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Educação na Era Vargas:

rupturas e continuidades
1930-1945
Governo Provisório
Governo Constitucional
Governo Ditatorial
(Autodenominado
Estado Novo)
Governo Vargas:
três fases

Governo Provisório – após a


Revolução de 1930 até 1934
Presidente eleito pelo Congresso
Nacional – de 1934 a 1937
Estado Novo – de 1937 a 1945

Duas constituições bem diferentes:


Constituição de 1934 mais democrática
Constituição de 1937 de cunho autoritário
Quebra da Bolsa de Nova York em
1929
Crise econômica agravada
pela Quebra da Bolsa de
Nova York em 1929, que
repercutiu diretamente sobre
as forças produtoras rurais
que perderam do governo
os subsídios que garantiam
a produção.
vo ciclo econômico

ente cede lugar ao modelo de substituição das impo

Ideologia Política: Nacional desenvolvime


Revolução de 1930
Forças oposicionistas - Aliança
Liberal:

Marco referencial para a entrada do


Brasil no mundo capitalista de
produção.

acumulação de capital, do período


anterior, permitiu com que o Brasil
pudesse investir no mercado interno e
na produção industrial.

A nova realidade brasileira passou a Do Sul para o Rio: Miguel Costa,


exigir uma mão-de-obra especializada Góis Monteiro e Getúlio Vargas
e para tal era preciso investir na
educação. na,Revolução de 1930.
Governo Provisório: uma série de
instabilidades
Em 1932 eclode a Revolução
Constitucionalista de São
Paulo.
Em 1934 a nova Constituição
(a segunda da República)
dispõe, pela primeira vez, que
a educação é direito de todos,
devendo ser ministrada pela
família e pelos Poderes
Públicos.
Governo Provisório: medidas educacionais em
meio a uma série de instabilidades
Em 1930, foi criado o Ministério da Educação e Saúde
Pública
Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova – 1932
Ainda em 1934, por iniciativa do governador Armando
Salles Oliveira, foi criada a Universidade de São Paulo.
A primeira a ser criada e organizada segundo as
normas do Estatuto das Universidades Brasileiras de
1931.
Conflitos entre liberais e católicos: os dois grupos
tentam influenciar na elaboração da nova Carta
Constitucional
Reforma Francisco
Campos
Em 1931, o governo provisório sanciona decretos
organizando o ensino secundário e as
universidades brasileiras ainda inexistentes.
O Decreto 19.850, de 11 de abril de 1931, cria o
Conselho Nacional de Educação e os Conselhos
Estaduais de Educação (que só vão começar a
funcionar em 1934).
O Decreto 19.851, de 11 de abril de 1931, institui o
Estatuto das Universidades Brasileiras que dispõe
sobre a organização do ensino superior no Brasil e
adota o regime universitário.
Reforma Francisco Campos

O Decreto 19.852, de 11 de abril de 1931, dispõe sobre


a organização da Universidade do Rio de Janeiro.
O Decreto 19.890, de 18 de abril de 1931, dispõe sobre
a organização do ensino secundário.
O Decreto 20.158, de 30 de julho de 1931, organiza o
ensino comercial, regulamenta a profissão de contador
e dá outras providências.
O Decreto 21.241, de 14 de abril de 1931, consolida as
disposições sobre o ensino secundário.
Manifesto dos Pioneiros da Educação N
- 1932
Em 1932 um grupo de educadores lança à nação o
documento, redigido por Fernando de Azevedo e assinado por
outros conceituados educadores da época.
Princípios gerais: educação como serviço público, que o
Estado é chamado a realizar
Concebe uma escola comum para ambos os sexos, leiga
Escola primária (sete a doze anos) gratuita e obrigatória
Expandir a obrigatoriedade progressivamente até os dezoito
anos e a gratuidade a todos os graus.
Financiamento:fundos próprios para a educação
Ampliam o debate educacional no plano político e pedagógico.
Influencia na Constituição de 1934
Governo constitucional –
1934 a 1937
Em 1935 o Secretário de Educação do Distrito Federal,
Anísio Teixeira, cria a Universidade do Distrito Federal,
com uma Faculdade de Educação na qual se situava o
Instituto de Educação.
Em função da instabilidade política deste período,
Getúlio Vargas, num golpe de estado, instala o Estado
Novo e proclama uma nova Constituição, também
conhecida como "Polaca".
Constituição de 1934 esperança de
mudanças
Inspiração liberal
Inovações importantes
Acrescentou três novos títulos: da ordem
econômica e social; da família, educação e
cultura e da segurança nacional
Dispositivos econômicos: intenções
nacionalistas
Dispositivos de caráter social: pluralidade e
autonomia dos sindicatos, legislação trabalhista
Segurança Nacional: a cargo do Conselho
Superior de Segurança Nacional, com a chefia
do Presidente da República
Possibilita o voto feminino
A Constituição de 1934 e a Educação
brasileira: rupturas e continuidades
Conserva a estrutura anterior do Sistema Educacional: União
responsável pela manutenção do ensino secundário e superior no
DF e ação “supletiva” na obra educativa em todo país
Responsabilidade da União: estabelecer as diretrizes da
educação nacional, promovendo a articulação entre os diferentes
sistemas
Competência da União: fixar o Plano Nacional da Educação, que
estabeleceu como meta o ensino primário integral e gratuito e de
freqüência obrigatória, extensivo aos adultos e a tendência a
gratuidade do ensino posterior ao primário
Ensino religioso com freqüência facultativa
Isenção tributária aos estabelecimentos de ensino particulares
considerados idôneos.
Constituição de 1937: a
Carta do Estado Novo
Fase da ditadura
Inspirada nas constituições de regimes facistas europeus
Disposições finais e transitórias - outorgava poderes
irrestritos ao presidente da República:
confirmar ou não os governadores eleitos, nomear interventores,
dissolver o Parlamento, assembléias estaduais e Câmaras
municipais,
aposentar ou demitir funcionários civis ou militares, “no interesse
do serviço público ou por conveniência do regime”
cassar os direitos civis garantidos pela Constituição,
governar mediante decretos-lei
A Constituição de 1937 e a
centralização da educação
Retrocessos na educação: reforçou a dualidade entre a
escola de ricos e pobres
Competência da União não apenas traçar diretrizes para a
educação, mas “fixar as bases e determinar os quadros da
educação”
Mantém a liberdade de ensino
Dever do Estado em segundo plano: para aqueles a quem
“faltarem recursos necessários”
Não se refere a gratuidade do ensino posterior ao primário
Ensino religioso ganha maior espaço
Primeiro dever do Estado: ensino pre-vocacional e
profissional
Reforma Gustavo Capanema - Leis
Orgânicas do Ensino
Lei Orgânica do Ensino Industrial –
Decreto-Lei n. 4.073 de janeiro de 1942
Lei Orgânica do Ensino Secundário –
Decreto-Lei n. 4.244 de abril de 1942
Lei Orgânica do Ensino Comercial –
Decreto-Lei n. 46.141 de dezembro de
1943
Criação do SENAI – Serviço Nacional
de Aprendizagem Industrial por meio do
Decreto-lei 4.048, de janeiro de 1942
Significado ideológico e
social da Reforma
Capanema

Falta de articulação entre os níveis e ramos do


ensino profissional, inviabilizando a mudança de
curso por parte do aluno
Dificultava o ingresso no ensino superior
Naturalizava as diferenças sociais: ensino
secundário para as elites e ensino profissional
para as massas
Acentua o dualismo na educação brasileira
Leis Orgânicas do
Ensino Industrial

Ensino técnico profissional – dois ciclos (média entre sete a


oito anos de duração):
Ciclo 1 - Industrial básico com 4 anos mais Mestria com 2
anos
Ciclo 2- Técnico - de 3 a 4 anos
Curso de formação de professores – 1 ano
Cursos de curta duração: treinamentos rápidos
Curso de aprendizagem: no ambiente de trabalho
Leis Orgânicas do Ensino
Comercial
Ensino técnico profissional –
dois ciclos (média entre sete a
oito anos de duração):
Ciclo 1 – Comercial básico com
4 anos
Ciclo 2- Técnicos - de 3 anos
(Contabilidade, comércio,
estatística, propaganda e
secretariado)
Saldos numéricos da Era Vargas
No início do Governo Vargas, 2/3 da população em idade escolar
estava excluída da escola e o analfabetismo atingia 65% da
população maior de 15 anos
Educação passou a ocupar o sexto lugar das despesas no âmbito
da União e o segundo, dos Estados
Ampliação do número de escolas e de matrículas
Aperfeiçoamento no âmbito administrativo
No período de 1935-1946, as matrículas no ensino fundamental
passam de 2.413.594 para 3.238.940
No ensino médio, passam de 202.886 para 465.612
Em 1940, o analfabetismo caiu para 56%
Incapaz de eliminar a seletividade da educação brasileira e romper
com a contradição entre trabalho manual e intelectual
Bibliografia
VIEIRA, S. L. e FREITAS, I. M. S. de.
Política Educacional no Brasil. Brasília:
Plano Editora, 2003. p. 85-102
SHIROMA, Eneida Oto; MORAES, Maria
Célia M. de & EVANGELISTA, Olinda.
Política educacional. Rio de Janeiro:
DP&A Editora, 2002.
Romanelli,Otaiza de Oliveira.
Historia da Educação no Brasil. 1982

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