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224-20
Zolotar, Márcia
SST Princípios básicos dos direitos humanos / Márcia Zolotar
Ano: 2020
nº de p.: 12
Apresentação
Habitualmente, os direitos humanos são reconhecidos pela grande maioria das
pessoas como direitos que são próprios dos seres humanos. Em uma primeira
aproximação, podemos dizer que os direitos humanos são aqueles que possibilitam
a fruição de todos os direitos independente de cor, raça, sexo, religião, condição
social, entre outros aspectos.
Assim, para garantir esta fruição, as leis estabelecem quais são os direitos para
proteger os indivíduos das possiveis afrontas a direitos humanos fundamentais,
além de visar garantir um dos fundamentos da República Federativa do Brasil: a
dignidade da pessoa humana, previsto no art. 1º da Constituição Federal de 1988.
Veremos, a seguir, como os princípios ajudam a garantir esses direitos.
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Princípio da igualdade
A Declaração de 1948 determina em seu art. 1º: “Todos os seres humanos nascem
livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem
agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”.
Princípios da igualdade
A medida foi adotada face aos horrores cometidos durante a Segunda Guerra
Mundial em nome de uma superioridade racial ou pelo desrespeito a minorias
religiosas. Contudo, devemos lembrar que desrespeitos ao principio da igualdade
não se resumiram às duas guerras mundiais – na Revolução Comunista,
estabeleceu-se um regime totalitário e de extermínio de todos aqueles que se
opusessem às ideias defendidas pela revolução.
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Saiba mais
Para saber um pouco mais sobre crimes contra a
humanidade cometidos pela União Soviética, acesse:
https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/17-crimes-
contra-a-humanidade-cometidos-pela-uniao-sovietica-
72k8knzyrinebrvkcngrxya1u/.
Princípio da liberdade
Este princípio, na Declaração de 1948, vem consagrado em suas duas dimensões:
dimensão política e dimensão individual. A dimensão política vem expressamente
declarada no art. XXI da Declaração, in verbis: “Todo ser humano tem o direito
de fazer parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de
representantes livremente escolhidos”.
A dimensão individual, por sua vez, está prevista nos arts. VII a XII e XVI a
Art. VII. Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer
distinção, à igual proteção da lei. Todos têm direito à igual proteção contra
qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer
incitamento a tal discriminação.
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Art. XIX. Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão;
este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de
procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e
independentemente de fronteiras.
Veja uma importante ressalva feita por Comparato em relação a essas duas
dimensões (2015, p. 242):
Art. XXIII. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de
emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra
o desemprego.
Art. XXV. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz
de assegurar-lhe, e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive
alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços
sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego,
doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de
subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
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O Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos foi adotado pela Resolução n.
2.200-A (XXI), da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 19 de dezembro de
1966. Entrou em vigor em 1976, quando foi atingido o número mínimo de adesões
(35 Estados). Segundo Piovesan (2013), até 2011 o pacto contava com a adesão de
160 Estados-membros.
Saiba mais
Para saber mais sobre o impacto desses acordos para o Brasil,
consulte A Entrada de Vigor do Acordo de Paris para o Brasil: o
que mude para o Brasil?, disponível em: https://www2.senado.leg.
br/bdsf/handle/id/528873.
Grandes são os desafios enfrentados pelos defensores dos direitos humanos, tanto
na prática quanto na positivação deles em nível nacional e internacional. Nesse
sentido, Comparato (2015, p. 570) destaca:
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Gerações de Direitos
Partimos, agora, a uma breve análise sobre as gerações de direitos. Essa
classificação surgiu exatamente da renovação e do desenvolvimento dos direitos
humanos durante o curso da humanidade.
Tal teoria foi lançada pelo jurista francês de origem tcheca KAREL VASAK
que, em Conferência Jurídica proferida no Instituto Interna- cional de
Direitos Humanos no ano de 1979, classificou os direitos humanos em
três gerações, cada uma com características próprias.
1. Direitos de 1ª geração:
2. Direitos de 2ª geração:
Diferente dos direitos de primeira geração, em que o Estado não deve intervir,
aqui o Estado passa a ter responsabilidade para a concretização de um ideal
de vida digno na sociedade.
Ligados ao valor de igualdade, esses direitos são os sociais, econômicos e
culturais. Para serem garantidos, necessitam, além da intervenção do Estado,
de que ele disponha de recursos financeiros, sem os quais tais direitos não
são exequíveis no mundo real.
3. Direitos de 3ª geração:
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4. Direitos de 4ª geração:
5. Direitos de 5ª geração:
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Atenção
Uma vez considerados os direitos humanos como universais
(entendido o ser humano como um ser essencialmente moral,
dotado de unicidade existencial e dignidade, esta com valor
intrínseco à condição humana) e indivisíveis (garantia dos
direitos civis e políticos é condição para a observância dos
direitos sociais, econômicos e culturais e vice-versa), somente
em um regime democrático os direitos humanos, em toda a sua
amplitude e complexidade, poderão ter condições mínimas para
serem respeitados e implementados. Sem direitos humanos
reconhecidos e protegidos, não há democracia.
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Conclusão
A efetivação dos direitos humanos se dá pelas leis, principios e, principalmente,
pelos tratados internacionais de direitos humanos, que a partir de 1945 surgiram
para a efetivação dos direitos humanos. O nascimento das Nações Unidas
contribuiu para o desenvolvimento e a adoção das regras internacionais.
O Brasil, como demais países, adotou em sua Constituição leis que protegem
formalmente os direitos humanos básicos utilizando, muitas vezes, as
regras desenvolvidas nos tratados internacionais levando ao seu grande
comprometimento na efetivação de tais direitos.
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Referências
COMPARATO, F. K. A afirmação histórica dos direitos humanos. 3. ed. rev. amp. São
Paulo: Saraiva, 2003.
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