que permite aos Tribunais de Justiça funcionar descentralizadamente,
constituindo câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à Justiça
em todas as fases do processo.

É possível ainda que lei estadual crie, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a
Justiça Militar Estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos
Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça ou por Tribunal de
Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a 20 mil integrantes. Nesse
caso, compete à Justiça Militar Estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos
crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra ato disciplinares militares,
ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente
decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação dos praças. Já aos
juízes de direito do juízo militar compete processar e julgar, singularmente, os crimes
militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
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cabendo ao Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os


demais crimes militares.

3 JUSTIÇA DA UNIÃO

3.1 JUSTIÇA FEDERAL

Conforme dispõe o art. 106 da Constituição Federal, são órgãos da Justiça Federal os
Tribunais Regionais Federais (TRF) e os Juízes Federais, e evidentemente, o Superior
Tribunal da Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF) possuem participação, para a
uniformização da aplicação do direito federal e da Constituição Federal. Nos termos do que
provê o art. 98 da CF, também são órgãos da justiça federal os Juizados Especiais Cíveis e
Criminais da Justiça Federal. Esses órgãos são distribuídos entre as varas federais, localizadas
nas capitais e no interior dos Estados. Cada vara federal deve contar com dois juízes e com
um corpo de servidores e estagiários, para atender aos processos que lhe são destinados. As
varas federais vêm sendo especializadas, permitindo que a mesma matéria seja reunida,
favorecendo a padronização de procedimentos e o ganho de tempo. Cada Estado, na estrutura
da Justiça Federal, recebe a denominação de Seção Judiciária, e cada seção judiciária compõe-
se de diversas subseções, através das quais são distribuídas as varas pelo interior e capital. Em
um paralelo com a Justiça Estadual, as subseções equivalem às comarcas, pois embora
estabelecidas em municípios-sede, abrangem os municípios vizinhos, de forma a facilitar o
deslocamento dos jurisdicionados.

A competência da justiça federal está prevista nos arts. 108 e 109 da CF e sua estrutura
está disciplinada pela Lei 5.010, de 30 de maio de 1966: “Os Tribunais Regionais Federais
compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e
nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de
sessenta e cinco anos” (Constituição Federal, art. 107).

Aos juízes federais compete principalmente processar e julgar as causas em que a


União, entidade autárquica, ou empresa pública federal forem partes (Constituição Federal,
art. 109, I)

I- As causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem


interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência,
as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 107
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II - As causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa


domiciliada ou residente no País;

III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou


organismo internacional;

IV- Os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou


interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;

V- Os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução


no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

VI - As causas relativas a direitos humanos que gerem grande violação a tratados ou


convenções internacionais;

VII- Os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei,
contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;

VIII- Os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o


constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a
outra jurisdição;

IX- Os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal,


excetuados os casos de competência dos tribunais federais;

X- Os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da


Justiça Militar;

XI - Os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta


rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;

XII- A disputa sobre direitos indígenas.

Já os Tribunais Regionais Federais têm composição variável, com o número de


desembargadores federais definido em lei, sendo 1/5 escolhido entre os advogados com mais
de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com
mais de 10 anos de carreira. Os demais são escolhidos mediante promoção de juízes federais
com mais de 5 anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente. Os TRFs
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representam a 2ª Instância da Justiça Federal, sendo responsáveis pelo processo e julgamentos


dos recursos contra as decisões da 1ª instância. A competência dos Tribunais Regionais
Federais está definida no art. 108 da Constituição Federal. Segundo o Art. 108 CF, sendo
divididos em Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Justiça Federal:

Competência Cível Originária, compete aos TRFs processar e julgar: Os mandados de


segurança contra ato de juiz federal e dos próprios integrantes dos Tribunais Regionais
Federais; A ação rescisória de sentenças proferidas por juízes federais vinculados ao Tribunal
ou de acórdãos prolatados pelo Tribunal; Os conflitos de competência entre juízes federais
vinculados ao Tribunal e os conflitos de competência entre juízes federais e juízes estaduais,
desde que estes estejam exercendo a competência federal delegada (CF, art. 109, § 2º)

Competência Criminal Originária, compete aos TRFs processar e julgar: Os juízes


federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos
crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; Os habeas-corpus em que seja indicado como
coator um juiz federal; As revisões criminais de julgados seus ou dos juízes federais da região
e os conflitos de competência em matéria criminal, entre juízes federais vinculados ao
Tribunal.

“Competência recursal”

Compete aos TRFs julgar, em grau de recurso, as causas, tanto cíveis quanto
criminais, decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência
federal da área de sua jurisdição (neste caso, não há causas criminais).

CURIOSIDADE

Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários as causas em que forem partes a
instituição de previdência social e o segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a
lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual (art. 109, § 3.º). Nessas hipóteses, o recurso
cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.

O art. 109, § 5.º, estabelece o que ficou conhecido como federalização dos crimes contra os direitos humanos, pois, nas hipóteses de grave
violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de
tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer
fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.

Explica-se: recebido este incidente, o Juiz estadual sobrestará o feito e remeterá ao Superior Tribunal de Justiça para analisar o incidente em
autêntica cisão funcional de competência no plano vertical (divisão de competência funcional dentro de um mesmo processo). Caso constate
que houve grave violação, o processo seguirá para a justiça federal; caso verifique que não ocorreu grave violação a tratados ou convenções
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internacionais do qual o Brasil seja signatário, o processo retornará para a justiça estadual para continuidade. Em todas as hipóteses os atos
até então realizados serão aproveitados.

3.2 JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO

O art. 122, da CF, dispõe que são órgãos da Justiça Militar o Superior Tribunal Militar
(STM) e os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei. O STM se de 15 Ministros
vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo
Senado Federal, sendo 3 dentre oficiais-generais da Marinha, 4 dentre oficiais-generais do
Exército, 3 dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da
carreira, e 5 dentre civis. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República
dentre brasileiros maiores de 35 anos, sendo: I – 3 dentre advogados de notório saber jurídico
e conduta ilibada, com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional; II – e 2, por escolha
paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar.

A Justiça Militar da União é um dos ramos do Poder Judiciário brasileiro, sendo


especializada no julgamento de crimes militares. A mesma está dividida em 12 circunscrições
judiciárias militares, que, por sua vez, abrigam uma ou mais auditorias militares (órgãos de
primeira instância). As auditorias possuem jurisdição mista, ou seja, cada uma julga os
relativos à Marinha, ao Exército e à Aeronáutica. Na primeira instância, o julgamento é
realizado pelos Conselhos de Justiça, formados por 4 oficiais e pelo juiz federal da Justiça
Militar da União. Ainda na primeira instância, o Conselho Permanente de Justiça é
competente para processar e julgar militares que não sejam oficiais. O Conselho Especial de
Justiça é competente para processar e julgar oficiais, exceto os oficiais generais, que são
processados diretamente no Superior Tribunal Militar. Os civis são julgados
monocraticamente pelo juiz federal da Justiça Militar da União. Por outro lado, os recursos às
decisões de primeira instância são remetidos diretamente para o Superior Tribunal Militar
(STM). Por fim, a Corregedoria é o órgão responsável pelas atividades de orientação
judiciário-administrativa, fiscalização e inspeção das Auditorias, e, o cargo de corregedor é
exercido pelo ministro vice-presidente do STM.

Em 2013, o Supremo Tribunal Federal definiu a competência da justiça militar para


julgar civis acusados de crimes militares, como desacato cometidos em ocasiões excepcionais
nas quais incluem as operações de pacificação, que têm sido efetuadas no Rio de Janeiro com
auxílio do Exército.
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A Justiça Militar brasileira foi um dos primeiros ramos formais do sistema de justiça a
ser criado no país com a vinda da família real portuguesa em 1808. O ramo existe até hoje e
desde 1934 integra o rol das justiças especiais do Poder Judiciário, junto com a justiça do
trabalho e a justiça eleitoral. Sua relação com as Forças Armadas e com o Poder Judiciário
nos permite afirmar que ela se mantém na intersecção entre o mundo militar e o mundo
jurídico, constituindo-se como uma esfera híbrida de atuação, moldada pelas formalidades
jurídicas e perpassada ethos militar.

Por fim, com o processo de redemocratização e a promulgação da Constituição de


1988, a justiça militar foi mantida com a mesma estrutura de funcionamento do período da
ditadura militar. O art. 124, define que a função do foro militar é julgar os crimes militares
definidos em lei, dando margem à possibilidade de julgamento de civis que cometessem
crimes militares. De fato, recentemente, tem-se observado o aumento da quantidade de civis
julgados por crimes militares, no foro militar. Os casos que mais se destacam estão
relacionados à ampliação das funções das Forças Armadas em ações de garantia da lei e da
ordem, como previsto na Constituição e melhor definido a partir da década de 1990. A
determinação de atribuições subsidiárias militares forneceu o arcabouço jurídico que permitiu,
por exemplo, a ocupação do Complexo do Alemão, Penha e Maré pelas Forças armadas desde
2010. A atuação dos militares nessa região gerou a formação de uma série de processos
judiciais contra civis acusados de crimes militares, como desacato e desobediência, cujo
destino acabou sendo a justiça militar.

3.3 JUSTIÇA ELEITORAL

A Justiça Eleitoral prevista nos artigos 118 ao 121 da Constituição Federal é formada
pelo Tribunal Superior Eleitoral, pelos Tribunais Regionais Federais, pelos juízes eleitorais e
pelas juntas eleitorais, e investe em sua jurisdição diversos operadores do Direito, tais como
ministros do STF, STJ, Desembargadores, magistrados da Justiça Estadual e Federal, bem
como advogados. Em verdade não existem magistrados eleitorais de carreira, pois todos os
postos da magistratura eleitoral são ocupados por julgadores de outros ramos do judiciário, ou
mesmo de advogados, como no caso dos Tribunais Eleitorais, além de leigos, como no caso
dos cidadãos de reputação ilibada que compõe as Juntas Eleitorais. O Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), segundo dispõe o art. 119 da atual Carta Política, compõe-se de sete juízes
dos quais três são ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), dois são ministros do
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Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois são advogados. Essa característica da jurisdição
eleitoral em nosso país apresenta-se como um traço marcante, de modo que a Justiça Eleitoral
vem sendo chamada de “justiça emprestada”, o que pode ser perfeitamente verificado quando
se analisa todos os órgãos da Justiça Eleitoral Brasileira.

A competência da Justiça Eleitoral compreende as atribuições administrativas,


inclusive de jurisdição voluntária, relativas à organização e realização dos pleitos eleitorais,
bem como o julgamento de lides cíveis e criminais previstas em lei complementar.
Caracteriza-se por deter competência jurisdicional sobre todos os atos do processo eleitoral,
além de que a par disto possui também uma gama de atribuições de natureza administrativa,
que não se resume exclusivamente à organização interna de seus Tribunais e Secretarias, mas
que se traduz, igualmente, no controle do corpo eleitoral chamado a votar nas eleições, bem
como em relação aos partidos políticos que participam dos pleitos eleitorais.

O âmbito de competência da Justiça Eleitoral brasileira não se revela somente no


caráter jurisdicional contencioso de suas atribuições, expresso em atos que resolvem conflitos
ou litígios de natureza eleitoral e que ficam a mercê dos impulsos processuais das partes
interessadas, sejam públicas ou privadas, mas, também, pode agir por iniciativa própria,
funcionando independentemente de provocação, sempre que as circunstâncias assim o
determinarem. O princípio da inércia, no processo eleitoral, sofre temperamentos, pois não
estão os órgãos integrantes da Justiça Eleitoral sujeitos exclusivamente ao impulso inicial das
partes, podendo e devendo atuar de ofício, sempre que o interesse público o determinar,
visando, assim, garantir a legalidade e a legitimidade dos pleitos.

Além disso, sobrelevam-se as atribuições tendentes ao controle da legalidade dos atos


constitutivos dos partidos políticos, bem como na fiscalização exercida no decorrer de suas
atividades, sempre voltadas a questões onde emergem o interesse público e onde também a
ingerência é salutar ao desenvolvimento pleno da participação democrática de seus filiados.
De grande relevo é a competência do Tribunal Superior Eleitoral e dos Tribunais Regionais
Eleitorais para responderem às consultas sobre questões eleitorais, formuladas por autoridades
públicas ou partidos políticos, e que não digam respeito a situações fáticas específicas, mas
que versem sobre o direito em tese.

Como se percebe da descrição das competências da Justiça Eleitoral, cabe reconhecer


que a mesma possui inúmeras funções, tanto administrativas, quanto jurisdicionais, exercendo
atividades tipicamente executivas, como o alistamento, a transferência, a organização de
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relação de votantes por seção eleitoral, a expedição de diplomas, apreciando representações e


recursos eleitorais, a Justiça Eleitoral trabalha com um bem da vida dos mais importantes,
qual seja a democracia.

Na primeira fase da República, atividades administrativas relativas a eleições eram


confiadas ao Executivo e ao Legislativo, por meio das Comissões de Verificação que
detinham competência para validar ou invalidar os diplomas dos eleitos. Dessa forma, com o
advento da Carta Republicana de 1946, todo o processo eleitoral mudou, tanto o de natureza
administrativa, quando jurisdicional, ficaram a cargo do poder judiciário eleitoral, o que
revela uma patente preocupação de não deixar os agentes políticos, que são diretamente
interessados na confecção de um resultado final, responsáveis pela sua organização e
apuração.

Porém, ainda hoje a jurisdição eleitoral em seu funcionamento provoca espanto de


operadores do direito, impregnados com uma visão reducionista do Judiciário, filiando-se a
opinião de que esse poder do Estado deve restringir-se a atividades tipicamente jurisdicionais.
Na verdade, a “Justiça Eleitoral” enquanto órgão estatal com a missão que possui atualmente
no Brasil, poderia estar atrelado a outro poder da República que não o judiciário. No caso do
México, por exemplo, um instituto semelhante a uma autarquia especial fica encarregado de
organizar e decidir sobre assuntos eleitorais. Na Venezuela, por sua vez, a Constituição prevê
cinco poderes: executivo, legislativo, judiciário, cidadão (formado pelo Ministério Publico e
Defensoria Pública) e eleitoral (que vem a ser a Justiça Eleitoral, no nosso caso).

No Brasil, a tradição da vontade do Constituinte tem sido delegar ao Poder Judiciário a


missão de dirigir a eleição e resolver as contendas eleitorais, baseado na premissa de que os
quadros dos poderes legislativo e executivo são necessariamente os principais interessados no
resultado final do processo eleitoral, fator que compromete a realização de consultas
populares com a isenção necessária.

3.4 JUSTIÇA DO TRABALHO

De acordo com o art. 111 da Constituição Federal, são órgãos da Justiça do Trabalho,
o Tribunal Superior do Trabalho (TST), os Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) e os
Juízes do Trabalho. O TST é composto por 27 Ministros, escolhidos dentre brasileiros com
mais de 35 e menos de 65 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo
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Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 1/5
dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício, indicados em lista
sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Recebidas as indicações, o
TST formará lista tríplice, enviando-a ao Presidente da República, que, nos 20 dias
subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação; e os demais dentre juízes dos
TRT, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. Além
disso funcionarão junto ao TST: a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais
para o ingresso e promoção na carreira; e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho,
cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e
patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do
sistema, cujas decisões terão efetivo vinculante.

No que tange aos TRTs, sua composição é de no mínimo, 7 juízes, recrutados, quando
possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros
com mais de 35 e menos de 65 anos, sendo: 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de
efetiva atividade profissional, notório saber jurídico e reputação ilibada e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício, indicados em lista
sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Recebidas as indicações, o
TRT formará lista tríplice, enviando-a ao Presidente da República, que, nos 20 dias
subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação; e os demais, mediante
promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente. Além disso,
o art. 115, § 2º, possibilita que TRTs funcionem descentralizadamente, constituindo Câmaras
regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à Justiça em todas as fases do
processo.

A Justiça do Trabalho teve sua competência ampliada pela Emenda Constitucional


45/2004, para abranger relações de trabalho e não apenas de emprego, inclusive com entes de
direito público externo e da administração pública direta e indireta, bem como as ações de
indenização por dano moral ou patrimonial decorrente de relação de trabalho. Sendo assim,
compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: I – as ações oriundas da relação de trabalho,
abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; II - as ações que envolvam
exercício do direito de greve; III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos,
16

entre sindicatos e trabalhadores e entre sindicatos e empregadores; IV - os mandados de


segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à
sua jurisdição; V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista,
ressalvado o disposto no art. 102, I, o; VI - as ações de indenização por dano moral ou
patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; VII - as ações relativas às penalidades
administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de
trabalho; VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II,
e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; IX - outras controvérsias
decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

Concluindo, a título de exemplo desta última hipótese, o STJ entendeu ser


competência da Justiça do Trabalho, processar e julgar a ação de indenização movida por
atleta de futebol em face de editora pelo suposto uso indevido de imagem em álbum de
figurinhas quando, após denunciação da lide ao clube de futebol, este alegar que recebeu
autorização expressa do jogador para ceder o direito de uso de sua imagem no período de
vigência do contrato de trabalho. Além disso, institui o art. 111-A, §3º, a competência do TST
para processar e julgar, originariamente, a reclamação para a preservação de sua competência
e garantia da autoridade de suas decisões.

4 CONCLUSÃO

5 REFERÊNCIAS

TESHEINER, JR; THAMAY, R.F.K. Teoria geral do processo. São Paulo: Editora Saraiva,
2022. 9786553620759. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553620759/. Acesso em: 22
Agosto 2022.

Padilha, R. Direito Constitucional. São Paulo: Grupo GEN, 2019. 9788530988319.


Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530988319/.
Acesso em: 24 Agosto 2022

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 27.


ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
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SOUZA, Adriana Barreto; SILVA, Angela Moreira Domingues da. A ORGANIZAÇÃO DA


JUSTIÇA MILITAR NO BRASIL: IMPÉRIO E REPÚBLICA. Estudos Históricos (Rio de
Janeiro), v. 29, n. 58, p. 361–380, 2016. Disponível em:
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em: 23 set. 2022.

SEIXAS, Alexandre Magalhães. A justiça militar no Brasil: estrutura e funções. Uchile.cl,


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Acesso em: 23 set. 2022.

SADEK, Maria Tereza. Uma introdução ao estudo da justiça. Scielo.org. Disponível em:


<https://books.scielo.org/id/4w63s>. Acesso em: 23 set. 2022.

DE, Adalmir; GOMES, Oliveira; DE, Tomas; et al.  ESTUDOS SOBRE DESEMPENHO
DA JUSTIÇA ESTADUAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA NO BRASIL. [s.l.: s.n.], 2014.
Disponível em:
<https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/17313/3/2014_AdalmirdeOliveiraGomes.pdf>.
Acesso em: 23 set. 2022.

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