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Faculdade Rede de Ensino Doctum

Dyeniffer Barbosa Perboire

Direito Constitucional

Vitória
2022
Poder Judiciário

INTRODUÇÃO

Consagrado na Constituição da República como um dos Poderes da União


(are. 2°, CF/88), o Poder Judiciário é independente e autônomo, de significativa
importância no panorama constitucional das liberdades públicas, especialmente
a partir de 1988, quando o atual documento constitucional confiou-lhe um papel
até então não outorgado por nenhuma outra carta constitucional. Ao cercá-lo
de garantias institucionais e funcionais as primeiras, até então, desconhecidas
nos nossos modelos constitucionais a Constituição de 1988 sedimentou um
Poder cuja atuação está livre de intimidações e pressões externas, podendo
ser prestada com a independência e desassombro que se almeja.
Possuindo como função típica a jurisdicional, o Poder Judiciário é o
responsável pelo exercício da jurisdição, consistente na atividade por meio da
qual o Estado presta
a tutela jurisdicional, mediante provocação, no intuito de promover
imparcialmente a composição dos conflitos. Com isso, monopoliza o uso da
força, impedindo formas privadas de se "fazer justiça" e assegura relativa paz
social.

Funções do Poder Judiciário

A primeira função do Poder Judiciário é resguardar a Constituição. Ou seja,


não permitir que nenhuma outra lei, ou o próprio exercício do Legislativo, e
excepcionalmente do Executivo, contradiga os princípios constitucionais.

Além disso, tem a função de exercer jurisdição, onde jurisdição significa a


aplicação da lei ao caso concreto.

A Função Judiciária incide na prática de uma atividade específica do Estado.


Nesse caso, de justapor a lei aos casos concretos, de caráter litigioso e
controverso, mediante as estruturas da interpretação.

Assim, uma terceira função legislativa seria aquela direcionada para a


resolução de conflitos entre os cidadãos em causa do aproveitamento da lei.
Este cargo surge quando o Estado ajuíza e castiga os transgressores das leis
por ele criadas.

Vale lembrar que o aparelho judiciário é constituído por juízes e tribunais. O


desempenho é de interpretar e aplicar a lei nos desacordos surgidos entre os
cidadãos ou entre os cidadãos e o Estado.

Convém lembrar ainda, que nem todo o emprego jurisdicional do Estado está a
cargo do Poder Judiciário.

O Executivo também cumpre responsabilidades jurisdicionais em processos


administrativos. Em muitos Estados, o Legislativo desempenha a função de
processar e julgar o Presidente da República e Ministros de Estado.
Por fim, o Poder Judiciário deve julgar, com base nos princípios legais, de qual
forma um determinado assunto ou problema deve ser resolvido.

É nas mãos dos ministros, desembargadores (os quais formam a classe dos
magistrados), juízes, promotores e advogados que o judiciário irá garantir que
as questões do cotidiano sejam resolvidas pela Lei.

Há ainda, nas nações com justiça privada, o Tribunal Arbitral composto de


Juízes Arbitrais, Conciliadores e Mediadores.

Dessa forma, o Poder Judiciário, no domínio do Estado democrático, incide em


fazer valer a lei a casos concretos. Assim, ele garante a soberania da justiça e
a efetivação dos direitos individuais nas relações sociais.

Ele possui a faculdade de ajuizar, em conformidade com as leis criadas pelo


Poder Legislativo e de acordo com as regras constitucionais em determinado
país.

Composição do Poder Judiciário

Superior Tribunal de Justiça 

O Superior Tribunal de Justiça (STJ), composto por 33 ministros, é a corte


responsável por uniformizar a interpretação da lei federal em todo o Brasil,
seguindo os princípios constitucionais. O STJ é a última instância da Justiça
brasileira para as causas infraconstitucionais, sendo o órgão de convergência
da Justiça comum. 

Julga crimes comuns praticados por governadores dos Estados e do Distrito


Federal, crimes comuns e de responsabilidade de desembargadores dos
tribunais de Justiça e de conselheiros dos tribunais de contas estaduais, dos
membros dos tribunais regionais federais, eleitorais e do trabalho. Julga
também habeas corpus que envolvam essas autoridades ou ministros de
Estado, exceto em casos relativos à Justiça eleitoral. Pode apreciar ainda
recursos contra habeas corpus concedidos ou negados por tribunais regionais
federais ou dos Estados, bem como causas decididas nessas instâncias,
sempre que envolverem lei federal. Analisa a concessão de cartas rogatórias e
julga a homologação de sentenças estrangeiras. 

Tribunal Superior Eleitoral 

Com sede na capital federal, Tribunal Superior Eleitoral tem a função de


acompanhar a legislação eleitoral juntamente com os Tribunais Regionais
Eleitorais. É encarregado de expedir instruções para a execução da lei que
rege o processo eleitoral. Dessa maneira, assegura a organização das eleições
e o exercício dos direitos políticos da população. É composto por no mínimo
sete membros: três deles são escolhidos por meio de votação entre os
ministros do STF; dois, entre os do STJ; e os outros dois são nomeados pelo
presidente da República. 

Tribunal Superior do Trabalho 

Composto por 27 ministros nomeados pelo presidente da República e


aprovados pela maioria absoluta do Senado Federal, o Tribunal Superior do
Trabalho (TST) tem por principal função uniformizar a jurisprudência trabalhista
no país. O TST julga recursos contra decisões de Tribunais Regionais do
trabalho (TRTs) e dissídios coletivos de categorias organizadas em nível
nacional, além de mandados de segurança, embargos opostos a suas decisões
e ações rescisórias. 

Superior Tribunal Militar 

Sendo a mais antiga corte superior do país, o Superior Tribunal Militar tem
funções judiciais e administrativas, mas é especializada em processar e julgar
crimes que envolvam militares da Marinha, Exército e Aeronáutica. É composto
por 15 ministros vitalícios, nomeados pelo presidente da República, com
indicação aprovada pelo Senado Federal. Três ministros são da Marinha,
quatro do Exército e três da Aeronáutica, os outros cinco são civis. 

Tribunais Regionais Federais 

Existem cinco Tribunais Regionais Federais (TREs) no país, com sedes em


Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Recife. São compostos por
sete juízes nomeados pelo presidente da República. É de competência desses
tribunais processar e julgar os juízes federais da sua área e os membros do
Ministério Público da União. 

Tribunais Regionais do Trabalho 

Os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) fazem parte da Justiça do Trabalho


no Brasil, em conjunto com as Varas do Trabalho e com o Tribunal Superior do
Trabalho. Usualmente, correspondem à segunda instância na tramitação, mas
detém competências originárias de julgamento, em casos de dissídios
coletivos, ações rescisórias, mandados de segurança, entre outros. Os TRTs,
atualmente 24, estão distribuídos pelo território nacional, e sua área de
jurisdição normalmente corresponde aos limites territoriais de cada Estado-
membro. 

No Estado de São Paulo, há dois Tribunais Regionais do Trabalho: o da 2ª


Região, localizado na capital do Estado, com jurisdição sobre a Região
Metropolitana de São Paulo e parte de Região Metropolitana da Baixada
Santista, e o da 15ª Região, com sede em Campinas, com jurisdição sobre os
demais municípios paulistas.  

Tribunais Regionais Eleitorais 

Existe um Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em cada uma das 26 capitais da


União e no Distrito Federal, que são responsáveis pela organização,
fiscalização e execução do processo eleitoral nas áreas sob sua jurisdição. De
forma simplificada, os TREs são compostos por sete julgadores: dois
desembargadores do Tribunal de Justiça; um juiz do Tribunal Regional Federal,
dois juízes de direito e dois advogados indicados pelo Tribunal de Justiça. As
deliberações são feitas por maioria de votos, estando presentes ao menos
quatro de seus membros. 

Tribunais de Justiça 

Os Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal são organizados de


acordo com os princípios e normas das constituições estaduais e da Lei
Orgânica do Distrito Federal. Apreciam, em grau de recurso ou em razão de
sua competência originária, as matérias comuns que não se encaixam na
competência das justiças federais ou especializadas. Nos Estados com efetivo
policial militar inferior a 20 mil integrantes, o TJ também julga, em segunda
instância, as matérias da Justiça Estadual Militar. 

Juízes singulares 

Os juízos de primeira instância são onde se iniciam, na maioria das vezes, as


ações judiciais estaduais e federais (comuns e especializadas). Compreende
os juízes estaduais, os federais e os da justiça especializada (juízes do
trabalho, eleitorais, militares). 

Conselho Nacional de Justiça 


No Brasil, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é o órgão do Poder Judiciário
encarregado de controlar a atuação administrativa e financeira dos demais
órgãos daquele poder, bem como de sup

Garantias e Vedações dos Juízes

Conforme disposto no art. 95 da Constituição Federal, os magistrados gozam


das seguintes garantias: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de
vencimentos. Vejamos:
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de
exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do
tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial
transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93,
VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, §
4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
Vitaliciedade quer dizer que o juiz, após de transcorrido o turno de dois anos
desde sua posse e exercício da função, somente a perderá em decorrência de
sentença judicial transitada em julgado, em processo no qual lhe seja garantido
o direito de se defender, respeitando devidamente o contraditório. Importante
ressaltar que o juiz de 2º grau adquire vitaliciedade no momento da posse.
Ressalte-se, a vitaliciedade não deve ser confundida com a estabilidade do
servidor comum. A estabilidade do servidor público ocorre no serviço, e não no
cargo!
Lembrando que: o servidor público é aquele que ocupa cargo público em
regime estatutário na Administração direta ou indireta. Escolhido por meio de
concurso público, possui a garantia constitucional da estabilidade em sua
função, somente dada após 3 (e não 2, como no caso dos magistrados) anos
de trabalho.
Antes de transcorridos os 2 anos necessários à aquisição da vitaliciedade do
magistrado, mediante deliberação do tribunal e justificativa palpável, o juiz
poderá perder o cargo.
Inamovibilidade significa que o juiz não pode ser removido de sua sede de
atividade para uma diferente sem a sua concordância, exceto nos casos de
patente interesse público, e com voto de dois terços do tribunal, como já visto.
Esse instituto inclui ainda a possibilidade de se recusar promoção. Esta é uma
possibilidade interessante pautada em possibilidades como, por exemplo, a de
uma promoção ocultar qualquer tipo de desvantagem àquele a quem ela se
destina.
A irredutibilidade de vencimentos, terceira garantia dos magistrados brasileiros
constitucionalmente prevista, oferece ao juiz a impossibilidade de ter qualquer
redução em seu salário, seja por ato administrativo ou sentença.

VEDAÇÕES
Nos termos do art. 95, p.ú:
Art. 95, Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de
magistério;
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;
III - dedicar-se à atividade político-partidária.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas
físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em
lei;
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de
decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou
exoneração.
Destarte, o juiz exerce uma atividade de caráter exclusivo, não podendo
assumir outras funções. A única exceção à regra é o cargo de magistério, ou
seja, de professor. Juízes podem ser também professores, portanto. Observe-
se que é vedado ao magistrado exercer a advocacia em tribunal de que se
tenha afastado há menos que 3 anos, ou seja, mesmo que o magistrado tenha
deixado de ser juiz, ele não poderá advogar em causas do tribunal onde
trabalhava por, no mínimo, 3 anos.
Por óbvio, não pode o juiz receber, em qualquer hipótese, custas ou
participação em processo, caso em se restaria impossível manter qualquer tipo
de imparcialidade. Além disso, não pode receber auxílios ou contribuições de
pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas possíveis
exceções expressamente previstas em lei.
 Por fim, não pode o juiz dedicar-se a qualquer atividade política enquanto
exercer a função pública.

Princípios Norteadores

NCPC, lei Federal 13.105/15, em vigor desde de 18 de março de 2016,


inovando em relação ao Código anterior, trouxe um capítulo específico para
tratar das ações de família, criando um rito especial para os processos
contenciosos, procedimento este mais adequado para a compreensão e
solução das controvérsias e conflitos familiares.

As normas do referido capítulo aplicam-se aos processos contenciosos de


divórcio, separação, reconhecimento e extinção de união estável, guarda,
visitação e filiação, aplicando-se também, no que couber, às ações de
alimentos e nas que versarem sobre interesse de criança e adolescente,
devendo estas, em primeiro lugar, observar os procedimentos e princípios
previstos em legislação específica.

O presente estudo se limitará a tratar dos processos que envolvam direitos e


interesses de crianças e adolescentes, quais sejam, os que têm como objeto,
ainda que parcial, as questões relativas a guarda, visitação/convivência e
alimentos, abordando o rito processual a ser seguido, bem como os princípios
que devem nortear a atuação do Judiciário e MP em tais ações.

Para melhor entendimento do assunto, antes de abordar a questão do rito e


dos ventilados princípios norteadores, necessário se faz uma breve análise dos
deveres legais a serem estritamente observados pelos Juízes e membros do
MP em sua atuação jurisdicional.

O primordial e mais importante dever carreado a um magistrado é o de cumprir


e fazer cumprir, com independência, serenidade e exatidão, as disposições
legais, sendo consectário de tal encargo, a fim de permitir que a função seja
cumprida com excelência, que o juiz constantemente atualize seus
conhecimentos jurídicos, absorvendo todas as alterações e inovações inseridas
no ordenamento pátrio. O magistrado tem que ser imparcial em sua atuação,
assegurando às partes o contraditório, ampla defesa e tratamento igualitário,
sem preconceito de origem, raça, sexo, opção sexual, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação, velando para que o processo tenha duração
razoável, prevenindo e reprimindo qualquer ato contrário à dignidade da justiça,
indeferindo postulações meramente protelatórias, determinando todas as
medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias
para assegurar o cumprimento das ordens judiciais, promovendo, a qualquer
tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores,
mediadores judiciais e, quando necessário, de equipe multidisciplinar.

Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz deverá atender aos fins sociais e às


exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da
pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a
legalidade, a publicidade e a eficiência. Não poderá o magistrado proferir
decisão contra uma das partes sem que esta seja ouvida previamente, bem
como não pode tomar suas decisões com base em fundamentos a respeito dos
quais não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se
trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício, sendo também vedado ao
magistrado proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como
condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi
demandado.

Todos os julgamentos proferidos pelo Poder Judiciário deverão ser públicos, e


fundamentadas validamente todas as decisões, sob pena de nulidade .

O dever dos juízes de cumprir e fazer cumprir a lei foi magistralmente definido
pelo Dr. Demócrito Reinaldo, à época, ministro do STJ, que assim se
pronunciou:

"No sistema jurídico-constitucional brasileiro, o juiz é essencial e substancialmente


julgador, função jurisdicional estritamente vinculada à lei, encastoando-se do poder
de  'jus dicere', descabendo-lhe recusar cumprimento à legislação em vigor (salvante
se lhe couber declarar-lhe a inconstitucionalidade), sob pena de exautorar princípios
fundamentais do direito público nacional. (...). É, pois, antijurídico, na espécie,
omitir-se, o julgador, em aplicar a lei (...). Se a lei – para o caso específico – (...), deve
o legislador ter sido despertado para que este fosse mais consentâneo com a realidade
nacional e com o interesse público. Transmudar-lhe é defeso ao judiciário, ao qual é
vedado investir-se na condição de legislador positivo."15

Noutro giro, no que diz respeito ao MP, entre os principais deveres legais que
seus membros devem observar, rigorosamente, em sua atuação, podemos
destacar os seguintes: desempenhar, com zelo e presteza, as suas funções,
participando de todos os atos judiciais, quando for obrigatória ou se mostrar
conveniente a sua presença, fundamentar juridicamente todos os seus
pronunciamentos processuais e adotar, nos limites de suas atribuições, as
providências cabíveis em face de toda e qualquer irregularidade de que tenha
conhecimento. 

Nas ações envolvendo interesses de incapaz, a intervenção do MP é


obrigatória e sua atuação parcial, zelando sempre pelo efetivo respeito,
primazia e defesa aos direitos, interesses e garantias legais asseguradas às
crianças e adolescentes, devendo ordinariamente ser ouvido previamente à
homologação de qualquer acordo judicial. Ponto relevante que merece
destaque é que, quando atua na defesa de interesse de menores, é dever e
obrigação do promotor adotar, de ofício, nos limites de sua atribuição, todas as
providências cabíveis em face de irregularidade, ilegalidade ou abuso que
tenha conhecimento23, ainda que os autores de tais atos, ilícitos cíveis ou
criminais, sejam ascendentes das vítimas, sob pena de não o fazendo poder
até mesmo ser acusado e denunciado pelo crime de prevaricação . 

Vistos quais são os deveres e obrigações legais dos juízes e membros do MP


em sua atuação jurisdicional, cabe agora apontar quais são os encargos
atribuídos a estes no rito especial a ser observado nas ações de família
envolvendo direitos e interesses de crianças e adolescentes.

CNJ

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é uma instituição pública que visa a


aperfeiçoar o trabalho do Judiciário brasileiro, principalmente no que diz
respeito ao controle e à transparência administrativa e processual.
Missão: promover o desenvolvimento do Poder Judiciário em benefício da
sociedade, por meio de políticas judiciárias e do controle da atuação
administrativa e financeira.
Visão de futuro: órgão de excelência em governança e gestão do Poder
Judiciário, a garantir eficiência, transparência e responsabilidade social da
Justiça brasileira.
Criação do Conselho Nacional de Justiça
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi criado pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004 e instalado em 14 de junho de 2005, nos termos do art. 103-B da
Constituição Federal. Trata-se de um órgão do Poder Judiciário com sede em
Brasília (DF) e atuação em todo o território nacional.

SÚMULAS VINCULANTES

Súmulas são enunciados que explicitam, de maneira concisa, a interpretação


de um Tribunal a respeito de determinados temas. Têm por intuito
descongestionar os trabalhos do Tribunal, por meio da fixação do entendimento
acerca de assuntos que corriqueiramen te se apresentam, e uniformizar as
respostas estatais ofertadas aos jurisdicionados, fazendo valer o brocardo da
isonomia que preceitua que casos semelhantes devam ser destinatários de
soluções semelhantes.

Enquanto foram dotadas de caráter unicamente persuasivo - visando


apresentar aos magistrados, aos advogados e aos jurisdicionados as principais
orientações sobre as mais frequentes questões enfrentadas pelo Tribunal -,
mas desprovidas de eficácia cogente, ser viram bem para organizar e
sedimentar percepções jurídicas, assim também como foram instrumentos de
autodisciplina dos Tribunais, que somente poderiam se afastar da orien tação
preconizada na súmula de forma explícita e fundamentada.

Não foram, todavia, suficientes para aplacar os problemas centrais que afligiam
o Judiciário: a morosidade dos julgamentos e a insegurança jurídica decorrente
das deci sões divergentes. Razões pragmáticas passaram a exigir mais
celeridade e estabilidade das decisões judiciais, especialmente em razão do
absurdo custo de um processo judicial e da dificuldade de a sociedade
compreender excessiva contrariedade nos julgados.

Foi, pois, num cenário de "crise do PoderJudiciário", no qual a lentidão dos


proces sos e o alto custo de obtenção de uma resposta institucional levaram à
insegurança jurídica e à descrença na efetividade e correção das decisões, que
ganhou força no direito brasileiro a pretensão por precedentes judiciais
vinculantes.

Desenhava-se, assim, um favorável panorama à absorção de um instituto típico


da common law, que causou estranheza e ensejou duras críticas quando de
sua inserção no ordenamento pátrio, de tradição codificada (civil law): as
súmulas vinculantes.

Referências
Jus.com.br
Escolauol.com.br
Manual do Direito constitucional

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