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ANGELICA PATRICIA FERNANDES DOS SANTOS

LEI 12.318/2010
O QUE TRAZ ESTA LEI PARA PUNIR A ALIENAÇÃO
PARENTAL, QUAIS AS PENAS PREVISTAS.

Cuiabá
2022
ANGELICA PATRICIA FERNANDES DOS SANTOS

LEI 12.318/2010
O QUE TRAZ ESTA LEI PARA PUNIR A ALIENAÇÃO
PARENTAL, QUAIS AS PENAS PREVISTAS.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à UNIC PANTANAL, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Bacharel em Direito.

Orientador: Karen Maeda

ANGELICA PATRICIA FERNANDES DOS SANTOS

Cuiabá
2022
ANGELICA PATRICIA FERNANDES DOS SANTOS

LEI 12.318/2010
O QUE TRAZ ESTA LEI PARA PUNIR A ALIENAÇÃO PARENTAL,
QUAIS AS PENAS PREVISTAS.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Unic Beira Rio l, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Direito.

BANCA EXAMINADORA

Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof.(a). Titulação Nome do Professor(a)

Cuiabá, 25 de março de 2022


Agradecimentos

Agradeço a Deus sobre todas as coisas, por estar sempre presente em minha
vida, me protegendo e livrando-me do mal que vem de fora e do mal que há em mim
mesma, pois ele sabedor de todas as coisas deu a mim e a todos os seus filhos
amados conhecimento para evolução, pois é o conhecimento o que nos liberta das
amarras da ignorância, pois e conhecendo a verdade é que a verdade nos libertara.
Diante disso e que sou grata a cada pessoa que contribuiu para que eu
pudesse alcançar meus objetivos em minha jornada acadêmica. Minha sogra é a
quem serei grata primeiro, pois foi ela quem me deu a pedra preciosa que completa
a coroa de minha vida meu marido, não tenho palavras para expressar o quanto foi
importante a cada minuto da minha vida ao seu lado, o seu amor foi e é crucial na
minha vida, sempre me incentivando para que seu não desistisse, o grupo KROTON
em geral, desde as pessoas da limpeza aos professores, coordenadores,entre
outros, pois cada um tem sua parcela de contribuição para o sucesso de seus
acadêmicos , se esforçam todos os dias para levar luz do conhecimento aos olhos
dos que estão cegos, trazendo os acadêmicos para um mundo novo cheio de
esperança, pois como dito mais acima é o conhecimento que nos liberta da
escuridão e da ignorância.
Venho também a agradecer a minha família, mãe, avos, tios e irmãos, que
fazem parte do alicerce da minha vida, foi com eles que dei os primeiros passos para
uma vida cheia de amor , e foi através deles que conheci o valor de uma família. A
cada um deles dedico um percentual do que sou hoje, como filha, Irma neta, pois sei
que a cada passo que dou eles é a torcida fiel na jornada do sucesso da vida
Aos meus amigos que não preciso citar os nomes porque só quem é meu
amigo verdadeiro, lendo esta dedicatória saberá que é ele, pois qualquer sentimento
que seja, não precisa de palavras para definir, considerando que o sentimento é
energia e quando você o emana quem está perto sente, então meus amigos sabem
o quanto os amos e os quero presente em minha vida.
Por fim o meu muito obrigado aos que me ajudaram diretamente e
indiretamente em minha jornada, não foi fácil, porem gratificante, considerando que
nestas jornadas pessoas especiais, citadas acima, foram primordiais para que eu
chegasse ate aqui, que deus os abençoes hoje amanha e sempre.
SANTOS, Angélica Patrícia Fernandes dos. Lei 12.318/2010: o que traz esta lei para
punir a alienação parental, quais as penas previstas. 2022. Pag. 37. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação em Bacharel em Direito) – UNIC PANTANAL –
Universidade de Cuiabá, Cuiabá, 2022.

RESUMO

O intuito deste trabalho é obter uma análise sobre uma problematica que tem sido
recorrente no seio familiar referente a alienação parental, apresentando a grande
quantidade de relacionamentos mal resolvidos e traumaticos tanto para o casal
quanto para os filhos gerados a partir destes relacionamentos, levando em
consideraçãota que na grande maioria destes relacionamneto, tem sempre uma
criança envolvida, diante dessa problematica e mister buscar indentimento de quais
sao as penalidades previstas para inibir tais condutas e como as mesmas sao
aplicadas ao alienador. Os jornais e as redes sociais dia a dia, apresenta uma
quantidade crescenten de casais que se separam, e que, gerando consequencias
imensuraveis em toda a família, principalmente nas crianças (filhos) frutos dos
mesmos. Dinate disso se faz necessario entender o que de fato influencia esse
fenômeno nos ambientes familiares, considerando que é de muita importancia este
entendimento, haja vista a complexidade do tema. Cabe ressaltar que, diante da
ceriedade do assunto houve a necessidade de criação de uma lei especifica para
estes casos, e foi o aumento de casos de alienaçao parental nos ultimos tempos,
que foi fundamental para limitar o alienador, Lei 12.318/2010, a referida lei vem
estabelecer punições para esta espécie de agressores, e por fim inibir tal conduta,
deixando claro a intolerância não apenas por parte do legislador , mas sim de toda
sociedade brasileira, que repudia este tipo de ato covarde, que tem ocorrido em
maior volume nos ultimos tempos. É a partir desta temática, que será exposto neste
trabalho, de como a legislação aplica suas leis nestes casos, e qual a evolução
referente ao assunto abordado no decorrer dos anos, referente a prática da
alienação parental no seio familiar.

Palavras-chave: Alienação Parental; Lei 12.318/2010; Família; Alienados;


Prevenção.
SANTOS, Angélica Patrícia Fernandes dos. Law 12.318/2010: which this law brings
to punish parental alienation, which are the penalties provided. 2022. Pag. 37.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Bacharel em Direito) – UNIC
PANTANAL – Universidade de Cuiabá, Cuiabá, 2022.

RESUME

The purpose of this work is to obtain an analysis of a problem that has been recurring
within the family regarding parental alienation, presenting the large amount of
unresolved and traumatic relationships for both the couple and the children
generated from these relationships, taking into account consideration that in the vast
majority of these relationships, there is always a child involved, in the face of this
problem it is necessary to seek indentation of what are the penalties provided to
inhibit such conduct and how they are applied to the alienating person. Daily
newspapers and social networks present an increasing number of couples who
separate, and that, generating immeasurable consequences for the whole family,
especially the children (children) resulting from them. Therefore, it is necessary to
understand what actually influences this phenomenon in family environments,
considering that this understanding is very important, given the complexity of the
topic. It should be noted that, given the seriousness of the matter, there was a need
to create a specific law for these cases, and it was the increase in cases of parental
alienation in recent times, which was fundamental to limit the alienator, Law
12.318/2010, the aforementioned The law establishes punishments for this kind of
aggressors, and finally inhibits such conduct, making clear the intolerance not only on
the part of the legislator, but on the whole Brazilian society, which repudiates this
type of cowardly act, which has occurred in greater volume in the Last times. It is
from this theme, which will be exposed in this work, how the legislation applies its
laws in these cases, and what the evolution regarding the subject addressed over the
years, referring to the practice of parental alienation within the family.

Key-words: Parental Alienation; Law 12.318 / 2010; Family; Alienated; Prevention.


SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 7

2. ALIENAÇÃO PARENTAL.......................................................................................9

2.1 QUAIS SUAS CARACTERISTICAS ...................................................................13

2.1.1 Conseqüências que a prática causa ao alienado.............................................15

2.1.2 Como comprovar alienação parental..............................................................16

3. MEDIDAS DE SEGURANÇA PARA PROTEÇÃO DO ALIENADO .....................18

3.1 PUNIÇÕES E CONSEQUENCIAS AO ALIENADOR..........................................18

3.2 PUNIÇOES NA LEI 12.318/10.............................................................................26

3.3 REFLEXO DA FALTA DE PUNICOES.................................................................28

4.DIVERGENCIAS DOUTRINARIAS ACERCA DA LEI VIGENTE...........................30

4.1 DIVERGENCIAS E CONSEQUENCIAS DOUTRINARIAS..................................31

4.2 QUAL O ENTENDIMENTO DOS OPERADORES DO DIREITO ACERCA DAS


DIVERGENCIAS ACERCA DA LEI 12.318/10...........................................................32
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................36
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 37
7

1. INTRODUÇÃO

O cenário atual, demonstra diariamente o crescente número de casos de


alienação parental, principalmente neste momento que envolve um maior tempo das
famílias juntas devido a pandemia (Novo Coronavírus) e o isolamento social. Diante
disso torna-se importante analisar e discutir sobre o tema de alienação parental no
Contexto Intra familiar com enfoque nas conseqüências que a alienação causa no
alienado.
A alienação parental não existe apenas em contextos socioeconômicos
periféricos, trata-se de um comportamento estabelecido e naturalizado na estrutura
social que está presente, infelizmente, em diversos contextos, não levando em
consideração nenhum aspecto de classe, raça, religião, posicionamento político,
dentre tantas outras composições do sujeito, das quais essas se propuseram
voluntariamente à participar, trazendo a fala de suas próprias vivências e
entendimento acerca dessa violência inserida no seu cotidiano.
Na amplitude do tema, e entendendo a complexa gama que envolve os tipos
de alienação parental existentes, podendo essas serem: físicas, sociais, verbais,
psicológica, deteve-se a última como foco interino do projeto, cujo objetivo está em
estudar a alienação parental dentro do núcleo familiar, relacionando seu
agravamento a partir do aumento de relacionamentos mal resolvidos, atualmente
vivida não apenas no Brasil, mas no mundo todo. Sinalizando o contexto que a
alienação parental ocorre, de origem privada, mas que em dias atuais, já é
considerada uma preocupação de saúde pública, ressignificar o sinalizador torna-se
de extrema importância, pois, as violências que ocorrem em seio familiar ainda
perduram muito receio de intervenção comunitária e coletiva, embora sua origem,
resguardo e aceitação também é velada pela mesma comunidade, o que será
explanado com mais fervor adiante.
Vale ressaltar que a alienação sempre existiu, porém muitas vezes sendo
abafada pela sociedade, contudo diante de sua definição e caracterização ficou bem
mais fácil dominá-la e assim criar um meio de proteção à criança e ao adolescente,
diante dessas situações o Brasil acabou sendo um dos poucos países no mundo
que defende e tem uma lei própria sobre a alienação parental, tendo sido
comemorado pela comunidade jurídica, que trouxe consigo a solidificação desse
importante conceito.
8

Vale lembrar que ante a síndrome ser de difícil aferição, deve o magistrado
agir com cautela. A punição pode se iniciar com uma simples advertência e se acaso
não se resolver ele pode tomar as demais medidas cabíveis.
A partir desta problemática, que será exposto neste projeto, de como a
legislação aplicava suas leis nestes casos sobre à luz da Lei 12.318/2010, quais as
formas de punição à pessoa que praticava a alienação parental. Mais
especificamente, buscar-se-á verificar as principais penalidades aplicadas em
determinados casos para quem pratica a utilização da alienação parental,
abusivamente em desfavor de menores e adolescentes, e de como pode ser
realizada uma intervenção em que o conteúdo intercala sobre uma avaliação em
cenário institucional.
Este trabalho terá como objetivo buscar quais são as conseqüências e
punições ao alienador dentro das relações familiares de acordo com a lei
12.318/2010, buscando uma forma de como podemos identificar a alienação
parental, as conseqüências que decorre da referida prática, as punições cabíveis
para quem comete a alienação tal delito, e por fim, esclarecer e expor as
divergências doutrinárias acerca da lei vigente e as conseqüências que elas causam
no alienado.
Para tal estudo será utilizado métodos de pesquisa dedutiva, onde o mesmo
analisa e estuda achados gerais, trazendo problema para o que está sendo
estudado, ou seja, do todo para a parte. A bibliografia servirá como técnica de coleta
que é responsável por sustentar fatos, ou seja, fornecer veracidade e raciocínio para
a pesquisa, pois as mais diversas obras são destinadas a apelar, sejam livros,
artigos, monografias e a própria lei. Por fim, a análise dos dados será comparativa,
procurando evidenciar as formas e punições da alienação parental.
9

2. ALIENAÇÃO PARENTAL

Nem sempre as pessoas vivem harmonicamente dentro de uma relação, uma


vez que sempre há idéias e pensamentos divergentes. Todavia, a vida conjunta
pode ser tranqüila desde que haja união, respeito, fidelidade, entre outras, conforme
previsto no art. 1.566 do Código Civil Brasileiro, onde ele prevê:

Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:


I - Fidelidade recíproca;
II - Vida em comum, no domicílio conjugal;
III - mútua assistência;
IV - Sustento, guarda e educação dos filhos;
V - respeito e consideração mútuos.

Porém, no decorrer dos anos do relacionamento isso pode mudar e é neste


momento que começa a aparecer sentimentos de rejeição, traição, surgindo assim
um grande desconforto mental e físico, gerando um processo de desvalorização e
destruição do caráter do ex-parceiro, mais evidente entre pais e filhos.
O término de um relacionamento causa uma série de conflitos, devido a
situações mal resolvidas e por conta dos filhos gerados destes relacionamentos, e
varia são as razoes para estes conflitos, tais como, discussão de guarda, pensão,
etc., onde um dos genitores comete o grave erro de prejudicar o ex-parceiro
colocando os filhos contra o mesmo, ou criando uma imagem de uma forma a criar
um distanciamento dos mesmos, desencadeando assim, o ato da Alienação
Parental, ou seja, o cônjuge que não aceita o fim do relacionamento usa a criança
ou o adolescente como armas para punição pelo ato de divorciar-se.
Todo este problema vem sendo criado por motivos que são gerados pelos
genitores, que é a desvalorização do caráter do ex-parceiro, que vem a ser de
origem de motivos fúteis, em sua maioria inveja, ciúmes, sentimento de posse,
objetivos financeiros, gerando assim um grande trauma para o menor que fica no
meio do campo minado do egoísmo, entre outros, que a vem a ser dos seus
respectivos parentes, aqueles que deveriam ser seu porto seguro, meio de paz e
amor. (OLIVEIRA, 2015, p. 07-08).
De acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, o instituto da guarda
está prevista no art. 1.583 do Código Civil, através de duas modalidades
específicas: guarda unilateral ou compartilhada. Vale destacar que tanto o
10

instituto da guarda como o poder familiar não foram definidos pela legislação em
vigor. Mas, no art. 33 do ECA dispõe que a guarda “obriga à prestação de
assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo
ao seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais” (BRASIL,
1990).
Ainda que o poder da família não se desfaça junto com a união conjugal,
“a espécie de guarda a ser implantada pode distanciar e/ou dificultar o convívio
dos menores com um dos pais, privando assim o direito de convivência com eles,
de forma proporcional e igualitária. (DIAS, 2015, p. 1125)
Diante disso é que a lei que introduziu a guarda compartilhada não
determina que as decisões sobre a vida do menor devem ser adotadas em
conjunto ou de forma consensual, ela “apenas disciplinou que o tempo de
convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada entre os pais,
quando a guarda compartilhada for adotada” (SIEGEL; NETO; SOARES, 2016,
p. 1360). É previsvel que, com a grande quantidade de relacionamentos mal
resolvidos e traumaticos, viesse ocasionar alienaçao parental, haja vista que na
grande maioria destes relacionamneto, tem sempre uma criança envolvida. Na
década de 1980, então, o psiquiatra Richard Gardner definiu pela primeira vez
nos Estados Unidos e depois se difundiu na Europa, o termo “Síndrome da
Alienação Parental”, um distúrbio no qual a criança despreza e insulta um de
seus genitores. (Calçada, 2015, p. 68). Um distúrbio da infância que aparece
quase exclusivamente no contexto de disputa de custódias de crianças. Sua
manifestação preliminar é a campanha denegatória contra um dos genitores,
uma campanha feita pela própria criança e que não tenha nenhuma justificação.
Resulta da combinação das instruções de um genitor (o que faz a lavagem
cerebral, programação, doutrinação) e contribuições da própria criança para
caluniar o genitor alvo. Quando o abuso e/ou a negligência parentais verdadeiros
estão presentes, a animosidade da criança pode ser justificada, e assim a
explicação de Síndrome de Alienação Parental para a hostilidade da criança não
é explicável”. (GARDNER, 2002)
Segundo Maria Berenice Dias (2010, p.22-23):

A Síndrome de Alienação Parental é um transtorno psicológico que se


caracteriza por um conjunto de sintomas pelos quais um genitor,
denominado cônjuge alienador, transforma a consciência de seus filhos,
mediante diferentes formas e estratégias de atuação com o objetivo de
11

impedir, obstaculizar ou destruir seus vínculos com o outro genitor,


denominado cônjuge alienado, sem que existam motivos reais que
justifiquem essa condição. (DIAS, 2010, p. 22-23)

De acordo com Denise Maria Perissini da Silva:

A SAP é uma patologia psíquica gravíssima que acomete a criança cujos


vínculos com o pai/mãe alvo estão gravemente destruídos, por genitor ou
terceiro interessado que manipula afetivamente para atender tais motivos
escusos. As manobras da SAP derivam de um sentimento neurótico de
dificuldade de individuação, de ver o filho como um indivíduo diferente de si,
e ocorrem mecanismos para manter uma simbiose sufocante entre pai/mãe
e filho, como a superproteção, dominação, dependência e opressão sobre a
criança. A mãe alienadora não consegue viver sem a criança, nem admite a
possibilidade de que a criança deseje manter contatos com outras pessoas
que não com ela. (SILVA, 2011, p. 46)

De acordo com Sandri (2013, p. 102), tal prática é mais comum diante das
relações de cônjuges e parentes próximos, ruptura da relação dos pais e na guarda
unilateral. “No que tange à conjugalidade, esta decorre do vínculo conjugal, ou seja,
do casamento entre duas pessoas, e é uma facilitadora da prática de alienação
parental”, pois com o rompimento do relacionamento conjugal e do vínculo, os filhos
gerados pelo casal, são disputados e todos os conflitos causados por esta disputa
geram grandes transtornos aos filhos.
A guarda unilateral pode fomentar os sentimentos possessivos do genitor
guardião em relação aos filhos, possibilitando a ocorrência da alienação parental.
Diante disto, a decisão judicial que atribui a guarda do filho a um ou a outro genitor,
deve estar calcada no princípio constitucional do melhor interesse da criança,
quando não for possível a guarda compartilhada. (SANDRI, 2013, p. 153)
Conforme a Lei 12.318/2010, alienação parental é

a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente


promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que
tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância
para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à
manutenção de vínculos com este. (BRASIL, 2010)

O artigo 1º da Lei nº 12.318 / 2010 afirma que a prática da alienação


parental é um ato cruel que viola um dos principais direitos da criança e do
adolescente, bem como o desenvolvimento psicológico prescrito no art. O Artigo
3 da Lei da Criança e do Adolescente (Brasil, 1990) prejudica a coexistência de
12

famílias saudáveis, eliminando e excluindo o senso de unidade familiar das


crianças, os sentimentos com os pais e outros membros da família e minando o
ciclo de amor, respeito e unidade familiar:

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais


inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata
esta Lei, assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
(BRASIL, 1990)

A Lei 12.318/2010 traz, então, exemplos de como a alienação pode se dar.

Art. 2º omissis
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além
dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados
diretamente ou com auxílio de terceiros:
- Realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício
da paternidade ou maternidade;
- Dificultar o exercício da autoridade parental;
- Dificultar contato de criança ou adolescente com genitor;
- Dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar;
- Omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a
criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de
endereço;
- Apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra
avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou
adolescente;
- Mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar
a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares
deste ou com avós. (BRASIL, 2010)

Ainda, de acordo com a Lei 12.318/2010,

Art. 3o A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da


criança ou do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a
realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar,
constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e descumprimento
dos deveres inerentes à autoridade parental ou decorrentes de tutela ou
guarda. (BRASIL, 2010).

É notorio esse fenômeno nos ambientes familiares nos ultimos tempos, pois
e crescente o numero de casamentos e ao mesmo tempo tambem é crescente o
numero de separaçoes, onde muitas delas são traumaticas para todos os
envolvidos, principalmente para as crianças, é de muita importancia que tenhamos
13

este entendimento, considerando a complexidade do tema. Cabe ressaltar que,


diante da seriedade do assunto houve a necessidade de criação de uma lei
especifica para estes casos, e foi o aumento de casos de alienaçao parental nos
ultimos tempos, que foi fundamental para limitar o alienador, Lei 12.318/2010, a
referida lei vem estabelecer punições para esta espécie de agressores, e por fim
inibir tal conduta, deixando claro a intolerância não apenas por parte do legislador ,
mas sim de toda sociedade brasileira, que repudia este tipo de ato covarde, que
tem ocorrido em maior volume nos ultimos tempos.

2.1 QUAIS SUAS CARACTERISTICAS

De acordo com Souza (2010, p. 52), para Gardner, a Síndrome de Alienação


Parental “é tida como uma perturbação da infância ou adolescência que surge em
decorrência de um conflito conjugal, onde um dos genitores inicia uma campanha
para que a criança venha rejeitar veemente o genitor não guardião”. A intenção do
alienador e de afastar as crianças do convívio do ex cônjuge .
Diante da gravidade do assunto, no Brasil houve a necessidade de criação
de uma lei para inibir tal conduta, diante disso foi criado a Lei nº 12.318/10 de
Alienação Parental. Onde seu único objetivo é resguardar e proteger os filhos, caso
haja a alienação e a mesma cause interferência no desenvolvimento psicossocial
dos mesmos. A legislação traz um rol de condutas que podem ser classificadas
como alienação parental, tais como:

 campanha difamatória. Ou seja, a mãe ou o pai fala mal um do outro


na frente dos filhos
 Além disso, pode ocorrer a criação de empecilhos para a convivência.
Ou seja, tentam criar obstáculos para que você veja seus filhos.
 impedir o ex parceiro de participar de decisões importantes na vida
dos filhos, por exemplo,você não pode ajudar a escolher a escola
que seus filhos freqüentarão.

Isso e muito grave, pois o término de um relacionamento não pode ser e nem
deve causar conflitos onde a maior vitima é os filhos gerados deste relacionamento
mal resolvido por parte dos adultos, quem não tem maturidade para administrar e
aceitar o termino do mesmo, e é devido a estas situações mal resolvidas, que
obrigou o estado a tomar providencias com punições ao alienador para resguardar o
14

direito dos adolescentes e crianças, e varia são as razoes que os mesmo usam para
justificar tais conflitos, ex: discussão de guarda, pensão, etc., onde um dos
genitores comete o grave erro de prejudicar o ex-parceiro colocando os filhos contra
o mesmo, onde cria uma do mesmo para criar um distanciamento dos mesmos,
como já fora dito anteriormente , desencadeando assim, o ato da Alienação
Parental, ou seja, o cônjuge que não aceita o fim do relacionamento usa a criança
ou o adolescente como armas para punição pelo ato de divorciar-se, conforme
exemplos descritos abaixo:

 campanha para te desqualificar cônjuge;


 Dificultam o exercício da sua autoridade parental;
 Omite de informações sobre os filhos. exemplo, ele fica doente e o
cônjuge não é informado;
 Dificultam o contato entre com os filhos;
 Cria obstáculos para que o outro exerça o direito à convivência;
 falsa denúncia de mãos tratos por parte do outro para te impedir o
mesmo de ver os filhos;
 Mudam de domicílio, sem justificativa, para evitar a convivência dos
filhos com o ex parceiro(a).

Os parentes mais próximos também podem causar influências negativas, tais


como: avós, tios, padrinhos, madrinhas ou os responsáveis legais pela criança,
conforme exposto no artigo 2º da Lei 12.318/2010, onde o mesmo prevê que, a
alienação parental é o ato de interferência na formação psicológica da criança e do
adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que
tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para
que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de
vínculos com este.

2.1.1 Consequências que a prática causa ao alienado

As conseqüências da alienação parental são advindas pelos próprios


parceiros que um dia foram íntimos, mas ao fim do relacionamento travam uma
guerra, por não aceitar o fim do relacionamento. Tal situação apresenta grandes
conseqüências na saúde (física e psicológica) do alienado, que por efeitos geram
grandes impactos dentro da saúde pública, devido à alta ocorrência deste tipo de
15

violência. Ela também é conhecida pela sigla SAP (Síndrome da Alienação


Parental), expressão criada e utilizada por Richard Gardner, em meados de 1980.
Vendo os jornais e as redes sociais em nosso dia dia, é notorio a
quantidade de casais que se separam após tais relacionamentos, e
consequentemente, com fim destes relacionamentos, os desentendimentos dos
mesmos não atinge somente o casal, mas toda a família, principalmente as
crianças (filhos) frutos dos mesmos.
A alienação parental em grande pencentual dos casos, vem a acarretar no
alienado problemas muitas das veses irreparáveis, pois este tipo de conduta
desencadea a síndrome de alienação parental no alienado.
A este processo o psiquiatra americano Richard Gardner nominou de
"síndrome de alienação parental": programar uma criança para que odeie o
genitor sem qualquer justificativa. Trata-se de verdadeira campanha para
desmoralizar o genitor. O filho é utilizado como instrumento da agressividade
direcionada ao parceiro.

2.1.2 Como comprovar

Quando se pensa nesta problemática, muitas vezes eles vêm conotados em


um carregamento muito forte de casos. Pensando neste tema, mediando este
acontecimento sob a ótica das vítimas, é que será investigado como é estigmatizado
o feitor quando está realizando a alienação, sendo este muitas vezes visto como
aquele que pode cumprir suas ameaças caso não consiga seu objetivo. O medo
perpetua nas vítimas que acabam “cedendo” com grande relutância a tal abuso. Ao
se tratar da alienação, quando se procura por definições, há uma ampla quantidade
de explicações, e dentre elas pode ser elencado pela ação ou efeito de empregar
intimidação moral contra alienado. E com teor visado neste propósito, sendo elas
determinantes para a atual repercussão deste tema mundialmente.
Vale ressaltar que, evidenciam-se poucas denúncias, e os motivos envolvem
diversos fatores particulares, desde o sistema de saúde, os profissionais da área que
atendem famílias passando por problemas de alienação, que encontram dificuldades
em dialogar e muitas vezes, se sentem limitados para detectar tais abusos, abuso
este que só é possível detectar através dos atendimentos psicológicos, nos quais se
16

percebe sintomas como ansiedade, depressão, entre outros no alienado. A situação


financeira e a falta de oportunidade para mudar o contexto contribuem também para
famílias com menos recurso em ter este apoio com profissionais da saúde, onde eles
acabam por continuar vivendo com seus alienadores, sem expectativas, voltando
para as consultas sempre com as mesmas queixas e sintomas, tornando assim o
sistema de saúde uma ponte entre seu sofrimento, colaborando com medicações e
atendimentos psicológicos. (PORTO, 2006).
A alienação parental traz consigo desconforto emocional sofridos por menores
e adolescentes diariamente, principalmente quando seus genitores não se entendem
após o rompimento da relação, e passam a usar seus filhos como arma, para que de
alguma forma o alienado não queira mais proximidade com um de seus genitores,
porem o alienador, não percebe o quanto isso prejudica emocionalmente a criança
ou adolescente alienado, tais experiências que tem sido vivenciada pelas famílias
que, por conta de atitudes inconseqüentes, trás para dentro da família diversos
problemas, colocando crianças e adolescentes como centro da situação, para atingir
seu principal objetivo, os próprios interesses pessoais, sem se importar com quem
está realmente sendo prejudicado no caso.
Diante disso as maneiras mais comum de se provar que a criança está
sofrendo alienação parental, é por meio de conteúdos enviados por WhatsApp ou e-
mails, e o instrumento mais eficaz e importante é um relatório do psicólogo, onde o
mesmo evidencie através de laudo, a prática da alienação parental, onde por meios
de padrões comportamentais do menor observa se mudanças, que serve como
alerta aos sinais de aviso, exemplo: A criança ou adolescente não querer visitar seu
genitor mesmo não havendo motivo para tal atitude. Diante disso é importante
documentar tais atitudes, para que ela sirva de prova para abertura de um processo
contra o alienador.
Também é possível comprovar alienação parental através de testemunhas,
como adultos que mantêm um relacionamento próximo com a criança ou o
adolescente vitima de alienação, exemplo, professores ou líderes religioso pode ser
relevante, principalmente em casos onde o menor já relatou sobre a situação em
que vive com o alienador, diante disso é importante que atente-se aos pontos que
apresentamos e se mantenha sempre atualizado para saber como agir e lidar com
esse caso, uma vez que é fundamental atuar da forma correta para evitar danos
muita das vezes irreversíveis ao alienado e aos direitos da criança.
17

3. MEDIDAS DE SEGURANÇA PARA PROTEÇÃO DO ALIENADO

3.1 PUNIÇÕES E CONSEQUENCIAS AO ALIENADOR

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), passou por algumas revisões


para melhor eficácia ao longo de seus 30 anos de vigência, para proteção integral à
criança e ao adolescente em nosso país, haja vista que esta lei é o principal
instrumento normativo do Brasil sobre os direitos dos mesmos, esta lei complementa
constitucionalmente no âmbito legal uma maior proteção aos seus protegidos,
zelando pelos direitos de seus protegidos de usufruir dos direitos fundamentais
particulares do sujeito, sem qualquer tipo de falhas a sua proteção total,
proporcionado por lei ou por outros meios, todas as necessidades dos mesmos,
onde seu intuito é de auxiliar no desenvolvimento mental, físico, espiritual, moral e
social, em condições de liberdade e de dignidade. (Estatuto da Criança e
Adolescente, 1990)
A constituição prevê no capítulo VII da Constituição Federal, com destaque
para o art. 227, que os direitos das crianças e adolescentes estão guardados e tem
como base os direitos fundamentais. Onde constitui como dever da família e à
sociedade e Estado garantia à criança e ao adolescente de uma convivência
familiar e comunitária, além da proteção de violência e opressão. (Constituição
Federal, 1988)
A priorização e o bem-estar do menor não pode ser apenas uma sugestão
ética, porem um dever legal que de fato, venha a criar, com seus pais, família,
sociedade e com o Estado relações de segurança, que as crianças e adolescentes
necessitam para um desenvolvimento saudável.
A Lei n. 11.698/08, disciplinou a guarda compartilhada, onde veio a alterar o
Código Civil, deixando claro a preferência de guarda em oposição à guarda
unilateral, mesmo quando o caso de se determinar a última, isso não exclui do
genitor não-guardião de suas responsabilidades para com o filho, muito menos
afasta do mesmo os direitos decorrentes da parentalidade.
Quando a legislação disciplina a guarda do menor, é para meio de proteção
dele, pois é a partir da guarda que se define o relacionamento e convivência com os
18

pais , diante disso os aspectos como pessoa composta de direitos fundamentais


que deverão ser respeitados em sua integridade.
O Superior Tribunal de Justiça defende à guarda compartilhada mesmo se a
separação conflituosa, considerando que tal conflito não atinja o menor em hipótese
alguma. O entendimento do STJ é que , o interesse da criança e que deve
prevalecer, porem se o convívio dos genitores for amigável não é necessária
qualquer medida restritiva. Porem se houver conflitos será o magistrado que irá
estipular as regras e limites ao cônjuge conflituoso, para proteger a criança ou
adolescente, onde será aplicada sanções àquele que as transgredir.
Por fim é diante de toda trajetória da evolução jurídica nacional, no que tange
à proteção aos direitos das crianças e adolescentes, é que vários legisladores do
direito se preocupam com os direitos menores, onde por sua vez estão inseridos
como direito de família. Foi com as mudanças da CF/88, onde o artigo 277, trouxe
para a vida civil o reconhecimento da criança, ao adolescente e aos jovens os seus
próprios direitos, e desta forma priorizar e fazer valer o amparo de que necessitam,
haja vista pois que o menor abandonado não pode ser também desamparado nem
pela sociedade e nem pelo Estado.

De acordo com o que afirmam Ferreira et al (2018):

Basicamente, a doutrina jurídica da proteção integral adotada pelo Estatuto


da Criança e do Adolescente assenta-se em três princípios, a saber: criança
e adolescente como sujeitos de direitos – deixam de ser objetos passivos
para se tornarem titulares de direitos; destinatários de absoluta prioridade;
respeitando a condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.

Fica claro que o menor não pode sofrer as conseqüências de atos causados
por seus genitores e seus familiares, haja vista que eles deveriam garantir a eles um
círculo familiar de valorização e cuidados para com seu desenvolvimento
psicossocial, muito menos as situações que impeçam seu integral acesso a vida
educacional e a integração social, o que lhes é por direito devidamente garantido.
Para Sérgio Cavalieri Filho:

Essa espécie de responsabilidade tem por fundamento o vínculo


jurídico legal existente entre pais e filhos menores, o poder familiar, que
impõe aos pais obrigações várias, entre as quais a de assistência
material e moral (alimentos, educação, instrução) e de vigilância, sendo
19

está nada mais que um comportamento da obra educativa. (CAVALIERI


FILHO, 2014, p. 239).

Quanto aos princípios, a Magna Carta e o Estatuto da Criança e do


Adolescente prevêem em comum os princípios da dignidade da pessoa humana e o
princípio da igualdade.
O princípio da dignidade da pessoa humana, conforme Cavalcante, 2007
apud Duarte, 2018:

É importante perceber que o princípio da dignidade da pessoa humana,


previsto no art. 1º, inciso III da Constituição Federal de 1988, exige
permanente concretização e delimitação pela prática constitucional. Assim,
não se pode negar a fundamental e imprescindível importância do caso
concreto na definição da dignidade. Atualmente, a dignidade é tida, pela
maioria da doutrina, como uma qualidade inata a todo e qualquer ser
humano. É importante lembrar, no entanto, que está concepção é nova na
história, tendo sido admitida a partir do século XVIII, com o desenvolvimento
das ideias iluministas e da concepção individualista da sociedade. Com
isso, quer-se chamar a atenção para o fato de que a ideia segundo a qual a
dignidade é uma qualidade inerente a todo e qualquer ser humano tem
sentido cultural, não constituindo uma realidade de fundamentação
absoluta. (CAVALCANTE, 2007 apud DUARTE, 2018)

Os direitos da criança e do adolescente, sempre deve ser preservados e


resguardados, pelo princípio da prioridade, que vem a zelar pela igualdade e
prioridade dos mesmos, fazendo valer sua valorização sem distinção de raça, cor ou
classe econômica social. Vale ressaltar que o Estatuto da Criança e do Adolescente
é claro em seu artigo 4° que menciona o princípio da prioridade absoluta, afirmando
que tanto a criança, o adolescente e o jovens são as prioridades absolutas da
família, da sociedade e do estado.

Art. 4º: É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do


poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer,
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária.

Diante disto, podemos verificar a explicação a seguir.


20

A prioridade consiste no reconhecimento de que a criança e ao adolescente


são o futuro da sociedade e, por isso, devem ser tratados com absoluta
preferência em quatro aspectos (positivados no art. 4º): a) primazia de
receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; b) precedência de
atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; c) preferência
na formulação e na execução das políticas sociais públicas, d) destinação
privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à
infância e à juventude. (FULLER, DEZEM e NUNES JÚNIOR, 2009 apud
REIS, 2016).

Por fim, se mais trabalhos e políticas publicas direcionadas em ajudar


famílias em crise, e ao reconhecimento das crianças e dos adolescentes a suas
devidas famílias, poderiam de alguma forma ajudar a frear um bloqueio muito
grande no crescimento psicossocial de cada um que aguarda a tão sonhada
reconhecida família.
Os meios punitivos podem sim inibir e prevenir de certo modo todo o ato da
alienação parental previsto em lei no Brasil. Alguns meios punitivos legais podem
ser visualizados como adequados quanto inadequados, e é neste formato que será
demonstrado os meios eficazes, tendo como objetivo de identificar e cessar a
alienação. A lei acima citada, prevê em seu art. 4°, que deixa expressa, que
mesmo que a ação de alienação , seja ela clara ou não, será tomada medidas
provisórias para a preservação da criança, em um contexto geral, garantindo aos
mesmos seus direitos, onde é mister preservar a integridade física e psicológica dos
mesmos, onde também será garantido ao genitor seus direitos, que também
preservados, sendo garantido ao mesmo o direito de contato com a criança e o
adolescente, contato este que só será possível após atestados por profissionais
designados pelo juiz, onde o mesmo acompanhara as visitas, com intuito de
preservar ambas as partes. (FREITAS, 2018)
Ora, não é crível que diante de uma relação conturbada com os pais o menor
usufrua de seu direito ao convívio familiar, por exemplo. Além disso, é impossível
afirmar que sua dignidade está sendo considerada, que ele esteja tendo o devido
respeito de seus genitores, ou que esteja usufruindo de sua liberdade, havendo
violação ao princípio do melhor interesse do menor. (FREITAS, 2018)
Os genitores que agem como alienador, não prevê o mal que fazem ao
alienado, quando praticam este crime, vindo a falar mal um do outro, esta prática
aos poucos vai construindo e implantando seus filhos um caráter totalmente
distorcido da outra parte.
21

Quando o alienador consegue criar uma imagem distorcida de um dos


responsáveis pela formação psicossocial do filho, vem a causar danos irreparáveis
na vivência da criança e do adolescente, que gera transtornos de caráter e
personalidade. Insta salientar que muitas das vezes o alienador nem percebe o mal
que está causando no alienado, onde vem a criar um monstro no subconsciente do
menor, que ainda não sabe diferenciar o errado do que é correto, onde vem a tomar
para si as frustrações do relacionamento negativas do alienador. Vale ressaltar que
não acontece do dia para a noite, isso deve ser uma prática constante do dia, e
assim as poucos o alienador alcança seu objetivo. Onde o estrago feito no alienado
só será percebido muito mais tarde, porem quando de fato se percebe mal feito ao
alienado, já é tarde demais, onde deixara seqüelas para toda a vida.
Os genitores que são seio de amor, bondade, respeito, é transformado em um
covarde para com seu ex companheiro, consciente ou inconscientemente, levando o
alienado a pensar que seu genitor amoroso de fato está o manipulando com todo
aquele amor, para justificar o alienador não ser mais presente no dia a dias da
família. O alienado passa a creditar que o genitor de boa intenção está retirando o
alienador da vida do filho o outro pai/mãe, dos avós dos tios e de seus entes
queridos, que para o alienado é seu maior bem, o vínculo familiar. Porem em um
plano “diabólico” e sutil vai construindo a imagem paterna ou materna de forma
leviana, até que o alienado não queiro mais conviver com o pai/mãe.
Em 26 de agosto de 2010 foi sancionada, a lei que trata, defende, puni e
explica em seu discernimento sobre a alienação parental” (ROCHA, 2012).

No decorrer de seus artigos é de fácil verificação o conceito de tal instituto,


a forma como ocorre a cruel e fria manipulação por parte do alienador que
geralmente são os próprios genitores e em poucas vezes, mas não menos
importantes entes próximo a essa criança que pode praticar tal ato.
Tais acontecimentos não são recentes em nosso cotidiano, e na tentativa de
coibir esses comportamentos, o poder judiciário pode intervir por meio de
doutrinas aplicando sanções contidas no artigo 6° da lei 12.318/10.
(ROCHA, 2012).

Delben et al, s.d. citando Denise Maria Perissini da Silva, s.d. menciona:

Após longos anos de espera, finalmente foi aprovada em 26/08/2010


(véspera do Dia do Psicólogo), a Lei nº 12.318/2010, que trata da Alienação
Parental. A proposta inicial havia partido do dr. Elísio Luiz Perez, Juiz do 2º
TRT de São Paulo, e após consultas a profissionais e pessoas que também
vivenciam a alienação, e tornou-se o Projeto de Lei nº 4.053/2008, de
autoria do Deputado Régis de Oliveira (PSC-SP); ao ser aprovado por
22

unanimidade na Câmara, seguiu para o Senado, onde tornou-se o PLC nº


20/2010, tendo como relator o Senador Paulo Paim (PT-RS), e foi aprovado
naquela Casa na íntegra.

O rol de artigos da Lei da Alienação Parental é exemplificativo, ou seja, há


possibilidades de se determinar outras penalidades, sendo categórico ao afirmar que
se trata de medidas inibitórias à prática
Medidas provisórias serão tomadas por meio de um juiz, o qual decidirá sem
prejuízo de medidas cabíveis provisórias liminarmente deferidas, com o intuito de
garantir o melhor meio para se garantir os direitos preservados de ambos.
Essas medidas provisórias são de suma importância e necessárias para a
conservação psicológica da criança e do adolescente, tendo em vista a garantia de
preservar o amor, o afeto do menor com os seus genitores e efetivar a
reaproximação entre ambos nos casos aos quais já sofreram algum início da
alienação.
Fato que o nosso poder judiciário mesmo após longos 11 anos de jurisdição
da lei 12.318/10 ainda esteja se familiarizando com tais sanções, contudo é
necessária uma pesquisa a fundo na qual poderá ser observado de maneira
minuciosa, critérios observativos que poderão determinar as melhores formas de se
tratar e se enfrentar situações que exponham crianças e adolescentes ao ato de
praticar o desprezo, o medo, e tantos outros atos contra o alienado. Esses meios
são analisados conforme conceito de justiça, eficiência, presteza do Judiciário em
contraposição com o fator tempo.
Ademais, vale agregar a este estudo que são necessários meios técnicos e
especializados de diferentes áreas como psicologia, assistência social, psiquiatria,
sociologia e o direito, ambos fazendo uma sincronização para aplicar as melhores
tentativas de punir, porém algo tão profundo e esquematizado por ambos poderiam
causar danos ainda maiores a saúde mental da criança, que por sua vez não
entenderia nada dos acontecimentos recorrentes a sua volta, o que a colocaria fora
de sua essência.

Marco Duarte em seu artigo dispõe:

Alguns cuidados devem ser tomados por parte do juiz para determinar o
afastamento de um dos genitores, pois as atitudes por parte do genitor
podem ser decorrentes de uma busca pelo afastamento do outro genitor do
23

convívio do menor, sem motivo justificador, pode ser pela legítima proteção
com relação ao filho.

Todavia a forma da lei em sua suma clareza traz em seu bojo a aplicação de
medidas provisórias que possibilitam medidas de proteção que podem ser aplicadas
no em casos concretos e encontram respaldo em outros intuitos ou normas jurídicas.
Em remate a lei 12.318/10 em seu respectivo artigo 6°a lei declara que a
ocorrência da alienação parental deve ser advertida ante o alienador, em realidade
uma tentativa mais branda pode ser o suficiente para que haja o estabelecimento da
normalidade ou fazendo de modo que o alienador desista de praticar o ato de alienar
a vítima.
Em suma pode-se concluir que nessa fase o juiz conscientizará o alienador,
passará a demonstrar suas atividades e as conseqüências geradas para o
menor.Um rol exemplificativo as medidas de proteção direta a serem adotadas para
aplicação no caso concreto, senão vejamos:

Art. 6º – Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer


conduta que dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor,
em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não,
sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla
utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus
efeitos, segundo a gravidade do caso:
I – Declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador;
II – Ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado;
III – Estipular multa ao alienador;
IV – Determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial;
V – Determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversão;
VI – Determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente;
VII – Declarar a suspensão da autoridade parental. (BRASIL, Lei nª 12.318
de 26 de agosto de 2010, 2010).

Deve-se ressaltar que a aplicação das sanções não seguirá uma seqüência
determinável, diante das situações como já exposto o juiz sendo o responsável por
executar essas medidas a ele caberá uma imposição seja uma medida severa aos
extremos ou uma medida menos severa, é evidente que advertir, penalizar ou aplicar
medidas de contenção ao ato de alienar á certo modo tem a finalidade sim de punir,
porém seu foco é evitar que chegue a ocorrer. É preciso lembrar que essas medidas
dependeram da gravidade de cada situação da alienação exercida contra o menor.
Uma das seguintes medidas é ampliar o convívio da criança do adolescente
com os demais familiares e com o genitor/parente alienado, dessa forma
24

restaurando o vínculo dos laços familiares, e excluindo uma possível brecha para a
alienação, assim diminuindo a possibilidade de futuras agressões psicológicas no
menor. (ROCHA,2012)

Douglas Phillips Freitas em sua obra relata que:

Havendo indícios de alienação parental, é indispensável, ao magistrado,


realizar ampliação do período de convivência, alterando o sistema de
visitação, permitindo maior tempo entre genitor alienado e seu filho, vítima
da alienação. (FREITAS, 2012 apud ROCHA, 2012)

Diante do inciso IV, o artigo traz consigo o direito ao acompanhamento


psicológico/psicossocial, o juiz poderá determinar se necessário diante de uma
análise ao um laudo pericial apresentado para que assim seja detectado a alienação
parental. Essa medida poderá ser considerada eficaz no sentido de tentar trazer ao
alienador a conscientização dos possíveis danos causados à criança e ao
adolescente. Ou seja, essa medida não é restrita ao menor, o alienador geralmente
também precisa desse acompanhamento, o magistrado poderá determinar de modo
compulsório que o genitor realize o tratamento. (SOARES, s.d.)
A suspensão da autoridade parental é outra medida com intuito de contribuir
para sanidade física e psicológica da criança ou adolescente, podendo ser por
tempo determinado.
Esse método pode gerar tanto efeitos positivos como negativos, pois
analisando a posição da criança em relação a esse conflito, não restam dúvidas que
o afastamento desse ambiente garante a preservação de sua integridade. (ROCHA,
2012)
O magistrado aplicara tal medida mesmo em situações de conflitos com
intuito de mostrar que os genitores não poderão agir com tirania de um guardião
para com o outro. O ato de compartilhar a guarda na visão de psicólogos faz com
que o menor veja diferentes moradias e conceitos para seguir, e é desta forma que
eles percebem a separação de seus genitores, porem seus responsáveis te a
obrigação de vinculo dos pais com o filho não será perdido e nem o referencial de
cada.
Se os pais seguirem o conceito de que o bem estar dos filhos é prioridade
mesmo com o fim do relacionamento entre eles, as crianças de adaptam e não
25

percebem as diferenças da nova rotina de forma drástica, e isso se deve ao


comportamento de cada genitor diante da situação de rompimento com o seu
cônjuge.

3.2 PUNIÇOES NA LEI 12.318/10

O artigo 1º da Lei nº 12.318 / 2010 afirma que a prática da alienação parental


é um ato cruel que viola um dos principais direitos da criança e do adolescente, bem
como o desenvolvimento psicológico prescrito no art. O Artigo 3 da Lei da Criança e
do Adolescente (Brasil, 1990) prejudica a coexistência de famílias saudáveis,
eliminando e excluindo o senso de unidade familiar das crianças, os sentimentos
com os pais e outros membros da família e minando o ciclo de amor, respeito e
unidade familiar:

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais


inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata
esta Lei, assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
(BRASIL, 1990)

A Lei 12.318/2010 traz, então, exemplos de como a alienação pode se dar.

Art. 2º omissis
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além
dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados
diretamente ou com auxílio de terceiros:
- Realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício
da paternidade ou maternidade;
- Dificultar o exercício da autoridade parental;
- Dificultar contato de criança ou adolescente com genitor;
- Dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar;
- Omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a
criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de
endereço;
- Apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra
avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou
adolescente;
- Mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar
a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares
deste ou com avós. (BRASIL, 2010)
Ainda, de acordo com a Lei 12.318/2010,
Art. 3o A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da
criança ou do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a
realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar,
26

constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e descumprimento


dos deveres inerentes à autoridade parental ou decorrentes de tutela ou
guarda. (BRASIL, 2010). Colocar fonte Arial 10

É notorio esse fenômeno nos ambientes familiares nos ultimos tempos, pois
e crescente o numero de casamentos e ao mesmo tempo tambem é crescente o
numero de separaçoes, onde muitas delas são traumaticas para todos os
envolvidos, principalmente para as crianças, é de muita importancia que tenhamos
este entendimento, considerando a complexidade do tema. Cabe ressaltar que,
diante da seriedade do assunto houve a necessidade de criação de uma lei
especifica para estes casos, e foi o aumento de casos de alienaçao parental nos
ultimos tempos, que foi fundamental para limitar o alienador, Lei 12.318/2010, a
referida lei vem estabelecer punições para esta espécie de agressores, e por fim
inibir tal conduta, deixando claro a intolerância não apenas por parte do legislador ,
mas sim de toda sociedade brasileira, que repudia este tipo de ato covarde, que
tem ocorrido em maior volume nos ultimos tempos.

3.3 REFLEXO DA FALTA DE PUNICOES

De acordo com a Lei de Alienação Parental, essa prática fere o direito


fundamental dos filhos a uma convivência familiar saudável, Além disso, ela
prejudica o desenvolvimento do afeto entre os pais e com o grupo familiar, por isso a
mesma é passível de punição, haja vista que tal atitude fere diretamente os direitos
da criança ou adolescente, caso haja violação destes direito, poderá ser informado
ao Ministério Público o que está acontecendo, desse modo fica garantido os direitos
também do cônjuge que também e vitima de tal atitude, onde também protege seus
filhos das conseqüências emocionais desta prática.
Dependendo da gravidade do caso o juiz em tese poderá aplicar as medidas
abaixo citadas, conforme a Lei 12.318/2010.

Art. 6º Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer


conduta que dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor,
em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não,
sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla
utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus
efeitos, segundo a gravidade do caso:
- Declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador;
- Ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado; III -
estipular multa ao alienador;
27

- Determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial;


- Determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversão;
- Determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente;
VII - declarar a suspensão da autoridade parental.
Parágrafo único. Caracterizada mudança abusiva de endereço,
inviabilização ou obstrução à convivência familiar, o juiz também poderá
inverter a obrigação
de levar para ou retirar a criança ou adolescente da residência do genitor,
por
ocasião das alternâncias dos períodos de convivência familiar. (Brasil, 2010)

A justiça brasileira apresenta falhas na pena aplicada ao cedente, pois a lei


desse tipo de prática não possui capítulo especial para tratar da pena do cedente, e
sua condenação penal foi rejeitada. Isso porque não se trata de punição, mas de
prevenir a ocorrência da alienação. No entanto, muitas pessoas discordam, por
exemplo, o Deputado Federal que apresentou o Projeto de Lei nº 4.488 / 2016
propôs adicionar algumas disposições sobre o assunto. Entre eles, o cedente é
punido com pena de prisão (prisão) de três meses a três anos. (Projeto..., 2016).
Porém, no ordenamento jurídico brasileiro, a configuração da alienação
parental não depende da apresentação dos sintomas na criança: basta que um dos
responsáveis legais manifeste atitudes que caracterizem essa conduta nociva de
alienador. Isto é, sem a necessidade de pertinência de sua classificação como
patologia que atinge a criança.
Em decorrência da importância do tema, será explorado aqui como a
legislação brasileira tem suas penas aplicadas e quais seus aprimoramentos em se
tratando da prática da alienação parental no seio familiar.
28

4. DIVERGENCIAS DOUTRINARIAS ACERCA DA LEI VIGENTE

Conforme já explicitado a prática da alienação parental não precisa de uma


certeza basta apenas alguns indícios, bem como a própria lei traz em seu artigo 4°
da lei 12.318/10, diante disto poderão ser aplicados os meios cabíveis do artigo 6°
juntamente com a responsabilidade civil provisoriamente mesmo de ofício.
(ROCHA,2012)
No inciso III, há a previsão de multa em face do alienador. Isso faz com que o
direito de família seja introduzido no direito das obrigações incorrendo em erro, pois
essa tese contraria um dos princípios do direito de família, o da afetividade.
(ROCHA, 2012)
O fato de se ter uma multa um valor a pagar é definitivamente um dos meios
que se utiliza com o intuito de fazer com que o alienador sinta em seus rendimentos
os efeitos da erronia conduta praticados, a qual busca privar do convívio com o
menor o outro genitor e sua família.
Pode-se verificar que diante desta sanção a forma é extremante de constringir
essa direta ou indiretamente e de forma coercitiva beneficiar o autor da demanda.
Dessa forma o alienador poderá intimidar-se por ter efeitos em seu patrimônio
afetado.

Essa multa é completamente diferente da finalidade de indenização do dano


moral, o caráter ora tratado é punitivo, como forma de coibir, fazer cessar
tais atos. Esse modo de punição é impróprio e problemático e que pode ser
objeto de falsas esperanças que se arrastarão pelos tribunais, enquanto as
vítimas, crianças e o genitor alienado, irão continuar a sofrer as suas
conseqüências em toda a sua extensão. (ROCHA, 2012)

A autora continua dizendo,

A estipulação de um valor pecuniário em desfavor do alienador sacramenta


a incursão do Direito de Família no campo do Direito das Obrigações, como
ocorria no Código de 1916, não obstante parte da doutrina combata a tese
das típicas medidas obrigacionais no Direito de Família, pela base ser
exatamente o afeto e não patrimonial como figurava anteriormente.
(ROCHA, 2012)

Vale enfatizar que a ampliação do regime de convivência veste por outro


ângulo visto por outro ângulo é trazido neste capitulo como meio inadequado de
29

punir, pois pela possibilidade de gerar ainda mais conflito entre os genitores e
demais envolvido, é preciso destacar que onde já existe uma resistência por parte do
alienador em relação ao outro genitor será um campo ainda mais vasto de oportunos
conflitos entres os mesmo, pois já é dito que as crianças gostam de certo modo
expressar e demonstrar todo o meio de agrado que lhe é oferecido por ambos,
nesse meio se desencadeará assuntos que acabem a uma desenfreada disputa por
quem e para quem faz o melhor para o menor.
Essa forma de punir pode servir como uma arma, pois a criança ou
adolescente pode entender que o alienado quer realmente ocupar todo o espaço do
alienador. (ROCHA, 2012)

4.1 DIVERGENCIAS E CONSEQUENCIAS DOUTRINARIAS

Dessa forma, é possível entender que é contrário à lei aqueles que têm em
mente que ela acaba beneficiando os abusadores, quando ele faz em sua defesa a
denúncia de alienação parental (NUZZO, 2018 apud LEMOS, 2019).
Desta feita, observa-se que existem pontos na legislação sobre o assunto que
é bem-intencionado, porém não tão eficaz quanto se objetivava e em razão disso,
nem sempre é a melhor para assegurar o interesse do menor
Existe um projeto de Lei (nº 1071/2018) tramitando na Câmara dos
Deputados, que prevê alterações na lei existente, como a realização de perícia para
apurar abuso sexual, bem como o acompanhamento psicológico envolvidos na
alienação. (LEMOS, 2019)
Em meio a tudo isso, ainda há a dificuldade em se verificar se os genitores
estão falando a verdade ou se de fato estão manipulando o Poder Judiciário com
ações ligadas à Lei. Porém, esse tipo de situação está fazendo com que, cada vez,
mais os agressores sejam favorecidos em disputas familiares que envolvem a
guarda do menor, visto que se acontece algum tipo de denúncia referente a esse
fato, a parte denunciada já é intitulada como alienante, quando muitas vezes não
acontece a devida averiguação do caso, e casos reais de abuso passam a ser
entendidos como falsas memórias criadas pelos genitores que detém a guarda da
criança. (LEMOS, 2019)
30

Diante desta situação, as decisões do Judiciário acabam sendo postas em


dúvida, pois há sempre o questionamento de que as vítimas podem estar sendo
entregues aos cuidados daqueles que as violentaram de alguma forma.
Mais um ponto importante é a saída repentina daquele que denunciou o
suposto fato, algo que a própria lei tenta evitar.

4.2 QUAL O ENTENDIMENTO DOS OPERADORES DO DIREITO ACERCA


DAS DIVERGENCIAS ACERCA DA LEI 12.318/10.

início a este estudo sobre alienação parental e de grande importância, haja


vista o aumento de casos de alienação parental no Brasil, e em um breve resumo
será exposto logo mais o que os operadores do direito tem a dizer sobre o referente
assunto, onde será em um breve resumo sobre conceito de família e das
conseqüências que a dissolução desta família trás as crianças e adolescentes
gerados destes relacionamento, onde será abordado as causas que vem contribuir
para o avanço destes casos em meio a sociedade.
o homem em busca de sua felicidade, e capaz de qualquer coisa, onde suas
decisões busca bem estar e felicidade, apenas por si mesmo, pois ele entende em
sua cabeça que nasceu para ser feliz e busca essa felicidade a todo custo sem
medir as conseqüências de suas atitudes seja elas boas ou ruins, não se importando
nem a quem será atingido por tais decisões , seja o cônjuge ou os filhos, não
importa, a única coisa que de fato importa, mesmo que inconscientemente é sua
felicidade.
Diante do que fora exposto acima e que trazemos o entendimento de
operadores do direito que tem buscado soluções para a alienação parental, e assim
possa proteger o alienado te tais abusos.
Segundo Maria Berenice Dias (2011 n.p.):

Grande parte das separações produz efeitos traumáticos, que vem


acompanhado dos sentimentos de abandono, rejeição e traição. Quando
não há uma elaboração adequada do luto conjugal, tem início um processo
de desnutrição, de desmoralização, de descrédito, do ex-cônjuge. Os filhos
são levados a rejeitar o genitor, a odiá-lo. Tornam-se instrumentos de
agressividade direcionada ao parceiro. A forma encontrada para compensar
o abandono, a perda do sonho do amor eterno, acaba recaindo sobre os
filhos, impedindo que os pais com eles convivam.
31

A família é uma construção cultural. Dispõe de estruturação psíquica no


qual todos ocupam um lugar, possuem uma função- lugar do pai, lugar da
mãe, lugar dos filhos -, sem, entretanto, estarem necessariamente ligados
biologicamente. É essa estrutura familiar que interessa investigar e trazer
para o direito. É a preservação do LAR no seu aspecto mais significativo:
Lugar de afeto e respeito. (DINIZ, 2011, p. 27)

Já para Maria Helena Diniz (2008, p.537):

O poder familiar pode ser definido como um conjunto de direitos e obrigações,


quanto à pessoa e bens do filho menor não emancipado, exercido, em igualdade de
condições, por ambos os pais, para que possam desempenhar os encargos que a
norma jurídica lhes impõe, tendo em vista o interesse e a proteção do filho.

Foi com base nesse conceito, e que se entende que os pais devem decidir
em comum acordo todas as questões que diz respeito ao desenvolvimento
psicossocial dos filhos e de seus bens garantindo a eles estabilidade emocional e
financeira, ate que ele alcance maioridade civil para decidir seu próprio destino, caso
isso não aconteça, qualquer um deles recorrer ao juiz para buscar uma solução que
atenda tais necessidades.
Diante disso de acordo com o Estatuto da Criança do Adolescente (1990,
p.31), em seu art.21/90:

Art. 21 - O pode familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai


e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, assegurando a
qualquer deles o direito de, em caso de divergência, recorrer à autoridade
judiciária competente para a solução da divergência.

Quando o pai ou a mãe deixam de cumprir seus deveres de genitores,


passando a abandonar os mesmos, não se preocupando com sua integridade física,
prejudicando os mesmo em aspectos humanos e sociais, abre uma via de
sofrimento e vulnerabilidade. Neste momento o Estado tem a obrigação de intervir,
com meios legais, como no caso da suspensão, prevista no Art. 1.637, CC/02.

Sendo o poder familiar um múnus público que deve ser exercido no


interesse dos filhos menores não emancipados, o Estado controla-o,
prescrevendo normas que arrolam casos que autorizam o magistrado a
privar o genitor de seu exercício temporariamente, por prejudicar o filho com
seu comportamento, hipótese em que se tem a suspensão do poder familiar,
sendo nomeado curador especial ao menos no curso da ação. (DINIZ, 2011,
p.600).
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Entende se que o juiz tem o dever de destituir o poder de família para o


membro familiar que estiver causando alienação parental e abandono, por tempo
determinado. Onde tal sanção visa a proteção do menor, onde o genitor só voltara a
gozar do convívio de seus filhos, após acompanhamento psicológico e da
assistência social.
Segundo, ainda, Maria Helena Diniz (2001, p 600), esses casos acontecem
quando os genitores ameaçam a estrutura patrimonial dos seus filhos, expõem eles
a situações vexatórias, deixam o filho em situação de vadiagem, libertinagem,
criminalidade, os privam de alimentos, apresentam desleixo com a saúde do menor
e se o maltrata. Essas conjunturas levam o magistrado, junto ao ministério público,
declarar a suspensão temporária do poder familiar.
Com relação à destituição do poder de família, encontramos situações mais
graves, que pedem sanções judiciais mais firmes.
Maria Helena Diniz (apud BRITO E AYRES, 2004, p.26) afirma que: à
destituição do poder de família, encontra se situações muito mais grave, onde se faz
necessário sanções judiciais mais firmes.

A perda do poder familiar, em regra, é permanente (art., 1.635, V), embora


seu exercício possa ser, excepcionalmente, restabelecido, se provada a
regeneração do genitor ou se desaparecida a causa que determinou,
mediante processo judicial de caráter contencioso.

Em conformidade com entendimento de Paulo Lôbo, (2017, p. 138), o


significado do divórcio é o meio voluntário de dissolução do casamento.

Com a EC. N.66, de 2010, que deu nova redação ao § 6ª do art. 226 da Constituição,
a separação judicial desapareceu, inclusive na modalidade de requisito voluntário
para conversão ao divórcio; desapareceu igualmente o requisito temporal para o
divórcio, que passou a ser exclusivamente direto, tanto por mútuo consentimento dos
cônjuges (judicial ou extrajudicial) quanto litigioso. (Lôbo, 2017, p. 140).

Para os operadores de direito essa é a origem de todo os transtornos


vivenciados pelas famílias, desde o afeto, cuidado, atenção e da preocupação entre
outros.

O poder familiar é um dever dos pais a ser exercido no interesse do filho. O


Estado moderno sente-se legitimado a entrar no recesso da família, a fim de
defender os menores que aí vivem assim reserva-se o direito de fiscalizar o
adimplemento de tal encargo, podendo suspender e até excluir o poder
familiar. (RODRIGUES, 2004, p.365).
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Porem se isso não acontecer de forma legítima, por razões adversas, e seus
responsáveis não cumprir com suas obrigações para com o menos, o Estado devera
garantir que o mesmo, não sofra também abandono social, financeiros, educacionais
e até mesmo afetivos que possam vir a sofrer. Insta salientar que o Estado é quem
fiscaliza essa situação, onde tem o direito de suspender o poder familiar.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto no referente estudo fica claro que o ato da alienação


parental interfere diretamente na formação psicossocial da criança ou do
adolescente, que tem como alienador os próprios genitores ou algum familiar que
tenha acesso e autoridade sobre o alienado. Insta salientar que tal atitude traz
conseqüências tais como repúdio incutido na criança/adolescente sobre seu genitor,
o que vem a causar, diversos prejuízos s no âmbito familiar e social. o perfil padrão
do alienador é o genitor que ao não admitir o termino da relação inconformado com
o seu fim, projeta sobre os filhos suas angustias e sofrimento, onde vem a manipular
o alienado para que enxergue seu ex cônjuge como ele enxerga, contudo vale
ressaltar, que a alienação parental tem outras formas de se expressar.
E foi devido a isto que, o Estatuto da Criança e do Adolescente tem avançado
de acordo com a necessidade prevendo maior proteção a criança e adolescente,
priorizando os mesmos.
A Lei nº 12.318/2010 veio para proteger tanto o menor quanto o genitor
alienado de seus alienadores. Onde ela prevê espécies de conseqüências que de
fato venha haver efetividade, considerando que nem sempre serão vistas como
sanções, ou extensão da guarda compartilhada não chega a ser uma sanção, mas
pelo ponto de vista do alienante, é uma punição . Porem a multa, trata-se de medida
sancionatória, porém controversa perante a doutrina, haja vista levar a temática
para o campo das obrigações do direito civil, desvirtuando o propósito da lei.
O intuito da Lei nº 12.318/2010, Lei da Alienação Parental, tenta por diversos
meios diminuir as conseqüências da trágica conduta perante a vida do menor sobre
a qual recai. Já se passaram anos, porem a dificuldade ainda é grande, seja para o
reconhecimento da alienação, seja qual a medida mais eficaz. Porem somente com
o tempo e novas jurisprudências, adequando-se as normativas, é que possa
combater esta repugnante conduta.
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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei 12.318, de 26 de agosto de 2010. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12318.htm>. Acesso
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Brasília,13 de julho de 1990. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 20 set. 2020.

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