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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
Muriaé
2022
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ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
Muriaé
202
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
1 ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA..............................................................................01
1.1 CONCEITO...................................................................................................01
3 JUSTIÇA DA UNIÃO................................................................................................12
4 CONCLUSÃO............................................................................................................15
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA.......................................................................16
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1 ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
1.1 CONCEITO
O STF compõe-se de 11 juízes, denominados como Ministros, que podem tanto ser
juízes de carreira como integrantes do Ministério Público ou da Advocacia, com mais de 35 e
menos de 65 anos de idade, sendo indicados e nomeados pelo Presidente da República, depois
de aprovada a escolha pelo Senado Federal por maioria absoluta.
Além disso, o art. 102, II, da CF, diz que compete ao STF julgar em recurso
extraordinário as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
contrariar dispositivo da CF, declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, julgar
válida lei ou ato de governo local contestado em face da CF e julgar válida lei local contestada
em face de lei federal.
Não poderíamos também deixar de falar das súmulas existentes no direito brasileiro.
Basicamente, as súmulas são os repositórios dos entendimentos dos Tribunais sobre questões
em que haja controvérsia. Afinal, não há necessidade de publicar súmula sobre matéria
pacífica, por isso, é necessário a divergência na interpretação da norma para gerar edição de
súmulas.
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As súmulas recebem números e são estabelecidas após algum jugado mediante decisão
administrativa para serem aplicadas a casos futuros. Temos as súmulas persuasivas, que são
editadas por qualquer Tribunal em que são publicados os entendimentos daquele órgão, sem
qualquer vinculação, podendo outros magistrados e demais órgãos seguirem ou não. Temos
também as Súmulas de repercussão geral, onde o art. 1.035, § 11, do CPC, possibilita que
somente o STF estabeleça súmula de suas decisões sobre repercussão geral em recursos
extraordinários. E também temos as famosas Súmulas Vinculantes, que também é de
utilização exclusiva do STF, e que possibilita que os entendimentos nela postados produzam
força obrigatória para os diversos órgãos em todas as esferas (Federal, Estadual, Distrital e
Municipal).
Dessa forma, é importante citarmos duas súmulas do STF, a Sum. 279 diz que
mediante recurso extraordinário, qualquer pessoa pode provocar o pronunciamento do STF,
excluídas questões apenas de fato; já a sum. 291 apresenta que o recurso extraordinário supõe,
contudo, o esgotamento das vias recursais ordinárias.
Já em recurso ordinário, de acordo com o art. 105, II, da CF, compete ao STJ julgar: os
habeas corpus decididos em única ou última instancia pelos Tribunais Regionais Federais ou
pelos Tribunais do Estados, do DF e territórios, quando a decisão for denegatória; os
mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou
pelos Tribunais dos Estados, do DF e territórios, quando também denegatória for a decisão; e
as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e,
do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.
Por fim, em recurso especial, compete ao STJ julgar as causas decididas, em única ou
última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do DF e
Territórios, quando a decisão recorrida: contrariar tratado ou lei federal ou negar-lhes
vigência; julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; der à lei federal
interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro Tribunal.
Segundo levantamento do CNJ em 2014, a Justiça Estadual era responsável por 78%
dos 95,14 milhões de processos que tramitavam no Judiciário em 2013. Ainda conforme o
estudo do CNJ, a Justiça Estadual abrigava também em 2013, o equivalente a 69,2% do total
de magistrados e 65,1% de todos os servidores do judiciário.
Interessante citar também que o STF não admite que os Estados criem órgãos de
controle da atividade administrativa, financeira e disciplinar da respectiva justiça. Nesse
sentido, a súmula 649 dispõe que é inconstitucional a criação, por Constituição Estadual, de
órgão de controle administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de
outros poderes ou entidades. Cabe aos Estados a instituição de representação de
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da
Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
Apesar de já ser adotado por alguns Estados, a EC 45/2004 instituiu o §7º no art. 125,
o qual possibilita aos Tribunais de Justiça instalar a justiça itinerante, com a realização de
audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva
jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. Novidade é a previsão
contida no art. 125, §6º, que permite aos Tribunais de Justiça funcionar descentralizadamente,
constituindo câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à Justiça
em todas as fases do processo.
É possível ainda que lei estadual crie, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a
Justiça Militar Estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos
Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça ou por Tribunal de
Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a 20 mil integrantes. Nesse
caso, compete à Justiça Militar Estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos
crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra ato disciplinares militares,
ressalvada a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente
decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação dos praças. Já aos
juízes de direito do juízo militar compete processar e julgar, singularmente, os crimes
militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares,
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3 JUSTIÇA DA UNIÃO
Conforme dispõe o art. 106 da Constituição Federal, são órgãos da Justiça Federal os
Tribunais Regionais Federais (TRF) e os Juízes Federais, e evidentemente, o Superior
Tribunal da Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF) possuem participação, para a
uniformização da aplicação do direito federal e da Constituição Federal. Nos termos do que
provê o art. 98 da CF, também são órgãos da justiça federal os Juizados Especiais Cíveis e
Criminais da Justiça Federal. Esses órgãos são distribuídos entre as varas federais, localizadas
nas capitais e no interior dos Estados. Cada vara federal deve contar com dois juízes e com
um corpo de servidores e estagiários, para atender aos processos que lhe são destinados. As
varas federais vêm sendo especializadas, permitindo que a mesma matéria seja reunida,
favorecendo a padronização de procedimentos e o ganho de tempo. Cada Estado, na estrutura
da Justiça Federal, recebe a denominação de Seção Judiciária, e cada seção judiciária compõe-
se de diversas subseções, através das quais são distribuídas as varas pelo interior e capital. Em
um paralelo com a Justiça Estadual, as subseções equivalem às comarcas, pois embora
estabelecidas em municípios-sede, abrangem os municípios vizinhos, de forma a facilitar o
deslocamento dos jurisdicionados.
A competência da justiça federal está prevista nos arts. 108 e 109 da CF e sua estrutura
está disciplinada pela Lei 5.010, de 30 de maio de 1966: “Os Tribunais Regionais Federais
compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e
nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos de
sessenta e cinco anos” (Constituição Federal, art. 107).
VII- Os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei,
contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
“Competência recursal”
Compete aos TRFs julgar, em grau de recurso, as causas, tanto cíveis quanto
criminais, decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência
federal da área de sua jurisdição (neste caso, não há causas criminais).
CURIOSIDADE
Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários as causas em que forem partes a
instituição de previdência social e o segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a
lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual (art. 109, § 3.º). Nessas hipóteses, o recurso
cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
O art. 109, § 5.º, estabelece o que ficou conhecido como federalização dos crimes contra os direitos humanos, pois, nas hipóteses de grave
violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de
tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer
fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.
Explica-se: recebido este incidente, o Juiz estadual sobrestará o feito e remeterá ao Superior Tribunal de Justiça para analisar o incidente em
autêntica cisão funcional de competência no plano vertical (divisão de competência funcional dentro de um mesmo processo). Caso constate
que houve grave violação, o processo seguirá para a justiça federal; caso verifique que não ocorreu grave violação a tratados ou convenções
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internacionais do qual o Brasil seja signatário, o processo retornará para a justiça estadual para continuidade. Em todas as hipóteses os atos
até então realizados serão aproveitados.
O art. 122, da CF, dispõe que são órgãos da Justiça Militar o Superior Tribunal Militar
(STM) e os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei. O STM se de 15 Ministros
vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo
Senado Federal, sendo 3 dentre oficiais-generais da Marinha, 4 dentre oficiais-generais do
Exército, 3 dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da
carreira, e 5 dentre civis. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República
dentre brasileiros maiores de 35 anos, sendo: I – 3 dentre advogados de notório saber jurídico
e conduta ilibada, com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional; II – e 2, por escolha
paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar.
A Justiça Militar brasileira foi um dos primeiros ramos formais do sistema de justiça a
ser criado no país com a vinda da família real portuguesa em 1808. O ramo existe até hoje e
desde 1934 integra o rol das justiças especiais do Poder Judiciário, junto com a justiça do
trabalho e a justiça eleitoral. Sua relação com as Forças Armadas e com o Poder Judiciário
nos permite afirmar que ela se mantém na intersecção entre o mundo militar e o mundo
jurídico, constituindo-se como uma esfera híbrida de atuação, moldada pelas formalidades
jurídicas e perpassada ethos militar.
A Justiça Eleitoral prevista nos artigos 118 ao 121 da Constituição Federal é formada
pelo Tribunal Superior Eleitoral, pelos Tribunais Regionais Federais, pelos juízes eleitorais e
pelas juntas eleitorais, e investe em sua jurisdição diversos operadores do Direito, tais como
ministros do STF, STJ, Desembargadores, magistrados da Justiça Estadual e Federal, bem
como advogados. Em verdade não existem magistrados eleitorais de carreira, pois todos os
postos da magistratura eleitoral são ocupados por julgadores de outros ramos do judiciário, ou
mesmo de advogados, como no caso dos Tribunais Eleitorais, além de leigos, como no caso
dos cidadãos de reputação ilibada que compõe as Juntas Eleitorais. O Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), segundo dispõe o art. 119 da atual Carta Política, compõe-se de sete juízes
dos quais três são ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), dois são ministros do
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Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois são advogados. Essa característica da jurisdição
eleitoral em nosso país apresenta-se como um traço marcante, de modo que a Justiça Eleitoral
vem sendo chamada de “justiça emprestada”, o que pode ser perfeitamente verificado quando
se analisa todos os órgãos da Justiça Eleitoral Brasileira.
De acordo com o art. 111 da Constituição Federal, são órgãos da Justiça do Trabalho,
o Tribunal Superior do Trabalho (TST), os Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) e os
Juízes do Trabalho. O TST é composto por 27 Ministros, escolhidos dentre brasileiros com
mais de 35 e menos de 65 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo
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Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 1/5
dentre advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício, indicados em lista
sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Recebidas as indicações, o
TST formará lista tríplice, enviando-a ao Presidente da República, que, nos 20 dias
subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação; e os demais dentre juízes dos
TRT, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. Além
disso funcionarão junto ao TST: a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais
para o ingresso e promoção na carreira; e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho,
cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e
patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do
sistema, cujas decisões terão efetivo vinculante.
No que tange aos TRTs, sua composição é de no mínimo, 7 juízes, recrutados, quando
possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros
com mais de 35 e menos de 65 anos, sendo: 1/5 dentre advogados com mais de 10 anos de
efetiva atividade profissional, notório saber jurídico e reputação ilibada e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de efetivo exercício, indicados em lista
sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Recebidas as indicações, o
TRT formará lista tríplice, enviando-a ao Presidente da República, que, nos 20 dias
subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação; e os demais, mediante
promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente. Além disso,
o art. 115, § 2º, possibilita que TRTs funcionem descentralizadamente, constituindo Câmaras
regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à Justiça em todas as fases do
processo.
4 CONCLUSÃO
5 REFERÊNCIAS
TESHEINER, JR; THAMAY, R.F.K. Teoria geral do processo. São Paulo: Editora Saraiva,
2022. 9786553620759. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553620759/. Acesso em: 22
Agosto 2022.
DE, Adalmir; GOMES, Oliveira; DE, Tomas; et al. ESTUDOS SOBRE DESEMPENHO
DA JUSTIÇA ESTADUAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA NO BRASIL. [s.l.: s.n.], 2014.
Disponível em:
<https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/17313/3/2014_AdalmirdeOliveiraGomes.pdf>.
Acesso em: 23 set. 2022.