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Aula 07/03

Direito:
 Conjunto de regras sociais que regulam a vida em sociedade.
 Tem coercibilidade, isto é, a suscetibilidade do uso da força em momentos de
sanção (consequência desfavorável); é o que distingue o Direito das outras
ordens sociais normativas

Uma Ordem social normativa pode ser mais do que apenas a jurídica tais como:
 Religião
 Ética
 Moral
 Trato social

Uma norma é uma disposição geral (nº indeterminado de sujeitos) e abstrata (nº indeterminado
de casos) e está formulada para toda a pessoa que se coloca numa situação.

NOTAS:
 Justiça privada: só é possível em situações de legítima defesa ou estado de necessidade
 GNR: braço legítimo do Estado para a garantia da Democracia

Artigo 112º. Da CRP


9 Quais as leis, Decretos-lei e Decretos legislativos regionais
9 A Lei é legislada pela Assembleia da República
9 Os Decretos-Lei são legislados pelo Governo
9 Os Decretos legislativos regionais são legislados pela Assembleia legislativa das
regiões autónomas

Artigo 112º, nº2 Da CRP


9 A Lei e o Decreto-Lei têm o mesmo valor

O Direito Internacional Público rege as relações internacionais, as relações que se estabelecem


entre os Estados no âmbito da comunidade internacional (acordos, tratados)
O Direito Interno ocorre dentro das fronteiras do Estado, isto é, o Direito Nacional
O Direito Nacional pode ser:
 Direito Privado: que se refere a partes na mesma posição (paridade), relações de que o
Estado não está excluído- relação sinalagmática (2 eixos), ex. compra e venda- como o
Direito de família ou o Direito de Propriedade
 Direito Público: Onde ocorre em momentos de disparidade, corresponde aquele em que
as autoridades públicas aparecem na relação jurídica revestidos do seu poder de
autoridade (iús imperii), como no Direito Administrativo, Direito Penal ou Direito
Constitucional.
As Autoridades Públicas que têm o direito de autoridade (Iús imperii- Poder de
autoridade, isto é, poder soberano do Estado) que é frequente em momentos de
Disparidade como é o caso da expropriação

Pessoas singulares:
 Para se ser pessoa, tem que se ter personalidade jurídica (suscetibilidade de direitos e
obrigações que se adquire no momento do nascimento completo e com vida- é um
conceito qualitativo- ou temos ou não temos)
O Direito também atribui personalidade jurídica a outras entidades:
 O ESTADO é uma entidade porque também tem personalidade jurídica, mas é uma
Pessoa Coletiva de Direito Público
o Pode atuar ao abrigo do Direito Público, mas também do Direito Privado
o Ao atuar com o Direito Público, o estado esta numa posição de autoridade- o
particular encontra-se numa posição de infra ordenação perante o Estado. O
Estado é detentor de certos privilégios ao abrigo do Direito Público.
o Ao atuar ao abrigo do Direito Privado, o Estado está numa situação de
paridade- o Estado ou as entidades públicas aparecem investidas de posição
paritária: estabelecem a relação jurídica em posição igual.
Aula 08/03

O Estado é Polissémico, isto é, tem vários significados.


Sempre que estejam
Iús Tractus: Tratados internacionais
presentes os 3
Iús Belli: Faculdade de fazer guerra
atributos é um Estado
Iús Legatonis: Embaixador, repúblicas diplomáticas
Soberano

Na comunidade internacional o direito que rege é o Direito Internacional

Para o Direito Administrativo interessa-nos a perspetiva interna:


9 O Estado é uma entidade, uma pessoa que tem personalidade jurídica

Então o Estado é uma pessoa, uma entidade com personalidade jurídica, é uma pessoa coletiva
de Direito Público. Nós indivíduos somos pessoas singulares com Direito Particular.

GNR, PSP, reitores das universidades públicas: Atuam em Direito Público em situações de infra
ordenações e disparidades. Mas pode haver situações que ocorra Direito privado de paridade
(exemplo de uma pessoa da universidade publica ir comprar uma caneta numa papelaria
encontra-se em situação de paridade)

O Estado e as instituições públicas vão puder atuar do dia a dia ao abrigo do Direito Público
(imparidade) e Direito Privado (paridade)

Exemplo: Se o estado quer comprar um terreno a uma pessoa estão numa situação de paridade e
caso a pessoa negue a venda o Estado não pode fazer nada. Na situação de o estado querer
construir uma autoestrada num terreno de uma pessoa pode fazê-lo indemnizando a pessoa
mesmo está não querendo pois está diante o Direito Público.

O Estado tem várias funções sendo as principais:


 Legislativa
o Responsável pela aprovação de atos legislativos (Artigo 112º. nº1 CRP):
 Lei (Assembleia da República)
 Decreto-Lei (Governo)
 Decreto Legislativos Regionais (Assembleia Legislativas das Regiões
autónomas)
o São todas leis em sentido material, o que altera é o critério da autarquia que
aprova
o As leis e os decretos-lei têm o mesmo valor, podem revogar um ao outro, mas o
que é mais importante é aquele que saiu há menos tempo, ou seja, o mais
recente.
o Sempre que estudamos elenco fechado (3 atos legislativos) esse elenco está
sujeito ao Princípio de Tipicidade (artigo 112º da CRP) isto é, são aqueles e não
há mais.
o Artigos 161, 164 e 165 da CRP – AR exclusiva competência
o Artigos 183, nº3 e 198º, nº2 da CRP- Governo: Competência legislativa
exclusiva do executivo na sua organização e funcionamento
o Artigos 192, nº2 e 183 nº3 da CRP – Organização e funcionamento é a
exclusiva competência legislativa do governo

 Judicial
o Poder judicial compete aos Tribunais
o Administração da justiça através da justa composição de litígios (“justa compu
litigium”), litígios que vão ser resolvidos ou diminuídos
o Administrar a Justiça: Artigo 202º. CRP
o Acórdãos (Decisão a partir de juízes- tribunal coletivo) e ds (decisões
individuais- Tribunal singular) são as formas jurídicas da função judicial de
como dirimir litígios
o Estas decisões são obrigatórias Artigo 205º. nº2 CRP
o Existem vários tipos de tribunais- Organização Judiciária Portuguesa Artigo
209º. CRP
o TRIBUNAIS CONSTITUCIONAIS: administra a justiça constitucional,
verifica se as leis são constitucionais. Sede em Lisboa, existe apenas 1,
composto por 13 juízes
o TRIBUNAIS JUDICIAIS (comuns): genericamente, julgam tudo.
 1º Instância- Tribunais de Comarca
 2º Instância- Tribunais de Relação
 3º Instância- Supremo Tribunal de Justiça

TRIBUNAIS ADMINISTRATIVOS E FISCAIS:



ST Supremo Tribunal Administrativo (STA)
A Tribunais Centrais Administrativos (TCA) ou
2º TCA Tribunais Tributários de 2º Instância
1º TAC Tribunais Administrativos de Círculo (TAC) ou
Tribunais Tributários de 1º Instância

o Tribunais de contas: Lisboa com secções na Madeira e Açores


o Tribunais Militares: só existem em tempo de guerra
o Tribunais Arbitrais
o Tribunais de Paz

 Administrativa
o O Governo é o único órgão que exerce a função administrativa do estado e
traduz-se na satisfação regular e continua das necessidades coletivas
(segurança, cultura e bem-estar)
o Formas jurídicas da atuação da Administração Pública e de prossecução da
atividade administrativa:
 Regulamento administrativo
 Ato Administrativo
 Contrato Administrativo

Órgãos de Soberania (Artigo 110º. da CRP):


 Presidente da República: não exerce nenhuma das 3 funções, é um árbitro
moderador
 Assembleia da República: função legislativa
 Governo: função legislativa e administrativa (único com 2 funções diferentes)
 Tribunais: função judicial

Quem exerce a função administrativa?


 É o corpo, que corresponde à Administração Pública Portuguesa, da qual faz parte do
Governo

Como se organiza a Administração Pública Portuguesa?


 Várias pessoas coletivas públicas (entidades com personalidade jurídica coletiva),
dentro destas, existem vários órgãos e serviços públicos

 Artigo 199º. Al. d) e Artigo 182º.


 Autarquias locais: Municípios, Freguesias e Regiões administrativas (ainda não estão
instituídas em concreto) – Artigo 236º da CRP

Princípio da Separação de Poderes (artigo 111º. Da CRP)


 Tem de haver respeito entre as várias funções pelos órgãos
 Órgãos de soberania e as suas funções

GOVERNO:
9 Artigo 182º.- O Governo não está dentro de outras pessoas coletivas por isso é o órgão
superior de administração pública, mas faz parte do Estado (quer dizer que está numa
posição ímpar relativamente aos outros órgãos, o que não significa que é o superior
hierárquico de todas as estruturas). Encontra-se dentro de uma pessoa coletiva que é o
Estado, está num patamar que mais nenhum órgão está.

Remeter para Artigo 199º. Al. d) (Competência administrativa)


 Critério para organizar a Administração Pública (é deste que resultam os 4 tipos de AP):
o Direta (direção)
o Indireta (superintendência)
o Autónoma (tutela)
o Independente do Estado

Aula 15/03

A função legislativa faz parte do Princípio da separação de poderes (art.º 111 da CRP)
Da função legislativa tem a suscetibilidade de aprovação dos atos legislativos, que são ato
normativo (normas gerais e abstratas), (art.º 112 da CRP):
 Leis (Assembleia da República)
 Decretos-lei (Governo)
 Decretos legislativos regionais (Assembleias legislativas das regiões autónomas)

Distinguem-se pelo critério da autoria e têm igual


valor, MAS há exceções

Assembleia Matéria Governo


República Concorrencial Art. 198
Art.161, (AR e GR) nº2
164, 165 Art. 183,
nº3

 Governo: Artigo 198º, nº2- retrata a exclusiva competência legislativa do Governo e


que remete para o Artigo 183º, nº3 da CRP

 Assembleia da República: Existem matérias que só a AR pode legislar que são as


previstas nos artigos: Artigo 161º da CRP- remete para a competência política e
legislativa da AR, Artigo 164º da CRP- remete à reserva absoluta de competências
legislativas e o Artigo 165º da CRP- remete à reserva relativa de competência
legislativa, pode ser a AR a legislar, mas como é competência do GR, este tem que
autorizar a sua legislação

 Matéria Concorrencial: Ambos têm competência legislativa, se não estiver legislado


em nenhum dos dois (GR ou AR) em específico nos artigos anteriormente referidos. É
nesta que o Decreto-Lei do Governo pode revogar uma lei da AR e vice-versa.

Exemplo: Lei orgânica do XXII (como é Decreto-lei), nos termos do nº2 do art.198º,
percebemos que é legislada pelo Governo

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PORTGUESA


 Tem função administrativa, exercida pelo Governo
 O Estado tem personalidade jurídica
 O governo como diz no artigo 182º da CRP “O governo (..) é o órgão superior da
administração pública” é o mais importante
 O que é a Administração pública portuguesa: Perspetiva orgânica (conjunto de
estruturas, pessoas coletivas que visam exercer a função administrativa e que
prosseguem necessidades coletivas- segurança, bem-estar e cultura) e do ponto de vista
material (sinónimo de atividade administrativa- é o domínio das formas de atividade
administrativa (regulamentos, ato e contrato administrativos))
 No ART.º199 AL. D) da CRP, podemos perceber deste artigo que resultam quatro tipo
de administração pública, (Como o governo é o órgão superior da administração
pública, tem 3 poderes organizatórios que são usados por ordens da administração
pública), nas funções administrativas que são:
 Direta- Poder de Direção
 Indireta- Poder de superintendência
 Autónoma- Poder de tutela
 Independente- X

Qual a diferença entre os 3 poderes organizatórios, sendo que estes são explicados na ordem de
mais forte para mais fraco? Refere-se ao critério de poder que o governo exerce nesse poder.
(art.199, al. d) da CRP)
 Poder de direção: À suscetibilidade de emanar ordens, isto é, comandos vinculativos,
sendo esta a ordem mais forte. O governo só exerce poderes dentro da hierarquia que só
existe dentro do estado e dentro de cada identidade.
O governo só é superior hierárquico dentro da Administração Direta do Estado.
O Estado organiza os seus serviços, chamados de ministérios como o ministério da
saúde.
 Poder de superintendência: Esse poder não permite dar ordens, apenas estabelecer
fins, finalidades e orientar. O governo exerce poder sobre a Administração Indireta do
Estado, onde se inserem os institutos públicos.
 Poder de tutela: É o poder mais fraco. Significa apenas controlo ou fiscalização, isto é,
nem pode orientar nem estabelecer fins. O governo exerce poder sobre a Administração
Autónoma do Estado, que são as autarquias locais (freguesias, municípios e regiões
administrativas), ordens profissionais (associações públicas) e universidades públicas.
 Administração Independente (não é poder): Nenhum poder é exercido pelo governo
na administração independente do estado. Estão inseridas as autoridades administrativas
independentes de supervisão e regulação (BP, ANACOM).
Qual é o poder que o Governo exerce sobre a administração independente do estado?
Nenhum

Perante a Administração do Estado, o que pode fazer o Governo?


 Depende do poder que o Governo exerce sobre a estrutura na sua qualidade de órgão
superior da AP
Qual o critério para organizar a administração publica do governo?
 Artigo 199º da CRP

Princípio da Especialidade das pessoas jurídicas:


 Cada pessoa coletiva ou entidade é criada para prosseguir um fim (atribuições)
 Critério que organiza as pessoas coletivas

NOTAS:
9 Para o Direito administrativo FIM é sinónimo de atribuições
9 Administração pública enquanto conceito orgânico: conjunto de estruturas, pessoas,
entidades, órgãos e serviços.
 O estado não tem uma comparação maior, pelo fim que prossegue, relativamente a um
município.
 O Estado organiza os seus serviços públicos como se fossem verdadeiras entidades,
chama-lhes ministérios

Qual a natureza jurídica (ontologia, o que é para o direito) do ministério?


9 São serviços públicos do estado que são organizados como se fossem verdadeiras
pessoas coletivas

PIRÂMIDE, HIERARQUIA ADMINISTRATIVA


 Modelo de organização piramidal, isto é, modelo de organização vertical onde há
patamares e em que os superiores hierárquicos se situam no topo e os subalternos na
base
 Logicamente chegamos ao topo e no superior hierárquico encontramos o governador do
caso do Estado

Hierarquia administrativa: atingimos a


Não tem mais nenhum
superior hierárquico base e só temos subalternos e no topo
só temos superiores hierárquicos, que
SH
têm poderes de direção, controlo e
Não é superior
dispositivo de competência
hierarquico

Quais são os poderes do superior hierárquico?


 Poder de direção: é o mais importante, é o que define, por ter a suscetibilidade de
emanar ordens, comandos vinculativos- é o mais forte na AP
 Do lado passivo ou subalterno à um dever legal ou dever jurídico de
obediência- que é ilimitado do subalterno se a ordem vier em legitimo superior
hierárquico e em matéria de serviço.
 Do lado ativo pode-se emanar uma ordem.
 Exceção: Se a ordem tipificar um crime cessa o dever de obediência. No caso
de a ordem violar a lei, mas não ser crime, o que o subalterno deve de fazer
para se exonerar da responsabilidade que venha da pratica dessa ordem é
garantir o direito de respeitosa representação (art.º 271, nº2 da CRP) e
exerce-se pedindo que o superior dê a ordem por escrito, caso esta já tenha sido
dada por escrito e que tenha sido confirmada, o subalterno é obrigado a
cumprir, não exonerado o dever de obediência, mas exonerado da
responsabilidade (art.271, nº3 da CRP).Se não cumprir a ordem, incorre em
processo disciplinar/ crime por desobediência. A vantagem da garantia é que
quem fica responsável é o superior hierárquico e não o subalterno (art.º 271,
nº1,2 e 3)
 O poder de direção só pode exercer o poder sobre a administração interna
 Poder de controlo: é o poder de fiscalização, esse poder de controlo de todos os
superiores hierárquicos tem dentro dele 3 poderes:
 Poder de inspeção: é sinónimo de poder de averiguação, poder instrumental.
Para supervisionar primeiro tenho de inspecionar.
 Poder de supervisão: poder de revogar, anular, declarar nulo, alterar, substituir
ou modificar atos administrativos
 Poder disciplinar: suscetibilidade de aplicar sanções (consequências
desfavoráveis) disciplinares.
 Poder dispositivo da competência: significa que o superior hierárquico pode dispor de
toda a competência de todos os seus subalternos, ou seja, tem à sua disponibilidade a
competência de todos os subalternos.
 Exceção: a competência do subalterno ser de exclusiva competência dos
subalternos. Significa que há núcleo de competências (poderes) que só os
subalternos podem fazer.

Princípio da supletividade da vontade do subalterno:


A vontade de qualquer subalterno não serve de nada. Se o superior hierárquico der uma
ordem, nós temos que a cumprir não interessando a nossa vontade.
Na Administração pública portuguesa a vontade do subalterno é supletiva. Ao contrário
do Direito Privado em que a vontade é muito relevante, tem de der livre e não pode estar
coagida

 Quando o superior hierárquico tiver os 3 poderes chamamos a isso hierarquia


PERFEITA
 Se faltar um dos poderes, que não seja o poder de direção a hierarquia é IMPERFEITA
 Se faltar o poder de direção é uma hierarquia IMPRÓPRIA, isto é não há hierarquia.

Aula 16/03

Na organização piramidal:
 está presente a hierarquia administrativa, em que só há na administração pública e por
isso não há por exemplo órgãos de soberania pois não podem dar ordens uns aos outros.
 O subalterno tem o dever de obediência, mas não tem só esse dever
 A geografia dos deveres e poderes do subalterno dependem do contexto e da situação
pois menos quando expressamente restrito aos subalternos, o superior hierárquico
poderá pronunciar-se.
 Em regra geral, todos os SH terão todos os poderes.
 Se faltar um ou mais poderes sem ser o poder de direção, estamos perante uma
hierarquia imperfeita.
 Se faltar o poder de direção a hierarquia é imprópria- estamos impropriamente a
chamar-lhe hierarquia administrativa, uma vez que nem sequer é hierarquia
administrativa, então qual é o poder? Poder de superintendência, tutela, etc.
 Se estiverem todos os poderes cumulados a hierarquia é perfeita

A natureza jurídica dos Ministérios: O Estado organiza os seus serviços públicos, como se
fossem pessoas coletivas e deste modo, encontram-se sujeitos ao Princípio da Especialidade,
devendo prosseguir os fins/ atribuições para os quais foram criados.

Os órgãos da administração pública não são pessoas coletivas, mas é como se fossem
 Todas as pessoas coletivas são organizadas por órgãos e serviços
 Um órgão é um centro institucionalizado de poderes (órgão é um conjunto de
competências- poderes, órgãos é que têm competências ou poderes), são conjuntos
organizados de competências quando expressão uma vontade essa é atribuída à pessoa
coletiva que expressa essa vontade
 São os órgãos que exercem a atividade administrativa, que podem assumir a
componente operacional, na qual são desencadeados atos materiais ou do ponto de
vista jurídico, várias formas jurídicas de atividade administrativa.
Os órgãos:
 Através das suas competências vão expressar a sua vontade que é atribuída à pessoa
coletiva
 Centro institucionalizado de poderes
 As pessoas têm fins (atribuições)

O princípio da especialidade é das pessoas coletivas de modo a atingirem um fim ou uma


atribuição

CONCEITOS:
 Órgão: realidade que permanece para além daqueles que a cada momento o ocupam.
Conjunto organizado de poderes ou competências (artigo. º 20 da CPA)
 Titular: pessoa física, pessoa singular que dá expressão à vontade do órgão e vai
alterando
 Cargo: vínculo jurídico que liga o titular ao órgão
 EXEMPLO: órgão- comandante da AM, titular- major-general Loureiro de Magalhães,
cargo- que liga o major-general com o órgão de comandante da AM

As formas jurídicas da atividade administrativa:


 Regulamentos administrativos: (geral e abstrato, unilateral) é um ato normativo
(conjunto de normas, gerais e abstratas), uma lei em sentido material, ou seja, no seu
conteúdo nada distingue uma lei, decreto-lei, despacho normativo... pois tudo são leis
no sentido material (tem haver com o conteúdo que é geral e abstrato). Um regulamento
são aprovados pelos órgãos da administração pública. Regulamento é uma lei em
sentido material, um ato normativo aprovado pelos órgãos da administração pública
 Atos administrativos: (concreto e individual, unilateral) É uma decisão administrativa
numa decisão individual num caso concreto. Visa disciplinar do ponto de vista jurídico
para o caso concreto uma situação geral. É específico. Um acordo de vontade.
 Contratos administrativos: (bilateral) é um acordo de vontades, negócio jurídico entre
duas partes: a pública (administração pública) e privada.
Nestes contratos administrativos as partes não estão na mesma posição mesmo sendo
um particular. O particular está numa posição de disparidade, mas concorda com a
situação porque a nível financeiro é benéfico.
Para haver contrato administrativo tem de haver duas vontades porque se o particular
não aceitar não se celebra o contrato, embora o particular esteja numa situação de
inferioridade

 Enquanto um regulamento é geral e abstrato, o ato é concreto e individual


 Regulamentos e atos administrativos são atos unilaterais enquanto o contrato é um
ato bilateral
 Unilateral: porque para a sua validade jurídica, não é necessária a concorrência
da vontade do particular. São válidos independentemente da concorrência da
vontade dos particulares
 Bilateral: necessitam da concorrência da vontade do particular porque sem ela
não há negócio jurídico
 Quer o regulamento ou o ato, ambos são válidos independentemente da vontade
particular (vontade primordial da administração pública), por exemplo: se num
hospital disser que as visitas são até às quatro tenho que seguir isso não interessa a
minha vontade

O que distingue o Direito Público do Privado é as posições paritárias e disparidades

CONCEITOS:
 Validade: Perfeição jurídica. Quando não viola a lei é juridicamente perfeita. Ato
juridicamente perfeito não viola a lei em nenhum aspeto
 Eficácia: suscetibilidade de produção de efeitos jurídicos ou de direito
 Executoriedade: privilégio de execução prévia. A administração pública pode impor por
recurso aos meios coercivos (usando a força física) as suas próprias decisões
independentemente de prévio recurso aos tribunais. Artigo 175º da CPA

VALIDADE:
 Ato ao ponto de vista do direito é perfeito juridicamente
 Ao contrário pode haver atos inválidos, isto é, são imperfeitos juridicamente, ou seja,
violam a lei
 Deste modo há várias formas de invalidades, sendo aplicadas 2 tipos de sanções:
o Subjetivas: vão incidir sobre sujeitos/pessoas. Ex.: se a Maria matar o Manuel é
presa
o Objetivas: incide sobre os atos. São no fundo as sanções objetivas que vão
atingir os atos quando são ilegais
 Formas de Invalidade jurídica (que desencadeiam sanções objetivas):
 Inexistência jurídica: o ato nem sequer existe para o direito-
sanção objetiva mais grave
 Nulidade: não produz quaisquer efeitos jurídicos (art.º 162 da
CPA, art.º 36 nº2 da CPA)
 Anulabilidade: produz efeitos jurídicos até ser anulado- se o ato
administrativo não for anulado continua a assentar como válido
no ato até ser anulado (art.º 163 nº1 da CPA), sanção objetiva
mais leve.

No direito administrativo português, se o ato for ilegal, regra geral, ele é anulável. (artigo 163º
da CPA). Exceção: são inexistentes ou nulos- sempre e só quando a lei disser que aquele ato é
nulo, não há nulidades por presunção, isto é, não presumimos que aquele ato é nulo, a própria
lei tem que o dizer

Artigo.º 163 da CPA- são anuláveis os atos que não forem nulos, nulidade
Artigo.º 161 da CPA- diz quais os atos que são nulos

Resumindo: Na inexistência jurídica o ato nem existe. A nulidade não produz efeitos.
Anulabilidade está prevista no artigo 163º da CPA, pois para irmos à regra temos que ir
primeiro à exceção (“Se uma determinada ilegalidade nele não estiver prevista, ou inexistir
previsão de qualquer outra lei especial, então conclui-se que essa ilegalidade gera apenas a
anulabilidade do ato administrativo”), (Pág. 214)

CONCEITOS DISTINTOS:
 Eficácia: suscetibilidade de produção de efeitos jurídicos. O ato é eficaz quando produz
efeitos jurídicos. Genericamente está ligado ao nosso conhecimento das questões.
Requisitos gerais da eficácia: a publicação; a publicidade na internet; notificação aos
interessados.
 Ineficácia: o ato não vai produzir efeitos jurídicos. Lei não é publicada no diário é
considerada ineficaz
 Não devemos estabelecer uma relação dizendo que todos os atos válidos são eficazes ,
porque por exemplo um ato que viola a lei, pode produzir efeitos jurídicos

A invalidade jurídica do ato administrativo resulta, muitas vezes, das ilegalidades cometidas e
que se traduzem na violação de normas previstas, designadamente, no CPA.
Ato administrativo é inválido. Qual a forma de invalidade? Regra geral anulabilidade, só é nulo
se estiver previamente previsto na lei (Art.º161 da CPA)

1º Vício do ato Administrativo:


 Usurpação de poderes: é um vício orgânico que se traduz no facto de um ato
administrativo praticado por órgão da administração publica se integrar no exercício da
função legislativa ou no da função jurisdicional. (Quando um órgão da administração
publica exerce um ato da competência dos tribunais ou da função legislativa)
o Viola o Princípio da Separação de poderes (Art.º 111 da CRP)
o Ato inválido, porque viola a lei
o Ato nulo (Art.º 163, nº2, al. a))
Aula 22/03

CONCEITOS:
 Pessoa: coletiva ou singular, são caracterizadas pela personalidade jurídica
(suscetibilidade de direitos e obrigações)
 Órgãos: conjunto organizado de competências (artigo 20º do CPA)
o Titular: pessoa física que dá suporte à vontade do órgão
o Cargo: Vínculo jurídico que liga o titular àquele órgão
 Serviços Públicos: estruturas da administração pública que ajudam a preparar as
decisões do órgão ou a executar as decisões desses órgãos. Tem função à Priori ou
Posteriori
 Natureza jurídica dos Ministérios: são serviços públicos do Estado, organizados como
verdadeiras pessoas coletivas, que obedecem ao Princípio da especialidade: cada pessoa
coletiva é criada para seguir um fim
 Estado: pessoa coletiva de fins múltiplos

REVISÕES:
 O que define a hierarquia administrativa é o poder de direção
 Dever legal de obediência
 Poder ilimitado se vier de um superior hierárquico e em material de serviço
 Com base nos poderes é que estabelecemos o critério para distinguir se é direta,
indireta, independente ou autónoma
 Parte da administração autónoma do estado são as autarquias locais, universidades
públicas e ordens profissionais. E a sua natureza jurídica é pessoas coletivas.
 Administração interna do estado: institutos públicos e empresas públicas
Municípios e freguesias são entidades do ponto de vista jurídico
 Universidades públicas são do ponto de vista jurídico pessoas coletivas
 Ordens profissionais: pessoas coletivas
 Todas as pessoas coletivas têm personalidade jurídica
 O que é a Administração pública portuguesa: Perspetiva orgânica (conjunto de
estruturas, pessoas coletivas que visam exercer a função administrativa e que
prosseguem necessidades coletivas- segurança, bem-estar e cultura) e do ponto de vista
material (sinónimo de atividade administrativa- é o domínio das formas de atividade
administrativa (regulamentos, ato e contrato administrativos))
 A Assembleia da República não pode aprovar regulamentos porque não faz parte da
administração pública
 Governo aprova atos legislativos na forma de decretos de lei, tem competência
legislativa. Ou regulamentos conforme a sua competência administrativa (art.182 da
CRP)
 Administração pública com letra maiúscula é no sentido orgânico e administração
publica com letra em minúscula são as formas jurídicas da sua aplicação
 Ao mandar alguém parar, a natureza jurídica da ordem é um ato administrativo, pois
disciplina a ação jurídica daquele titular. Dar disciplina jurídica da situação em
concreto. O ato é válido porque a vontade não é necessária
 Contratos administrativo: são atos bilaterais, negócios jurídicos que prossupõem um
acordo de vontade. Um ato bilateral necessita da vontade do particular
 Direito público, a parte pública está mais forte que na parte particular. Por exemplo:
empreitada de uma obra pública
 Iús imperii: Quando o Estado aparece numa situação como se fosse um particular
estando o sujeito e o estado na mesma posição hierárquica
 No Direito Privado não há iús imperii porque estão sempre na mesma posição, pois o
contrato de compra e venda não tem que estar por escrito, por exemplo, a compra de
uma caneta ou uma bolacha, o vendedor transmite o direito de propriedade e nós o
preço
 Situações do direito privado que não estão na mesma posição, isto é a entidade
empregadora tem um pouco mais que a entidade

ARTIGO.º 3 DA CPA- PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: Estabelece vários princípios gerais


de direito administrativo que o órgão se insere (Pag.41)
o Princípio mais importante
o A regra geral de atuação, nós devemos de respeitar o que está na lei, lei em sentido
material
o A nossa atuação deve de estar conforme tudo o que é jurídico. Se o nosso ato ou
comportamento não for de acordo com a lei no sentido material, significa que é ilegal,
logo é inválido
o Este principio pode ser visto como um limite, uma vez que a AP não pode violar as
fronteiras da lei, ou poder ser visto como fundamento, uma vez que a lei habilita a
competência e o fim da atividade administrativa.
o Existem duas particularidades:
 Legalidade Excecional: há situações de Estado de Necessidade administrativa,
em que mesmo havendo desrespeito da lei ainda são considerados válidos.
(artigo 3, nº2 da CPA);
Vigora num estado de exceção, de anormalidade constitucional, isto é não está
tudo conforme a constituição ordinária;
O estado de necessidade é a possibilidade de os privados fazerem justiça “com
as suas próprias mãos”, para alcançar fins ou bens superiores. É um meio de
tutela privada em que as pessoas podem fazer justiça privada em situações
excecionais. Quando a administração publica se encontra em estado de
necessidade é legal desrespeitar algumas regras legais;
O artigo 161º, nº2, alínea l), do CPA consagra que são nulos “os atos
praticados, salvo em estado de necessidade, com preterição total do
procedimento legalmente exigido”.

 Legalidade Especial da administração: é legal o cumprimento de ordens ilegais


dentro da administração pública. (legalidade interna da AP) (artigo 271 da
CRP).
Dentro do perímetro da administração pública também é legal o cumprimento
de ordens ilegais, só existe dentro da administração pública e com garantias
O dever jurídico de obediência ilimitado mesmo quando em atos ilegais.
A legalidade da administração pública, ocorre dentro do perímetro da
administração, é dentro do perímetro que essa situação ocorre, isto é, em
matéria de serviço e ordem de superior hierárquico.
Exemplo: Direito da respeitosa representação- há um conflito porque o que
devemos fazer é o que é válido na lei, mas podemos fazer ilegalidades

Artigo.º 1 da CPA: Dois conceitos próximos:


 Procedimento administrativo: (Parte III da CPA) Sucessão e fases ou momentos com
vista a obter-se uma decisão jurídica. É um conjunto ordenado de sucessão de fases ou
de momentos.
o Principais fases: Iniciativa (quando se dá início o procedimento administrativo),
Instrução (junção de documentos e pedido de informações) e Decisão (quando
se decide e determina qual é a disciplina jurídica aplicável à situação individual
e concreta ou da matéria geral e abstrata)
o Estes podem iniciar-se oficiosamente (por dever de ofício), isto é, temos de
atuar oficiosamente, não necessitando que as partes tenham o seu conhecimento
(função ativa), ou por requerimento particular, isto é “solicitação dos
interessados” (artigo 53º da CPA)
 Processo administrativo: (artigo 1º, nº2 do CPA) suporte físico onde juntamos todos os
documentos. O conjunto de documentos, pareceres, requerimentos...

Duas características que distingue a função administrativa da judicial: (Pág. 63)


 Ativa ou passiva
 Parcial ou imparcial
 A função administrativa é ativa e parcial
o É uma função parcial porque no jogo entre defesa do interesse publico e
interesse particular a função escolhe sempre o interesse público, no entanto, a
própria administração pública e os seus órgãos no seu quotidiano estão
vinculados ao princípio da imparcialidade (artigo 9º da CPA), (ser isento)
isto leva que o tratamento dado aos particulares deve ter em conta o interesse
público e critérios previstos na lei, independentemente das posições pessoais
dos titulares dos cargos públicos.
o Os procedimentos administrativos podem iniciar-se oficiosamente (artigo 53º
do CPA)
 A função judicial é passiva e imparcial.
o Os tribunais apenas atuam se existir um impulso processual externo, isto é, os
tribunais não iniciam processos, são os particulares ou o ministério público que
iniciam os processos e que acionam os tribunais. Em regra geral, os tribunais
não iniciam processos legais (função passiva)
o Enquanto a função judicial é imparcial, porque os tribunais são terceiros
relativamente às partes em litígio, pois os tribunais julgam de acordo com a lei,
são imparciais.

AULA 23/03

De acordo com o princípio da legalidade, toda a atividade de administração pública, seja


jurídica ou outra é uma espécie de jogo entre duas modalidades de ação:
 VINCULAÇÃO: a nossa ação está descrita na lei, por isso vamos fazer o que está
prescrito
 DISCRICIONARIEDADE ADMINISTRATIVA: sinónimo de margem de livre
apreciação, isto é a competência optativa, poder escolher e optar. Temos uma margem
de poder escolher livremente.
Só há discricionariedade administrativa dentro da lei que é como a fonte e ao mesmo
tempo limite e fronteira da discricionariedade. Para podermos escolher tem que ser de
acordo com o que a lei inclua, mas ao mesmo tempo temos que seguir os limites
implementados. A lei concede a possibilidade de escolher
 Aquando de oficiais teremos um balanço entre estas duas modalidades de ação. Todas
as nossas ações vão ser um balanço entre os elementos discricionários e vinculados.
 Para a administração pública o mais importante é o elemento discricionário, pois é
essencial e sem ele não podemos exercer funções

Quando falamos de legalidade verificamos que qualquer ato que viole a lei é ilegal
Usurpação de poderes- está a ser violada a separação de poderes

Existem situações que o destinatário da discricionariedade pode negar a decisão administrativa e


aí existe vício de mérito de uma decisão administrativa: inoportunidade e inconveniência
(por exemplo: o professor atribui um nove, mas não era aquilo que queríamos então por vicio de
mérito, é me inconveniente)

Cada um de nós pode discordar de uma decisão da administração pública:


 Fundamento de legalidade ⇒ da vinculação ⇒ vícios do ato administrativo (vícios
jurídicos) que é a usurpação do poder (violamos a lei)
 Fundamento de mérito ⇒ da discricionariedade ⇒ vicio de mérito pode ser: inoportuno
(com o momento) ou inconveniente (ato não me é oportuno, ou o ato não me é
conveniente, tem a ver com o teor), poder de escolher.

NOTAS:
9 Toda a atuação da administração pública pode ser discordando de acordo com a lei ou
não
9 A nossa ação pode ser de duas formas, vinculadas ou dependente da discricionariedade
9 Todos os vícios são jurídicos
9 Podemos discordar por mérito ou legalidade

Funções do Estado
Há uma reserva aos tribunais administrativos:
 Somente controla os vícios vinculativos- os excessos da administração.
 Os tribunais administrativos apenas controlam a legalidade (artigo 3º da CPTA)
 Exemplo: Se temos 9 e se o professor não agiu de nada ilegal, se discordarmos é por
mérito, não podemos ir aos tribunais
 Os tribunais não controlam o mérito, porque é uma garantia da AP, só é apenas da AP-
não geram formas de invalidade porque não são jurídicos

Em Portugal não existem atos totalmente discricionários, mas podemos encontrar atos
totalmente vinculados

Quando a AP emana um ato administrativo tem como uma matriz para analisar essa decisão
(validade):
 Temos de analisar a:
o Competência
o Fim
o Forma e formalidades
o Conteúdo do ato
 COMPETENCIA E FIM SÃO SEMPRE ELEMENTOS VINCULADOS
 A competência (poderes) e fim (elemento teológico, praticar o ato com um fim) resulta
sempre da lei. Lei é fonte de competência e fim.
 O máximo da discricionariedade é o mínimo da vinculação, é os atos estarem
vinculados com competência e fim
 EXEMPLO: No Direito Privado está implícito a pessoa singular em que tudo o que não
é proibido é permitido, princípio da liberdade

Artigo 36º, nº1 da CPA: Todos os outros elementos podem ser nuns casos vinculados ou
discricionários, depende se a lei vincular ou não. Se a lei disser que determinado ato tem que ter
uma forma é porque não há discricionariedade
Administração pública portuguesa:
 Constituída por pessoas coletivas, o estado e outras pessoas coletivas (BP,
universidades públicas, região autónoma da madeira...)
 O governo encontra-se dentro do Estado
 O estado e as outras pessoas coletivas são integradas por órgãos e serviços.
 O estado tem a particularidade de organizar os seus serviços- os ministérios (como se
fossem verdadeiras pessoas coletivas, princípio da especialidade

VÍCIOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS:


Usurpação de poderes:
 Um órgão que está dentro da administração pública e vai sair e exercer o poder judicial
ou legislativo, ocorre usurpação de poderes
 Podemos ter usurpação de poderes legislativos e usurpação de poderes judiciais
 Vício orgânico (falta de competência do órgão),
 Incompetência agravada/ qualificada, porque estão a violar-se as regras da
competência e o princípio da separação de poderes
 Ato Nulo (Artigo 161, nº 2, al. a) da CPA)
 Viola o princípio da Separação de poderes (artigo 111º da CRP)

Incompetência Absoluta:
 Vício do ato administrativo que ocorre sempre que um órgão de uma pessoa coletiva de
Direito Público ou de um ministério pratica um ato que é de outra pessoa coletiva ou
ministério, respetivamente Nota: Todos
 Ato ilegal, inválido os vícios
 Ato nulo (artigo 161, nº2, al. b) da CPA) geradores de
nulidade, faz
 Violação das atribuições ou fins das entidades ou ministérios com que o ato
 Afronta o princípio da especialidade das entidades e não da separação de poderes não provoque
qualquer
efeito jurídico
Incompetência Relativa:
 Ocorre o vício dentro da mesma pessoa ou do mesmo ministério, em que o órgão de
uma pessoa coletiva ou de um ministério pratica um ato administrativo que se integra na
competência de outro órgão da mesma pessoa coletiva ou do mesmo ministério
 Vício orgânico, ilegal e inválido
 Vicio anulável, produz efeitos jurídicos até ser anulado (artigo 163º, nº2 do CPA)
 Não há violação do princípio da especialidade, mas sim do princípio da legalidade da
competência

Incompetência Negativa:
 Quando um órgão que tem uma competência renuncia-a
 Ato nulo (artigo 36º, nº2 do CPA)
 Quem tem o poder pode também exercer competência de renúncia de competência

Todos violam a lei na dimensão da competência


Todos violam o princípio da legalidade
As formas de invalidade são sanções

CONCEITO:
 Eficácia: vem da suscetibilidade de produção de efeitos: conhecimento, documentos,
investigação. Tem haver com o conhecimento. Por exemplo: as leis são publicadas no
diário da república de modo a serem eficazes

AULA 29/03
Vícios orgânicos: Usurpação de poderes é o mais grave. Ocorre quando no exercício da função
administrativo, temos um órgão que pratica um ato administrativo que integra no exercício da
função legislativa ou jurisdicional

Pratica um ato de outro órgão ou ministério é uma incompetência absoluta, e está a ser violado o
princípio da especialidade das pessoas coletivas

Artigo 36º, nº1 do CPA: Princípio da legalidade da competência

Em todos os vícios orgânicos há sempre o desrespeito da legalidade da competência, MAS na


incompetência absoluta violamos os fins das pessoas coletivas (princípio da especialidade) e na
usurpação de poderes à violação do princípio da separação de poderes.

A administração pública pode ser analisada em dois sentidos:


 Perspetiva orgânica: pensar nas estruturas, pessoas coletivas, entidades e sujeitos-
existem órgãos e serviços públicos
 Perspetiva material: atividade administrativa

Artigo 199º da CRP: Para sabermos onde inserir uma identidade pública

CONCEITOS:
 Decisão: tomada de posição por um órgão singular, por um órgão que tem apenas um
titular (exemplos: PR, PM, presidente da câmara)
 Deliberar: órgão colegial, por um órgão que tem vários titulares e vários membros
(câmara, assembleias)
 Válidos: são juridicamente perfeitos

Governo é o único que pode aprovar regulamentos porque faz parte da administração pública

AULA 30/03

EFICÁCIA:
 Por exemplo num ataque á república, se um polícia falar ao microfone para a população
dispersar, isto vai permitir eficácia.
 Um ato é válido e ineficaz, pois ainda não foi comunicado
 Eficácia é dar efeitos ao ato

Artigo 175º da CPA: Executuriedade= privilégio de execução prévia


A AP é dotada do privilégio de execução prévia, que tem que obedecer ao princípio da
proporcionalidade

A eficácia, validade e executuriedade são conceitos autónomos

Exemplo:
Durante um ataque á assembleia da república pelo povo, foi executado um ato administrativo
por parte dos superiores hierárquicos da GNR, tendo lhe sido dado eficácia ao oficial ter
comunicado à população para dispersar. A ordem não foi executada por parte do povo e então
foi aplicado o privilégio da execução prévia.

Caso as medidas policiais excedam o uso da força sofrem sanções

CONCEITOS:
 Vício formal: tem haver com a forma, revestimento externo: se é uma lei, decreto-lei...
 Vício material: é tudo o que é geral e abstrato, com o teor/conteúdo da decisão
 Vício: desvio de poder para fins de interesse público e privado, é o vício que está
relacionado com o fim (para que é que nós temos aquele poder, para que finalidade nos
dá aquele poder?). Era o que dizia o artigo 19º da LOSTA: “Quando o motivo
principalmente determinante para a prática do ato não coincidem os fins legais”

Vício de forma:
 Sempre que á desrespeito das regras da forma ou formalidades previstas na lei
 A forma é o revestimento externo do ato administrativo (forma externa)
 Formalidades são requisitos que têm que ser cumpridos no procedimento administrativo
 Este vicio pode gerar nulidade (artigo 161º, nº2, al. g), h) ou l) do CPA) ou
anulabilidade (artigo 163º do CPA)
 Fundamentação é o vício de forma e causa anulabilidade

Vício de Violação de Lei:


 Vício que diz respeito à competência
 Conteúdo do ato tem haver com o seu teor/ decisão material
 Padece do ato administrativo sempre que existe uma desconformidade entre o conteúdo
do ato, o seu objeto e todo ou parte do bloco da juridicidade
 Gera em regra anulabilidade (artigo 163º do CPA) ou nulidade (artigo 161º, nº2, al. c),
d), f), i), j) ou k) do CPA)
 Todos os vícios são violação de lei

Vício de desvio de poder:


 É o mais difícil de provar em tribunal
 Divergência entre o fim real e o fim legal .
 A lei atribui-nos determinados poderes para determinados fins e nós utilizamo-los para
outros.
 Pode ser desvio para interesse público: ato é é anulável (artigo 163º do CPA)
 Ou para interesse privado: regra é ato anulável (artigo 163º do CPA), mas exceção é
um ato que gera nulidade (artigo 161º, nº2, al. e) do CPA)

REVISÃO:
 Competência discricionária: presente na administração pública
 Vícios de legalidade
 Vícios de discricionariedade: vicio de inoportunidade ou inconveniência
 Vícios de mérito: não são jurídicos
 Tribunais administrativos não controlam os vícios de mérito (art.º 3º da CPDA)
 Os tribunais só controlam a legalidade não o mérito. Só vai olhar essa questão se foi
decidido ilegalmente

Procedimento a adotar quando nos encontramos perante um vício:


1. Ato inválido
2. Ver qual é o vício de que se encontra ferido
3. Ver se é nulo
4. Se não for nulo é anulável
5. Consequência desfavorável: sanção objetiva (incide sobre os atos) ou sanção subjetiva
(incide sobre sujeitos)
AULA 19/04

Existem vários tipos de pessoas coletivas: são pessoas coletivas públicas que exercem as
funções no Estado.

Tipologia:
o Pessoas coletivas de base territorial e populacional: o substrato (base, o que está na
origem) das entidades é um território e uma população: O estado, as regiões autónomas
dos Açores e da Madeira e as autarquias locais. Há um território de uma população.
Exemplo: Município da Almada
o Pessoas coletivas de base institucional: o seu substrato é um instituto público: empresas
públicas (CGD), institutos públicos
o Pessoas coletivas de base associativa: tem por base o conjunto de pessoas, são as
associações públicas. Dentro destas há várias: associações públicas de entidades
públicas (associações de municípios) ou associações de entidades privadas (ordens
profissionais: ordem dos médicos).
o Pessoas coletivas de base funcional: tem por base o património. A massa patrimonial é
que tem personalidade jurídica

Artigo 267.º CRP: Princípios Constitucionais:


• Desburocratização
• Aproximação de serviços às populações
• Assegurar a participação dos interessados
Nº1: Está relacionado com as entidades, faz-se com a criação de novas entidades públicas
Nº2: contém 2 princípios essenciais:
 DESCENTRALIZAÇÃO: Está intimamente relacionado com as entidades
públicas e as suas atribuições/fins. Acontece quando o Estado cria novas
pessoas coletivas (fenómeno intersubjetivo- entre pessoas coletivas) e retira de
si algumas atribuições para as atribuir à nova pessoa coletiva.
É o oposto de centralização: quando a pessoa coletiva extingue e os seus fins
são atribuídos ao Estado.
 DESCONCENTRAÇÃO: Regra geral, é um fenómeno intrasubjetivo (dentro da
mesma pessoa coletiva) e interorgânico (de um órgão de uma pessoa coletiva
para outro órgão da mesma pessoa coletiva), em que são conferidos
/transferidos competências ou poderes.
É o oposto de concentração que consiste em retirar os poderes a determinado
órgão

Descentralização + desconcentração: o sistema administrativo português faz a conciliação entre


os dois conceitos o que é a regra geral de um sistema democrático.

Nº3: admissibilidade da AP independente do Estado (ANACOM, BP)


Nº4: ordens profissionais
Nº5: norma que obriga à existência de uma CPA
Nº6: entidades privadas que têm poderes públicos

Temos como fenómeno de Desconcentração- DELEGAÇÃO DE PODERES

A Delegação de poderes é um instituto jurídico- previsto nos artigos 44º e ss. do CPA- e que
permite um órgão que era originalmente titular de determinada competência, a delegue noutro e
que este outro a exerça.
REQUESITOS DA DELEGAÇÃO DE PODERES:
• Lei Habilitante (LH)
• Delegante (Dte- procede a delegação)
• Ato jurídico permissivo (ato administrativo/ de delegação de poderes)
• Delegado (Ddo- recebe a delegação)

No entanto, a lei prevê alguns poderes indelegáveis (art.º 45 do CPA)

Requisitos do ato jurídico permissivo (art.º 47º do CPA)


• Nº1: Validade do ato:
o Sujeito ao princípio da especificação:
 Quais os poderes em concreto que delega
 Qual é a lei que o habilita
• Artigo 159º do CPA: tem de haver publicação
• Artigo 47º, nº2: Requisitos da eficácia do ato: publicação
• Artigo 48º, nº1 do CPA: o órgão delegado deve sempre mencionar essa qualidade

A falta de publicação causa ineficácia, mas não causa invalidade

Poderes do Delegante: Artigo 49º do CPA


• Nº1: Poder de Direção
• Nº2:
o Avocar: “chamar de si”
o Anular: se o ato for inválido, cessam os efeitos
o Revogar: pode revogar, quando o ato é válido
o Substituir: porque a competência primária pertence ao delegante

Quando se extingue a delegação de poderes?


9 Art.º 50 do CPA
o A) anulação ou revogação
o B) caducidade: esgotou-se o tempo (termo) ou os efeitos (termo) mudança dos
titulares dos órgãos porque a relação entre os titulares é uma relação de
confiança (“intuitos personae”)

Na Delegação de Competências há dois tipos de competências:


 Competência FIRME: (do delegante) atribuída por lei e só cessa se a lei a retirar
 Competência PRECÁRIA: (do delegado) pode cessar por ato administrativo. Basta o
delegante revogar o ato para que o delegado não exerça mais esses poderes.

SUBDELEGAÇÃO DE PODERES

Lei Habilitante:
 Ou diz que aqueles poderes podem ser subdelegados
 Ou que não podem ser subdelegados
 Ou é omissa- caso em que se admite que sejam subdelegados, por causa do artigo 46º
CPA (“salvo disposição legal em contrário”)
Delegante
Ato jurídico permissivo
 Ou autoriza expressamente a subdelegação
 Se proibir ou for omisso não pode haver subdelegação
Delegado
Ato jurídico permissivo (2): pratica um ato jurídico permissivo de subdelegação de poderes
Subdelegado

AULA 04/05

Pessoas coletivas de base territorial: Artigo 235º, nº2 CRP-


• Autarquias locais, Estado e regiões autónomas
• Órgãos de município: Câmara municipal, assembleia municipal e o presidente da
câmara municipal
• Órgãos da Freguesia: assembleia de freguesia, junta de freguesia e Presidente da
freguesia
• Órgãos das regiões autónomas: governo regional e assembleia legislativa das regiões
autónomas

Pessoas coletivas de base associativa:


• exemplo de associações públicas que fazem parte da administração pública

Descentralização: o estado retira a si próprio competências


A descentralização pode ser:
• político-administrativa: há transferência de poderes políticos. Em Portugal este foi feito
para as regiões autónomas- que podem aprovar atos legislativos (decretos legislativo
regionais)- sendo a administração regional independente
• meramente administrativa: não transporta a transferência de poderes políticas, toda a
descentralização feita é meramente administrativa

TIPOS DE ÓRGÃOS:
• Órgãos
o Singulares: composto apenas com um titular (cmdt da Guarda, PM).
o Colegiais/coletivos: pode atuado duas formas por mais do que um titular
• Órgãos:
o Temporários: exercem a sua competência num período temporário e delimitado
(júris de concurso, comissão de recrutamento da AM)
o Permanente: Atividade exercitada interruptamente, de forma contínua no tempo

Artigo 20º do CPA: ÓRGÃOS

Existem vários tipos de órgãos e outras tipologias- por exemplo: ativos, controlo

ÓRGÃOS COLEGIAIS
São órgãos formados por vários titulares

Como delibera e toma posição: (artigo 21º do CPA)


• Todos os órgãos colegiais, regra geral, têm um PR e um secretário.
• Por regra a designação do PR e secretário é por eleição
• Formas de designação de um titular podem ser: eleição, nomeação cooptação (eleição
pelos eleitos), sucessão hereditária, herança...
• A eleição é feita através do direito de sufrágio, ou seja, do voto.

Como é que são designados os 13 juízes do tribunal constitucional?


• 10 são eleitos pelo parlamento
• 3 restantes são cooptados (os 10 vão eleger os outros 3)

Modos de designação que existem:


• Inerência: forma de designação de um titular, em função de exercer um determinado
cargo (Ex.: o cmdt supremo das FFAA é o PR por inerência)
• Nomeação: feita através de um ato autónomo, seja político ou administrativo por vi de
um ato (Ex.: o cmdt da AM é nomeado)
• Eleição: através do direito de sufrágio=voto)
• Cooptação: Eleição pelos eleitos
• Sucessão hereditária: ex. rei

Como é que o Governo é designado?


• É nomeado pelo PR

Um PR tem a legalidade de colocar em causa os PR dos órgãos dos colegiais por exemplo ao
designar uma competência.

Suplência = Substituição (artigos 22 e 42º do CPA)


• É uma forma de salvaguardar as ausências
• Quem faz a suplência fica com as competências (própria e delegadas) do impedimento
• Na ausência faltar o presidente vai substitui o vogal mais antigo.
• E na ausência do secretário quem substituí é o vogal mais moderno
• Caso tenham a mesma antiguidade vai se ter em conta a idade
Exemplo: se o comandante está ausente, o segundo-comandante exerce as competências
próprias do Cmdt mais as competências delegadas- o que quebra a regra da caducidade da
delegação de poderes por alteração subjetiva

Artigo 23º do CPA:


Nº1: Competência para convocar reuniões ordinárias- PRESIDENTE
Nº2: Não se diz o prazo (conceitos cinzentos) cabe a cada um de nós dizer se tomou
conhecimento seguro e oportuno (conceito vago e indeterminado)

Reuniões:
• Ordinárias: correspondem às reuniões que se encontram no plano regular de
funcionamento dos órgãos
• Extraordinárias: correspondem às reuniões que se encontram fora do calendário
normal de funcionamento do órgão

Artigo 24º do CPA: Reuniões extraordinárias


• O presidente convoca e é obrigado a convocar quando 1/3 dos vogais lho solicitem (nº2)
• Se o presidente não convocar quando é obrigado, pode o 1/3 convocar por ele próprio
(nº5)
Artigo 24º- A do CPA: introduzido depois da pandemia. Antes da pandemia a via telemática era
prevista em normas excecionais agora, é regra geral

Artigo 25º do CPA: Ordem do dia/ de trabalhos/ agenda da reunião

Artigo 26º do CPA: Daqui resulta o princípio da estabilidade da ordem do dia.


• Isto é, não pode haver deliberações sobre matérias que não estejam inscritas na ordem
do dia, nem mesmo no ponto “outros assuntos”

A 1º deliberação é aprovada por 2/3- se for rejeitada não é inscrita na ordem de trabalhos e se
for aprovada passa a ser inscrita passando a ser um novo ponto da ordem do dia

o O princípio garante que só podem ser tomadas deliberações sobre os assuntos inscritos
na ordem de trabalho ou dia da reunião, fora isso, se não estiver essa deliberação é
ilegal
o Se tratar de uma reunião ordinária- nunca extraordinária- a lei admite que se possam
tomar deliberações sobre outros assuntos que não estão na ordem de trabalho desde que
2/3 dos membros do órgão reconheçam (artigo 26, nº2)
o É necessária uma 1º deliberação que tem de ser aprovada por 2/3 dos membros dos
órgãos e a deliberação só vai nesse sentido de inscrever ou não o assunto na ordem do
dia. Passando a estar inscrito se houver ou não 2/3 de aprovação

Artigo 27º do CPA: Regra geral, as reuniões dos órgãos administrativos não são públicas (nº1)
• Algumas reuniões das câmaras municipais são publicas (nº2)
• Existem algumas situações que os assistentes podem participar na reunião pública (nº3)

Artigo 28º do CPA: Formas de sanar as ilegalidades- só quando todos os membros dos órgãos
compareçam à reunião.

Artigo 29º do CPA: Quórum


• É o número mínimo de membros que têm que estar presentes na reunião para que o
órgão possa atuar ou deliberar validamente
• Num órgão com apenas três membros têm de estar pelo menos dois para se poder
deliberar (nº4)

O quórum pode ser:


• DE FUNCIONAMENTO: o número mínimo de membros que têm que estar presentes
na reunião para que o órgão possa atuar validamente
• DELIBERATIVO: o número mínimo de membros que têm de estar presentes na
reunião para poder deliberar validamente

O quórum é sempre um número mínimo


O mais exigente é a deliberação do que o funcionamento

AULA 11/05

Tipos de pessoas coletivas:


• De base associativa
• De base territorial e populacional
• De base institucional
• De base fundacional

ÓRGÃOS: (art.º 20 CPA)


9 Centro institucionalizado de poder, conjunto de poderes que, quando emite/ demonstra
uma vontade, essa vontade é atribuível à pessoa coletiva da qual faz parte.
• Titular: pessoa física que dá expressão ao cargo
• Cargo: vínculo jurídico que une o titular ao órgão

Artigo 20º, nº2 do CPA: Enuncia alguns tipos de órgãos


• Existem mais, o legislador não devia ter estipulado desta forma porque se trata de uma
questão doutrinária e não legislativo

• Órgão temporário: exerce as suas competências num período limitado de tempo (ex.:
júri de concurso; comissão de recrutamento)
• Órgão permanente: exerce as suas competências ininterruptamente no tempo (ex.:
Cmdt-Geral da GNR; CEME)

• Órgão singular: Composto por um único titular, emite uma decisão (Cmdt AM)
• Órgão colegial (coletivo): composto por vários titulares, delibera (conselho de
ministros)
Artigo 21º CPA: Regime jurídico de funcionamento dos órgãos colegiais
9 Como expressam a sua vontade?

Outros modos de designação de titulares de cargos públicos:


• Nomeação
• Inerência
• Cooptação
• Sucessão hereditária

Quem tem competência de convocar reuniões?


• O PRESIDENTE do órgão colegial (todas as reuniões- ordinárias e extraordinárias)
• E em situações extraordinárias, com 1/3 dos vogais (Artigo 24º)

QUÓRUM: nº mínimo de membros que têm que se encontrar presentes para que a reunião possa
funcionar ou deliberar validamente.
 De funcionamento
 Deliberativo

Qual é o da AP?
9 O regime regra é 50% +1 (art.º 32) e, se a lei prever 2 distintos, o mais exigente é o
deliberativo

Artigo 30º CPA: Proibição da abstenção para os órgãos consultivos (ser consultados,emitir
pareceres/opiniões) e órgãos deliberativos com poderes consultivos
 Remissão artigo 91º CPA

PARECERES:
 Obrigatórios: Quando a lei impõe que o parecer tem que existir
 Facultativos: existe, mas não é obrigatório

 Vinculativos: o seu conteúdo/ teor/ opinião é dotada da obrigatoriedade de ser seguido


pelo órgão que vai tomar a decisão/ deliberação
 Não vinculativos: pode ser seguido, mas não é obrigatório

o Quando existir referência a um parecer e nada mais disser: artigo 91º, nº2 CPA- regra
o Obrigatório, mas não vinculativo: tem de ser pedido, mas não tem de ser
seguido
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-
EXEMPLO: se, para autorizar uma licença de construção a Câmara Municipal tinha que pedir
um parecer aos bombeiros, mas não o fez. Quid iuris?
VICIO DE FORMA

E se os bombeiros emitiram um parecer negativo, mas a Câmara Municipal não seguiu?


A licença é válida porque a regra geral é a de que o parecer é não vinculativo

E se a lei disser expressamente que o parecer é vinculativo. Qual a consequência para o ato?
O ato é INVÁLIDO- violação da lei- anulável art. 163º CPA
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-

FORMAS DE VOTAÇÃO
 Artigo 31º CPA- 2 formas de votação
o Votação Nominal: Fica a saber-se quem votou e o sentido do voto de cada
membro (sentido de voto de cada membro)
o Escrutínio Secreto: Não se sabe o sentido do voto

MAIORIAS
 Artigo 32º CPA
o Absoluta: 50% + 1: maioria regra na AP
o Relativa (simples): pluralidade de votos (mais votos num sentido do que
noutro) não contando as abstenções para o apuramento da maioria
o Qualificada: é superior à maioria absoluta, é uma maioria agravada, quando a
lei o exija. (2/3, 3/5, 4/5)

E SE EMPATAR?
9 Forma de solucionar o empate- artigo 33º CPA
REGRA: Nas situações de votação nominal
9 O presidente tem voto de qualidade: significa que o Presidente vota desde o início.
Exemplo: um assunto vai a votação e tem 5 votos a favor e 5 votos contra- ganha a metade
em que o presidente votou.

No entanto, HÁ EXCEÇÕES:
9 Voto de desempate: o presidente não vota de início, só votando se houver empate (se
não houver empate, o presidente nunca vota)

SE A VOTAÇÃO FOR POR ESCRUTÍNIO SECRETO? (e ocorrer empate)


9 Nova votação
o se mantiver o empate, adia-se votação para a reunião seguinte
o se ainda assim se mantiver o empate, procede-se à votação nominal (artigo 33º,
nº1 CPA)
9 É possível fazer quatro votações- empate, empate, votação da reunião seguinte, votação
nominal

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EXEMPLOS: CML= 17 Membros- 16 vogais e 1 presidente
 5 aprovaram uma deliberação.
QUID IURIS?

o A deliberação é inválida porque padece de um vício de forma (falta de quórum)


o Ato nulo (art.º 161º, nº2, al. h)- não produz efeitos jurídicos (art.º 162)

E se decidir aprovar por maioria relativa (simples) quando da maioria legal exigível é a maioria
absoluta (que é, aliás, a maioria regra na AP?)
o Ato inválido
o Vício de forma (desrespeito pela maioria legal)
o Ato nulo ( art.º 161, nº2, al. h) + art.º 162º)
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AULA 24/05
Votação:
 Nominal
 Escrutínio secreto

ATA DE REUNIÃO
 Artigo 34º CPA
 Síntese do que se passou numa reunião de um órgão colegial
 Nº 2: inovação= os membros não precisam de assinar a ata, só de a aprovar
 Nº3: alteração 2015= veio solucionar um problema que sucedia quando um membro não
estivesse presente na reunião- agora: não participa na aprovação da ata
 Nº6: se for tomada uma deliberação, só se torna eficaz (suscetibilidade de produção de
efeitos jurídicos) depois da ata ser aprovada ou depois de assinadas as minutas
(sintéticas- atas mais simples utilizadas para quando se pretende que ganhe logo
eficácia)

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EXEMPLO:
1º deliberação: aumento € dos cadetes -- aprovação da ata
2º deliberação: extrato de ata que já foi aprovada- minuta sintética- para que ganhe eficácia,
produza logo efeitos—depois, tem que se reproduzir na 1º ata- se não, a minuta perde eficácia

(Basicamente o que acontece é que quando estamos numa reunião vai ser feitas deliberações
relativos a diversos pontos e no fim vai sair uma ata, mas se temos uma deliberação que
queremos que seja eficaz mais rapidamente faz se uma segunda deliberação sobre esse mesmo
tema e essa votação será sobre o estrato de ata que faz com que essa deliberação ganhe eficácia
e será mais rapidamente processada, em vez de ter de se esperar 3 meses para que a ata seja
aprovada)
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VOTO VENCIDO
 Artigo 35º CPA
 Naquela deliberação, a maioria votou num sentido. Aqueles que perderam (ficam
vencidos) podem fazer declaração de voto vencido (isto é, votarmos noutro sentido e
votarmos vencidos e justificarmos o nosso voto)
 Desse modo, ficam exonerados da responsabilidade que da aprovação advenha (apenas
se fizerem a declaração)

COMPETÊNCIAS
 Artigo 36º CPA
 1º Característica: VINCULATIVA (a origem da competência- resulta da lei)
o Princípio da legalidade da competência (para o Direito público)
o Princípio da liberdade (para o Direito privado)
 2º Característica: IRRENUNCIÁVEL
 3º Característica: INALIENÁVEL

Não podemos renunciar, nem negar a competência:


 A NÃO SER QUE:
o Delegação de poderes: não há renuncia porque está previsto na lei.
 Lei habilitante
 Delegante
 Delegado
 Ato jurídico permissivo
o Suplência:
 Artigo 42º CPA
 Dá resposta às situações de ausência, falta ou impedimento
 Nº3: quebra-se a regra da relação de confiança dos titulares

Artigos 40º e 41º CPA
 Saber se um órgão é competente.
 Quem diz? A LEI, que é a fonte 1º da competência
 Nº2: A incompetência pode ser arguida:
o Oficiosamente
o A solicitação dos interessados

O procedimento administrativo pode ocorrer/iniciar-se:


 Oficiosamente: por iniciativa própria, o que nos revela, aliás, a função ativa da função
administrativa diferente dos Tribunais- função passiva- necessidade de impulso
processual externo
 A solicitação dos interessados: que depois decorre oficiosamente também

Artigo 41º CPA


 Quando é apresentado um requerimento a um órgão incompetente, o que acontece?
 O documento é enviado oficiosamente ao órgão que for competente, notificando-se o
particular

PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE
 Artigo 9º CPA
 Intimamente relacionado com a questão de ser isento (livre/dispensado)

Quando analisamos a FA e a FJ, percebemos que são 2 figuras com características diferentes:
 Em termos macro,
o FA= Ativa
o FJ= Passiva
o Isto deve-se ao facto de que nos termos do artigo 53º do CPA, a AP pode dar
início a um procedimento administrativo oficiosamente. Pelo contrário, os
tribunais necessitam de um impulso processual externo (os sujeitos em litígio
têm que levar ao conhecimento dos tribunais os factos) para que se inicie um
procedimento

o FA= Parcial
o FJ= Imparcial
o No exercício da função administrativa, enquanto função do Estado, quando há
necessidade de optar entre o interesse público e o interesse privado, prevalece o
interesse público. Diferente de toda a conduta do dia a dia em que todos os
membros da AP se encontram vinculados- princípio da imparcialidade
(decorrência constitucional do princípio da igualdade- art.º 6º)

O princípio da imparcialidade é o único que tem ao seu dispor um conjunto de 3 garantias


privativas (que visam assegurar/ tutelar) a imparcialidade: (previstas nos art.º 69 e ss. do CPA)
 Impedimento
 Escusa
 Suspeição

Nos casos de impedimento (artigo 69º- casos tipificados) há uma proibição direta e imediata de
intervir no procedimento administrativo
o Ex.: relações familiares: fontes de vínculos familiares
o Casamento: contrato civil entre 2 pessoas singulares que decidem viver em
comum)
o Parentesco: vínculo que une uma pessoa a outra em função de uma descender
de outra ou de ambas descenderem de um progenitor comum
o Adoção: é o vínculo que faz com que os laços que se criam sejam em tudo
similares às relações de filiação natural
o Afinidade: vínculo que une o cônjuge aos parentes do outro cônjuge)

AULA 25/05

Conceitos:
o União de Facto: não faz com que exista família jurídica, mas é relevante para o artigo
69º CPA, constituindo também um impedimento
o Economia comum: morar junto, partilhar casa, etc.
o Tutela: casos do maior acompanhado (demência, cegueira...) - pessoas que não são
capazes de gerir convenientemente os seus bens
o Impedimento dirimentes absolutos: casos em que aquela pessoa não pode casar com
nenhuma outra (menos de 16 anos, demência notória...)
o Impedimentos dirimentes relativos: casos em que determinada pessoa não pode casar
com outra em concreto

Artigo 70º CPA: O que fazer em caso de impedimento?


 1º dever que impende sobre o impedido
9 DEVER DE COMUNICAÇÃO ao superior hierárquico
 Se o dever de comunicação não for cumprido aplica-se o artigo 76º, nº 2 CPA que
contém a sanção subjetiva (consequência desfavorável que incide sobre o sujeito)
9 FALTA GRAVE para efeitos disciplinares

A quem compete declarar o impedimento?


 Ao superior hierárquico OU ao presidente do órgão colegial (artigo 70º, nº4 CPA)

Se for o presidente impedido?


 Deve comunicar ao Conselho, que delibera sem a intervenção deste (artigo 70º, nº5
CPA)

Artigo 71º CPA:


 Efeitos da arguição de impedimento (momento em que a questão é levantada)
9 SUSPENDER A ATIVIDADE (o impedimento deixa de praticar atos naquela
matéria)
 No entanto, o impedimento não desonera o impedido de ATOS URGENTES ou
INADIÁVEIS que não prejudiquem a fazenda pública
 O ato deve ser praticado e depois ratificado pelo substituto, ou seja, é sanado

Artigo 72º CPA: Efeitos da declaração de impedimento


 o impedido é substituído pelo suplente, salvo se existir AVOCAÇÃO (Chamar de si: ao
superior hierárquico ou conselho no caso de órgãos colegial que é quem pratica o ato
nesse caso, quem decide pelo impedido)

Em suma,
Impedimento= garantia procedimental de imparcialidade
1º- Dever de comunicação ao superior hierárquico ou ao presidente do órgão colegial (art.º 70,
nº1), se não for cumprido, constitui falta grave para efeitos disciplinares (art.º 72, nº2)

- competência para declarar o impedido (art.º 70, nº4): superior hierárquico ou presidente do
órgão colegial

-Se o presidente for o impedido deve comunicar ao conselho (art.º 70, nº5)

2º- Efeitos da arguição do impedimento= suspensão da atividade (que não desonera o impedido
de atos urgentes ou inadiáveis, ato que deverá depois ser ratificado)

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EXEMPLO:
General aprova uma licença de maternidade da sua esposa, que trabalhava na mesma unidade

Se praticar este ato com impedimento e não comunicar ao seu superior hierárquico?
 Violar a lei= ato ilegal
Nulo ou anulável?
 Se não se encontrar no artigo 161º, é anulável (art.º 163) porque essa é a regrea
 + art.º 76º, nº1 – dever de comunicar ao superior hierárquico
o Falta grave para efeitos disciplinares
 Ato inválido
 Ato anulável nos termos gerais (artigo 163º CPA) - como ninguém podia negar aquela
autorização (artigo 163º, nº5, al.a)), os efeitos anulatórios não se vão aplicar porque o
conteúdo da decisão é vinculado
o Todas as mulheres têm o direito de pedir licença de maternidade
 Diferente de pedir férias em agosto, em que há outro conteúdo possível, outras opções,
que se inserem na margem de livre apreciação (discricionariedade) em que a decisão
não é totalmente vinculada
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ESCUSA: é pedida pelo próprio titular do órgão


Os fundamentos são iguais- art.º 73 CPA
(não taxativo)
SUSPEIÇÃO: oposta/deduzida pelo particular

 Devem pedir= imposição


 Forte inimizade= conceito vago/indeterminado
 Razoabilidade= conceito vago
 Duvidar seriamente =é necessário verificar se existem fortes probabilidades /dúvida
muito séria, muito forte relativamente À imparcialidade, de que não se vai ser isento na
tomada de decisão

Ver Artigos 74º e 75º CPA + regime regra= regime do impedimento

As 3 figuras- impedimento, escusa e suspeição


9 Meios de tutela para fazer valer o princípio da imparcialidade a que a AP se
encontra obrigada

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