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GUARAPARI - ES
2018
KALIANDRA DOS SANTOS MACHADO SIMÕES
FACULDADES DOCTUM DE GUARAPARI
GUARAPARI - ES
2018
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BACHAREL EM DIREITO.
_____________________________________________
Prof. Esp. Cristina Celeida Palaoro Gomes
Faculdades Doctum de Guarapari
Orientador
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Prof. MSc. Kélvia Faria Ferreira
Faculdades Doctum de Guarapari
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Prof. MSc. Patrícia Barcelos Nunes de Mattos Rocha
Faculdades Doctum de Guarapari
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AGRADECIMENTOS
RESUMO
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................08
2 A ALIENAÇÃO PARENTAL NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO..09
2.1 Conceitos Doutrinários..................................................................................09
2.2 Definições, personagens e suas atuações..................................................11
2.3 Caracterização da ocorrência da alienação parental..................................12
2.4 As vítimas e suas perdas...............................................................................13
3 AS CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DA LEI DE ALIENAÇÃO PARENTAL
– LEI 12.318/2010..................................................................................................14
3.1 Natureza jurídica e suas consequências práticas.......................................14
3.2 Titular do direito da propositura da ação.....................................................19
3. 3 Das provas......................................................................................................20
4 A SINDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL E SUA IDENTIFICAÇÃO
PARA APLICABILIDADE DA LEI 12.318/2010.....................................................21
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................23
6 REFERÊNCIAS....................................................................................................25
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1 INTRODUÇÃO
Como bem nos assegura Dias (2016, p. 907), pode-se dizer que diante do
rompimento da vida conjugal, um dos genitores com o intuito de vingança, por não
conseguir aceitar a separação, lidando com o sentimento de rejeição ou raiva pela
traição, usam seus filhos para o acerto de contas do débito conjugal, criando uma
imagem de pessoa idealizada, tornando-se o genitor mais valioso para a criança ou
adolescente. O mais preocupante, contudo, é quando o genitor alcança o seu objetivo
e a alienação parental vai sendo formada, pois, criou-se imagens parentais distorcidas
e memórias inventadas, apagou-se a imagem do outro genitor na mente da criança
ou adolescente.
Do mesmo modo menciona Madaleno (2018, p. 43), que o genitor alienador
detentor da guarda do menor, em busca de afastar o genitor não guardião, cria na
criança uma campanha voltada para o ódio e repúdio, objetivando destruir vínculos
entre o menor e o genitor alienado. Dessa forma, cria-se entre o menor e o alienador
uma forte relação de dependência e submissão, onde a própria criança passa a
contribuir com a alienação.
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O parágrafo único do artigo 2º, da Lei 12.318 (BRASIL, 2010), nos apresenta
algumas formas possíveis de alienação parental, que ocasionam o resultado previsto
pelo genitor alienador, quais sejam, ofensas infundadas e inverídicas, exageros ou
ocorrências negativas para justificarem o afastamento. Quando desenvolvida a
alienação parental no menor, basta perceber a linguagem verbal, pois é clara e com
ausência de contato visual excessiva do genitor alienado, com comportamentos
desrespeitosos e não havendo espaço para diálogos (MADALENO, 2018).
Umas das situações mais acentuadas, é quando o genitor alienador, muda de
domicilio para local diverso, sem ao menos justificar ou comunicar ao genitor não
detentor da guarda (MADALENO, 2018).
Existe, ainda, a falsa denúncia de alienação parental, onde o detentor ou não
da guarda do menor, denuncia uma das partes a estarem cometendo tal delito, se
colocando em situação de vítima diante do menor. Dessa forma, na verdade, o real
alienador não é aquele que foi denunciado, mas sim, o que se colocou na posição de
alienado.
Para o pai alienado é um choque ver que seu próprio filho é quem lhe
dirige as palavras de ódio antes escutadas do outro cônjuge, o que
pode ocasionar, inclusive, diante da sensação de impotência, o seu
afastamento da criança. (MADALENO, 2017, p. 47).
A presente Lei em estudo traz um rol não taxativo de condutas, onde o alienador
poderá responder civilmente ou penalmente, caso seja comprovado a existência da
alienação parental. Caberá ao juiz, após análise dos laudos, estudos e entrevistas,
detectar a existência dos indícios e determinar uma sanção que punirá o alienador,
tudo dependerá do estágio em que se encontra essa alienação, aplicando-se essas
sanções cumulativamente ou não.
O cerne dessa questão é que o ilícito se dá por meio do uso do direito próprio,
quando há o exagero do uso desses direitos, embora o que cometeu o ilícito, não
observa os princípios sociais regentes da conduta.
Nesse sentindo, compreende-se que o genitor alienante incorre nas duas
infrações supracitadas. Precipuamente, o mesmo por ter o direito inerente ao poder
familiar de dirigir a criação, educar e manter em sua guarda, usa os menores como
participes e vítimas das ações de alienação parental, ficando prejudicado seu convívio
com o genitor não detentor da guarda. Dessa forma, pratica o abuso do seu próprio
direito no exercício do poder familiar.
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Bem como o artigo 249 do mesmo diploma onde a conduta se aplica a “subtrair
menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude
de lei ou de ordem judicial”.
Acerca da responsabilização civil, levando em consideração a conduta
praticada pelo alienador, poderá aplicar o previsto nos artigo 186, 187 e 927 do Código
Civil. Além dos dispositivos supracitados, o artigo 249 da Lei 8.069/90 prevê multa de
três a vinte salários mínimos ao genitor detentor da guarda que não permite o genitor
não detentor a visitar o menor, por ser uma determinação judicial, caberá o artigo
supracitado.
Prevê o artigo 3º da Lei 12.318/10 que, ao praticar o ato de alienação parental,
o genitor estará ferindo o direito fundamental do menor, afetando a convivência
familiar saudável, usando do abuso moral contra o menor para prejudicar sua relação
de afeto dele para com o genitor não detentor da guarda e os demais membros
familiares.
Sobre o tema, observe-se o posicionamento do Tribunal de Justiça:
3. 3 Das provas
A princípio, vale ressaltar que cada alienador age de forma diferente, são vários
os comportamentos que podem levar ao ato de alienação, como por exemplo, impedir
o genitor não detentor da guarda ao seu direito de visitas, punir o menor caso fale com
outro genitor, entre outras condutas. A forma como alienador poderá agir, é vasta, por
isso, o artigo 2º da Lei 12. 318/2010 não é taxativo.
Diante dessa vastidão de comportamentos, torna-se difícil detectar o que está
ocorrendo entre as famílias, “como a Síndrome de Alienação Parental possui um tipo
não convencional de visibilidade, sua detecção costuma ser difícil e demorada, muitas
vezes somente detectada quando já se encontra em uma etapa avançada”
(TRINDADE, 2010, p. 104).
O problema afetará o menor e os seus genitores de um jeito mais específico,
“de fato, a Síndrome de Alienação Parental exige uma abordagem terapêutica
especifica para cada uma das pessoas envolvidas, havendo a necessidade de
atendimento da criança, do alienador e do alienado” (TRINDADE, 2010, p. 104).
Em alguns casos, mesmo com as avaliações, testes e entrevistas, que são
feitos por anos, acabam não gerando um resultado conclusivo, ficando o juiz na dúvida
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de como agir, não sabendo se o pai está praticando as condutas que ensejam na
alienação ou só quer proteger o filho a quem tanto ama. Assim também, tendo em
vista a dificuldade em detectar a existência da alienação, o juiz deverá ser cauteloso,
não havendo outra forma, senão continuar as buscas, ou seja, as entrevistas com o
menor e a família, perícias, acompanhamentos e afins, a fim de identificar a presença
de outras condutas que caracterizariam a alienação (DIAS, 2006, p. 03).
Quanto ao menor, identificar que ela está sendo alienada, é um trabalho
cauteloso, pois, é o interesse dessa criança que deverá ser resguardado e o cuidado
com as sequelas em seu caráter.
Um dos pontos usados para identificar quando o menor é alienado, são os
sentimentos negativos e às más experiências vividas com o genitor não guardião.
Sendo assim, o menor cria um vínculo com o alienador, passando a protege-lo contra
o alienado, forma-se, então, uma aliança contra o alienado, baseada em mentiras e
na intenção de prejudicar o não detentor da guarda (PODEVYN, 2001).
O estágio em que a alienação está, leva o menor a desmoralizar o genitor
alienado, ajudando o alienador a afasta-lo ainda mais. É primordial o
acompanhamento com o menor, pois, dependendo do nível da alienação, será através
dele que o juiz detectara a existência das condutas que condenarão o genitor
alienador. Conforme ensinamentos de Madaleno (2017, p. 45):
menor ou não, poderá ser o causador da alienação, através da falsa denúncia contra
o outro genitor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Parental Alienation, provided for in Law 12.318 / 2010, has as its main basis to protect
the child or adolescent, safeguarding their right to family coexistence. Thus, this article
aims to analyze the applicability of the aforementioned law and the difficulty in
detecting the syndrome of parental alienation, due to the vastness of conduct that can
be practiced by the alienator. The deductive method is used, in which doctrinal
considerations, jurisprudence and articles help in the understanding of the focused
survey, regarding the conduct of the alienator and the way he harms the minor,
especially for taking him out of family life and using his power as guardian-holding
parent to implement hatred in the minor. It is understood that the law in question has
its difficulty, however, taking into consideration what is best for the child, it will be up to
the judge to decide which sanction to apply. The result revealed that the earlier
discovered about alienation, the less the child or adolescent will have their character
and coexistence impaired.
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1 Graduando em direito. E-mail: kaliandramachado@gmail.com.
2 Especialista em Direito Público. E-mail: crispalaoro@hotmail.com.
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REFERÊNCIAS
DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias [livro eletrônico]/ Maria
Berenice Dias, -- 4. ed. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016.
____, Maria Berenice. Incesto e alienação parental. 3. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2013.
____, Maria Berenice. Síndrome da alienação parental, o que é isso? Jus Navigandi,
Teresina, ano, 2006 - berenicedias.com.br
____, Maria Berenice. Manual de direito das famílias [livro eletrônico]. 4. ed. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2016. 3.03 Mb: PDF.
VENOSA, Sílvio de Salvo Venosa. Direito Civil. v. 5. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2017.