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O Poder Judiciário é regulado pela Constituição Federal nos seus

artigos 92 a 126. Ele é constituído de diversos órgãos, com o Supremo Tribunal


Federal (STF) no topo. O STF tem como função principal zelar pelo cumprimento
da Constituição. Abaixo dele está o Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável
por fazer uma interpretação uniforme da legislação federal.
No sistema Judiciário brasileiro, há órgãos que funcionam no âmbito da União e dos
estados, incluindo o Distrito Federal e Territórios. No campo da União, o Poder
Judiciário conta com as seguintes unidades: a Justiça Federal (comum) incluindo os
juizados especiais federais , e a Justiça Especializada composta pela Justiça do
Trabalho, a Justiça Eleitoral e a Justiça Militar.
A organização da Justiça Estadual, que inclui os juizados especiais cíveis e criminais,
é de competência de cada um dos 27 estados brasileiros e do Distrito Federal, onde se
localiza a capital do país.
Tanto na Justiça da União como na Justiça dos estados, os juizados especiais são
competentes para julgar causas de menor potencial ofensivo e de pequeno valor
econômico.
Como regra, os processos se originam na primeira instância, podendo ser levados, por
meio de recursos, para a segunda instância, para o STJ (ou demais tribunais
superiores) e até para o STF, que dá a palavra final em disputas judiciais no país em
questões constitucionais. Mas há ações que podem se originar na segunda instância e
até nas Cortes Superiores. É o caso de processos criminais contra autoridades com
prerrogativa de foro.

Parlamentares federais, ministros de estado, o presidente da República, entre outras


autoridades, têm a prerrogativa de ser julgados pelo STF quando processados por
infrações penais comuns. Nesses casos, o STJ é a instância competente para julgar
governadores. Já à segunda instância da Justiça comum os tribunais de Justiça cabe
julgar prefeitos acusados de crimes comuns.

Justiça Federal comum

A Justiça Federal da União (comum) é composta por juízes federais que atuam na
primeira instância e nos tribunais regionais federais (segunda instância), além dos
juizados especiais federais. Sua competência está fixada nos
artigos 108 e 109 da Constituição.
A organização do primeiro grau de jurisdição da Justiça Federal está disciplinada
pela Lei n. 5.010/1966, que determina que em cada uma das unidades da Federação será
constituída uma seção judiciária. As seções judiciárias são formadas pelas varas
federais, onde é realizado o julgamento originário da maior parte das ações submetidas à
Justiça Federal.
O segundo grau de jurisdição da Justiça Federal é composto por seis Tribunais
Regionais Federais (TRFs), com sedes em Brasília (TRF 1ª Região), Rio de Janeiro
(TRF 2ª Região), São Paulo (TRF 3ª Região), Porto Alegre (TRF 4ª Região), Recife
(TRF 5ª Região) e Belo Horizonte (TRF 6ª Região). Os TRFs englobam duas ou mais
seções judiciárias.
Por exemplo, cabe a ela julgar crimes políticos e infrações penais praticadas contra
bens, serviços ou interesse da União (incluindo entidades autárquicas e empresas
públicas), processos que envolvam Estado estrangeiro ou organismo internacional
contra município ou pessoa domiciliada ou residente no Brasil, causas baseadas em
tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional e
ações que envolvam direito de povos indígenas. A competência para processar e julgar
da Justiça federal comum também pode ser suscitada em caso de grave violação de
direitos humanos.

Justiça do Trabalho
A Justiça do Trabalho, um dos três ramos da Justiça Federal da União especializada, é
regulada pelo artigo 114 da Constituição Federal . A ela compete a conciliar e julgar as
ações judiciais que envolvam exercício do direito de greve, as ações sobre representação
sindical, além das demandas que tenham origem no cumprimento de suas próprias
sentenças, inclusive as coletivas, sejam os conflitos individuais, coletivos entre
trabalhadores e patrões. Incluindo também aqueles que envolvam entes de direito
público externo e a administração pública direta e indireta da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios. Ela é composta por juízes trabalhistas que atuam na
primeira instância e nos tribunais regionais do Trabalho (TRT), e por ministros que
atuam no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Como ela se organiza:


São órgãos da Justiça do Trabalho: o Tribunal Superior do Trabalho (TST), os 24
Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) e os juízes e juízas do Trabalho que atuam nas
Varas do Trabalho.

Como ela é formada:


A Justiça do Trabalho é dividida em 24 regiões. Do ponto de vista hierárquico e
institucional, cada uma dessas regiões é estruturada em dois graus de jurisdição:

Primeiro grau: composto pelas Varas do Trabalho, sua competência é determinada


pela localidade em que se presta serviços às empresas, instituições ou pessoas
empregadoras, independentemente do local da contratação – seja de caráter nacional ou
internacional.

Segundo grau: composto pelos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs). Neles são
julgados recursos ordinários contra decisões das Varas do Trabalho, os dissídios
coletivos, ações originárias e os mandados de segurança contra atos de juízes e juízas.

Justiça Eleitoral
A Justiça Eleitoral, que também integra a Justiça Federal especializada, regulamenta
os procedimentos eleitorais, garantindo o direito constitucional ao voto direto e
sigiloso. A ela compete organizar, monitorar e apurar as eleições, bem como diplomar
os candidatos eleitos. A Justiça Eleitoral tem o poder de decretar a perda de mandato
eletivo federal e estadual e julgar irregularidades praticadas nas eleições. Ela é
composta por juízes eleitorais que atuam na primeira instância e nos tribunais
regionais eleitorais (TRE), e por ministros que atuam no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE). Está regulada nos artigos 118 a 121 da Constituição.
Justiça Militar
A Justiça Militar é outro ramo da Justiça Federal da União especializada. Ela é
composta por juízes militares que atuam em primeira e segunda instância e por
ministros que julgam no Superior Tribunal Militar (STM). A ela cabe processar e
julgar os crimes militares definidos em lei (artigo 122 a124 da Constituição).

JUSTIÇA ESTADUAL
A Justiça Estadual é responsável por julgar matérias que não sejam da competência dos
demais segmentos do Judiciário — Federal, do Trabalho, Eleitoral e Militar, o que
significa que sua competência é residual, apesar de englobar o maior volume de litígios
no Brasil. Conforme a sua regulamentação expressos nos artigos 125 e 126 da CF.

Como ela se organiza:


Cada uma das unidades da Federação tem a atribuição de organizar a sua justiça. E o
Poder Judiciário do Distrito Federal e Territórios é organizado e mantido pela União.

Como é sua estrutura:


Do ponto de vista administrativo, a Justiça Estadual é estruturada em duas instâncias ou
graus de jurisdição:
Primeiro grau: composto pelos juízes de Direito estaduais.
Segundo grau: é representado pelos Tribunais de Justiça (TJs). Nele, os(as)
magistrados(as) são desembargadores(as), que têm entre as principais atribuições o
julgamento de demandas de competência originária e de recursos interpostos contra
decisões proferidas no primeiro grau.

O que são os juizados especiais?

Criados pela Lei n. 9.099/1995, os juizados especiais têm competência para a


conciliação, o processamento, o julgamento e a execução das causas cíveis de menor
complexidade (por exemplo, as cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário
mínimo, entre outras) e das infrações penais de menor potencial ofensivo, que são as
contravenções penais e crimes para os quais a lei defina pena máxima não superior a
dois anos.

TRIBUNAIS SUPERIORES
Órgão máximo do Judiciário brasileiro, o Supremo Tribunal Federal é composto por
11 ministros indicados pelo presidente da República e nomeados por ele após
aprovação pelo Senado Federal. Entre as diversas competências do STF pode-se citar
a de julgar as chamadas ações diretas de inconstitucionalidade, instrumento jurídico
próprio para contestar a constitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou
estadual; apreciar pedidos de extradição requerida por Estado estrangeiro; e julgar
pedido de habeas corpus de qualquer cidadão brasileiro.

O STJ, que uniformiza o direito nacional infraconstitucional, é composto por 33


ministros nomeados pelo presidente da República a partir de lista tríplice elaborada
pela própria Corte. Os ministros do STJ também têm de ser aprovados pelo Senado
antes da nomeação pelo presidente do Brasil. O Conselho da Justiça Federal (CJF)
funciona junto ao STJ e tem como função realizar a supervisão administrativa e
orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus.

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