Você está na página 1de 23

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO INTERCONTINENTAL DE LUANDA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAS E HUMANAS


COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO E RELAÇÕES
INTERNACIONAIS

PRÉ-PROJECTO

DIVÓRCIO, SEU TRATAMENTO E CONSEQUÊNCIAS


NO ORDENAMENTO JURÍDICO ANGOLANO: UM
ESTUDO REALIZADO NA SALA DA FAMÍLIA DO
TRIBUNAL DE COMARCA DO DANDE NO SEGUNDO
SEMESTRE DE 2021

Autor: Leila Paula Gonçalves


Licenciatura: Direito
Orientador: Artur Duas Horas, Lic.

Luanda, 2021
ÍNDICE
INTRODUÇÃO..............................................................................................................1
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA...............................................................................2
OBJETIVOS DO ESTUDO............................................................................................2
Objectivo geral...............................................................................................................2
Objectivos específicos...................................................................................................2
HIPÓTESES..................................................................................................................3
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO.......................................................................................3
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO.......................................................................................3
LIMITAÇÃO DO ESTUDO.............................................................................................4
DEFINIÇÃO DE TERMOS E CONCEITOS..................................................................4
1.1. Enfoque histórico do Casamento........................................................................7
1.2. Natureza Jurídica do Casamento......................................................................10
1.3. Efeitos pessoais do casamento........................................................................10
1.3.1. Os Direitos conjugais.....................................................................................11
1.3.2. Efeitos patrimoniais do casamento................................................................11
1.4. Noção e Reconhecimento da União de Facto..................................................11
1.4.1. Reconhecimento Por Mútuo Acordo..............................................................12
1.4.2. Reconhecimento Por Via Judicial..................................................................13
1.5. Divórcio.................................................................................................................13
1.5.1. Evolução Histórica de Divórcio.........................................................................13
1.5.2. Divórcio propriamente dito...............................................................................14
CAPÍTULO II. METODOLOGIA DO ESTUDO..............................................................7
2.1. Modo de Investigação..........................................................................................14
2.2. Variáveis...............................................................................................................14
2.2.1. Variável Dependente.........................................................................................14
2.2.2. Variável Independente......................................................................................14
2.3. População e amostra...........................................................................................14
2.4. Instrumento de Investigação................................................................................15
2.5. Processamento e tratamento de dados...............................................................15
CRONOGRAMA..........................................................................................................16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................17
INTRODUÇÃO

O presente escrito, é um trabalho científico exigido pelo Instituto Superior


Politécnico Intercontinental de Luanda como um dos requisitos para a escritura da
monografia e consequente alcance do título de licenciada em Gestão de Recursos
Humanos, o mesmo subordina-se ao tema “divórcio, seu tratamento no
ordenamento jurídico angolano. Um estudo realizado na sala da família do
tribunal de Comarca do Dande”.

Falar de divórcio pressupõe o casamento, já que ninguém se divorcia sem se


casar. É necessário realçar que se fala de casamento em diferentes perpectivas.
Para o autor Pintinho (2018, p. 20), o termo casamento remete-se à união solene ou
especial entre pessoas de sexo diferente ou do mesmo sexo com legalidade
religiosa, civil ou ainda mesmo tradicional. É inconcebível pensar o casamento de
maneira unívoca, padronizada e absolutista quando se leva em consideração suas
variáveis. O divórcio aparece como o rompimento do casamento.

O divórcio surge quando a vida marimonial se deteriorou de tal forma que se


tornou impossível manter a comunhão de vida material e espiritual entre o marido e
a mulher, o divórcio opera para o futuro a dissolução do vínculo e faz cessar as
relações pessoais e patrimoniais entre os cônjuge, as quais so mantém em casos
específicos, como a da obrigação de prestação de alimento, deixa porém , intactos
todos os efeitos legais produzidos durante a sua vigência.

Dito de outra forma, o divórcio quebra a unidade familiar e com isto fragiliza a
boa relação entre o pai e os filhos; muitos pais (embora não todos) deixam de dar
assistência e de cumprir com a sua verdadeira responsabilidade, pois acabam se
encontrando distante do (a) filho (a). Percebe-se que a fragilidade na união familiar
(divórcio) pode afetar fortemente a relação entre o pai e o (a) filho (a).

1
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA

O divórcio devia ser admito em casos extremos em que a vida matrimonial se


tornasse intolerável e a esperança de reconciliação estivesse praticamente afastada
sendo em si mesmo um mal, pois o bem é uma vida familiar armoniosa, o divórcio
seria nesses casos um mal menor, em face do mal maior de cônjuge não se
divorciarem mas viverem toda vida separados, de direito ou mesmo só de facto.

Em função do que foi exposto no parágrafo anterior, pretende-se perceber o


fenómeno através desta pesquisa, formulando-se a seguinte pergunta de partida:

Será que a desestruturação familiar, a pouca comunicação entre pais e


filhos, crianças na rua, prostituição, criminalidade, uso imoderado de álcool e
drogas entre adolescentes é consequência do elevado índice de divórcio?

OBJETIVOS DO ESTUDO

De acordo com Marconi e Lakatos, (2001, p.102). “os objectivos constituem


a finalidade de um trabalho científico, ou seja, a meta que se pode alcançar com a
elaboração da pesquisa. São eles que indicam o que um pesquisador deseja fazer”.
Sua definição clara ajuda muito na tomada de decisões quanto ao aspecto
metodológico da pesquisa.

Objectivo geral

Compreender o impacto do divórcio e o seu tratamento no ordenamento


jurídico angolano.

Objectivos específicos

1- Caracterizar o impacto do divórcio na sociedade;


2- Descrever as principais causas do divórcio em Angola;
3- Comparar as informações da evolução histórica do casamento e o
divórcio nos ordenamentos jurídicos angolano e português;

2
4- Entender a tramitação ou que tratamento é dado aos processos de
divórcio nas acções judiciais.

HIPÓTESES

Segundo (Carlos, 2003, p. 55,) definiu hipótese; que é sinónimo de suposição,


ou afirmação categórica que pode ser positivo, negativo ou condicional, ainda não
testada.

H1- A consequência que o divórcio trás no seio das famílias é a separação


entre os pais e os filhos, crianças na rua, prostituição e criminalidade juvenil

H2- O divórcio também acarreta consigo a desistabilidade familiar ou


desestruturação familiar e a falta de alimento para os filhos e ao ex-cônjuge que
carece de alimentos.

IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

Enquanto estudante finalista do curso superior de Direito, outro assunto poderia


abordar na esfera da elaboração do TFC (trabalho de fim-de-curso), porém assumo
que a abordagem sobre o tema em causa, dar-me-á a possibilidade de expressar
um dos aspectos mais marcantes para mim durante os quatro anos de formação, e
que de certa forma poderei estar ajudando a preencher um vazio, na senda da
abordagem sobre o Divórcio, seu tratamento no ordenamento jurídico angolano.

Por outro lado, é notório na sociedade em que vivemos a desestruturação


familiar, crianças na rua, prostituição, a criminalidade males que afeitam a todos nós
e que se aponta para o divórcio como uma das causas, assim, é chamada a família
como núcleo fundamental para equilíbrio de uma sociedade sã.

DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

Segundo Gil (2004, p. 56), a delimitação obedece dois critérios fundamentais: o


primeiro critério é o espacial, tendo em conta que a pesquisa social é
eminentemente empírica, razão pela qual, delimitar os lacus de observação, ou seja

3
o local onde o fenómeno em estudo ocorre torna-se importante. O segundo critério
da delimitação é temporal, isto é, o período em que fenómeno a ser estudado será
circunscrito.

Neste diapasão, o trabalho circunscrever-se-á no tribunal de comarca do bengo


no segundo semestre de 2021.

LIMITAÇÃO DO ESTUDO

Nessa base, a pesquisa limitar-se-á ao divórcio, seu tratamento no


ordenamento jurídico angolano. Um estudo realizado na sala da família do tribunal
de comarca do Dande no segundo semestre de 2021.

DEFINIÇÃO DE TERMOS E CONCEITOS

a) A família

O termo família, veio do latim com a expressão famulus, que significava o


escravo doméstico, designava o escravo que servia em casa, sob a autoridade de
um patriarca. (Miranda, 2001, p. 47).

A família é um grupo social constituído pelo pai, a mãe e os filhos nascidos


neste casamento.

b) O Casamento

É um ato eminentemente solene, pois é repleto de formalidades do direito


civil. Essas formalidades dão maior segurança ao ato, garantindo a sua validade.
Destacando-se a formalidade da celebração, presidida pelo representando do
Estado que, depois de ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem se casar,
declara efetuado o casamento mediante sacramento. As formalidades exigidas
constituem elementos essenciais e estruturais do casamento, onde caso seja
desrespeitadas torna o ato inexistente. (Gonçalves, 2013, p. 39).

Casamento é a união estável e formal entre homem e mulher, com o objetivo


de satisfazer-se e amparar-se mutuamente, constituído família. É união estável,

4
diferenciando-se do simples namoro ou noivado, situações que não vinculam o
casal. É união formal, com rito de celebração prescrito em lei, diferenciando-se da
união estável, que é união livre, embora também receba tratamento legal.

c) O Divórcio

O divórcio é um dos eventos que provoca grandes reações na vida dos (as)
filhos(as), ou seja, os filhos(as) são as principais vítimas deste fenómeno. Na
mesma ótica, (Pedro 2014, p. 36).

5
CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA
1.1. Enfoque histórico do Casamento

E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou, macho e


fêmea os criou.

E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a


terra e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e
sobre todo o animal que se move sobre a terra. (Géneses, 1: 27 à 28).

E disse o senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-hei uma
adjutora que esteja como diante dele. (G

7
Termo de Entrega

A assossiação Juventude não a delinQuencia AJD.


Recebeu para apoio de uma actividade solidaria para o dia 8 de Maio 60.000,00 da
parte do cda João Mpilamossi, 2º Sec Provincial do Partido.
Para o devido efeito passamos o presente recibo.

Recebeu entregou
______________ ________________

8
éneses, 2: 18).

E da costela que o senhor Deus tomou do homem formou uma mulher, e


trouxe-a a Adão. (Géneses, 2: 22).

Portanto, deixará o varão a seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher,
e serão âmbos uma carne. (Géneses, 2: 24).

Com o Cristianismo, as convicções religiosas passaram a dominar por inteiro


o instituto do casamento, o qual passou a ser considerado como um sacramento em
que intervinha a vontade divinha. Medina (2011, p. 169)

Entretanto, o Advento do protestantismo e o seu predomínio em muitos


Países europeus veio retirar o casamento do controle da igreja catolica,
submetendo-o ao poder de Estado como assunto terreno, em paises como a
inglaterra, a necessidade da dissolução de um casamento real levou á ruptura das
relações entre o rei e a igreja catolica, o que foi passo para o caminho do
absolutismo, Medina (2011, p. 169)

O codigo da familia reconhece unicamente como o casamento valido, o


casamento civil, pois, como ja vimos, o Estado Angoano afirma-se
constitucionalmente como um estado laico, não sendo reconhecidos quaisquer
efeitos ao casamento celebrado segundo os ritos das diferentes confissões
religiosas. Medina (2011, p. 169).

Consequentemente o casamento celebrado perante os orgãos do registo civil,


não tem caracter subsidiário, mas sim caracter obrigatorio, pois só ele produz efeitos
legais. Na verdade, o Codigo de Família só reconhece validade ao casamento
celebrado reconhecido nos termos nele previsto , (art. 27.º) e a unica entidade com
copetencia para a celebração do casamento é o conservador do registo civil-
art.34.º. Medina (2011, p. 169).

9
1.2. Natureza Jurídica do Casamento

O casamento é a união volontária entre um homem e uma mulher formalisadas


nos termos da lei com o objectivo de estabelecer uma plena comunhão de vida. Art.
20º C.F.

A natureza jurídica do casamento é um assunto que já foi discutido por muitos,


existindo várias ideias sobre o seu conteúdo. Na legislação angolana evitou-se usar
a expressão “contrato” para a definição do casamento. MARIA MEDINA, nos seus
estudos, concluiu que “existe uma liberdade para os nubentes em celebrar ou não o
casamento, mas não existe a liberdade dos nubentes de estipularem quais os efeitos
que queiram que se produza no seu casamento, estando estes perante um ato
jurídico stricto sensu e não perante um negócio jurídico”.

1.3. Efeitos pessoais do casamento

Existem também princípios reguladores das relações conjugais como:

1- O princípio da igualdade de direitos e deveres, consagrado na própria


constituição, no seu art. 35.º, nº 3, e sendo previsto também no CFA, nos art. 3.º, nº
1 e 21.º;

2- Plena comunhão de vida, que se estabelece pela relação de caráter físico,


afectivo e intelectual entre os cônjuges. Sendo essa convivência formalizada na
partilha sobre o mesmo teto, sendo que no CFA, está estabelecido, no seu art. 44.º
que “os cônjuges devem viver juntos e ainda que devem, de comum acordo escolher
a residência da família”;

3- Decisão comum, este é um corolário do princípio da igualdade entre o


marido e a mulher, tendo eles que decidir em comum sobre as questões familiares,
art. 48.º do CFA “Os cônjuges decidem em comum os assuntos fundamentais da
família (…).”

Os efeitos vêm regulados no capítulo III do CFA, no seu art. 43.º: “os cônjuges
estão mutuamente ligados pelos deveres de respeito, fidelidade, coabitação,
cooperação e assistência”.
10
1.3.1. Os Direitos conjugais

Visto que um casamento não se faz apenas mediante deveres, ele também nos
apresenta alguns direitos, como: a representação comum, o direito ao nome, a
emancipação, e a nacionalidade.

1.3.2. Efeitos patrimoniais do casamento

No ordenamento Angolano os nubentes têm a liberdade de escolher entre dois


tipos de regimes de bens estipulados por lei, não existindo regimes obrigatórios. O
art. 49.º, nº 1 dispõe que os nubentes podem optar entre: 1- O regime de comunhão
de adquiridos, e 2- O regime de separação de bens.

O regime de comunhão de adquiridos é um regime supletivo geral, pois se os


nubentes não manifestarem, em declaração inicial, que preferem o regime de
separação art. 53º do C.F.A, o casamento será considerado realizado segundo o
regime de comunhão de adquiridos, art. 51.º, do mesmo código.

1.4. Noção e Reconhecimento da União de Facto

A união de facto consiste no estabelecimento voluntário de vida em comum


entre homem e uma mulher”. (112.º do C.F.A)

Diferente do ordenamento português, em Angola a união de facto faz parte da


constituição da família, art. 7.º do C.F.A fazendo parte das fontes das relações
familiares (sendo elas: o parentesco, o casamento, a união de facto e a afinidade).

A união de facto, enquanto perdurar, só poderá ser reconhecida se for da


vontade de ambos os companheiros, isto porque de acordo com a definição
supramencionada, ela consiste no “estabelecimento voluntário”; se apenas um dos
membros quiser o seu reconhecimento, sem o consentimento do outro, tal não se
poderá verificar. Isto porque ninguém deve, contra sua vontade, ver a sua união não
formalizada em um ato equiparado ao casamento cuja produção de efeitos lhe é
bastante semelhante. Art. 114º C.F.A.

11
A lei angolana exige que três pressupostos legais sejam cumpridos para o
reconhecimento da união de facto, sendo eles os que vêm consagrados no art.
113.º, nº 1 do CFA:

 A coabitação marital do homem e da mulher, pelo período consecutivo


de pelo menos três anos;
 A capacidade matrimonial de ambos os membros do casal;
 A singularidade da união.

Em ambos ordenamentos se entende que a coabitação marital traduz-se no


compartilhamento de cama, mesa e habitação com criação de laços de
reciprocidade afetiva, social e económica entre os companheiros. Muitas das vezes
poderá se confundir um namoro ou mesmo uma outra relação de romantismo como
uma união de facto, mas seria uma comparação equivocada, já que a união de facto
pressupõe a coabitação, o que poderá não acontecer nesses tipos de relação,
embora haja o envolvimento sexual, mas todos os outros pressupostos ficam a
faltar. Gonçalves (2013, p. 45).

O tempo mínimo determinado por lei para ser considerada enquanto união de
facto, são os três anos consecutivos. Sendo a natureza estável da união e a sua
duração no tempo os elementos levados em consideração para o seu
reconhecimento. Gonçalves (2013, p. 45).

1.4.1. Reconhecimento Por Mútuo Acordo

Este reconhecimento vem consagrado no art.114.º, al. a) do C.F.A, devendo


apenas ser legítimo quando feito por mútuo acordo dos membros da união de facto.
Pelo facto de a modificação do estatuto jurídico dos membros da união de facto em
cônjuge ter um impacto nas suas vidas, o mútuo acordo é condição essencial para o
seu reconhecimento, pois têm que ser ambos os membros a querer essa conversão
de união livre a um negócio jurídico que produzirá os efeitos do casamento, depois
de reconhecido. (Art. 119º C.F.A.)

O reconhecimento deve ser da competência dos dois interessados, sendo da


competência do órgão de registo civil da área de residência dos unidos de facto, ou

12
na falta desta, da área de residência estabelecida por meio de habitação contínua
durante, pelo menos, os últimos trinta dias anteriores à data do pedido.

1.4.2. Reconhecimento Por Via Judicial

Este reconhecimento judicial é a possibilidade que o legislador deu aos


membros da união de terem a sua união de facto legalizada após uma rutura, ou
mesmo depois da morte de um ou de ambos os membros da união. Apesar da união
de facto ter como ponto fulcral a vontade de ambos os companheiros, o
reconhecimento judicial é aplicável no caso de morte, em que mesmo faltando a
vontade de ser reconhecida em vida, e quer no caso de rutura, quando se tenha
gerado uma situação de dissidência entre ambos os companheiros. Essa foi uma
grande vitória na vara familiar, pois possibilitando o reconhecimento após a morte ou
após uma rutura, esta produzirá os efeitos a posteriori, quer em relação aos filhos,
quer em relação à natureza patrimonial, salvaguardando assim os interesses de
quem ficaria prejudicado sem essa ação, (Pedro 2014, p. 46)

No art. 123.º do CFA apresenta-se as pessoas que têm legitimidade para


instaurar o processo de reconhecimento judicial sendo eles: o membro da união, ou
o seu representante legal, no caso de incapacidade; os herdeiros do interessado, em
caso de morte deste. Esta ação deve ser proposta dentro do prazo de dois anos
contados a partir do fim da união de facto (art.124.º do CFA) sobre pena de
caducidade. Este prazo é indicado em função do princípio da segurança das
relações jurídicas, não sendo exercido a tempo, finda o direito de ser reconhecida.
Este prazo conta-se a partir do fim da união;no caso de morte, conta-se a partir da
data do falecimento de um dos membros, no caso de rutura, conta-se desde a data
definitiva da coabitação.

1.5. Divórcio
1.5.1. Evolução Histórica de Divórcio

O diviorcio como a dissolução do vinculo conjugal, declara por via judicial e


operada em vida dos conjujes, o divorcio pode ser declarado em certos casos sem
intervenção do tribunal. (Pedro, 2014, p. 36)

13
O divorcio surge quando a vida marimonial se deteriorou de tal forma que se
tornou impossivel manter a comunhão de vida material e espiritual entre o marido e
a mulher, o divorcio opera para o futuro a dissolução do vinculo e faz cessar as
relações pessoais e patrimoniais entre os conjujes, as quais so mantem relevançia
em casos especificos, como a da obrigação de prestação de alimento, Deixa porem ,
intactos todos os efeitos legais produzidos durante a sua vigencia. (Pedro, 2014, p.
36)

Ja vimos que o divórcio é a separação de pessoas e bens são os dois


remédios que o nosso Direito oferece a situação de crise matrimonial que, pela sua
gravidade, justificam uma modificação do regime normal docasamento. Na
separação esta modificação traduz-se em um rexamento ou afroxamento da relação
matrimonial; no divórcio consiste em uma inteira ruptura da mesma relação, da qual
os cônjujes ficam desvinculados. Entende-se por divórcio, justamente, a dissolução
do casamento decretada pelo tribunal (ou, com o código do registo civil de 1995 veio
permitir, pelo conservador do registo civil), a requerimento de um dos cômjujes ou os
dois, nos termos autorizados por lei.(Pedro, 2014, p. 37)

1.5.2. Divórcio propriamente dito

Falar de divórcio pressupõe o casamento, já que ninguém se divorcia sem se


casar. É necessário realçar que se fala de casamento em diferentes perpectivas. O
termo casamento remete-se à união solene ou especial entre pessoas de sexo
diferente ou do mesmo sexo com legalidade religiosa, civil ou ainda mesmo
tradicional. É inconcebível pensar o casamento de maneira unívoca, padronizada e
absolutista quando se leva em consideração suas variáveis. O divórcio aparece
como o rompimento do casamento. Pintinho (2018, p. 29),

O divórcio, apontado como um dos factores que influencia a fuga à


paternidade, tem grande implicância nas relações entre pais e filho (a)
inegavelmente.

Pedro (2014, p. 26), o divórcio é um dos eventos que provoca grandes


reações na vida dos (as) filhos(as), ou seja, os filhos(as) são as principais vítimas
deste fenómeno. Na mesma ótica.

14
Um enfraquecimento na participação financeira e moral dos pais separados
na vida dos filhos, diferente de como era antes de acontecer o divórcio. Dito de outra
forma, o divórcio quebra a unidade familiar e com isto fragiliza a boa relação entre o
pai e os filhos; muitos pais (embora não todos) deixam de dar assistência e de
cumprir com a sua verdadeira responsabilidade, pois acabam se encontrando
distante do (a) filho (a). Percebe-se que a fragilidade na união familiar (divórcio)
pode afetar fortemente a relação entre o pai e o (a) filho (a). Pedro (2014, p. 27).

15
CAPÍTULO II. METODOLOGIA DO ESTUDO
2.1. Modo de Investigação

Quanto a forma de abordagem do problema a nossa pesquisa será guiada de


acordo o paradigma qualitativo.

“Como paradigma qualitativo entende-se como um enfoque investigativo, cuja


preocupação primordial é compreender o fenômeno, descrever o objecto de estudo,
interpretar seus valores e relações, não dissociando o pensamento da realidade dos
actores sociais e onde pesquisador e pesquisado são sujeitos recorrentes, e por
consequência, activos no desenvolvimento da investigação científica”, Lima, (2001,
p.45):

Em relação aos objectivos pretendidos nossa pesquisa é do tipo exploratória, e


quanto aos procedimentos técnicos foi do tipo documental estudo de caso ou expost
- facto.

2.2. Variáveis

Segundo (Freixo, 2011, p.174) definiu variável como qualquer característica


da realidade que pode tomar dois ou mais valores mutuamente exclusivos.

2.2.1. Variável Dependente

Divórcio.

2.2.2. Variável Independente

Tratamento do divórcio na Lei angolana.

2.3. População e Amostra

Segundo Marconi e Lakatos, (2006, p.34). “ População ou universo: é o


conjunto de seres inanimados que apresentam pelo menos uma característica em
comum”.

Ainda segundo Marconi e Lakatos, (2006, p.45). “Amostra: é uma porção ou


parcela, convenientemente seleccionada do universo”.

14
A nossa amostra será de 09 inquiridos, todos eles foncionários do tribunal de
Comarca do Dande.

2.4. Instrumento de Investigação

Para Lakatos e Marconi (2001, p.45), “as técnicas são conjuntos de


preceitos ou processos de que se utiliza a ciência para obtenção de seus propósitos”

Referem-se mais precisamente à parte prática da colecta de dados. Assim


para o nosso trabalho, recorreremos a entrevista.

Segundo Gil (2008, p.45) pode-se definir entrevista como “a técnica em que
o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o
objectivo de obtenção dos dados que interessam à investigação”.

Assim para a recolha dos dados no tribunal de Comarca do Dande, utilizou-


se um questionário com perguntas fechadas, como base na pesquisa.

2.5. Processamento e tratamento de dados

Vergara (2000, p.59), “afirma que tratamento de dados refere-se aquela


secção na qual se explícita como se pretende tratar os dados e colectar, justificando
porque tal tratamento é adequado aos propósitos do projecto”.

Neste sentido os dados serão tratados de forma qualitativa, ou seja serão


apresentados recorrendo a explicações como resultado da entrevista para explicar o
fenómeno.

Utilizar-se-á a análise de conteúdo do depoimento de cada um dos


intervenientes no processo de entrevista, as questões serão semiestruturadas,
sendo que no momento da entrevista algumas sofrerão alterações para facilitar a
participação dos gestores disponíveis.

A explicação assim como o desenho da estrutura dos factos, não necessitará


da utilização de qualquer um outro programa que não seja o Microsoft word, por
intermédio do Menu inserir.

15
CRONOGRAMA

Tarefas Tempo de execução das tarefas


Març Abr Mai Jun Jul Agos Se Out Nov Dez 2021
t
Escolha do tema
Levantamento de
literatura

Montagem do
projecto

Colheita de
dados
Tratamento de
dados

Elaboração do
relatório final

Revisão do texto
Entrega do
trabalho

Defesa

16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Lima, R. (2001). Perfil das gerações no Brasil: as gerações X, Y e Z e seus perfis


políticos. São Paulo, Editora Baraúna.

Marconi, M.A; Lakatos, E.M (2006). Técnicas de pesquisa. 6ª Ed. São Paulo: Atlas.

Gil, A.C (2010). Como elaborar projetos de Pesquisa. São Paulo, Atlas.

Vergara, S. C. (2000). Projectos e Relatórios de pesquisa em administração. 3ª Ed.


São Paulo Atlas.

Lima, R. (2001). Perfil das gerações no Brasil: as gerações X, Y e Z e seus perfis


políticos. São Paulo, Editora Baraúna.

Aguiar jr., Ruy Rosado. Responsabilidade civil no direito de família. In: WELTER,
Belmiro Pedro; MADALENO, Rolf. Direitos fundamentais do direito de família.
Porto Alegre: Livraria do advogado, 2004.

Alves, Jones Figueiredo. Abuso de direito no direito de família. In: PEREIRA,


Rodrigo da Cunha. Anais do IV Congresso Brasileiro de Direito de Família.
Família e dignidade humana. Belo Horizonte, IBDFAM, 2006.

Arruda Neto, Pedro Thomé. A ‘’Despenalização’’ do direito de famílias. In, BASTOS,


Eliene Ferreira; SOUZA, Asiel Henrique. Família e jurisdição. Belo Horizonte:
Del Rey, 2005.

Balbrla, João Rubens Pires; STEINER, Renata Carlos. União estável como ato- fato:
importância da classificação. Revista Brasileira de Direito das Famílias e
sucessões. Porto Alegre: Magister; Belo Horizonte: IBDFAM, nº 18, 2012.

Berenice, Maria. Manual De Direito Das Família. 10 edição. Revistas dos Tribunais,
Rio de Janeiro, 2015.

Bittar, Carlos Alberto. Direito de família. 3. Ed, Rio de Janeiro: Forense Universitária,
2006.

Bobbio, Norberto. A teoria do ordenamento jurídico. Trad. Maria Celeste Cordeiro


Leite dos Santos, 10. Ed. Brasília: UNB, 1997.

17
Bonavides, Paulo. Curso de direito constitucional. 29. Ed. São Paulo: Malheiros,
2014.

Gonçalves, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: Direito de família, 15ª edição. São
Paulo: Saraiva, 2015.

Miranda, Pontes de. Tratado Do Direito De Família. Bookseller, São Paulo, 2001.

Monteiro, Washington Barros, SILVA, Reina Beatriz da. Curso de Direito Civil: Vol. 2
- Direito da Família, 42ª edição. Saraiva, 2012.

Nader, Paulo. Curso de Direito Civil: Direito de Família, 7ª edição. Forense, 12/2015.

Pereira, Caio Mário Silva. Instituições de Direito Civil: Direito de Família, 25ª edição.
Forense, 2017.

Pianovski, Carlos Eduardo R., Direito civil. Florianópolis, Editora Conceito, 2008.

Rodrigues, Silvio. Direito Civil - Direito de Família. Vol. 6 - 28ª Edição - Coleção
Direito Civil. Saraiva, 2004.

18

Você também pode gostar