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Estrutura do Poder Jurídico e Funções essenciais à Justiça

A estrutura do poder Judiciário no Brasil, baseia- se, em dois eixos: primeiro, o


Poder Judiciário que se divide em ramos. Cada ramo tem seus órgãos estruturados
em níveis conhecidas como Graus de Jurisdição, ou mais conhecidos como
Instâncias.
No Brasil há cinco ramos do Poder Judiciário: Justiça Estadual, Justiça Federal,
Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral, Justiça Militar da União.

Cada um desses ramos por sua vez, tem seus órgãos estruturados em
diferentes níveis, que são as instâncias, da seguinte forma:

Justiça Estadual

• Primeira instância: Juízos de direito (varas), tribunais do júri, juizados


especiais, auditorias militares estaduais;
• Segunda instância: Tribunais de Justiça;
• Terceira instância: Superior Tribunal de Justiça.
Justiça Federal

• Primeira instância: juízos federais (varas federais) tribunais do júri federal,


juízos de direito (os juízos federais julgam processos federais, em alguns
casos) juizados especiais federais;
• Segunda instância: Tribunais Regionais Federais (existem cinco, em
Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Recife), turmas recursais
federais (segunda instância dos juizados especiais federais);
• Terceira instância: Superior Tribunal de Justiça, Turma Nacional de
Uniformização (funciona como terceira instância, em alguns casos, pra causa
dos juizados especiais federais).

Justiça do Trabalho

• Primeira instância: varas do trabalho, juízos de direito (os juízes estaduais


julgam causas trabalhistas, em algumas situações, nos locais onde não haja
vara do trabalho);
• Segunda instância: Tribunais Regionais do Trabalho;
• Terceira instância: Tribunal Superior do Trabalho.

Justiça Eleitoral

• Primeira instância: Juízos eleitorais;


• Segunda instância: Tribunais Regionais Eleitorais;
• Terceira instância: Tribunal Superior eleitoral.

Justiça Militar da União

• Primeira instância: Auditorias militares;


• Segunda instância: Superior Tribunal Militar;

Acima de todos esses órgãos existe o Supremo Tribunal Federal, que funciona
como última instância para todos os ramos do Poder Jurídico.
Fazem parte do Poder Judiciário ainda os seguintes órgãos:

• Conselho Nacional de Justiça (CNJ): é o órgão de supervisão, controle


e planejamento central de todo Poder Jurídico, com exceção, do Supremo
Tribunal Federal, a função do CNJ é apenas administrativa e voltada aos
órgãos judiciários, ou seja, o CNJ não julga processos judiciais e nem tem
competência sobre os demais poderes e o Ministério Público;
• Conselho da Justiça Federal: (CJF) realiza supervisão administrativas
financeiras dos órgãos da Justiça Federal de primeira e segunda
instâncias;
• Conselho Superior da Justiça do Trabalho: (CSTJ) faz o mesmo papel
da CJF, para a Justiça do Trabalho;
• Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados
(Enfam): realiza recursos de iniciação para novos juízes e de capacitação
para os juízes em geral;
• Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do
Trabalho (Enfamt): faz o mesmo que o Enfam, para os juízes do trabalho;
• Escolas de Magistratura: Alguns Tribunais de Justiça, possuem suas
próprias escolas, voltadas a capacitação juízes e servidores.
Os Tribunais de segunda instância como: TJs, TRFs, TRTs, TREs, e STM
possuem, corregedorias, com a função de orientar, acompanhar, e se for o caso,
aplicar punições disciplinares a juízes e servidores. As corregedorias dos Tribunais de
Justiça também têm a função de supervisionar e realizar concursos para serventias
extrajudiciais, que são os serviços de registro e notas (conhecidos como cartórios).

Funções essenciais da Justiça Brasileira

De acordo com o modelo de funcionamento da justiça montada no Brasil,


entende-se ser indispensável à existência de determinadas funções essenciais à
justiça assim como: Ministério Público, da Advocacia Pública, da Defensoria Pública
e da Advocacia.
Ministério Público:

O Ministério Público não chega a ser considerado um quarto poder do Estado,


mas a Constituição o coloca a salvo da intervenção de outros poderes, assegurando
aos seus membros independência no exercício de suas funções. Com efeito, o
Ministério Público é assim conceituado pela Constituição Federal de 1988: “Art. 127.
O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do
Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis.”
Assim, o Ministério Público não promove a defesa dos interesses dos
governantes, de quem se acha desvinculado, mas busca realização dos interesses da
sociedade.

Advocacia Pública:

A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado Geral da União, de livre


nomeação pelo Presidente da República, entre cidadãos maiores de 35 anos, de
notável saber jurídico reputação ilibada, prevendo necessária relação de confiança
entre representado (Presidente, como Chefe do Executivo Federal) e representante,
que justifique a livre escolha.

Advocacia:

O advogado é um profissional habilitado para o exercício, o direito de requerer


em juízo.
Walter Ceneviva exalta a importância jurídico-social do profissional da atividade
advocatícia:
“O advogado é o porta-voz da sociedade, perante a máquina do
Estado. Ninguém pode requerer em juízo a não ser através de
advogado, salvo umas poucas exceções, como as da Justiça do
Trabalho (em que raramente o processo tem desenvolvimento sem a
participação advocatícia), do habeas corpus, e dos Juizados Especiais
Cíveis e Criminais.”
Conclui-se então, que a advocacia conquistou a majestade constitucional, com
postura semelhante a do magistrado e a do membro do Ministério Público e exerce
função de caráter institucional. Ao advogado, coube a competência de representar
judicial ou extrajudicialmente interesses de terceiros, seus constituintes, aqueles que
o constituem como defensor. Seu trabalho se destina tanto a preservar o patrimônio,
quanto à liberdade.

Defensoria Pública:

É uma instituição pública cuja função é oferecer serviços jurídicos gratuitos aos
cidadãos que não possuem recursos financeiros para contratar advogados, atuando
em diversas áreas.
Referências:

Blog de Wellington Saraiva – Temas de Direito explicados para cidadãs e cidadãos –


Estrutura do Poder Judiciário no Brasil. Disponível em:
https://wsaraiva.com/2013/06/09/estrutura-do-poder-judiciario-no-brasil/. Acesso em
07 de setembro de 2020;

AFONSO DA SILVA, José. Curso de Direito Constitucional Positivo. 24°. ed.


São Paulo: Malheiros Editores, 2005.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 5 de outubro


de 1988. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 5 de outubro
de 1988.

BRASIL. Lei 8.906, de 4 de julho de 1994. Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a


Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, 5 de julho de 1994.

CARVALHO, Kildare Gonçalves. Direito Constitucional. Belo Horizonte: Del Rey,


2005.

CENEVIVA, Walter. Direito Constitucional Brasileiro. 2°. ed. ampl. São Paulo:
Saraiva, 1991.

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 22°. Ed. São Paulo: Atlas, 2007.

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