Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Direito:
Conjunto de regras sociais que regulam a vida em sociedade.
Tem coercibilidade, isto é, a suscetibilidade do uso da força em momentos de
sanção (consequência desfavorável); é o que distingue o Direito das outras
ordens sociais normativas
Uma Ordem social normativa pode ser mais do que apenas a jurídica tais como:
Religião
Ética
Moral
Trato social
Uma norma é uma disposição geral (nº indeterminado de sujeitos) e abstrata (nº indeterminado
de casos) e está formulada para toda a pessoa que se coloca numa situação.
NOTAS:
Justiça privada: só é possível em situações de legítima defesa ou estado de necessidade
GNR: braço legítimo do Estado para a garantia da Democracia
Pessoas singulares:
Para se ser pessoa, tem que se ter personalidade jurídica (suscetibilidade de direitos e
obrigações que se adquire no momento do nascimento completo e com vida- é um
conceito qualitativo- ou temos ou não temos)
O Direito também atribui personalidade jurídica a outras entidades:
O ESTADO é uma entidade porque também tem personalidade jurídica, mas é uma
Pessoa Coletiva de Direito Público
o Pode atuar ao abrigo do Direito Público, mas também do Direito Privado
o Ao atuar com o Direito Público, o estado esta numa posição de autoridade- o
particular encontra-se numa posição de infra ordenação perante o Estado. O
Estado é detentor de certos privilégios ao abrigo do Direito Público.
o Ao atuar ao abrigo do Direito Privado, o Estado está numa situação de
paridade- o Estado ou as entidades públicas aparecem investidas de posição
paritária: estabelecem a relação jurídica em posição igual.
Aula 08/03
Então o Estado é uma pessoa, uma entidade com personalidade jurídica, é uma pessoa coletiva
de Direito Público. Nós indivíduos somos pessoas singulares com Direito Particular.
GNR, PSP, reitores das universidades públicas: Atuam em Direito Público em situações de infra
ordenações e disparidades. Mas pode haver situações que ocorra Direito privado de paridade
(exemplo de uma pessoa da universidade publica ir comprar uma caneta numa papelaria
encontra-se em situação de paridade)
O Estado e as instituições públicas vão puder atuar do dia a dia ao abrigo do Direito Público
(imparidade) e Direito Privado (paridade)
Exemplo: Se o estado quer comprar um terreno a uma pessoa estão numa situação de paridade e
caso a pessoa negue a venda o Estado não pode fazer nada. Na situação de o estado querer
construir uma autoestrada num terreno de uma pessoa pode fazê-lo indemnizando a pessoa
mesmo está não querendo pois está diante o Direito Público.
Judicial
o Poder judicial compete aos Tribunais
o Administração da justiça através da justa composição de litígios (“justa compu
litigium”), litígios que vão ser resolvidos ou diminuídos
o Administrar a Justiça: Artigo 202º. CRP
o Acórdãos (Decisão a partir de juízes- tribunal coletivo) e ds (decisões
individuais- Tribunal singular) são as formas jurídicas da função judicial de
como dirimir litígios
o Estas decisões são obrigatórias Artigo 205º. nº2 CRP
o Existem vários tipos de tribunais- Organização Judiciária Portuguesa Artigo
209º. CRP
o TRIBUNAIS CONSTITUCIONAIS: administra a justiça constitucional,
verifica se as leis são constitucionais. Sede em Lisboa, existe apenas 1,
composto por 13 juízes
o TRIBUNAIS JUDICIAIS (comuns): genericamente, julgam tudo.
1º Instância- Tribunais de Comarca
2º Instância- Tribunais de Relação
3º Instância- Supremo Tribunal de Justiça
Administrativa
o O Governo é o único órgão que exerce a função administrativa do estado e
traduz-se na satisfação regular e continua das necessidades coletivas
(segurança, cultura e bem-estar)
o Formas jurídicas da atuação da Administração Pública e de prossecução da
atividade administrativa:
Regulamento administrativo
Ato Administrativo
Contrato Administrativo
GOVERNO:
9 Artigo 182º.- O Governo não está dentro de outras pessoas coletivas por isso é o órgão
superior de administração pública, mas faz parte do Estado (quer dizer que está numa
posição ímpar relativamente aos outros órgãos, o que não significa que é o superior
hierárquico de todas as estruturas). Encontra-se dentro de uma pessoa coletiva que é o
Estado, está num patamar que mais nenhum órgão está.
Aula 15/03
A função legislativa faz parte do Princípio da separação de poderes (art.º 111 da CRP)
Da função legislativa tem a suscetibilidade de aprovação dos atos legislativos, que são ato
normativo (normas gerais e abstratas), (art.º 112 da CRP):
Leis (Assembleia da República)
Decretos-lei (Governo)
Decretos legislativos regionais (Assembleias legislativas das regiões autónomas)
Exemplo: Lei orgânica do XXII (como é Decreto-lei), nos termos do nº2 do art.198º,
percebemos que é legislada pelo Governo
Qual a diferença entre os 3 poderes organizatórios, sendo que estes são explicados na ordem de
mais forte para mais fraco? Refere-se ao critério de poder que o governo exerce nesse poder.
(art.199, al. d) da CRP)
Poder de direção: À suscetibilidade de emanar ordens, isto é, comandos vinculativos,
sendo esta a ordem mais forte. O governo só exerce poderes dentro da hierarquia que só
existe dentro do estado e dentro de cada identidade.
O governo só é superior hierárquico dentro da Administração Direta do Estado.
O Estado organiza os seus serviços, chamados de ministérios como o ministério da
saúde.
Poder de superintendência: Esse poder não permite dar ordens, apenas estabelecer
fins, finalidades e orientar. O governo exerce poder sobre a Administração Indireta do
Estado, onde se inserem os institutos públicos.
Poder de tutela: É o poder mais fraco. Significa apenas controlo ou fiscalização, isto é,
nem pode orientar nem estabelecer fins. O governo exerce poder sobre a Administração
Autónoma do Estado, que são as autarquias locais (freguesias, municípios e regiões
administrativas), ordens profissionais (associações públicas) e universidades públicas.
Administração Independente (não é poder): Nenhum poder é exercido pelo governo
na administração independente do estado. Estão inseridas as autoridades administrativas
independentes de supervisão e regulação (BP, ANACOM).
Qual é o poder que o Governo exerce sobre a administração independente do estado?
Nenhum
NOTAS:
9 Para o Direito administrativo FIM é sinónimo de atribuições
9 Administração pública enquanto conceito orgânico: conjunto de estruturas, pessoas,
entidades, órgãos e serviços.
O estado não tem uma comparação maior, pelo fim que prossegue, relativamente a um
município.
O Estado organiza os seus serviços públicos como se fossem verdadeiras entidades,
chama-lhes ministérios
Aula 16/03
Na organização piramidal:
está presente a hierarquia administrativa, em que só há na administração pública e por
isso não há por exemplo órgãos de soberania pois não podem dar ordens uns aos outros.
O subalterno tem o dever de obediência, mas não tem só esse dever
A geografia dos deveres e poderes do subalterno dependem do contexto e da situação
pois menos quando expressamente restrito aos subalternos, o superior hierárquico
poderá pronunciar-se.
Em regra geral, todos os SH terão todos os poderes.
Se faltar um ou mais poderes sem ser o poder de direção, estamos perante uma
hierarquia imperfeita.
Se faltar o poder de direção a hierarquia é imprópria- estamos impropriamente a
chamar-lhe hierarquia administrativa, uma vez que nem sequer é hierarquia
administrativa, então qual é o poder? Poder de superintendência, tutela, etc.
Se estiverem todos os poderes cumulados a hierarquia é perfeita
A natureza jurídica dos Ministérios: O Estado organiza os seus serviços públicos, como se
fossem pessoas coletivas e deste modo, encontram-se sujeitos ao Princípio da Especialidade,
devendo prosseguir os fins/ atribuições para os quais foram criados.
Os órgãos da administração pública não são pessoas coletivas, mas é como se fossem
Todas as pessoas coletivas são organizadas por órgãos e serviços
Um órgão é um centro institucionalizado de poderes (órgão é um conjunto de
competências- poderes, órgãos é que têm competências ou poderes), são conjuntos
organizados de competências quando expressão uma vontade essa é atribuída à pessoa
coletiva que expressa essa vontade
São os órgãos que exercem a atividade administrativa, que podem assumir a
componente operacional, na qual são desencadeados atos materiais ou do ponto de
vista jurídico, várias formas jurídicas de atividade administrativa.
Os órgãos:
Através das suas competências vão expressar a sua vontade que é atribuída à pessoa
coletiva
Centro institucionalizado de poderes
As pessoas têm fins (atribuições)
CONCEITOS:
Órgão: realidade que permanece para além daqueles que a cada momento o ocupam.
Conjunto organizado de poderes ou competências (artigo. º 20 da CPA)
Titular: pessoa física, pessoa singular que dá expressão à vontade do órgão e vai
alterando
Cargo: vínculo jurídico que liga o titular ao órgão
EXEMPLO: órgão- comandante da AM, titular- major-general Loureiro de Magalhães,
cargo- que liga o major-general com o órgão de comandante da AM
CONCEITOS:
Validade: Perfeição jurídica. Quando não viola a lei é juridicamente perfeita. Ato
juridicamente perfeito não viola a lei em nenhum aspeto
Eficácia: suscetibilidade de produção de efeitos jurídicos ou de direito
Executoriedade: privilégio de execução prévia. A administração pública pode impor por
recurso aos meios coercivos (usando a força física) as suas próprias decisões
independentemente de prévio recurso aos tribunais. Artigo 175º da CPA
VALIDADE:
Ato ao ponto de vista do direito é perfeito juridicamente
Ao contrário pode haver atos inválidos, isto é, são imperfeitos juridicamente, ou seja,
violam a lei
Deste modo há várias formas de invalidades, sendo aplicadas 2 tipos de sanções:
o Subjetivas: vão incidir sobre sujeitos/pessoas. Ex.: se a Maria matar o Manuel é
presa
o Objetivas: incide sobre os atos. São no fundo as sanções objetivas que vão
atingir os atos quando são ilegais
Formas de Invalidade jurídica (que desencadeiam sanções objetivas):
Inexistência jurídica: o ato nem sequer existe para o direito-
sanção objetiva mais grave
Nulidade: não produz quaisquer efeitos jurídicos (art.º 162 da
CPA, art.º 36 nº2 da CPA)
Anulabilidade: produz efeitos jurídicos até ser anulado- se o ato
administrativo não for anulado continua a assentar como válido
no ato até ser anulado (art.º 163 nº1 da CPA), sanção objetiva
mais leve.
No direito administrativo português, se o ato for ilegal, regra geral, ele é anulável. (artigo 163º
da CPA). Exceção: são inexistentes ou nulos- sempre e só quando a lei disser que aquele ato é
nulo, não há nulidades por presunção, isto é, não presumimos que aquele ato é nulo, a própria
lei tem que o dizer
Artigo.º 163 da CPA- são anuláveis os atos que não forem nulos, nulidade
Artigo.º 161 da CPA- diz quais os atos que são nulos
Resumindo: Na inexistência jurídica o ato nem existe. A nulidade não produz efeitos.
Anulabilidade está prevista no artigo 163º da CPA, pois para irmos à regra temos que ir
primeiro à exceção (“Se uma determinada ilegalidade nele não estiver prevista, ou inexistir
previsão de qualquer outra lei especial, então conclui-se que essa ilegalidade gera apenas a
anulabilidade do ato administrativo”), (Pág. 214)
CONCEITOS DISTINTOS:
Eficácia: suscetibilidade de produção de efeitos jurídicos. O ato é eficaz quando produz
efeitos jurídicos. Genericamente está ligado ao nosso conhecimento das questões.
Requisitos gerais da eficácia: a publicação; a publicidade na internet; notificação aos
interessados.
Ineficácia: o ato não vai produzir efeitos jurídicos. Lei não é publicada no diário é
considerada ineficaz
Não devemos estabelecer uma relação dizendo que todos os atos válidos são eficazes ,
porque por exemplo um ato que viola a lei, pode produzir efeitos jurídicos
A invalidade jurídica do ato administrativo resulta, muitas vezes, das ilegalidades cometidas e
que se traduzem na violação de normas previstas, designadamente, no CPA.
Ato administrativo é inválido. Qual a forma de invalidade? Regra geral anulabilidade, só é nulo
se estiver previamente previsto na lei (Art.º161 da CPA)
CONCEITOS:
Pessoa: coletiva ou singular, são caracterizadas pela personalidade jurídica
(suscetibilidade de direitos e obrigações)
Órgãos: conjunto organizado de competências (artigo 20º do CPA)
o Titular: pessoa física que dá suporte à vontade do órgão
o Cargo: Vínculo jurídico que liga o titular àquele órgão
Serviços Públicos: estruturas da administração pública que ajudam a preparar as
decisões do órgão ou a executar as decisões desses órgãos. Tem função à Priori ou
Posteriori
Natureza jurídica dos Ministérios: são serviços públicos do Estado, organizados como
verdadeiras pessoas coletivas, que obedecem ao Princípio da especialidade: cada pessoa
coletiva é criada para seguir um fim
Estado: pessoa coletiva de fins múltiplos
REVISÕES:
O que define a hierarquia administrativa é o poder de direção
Dever legal de obediência
Poder ilimitado se vier de um superior hierárquico e em material de serviço
Com base nos poderes é que estabelecemos o critério para distinguir se é direta,
indireta, independente ou autónoma
Parte da administração autónoma do estado são as autarquias locais, universidades
públicas e ordens profissionais. E a sua natureza jurídica é pessoas coletivas.
Administração interna do estado: institutos públicos e empresas públicas
Municípios e freguesias são entidades do ponto de vista jurídico
Universidades públicas são do ponto de vista jurídico pessoas coletivas
Ordens profissionais: pessoas coletivas
Todas as pessoas coletivas têm personalidade jurídica
O que é a Administração pública portuguesa: Perspetiva orgânica (conjunto de
estruturas, pessoas coletivas que visam exercer a função administrativa e que
prosseguem necessidades coletivas- segurança, bem-estar e cultura) e do ponto de vista
material (sinónimo de atividade administrativa- é o domínio das formas de atividade
administrativa (regulamentos, ato e contrato administrativos))
A Assembleia da República não pode aprovar regulamentos porque não faz parte da
administração pública
Governo aprova atos legislativos na forma de decretos de lei, tem competência
legislativa. Ou regulamentos conforme a sua competência administrativa (art.182 da
CRP)
Administração pública com letra maiúscula é no sentido orgânico e administração
publica com letra em minúscula são as formas jurídicas da sua aplicação
Ao mandar alguém parar, a natureza jurídica da ordem é um ato administrativo, pois
disciplina a ação jurídica daquele titular. Dar disciplina jurídica da situação em
concreto. O ato é válido porque a vontade não é necessária
Contratos administrativo: são atos bilaterais, negócios jurídicos que prossupõem um
acordo de vontade. Um ato bilateral necessita da vontade do particular
Direito público, a parte pública está mais forte que na parte particular. Por exemplo:
empreitada de uma obra pública
Iús imperii: Quando o Estado aparece numa situação como se fosse um particular
estando o sujeito e o estado na mesma posição hierárquica
No Direito Privado não há iús imperii porque estão sempre na mesma posição, pois o
contrato de compra e venda não tem que estar por escrito, por exemplo, a compra de
uma caneta ou uma bolacha, o vendedor transmite o direito de propriedade e nós o
preço
Situações do direito privado que não estão na mesma posição, isto é a entidade
empregadora tem um pouco mais que a entidade
AULA 23/03
Quando falamos de legalidade verificamos que qualquer ato que viole a lei é ilegal
Usurpação de poderes- está a ser violada a separação de poderes
NOTAS:
9 Toda a atuação da administração pública pode ser discordando de acordo com a lei ou
não
9 A nossa ação pode ser de duas formas, vinculadas ou dependente da discricionariedade
9 Todos os vícios são jurídicos
9 Podemos discordar por mérito ou legalidade
Funções do Estado
Há uma reserva aos tribunais administrativos:
Somente controla os vícios vinculativos- os excessos da administração.
Os tribunais administrativos apenas controlam a legalidade (artigo 3º da CPTA)
Exemplo: Se temos 9 e se o professor não agiu de nada ilegal, se discordarmos é por
mérito, não podemos ir aos tribunais
Os tribunais não controlam o mérito, porque é uma garantia da AP, só é apenas da AP-
não geram formas de invalidade porque não são jurídicos
Em Portugal não existem atos totalmente discricionários, mas podemos encontrar atos
totalmente vinculados
Quando a AP emana um ato administrativo tem como uma matriz para analisar essa decisão
(validade):
Temos de analisar a:
o Competência
o Fim
o Forma e formalidades
o Conteúdo do ato
COMPETENCIA E FIM SÃO SEMPRE ELEMENTOS VINCULADOS
A competência (poderes) e fim (elemento teológico, praticar o ato com um fim) resulta
sempre da lei. Lei é fonte de competência e fim.
O máximo da discricionariedade é o mínimo da vinculação, é os atos estarem
vinculados com competência e fim
EXEMPLO: No Direito Privado está implícito a pessoa singular em que tudo o que não
é proibido é permitido, princípio da liberdade
Artigo 36º, nº1 da CPA: Todos os outros elementos podem ser nuns casos vinculados ou
discricionários, depende se a lei vincular ou não. Se a lei disser que determinado ato tem que ter
uma forma é porque não há discricionariedade
Administração pública portuguesa:
Constituída por pessoas coletivas, o estado e outras pessoas coletivas (BP,
universidades públicas, região autónoma da madeira...)
O governo encontra-se dentro do Estado
O estado e as outras pessoas coletivas são integradas por órgãos e serviços.
O estado tem a particularidade de organizar os seus serviços- os ministérios (como se
fossem verdadeiras pessoas coletivas, princípio da especialidade
Incompetência Absoluta:
Vício do ato administrativo que ocorre sempre que um órgão de uma pessoa coletiva de
Direito Público ou de um ministério pratica um ato que é de outra pessoa coletiva ou
ministério, respetivamente Nota: Todos
Ato ilegal, inválido os vícios
Ato nulo (artigo 161, nº2, al. b) da CPA) geradores de
nulidade, faz
Violação das atribuições ou fins das entidades ou ministérios com que o ato
Afronta o princípio da especialidade das entidades e não da separação de poderes não provoque
qualquer
efeito jurídico
Incompetência Relativa:
Ocorre o vício dentro da mesma pessoa ou do mesmo ministério, em que o órgão de
uma pessoa coletiva ou de um ministério pratica um ato administrativo que se integra na
competência de outro órgão da mesma pessoa coletiva ou do mesmo ministério
Vício orgânico, ilegal e inválido
Vicio anulável, produz efeitos jurídicos até ser anulado (artigo 163º, nº2 do CPA)
Não há violação do princípio da especialidade, mas sim do princípio da legalidade da
competência
Incompetência Negativa:
Quando um órgão que tem uma competência renuncia-a
Ato nulo (artigo 36º, nº2 do CPA)
Quem tem o poder pode também exercer competência de renúncia de competência
CONCEITO:
Eficácia: vem da suscetibilidade de produção de efeitos: conhecimento, documentos,
investigação. Tem haver com o conhecimento. Por exemplo: as leis são publicadas no
diário da república de modo a serem eficazes
AULA 29/03
Vícios orgânicos: Usurpação de poderes é o mais grave. Ocorre quando no exercício da função
administrativo, temos um órgão que pratica um ato administrativo que integra no exercício da
função legislativa ou jurisdicional
Pratica um ato de outro órgão ou ministério é uma incompetência absoluta, e está a ser violado o
princípio da especialidade das pessoas coletivas
Artigo 199º da CRP: Para sabermos onde inserir uma identidade pública
CONCEITOS:
Decisão: tomada de posição por um órgão singular, por um órgão que tem apenas um
titular (exemplos: PR, PM, presidente da câmara)
Deliberar: órgão colegial, por um órgão que tem vários titulares e vários membros
(câmara, assembleias)
Válidos: são juridicamente perfeitos
Governo é o único que pode aprovar regulamentos porque faz parte da administração pública
AULA 30/03
EFICÁCIA:
Por exemplo num ataque á república, se um polícia falar ao microfone para a população
dispersar, isto vai permitir eficácia.
Um ato é válido e ineficaz, pois ainda não foi comunicado
Eficácia é dar efeitos ao ato
Exemplo:
Durante um ataque á assembleia da república pelo povo, foi executado um ato administrativo
por parte dos superiores hierárquicos da GNR, tendo lhe sido dado eficácia ao oficial ter
comunicado à população para dispersar. A ordem não foi executada por parte do povo e então
foi aplicado o privilégio da execução prévia.
CONCEITOS:
Vício formal: tem haver com a forma, revestimento externo: se é uma lei, decreto-lei...
Vício material: é tudo o que é geral e abstrato, com o teor/conteúdo da decisão
Vício: desvio de poder para fins de interesse público e privado, é o vício que está
relacionado com o fim (para que é que nós temos aquele poder, para que finalidade nos
dá aquele poder?). Era o que dizia o artigo 19º da LOSTA: “Quando o motivo
principalmente determinante para a prática do ato não coincidem os fins legais”
Vício de forma:
Sempre que á desrespeito das regras da forma ou formalidades previstas na lei
A forma é o revestimento externo do ato administrativo (forma externa)
Formalidades são requisitos que têm que ser cumpridos no procedimento administrativo
Este vicio pode gerar nulidade (artigo 161º, nº2, al. g), h) ou l) do CPA) ou
anulabilidade (artigo 163º do CPA)
Fundamentação é o vício de forma e causa anulabilidade
REVISÃO:
Competência discricionária: presente na administração pública
Vícios de legalidade
Vícios de discricionariedade: vicio de inoportunidade ou inconveniência
Vícios de mérito: não são jurídicos
Tribunais administrativos não controlam os vícios de mérito (art.º 3º da CPDA)
Os tribunais só controlam a legalidade não o mérito. Só vai olhar essa questão se foi
decidido ilegalmente
Existem vários tipos de pessoas coletivas: são pessoas coletivas públicas que exercem as
funções no Estado.
Tipologia:
o Pessoas coletivas de base territorial e populacional: o substrato (base, o que está na
origem) das entidades é um território e uma população: O estado, as regiões autónomas
dos Açores e da Madeira e as autarquias locais. Há um território de uma população.
Exemplo: Município da Almada
o Pessoas coletivas de base institucional: o seu substrato é um instituto público: empresas
públicas (CGD), institutos públicos
o Pessoas coletivas de base associativa: tem por base o conjunto de pessoas, são as
associações públicas. Dentro destas há várias: associações públicas de entidades
públicas (associações de municípios) ou associações de entidades privadas (ordens
profissionais: ordem dos médicos).
o Pessoas coletivas de base funcional: tem por base o património. A massa patrimonial é
que tem personalidade jurídica
A Delegação de poderes é um instituto jurídico- previsto nos artigos 44º e ss. do CPA- e que
permite um órgão que era originalmente titular de determinada competência, a delegue noutro e
que este outro a exerça.
REQUESITOS DA DELEGAÇÃO DE PODERES:
• Lei Habilitante (LH)
• Delegante (Dte- procede a delegação)
• Ato jurídico permissivo (ato administrativo/ de delegação de poderes)
• Delegado (Ddo- recebe a delegação)
SUBDELEGAÇÃO DE PODERES
Lei Habilitante:
Ou diz que aqueles poderes podem ser subdelegados
Ou que não podem ser subdelegados
Ou é omissa- caso em que se admite que sejam subdelegados, por causa do artigo 46º
CPA (“salvo disposição legal em contrário”)
Delegante
Ato jurídico permissivo
Ou autoriza expressamente a subdelegação
Se proibir ou for omisso não pode haver subdelegação
Delegado
Ato jurídico permissivo (2): pratica um ato jurídico permissivo de subdelegação de poderes
Subdelegado
AULA 04/05
TIPOS DE ÓRGÃOS:
• Órgãos
o Singulares: composto apenas com um titular (cmdt da Guarda, PM).
o Colegiais/coletivos: pode atuado duas formas por mais do que um titular
• Órgãos:
o Temporários: exercem a sua competência num período temporário e delimitado
(júris de concurso, comissão de recrutamento da AM)
o Permanente: Atividade exercitada interruptamente, de forma contínua no tempo
Existem vários tipos de órgãos e outras tipologias- por exemplo: ativos, controlo
ÓRGÃOS COLEGIAIS
São órgãos formados por vários titulares
Um PR tem a legalidade de colocar em causa os PR dos órgãos dos colegiais por exemplo ao
designar uma competência.
Reuniões:
• Ordinárias: correspondem às reuniões que se encontram no plano regular de
funcionamento dos órgãos
• Extraordinárias: correspondem às reuniões que se encontram fora do calendário
normal de funcionamento do órgão
A 1º deliberação é aprovada por 2/3- se for rejeitada não é inscrita na ordem de trabalhos e se
for aprovada passa a ser inscrita passando a ser um novo ponto da ordem do dia
o O princípio garante que só podem ser tomadas deliberações sobre os assuntos inscritos
na ordem de trabalho ou dia da reunião, fora isso, se não estiver essa deliberação é
ilegal
o Se tratar de uma reunião ordinária- nunca extraordinária- a lei admite que se possam
tomar deliberações sobre outros assuntos que não estão na ordem de trabalho desde que
2/3 dos membros do órgão reconheçam (artigo 26, nº2)
o É necessária uma 1º deliberação que tem de ser aprovada por 2/3 dos membros dos
órgãos e a deliberação só vai nesse sentido de inscrever ou não o assunto na ordem do
dia. Passando a estar inscrito se houver ou não 2/3 de aprovação
Artigo 27º do CPA: Regra geral, as reuniões dos órgãos administrativos não são públicas (nº1)
• Algumas reuniões das câmaras municipais são publicas (nº2)
• Existem algumas situações que os assistentes podem participar na reunião pública (nº3)
Artigo 28º do CPA: Formas de sanar as ilegalidades- só quando todos os membros dos órgãos
compareçam à reunião.
AULA 11/05
• Órgão temporário: exerce as suas competências num período limitado de tempo (ex.:
júri de concurso; comissão de recrutamento)
• Órgão permanente: exerce as suas competências ininterruptamente no tempo (ex.:
Cmdt-Geral da GNR; CEME)
• Órgão singular: Composto por um único titular, emite uma decisão (Cmdt AM)
• Órgão colegial (coletivo): composto por vários titulares, delibera (conselho de
ministros)
Artigo 21º CPA: Regime jurídico de funcionamento dos órgãos colegiais
9 Como expressam a sua vontade?
QUÓRUM: nº mínimo de membros que têm que se encontrar presentes para que a reunião possa
funcionar ou deliberar validamente.
De funcionamento
Deliberativo
Qual é o da AP?
9 O regime regra é 50% +1 (art.º 32) e, se a lei prever 2 distintos, o mais exigente é o
deliberativo
Artigo 30º CPA: Proibição da abstenção para os órgãos consultivos (ser consultados,emitir
pareceres/opiniões) e órgãos deliberativos com poderes consultivos
Remissão artigo 91º CPA
PARECERES:
Obrigatórios: Quando a lei impõe que o parecer tem que existir
Facultativos: existe, mas não é obrigatório
o Quando existir referência a um parecer e nada mais disser: artigo 91º, nº2 CPA- regra
o Obrigatório, mas não vinculativo: tem de ser pedido, mas não tem de ser
seguido
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-
EXEMPLO: se, para autorizar uma licença de construção a Câmara Municipal tinha que pedir
um parecer aos bombeiros, mas não o fez. Quid iuris?
VICIO DE FORMA
E se a lei disser expressamente que o parecer é vinculativo. Qual a consequência para o ato?
O ato é INVÁLIDO- violação da lei- anulável art. 163º CPA
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-
FORMAS DE VOTAÇÃO
Artigo 31º CPA- 2 formas de votação
o Votação Nominal: Fica a saber-se quem votou e o sentido do voto de cada
membro (sentido de voto de cada membro)
o Escrutínio Secreto: Não se sabe o sentido do voto
MAIORIAS
Artigo 32º CPA
o Absoluta: 50% + 1: maioria regra na AP
o Relativa (simples): pluralidade de votos (mais votos num sentido do que
noutro) não contando as abstenções para o apuramento da maioria
o Qualificada: é superior à maioria absoluta, é uma maioria agravada, quando a
lei o exija. (2/3, 3/5, 4/5)
E SE EMPATAR?
9 Forma de solucionar o empate- artigo 33º CPA
REGRA: Nas situações de votação nominal
9 O presidente tem voto de qualidade: significa que o Presidente vota desde o início.
Exemplo: um assunto vai a votação e tem 5 votos a favor e 5 votos contra- ganha a metade
em que o presidente votou.
No entanto, HÁ EXCEÇÕES:
9 Voto de desempate: o presidente não vota de início, só votando se houver empate (se
não houver empate, o presidente nunca vota)
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-
EXEMPLOS: CML= 17 Membros- 16 vogais e 1 presidente
5 aprovaram uma deliberação.
QUID IURIS?
E se decidir aprovar por maioria relativa (simples) quando da maioria legal exigível é a maioria
absoluta (que é, aliás, a maioria regra na AP?)
o Ato inválido
o Vício de forma (desrespeito pela maioria legal)
o Ato nulo ( art.º 161, nº2, al. h) + art.º 162º)
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-
AULA 24/05
Votação:
Nominal
Escrutínio secreto
ATA DE REUNIÃO
Artigo 34º CPA
Síntese do que se passou numa reunião de um órgão colegial
Nº 2: inovação= os membros não precisam de assinar a ata, só de a aprovar
Nº3: alteração 2015= veio solucionar um problema que sucedia quando um membro não
estivesse presente na reunião- agora: não participa na aprovação da ata
Nº6: se for tomada uma deliberação, só se torna eficaz (suscetibilidade de produção de
efeitos jurídicos) depois da ata ser aprovada ou depois de assinadas as minutas
(sintéticas- atas mais simples utilizadas para quando se pretende que ganhe logo
eficácia)
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
EXEMPLO:
1º deliberação: aumento € dos cadetes -- aprovação da ata
2º deliberação: extrato de ata que já foi aprovada- minuta sintética- para que ganhe eficácia,
produza logo efeitos—depois, tem que se reproduzir na 1º ata- se não, a minuta perde eficácia
(Basicamente o que acontece é que quando estamos numa reunião vai ser feitas deliberações
relativos a diversos pontos e no fim vai sair uma ata, mas se temos uma deliberação que
queremos que seja eficaz mais rapidamente faz se uma segunda deliberação sobre esse mesmo
tema e essa votação será sobre o estrato de ata que faz com que essa deliberação ganhe eficácia
e será mais rapidamente processada, em vez de ter de se esperar 3 meses para que a ata seja
aprovada)
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-
VOTO VENCIDO
Artigo 35º CPA
Naquela deliberação, a maioria votou num sentido. Aqueles que perderam (ficam
vencidos) podem fazer declaração de voto vencido (isto é, votarmos noutro sentido e
votarmos vencidos e justificarmos o nosso voto)
Desse modo, ficam exonerados da responsabilidade que da aprovação advenha (apenas
se fizerem a declaração)
COMPETÊNCIAS
Artigo 36º CPA
1º Característica: VINCULATIVA (a origem da competência- resulta da lei)
o Princípio da legalidade da competência (para o Direito público)
o Princípio da liberdade (para o Direito privado)
2º Característica: IRRENUNCIÁVEL
3º Característica: INALIENÁVEL
PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE
Artigo 9º CPA
Intimamente relacionado com a questão de ser isento (livre/dispensado)
Quando analisamos a FA e a FJ, percebemos que são 2 figuras com características diferentes:
Em termos macro,
o FA= Ativa
o FJ= Passiva
o Isto deve-se ao facto de que nos termos do artigo 53º do CPA, a AP pode dar
início a um procedimento administrativo oficiosamente. Pelo contrário, os
tribunais necessitam de um impulso processual externo (os sujeitos em litígio
têm que levar ao conhecimento dos tribunais os factos) para que se inicie um
procedimento
o FA= Parcial
o FJ= Imparcial
o No exercício da função administrativa, enquanto função do Estado, quando há
necessidade de optar entre o interesse público e o interesse privado, prevalece o
interesse público. Diferente de toda a conduta do dia a dia em que todos os
membros da AP se encontram vinculados- princípio da imparcialidade
(decorrência constitucional do princípio da igualdade- art.º 6º)
Nos casos de impedimento (artigo 69º- casos tipificados) há uma proibição direta e imediata de
intervir no procedimento administrativo
o Ex.: relações familiares: fontes de vínculos familiares
o Casamento: contrato civil entre 2 pessoas singulares que decidem viver em
comum)
o Parentesco: vínculo que une uma pessoa a outra em função de uma descender
de outra ou de ambas descenderem de um progenitor comum
o Adoção: é o vínculo que faz com que os laços que se criam sejam em tudo
similares às relações de filiação natural
o Afinidade: vínculo que une o cônjuge aos parentes do outro cônjuge)
AULA 25/05
Conceitos:
o União de Facto: não faz com que exista família jurídica, mas é relevante para o artigo
69º CPA, constituindo também um impedimento
o Economia comum: morar junto, partilhar casa, etc.
o Tutela: casos do maior acompanhado (demência, cegueira...) - pessoas que não são
capazes de gerir convenientemente os seus bens
o Impedimento dirimentes absolutos: casos em que aquela pessoa não pode casar com
nenhuma outra (menos de 16 anos, demência notória...)
o Impedimentos dirimentes relativos: casos em que determinada pessoa não pode casar
com outra em concreto
Em suma,
Impedimento= garantia procedimental de imparcialidade
1º- Dever de comunicação ao superior hierárquico ou ao presidente do órgão colegial (art.º 70,
nº1), se não for cumprido, constitui falta grave para efeitos disciplinares (art.º 72, nº2)
- competência para declarar o impedido (art.º 70, nº4): superior hierárquico ou presidente do
órgão colegial
-Se o presidente for o impedido deve comunicar ao conselho (art.º 70, nº5)
2º- Efeitos da arguição do impedimento= suspensão da atividade (que não desonera o impedido
de atos urgentes ou inadiáveis, ato que deverá depois ser ratificado)
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-
EXEMPLO:
General aprova uma licença de maternidade da sua esposa, que trabalhava na mesma unidade
Se praticar este ato com impedimento e não comunicar ao seu superior hierárquico?
Violar a lei= ato ilegal
Nulo ou anulável?
Se não se encontrar no artigo 161º, é anulável (art.º 163) porque essa é a regrea
+ art.º 76º, nº1 – dever de comunicar ao superior hierárquico
o Falta grave para efeitos disciplinares
Ato inválido
Ato anulável nos termos gerais (artigo 163º CPA) - como ninguém podia negar aquela
autorização (artigo 163º, nº5, al.a)), os efeitos anulatórios não se vão aplicar porque o
conteúdo da decisão é vinculado
o Todas as mulheres têm o direito de pedir licença de maternidade
Diferente de pedir férias em agosto, em que há outro conteúdo possível, outras opções,
que se inserem na margem de livre apreciação (discricionariedade) em que a decisão
não é totalmente vinculada
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-