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Instituições Judiciárias:

A estrutura judiciária está prevista no texto constitucional de


1988. De acordo com o artigo 2 da Constituição Federal, “São
Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo,
o Executivo e o Judiciário”.

O Poder Executivo tem como função típica a prática de atos


de chefia de Estado e atos da administração, tais como, governar o
povo e seus interesses públicos, além de ter como papel fazer
cumprir a lei. O executivo pode assumir diferentes faces, conforme o
local em que esteja instalado. No presidencialismo, o líder do poder
executivo, denominado Presidente, é escolhido pelo povo para
mandatos regulares, acumulando a função de chefe de estado (o
mais alto representante público de uma nação) e chefe do governo
(exerce as funções executivas e a função de chefiar o Poder
Executivo). No parlamentarismo o executivo depende do apoio
direto ou indireto do parlamento para ser constituído e governar, os
cargos chefe de estado e chefe de governo não são atribuídos a uma
única pessoa como no presidencialismo.

O Poder Executivo exerce funções atípicas, como por


exemplo, criar leis, o presidente da republica pode criar uma medida
provisória, função que cabe ao Poder Legislativo.

O Poder Legislativo tem como função precípua criar leis


“legislar”, porém, exerce funções atípicas, prover cargos, conceder
férias e licenças aos seus funcionários, função do executivo.
O Poder Judiciário tem como função precípua julgar, também
conhecido como jurisdicional, porém, exerce funções atípicas, tais
como, elaborar regimento interno de seus tribunais (legislativo),
conceder licença e férias ao magistrado (executiva).

O Poder Judiciário é o único que contém o poder jurisdicional de


forma que não pode ele abster-se de analisar as demandas jurídicas
que lhe são submetidas (art. 5, XXXV da CF/88). No entanto,
pelo princípio da inércia da jurisdição, o Poder Judiciário não atua
de ofício nas demandas, ou seja, deve ser ele provocado pelo
interessado para poder intervir nas relações conflituosas.

Poder Judiciário

Os órgãos do Poder Judiciário são:

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: (EC Nº 45/2004)


I - o Supremo Tribunal Federal;
I-A - O Conselho Nacional de justiça;
II - o Superior Tribunal de Justiça;
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e
Territórios.
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de
Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal.
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm
jurisdição em todo o território nacional.
Orgãos que não fazem parte do Poder Judiciário:

1. Tribunal Marítimo

2. Tribunal de Contas da União TCU (Está administrativamente


enquadrado no Poder Legislativo)

Pela constituição, o título Desembargador confere aos juízes do


Tribunal de Justiça. Os demais tribunais de 2º instância o título é
apenas de Juiz. O superior ou 3º instância confere o título de
Ministro.

Justiça Comum e Justiça Especial

A doutrina costuma fazer distinção entre os órgãos do Poder


Judiciário dividindo-os entre justiça comum ou ordinária e justiça
especial ou especializada.

A justiça especial é composta pela justiça militar, eleitoral e


trabalhista.

A justiça comum é composta pela justiça estadual, cívil, familia


e criminal.

“O Supremo Tribunal Federal sobrepõe todas as justicas e


tribunais, portanto, não se enquadra na justiça comum e federal.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) compõe a justiça comum.

Tudo que é comum ou ordinário é a regra. Temos as situações


expessionais, especiais... Então começamos por elas, pois o que
sobra é o comum ou ordinário.

Nosso ordenamento jurídico considera como Justiças Especiais:

Justiça do Trabalho;
Justiça Eleitoral;
Justiça Militar.

Cada uma dessas justiças têm o Tribunal respectivo, com


regras próprias, órgãos de corregedoria, organização judiciária
própria etc.

TRT (Tribunal Regional do Trabalho); TST (Trib. Superior do


Trabalho),
Do mesmo modo temos: TRE; TSE ...

O resto é denominado Justiça Comum, com matéria residual.


Ou seja, não sendo matéria trabalhista, militar ou eleitoral, é Justiça
Comum.

Contudo, dentro da chamada Justiça comum, temos ainda uma


classificação em Justiça Estadual e Federal. A competência da Justiça
Federal está prevista na Constituição Federal, art. 109. O que não
constar lá é materia de Justiça Estadual (matérias cíveis e criminais).
Daí vem as especializações das varas cíveis nas capitais (família, vara
de sucessões, vara de infância e juvntude etc.

Para a Justiça estadual temos o Tribunal de justiça e, em alguns


estados. Tudo com organização judiciária própria.

Para a Justiça federal, temos o TRF (Tribunal Regional Federal)”


“Vara de Justiça comum é aquela que trata de Direitos Civil e
Criminal, nas esferas estadual e federal. Varas de Justiça
especializada são 3, sempre no âmbito federal: Trabalhista, Militar e
Eleitoral.”

Detalhes dos orgãos do Poder Judiciário:

1. Superior Tribunal Federal


O Supremo Tribunal Federal (STF) é o guardião da Constituição
Federal. Compete-lhe, dentre outras tarefas, julgar as causas em que
esteja em jogo uma alegada violação da Constituição Federal, o que
ele faz ao apreciar uma ação direta de inconstitucionalidade ou um
recurso contra decisão que, alegadamente, violou dispositivo da
Constituição.

O STF compõe-se de onze ministros, aprovados pelo Senado


Federal e nomeados pelo presidente da República, dentre cidadãos
brasileiros natos, com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e
cinco anos de idade, de notável saber jurídico e de reputação ilibada.

2. Conselho Nacional de Justiça


O Conselho Nacional de Justiça foi criado pela emenda constitucional
nº 45, de 30 de dezembro de 2004[1] e instalado em 14 de junho de
2005,[2] com a função de controlar a atuação administrativa e
financeira dos órgãos do Poder Judiciário brasileiro. Também é
encarregado da supervisão do desempenho funcional dos juízes.

3. Superior Tribunal de Justiça


O Superior Tribunal de Justiça (STJ) é o guardião da uniformidade da
interpretação das leis federais. Desempenha esta tarefa ao julgar as
causas, decididas pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
Tribunais dos estados, do Distrito Federal e dos territórios, que
contrariem lei federal ou dêem a lei federal interpretação divergente
da que lhe haja atribuído outro Tribunal.

O STJ compõe-se de 33 ministros, nomeados pelo Presidente da


República dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de
setenta anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada
(depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal)sendo um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais
Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça
e outro terço alternadamente em partes iguais, dentre advogados e
membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e
dos Territórios.

4. Justiça Federal
São órgãos da Justiça Federal os Tribunais Regionais Federais (TRF) e
os juízes federais. A Justiça Federal julga, dentre outras, as causas
em que forem parte a União, autarquia ou empresa pública federal.
Dentre outros assuntos de sua competência, os TRFs decidem em
grau de recurso as causas apreciadas em primeira instância pelos
Juízes Federais.

5. Justiça do Trabalho

Os órgãos da Justiça do Trabalho são o Tribunal Superior do


Trabalho (TST), os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) e os juízes
do Trabalho. Compete-lhe processar e julgar as causas oriundas das
relações de trabalho regidos pela CLT (Consolidação das leis do
trabalho) que foi criada através do Decreto-Lei nº 5452 em 1 de maio
de 1943 . Os Juízes do Trabalho formam a primeira instância da
Justiça do Trabalho e suas decisões são apreciadas em grau de
recurso pelos TRTs. O TST, dentre outras atribuições, zela pela
uniformidade das decisões da Justiça do Trabalho.

Em 31 de dezembro de 2004, sua competência foi ampliada,


passando a processar e julgar toda e qualquer causa decorrente das
relações de trabalho, o que inclui os litígios envolvendo os sindicatos
de trabalhadores, sindicatos de empregadores, análise das
penalidades administrativas impostas pelos órgãos do governo
incumbidos da fiscalização do trabalho e direito de greve.
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DO TRABALHO

Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:

I - o Tribunal Superior do Trabalho;


II - os Tribunais Regionais do Trabalho;
III - Juizes do Trabalho. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 24, de 1999)

§§ 1º a 3º - (Revogados pela Emenda Constitucional nº 45, de


2004)

Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compõe-se de vinte e


sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e
menos de setenta anos de idade, de notável saber jurídico e reputação
ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela
maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 122, de 2022)

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva


atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com
mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art.
94; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho,


oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal
Superior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do


Trabalho. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do
Trabalho: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de


Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções,
regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na
carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer,


na forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e
patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como
órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito
vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar,


originariamente, a reclamação para a preservação de sua
competência e garantia da autoridade de suas decisões. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas


comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de
direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição,


competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça
do Trabalho.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de
1999)

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
I- as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes
de direito público externo e da administração pública direta e indireta
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II- as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído


pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

III- as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre


sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV- os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data ,


quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V- os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição


trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

VI- as ações de indenização por dano moral ou patrimonial,


decorrentes da relação de trabalho; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

VII- as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos


empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VIII- a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no


art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças
que proferir; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IX- outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na
forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger


árbitros.

§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou


à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar
dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do
Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de
proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade


de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá
ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o
conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no


mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e
nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de
trinta e menos de setenta anos de idade, sendo: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 122, de 2022)

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva


atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com
mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art.
94; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por


antigüidade e merecimento, alternadamente. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça
itinerante, com a realização de audiências e demais funções de
atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar


descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de
assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases
do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um


juiz singular. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

Parágrafo único. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 24, de


1999)

Art. 117. (Revogados pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

Observação:

As prestações de Serviços e servidores públicos são julgadas pela


Justiça estadual ou federal.
Para recorrer a uma decisão do Juiz do Trabalho na 1º instância é
necessário pagar uma quantia em dinheiro muito grande, por isso que
muitas vezes a empresa opta em não recorrer.

6. Justiça Eleitoral

São órgãos da Justiça Eleitoral o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os


Tribunais Regionais Eleitorais (TRE), os Juízes Eleitorais e as Juntas
Eleitorais. Compete-lhe julgar as causas relativas à legislação eleitoral.
Os TREs decidem em grau de recurso as causas apreciadas em primeira
instância pelos Juízes Eleitorais. O TSE, dentre outras atribuições, zela
pela uniformidade das decisões da Justiça Eleitoral.

A Justiça Eleitoral desempenha, ademais, um papel


administrativo, de organização e normatização das eleições no Brasil.

A composição da Justiça Eleitoral é sui generis (peculiar,


especial), pois seus integrantes são escolhidos dentre juízes de outros
órgãos judiciais brasileiros (inclusive estaduais) e servem por tempo
determinado.

Processo eleitoral: alistamento eleitoral, mudança de domicílio,


criação de partidos políticos, campanha eleitoral, registro de
candidatura, apuração das eleições, diplomação dos eleitos.
Esta justiça é muito ágil, normalmente feita em horas. Durante as
eleições a justiça tem que estar a disposição 24 horas.

Não existe concurso para o Juiz eleitoral. O juiz eleitoral da 1º


instância vem da Justiça do Direito (juiz estadual).

Artigos (118 a 121), da Constituição Federal, a saber:

DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:

I - o Tribunal Superior Eleitoral;

II - os Tribunais Regionais Eleitorais;


III - os Juízes Eleitorais;

IV - as Juntas Eleitorais.

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de


sete membros, escolhidos:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:

a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;

b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;

II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre


seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados
pelo Supremo Tribunal Federal.

Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu


Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal
Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal
de Justiça.

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada


Estado e no Distrito Federal.

§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:

a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de


Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal
de Justiça;

II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital


do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal,
escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;

III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes


dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral,
indicados pelo Tribunal de Justiça.

§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-


Presidente- dentre os desembargadores.

Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e


competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.

§ 1º - Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes


das juntas eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes for
aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.

§ 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado,


servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios
consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo
mesmo processo, em número igual para cada categoria.

§ 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral,


salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de
"habeas-corpus" ou mandado de segurança.

§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente


caberá recurso quando:
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição
ou de lei;

II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais


tribunais eleitorais;

III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas


eleições federais ou estaduais;

IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos


eletivos federais ou estaduais;

V - denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-


data" ou mandado de injunção.

7. Justiça Militar

A Justiça Militar compõe-se do Superior Tribunal Militar (STM) e dos


Tribunais e juízes militares, com competência para julgar os crimes
militares definidos em lei.

No Brasil, a Constituição Federal organizou a Justiça Militar tanto


nos Estados como na União. A Justiça Militar Estadual existe nos 26
estados-membros da Federação e no Distrito Federal, sendo constituída
em primeira instância pelo Juiz de Direito e pelos Conselhos de Justiça,
Especial e Permanente, presididos pelo juiz de Direito. Em Segunda
Instância, nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul
pelos Tribunais de Justiça Militar e nos demais Estados pelos Tribunais de
Justiça.
Competência para julgar e processar crimes militares (em
exercício) referente a polícia militar federal, marinha, aeronáutica e
exército , crimes de caserna (desvio de armamento, não bater
continência).

Todos têm o direito a um Habeas Corpus para todos, menos o


militar, portanto, quando é instaurado o processo, o militar responde o
processo preso.

A polícia militar civil é julgada por outra Justiça, ou seja, não é


julgada pela Justiça Militar.

Quando um processo é instaurado na Justiça Militar (1º instância),


se o processo for recorrido, ele será julgado pelo Superior Tribunal Militar,
no caso do exército, marinha, aeronáutica, ou seja, não passa pelo
Tribunal de Justiça Militar. No caso da polícia militar, se o estado tiver
mais 20.000 efetivos, o processo é julgado em 2º instância pelo Tribunal
Superior, se o efetivo for inferior a 20.000 então é julgado pela Justiça do
Direito.

Exemplo: Se o militar briga no quartel, é julgado pela Justiça


Militar, se briga com o vizinho, é julgado pela justiça comum (JD).

Artigos da Constituição (122 a 124), a saber:

DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES

Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:

I - o Superior Tribunal Militar;


II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.

Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros


vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada
a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da
Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-
generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da
carreira, e cinco dentre civis.

Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente


da República dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de
setenta anos de idade, sendo: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 122, de 2022)

I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta


ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional;

II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do


Ministério Público da Justiça Militar.

Art. 124. A Justiça Militar compete processar e julgar os crimes


militares definidos em lei.

Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o


funcionamento e a competência da Justiça Militar.

8. Justiça Estadual (Tribunal de Justiça):

Tribunal de Justiça em Recife.A Constituição Federal determina


que os estados organizem a sua Justiça Estadual, observando os
princípios constitucionais federais. Como regra geral, a Justiça Estadual
compõe-se de duas instâncias, o Tribunal de Justiça (TJ) e os Juízes
Estaduais. Os Tribunais de Justiça dos estados possuem competências
definidas na Constituição Federal, na Constituição Estadual, bem como
na Lei de Organização Judiciária do Estado. Basicamente, o TJ tem a
competência de, em segundo grau, revisar as decisões dos juízes e, em
primeiro grau, julgar determinadas ações em face de determinadas
pessoas.

A Constituição Federal determina que os estados instituam a


representação de inconstitucionalidade de leis e atos normativos
estaduais ou municipais frente à constituição estadual (art. 125, §2º),
apreciada pelo TJ. É facultado aos estados criar a justiça militar
estadual, com competência sobre a polícia militar estadual.

Os integrantes dos TJs são chamados Desembargadores. Os Juízes


Estaduais são os chamados Juízes de Direito.

O Tribunal do Júri, garantia constitucional, é o único órgão judicial


com participação popular, em que a população, representada pelos
sete jurados, julga os seus semelhantes nos crimes contra a vida
(homicídio, infanticídio, aborto, instigação e auxílio ao suicídio). O
julgamento compete aos jurados -- juízes do fato -- e a sessão do Júri é
presidida pelo Juiz de Direito, que se limita, grosso modo, a fixar a pena
em caso de condenação, ou a declarar a absolvição. A decisão sobre
a absolvição ou condenação do réu é exclusiva dos jurados. Certos
crimes contra a vida estão previstos, excepcionalmente, como de
competência de um Júri Federal.

Compete a Justiça Estadual processar e julgar matéria residual


(que sobra), tudo que não for trabalhista, eleitoral, militar e federal cai
na estadual, não se esquecendo que se não tiver na cidade as outras
justiças/tribunais, é a Justiça estadual que julga. Atualmente a justiça
estadual conta com 16 milhões de processos.
Artigos da Constituição (125 a 126), a saber:

DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os


princípios estabelecidos nesta Constituição.

§ 1º - A competência dos tribunais será definida na Constituição


do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal
de Justiça.

§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de


inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais
em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação
para agir a um único órgão.

§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de


Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos
juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo
próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados
em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os


militares dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as
ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a
competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal
competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e
da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e
julgar, singularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as
ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho
de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os
demais crimes militares. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar


descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de
assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases
do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a


realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional,
nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça


proporá a criação de varas especializadas, com competência exclusiva
para questões agrárias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação


jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio.

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