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SANTOS, Clóvis Roberto. Educação Escolar Brasileira. Estrutura,
Administração, Legislação. 2ª. Ed., São Paulo: Thompson, 2003. (p.25-31)
Há, também, outras formas de elaborá-la, porém, autoritárias. Uma
delas é quando o Poder Constituinte é exercido por representantes não
legítimos, e a outra quando o chefe do Poder Executivo elabora a
Constituição e a declara em vigor, outorgando-a.
No Brasil, já tivemos os três exemplos, como veremos a seguir, pela
ordem cronológica de sua vigência.
• Primeira: de 25 de março de 1824, outorgada pelo imperador D.
Pedro I;
• Segunda: de 24 de fevereiro de 1891, promulgada pela Assembléia
Nacional Constituinte;
• Terceira: de 16 de julho de 1934, promulgada pela Assembléia
Nacional Constituinte;
• Quarta: de 12 de novembro de 1937, outorgada pelo presidente
Getúlio Vargas;
• Quinta: de 18 de setembro de 1946, promulgada pela Assembléia
Nacional Constituinte;
• Sexta: de 21 de janeiro de 1967, promulgada pela Assembléia
Nacional Constituinte. Mais tarde, em 1969, pela Emenda n. 01/69, foram
alterados quase todos os dispositivos desta Constituição, a tal ponto que
muitos especialistas consideram-na uma outra Constituição;
• Sétima: de 5 de outubro de 1988, promulgada pela Assembléia
Nacional Constituinte.
O Brasil teve, portanto, sete ou oito constituições, dependendo da
ótica sob a qual se estuda o assunto. Alguns especialistas em Direito
Constitucional e o STF (Supremo Tribunal Federal) consideram a Emenda
Constitucional n 01/69 como sendo uma nova Constituição, não tanto pelo
conteúdo, mas pela forma como a junta militar propôs modificações a
serem operadas na Constituição de 1967. Dentre estes especialistas,
destacamos João Batista Herkenhoff, no livro Constituinte e educação,
Vozes, Petrópolis, 1987, pág. 35, que diz, antes evidentemente da atual
Constituição de 1988: “O Brasil teve sete Constituições, ao longo da sua
história, incluindo a Constituição atual (1969). Dessas sete, apenas três
merecem realmente o nome de Constituição, por terem sido votadas por
representantes do povo: a de 1891, a de 1934 e a de 1946. As demais
Constituintes foram instrumentos de arbítrio dos ditadores de plantão,
cartas outorgadas sem o mínimo respeito pelo povo”.