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Órgãos de soberania e as

suas funcionalidades
Presidente da República
O Presidente da República é um órgão de soberania que o previsto se encontra
entre o Art. 120, as funções do Presidente da República relacionam-se com os
objetivos do Art. 120 em primeiro lugar com a representação da república
portuguesa; mas tem também uma representação nele de todas as pessoas,
esta ideia também tem haver com a procura da garantia do regular
funcionamento das funções democráticas. Quando se fala na garantia do regular
funcionamento das funções democráticas, por exemplo, o poder de dissolver o
governo e a dissolução da Assembleia da República. No que diz respeito á sua
eleição o Presidente da República e eleito de acordo com o Art.151.
Relativamente à eleição é necessário a maioria absoluta dos votos, de acordo
com o Art.126.
Só são elegíveis para o cargo de Presidente da República cidadãos portugueses
de origem e que tenha no mínimo 35 anos, esta exigência tem haver com uma
certa experiência de vida para o exercício do cargo. Paralelamente aos poderes
do cargo, o Presidente da República tem um peso muito significativo na
influência das outras magistraturas.
O mandato do Presidente da República tem a duração de 5 anos isto nos termos
do Art. 128, e é possível haver outro mandato consecutivo, no entanto o Art. 123,
n.1, não é possível ser reeleito três vezes consecutivas.
A constituição confere-lhe poderes que estão nos Art. 133,134,135; há outras
competências possíveis distinguindo-se os poderes próprios, aqueles que ele
exerce sozinho, Art.133 alíneas e), f) e g); e há em alternativa poderes
partilhados que é necessário a partilha com outros órgãos. Quando o poder é
partilhado é lhe aplicado o Estatuto da Referenda Ministerial, é uma autorização
do governo, para a prática de certos atos pelo Presidente da República. Quando
há poderes partilhados o governo intervém através da Referenda Ministerial.
Art.133, d) - o Presidente da República pelo seu estatuto, tem um papel muito
importante na condução política colocando assuntos que considera relevantes
na ordem do dia, tal como a capacidade de resolver determinados problemas, o
Presidente da República tem a importância de chamar a atenção sobre
determinados assuntos que deverão ser abordados.
O Presidente da República tem o poder de dissolver a Assembleia da República,
sendo um poder de último recurso, o mesmo se aplica aos parlamentos das
Regiões Autónomas.
O Presidente da República tem o poder de decretar Estado sítio e Estado de
emergência.
Tem também o poder de veto e de promulgação.
Quando o Presidente da República veta uma lei está em causa, a Assembleia
da República e o governo que promulgam uma lei que é enviada para o
Presidente da República, para a lei ser publicada no diário o Presidente da
República tem de promulgar se aceitar, ou vetar se recusar ou determinar
alguma inconstitucionalidade.
Além disso, o Presidente da República tem poderes de controlo de
constitucionalidade, em que garante a constituição, que são no fundo a
fiscalização preventiva, a fiscalização sucessiva abstrata, o veto político
(enquadra-se nos poderes de controlo, mas, no entanto, numa vertente mais
política) este veto, tal como o veto de inconstitucionalidade aplica-se nos termos
do Art. 136. A não ser que envie para o Tribunal Constitucional.
Art.36, n.4 – decretos de lei do governo, o Presidente da República tem 40 dias
para vetar ou promulgar. Se o Presidente da República vetar um decreto do
governo não dá para o contornar, diferenciando o Governo da Assembleia da
República.

Assembleia da República
A assembleia é composta por deputados que podem estar integrados em grupos
parlamentares, que expressam uma ideologia política, podem ser deputados
únicos (deputado livre), para além disso é importante referir a composição da
Assembleia da República, Art.179 da CRP, é composta por uma comissão
permanente da Assembleia da República, embora as suas decisões sejam
colegiais. No Art. 174, n.2, refere um período de verão em que a assembleia não
se reúne normalmente, mas funciona uma comissão permanente que não é
composta por todos os deputados da Assembleia da República, esse regimento
é nomeado pelos deputados, durante o período que a Assembleia da República
se encontre dissolvida e noutros casos, funciona a comissão permanente da
Assembleia da República, a comissão é presidida pelo presidente da república
e os deputados escolhidos pelos grupos parlamentares.
As comissões permanentes da Assembleia da República são diferentes de
outras comissões permanentes.
Essas comissões permanentes tratam de assuntos importantes para toda a
comunidade, por exemplo, saúde, educação, agricultura, estas comissões são
importantes devido ao seu papel legislativo na instrução de uma legislação prévia
dos projetos submetidos à Assembleia da República;
As comissões permanentes fazem uma investigação sobre as matérias antes de
lançarem alguma coisa na legislação.
As comissões eventuais são para determinados problemas e dentro destas
temos comissões eventuais de inquérito que averiguam a responsabilidade
política de algumas matérias, por exemplo, a corrupção, os incêndios, matérias
que causam impacto económico, social, cultural, etc. no país.
A comissão de inquérito, não é transferida para o ministério público, mas não
pode ser acusado de crime, mas o ministério público com os seus instrumentos
pode acusar pessoas ou empresas, por exemplo.
No Art. 178, tem as comissões previstas no seu regimento. As comissões da
Assembleia da República recebem as petições e analisam-nas, se for um caso
complexo é criada uma nova comissão para essa determinada matéria. Lei
n.43/agosto (Lei das petições).
Quando existe uma iniciativa legislativa popular, por parte do povo, o povo
apresenta um projeto de lei, a Assembleia da República tem de ativar o processo
legislativo.
Art.179 comissões permanentes que agem em determinadas situações.

Governo
O governo é um órgão colegial, o 1º ministro é figural principal, mas é um órgão
que decide em colégio, nomeadamente as decisões mais importantes, Art. 172.
Composição, Art.173.
O governo é o órgão relativo à administração pública.
Art. 184, conselho de ministros onde se aprovam os decretos do governo que
serão decretos de leis, toda a atividade legislativa do governo e as decisões mais
importantes passam pelo conselho de ministros. O conselho de ministros
trabalha com todos os assuntos, mas podem criar um conselho para determinada
matéria.
Os secretários e subsecretários de Estado podem ser convidados para fazerem
parte do Conselho de Ministros.
No conselho de ministros pode ser convidado a estar presente o Presidente da
República, mas não pode participar.

Tribunais
Apesar de existir uma lei sobre a organização dos tribunais, o mais importante é
o tribunal constitucional, o Art. 209 até 214 e Art. 221 (que se refere ao Tribunal
Constitucional).
Qualquer tribunal tem competencia para aplicar a matéria da constituição, o
Supremo Tribunal de Justiça pode aplicar a matéria da constituição exceto
matéria fiscal e administrativa.
O Supremo Tribunal de Justiça é um tribunal de recurso.
Os tribunais de segunda instância também todas as matérias, salvo matérias
especializadas, os tribunais de comarca.
Os tribunais administrativos e fiscais não aparecem em todos os tribunais de
comarca.
O tribunal de contas tem a ver com a fiscalização das finanças públicas e das
ações do Estado relativamente às despesas do Estado.
Os tribunais arbitrais têm centro de arbitragens fixos, que decidem uma
determinada problemática, em que podem existir tribunais ad hoc para
investigações de propriedade intelectual, etc.

Ministério Público
O Art. 219, ministério público pode intervir nos processos administrativos, como
garante a legalidade e o interesse público, defende o interesse do Estado (todos
nós e não um interesse político). O ministério público tem um órgão superior que
é a procuradoria geral da república regida pelo procurador-geral da república que
tem competência para acusar e iniciar o processo administrativo; e temos o
Tribunal constitucional, tribunal supremo, só se pronuncia pela
inconstitucionalidade e a legalidade de normas, por exemplo, se aquela norma
pode ou não ser utilizada naquele caso.
O Tribunal Constitucional é composto por 13 juízes designados por titularidade
de um órgão público, cooptação, isto é, os juízes são escolhidos por outros
juízes. Art. 222, n.2.
Art. 222, n.3, mandatos dos juízes do Tribunal Constitucional.
Art. 223, competência do Tribunal Constitucional.

Princípio da separação de poderes


Art.111- A separação e a interdependência estabelecidas na constituição.
Cada órgão de soberania tem as competências definidas pela constituição,
nomeadamente competência legislativa, executiva ou judicial.
A interdependência de poderes define se da seguinte forma:
Pela interação de poderes dos vários órgãos de soberania, interação essa que
fundamenta a validade de um ato soberano , por exemplo o presidente da
república tem certas competências políticas na constituição, a assembleia da
república tem competências legislativas e os tribunais têm a competência
judicial, ou então dentro do mesmo poder cada órgão está limitado na sua
competência em virtude da matéria, por exemplo tanto a Assembleia da república
como o governo tem competência legislativa, no entanto, nem o governo pode
legislar sobre matéria da exclusiva competência legislativa da Assembleia da
República (salvo certas exceções) nem a Assembleia da República pode legislar
sobre matéria da competência legislativa exclusiva do governo. Art.164, alínea
b), por exemplo.
Art.198,n.2, ou seja, tudo o que seja do funcionamento orgânico do governo do
governo pode legislar.
Quando um órgão exerce uma competência de outro órgão comete um ilícito de
usurpação de poder.
Art.138, por exemplo, é necessário a audição do governo e a autorização da
assembleia da república isto é um exemplo de interdependência de poderes.
Nomear e exonerar os membros do governo sobre o primeiro-ministro, tem de
haver uma proposta do governo, pois o presidente não pode agir por si próprio.
Art.135 a) - o presidente só pode agir com a proposta do governo e a autorização
da Assembleia da República.
Os órgãos constitucionais/ de soberania, só podem ter as competências fixadas
na constituição e não podem ser modificadas por nenhuma lei infraconstitucional.
As competências do Presidente da República
Art.133 destacando se a alínea e), a dissolução da Assembleia da República é
uma competência exclusiva do Presidente da República, é necessário observar
o disposto do Art.172.
Alínea f), quem nomeia o primeiro-ministro é o Presidente da República, ouvindo
os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os
resultados eleitorais.
A alínea g) - demitir o governo e exonerar o primeiro-ministro- o Presidente da
República por sua iniciativa pode demitir o governo para assegurar o regular
funcionamento das instituições democráticas e pode também exonerar o
primeiro ministro nos termos do Art.186,n.4.
Quando o governo é demitido ele passa a ter funções de gestão e não de
condução política e a exoneração das suas funções dá se por ação do
Presidente da República nos termos do Art.186, n.4.
A alínea h)- nomear e exonerar os membros do governo sobre proposta do
primeiro-ministro.
A alínea j)- as regiões autónomas, ouvir os conselhos de estado e adaptar as
assembleias relativas regionais.
Se não concordar com um decreto da assembleia da república ou do governo
que lhe é enviado para promulgação pode recusar a promulgação com base
nesses argumentos políticos (não constitucionais).
O Presidente da República por não vetar juridicamente o diploma por razões
políticas- por exemplo, não concordar com a eutanásia porque viola um princípio
fundamental, mas pode por exemplo, usar expressões do interesse público, do
bem comum.
Um veto por inconstitucionalidade depende de uma decisão do Tribunal
Constitucional que considera uma norma/ decreto da Assembleia da República
ou do Governo, no sentido da inconstitucionalidade dessa disposição. Quando o
Presidente da República tem dúvidas sobre a conformidade de uma disposição
de um decreto da Assembleia da República ou do Governo ou por exemplo,
sobre o conteúdo de um tratado, com a constituição aciona o tribunal
constitucional, ou seja, requer a fiscalização da constitucionalidade, e o tribunal
constitucional prenuncia-se pela inconstitucionalidade da norma o Presidente da
República está obrigado a vetar o diploma por inconstitucionalidade.

Classificação dos órgãos de soberania


O Estado materializa a vontade de uma pessoa jurídica. O órgão é composto por
pessoas físicas que agem em nome do Estado.
A classificação dos órgãos pode ser singular ou composto.
Órgãos simples e órgãos complexos- o órgão simples são órgãos singulares,
os órgãos complexos têm a ver com o procedimento da aprovação de certos
atos, muito mais complexo.
Órgãos eletivos e não eletivos- órgãos eletivos são órgãos eleitos, mas por
exemplo os juízes do Tribunal Constitucional são escolhidos pelos deputados, e
o primeiro-ministro e alguns membros do governo são nomeados pelo
Presidente da República.
Órgãos representativos são todos os órgãos de soberania, o governo, a
Assembleia da República e o Presidente da República podem ser órgãos
representativos, mas não obstante, há a constituição a dizer que a representação
política cabe ao Presidente da República (chefe de Estado). E os não
representativos pode ser os conselhos de Estados, os tribunais,…
Órgãos constitucionais são aqueles que estão previstos na constituição, os
órgãos não constitucionais são aqueles que são criados por decretos de lei.
Os órgãos consultivos e os órgãos deliberativos- os órgãos deliberativos são
aqueles que tomam decisões, órgãos consultivos são os de conselho de Estado.
Um órgão só tem as competências atribuídas pela constituição.
Quando um órgão exerce uma competencia que é atribuída a outro órgão, existe
uma inconstitucionalidade que resulta na anulação do ato.
As competências exclusivas são competências exclusivas a um único órgão.
Órgão com preterição do seu exercício normal por qualquer outro.
Competências concorrentes são competências que podem ser exercidas
simultaneamente por mais do que um órgão.
Competência legislativa concorrencial- entre o governo e a Assembleia da
República (ambos podem legislar sobre tais matérias).
A competência legislativa autorizada e competencia legislativa de
desenvolvimento, ou seja, a Assembleia da República mediante lei autoriza o
governo a legislar sobre matérias do Art.165, e também o governo pode
desenvolver os princípios de leis de base da Assembleia da República, ou seja,
a Assembleia da República recebe o quadro legislativo (define) e o governo
legisla (desenvolve).

Princípios gerais
Regra geral- decisões adotadas por uma pluralidade de votos Art.116, n.3.
Salvo os casos previstos na CRP.
Pluralidade de votos- podem não estar presentes todos os deputados e ser
aprovada uma determinada decisão/lei, contam-se os votos dos deputados
presentes. Há exceção do Art. 284, n.2 e Art.286.
Art.136, n.2 e n.3- o veto político do Presidente da República pode ser
ultrapassado pela Assembleia da República, mas não é ultrapassado por uma
maioria qualquer, tem de ser uma maioria absoluta ou uma maioria orgânica. 2/3
dos deputados presentes, ou seja, tem de ser sempre superior da maioria
absoluta.
Art. 168,n.5- as leis orgânicas são leis sobre determinadas matérias, por
exemplo, a nacionalidade, Art. 166, n.2, as leis orgânicas carecem de aprovação
da maioria absoluta dos deputados, por exemplo se existir uma alteração à lei
da nacionalidade essa lei só pode ser aprovada com pelo menos 116 votos a
favor. Art.168, n.6- carecem de aprovação superior à maioria absoluta, ou seja,
117 votos a favor.
Art. 279, n.2- este Art. diz respeito ao procedimento quando a Assembleia da
República ou o governo envia um diploma ao Presidente da República este pode
ou não promulgar e este em caso de dúvida pode enviar ao Tribunal
Constitucional para averiguar a sua constitucionalidade.
Art.110, n.2- competência dos órgãos de soberania tem de ser definidas pela
constituição.
A vacatura, os órgãos de soberania podem ser substituídos em caso de
vacatura, ou em caso de nomeação do governo, ou nos casos de impedimentos,
por exemplo o Presidente da República ser substituído pelo Presidente da
Assembleia da República tornando-se no Presidente da República interino.
A responsabilidade política não é a mesma coisa que responsabilidade criminal
ou civil, por exemplo, o Art.157, n.1 da CRP. Há a responsabilidade política no
sentido de aprovar alguma coisa que beneficie o setor de determinada atividade,
ou aprovar alguma coisa que aumente a criminalidade, nestes casos pode haver
uma responsabilidade política, ou seja ninguém é preso, mas as consequências
são por exemplo a demissão dos titulares desses encargos públicos.
Os crimes praticados por exemplo, a traição à prática, cometer algo contra a
CRP, abuso de poder.
A responsabilidade civil- não cumprimento de contratos no contexto do direito
civil.
A responsabilidade política vai ter repercussões na eleição dos mandatos, pois
as pessoas não vão votar naqueles titulares, pode o seu mandato não ser
renovado. A censura do governo através do Art. 194 e a rejeição do voto de
confiança que dá origem à demissão do governo Art.193.
Moção de confiança provém da Assembleia da República ao pedido de confiança
feito pelo governo que é quando tem a certeza de que na Assembleia da
República não vão rejeitar essa moção de confiança ou então assuntos
impopulares que o governo não quer ficar sozinho e quer o apoio da Assembleia
da República.
A responsabilidade criminal surge no exemplo do Art. 117,n.2, a lei que regula a
responsabilidade criminal é Lei n.º 34/87, de 16 de Julho.

Imunidades e privilégios
Nomeadamente o Art.157.
Art. 116, n.2, o juiz pode apreciar a prova de forma errada quer em virtude das
suas circunstâncias, quer as suas concessões que influenciam a avaliação da
prova, mas mesmo assim o juiz não pode ser responsabilizado; a não ser que
aceite suborno aí pode ser acusado criminalmente.
O Juiz só pode ser transferido, suspenso, de forma compulsiva no contexto de
quando não cumpre as suas funções de aplicar a lei e fazer justiça, mas não
pode um juiz ser castigado fora desse processo, tem de ser um processo
transparente e legítimo, o juiz pode ser transferido.

Princípio da renovação dos titulares de cargos públicos


Os cargos públicos não são vitalícios e há limitações a renovação dos mandatos
políticos; ponto 55. do sumário desenvolvido- proibição da monarquia
hereditária, Art.118, n.2.
As incompatibilidades constitucionalmente consagradas estão no Art. 165,n.4.
Liberdade de renunciar ao mandato- Art. 160, n.2
Há limites a essa liberdade: exemplos não escritos expressamente, mas
indicados nos Art. 142, f) [Conselho de Estado], Art.132, n.1 [substituição
interina].
Princípio da proibição de abandono das funções
O Governo, Art.186,n.5, limitar-se-á à prática dos atos necessários de gestão
administrativa, negócios públicos, mas não pode exercer atividade legislativa.

Procedimento legislativo
parlamentar
1. Fase de iniciativa legislativa
Apresentar projetos ou propostas de lei a Assembleia da República, para
desencadear um processo legislativo.
A) Iniciativa legislativa Interna (interna à Assembleia da República) =
deputados e grupos parlamentares da Assembleia da República e os cidadãos
(iniciativa popular porque os cidadãos são representados pelos deputados) =
167ºnº 1 da CRP, 118 do Regimento da Assembleia da República
B) Iniciativa Legislativa Externa (externa à Assembleia da República) =
Governo e Assembleias Legislativas Regionais = 167º nº1 da CRP, 118 do
Regimento da Assembleia da República
C) Iniciativa legislativa popular = dos cidadãos = 167º nº 1 da CRP; 118 do
Regimento da Assembleia da República + Lei nº 17/ 2003 de 4 de Junho
D)Iniciativa legislativa originária = 167 nº 1 da CRP; 118 do Regimento da
Assembleia da República; 119 nº 1 do Regimento da Assembleia da República
E) Iniciativa superveniente = 167 nº 8 da CRP; 119º 2 e 127 do Regimento da
Assembleia da República
F) As normas travão e outros limites à iniciativa legislativa = exemplos:
167nº2 da CRP; 167 nº 4 da CRP; 167 nº 5 da CRP última parte; 167 nº 6 da
CRP; 167 nº 7 da CRP; 120, 121, 122, 123 e 124 do Regimento da Assembleia
da República

Iniciativa legislativa Interna


(Interna à Assembleia da República) = deputados e grupos parlamentares da
Assembleia da República e os cidadãos (iniciativa popular porque os cidadãos
são representados pelos deputados) = 167ºnº 1 da CRP, 118 do Regimento
da Assembleia da República.
Interna – quando provem dos deputados – iniciativa de lei,
apresentam/submetem a Assembleia da República projetos de lei.
Não só os deputados podem apresentar projetos de lei – cidadãos através de
iniciativa popular de lei também podem submeter projetos de lei. Grupo de
cidadãos que redigir uma lei (não é uma petição, terão de redigir mesmo o
conteúdo de uma lei).
Se conseguirem pelo menos 20,000 assinaturas enviam para a Assembleia da
República e a Assembleia da República fica obrigada a iniciar um procedimento
legislativo.
Lei que regula iniciativa popular → Lei n17/2003, 4 de Junho (art2 diz quais são
os cidadãos titulares desta iniciativa e os requisitos)
Art. 167 n1 e 118 do Regimento da Assembleia da República.

Iniciativa Legislativa Externa


(Externa à Assembleia da República) = Governo e Assembleias Legislativas
Regionais = 167º nº1 da CRP, 118 do Regimento da Assembleia da República

Externa – provem de um órgão externo a Assembleia da República.


Governo (propostas de lei feitas perante a Assembleia da República),
assembleias legislativas regionais (Podem aprovar propostas de lei sobre
matéria que diga respeita a região e apresentar essas propostas a Assembleia
da República).

Iniciativa legislativa originária


167 nº 1 da CRP; 118 do Regimento da Assembleia da República; 119 nº 1 do
Regimento da Assembleia da República

Quando se apresenta pela 1ª vez um projeto ou proposta de lei qua vai dar
origem ao início do procedimento legislativo.

Iniciativa superveniente
167 nº 8 da CRP; 119º 2 e 127 do Regimento da Assembleia da República

São apresentadas propostas de alteração (já discutida na Assembleia da


República) dos projetos que foram inicialmente apresentados.

Limites da iniciativa de proposta de lei:


Art.167, n.2, n.5, n.6, n.7 e n.8

Art. 120 do regimento da Assembleia da República – requisitos materiais da


iniciativa de lei.
1 - Não são admitidos projetos e propostas de lei ou propostas de alteração que:
a) Infrinjam a Constituição ou os princípios nela consignados;
b) Não definam concretamente o sentido das modificações a introduzir na ordem
legislativa.
2 - Os Deputados, os grupos parlamentares, as Assembleias Legislativas das
Regiões Autónomas e os grupos de cidadãos eleitores não podem apresentar
projetos de lei, propostas de lei ou propostas de alteração que envolvam, no ano
económico em curso, aumento das despesas ou diminuição das receitas do
Estado previstas no Orçamento.
3 - Os projetos e as propostas de lei definitivamente rejeitados não podem ser
renovados na mesma sessão legislativa (num ano).
Normas de travão – impedem a iniciativa de lei a entidades que noutras
circunstâncias tem iniciativa de lei → exemplo no Art. 167, n.2:
Isto é uma norma de travão porque só tem a iniciativa de lei de orçamento de
estado e tudo que diga respeito a despesas e receitas do ano em curso o governo
(nem sequer os deputados) só o governo pode apresentar propostas de lei a
Assembleia da República sobre esta matéria – caso contrário seria
inconstitucional.

Art. 124 do regimento da Assembleia da República – requisitos formais a


iniciativa de lei (não seremos questionados sobre isto).

As regiões autónomas só podem apresentar propostas sobre matérias do


interesse da sua respetiva região.

Art. 164 – isto que está aqui é diferente da iniciativa de lei – só a Assembleia da
República pode aprovar lei sobre esta matéria, mas o governo ou as assembleias
regionais ou os cidadãos podem apresentar projetos/propostas de lei sobre esta
matéria.

Alínea f) – por ex. as regiões autónomas não poderiam apresentar um projeto de


lei sobre esta matéria.
Alínea e), j) – aqui, as regiões autónomas podem ter interesso nestas matérias,
por isso poderiam apresentar propostas sobre isto.
Em matéria especifica das regiões autónomas, estas tem iniciativa de lei
exclusiva, sobre eleições dos deputados as assembleias legislativas autónomas.
Não confundir aprovação de lei (fase posterior) com a iniciativa/proposta de lei.**

No Estatuto da Madeira – Art. 37 n1 a) e b): a iniciativa de proposta por parte das


regiões autónomas tem a ver com o seu estatuto, o estatuto da região autónoma,
inclusiva as eleições dos deputados – lei sobre o seu estatuto.
Estas propostas são aprovadas pela Assembleia da República – não pelas
assembleias legislativas das regiões autónomas – mas só estas assembleias
das regiões é que podem apresentar propostas sobre o seu estatuto.
No Estatuto dos Açores – Art. 36 a) e b): igual ao que diz no da Madeira

Limitações a iniciativa por parte dos cidadãos:


Artigos 3 e 4 da Lei da Iniciativa Popular → remitir para Art. 167.
Requisitos de forma de projeto – não seremos questionados sobre isto
Art.124

Fase de instrução
Quando se admite um projeto, essa proposta vais ser apreciado pelos
deputados em comissões parlamentares permanentes em razão da matéria
– por ex. se for um projeto sobre a saúde vais ser apreciada por uma comissão
dessa área.
Quem recebe estas propostas, é o presidente da Assembleia da República
e que vai determinar se estes projetos cumprem os requisitos
formais/materiais, ou seja, vai verificar se viola alguns limites/requisitos na
constituição e ou no regimento da Assembleia da República.

Se for rejeitado, pode existir um recurso definido no regimento, se não for


rejeitado passa para apreciação dessas comissões permanentes.
A) O papel do presidente da Assembleia da República = 125, 126, 133 e 142
do Regimento da Assembleia da República
B) A intervenção das comissões parlamentares especializadas = 126 nº 3 e
4, 128, 129, 130, 132, 133, 134, 135, 136, 137, 138, 139, 140, 141 do Regimento
da Assembleia da República
C) Consultas Obrigatórias = 134 nº 1, 140, 141 e 142 do Regimento da
Assembleia da República

Consultas obrigatórias:
É obrigatório sobre certas matérias (por ex. direito de trabalho) a consulta de
entidades especificas.
Art. 134 do regimento da Assembleia da República remete para:
Art. 56 n.2, alínea a) + Art. 54 n.5, alínea d) – isto é um direito fundamental: os
sindicatos (trabalhadores), tem o direito de participar na elaboração da
legislação do trabalho.
Art.140 do regimento da Assembleia da República.

** 141 do Regimento da Assembleia da República e Art. 227 CRP – se uma


proposta de lei feita por um órgão de soberania, tema ver com matéria relevante
ao interesse das regiões autónomas (não exclusivo a eles) há obrigatoriedade
de agilizar - consultar as assembleias regionais no processo de legislação.
As comissões reúnem todos os projetos num único documento e depois enviam
para a assembleia para passar a discussão.
Art. 167 n.4, n.5, n.6, n.7 (aprovação na generalidade → se propostas não forem
aprovadas na generalidade termina o processo legislativo).

A Fase da Discussão e votação


Art. 168
1º debate / discussão na generalidade, e depois a votação na generalidade
Apreciar se deve se ou não aprovar uma nova lei ou uma alteração a lei já
existente, sem discutir artigo por artigo ou alínea por alínea.
Segue-se a votação na generalidade – isto é, votar para saber se os deputados
querem ou não continuar com o procedimento legislativo.
Se não forem aprovados na votação na generalidade – termina o procedimento
legislativo
Se for aprovado algum projeto/proposta, passa-se a fase do debate ou discussão
na especialidade.
2º debate na especialidade, e depois a votação na especialidade
Consiste em discutir o conteúdo concreto da lei, discute-se artigo por artigo,
alínea por alínea.
Votação na especialidade – aprova-se o conteúdo concreto desse diploma (quais
artigos/alíneas são aprovados ou não).
Depois, temos um decreto da Assembleia da República que será votado por
aquilo que se designa por votação final
Por fim – a votação final
Se for aprovado, o projeto toma a forma de um decreto, se não for aprovado
termina o procedimento legislativo.

*Se sair matéria sobre isto, será com base nos casos práticos
*O que imporá é a votação final (ser aprovada ou não a lei)
Art. 168, n.3 – a votação na generalidade de alguns projetos / propostas podem
ser aprovados em comissões, mas o plenário pode requerer a votação em
plenário a qualquer momento.
Art. 168, n.4 – leis sobre estas matérias referidas são obrigatoriamente votadas
na especialidade pelo plenário.
Maiorias:
Art.168, n.5 e n.6
A) Discussão e Votação na Generalidade = 168 nº 1 da CRP; 168 nº 2 da CRP;
147 a 149 do Regimento da Assembleia da República
B) Discussão e Votação na Especialidade = 168 nº 1 da CRP; 168 nº 2 da
CRP; 168 nº 3 da CRP; 168 nº 4 da CRP; 150 a 154 o Regimento da Assembleia
da República
C) Votação Final = 168 nº 2 da CRP; 116 nº 3 da CRP; 155 do Regimento da
Assembleia da República
D)A maioria relativa = 116 nº 2 da CRP
E) A maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções = 168 nº 5
da CRP; 136 nº 2 da CRP;
F) A maioria de dois terços dos deputados presentes desde que superior à
maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções = 168 nº 6 da
CRP; 136 nº 3 da CRP;
G) A maioria de dois terços dos deputados em efetividade de funções = 286
nº 1 da CRP H)A maioria de quatro quintos dos Deputados em efetividade de
funções = 284 nº 2 da CRP;

Discussão e Votação na Generalidade


Art. 168 nº 1 da CRP; Art. 168 nº 3 da CRP; Art. 147 a 149 do Regimento da
Assembleia da República
Um decreto da Assembleia da República pode ser aprovado por, por ex. 100
deputados (regra geral) – uma maioria simples, conta-se os deputados presentes
e o decreto é aprovado por metade + 1 dos deputados presentes

Discussão e Votação na Especialidade


Art.168 nº 1 da CRP; Art. 168 nº 2 da CRP; Art. 168 nº 3 da CRP; Art. 168 nº 4
da CRP; Art. 150 a 154 o Regimento da Assembleia da República.
O decreto da Assembleia da
República após a votação
A) A promulgação = 134 b) da CRP; 137 da CRP; 159 do Regimento da
Assembleia da República
B) A publicação = 134 b) da CRP + 119 da CRP
C) A referenda ministerial = 140 da CRP
D) Veto político ao Decreto da Assembleia da República = 136º nº1, 2 e 3 da
CRP (não esquecer que o PR pode vetar politicamente também decretos do
Governo = 136 nº 4 da CRP); 160 e 161 do Regimento da Assembleia da
República
E) Requer a fiscalização preventiva da Constitucionalidade = 278 nº 1 da
CRP
F) Veto por inconstitucionalidade = 136 nº 5 da CRP; 279 nº 1 da CRP; 162 e
163 do Regimento da Assembleia da República

A maioria absoluta dos deputados em efetividade de


funções
Art. 168 nº 5 da CRP; 136 nº 2 da CRP
Art. 166 n.2 – matérias de lei orgânica (leis superiores/de mateiras mais
importantes, como por ex. sobre a nacionalidade)
Nem todas as leis superiores seguem a regra da maioria absoluta – apenas
as leis orgânicas e as deste Art. 168 n.5.
** Para ultrapassar veto público de um decreto que incide sobre leis orgânicas,
é necessário um voto mais agravado – não confundir isto com a regra de maioria
absoluta que se aplica para aprovar propostas de leis orgânicas.
Art. 136 n.2.
Também é necessário a maioria absoluta para ultrapassar o veto do Presidente
da República (no processo de promulgação/veto por parte deste).
A maioria de dois terços dos deputados presentes desde que superior à
maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções
Art.168 nº 6 (todas as alíneas) da CRP; 136 nº 3 da CRP;

Tem de ser superior a maioria absoluta (116), mas nem sempre é suficiente.
Alínea f) * é a mais importante
A maioria de dois terços (dos 230) dos deputados em efetividade de
funções
Art. 286 nº 1 da CRP

A maioria de quatro quintos dos Deputados em efetividade de funções


Art. 284 nº 2 da CRP;

Art. 279 n.2


Art. 134 b) + Art. 137 – promulgação / veto de decretos do Presidente da
República
Depois de promulgado, tem que ser publicado no diário da república – Art.119 +
119 n.2
Art. 140 – como temos um sistema semipresidencialista – carecem da assinatura
do governo também.

Veto político
O veto político é o poder do Presidente da República de sancionar um decreto
da Assembleia da República ou do Governo por motivos políticos. Sancionar um
decreto no sentido de não concordar com alguma disposição da Assembleia da
República ou do Governo por motivos políticos, então veta politicamente
recusando a promulgação do diploma e devolve esse diploma ao órgão que o
aprovou para que este o reformule ou se for caso disso (só a Assembleia da
República) o confirme [o diploma] nos termos do Art. 136.
Não pode invocar a violação da constituição para vetar politicamente, ou a
dignidade da pessoa humana, mas pode por exemplo fundamentar com o
interesse público.
Nota: A lei orgânica são as leis sobre o Art. 166, n.2.
O veto político assim como a promulgação são poderes do Presidente da
República que são livres, ou seja, ele pode ou não promulgar/vetar politicamente,
quanto à promulgação ela é obrigatória quando é lei constitucional e também
quando a Assembleia da República ultrapassa o veto político Art. 186, n.2 e n.3,
a fiscalização é preventiva porque o diploma ainda não está em vigor foi enviada
ao Presidente da República para promulgação e este tem duvidas quanto a
conformidade de uma disposição do diploma da Assembleia da República ou do
Governo com a Constituição, a violação de normas da constituição, se o
Presidente da República pretende requerer a fiscalização preventiva da
constitucionalidade não pode vetar politicamente o diploma tem de esperar por
uma decisão do Tribunal Constitucional , então restam-lhe duas hipóteses:
Se a decisão do Tribunal Constitucional for no sentido da inconstitucionalidade
da norma do diploma, ou seja, o Tribunal Constitucional entende que o diploma
é inconstitucional, então o Presidente da República não pode vetar politicamente
tem de vetar por inconstitucionalidade obrigatoriamente. Devolve o diploma à
Assembleia da República ou ao Governo, o Governo ou acata a decisão ou
reformula o diploma e devolve novamente ao Presidente da República, e este se
tiver novamente dúvidas pode enviar outra vez para o Tribunal Constitucional ou
vetar politicamente; o Presidente da República só pode vetar por
inconstitucionalidade um diploma, quer seja pela Assembleia da República ou
pelo Governo, se o Tribunal Constitucional se pronunciar previamente sobre a
inconstitucionalidade da norma. Art. 279, n.2, a Assembleia da República pode
deixar cair o diploma, pode retirar a norma inconstitucional e reformula o diploma
e envia novamente para o Presidente da República ou então ultrapassa o veto
por inconstitucionalidade, mas por uma maioria mais agravada, o Presidente da
República não está obrigado a promulgar o diploma.
Supondo que o Tribunal Constitucional se pronuncia pela constitucionalidade da
norma, ou seja, a norma está em conformidade com a constituição, então o
Presidente da República não pode vetar por inconstitucionalidade, mas pode ou
promulgar ou vetar politicamente nos termos do Art. 136, n.1, ou nos casos do
Governo Art. 136, n.4.
Art. 136, n.5 o Presidente da República pode exercer o direito de veto por
inconstitucionalidade.

Competência exclusiva do
Governo
A Assembleia da República não pode fazer cessar a sua vigência nem aprovar
sobre essa matéria, as competências exclusivas do Governo muito reduzida
sendo apenas a sua organização.
Art. 169, n.2
Quando o Governo legisla sobre uma das matérias do Art. 165 com base numa
lei de autorização da Assembleia da República, a Assembleia da República pode
suspender no todo ou em parte a vigência do decreto de lei em sede de
apreciação parlamentar deste decreto de lei até à publicação da lei da
Assembleia da República que o vier alterar, ou seja, a Assembleia da República
pode apreciar os decretos do Governo com o fim de fazer cessar a vigência
desses decretos, só não pode apreciar decretos sobre a organização e
funcionamento do Governo, porque são matérias da exclusiva competencia do
Governo.
Em relação aos decretos de matéria do Art. 165 em que o governo só pode
legislar se for autorizado pela Assembleia da República, se o governo aprovar
um decreto e ele for promulgado a Assembleia da República pode apreciar esse
decreto de lei com o objetivo de pôr fim à sua vigência, mas nestes casos, a
Assembleia da República durante o processo de apreciação parlamentar pode
suspender a vigência do decreto; nos outros decretos de lei não.
Art. 169, n.3
Art. 169, n.4- a cessação da vigência de um decreto de lei por parte da
Assembleia da República toma a forma de resolução, não é uma lei, o Governo
pode voltar a legislar outra vez só não poderá voltar a ser publicado no decurso
da mesma sessão legislativa.
Caduca o procedimento da cessação parlamentar nos termos do Art. 169, n.5,
se requerida a apreciação não se ter pronunciado sobre essa apreciação nas 15
reuniões plenárias subsequentes ou então, não foi votada em votação final a
nova lei que afasta o decreto de lei em questão.

Atos Legislativos, Princípios e Competência


Legislativa da Assembleia da República, do Governo
e das Assembleias Legislativas Regionais
Que atos legislativos é que conhece?
No Art. 112, n.1, só podem ser leis da Assembleia da República, os decretos
de lei do Governos e os decretos relativos regionais, ou seja, estes órgãos
(Assembleia da República, Governo e as Assembleias relativas regionais) são
os únicos órgãos com competencia legislativa, por isso é que as, matérias mais
importantes são objetos de atos legislativos. Na hierarquia dos atos normativos
estes atos são superiores aos outros atos na hierarquia das normas, em
Constitucional só vamos ver os atos legislativos.

O que são leis de valor reforçado?


A lei da Assembleia da República que está no topo da pirâmide é a lei
constitucional, mas a seguir vem aquelas leis que são as leis com valor
reforçado, ou seja, são leis da exclusiva competencia legislativa da Assembleia
da República, não obstante, o Governo ou as Assembleias relativas regionais
poderem apresentar propostas de lei sobre as matérias de lei de valor
reforçado, por exemplo, o Gover4no pode apresentar uma proposta de lei
sobre alteração da lei da nacionalidade, mas porque esta matéria da
nacionalidade é uma lei de valor reforçado (lei orgânica) só a Assembleia da
República pode aprovar essa lei, por exemplo, o Estatuto da região autónoma
da Madeira ou dos Açores, as Assembleias Relativas Regionais da respetiva
região podem apresentar propostas de lei de alteração do seu Estatuto, mas só
a Assembleia da República pode aprovar essa lei, porque é uma lei de matéria
da sua exclusiva competencia e de valor reforçado.
Em primeiro lugar são leis que só são aprovadas pela Assembleia da República
porque são de valor reforçado, pois estão na hierarquia normativa abaixo da
constituição, ou seja, têm de respeitar o conteúdo da constituição, mas estão
acima de qualquer outro ato legislativo, ou seja, nenhum ato legislativo nem
normativo pode desrespeitar o conteúdo dessas leis. Ou seja, só podem ser
modificadas ou revogadas por lei de igual valor.

Que tipos de leis de valor reforçado conhece?


Lei orgânica- a lei orgânica e aquela lei que incide sobre matérias que estão no
Art. 166, n.2, matérias relativas à criação de órgãos, a procedimentos eleitorais
e a procedimentos de aquisição da nacionalidade, por exemplo a Lei orgânica
do Tribunal Constitucional, mas o mais fácil é olhar para o Art. 164.
As leis sobre as matérias do Art. 168, n.6- a lei respeitante à comunidade da
representação social, são leis da exclusiva competência da Assembleia da
República.
As leis da autorização- também da exclusiva competencia da Assembleia da
República, uma lei de autorização é uma lei que fixa nos termos do Art. 165, n.2
da CRP apenas o objeto, o sentido, a extensão e a duração da autorização
legislativa que pode ser concebida ao Governo ou às Assembleias relativas
regionais, em relação ao Governo a lei da autorização pode incidir sobre
qualquer uma das matérias do Art. 165, em relação às Assembleias relativas
Regionais a lei da autorização da Assembleia da República só pode incidir sobre
algumas das matérias do Art. 165, pois as Assembleias relativas Regionais não
são um órgão de soberania e algumas matérias não podem ser legisladas pela
mesma, Art. 227, n.1, al. b). É a única lei que fixa um prazo para o governo ou
para as Assembleias Relativas Regionais legislarem se o governo ou as
assembleias deixarem passar o prazo caduca a legislação.
A Assembleia da República pode legislar de forma exclusiva sobre qualquer uma
das matérias do Art. 165, mas também pode aprovar uma lei de autorização para
que o Governo possa legislar sobre estas matérias. Só pode ser objeto de lei de
autorização os decretos da Assembleia da República sobre as matérias do Art.
165.
Afeta indiretamente os cidadãos. No processo em tribunal as partes no processo
podem invocar a ilegalidade de um decreto de lei autorizado em virtude desse
decreto de lei estar em desconformidade com o conteúdo da lei da autorização.
O decreto de lei que se aplica aos cidadãos que foi emitido em virtude de existir
uma lei de autorização, mas o decreto de lei viola o sentido da lei da autorização
(o decreto ter ido mais além do que foi autorizado) esse decreto de lei pode ser
objeto de uma averiguação da constitucionalidade.
O decreto-lei autorizado aplica-se aos cidadãos, a Assembleia da República dá
uma autorização para que o governo aprove um decreto que vai ser aplicado aos
cidadãos, em tribunal as partes podem entender que aquele decreto é
inconstitucional e se o decreto é inconstitucional a lei da autorização pode ser
inconstitucional também.
No Art. 165, n.3, uma autorização legislativa equivale a um decreto-lei
autorizado, no entanto o Governo tem de aprovar um decreto de lei que esgote
a matéria de autorização legislativa ou faz um decreto de lei sobre uma matéria
e outro decreto de lei de outra matéria, mas sobre a alçada da mesma lei de
autorização (execução parcelada da lei da autorização).
Art. 165, n.4- Se o Governo for demitido e não tiver aprovado um decreto de lei
autorizado a lei da autorização caduca.

As leis de bases e as leis de valor reforçado.


A lei de bases apenas define os princípios gerais do regime jurídico, quer seja
de matéria reservada da Assembleia da República, quer seja da matéria
concorrencial.
Através de decreto legislativo regional de desenvolvimento de lei de bases, a lei
de bases é sempre aprovada pela Assembleia da República, quer seja sobre
matéria da competencia reservada da Assembleia da República, quer seja em
matéria concorrencial.
Competência de desenvolvimento da lei de bases Art.198, n.1, alínea c).
Se a lei de bases incide sobre matéria da competencia legislativa concorrencial
do Governo e da Assembleia da República, o Governo pode:
• Desenvolver a lei de bases através de decreto de lei de desenvolvimento
• O Governo pode aprovar um decreto de lei sobre essa matéria, ou seja,
qualquer um destes decretos-lei têm de estar em conformidade com a lei de
bases.
Só a lei de bases no âmbito da competencia exclusiva da Assembleia da
República é uma obrigação legislativa imposta pela constituição, ou seja, a lei de
bases do ensino, do ambiente que estão no Art. 164 e 165, respetivamente, mas
não tem de existir obrigatoriamente as leis de bases em matéria concorrencial.
A lei de bases vincula quer em entidades públicas quer em cidadãos, apesar de
ser desenvolvida pelo Governo e pelas Assembleias relativas regionais.
A lei de bases é uma lei que incide sobre direito substantivo (princípios gerais de
um regime jurídico e não sobre regras processuais).
Leis de valor reforçado são sempre aprovadas pela Assembleia da República.

Os princípios da reserva de lei e prevalência da lei


O princípio da reserva de lei significa que só a Assembleia da República pode
legislar sobre matérias no âmbito ou que estão incluídas na constituição como
reserva de lei Art.164 e 165, a diferença entre:
Reserva absoluta de lei (Art.164)- só a Assembleia da República pode aprovar
leis sobre estas matérias não pode existir lei de autorização sobre estas
matérias, sob pena de se violar o princípio de reserva absoluta de lei que é uma
inconstitucionalidade.
Reserva relativa de lei (Art.165)- só a Assembleia da República pode legislar e
aprovar lei sobre estas matérias, mas também pode autorizar o Governo a
legislar sobre estas matérias, princípio de reserva relativa de lei, neste princípio
temos alguns exemplos, por exemplo, a Assembleia da República pode aprovar
uma lei sobre o ambiente ou aprovar uma lei de autorização sobre alguma
matéria ambiental, desde que aprove uma lei de bases do ambiente.
Se o Governo legisla sobre algumas matérias do Art.165 sem lei de autorização
violam o princípio da reserva relativa de lei, sendo uma inconstitucionalidade.
Princípio da prevalência da lei significa que as leis de valor reforçado são
superiores a qualquer outro ato normativo exceto à Constituição, isto significa
que todos os atos normativos infraconstitucionais têm de obedecer ao conteúdo
das leis de valor reforçado sobre pena de serem ilegais, por exemplo, um decreto
de lei autorizado que está em desconformidade com a lei de autorização é um
decreto-lei ilegal por violação do princípio da prevalência da lei.
Se existe uma ilegalidade existe uma inconstitucionalidade, o princípio da
prevalência da lei de valor reforçado é um princípio constitucional, este princípio
encontra-se no Art.112, n.2, 2ªparte e n.3.

Princípio da tendencial paridade


Princípio da tendencial paridade entre lei e decreto de lei (Assembleia da
República), As leis da Assembleia da República sem valor reforçado tem igual
valor normativo aos decretos-leis, este princípio só se aplica entre lei da
Assembleia da República sem valor reforçado e decretos-lei, isto significa que
tanto a lei pode modificar ou revogar essa lei, ou o decreto de lei pode modificar
ou revogar a lei. Este princípio aplica-se à competencia legislativa concorrencial
entre o Governo e a Assembleia da República.

Atos legislativos regionais


A competência legislativa própria das Assembleias Legislativas Regionais
De acordo com o princípio da autonomia legislativa das regiões autónomas (6 nº
2 da CRP, 228 da CRP, artigo 5 do Estatuto Político-Administrativo da Região
Autónoma da Madeira e artigo 1 do Estatuto Político-Administrativo da Região
Autónoma dos Açores, doravante designados Estatutos) as Assembleias
Legislativas Regionais têm competência legislativa própria ou exclusiva (artigo
227 nº 1 a) da CRP, artigo 37 do Estatuto dos Açores e artigo 37 nº 1 alínea c)
do Estatuto da Madeira). As Assembleias legislativas regionais podem, assim,
aprovar decretos legislativos regionais sem interferência da Assembleia da
República ou do Governo (órgãos de soberania). Efetivamente, as leis da
Assembleia da República e os decretos-leis do Governo aplicam-se a todo o
território português. No entanto, a Assembleia da República e o Governo não
podem violar o princípio da autonomia legislativa das regiões autónomas. Desta
forma, não podem modificar ou revogar decretos legislativos regionais que
tenham sido emanados em conformidade com o princípio constitucional da
autonomia legislativa regional.
Quando é que isto acontece? Por outras palavras, qual o limite da
competência legislativa própria das Assembleias Legislativas Regionais?
De acordo com os referidos artigos 37º dos Estatutos das Regiões Autónomas,
as Assembleias Legislativas Regionais podem aprovar decretos legislativos
regionais no uso da sua competência própria ou exclusiva quando:
• Não incidem sobre matérias reservadas dos órgãos de soberania
• Os decretos incidem sobre matéria de interesse específico para a região ( +
artigo 40 do Estatuto da Região Autónoma da Madeira e artigos 49 a 67º do
Estatuto da Região Autónoma dos Açores) Mas estes critérios não são
suficientes para limitar a competência exclusiva das Assembleias Legislativas
Regionais, nem a competência legislativa da Assembleia da República e do
Governo em função do princípio da autonomia legislativa regional.
Comparem os artigos:
165º da Constituição (reserva relativa de lei, salvo lei de autorização ao governo
(+ 198 nº 1 b) da CRP) ou sobre certas matérias mediante lei de autorização às
Assembleias Legislativas Regionais (+ 227 nº 1 b) da CRP) com
Os artigos 40 do Estatuto da Madeira e 49 a 67 do Estatuto da Região Autónoma
dos Açores,
Por exemplo,
Encontramos na Reserva de lei matérias como a segurança, saúde, ambiente
Mas também encontramos as mesmas matérias nos Estatutos das Regiões
Autónomas como sendo matérias do interesse específico da região
(competência própria ou exclusiva), por exemplo artigo 40 m) do Estatuto da
Madeira ou 59 do Estatuto dos Açores
Será que a Assembleia da República e o Governo podem revogar ou modificar
decretos legislativos regionais sobre estas matérias? R: Não, se o decreto
legislativo regional for emanado em conformidade com o princípio da autonomia
legislativa regional.
Desta forma, para determinar quando é que a Assembleia Legislativa Regional
têm competência legislativa exclusiva (não necessitando, por exemplo de
nenhuma lei de autorização da Assembleia da República ou de desenvolver leis
da AR ou decretos-leis do Governo) têm de estar preenchidos cumulativamente
os seguintes requisitos:
➔ Os decretos legislativos regionais podem incidir sobre matérias de
interesse específico para a região (Estatutos artigo 40º (Madeira) + 49 a
67 (Açores) mas não podem incidir sobre matérias da reserva de lei
(165º) ou de decreto-lei (198 nº 2) por exemplo, as Assembleias
Legislativas Regionais não podem aprovar o regime geral da segurança
social ou as bases da segurança social ou do sistema nacional de
saúde, ou restrições aos direitos fundamentais, ou o regime geral do
sistema monetário etc… (não podem criar leis de valor reforçado….)
➔ Os decretos legislativos regionais apenas se aplicam ao território da
respetiva região autónoma
➔ Os decretos legislativos regionais não podem violar o princípio da
igualdade entre cidadãos do continente e das ilhas, ou seja, é possível
existir legislação de conteúdo diferente para as regiões autónomas se tal
se justificar de acordo com o princípio da igualdade, pois o princípio da
igualdade diz-nos que devemos tratar situações iguais de forma igual e
situações diferentes de forma diferente. Neste sentido, é importante
analisar os factos concretos, por exemplo, se nas ilhas existir uma
doença com maior incidência ou que não existe no continente ou mais
desemprego do que no continente, a legislação deve ter em conta estas
diferenças.
➔ Os decretos legislativos regionais que preveem a atribuição de apoios
ou subsídios devem prever que tais subsídios ou apoios devam ser
suportados pelo orçamento regional.
Todos estes critérios são cumulativos.

Art. 59, n.1- direito fundamental de natureza análoga.


Art. 59, n.2- direito fundamental
Art. 60, n.1- direito fundamental
Art. 60, n.2- para garantir os direitos dos consumidores
Art. 60, n.3- direito fundamental de participação na vida publicadas associações
de consumidores
Art.61- direito fundamental
Art. 62- direito fundamental
Art. 63- direito fundamental
Art. 64, n.1- direito fundamental
Art. 64, n.2- dever fundamental
Art. 65- direito fundamental, por exemplo se não há habitações para os
estudantes em lisboa a preços acessíveis, pode se revindicar como um dever
fundamental do estado e não como um direito. É possível acionar o tribunal
europeu dos direitos humanos.
Figuras afins dos deveres fundamentais
Interesse difuso não é um direito fundamental, por exemplo a proteção do
ambiente, da saúde pública do ordenamento do território, e porque são direitos
de todos não são direitos in dividuais todos podem agir processualmente para
defesa desses interesses difusos, por isso é que existe um direito fundamental
que está consagrado no Art. 52 da CRP que é um direito fundamental e quando
estamos perante interesses difusos os cidadãos em conjunto ou individualmente
podem tentar uma ação para defesa desses interesses que são de todos, por
exemplo a poluição de um rio, não confundir com uma empresa que polui.

Direitos fundamentais como situações jurídicas


ativas e as suas características
Constitucionalidade- está consagrada na constituição
Absolutidade- normas de direitos fundamentais são normas que prevalecem
sobre todas as outras
Universalidade- todas as pessoas têm o mesmo direito
Inviolabilidade- têm de ser respeitados e reconhecidos, não podendo ser
violados arrecadando consequências como penas de prisão, multas…
Não patrialidade- não são direitos avaliáveis em dinheiro, ou seja, o valor da
vida ou da integridade física não pode ser determinado de forma certa.
Intransmissibilidade- não se podem transmitir
Irrenunciabilidade- ninguém pode renunciar os direitos fundamentais nem por
contrato.

Evolução dos direitos fundamentais


Os direitos fundamentais de 1º geração foram aqueles que nasceram no Estado
Liberal, inspirados na revolução francesa, liberdade, igualdade e fraternidade. ~
Os de 2º geração surgem com a evolução do estado de direito social e com a
reivindicação dos direitos dos trabalhadores, dos direitos laborais e dos direitos
sociais.
Os de 3º geração são os do direito de ambiente, os da proteção de dados,
questões ligadas com a identidade genética, questões ligadas ao uso da
tecnologia.

Sistema português de direitos fundamentais


Configuração substantiva dos direitos fundamentais
A questão de que todos os Estados sendo eles fascistas, socialistas, … têm de
ter obrigatoriamente direitos fundamentais, significa que os direitos fundamentais
são limitados por uma ideologia.
A constituição pode ser aberta, sendo possível incluir direitos fundamentais na
constituição que não estejam consagrados.

Enumeração exemplificativa e direitos


fundamentais análogos
Os direitos fundamentais de natureza análoga são posições jurídicas ativas, em
regra dispersas na Constituição que, atenta a sua natureza defensiva e conexão
com o valor da liberdade, contenham atributos idênticos aos dos direitos,
liberdades e garantias de modo a poderem beneficiar, no todo ou
maioritariamente, do regime constitucional previsto para estes últimos.
1. O artigo 17.º da Constituição da República (CRP) clarifica que “O regime dos
direitos, liberdades e garantias aplica-se aos enunciados no Título II e aos
direitos fundamentais de natureza análoga”. O regime aplicável envolve,
nomeadamente, na CRP: a reserva de lei parlamentar (alínea b) do n.º 1 do artigo
165.º); a submissão ao disposto no artigo 18.º relativamente à restrição de
direitos e ao artigo 19.º no que tange à sua suspensão; as garantias de acesso
ao direito, previstas no n.º 5 do artigo 20.º; a responsabilidade civil
extracontratual das entidades públicas enunciada no artigo 22.º; e a cláusula de
limites materiais de revisão constitucional declarada pela alínea d) do artigo
288.º.
2. Têm sido identificados pela jurisprudência e pela doutrina como direitos
fundamentais de natureza análoga, entre outros, os direitos de propriedade e
iniciativa económica privada (artigos 62.º e 61.º da CRP); o direito à retribuição
do trabalho, ao limite máximo da jornada de trabalho, ao descanso semanal,
férias e subsídio de desemprego (artigo 59.º); a contagem do tempo de trabalho
para o cálculo das pensões (n.º 4 do artigo 63.º); e os direitos dos administrados
(artigo 268.º da CRP).
3. A par destes direitos análogos constitucionalizados, a Constituição admite a
existência de direitos fundamentais “extravagantes”, revelados fora do catálogo
constitucional e constantes de lei ou tratado (n.º 1 do artigo 16.º) sendo duvidoso
que, contudo, assumam natureza análoga aos direitos, liberdades e garantias,
dado que, em sede de revisão constitucional, caiu a expressão “natureza
análoga” que figurava no texto originário da Constituição.

O regime geral dos direitos fundamentais


Abrange matérias como o estudo de dois princípios fundamentais que é o
princípio da igualdade e da universalidade e abrange a colisão de direitos o como
se resolve a colisão de direitos incluindo os direitos externos e internos.
No regime geral aparece dois princípios consagrados no Art.12 e 13 ,ou seja,
ninguém pode ser discriminado por um algum fator subjetivo.
A igualdade e a diferença não se medem por critérios subjetivos, mas sim por
critérios objetivos.
Tudo o que tenha a ver com a liberdade de ensino só a AR pode legislar.
Direito à liberdade física, relacionando-se com as forças de segurança e ainda a
liberdade de exercício de cargos públicos quando esta lei se relaciona com
encargos públicos, ou seja, quando algumas matérias do Art. 164 que só a AR
pode legislar.
O exercício jurídico, limites internos e limites externos, isto tem a ver com a
constituição fixa limites ao exercício do direito fundamental, se fixa estes limites
estamos a falar de limites internos, ou seja, fixados na constituição ao exercício
do direito fundamental, por exemplo, a liberdade de associação, o direito de
reunião, Art. 51, n.3; Art. 46, n.1;
Existem direitos fundamentais que não estão expressamente consagrados na
constituição, mas resultam do confronto de outros direitos fundamentais ou com
a prevalência e com o interesse público, originando colisões de direitos, por
exemplo, a liberdade de imprensa de um jornal e a reserva da vida privada pode
ser um limite externo à liberdade de imprensa.

Direitos fundamentais na
Constituição
Art. 18, Princípio da pessoa humana e princípio da retroatividade
Para salvaguardar outros direitos ou interesses considerados superiores neste
caso e de acordo com o Art. 18.
O regime especial dos direitos, liberdades e garantias.
N.1- está o princípio da aplicabilidade direta e imediata dos direitos
fundamentais;
Restrição legislativa de direitos, liberdades e garantias, tem a ver com a
aplicação do Art. 18, n.2 e 3, nomeadamente, o princípio da proporcionalidade,
o princípio do núcleo essencial e o princípio da perspetividade (não
retroatividade) da lei que restringe os direitos fundamentais.
Art. 19, princípio da proporcionalidade
Faz com que o Estado sítio ou estado de emergência seja renovado dependendo
das condições que estejam a acontecer.
Os direitos de estado sítio ou estado de emergência nunca podem ser
suspensos.
Em termos de organização do estado, o Estado sítio e o estado de emergência
mantém-se nesta estrutura, ou seja, o estado sitio e o estado de emergência não
há limitações/suspensão do princípio da separação e interdependência de
poderes consagrado na Constituição.
Juntamente com as restrições há as medidas que o governo vai adotar para
combater as controvérsias.
Art. 21, Direito de resistência
Art. 22, Responsabilidade das entidades públicas
Por exemplo, um juiz comete um erro grosseiro na interpretação do direito e leva
que uma pessoa seja condenada e presa, neste caso a responsabilidade é do
estado, a responsabilidade só é do magistrado se for comprovado que cometeu
um erro grosseiro.
O Estado pode responder pelo funcionário, mas depois responsabilizar o
funcionário.
O Estado é civilmente responsável.
Princípio da proteção consagrado no Art. 18, n.3, este principio te a ver com o
conhecimento de cada conteúdo dos direitos fundamentais, há direitos que a
CRP delimita os direitos, mas as restrições a esses direitos não podem
desrespeitar a definição de direitos fundamentais.
Mesmo que a lei restrinja um direito fundamental nunca o seu conteúdo
fundamental pode ser eliminado.
Existem 2 teorias para determinar qual é o conteúdo essencial de um direito
fundamental:

A teoria absoluta e a teoria relativa


A teoria absoluta significa que existe um conteúdo abstratamente determinável,
significa que a determinação do conteúdo essencial do direito fundamental não
depende do caso concreto, ou seja, é sempre o mesmo, por exemplo, o direito à
saúde.
A teoria relativa, a determinação do conteúdo essencial depende das
circunstancias do caso concreto e com recurso aos parâmetros ditados pelo
principio da proporcionalidade, por exemplo, o Art.62 da CRP, direito da
propriedade privada este contém em si uma limitação em virtude da função social
da propriedade privada, neste caso o Estado pode impedir de construir no seu
terreno se a construção não respeitar a proteção dos solos aptos à agricultura,
ou a biodiversidade do local, ou os componentes biológicos que o solo contém,
o decreto de lei da reserva agrícola nacional, reserva ecológica nacional, ou seja
o Estado pode determinar certos terrenos que o proprietário não pode construir,
ou seja, o conteúdo essencial é aplicável à teoria absoluta ou relativa para
determinar o mesmo, ou dizemos que há um núcleo pré-definido ou que há um
caso concreto dos factos.
Estas restrições são temporárias, não são perpetuas, pois pode já não existir um
interesse ambiental ou agrícola e aquele terreno deixar de estar integrado em
RAN ou em REN.
A teoria relativa deter mina o conteúdo do direito fundamental tendo em conta os
factos do caso concreto, por exemplo, qual é o objetivo da natureza, e depois
aplica-se o princípio da proporcionalidade, existem várias medidas para por em
prática o direito fundamental e escolhe-se a menos lesiva, porque importa saber
os factos concretos, pois num contexto concreto deve-se saber se é um
problema de saúde publica ou de segurança pública.
O núcleo essencial quando está relacionado com a dignidade da pessoa humana
é entendido como um conteúdo essencial de carater subjetivo, ou seja, é um
núcleo essencial individual e não é apenas um conteúdo essencial que visa o
equilíbrio de sistema de direitos liberdades e garantias.

Fiscalização da constitucionalidade
Processo de verificação da conformidade de normas com o conteúdo da
Constituição
• Fiscalização da Constitucionalidade Concentrada ou Modelo de
Separação = a fiscalização da constitucionalidade é confiada a um
único órgão, por exemplo um Tribunal Constitucional, institucionalmente
separado de outros tribunais. Quando a fiscalização da
constitucionalidade segue apenas o modelo de fiscalização concentrada
= apenas um único órgão, por exemplo um Tribunal Constitucional, tem
competência para verificar a conformidade de normas com a
Constituição = ex: modelo austríaco de fiscalização da
constitucionalidade.
• Fiscalização Difusa (Fiscalização Judicial) ou Modelo Único: Todos
os juízes têm competência para interpretar e aplicar a Constituição.
Desta forma, podem fiscalizar a constitucionalidade de uma norma =
fiscalização difusa ou modelo unitário = Judicial Review (fiscalização
judicial), ou seja, competência judicial de controlo da
inconstitucionalidade das leis. A Fiscalização da Constitucionalidade não
é uma competência de um único órgão. Ex: Modelo Norte-americano
• Modelo Misto de Fiscalização da Constitucionalidade = Quando a
Constituição consagra a fiscalização concentrada e a fiscalização difusa.
Ex: Portugal e Angola
Uma norma que se aplique a um caso concreto está ou não em conformidade
com a constituição.

Em Portugal, Angola e Brasil quando a constituição consagra a constituição


concentrada como a difusa, para certos tipos de processo o único órgão que
pode apreciar a conformidade das normas com a constituição é o tribunal
constitucional, então nestes países, qualquer juiz que tem o processo em mãos
tem de utilizar a constituição, então uma norma que se aplica a um caso concreta
essa norma tem de estar em conformidade com a constituição.

O sistema de fiscalização da constitucionalidade em Portugal inspirou-se no


modelo Austríaco e no modelo Norte-Americano, ou seja, é um modelo misto. 1

Fiscalização da constitucionalidade por ação


Processo de verificação da conformidade das normas emanadas dos órgãos
com poder legislativo, incluindo as normas de tratados internacionais, com a
Constituição. A Fiscalização da Constitucionalidade por ação depende da
existência de um ato normativo. A Fiscalização da Constitucionalidade por ação
pode ser preventiva ou sucessiva; concreta ou abstrata.
A fiscalização por ação incide sobre um ato normativo.

A fiscalidade da constituição por ação pode ser preventiva, sucessiva,


concreta ou abstrata.

A fiscalidade preventiva da Constitucionalidade-


➢ Controlo da conformidade de uma norma com a Constituição antes da
entrada em vigor dessa norma, ou seja, antes do diploma que contém
essa norma ser promulgado pelo Chefe de Estado ou assinado por um
Representante da República nas Regiões Autónomas.
➢ Algumas Constituições apenas preveem a fiscalização preventiva de
alguns atos normativos. Por exemplo: a Constituição Portuguesa (artigo
278 nº 1)
Art. 278, previne que uma norma inconstitucional entre em vigor.

Fiscalização sucessiva da constitucionalidade


➢ Controlo da conformidade de uma norma com a Constituição após a
entrada em vigor dessa norma, ou seja, após o diploma que contém
essa norma ser promulgado pelo Chefe de Estado e publicado.
É sobre uma norma que já está em vigor.

Fiscalização concreta da constitucionalidade


➢ É um controlo da Constitucionalidade incidental porque este ocorre no
decurso de um caso concreto apreciado por um qualquer tribunal
(tribunal a quo).
➢ É uma fiscalização sucessiva.
➢ É um controlo da constitucionalidade difuso porque qualquer juiz ou
tribunal pode apreciar a constitucionalidade no contexto do caso

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Pág.3 da Sebenta do Moodle
concreto que lhe foi distribuído (juiz ou tribunal a quo/ juiz ou tribunal da
causa).
➢ A decisão de inconstitucionalidade ou de constitucionalidade só produz
efeitos no caso concreto.
➢ As decisões de inconstitucionalidade ou de constitucionalidade do juiz a
quo podem admitir recurso. Por exemplo, de acordo com a Constituição
portuguesa: As Partes ou o Ministério Público podem recorrer da
decisão de inconstitucionalidade ou de constitucionalidade do juiz a quo
para o Tribunal Constitucional (TC). O processo de fiscalização concreta
da constitucionalidade depende da existência de uma decisão de
inconstitucionalidade ou constitucionalidade do juiz a quo aplicada a um
caso concreto. A decisão de inconstitucionalidade ou de
constitucionalidade do TC sobre a questão da constitucionalidade da
norma só produz efeitos no caso concreto. A decisão do TC é definitiva,
mas só incide sobre a questão da constitucionalidade da norma
relevante para a decisão do caso concreto e não sobre a questão
principal do processo do caso concreto.

Para se acionar o Tribunal Constitucional é preciso existir um caso em concreto


num tribunal inferior; Esta fiscalização é incidental; Tem de existir um processo
em tribunal de pessoas concretas.

Exemplo:

Se há um recurso, por exemplo, o sr. A tem um processo em tribunal, mas não


está contente com a decisão do juiz e afirma que a norma/ou a interpretação do
juiz é inconstitucional e recorre ao TC para avaliar se a norma é constitucional
ou não se a norma for considerada inconstitucional, esta não se vai aplicar a este
caso em concreto, mas continua em vigor para as outras pessoas.

O TC só se pronuncia sobre as normas que se aplicam em casos concretos, se


este declarar que é inconstitucional o tribunal a quo é que tem de retificar a sua
decisão.

Fiscalização Abstrata da constitucionalidade


➢ Controlo da Constitucionalidade de um ato normativo pelo órgão com
competência para fiscalizar a conformidade das normas com a
Constituição desde que diretamente acionado por quem tem
legitimidade, atribuída pela Constituição, sem que tal controlo dependa
da existência prévia de um caso concreto apreciado por um qualquer
tribunal.
➢ Fiscalização Preventiva ou Sucessiva.
➢ Efeitos = força obrigatória geral = erga omnes = efeitos que vinculam
todos os cidadãos, tribunais etc… = declaração de inconstitucionalidade
ou de constitucionalidade.
Não é necessário nenhum caso em tribunal, simplesmente é uma norma em
vigor ou que ainda não está em vigor (sucessiva ou preventiva, respetivamente).
Os efeitos são gerais, ou seja, quando o tribunal declara com força obrigatória
geral que uma norma é obrigatória a norma não pode existir ou tem de sair do
ordenamento jurídico. Enquanto a fiscalização concreta é uma fiscalização que
podem acionar como advogados a fiscalização abstrata é só quem tiver certos
casos políticos.

Fiscalização da inconstitucionalidade por omissão


Processo de controlo do não cumprimento das normas da Constituição em
virtude da falta de legislação, ou seja, em virtude de omissões legislativas
suscetíveis de afetar a execução das normas constitucionais, resultantes do não
cumprimento de uma ordem de legislar ou de uma imposição legiferante para
tornar exequível, atualizar ou aperfeiçoar as normas constitucionais. Em Portugal
a fiscalização da inconstitucionalidade por omissão é um controlo concentrado
(da competência do TC) e principal (a questão da inconstitucionalidade é a
questão principal).
Quando o legislador não legisla e a constituição impõe que ele deveria criar lei.

Fiscalização da legalidade
Controlo da conformidade de atos normativos infraconstitucionais com leis
infraconstitucionais de valor reforçado.
No ordenamento jurídico português não existe fiscalização preventiva da
legalidade. O Tribunal Constitucional não pode apreciar a legalidade de um, por
exemplo, decreto autorizado do governo não promulgado pelo Presidente da
República em relação ao conteúdo de uma lei de autorização da Assembleia da
República. No entanto, pode apreciar a questão da constitucionalidade, ou seja,
a conformidade do decreto do governo com o princípio constitucional da Reserva
Relativa de Lei.
À semelhança da Fiscalização da Constitucionalidade, a fiscalização da
legalidade pode ser:
• Concentrada
• Difusa
• Modelo Misto = Ex: Portugal e Angola
Quando o governo legisla sobre uma matéria da reserva relativa da AR em
desconformidade com a lei de bases existe uma ilegalidade que também é
inconstitucional porque viola o conteúdo da lei de valor reforçado e a prevalência
da lei. Quando estamos perante uma ilegalidade temos de seguir, a fiscalização
da legalidade só pode ser sucessiva e pode ser concreta ou abstrata.

Fiscalização Sucessiva Concreta da Legalidade


Controlo da conformidade de atos normativos infraconstitucionais, que se
encontram em vigor, com leis infraconstitucionais de valor reforçado no contexto
de um caso concreto apreciado pelo juiz a quo, podendo, por exemplo no caso
português, existir recurso da decisão do juiz a quo para um Tribunal
Constitucional.
Os efeitos da decisão de legalidade ou ilegalidade só se aplicam ao caso
concreto.

Fiscalização Sucessiva Abstrata da Legalidade


Controlo da conformidade de atos normativos infraconstitucionais, que se
encontram em vigor, com leis infraconstitucionais de valor reforçado, pelo órgão
constitucionalmente competente, desde que diretamente acionado por quem
legitimidade, sem que tal controlo dependa da existência prévia de um caso
concreto apreciado por um qualquer tribunal.
Efeitos da ilegalidade ou legalidade = erga omnes.
A fiscalização da legalidade só pode ser sucessiva, ou seja, quando as normas
já estão em vigor.
Fiscalização Preventiva - quando a norma ainda não está em vigor.
A fiscalização abstrata é concentrada, só o tribunal constitucional pode apreciar
a constitucionalidade de uma norma.
A fiscalização concreta é difusa, porque qualquer tribunal tem a capacidade de
apreciar se aquela norma está de acordo com a constituição ou não.
Mista é as duas coisas. - caso de Portugal.

Legalidade Principal e Incidental


A questão da constitucionalidade ou da legalidade é apreciada por um órgão,
exemplo um Tribunal Constitucional a título principal quando acionado por
entidades com competência para requerer de forma direta, sem necessidade da
existência de um caso concreto ou decisão de um tribunal inferior, a fiscalização
da constitucionalidade ou da ilegalidade = fiscalização abstrata.
A Fiscalização da constitucionalidade e da legalidade é incidental quando a
questão da constitucionalidade ou da legalidade é suscitada num processo
concreto do tribunal a quo = fiscalização difusa.
A fiscalização abstrata é sempre uma fiscalização principal. - apreciar a
constitucionalidade das normas sem existência de nenhum caso concreto. E só
o TC tem competência.

Orgânica

Inconstitucionalidade Orgânica quando a norma é aprovada por órgão sem


competência atribuída pela Constituição.
Ilegalidade Orgânica quando a norma é aprovada por órgão sem competência
atribuída por lei com valor reforçado.

Formal

Inconstitucionalidade Formal quando a norma é aprovada segundo um


procedimento diverso do fixado na Constituição. - quando a constituição fixa
regras de procedimento legislativo quando não se aprova determinado ato.
Ilegalidade Formal quando a norma é aprovada segundo um procedimento
diverso do fixado em lei com valor reforçado.

Material

Inconstitucionalidade Material quando a norma viola os princípios e as regras


fundamentais da Constituição.
Ilegalidade Material quando a norma viola o conteúdo de lei com valor
reforçado.

Total e Parcial
Inconstitucionalidade ou Ilegalidade Total = de todas as normas do decreto
(decreto) ou de uma norma do decreto (no sentido da totalidade da norma).
Inconstitucionalidade ou Ilegalidade Parcial = uma norma do diploma do
decreto (totalidade da norma, mas sem comprometer as restantes normas do
decreto) ou inconstitucionalidade ou ilegalidade do sentido da interpretação de
uma norma.

Originária e Superveniente
Inconstitucionalidade Originária: o ato normativo viola a Constituição
vigente desde o momento em que é aprovado ou publicado.
Ilegalidade Originária: o ato normativo viola a lei de valor reforçado vigente
desde o momento em que é aprovado ou publicado.
Inconstitucionalidade Superveniente: o ato normativo apenas viola a
Constituição a partir do momento da entrada em vigor da nova lei constitucional,
resultante da revisão da Constituição.
Ilegalidade Superveniente: o ato normativo apenas viola a lei com valor
reforçado a partir do momento da entrada em vigor da nova lei com valor
reforçado.

Antecedente e Consequente

Inconstitucionalidade Antecedente: Lei com valor reforçado viola a


Constituição.
Inconstitucionalidade Consequente: Ato Normativo que desenvolve a lei com
valor reforçado viola a Constituição, uma vez que está em conformidade com a
lei de valor reforçado inconstitucional.

Efeitos ex tunc e ex nunc

Efeitos ex tunc: norma inconstitucional ou ilegal é nula = Declaração de


Nulidade = força obrigatória geral = erga omnes = Efeitos retroativos =
Repristinação de normas revogadas pela norma inconstitucional ou ilegal.
Efeitos ex nunc: norma inconstitucional ou ilegal é anulável = norma
inconstitucional ou ilegal produz os seus efeitos até à decisão de
inconstitucionalidade ou ilegalidade do Tribunal = sem efeitos retroativos.

Repristinação - a norma que foi revogada pela norma inconstitucional volta a


entrar em vigor.
EX TUNC É COMO SE NUNCA TIVESSE EXISTIDO.

Ex nunc - a norma entrou em vigor de 1 de janeiro e o tribunal constitucional


proclama inconstitucional em 1 de fevereiro, nesse espaço de tempo a norma
vigora normalmente, não tem efeitos retroativos, só deixa de vigorar depois de 1
de fevereiro.

Legalidade à luz da CRP e da Lei Orgânica do Tribunal Constitucional


Fiscalização Preventiva Abstrata da
Constitucionalidade
1. Legitimidade:
• Presidente da República (278o no 1 CRP)
• Representante da República (278 no 2 CRP + 107 no 1 d) do Estatuto dos
Açores e Artigo 84 no 4 do Estatuto da Madeira)
• Primeiro-Ministro (278 no 4 CRP)
• Um quinto dos Deputados (278 no 4 CRP)

2. Objeto
• Normas de decreto da AR ou decreto do Governo e normas de tratado
internacional (artigo 278 no 1 CRP)
• Normas de decreto legislativo regional (artigo 278 no 2 da CRP)
• Normas de decreto da AR sobre matéria de lei orgânica (artigo 278
• no 4 da CRP)

3. Prazos
• Requerer a fiscalização da Constitucionalidade: 278o no 3 da CRP (PR e RR) +
57 LTC
• Requerer a fiscalização da Constitucionalidade: 278 no 6 +no 5 da CRP (PM e
1/5 D)
• Pronúncia do Tribunal Constitucional: 278 no 8 da CRP, 59 e 60o LTC

O PR não pode promulgar o decreto nem vetar politicamente o decreto sobre


matéria de lei orgânica sem esgotar o prazo de oito dias que o PM ou um quinto
dos deputados tem para requerer a fiscalização preventiva da
constitucionalidade. Mas isto é se for de lei orgânica.
Prazo de 8 dias a partir do momento que o presidente ou o representante receba
o decreto.

4. Ação do Presidente da República quando não


requer a fiscalização preventiva da
Constitucionalidade
• Promulgar (134 + 136 no 1 da CRP)
• Vetar politicamente (136o+ 136 no 1 da CRP)

Promulgar decorridos 8 dias após a receção do diploma, sobre matéria de lei


orgânica, por parte do Primeiro-Ministro e 1/5 dos Deputados, sem que estes
tenham exercido o seu direito de requerer a fiscalização da constitucionalidade
(Art. 278 no 7 da CRP)
O presidente da república tem de esperar os oito dias a contar do conhecimento
que se os deputados ou o primeiro-ministro requerem a o presidente da república
tem de esperar pela decisão do tribunal constitucional não pode nem promulgar
nem vetar politicamente, tem de esperar pela decisão do tribunal constitucional.
Se esta for no sentido de não inconstitucional o presidente da república pode
promulgar ou vetar politicamente Art. 136 n1, se o tribunal constitucional
entender que a norma é inconstitucional o presidente da república é obrigado a
vetar por inconstitucionalidade, Art. 279 n1 e 136 n5.

5. Ação do Representante da República


Quando não requer a fiscalização preventiva da Constitucionalidade (Artigo
107o no 2 a 4 do Estatuto dos Açores e Artigo 84 no 1 a 3 do Estatuto da Madeira)
Assinar ou Vetar politicamente

6. Efeitos
Tribunal Constitucional pronuncia-se pela inconstitucionalidade = veto por
inconstitucionalidade obrigatório do PR ou do RR (artigo 279 o 1)
Expurgar a norma = AR, ALR e Governo (artigo 279 no 2)
Confirmar o diploma = AR (279 no 2) + PR não é obrigado a
Promulgar
Reformular o diploma = AR, ALR e Governo (artigo 279 no 3)
Sobre a fiscalização preventiva: está tudo na CRP

Fiscalização Sucessiva Concreta da


Constitucionalidade e da Legalidade
Contexto Concreto
• Decisão de acolhimento da inconstitucionalidade ou da ilegalidade do tribunal a
quo (artigo 280, n.1, a) + Art. 280, n. 2, a) a c) da CRP = artigo 70 no 1 a), c),
d) e) e i) da LTC)
• Decisão de não acolhimento da inconstitucionalidade ou da ilegalidade do
tribunal a quo (artigo no280 no 1 b) + 280 no2 d) da CRP = artigo 70 no 1 b), f),
g) e h) da LTC)

2. Legitimidade
• Partes = decisão de acolhimento da inconstitucionalidade ou da ilegalidade (72
no 1 b) LTC)
• Parte que invocou no processo a inconstitucionalidade ou a ilegalidade =
decisão de não acolhimento da inconstitucionalidade e da ilegalidade (280 no 4
da CRP e 72 no 2 LTC)
• Ministério Público = decisão de acolhimento e não acolhimento (72 no 1 a)
LTC)
• Ministério Público = decisão de acolhimento da inconstitucionalidade e da
ilegalidade (280 no3 + 72 no3 LTC)
• Ministério Público = decisão de não acolhimento da inconstitucionalidade e da
ilegalidade (280 no 5 CRP + 72 no3 última parte da LTC)

3. Objeto
Norma aplicada ao caso concreto e relevante para a decisão do caso concreto
• Apenas a questão da inconstitucionalidade ou da ilegalidade (artigo 280 no6 da
CRP = 71 da LTC)
• Norma aplicada ao caso concreto, relevante para a decisão do caso concreto,
mas cuja inconstitucionalidade ou ilegalidade já foi apreciada pelo TC (artigo 70
no 1 g) e h) LTC)
• Poderes de cognição do TC = 79 –C da LTC

4. Prazo
• Prazo de interposição do recurso (75 no 1 LTC)

5. Admissibilidade do Recurso para o Tribunal


Constitucional
• Tribunal a quo (Art. 76 + 77 LTC)

Os efeitos da decisão do tribunal constitucional num processo de fiscalização


são efeitos apenas para aquele caso, a norma vai continuar em vigor e se se
existirem novos casos sobre a constitucionalidade dessa norma, o tribunal a quo
é obrigado a recorrer ao tribunal constitucional.

6. Subida do Recurso
(Artigo 70, n. 2 a 6 da LTC)
Direta para o TC sem esgotar os recursos ordinários = decisão de acolhimento
de inconstitucionalidade proferidas pelo juiz a quo, se as partes assim
entenderem, em conformidade com a lei processual aplicável ao caso concreto.
Direta para o TC sem esgotar os recursos ordinários = quando o recurso é
obrigatório para o Ministério Público (artigo 72 no 3 da LTC = 280 no 3 + 280 no
5 da CRP).
Necessidade de esgotar os recursos ordinários disponíveis de acordo com a lei
processual = decisões de não acolhimento da inconstitucionalidade por parte do
juiz a quo.
7. Tipos de decisão do TC
• Decisão sumária do Relator = 78-A no 1 da LTC
• Decisão do pleno da secção = 40, 41, 42 no1, 78-A no3 e no 4 da LTC 16
• Decisão do Plenário = 79-A e 79-D da LTC

8. Efeitos da decisão do TC
• Desaplicação da norma ao caso concreto, reformulação da decisão do Tribunal
a quo (artigo 80o da LTC)

9. Recursos para e no TC
Recurso da Decisão de Inconstitucionalidade, Constitucionalidade ou Ilegalidade
ou Legalidade do Juiz a quo (nos termos acima referidos).
• Recurso da decisão do juiz a quo que não admita o recurso para o Tribunal
Constitucional (artigo 76, n.4 + Art. 77 da LTC).
• Recurso da decisão sumária do Relator do TC (78 –B e 78-A da LTC).
• Recurso para o plenário do TC (79-D da LTC).

Fiscalização Sucessiva Concreta da


Constitucionalidade e da Legalidade
Os efeitos desta fiscalização só se aplicam e só têm efeitos num caso concreto.

O que tem de existir para se recorrer ao TC?

➢ Uma decisão de acolhimento da inconstitucionalidade e legalidade do


tribunal a quo [art.280, n.1, alínea a)]; As decisões do TC em regra geral
até o 3º caso concreto sobre a aplicação da mesma norma, por isso, é
que pode acontecer num tribunal decidirem em desconformidade com a
jurisprudência anterior do TC e nesse caso é possível pedir recurso.
Se é um processo de teor civil aplica-se o código civil, se for um processo de
penal aplica-se o código penal.

Neste caso de decisão de não acolhimento só pode recorrer se for a parte se for
ele que invocou a inconstitucionalidade.

➢ Uma decisão de não acolhimento


O TC é obrigado a recorrer.

➢ Ministério Público
Se o TC já se tiver pronunciado sobre inconstitucionalidade do caso e,
entretanto, a norma continua em vigor há uma decisão do juiz quo que decide
utilizar a jurisprudência de outro caso o Ministério publico é obrigado a recorrer
se o juiz quo não seguiu a jurisprudência do TC Art. 280, n.5.

Regra geral o MP é obrigado a recorrer ao TC se já houver jurisprudência do TC


sobre a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma norma, mas o TC
pode abster-se de entrepor recurso de decisões contrárias à jurisprudência do
TC quando essa jurisprudência está consolidada, ou seja, quase todos os
tribunais seguem a orientação do TC, porque o MP pode recorrer para as custas
mais altas, os tribunais não são obrigados a obedecer a jurisprudência de
tribunais mais altos a não ser que a constituição o diga em certos casos.

Artigo 70.º Remeter para o Art. 280


(Decisões de que pode recorrer-se)

1. Cabe recurso para o Tribunal Constitucional, em secção, das decisões dos tribunais:

a) Que recusem a aplicação de qualquer norma, com fundamento em inconstitucionalidade;


b) Que apliquem norma cuja inconstitucionalidade haja sido suscitada durante o processo;
c) Que recusem a aplicação de norma constante de ato legislativo, com fundamento na sua
ilegalidade por violação de lei com valor reforçado;
d) Que recusem a aplicação de norma constante de diploma regional, com fundamento na sua
ilegalidade por violação do estatuto da região autónoma ou de lei geral da República;
e) Que recusem a aplicação de norma emanada de um órgão de soberania, com fundamento na
sua ilegalidade por violação do estatuto de uma região autónoma;
f) Que apliquem norma cuja ilegalidade haja sido suscitada durante o processo com qualquer
dos fundamentos referidos nas alíneas c), d) e e);
g) Que apliquem norma já anteriormente julgada inconstitucional ou ilegal pelo próprio
Tribunal Constitucional;
h) Que apliquem norma já anteriormente julgada inconstitucional pela Comissão Constitucional,
nos precisos termos em que seja requerido a sua apreciação ao Tribunal Constitucional;
i) Que recusem a aplicação de norma constante de acto legislativo, com fundamento na sua
contrariedade com uma convenção internacional, ou a apliquem em desconformidade com o
anteriormente decidido sobre a questão pelo Tribunal Constitucional.

2. Os recursos previstos nas alíneas b) e f) do número anterior apenas cabem de decisões


que não admitam recurso ordinário, por a lei o não prever ou por já haverem sido
esgotados todos os que no caso cabiam, salvo os destinados a uniformização de
jurisprudência.

3. São equiparadas a recursos ordinários as reclamações para os presidentes dos


tribunais superiores, nos casos de não admissão ou de retenção do recurso, bem como as
reclamações dos despachos dos juízes relatores para a conferência.

4. Entende-se que se acham esgotados todos os recursos ordinários, nos termos do n.º 2,
quando tenha havido renúncia, haja decorrido o respectivo prazo sem a sua interposição
ou os recursos interpostos não possam ter seguimento por razões de ordem processual.
5. Não é admitido recurso para o Tribunal Constitucional de decisões sujeitas a recurso
ordinário obrigatório, nos termos da respectiva lei processual.

6. Se a decisão admitir recurso ordinário, mesmo que para uniformização de


jurisprudência, a não interposição de recurso para o Tribunal Constitucional não faz
precludir o direito de interpô-lo de ulterior decisão que confirme a primeira.

Uma lei ou decreto de lei do governo ou um decreto regulamentar do Governo


que viole a constitucionalidade regional.

Artigo 75.º
(Prazo)

1. O prazo de interposição de recurso para o Tribunal Constitucional é de 10 dias


e interrompe os prazos para a interposição de outros que porventura caibam da
decisão, os quais só podem ser interpostos depois de cessada a interrupção.

2. Interposto recurso ordinário, mesmo que para uniformização de jurisprudência,


que não seja admitido com fundamento em irrecorribilidade da decisão, o prazo
para recorrer para o Tribunal Constitucional conta-se do momento em que se
torna definitiva a decisão que não admite recurso.

No Art. 75 da LTC, isto significa que tem 10 dias uteis de decisão positiva ou
negativa de inconstitucionalidade ou ilegalidade do juiz a quo, e se existirem ou
se a lei admitir recurso direto, os recursos da relação para o supremo não correm,
pois e possível na primeira instancia recorrer para o TC, sem recorrer para a
relação ou para o supremo tribunal.

Se não ficar satisfeito com a decisão do Tribunal Constitucional pode recorre


para o supremo ou para o tribunal da relação , mas não sobre a questão da
constitucionalidade.

Artigo 75.º-A
(Interposição do recurso)
O tribunal só identifica
a norma que está no
1. O recurso para o Tribunal Constitucional interpõe-se por meio de requerimento.
requerimento, no qual se indique a alínea do n.º 1 do artigo 70.º ao abrigo
da qual o recurso é interposto e a norma cuja inconstitucionalidade ou ilegalidade
se pretende que o Tribunal aprecie.
2. Sendo o recurso interposto ao abrigo das alíneas b) e f) do n.º 1 do artigo 70.º,
do requerimento deve ainda constar a indicação da norma ou princípio
constitucional ou legal que se considera violado, bem como da peça processual Art. 281, n.2
em que o recorrente suscitou a questão da inconstitucionalidade ou ilegalidade.

3. No caso dos recursos previstos nas alíneas g) e h) do artigo 70.º, no


requerimento deve identificar-se também a decisão do Tribunal Constitucional ou
da Comissão Constitucional que, com anterioridade, julgou inconstitucional ou
ilegal a norma aplicada pela decisão recorrida.

4. O disposto nos números anteriores é aplicável, com as necessárias adaptações,


ao recurso previsto na alínea i) do n.º 1 do artigo 70.º.

5. Se o requerimento de interposição do recurso não indicar algum dos elementos


previstos no presente artigo, o juiz convidará o requerente a prestar essa
indicação no prazo de 10 dias.

6. O disposto nos números anteriores é aplicável pelo relator no Tribunal


Constitucional, quando o juiz ou o relator que admitiu o recurso de
constitucionalidade não tiver feito o convite referido no n.º 5.

7. Se o requerente não responder ao convite efectuado pelo relator no Tribunal


Constitucional, o recurso é logo julgado deserto.

Artigo 76.º
(Decisão sobre a admissibilidade)

1. Compete ao tribunal que tiver proferido a decisão recorrida apreciar a


admissão do respectivo recurso.

2. O requerimento de interposição de recurso para o Tribunal Constitucional deve


ser indeferido quando não satisfaça os requisitos do artigo 75.º-A, mesmo após o
suprimento previsto no seu n.º 5, quando a decisão o não admita, quando o
recurso haja sido interposto fora do prazo, quando o requerente careça de
legitimidade ou ainda, no caso dos recursos previstos nas alíneas b) e f) do n.º 1
do artigo 70.º, quando forem manifestamente infundados.

3. A decisão que admita o recurso ou lhe determine o efeito não vincula o


Tribunal Constitucional e as partes só podem impugná-la nas suas alegações.

4. Do despacho que indefira o requerimento de interposição do recurso ou


retenha a sua subida cabe reclamação para o Tribunal Constitucional.
Constituição do Tribunal
Constitucional
Funcionamento do Tribunal
Artigo 40.º
(Sessões)

1. O Tribunal Constitucional funciona em sessões plenárias e por secções. 3 secções

2. O Tribunal Constitucional reúne ordinariamente segundo a periodicidade a


definir no regimento interno e extraordinariamente sempre que o presidente o
convocar, por iniciativa própria ou a requerimento da maioria dos juízes em
efectividade de funções.

3. (Revogado.)

Artigo 41.º
(Secções)

1. Haverá três secções não especializadas, cada uma delas constituída pelo
presidente ou pelo vice-presidente do Tribunal e por mais quatro juízes.

2. A distribuição dos juízes, incluindo o vice-presidente, pelas secções e a


determinação da secção normalmente presidida pelo vice-presidente serão feitas
pelo Tribunal no início de cada ano judicial.

Na falta de elementos ou então outra questão simples de direito constitucional é


simples, pois já existe jurisprudência e não vai para apreciação de outro juiz- Art.
78-A.

Artigo 78.º-A
(Exame preliminar e decisão sumária do relator)

1. Se entender que não pode conhecer-se do objecto do recurso ou que a questão


a decidir é simples, designadamente por a mesma já ter sido objecto de decisão
anterior do Tribunal ou por ser manifestamente infundada, o relator profere
decisão sumária, que pode consistir em simples remissão para anterior
jurisprudência do Tribunal.

2. O disposto no número anterior é aplicável quando o recorrente, depois de


notificado nos termos dos n.ºs 5 ou 6 do artigo 75.º-A, não indique integralmente
os elementos exigidos pelos seus n.ºs 1 a 4.

3. Da decisão sumária do relator pode reclamar-se para a conferência, a qual é


constituída pelo presidente ou pelo vice-presidente, pelo relator e por outro juiz
da respectiva secção, indicado pelo pleno da secção em cada ano judicial.

4. A conferência decide definitivamente as reclamações, quando houver


unanimidade dos juízes intervenientes, cabendo essa decisão ao pleno da secção
quando não haja unanimidade.

5. Quando não deva aplicar-se o disposto no n.º 1 e, bem assim, quando a


conferência ou o pleno da secção decidam que deve conhecer-se do objecto do
recurso ou ordenem o respectivo prosseguimento, o relator manda notificar o
recorrente para apresentar alegações

Muitos casos são feitos com um juiz (juiz singular).

O pleno da secção são todos os juízes da secção à qual foi distribuído o


processo.

Quando é que os juízes decidem em plenário?

Quando a questão não é simples e quando no Art.78-A, n.3, quando são


questões complexas são apreciadas pelos juízes a qual foi confiado o processo,
e quando não há uma decisão da conferencia por unanimidade quanto ao
recurso legislação do juiz relator, quem decide são os juízes a quem foi
distribuído o processo. Por ultimo vem o plenário que são todos os juízes do
plenário, Art. 69-A, neste caso só são questões complexas p.e. a questão da
eutanásia.

Artigo 79.º-D
(Recurso para o plenário)

1. Se o Tribunal Constitucional vier julgar a questão da inconstitucionalidade ou


ilegalidade em sentido divergente do anteriormente adoptado quanto à mesma
norma, por qualquer das suas secções, dessa decisão cabe recurso para o plenário
do Tribunal, obrigatório para o Ministério Público quando intervier no processo
como recorrente ou recorrido.
2. O recurso previsto no número anterior é processado sem nova distribuição e
seguirá ainda que não tenham sido apresentadas alegações pelo recorrente.

3. Concluído o prazo para apresentação de alegações, irá o processo com vista ao


Ministério Público, se este não for recorrente, por dez dias, e depois a todos os
juízes, por cinco dias.

4. Terminados os vistos, será o processo é inscrito em tabela para julgamento.

5. A discussão tem por base o acórdão recorrido e, concluída ela e tomada a


decisão do Tribunal, o acórdão é lavrado pelo relator ou, se este ficar vencido,
pelo juiz que deva substituí-lo.

6. Se o Tribunal mantiver a decisão recorrida, o acórdão pode limitar-se a


confirmá-la, remetendo para a respectiva fundamentação.

7. O disposto neste artigo é correspondentemente aplicável no caso de


divergência jurisprudencial verificado no âmbito do recurso previsto na alínea i)
do n.º 1 do artigo 70.º.

Para evitar divergências há um recurso dentro do próprio TC, que há recursos


para o plenário obrigatório para o Ministério Público.

Recursos para o TC
Art. 76- recurso da decisão de inconstitucionalidade

Art. 76, n.4- recurso da decisão do juiz a quo que não admita o recurso para o
TC

Art. 78-B e Art. 78-A; Recurso de decisão sumária do relator do TC.

Num processo a secção 1 do TC decidiu que a norma X era inconstitucional, mas


para outro caso a norma X é considerada legal, então à recurso para o plenário
do TC, isto é, o recurso vai para todos os juízes.

Artigo 80.º
(Efeitos da decisão)

1. A decisão do recurso faz caso julgado no processo quanto à questão da


inconstitucionalidade ou ilegalidade suscitada.

2. Se o Tribunal Constitucional der provimento ao recurso, ainda que só


parcialmente, os autos baixam ao tribunal de onde provieram, a fim de que este,
consoante for o caso, reforme a decisão ou a mande reformar em conformidade
com o julgamento sobre a questão da inconstitucionalidade ou da ilegalidade.

3. No caso de o juízo de constitucionalidade ou de legalidade sobre a norma que Se a


a decisão recorrida tiver aplicado, ou a que tiver recusado aplicação, se fundar interpretação da
norma for
em determinada interpretação da mesma norma, esta deve ser aplicada com tal inconstitucional
interpretação, no processo em causa.

4. Transitada em julgado a decisão que não admita o recurso ou lhe negue


provimento, transita também a decisão recorrida, se estiverem esgotados os
recursos ordinários, ou começam a correr os prazos para estes recursos, no caso
contrário.

5. O disposto nos números anteriores é aplicável, com as necessárias adaptações,


à decisão do recurso previsto na alínea i) do n.º 1 do artigo 70.º.

Se a norma for interpretada de maneira inconstitucional a decisão do tribunal a


quo tem de ser conforme a decisão do tribunal constitucional

Quando o recurso sobe diretamente para o TC e estava na 1ª instancia, desde


que a decisão do juiz a quo seja uma decisão é de constitucionalidade ou
ilegalidade ou são recursos obrigatórios para o ministério público. Neste caso,
suspende-se os prazos de recurso para a relação e para o supremo e quando o
TC se pronunciar começa a contar o prazo para recorrer ou para a relação ou
para o supremo tribunal de justiça.

O recurso para a relação ou para o supremo só pode ser de qualquer questão


de direito e não sobre constitucionalidade.

Se o juiz entender que a norma não é inconstitucional o recurso não pode subir
diretamente para o TC, para isso tem de esgotar os recursos (recursos no
tribunal da relação e no supremo tribunal).

Quando o TC profere uma decisão começa a contar o prazo caso queiram


recorrer a outros recursos sem ser da constitucionalidade.

Caso prático sobre a fiscalização da


constitucionalidade
3. Marcelo intenta uma ação contra Judite no Tribunal de 1ª
instância X. Marcelo invoca o seu direito de propriedade
privada sobre um terreno. Judite entende que tal terreno lhe
pertence e invoca o mesmo direito.
a) No decorrer do processo o Juiz do Tribunal X entende que
uma norma de um decreto-lei de desenvolvimento do governo
que se aplica ao caso concreto não está de acordo com uma
lei de bases. Que tipo de decisão proferiu o juiz a quo?

Só se pode recorrer ao caso de norma concreta, tem de existir uma decisão do


tribunal que está a analisar a propriedade (tribunal civil), positiva ou negativa de
ilegalidade ou constitucionalidade, as partes invocam a constitucionalidade ou a
inconstitucionalidade da norma, então no caso concreto, há um decreto de lei de
desenvolvimento que viola uma lei de bases e será enquadrado na fiscalização
da constitucionalidade, então profere uma decisão positiva / ou de acolhimento
da ilegalidade do decreto de lei de desenvolvimento Art. 280, n.2, alínea a).

b) Poderá Marcelo recorrer da decisão do Juiz X para o


Tribunal Constitucional? Com que fundamento?

O recurso sobe diretamente para o TC, Lei do TC no Art. 72, n.1, alínea b); pois
há uma decisão positiva de ilegalidade ou de inconstitucionalidade qualquer
parte pode recorrer diretamente para o TC. A não ser que haja uma resposta
negativa de inconstitucionalidade e ai só pode recorrer à parte que convocou
inconstitucionalidade ou ilegalidade.

c) Suponha que o recurso para o Tribunal Constitucional é


admitido. O Tribunal Constitucional entende que o decreto-lei
não viola a lei de bases. Em que sentido seria a decisão do
Tribunal Constitucional e quais os seus efeitos?

Uma decisão de legalidade em conformidade com a lei de bases, aplicando o


Art. 280, n.1,2,3 e 4, e aqui é uma declaração de legalidade da norma que se
aplica somente ao caso concreto, o juiz tem de reformular a decisão de acordo
com o TC.

Fiscalização Sucessiva Abstrata da


Constitucionalidade e da Legalidade2
A legitimidade

2 Pág. 18 e 19 da Sebenta
Artigo 281.º - (Fiscalização abstracta da constitucionalidade e
da legalidade)

1. O Tribunal Constitucional aprecia e declara, com força obrigatória geral:

a) A inconstitucionalidade de quaisquer normas;


b) A ilegalidade de quaisquer normas constantes de acto legislativo com
fundamento em violação de lei com valor reforçado;
c) A ilegalidade de quaisquer normas constantes de diploma regional, com Objeto da
fundamento em violação do estatuto da região autónoma; fiscalização
d) A ilegalidade de quaisquer normas constantes de diploma emanado dos da legalidade
órgãos de soberania com fundamento em violação dos direitos de uma região
consagrados no seu estatuto.

2. Podem requerer ao Tribunal Constitucional a declaração de


inconstitucionalidade ou de ilegalidade, com força obrigatória geral:

a) O Presidente da República;
b) O Presidente da Assembleia da República;
c) O Primeiro-Ministro;
d) O Provedor de Justiça;
e) O Procurador-Geral da República;
f) Um décimo dos Deputados à Assembleia da República;
Só podem
g) Os Representantes da República, as Assembleias Legislativas das regiões
recorrer ao TC
autónomas, os presidentes das Assembleias Legislativas das regiões autónomas, os se tiverem um
presidentes dos Governos Regionais ou um décimo dos deputados à respectiva fundamento
Assembleia Legislativa, quando o pedido de declaração de inconstitucionalidade se específico
fundar em violação dos direitos das regiões autónomas ou o pedido de declaração de
ilegalidade se fundar em violação do respectivo estatuto.

3. O Tribunal Constitucional aprecia e declara ainda, com força obrigatória geral, a


inconstitucionalidade ou a ilegalidade de qualquer norma, desde que tenha sido por
ele julgada inconstitucional ou ilegal em três casos concretos.
O ato do processo de
fiscalização sucessiva concreta
pode passar a ter os efeitos de
fiscalização sucessiva abstrata
Efeitos
retroativos- uma
declaração com
efeitos
Artigo 282.º - (Efeitos da declaração de inconstitucionalidade retroativos, como
ou de ilegalidade) se a norma
inconstitucional
ou ilegal nunca
tivesse existido
1. A declaração de inconstitucionalidade ou de ilegalidade com força obrigatória
geral produz efeitos desde a entrada em vigor da norma declarada inconstitucional ou
ilegal e determina a repristinação das normas que ela, eventualmente, haja revogado.
2. Tratando-se, porém, de inconstitucionalidade ou de ilegalidade por infracção de
norma constitucional ou legal posterior, a declaração só produz efeitos desde a
entrada em vigor desta última.
3. Ficam ressalvados os casos julgados, salvo decisão em contrário do Tribunal
Constitucional quando a norma respeitar a matéria penal, disciplinar ou de ilícito de
mera ordenação social e for de conteúdo menos favorável ao arguido.
4. Quando a segurança jurídica, razões de equidade ou interesse público de
excepcional relevo, que deverá ser fundamentado, o exigirem, poderá o Tribunal
Constitucional fixar os efeitos da inconstitucionalidade ou da ilegalidade com alcance
mais restrito do que o previsto nos n.ºs 1 e 2.

Efeitos retroativos limitados- a


Art. 282, n.1 é a regra geral. nulidade da norma só começa
a contar não da sua entrada
A nova lei de bases é que faz com o decreto de lei de em vigor, mas da entrada em
vigor da nova lei constitucional
desenvolvimento se torne ilegal ou da nova lei de valor
reforçado
Todas as decisões judiciais que não admitam recurso e foram
proferidas antes da decisão do TC não podem ser alteradas
pela decisão do TC. A decisão do TC não pode reformular esses casos julgados,
salvo decisão em contrário do TC se a matéria respeitar conteúdo penal ou
laboral se for mais favorável ao individuo.

Efeitos retroativos limitados ou ausência de


efeitos retroativos- nos casos quando existe
por motivos de segurança jurídica, equidade
ou interesse publico o TC pode fixar a
decisão sem efeitos retroativos ou com
efeitos retroativos muito limitados.

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