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DIREITO EMPRESARIAL

PROF. JUAN VAZQUEZ


Características, Autonomia, Fontes,
Princípios, Teorias (origem, história, AULA 01
atos de comércio / empresa), Empresa
e Empresário.
 COSMOPOLITISMO

 FRAGMENTARISMO

CARACTERÍSTICAS  ELASTICIDADE

 INFORMALISMO

 ONEROSIDADE
Deverá, sempre que possível, adotar
regras que são universais, aplicáveis
aos empresários, independentemente
das barreiras geográficas que separam
cada território.

A universalidade é revelada por


Ferreira Borges com a conclusão de
COSMOPOLITISMO que os comerciantes constituiriam
um só povo. A concepção essencial é
entender que a existência de regras
uniformes estimulam a exploração da
atividade empresarial e torna mais
seguro o tráfego mercantil.
Além da constatação de que o
direito empresarial não pode
ser considerado um sistema
jurídico completo.
FRAGMENTARISMO
 Devemos notar que as suas
normas estão espalhadas em
diversas leis específicas, não
existindo um código comercial
próprio.
O direito empresarial sofre
constantes mudanças em razão do
surgimento de novas técnicas de
relações jurídicas comerciais.

Não há como o legislador


acompanhar de forma tão célere
ELASTICIDADE tais mudanças.

 O empresário não pode deixar


de se adaptar às necessidades de
seus consumidores e às novas
tecnologias que surgem no
mercado.
Ao contrário do que ocorre no
direito civil, rígido no tocante às
INFORMALISMO formalidades, o direito empresarial
tem por característica ser informal,
em razão da própria dinâmica
específicas das relações
empresariais.
ONEROSIDADE A atividade empresarial é
marcada por seu mercantilismo,
própria da natureza da atividade
exercida que sempre visará ao
lucro.
 FORMAL / LEGISLATIVA

 SUBSTANCIAL
AUTONOMIA
 CIENTÍFICA
 Necessidade de um Código
Comercial, reunindo todo as
normas pertinentes ao direito
FORMAL / LEGISLATIVA empresarial.

Em nosso sistema jurídico, o


direito empresarial não goza de
autonomia formal ou legislativa.
 Existência de regras e princípios
específicos pertinentes ao direito
SUBSTANCIAL empresarial.

Em nosso sistema jurídico, o


direito empresarial goza de
autonomia substancial.
 Ensino do direito empresarial nas
universidades como uma disciplina
CIENTÍFICA autônoma.

Em nosso sistema jurídico, o


direito empresarial goza de
autonomia científica.
 PRINCIPAIS

FONTES
 SECUNDÁRIAS
Representam o modo pelo qual
surgem as normas jurídicas de
natureza comercial.
FONTES

Não existe uma posição


doutrinária uniforme sobre quais
seriam as fontes do direito
empresarial.
CR/88, CC/02, COD. COM. 1850
e Leis extravagantes.

Rubens Requião: as regras de


direito civil não seriam fontes do
direito empresarial.

PRINCIPAIS Carvalho de Mendonça: as


regras de direito civil seriam fontes
indiretas ou secundárias.

Haroldo Malheiros: as regras de


direito civil seriam fontes ou
secundárias.
Analogia, costumes e princípios
gerais de direito.

Costume: prática uniforme e


constante pelas partes, mediante o
uso da boa-fé e com observância
da lei.
SECUNDÁRIAS
Assentamento: Art. 8º, VI, L.
8934/1994: “assentamento dos
usos e práticas mercantis”.

Prova testemunhal?
Ausência de assentamento:
outros meios de prova.

Contra legem: TJ-MS - AC:


74949 MS 1000.074949-9.
PROVA DO COSTUME Segundo os usos e costumes
(STJ: RESP. 877.074/RJ) dominantes no mercado de
Barretos, os negócios de gado, por
mais avultados que sejam,
celebram-se dentro da maior
confiança, verbalmente, sem que
entre os contratantes haja troca de
qualquer documento
 ESPÉCIE DE NORMA
JURÍDICA

 MANDAMENTOS DE
OTIMIZAÇÃO E DIMENSÃO DE
PESO
PRINCÍPIOS
 FUNÇÕES EFICACIAIS

 LIBERDADE DE INICIATIVA E
COMPETIÇÃO. FUNÇÃO
SOCIAL
Espécie de norma jurídica:
categorias: regras e princípios

CONSTRUÇÃO TEÓRICA Robert Alexy: mandamentos


de otimização

Dworkin: Regras (tudo ou


nada) e princípios (peso ou
ponderação).
Interpretativa: Um dispositivo legal
deve ser interpretado de acordo com
os princípios legais e constitucionais.

Bloqueadora: princípios
constitucionais podem afastar regras:
o prazo exíguo para análise de
FUNÇÕES EFICACIAIS documentos viola o devido processo
Humberto Ávila legal.

Integrativa: ausência de regra legal


poderá ser suprida pelo aplicador a
partir dos princípios. Abrir prazo para a
parte adversa se manifestar sobre
documentos,
Liberdade de iniciativa
PRINCÍPIOS
Direito Empresarial
Liberdade de competição
Função social da empresa
 ORIGEM

EVOLUÇÃO  HISTÓRIA

 TEORIAS
Antiguidade: Código de Hamurabi
Idade média: Corporações de ofício
ORIGEM
Tempos modernos: era dos
códigos comerciais.
CORPORAÇÕES
DE OFÍCIO

TEORIA DOS
ATOS DE
COMÉRCIO

TEORIA DA
EMPRESA
(I) O direito comercial era aplicado apenas aos
comerciantes matriculados nas corporações de
ofício;
SISTEMA DAS
CORPORAÇÕES (II) O poder da Burguesia aumenta e esse direito
DE OFÍCIO especial acaba sendo estendido para pessoas que
não seriam comerciantes (a burguesia passa a
(SUBJETIVO) ser o governo da sociedade urbana);

(III) com a idade moderna, esse direito passa a ser


regulado por leis estatais, aplicadas por tribunais
especiais e, posteriormente, por tribunais comuns.
(I) expansão do direito dos comerciantes para
industriais (é a industrialização do direito
mercantil);

SITEMA DOS (II) qualquer pessoa poderia realizar o ato de


ATOS DE COMÉRCIO comércio, mesmo sem registro em qualquer
corporação, que foram extintas;
(OBJETIVO)
(III) ocorreu a estatização do direito mercantil, pois
o Estado passa a criar as regras do direito
comercial;

(IV) Brasil adotou o sistema dos atos de comércio


no Código de 1850 e o Regulamento 737 de 1850
enumerou os atos de comércio.
(I) O direito mercantil passa a ser
expandido para outros profissionais que
outrora estavam excluídos do sistema
SITEMA DOS objetivo: prestadores de serviços;
ATOS DE EMPRESA
(SUBJETIVO MODERNO) (II) O conceito de empresário é mais
abrangente que o de comerciante;

(III) é necessário organizar uma atividade


do ponto de vista econômico para que
exista a empresa e, por consequencia, o
empresário.
SUBJETIVO: a empresa se confunde com
o empresário.

PERFIS DE EMPRESA OBJETIVO: a empresa se confunde com o


(Alberto Asquini) estabelecimento

FUNCIONAL: a empresa é uma atividade

INSTITUCIONAL: representa a união do


empregador e os seus empregados.
EMPRESA: É uma atividade
economicamente organizada pelo
empresário, para a produção e circulação
de bens, produtos ou serviços.

EMPRESA FATORES DE PRODUÇÃO: capital,


trabalho, tecnologia e insumos.

PROFISSIONALISMO: é necessário ser a


fonte de subsistência do empresário.

ARNOLDO WALD: é a célula fundamental


da economia de mercado.
“A evolução da empresa representa, na
realidade, um elemento básico para a
compreensão do mundo
contemporâneo.
ARNOLD WALD
Do mesmo modo que, no passado,
tivemos a família patriarcal, a paróquia, o
Município, as corporações profissionais,
que caracterizam um determinado tipo de
sociedade, a empresa representa, hoje, a
célula fundamental da economia de
mercado”.
EMPRESÁRIO (ART. 966 CC): Considera-
se empresário quem exerce
profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a
EMPRESÁRIO circulação de bens ou de serviços.

PESSOA FÍSICA: empresário individual

PESSOA JURÍDICA: sociedade


empresária ou EIRELI.
ART. 966, § ÚNICO, CC: não será empresário
quem exerce atividade intelectual, de natureza
literária, científica ou artística, ainda que através
de colaboradores, salvo se o exercício da
QUEM NÃO SERÁ profissão constituir elemento de empresa.
EMPRESÁRIO?
COOPERATIVA: Art. 982, § único, CC.

PRODUTOR RURAL: Art. 971 do CC.

SOCIEDADE DE ADVOGADOS: Estatuto da OAB.

ASSOCIAÇÕES CIVIS E FUNDAÇÕES


I- As sociedades simples, tal como as
cooperativas, não se encontram no âmbito de
COOPERATIVA incidência do procedimento de recuperação
(TJMG - AI: 1.0019.12.000471-8/001) judicial previsto na Lei nº 11.101/2005,
porquanto não se enquadram no conceito do
art. 1º da referida norma, razão pela qual não
lhe são deferidos os benefícios da
Recuperação Judicial.
A 4ª turma do STJ fixou marco temporal
definidor dos créditos submetidos aos efeitos
de recuperação judicial em favor de produtor
rural que exerce atividade empresária.

PRODUTOR RURAL O precedente foi fixado no julgamento


(STJ RESP: 1.800.032-MT)
envolvendo o Grupo JPupin, e tratou da
inclusão na recuperação judicial de débitos
contraídos por produtor rural como pessoa
física (antes de sua inscrição na Junta
Comercial). As dívidas do grupo superam R$
1,3 bi....
O produtor rural, pessoa natural ou jurídica, na
ENUNCIADO 97 DA 3ª ocasião do pedido de recuperação judicial, não
JORNADA DE DIREITO precisa estar inscrito há mais de dois anos no
COMERCIAL DO CJF Registro Público de Empresas Mercantis, bastando
a demonstração de exercício de atividade rural por
EMPRESÁRIO RURAL esse período e a comprovação da inscrição anterior
ao pedido.
 OBJETIVA
TREINAMENTO
AULA 01
 DISCURSIVA
(CESPE – Promotor de Justiça – AC/2014) Considerando a
evolução histórica do direito empresarial, assinale a opção
correta.

A) A teoria dos atos de comércio foi adotada, inicialmente, nas


feiras medievais da Europa pelas corporações de
comerciantes que então se formaram.

B) A edição do Código Francês de 1807 é considerada o


marco inicial do direito comercial no mundo.
C) Considera-se o marco inicial do direito comercial brasileiro a
lei de abertura dos portos, em 1808, por determinação do rei
Dom João VI.

D) É de origem francesa a teoria da empresa, adotada pelo


atual Código Civil brasileiro.

E) O direito romano apresentou um corpo sistematizado de


normas sobre atividade comercial.

GABARITO: LETRA “C”


1. A associação universitária ULBRA, associação civil sem fins
lucrativos constituída em 10.01.1980, para a prestação de serviços de
ensino superior, após consultar escritório especializado em
reestruturação empresarial, promove a sua transformação em
sociedade anônima. Este processo de alteração de sua estrutura
jurídica foi concluído em 20.11.2019, passando a adotar o nome
empresarial Cia de Educação Superior Ulbra. Em 15.12.2019 a Cia de
Educação Superior Ulbra postula a sua recuperação judicial. Nessa
hipótese, considerando o contexto do enunciado, seria possível deferir
o processamento da recuperação judicial?

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