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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DA AMAZÔNIA REUNIDA

CURSO BACHARELADO EM DIREITO

NATANIELMA MARTINS DA SILVA

ANÁLISE DOS MEIOS PUNITIVOS DA LEI DE

ALIENAÇÃO PARENTAL

Redenção

2016
NATANIELMA MARTINS DA SILVA

ANÁLISE DOS MEIOS PUNITIVOS DA LEI DE

ALIENAÇÃO PARENTAL

Pré-projeto apresentado ao curso de


Bacharel em Direito da Faculdade de
Ensino Superior da Amazônia Reunida-
FESAR, como pré-requisito, para
obtenção parcial de nota da disciplina
Monografia Jurídica I, sob a orientação da
professora Drª Valdirene Cássia da Silva.

Redenção

2016
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA........................................................................ 03
2. PROBLEMATIZAÇÃO ........................................................................................... 03
3. HIPÓTESE ............................................................................................................ 04
4. OBJETIVOS ........................................................................................................ 04
4.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 04
4.2 Objetivos Específicos .......................................................................................... 04
5. METODOLOGIA.................................................................................................... 05
6. REFERENCIAL TEORICO (1° capitulo) ............................................................... 07
7. CRONOGRAMA ................................................................................................... 18
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 19
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1. Introdução e justificativa

A família é à base da sociedade, e tem a proteção especial do Estado, conforme


disposto no artigo 226, caput da Constituição Federal de 1988. Neste contexto o direito dos
filhos é assegurado, com absoluta prioridade, a vida, a saúde, a educação, o laser, a dignidade,
a liberdade, a profissionalização, a cultura, a alimentação, o respeito e a convivência familiar;
direitos resguardados durante a convivência conjugal e que devem ser assegurados após a
separação dos pais, porque são direitos invioláveis do homem-cidadão.
Diversas são as hipóteses em que o vinculo conjugal se rompe. Esses conflitos pós-
separação geram muitas vezes uma guerra privada. Nesse embate, os ex-consortes para
atingirem um ao outro, utilizam os filhos. Os instrumentos dessa guerra, quase sempre, são a
prática de mostrar erros e as falhas do outro, ou denegrir-lhe a imagem, com finalidade de
afastá-lo do convívio com a prole, transparecendo o sentimento de posse que os pais tem para
com os filhos.
Assim, surge a lei de alienação parental de 2010. A alienação parental é uma agressão
psicológica que, se caracteriza compráticas realizadas por um genitor na maior parte dos
casos, denominado alienador. A lei tem como objetivo principal proteger direitos
fundamentais e evitar maiores prejuízos às partes envolvidas e sequelas graves ou irreversíveis
ao menor vítima da alienação parental.
Ao estudar a alienação parental, para a produção desta pesquisa, deparamo-nos com a
constatação de que, esta ocorre, com frequência maior do que se imaginava, também, com os
nossos idosos e que, a legislação vigente não tem alcançado essa camada da população.
Diante do exposto, a pesquisa visa uma analise de como vem sendo aplicado às sanções
previstas na lei 12.318/10 e se esses meios aplicados são apropriados a atenuarem as praticas
de alienação parental.

2- Problematização

O desenlace matrimonial na maioria das vezes gera uma situação desagradável de


experiência emocional com efeitos traumáticos após a morte conjugal, de tal forma que acaba
reprimindo os filhos e deixando-os com uma marca duradoura em sua mente por causa destes
desentendimentos entre os seus pais. Uma vez configurada a alienação parental a lei expõe os
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meios punitivos ao alienador. Sendo assim, de que maneira vem sendo aplicado pelo poder
judiciário as sanções previstas no artigo 6º da lei nº 12.318/2010?

3- Hipótese

A lei de alienação parental tem como desígnio proteger a integridade mental e física
do menor, mas na pratica nem sempre é o que vem ocorrendo. A pesquisa ostenta a hipótese
negativa, no sentindo de não serem todos os meios punitivos legais adequados a evitar ou a
extinguir as praticas de alienação parental.

4- Objetivos

4.1 Geral

Analisar como vem sendo aplicado às medidas repressivas pelo poder judiciário
referente à lei 12.318/20 especificadamente o artigo 6º. Abordar casos concretos com
jurisprudências, demonstrando de que forma vem sendo aplicada a referida lei a luz do caso
concreto.

4.2 Específicos

Relatar o instituto da Alienação Parental, apresentando seu conceito,


fundamentação e características históricas;

Verificar os efeitos, positivos e negativos da aplicação da Lei nº. 12.318/10;

Analisar os aspectos processuais de aplicação das penalidades para prática da


alienação parental.

5- Metodologia

Para se chegar a determinado lugar é preciso traçar um caminho. A pesquisa é o


caminho para se chegar ao conhecimento. Desta forma pesquisa é a busca de algo para a
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resolução de um problema. Um dos passos a ser dado nesta pesquisa cientifica é a escolha do
método.
Método é a forma de decorrer durante este caminho, é uma das etapas a ser seguida
durante a pesquisa, modo pelo qual se buscará uma verdade e obter um resultado.

De acordo com Trujillo (1974, p. 24):

Método é a forma de proceder ao longo de um caminho. Na ciência os


métodos constituem os instrumentos básicos que ordenam de início o
pensamento em sistemas, traçam de modo ordenado a forma de proceder do
cientista. Nesta perspectiva entendemos que nada é imutável, tudo se um
percurso para alcançar um objetivo. antítese, chegando a uma síntese
relaciona, tudo se transforma, tudo é processual, tudo é contraditório.

Neste ponto de vista, o método a ser dotado no presente trabalho é o dialético, que
busca uma conclusão a partir da contraposição entre uma tese e uma antítese, chegando a uma
síntese. Nesta perspectiva entendemos que nada é imutável, tudo pode ser mudado.
Quanto à abordagem, acreditamos que a mais se adapta é a qualitativa, visto que o
instrumento chave é o pesquisador, Que deverá mergulhar neste universo a ser pesquisado.
Pesquisando e analisando seus dados para obter informações precisas, construindo assim uma
opinião.

Conforme Chizzotti (1991, p 79):

[...] A abordagem qualitativa parte do fundo de que há uma relação dinâmica


entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e o
objeto, um vinculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do
sujeito [...] o sujeito-observador é parte integrante do processo de
conhecimento e interpreta os fenômenos, atribuindo-lhes um significado.

Destaca-se que a presente pesquisa será com base na coleta de dados da seguinte
forma: leis, doutrinas, jurisprudência, artigos científicos, materiais publicados em livros, etc.
Decisões correlatas e aplicáveis às hipóteses previstas referentes ao tema, e seus reflexos no
ordenamento jurídico.
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OBSS.: EXCLUA A PARTE DO PRE PROJETO, A PARTIR DE AGORA É A
MONOGRAFIA MESMO (SEGUE MODELO DE MONOGRAFIA, SIGA-O).

5.1- Sumário provisório da monografia

O sumário da futura monografia, o qual poderá ser aperfeiçoado no desenvolvimento


do trabalho, será o que segue:

EMBORA NÃO ESTEJA ORGANIZADO CONFORME A ORIENTAÇÃO TÉCNICA ME PARECE QUE


OS TEMAS QUE VOCÊ PRETENDE TRABALHAR ESTÃO BEM ELENCADOS....POR ISSO, FAÇA A
ADEQUAÇÃO TÉCNICA E ME ENVIE NOVAMENTE PARA QUE EU POSSA VERIFICAR O
CONTEÚDO.

1- Direito de família contemporâneo

1.1 O direito de família contemporâneo


1.2 Princípios constitucionais em matéria de direito das famílias
1.3 Rompimento conjugal
1.4 Direito fundamental do filho à convivência com aquele que não detém sua
guarda

2- Alienação Parental

2.1 Conceito Alienação parental e a síndrome da alienação parental


2.2 Alienação parental como ato ilícito
2.3 Guarda compartilhada como uma das medidas preventivas de alienação
parental.

3- Alienação parental e os meios punitivos no ordenamento jurídico

3.1 A alienação parental e os seus meios punitivos legais adequados da lei


12.318/10
3.2 A alienação parental e os seus meios punitivos legais inadequados da lei
12.318/10

4- Analise da aplicação judicial dos meios punitivos da lei de alienação


parental

4.1 Aplicação adequada dos meios punitivos da alienação parental


4.2 Aplicação inadequada dos meios punitivos da alienação parental
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6- Referencial Teorico

6.1- O direito de família contemporâneo

Sob o aspecto histórico, a família tem sofrido grandes transformações no decorrer dos
anos. A família era Patriarcal. Regia-se o principio da autoridade. O (pater famílias), ou seja
o chefe da familia que era homem, era ele quem detinha o poder sobre todos, sendo a esposa e
os filhos totalmente subordinados a ele.
A principio a família era constituída somente pela figura da mulher e do marido. Mas,
adiante surgi a figura da prole. Sob outros prismas, a família cresce mais ainda: os filhos ao se
casarem não rompem o vínculo familiar com seus pais e estes continuam fazendo parte da
família, os irmãos também continuam, e, por seu turno, casam-se e trazem os seus filhos para
o seio familiar.
Quando o “pater famílias” o chefe da família vinhece a falecer, o poder era transferido
ao primogênito ou a outros homens pertencentes ao grupo familiar. A matriarca não podia
assumir o poder familiar nem as filhas, pois era proibido que as mulheres assumissem o pátrio
poder. Quem poderia ficar com o poder familiar era tao somente os homens. Essa visão
hierarquizada da família sofreu enormes mudanças.

Neste contexto, Dias (2015, p. 132):

[...] Houve um verdadeiro embaralhamento de papéis. A emancipação


feminina e o ingresso da mulher no mercado de trabalho a levaram para fora
do lar. Deixou o homem de ser o provedor exclusivo da família, e foi exigida
sua participação nas atividades domésticas.

A família também era vista como um objeto patrimonial, para uma futura sucessão de
bens e não como um laço fraternal, no século passado imperava uma doutrina de que o
casamento não poderia ser desfeito, a não ser com a morte de um dos cônjuges. A base
familiar recentemente não mais é econômica-patrimonial, mas sim afetiva e solidaria. Hoje a
Família é formada por indivíduos, seja por laços de sangue que resultam da descendência, seja
por afinidade que se dá com a entrada dos cônjuges e seus parentes que se anexam à entidade
familiar pelo casamento.
Com passar dos anos a sociedade familiar sentiu necessidade de se organizar, foi ai
que sugiu o Direito de Família, disciplinando as relações familiares e tentando solucionar os
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conflitos recorrentes dela, dai então o Direito vem regulando e legislando, sempre com
objetivo de conservar a família para que o indivíduo possa inclusive existir como cidadão,
pois sem esta estruturação familiar, o individio fica desamparado, e tem mais dificuldades em
se relacionar com a sociedade como um todo.
O Direito é um conjunto de princípios e normas que rege no funcionamento e no
comportamento dos integrantes de uma sociedade. O Direito tem como objetivo preservar a
existencia familiar, por ser uma sociedade natural anterior ao Estado e ao Direito. Não foi,
entretanto, nem o Estado nem o Direito que criaram a família, logo foi esta que criou o Estado
e o Direito, como sugere a famosa frase de Rui Barbosa: “A pátria é a família amplificada”.

Dias (2015, p. 34) diz que:

A família, apesar do que muitos dizem, não está em decadência. Ao


contrário, houve a repersonalização das relações familiares na busca elo
atendimento aos interesses mais valiosos das pessoas humanas: afeto,
solidariedade, lealdade, confiança, respeito e amor.

As princiais fontes do direito de família é a nossa carta maior, nossa constituição


federal de 1988 e o novo Código Civil de 2002, porém existe varias outras leis extravagantes,
que foram surgindo com o decorrer do tempo. O Código Civil de 1916, regulava a família
ainda sobe o modelo patriarcal e hierarquizada, como foi dito, na medida que o moderno
enfoque pelo qual é identificada tem indicado novos fundamentos que compõem as relações
familiares, destacando-se os liames afetivos que norteiam a sua formação.
Nesse contexto, a doutrina e a jurisprudência vem priorizando à família socioafetiva,
e não mais aquela patriarcal. Em 1988 com a nova Constituição Federal acarretou uma
verdadeira mudança no Direito de Família, adoutou-se um nova ordem de valores,
favorecendo o principio da dignidade da pessoa humana.
Deste modo, o art. 226 da CF afirma que a entidade familiar não é mais singular e sim
plural, tendo várias formas de composição. Já no art. 227 § 6º, “a alteração do sistema de
filiação, de sorte a proibir designações discriminatórias decorrentes do fato de ter a concepção
ocorrido dentro ou fora do casamento”. Nos artigos 5º, inciso I, e 226, § 5º consagrar-se o
princípio da igualdade entre homens e mulheres, derrogou mais de uma centena de artigos do
Código Civil de 1916.
A nova Carta abriu ainda outros horizontes como o planejamento famíliar estampado
no (art. 226, § 7º) é de livre decisão do casal, devendo o Estado assegurar recursos científicos
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e educacionais para exercício desse direito. Quanto à assistência direta à família estampada no
§ 8º do referido artigo, o Estado deve garanti-lá, devendo ele criar mecanismos para coibir a
violência no âmbito de suas relações.
As mudanças na CF de 1988, contribui para à aprovação do Código civil de 2002,
onde se reconheceu o núcleo monoparental como entidade familiar, a não discriminação de
filhos, a corresponsabilidade dos pais quanto ao exercicio do poder familiar e foi declarada a
convivência familiar e comunitaria como direito fundamental.
O conceito de família com o novo Código civil de 2002 trouxe em seu bojo a
regulamentação da união estável como entidade familiar, destaca a igualdade entre os
cônjuges, ostenta nova disciplina do instituto da adoção, entendendo tanto a de crianças e
adolescentes como a de maiores, pleiteando o procedimento judicial em ambos os casos, além
de reafirma a isonomia entre os filhos em direitos e qualificações, como consignado na
Constituição Federal, dentre outros inumeros fatores.
Frise-se que as alterações pertinentes ao direito de família demonstram e ressaltam a
função social da família no direito brasileiro, a partir especialmente da proclamação da
igualdade absoluta dos cônjuges e dos filhos. A família está mais moderna, baseia-se nos
vínculos afetivos, na fraternidade, na igualdade, no companheirismo, no amor.

Dias (2015, p. 133) argumenta que:

Está ocorrendo umaverdadeira democratização dos sentimentos, na qual o


respeito mútuo e a liberdade individual estão sendo preservados. E que cada
vez mais as pessoas estão tendo o direito de escolha e podem transitar de
uma comunidade de vida para outra que lhe pareça mais atrativa e
gratificante.

Atualmente a Lei Maria da Penha (11.340/06) é a que melhor defeni o conceito de


família conteporâneo, identifica família como qualquer relação intima de afeto (LMP 5.º III).
Acrescente-se, que a doutrina amplia o conceito de família, para abranger situações não
mencionadas pela Constituição Federal. Fala-se, assim, em:

a) Família matrimonial: decorrente do casamento;


b) Família informal: decorrente da união estável;
c) Família monoparental: constituída por um dos genitores com seus; filhos;
d) Família anaparental: constituída somente pelos filhos;
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e) Família homoafetiva: formada por pessoas do mesmo sexo;


f) Família eudemonista: caracterizada pelo vínculo afetivo.

A Lei n. 12.010 Lei da Adoção (2009) conceitua família extensa como “Aquela que
se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes
próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e
afetividade”.
Contudo, as famílias, nos dias atuais, não é somente aquela advinda do casamento,
mas também percebemos uma mudança extraordinária nas relações e instituições familiares,
fazendo com que se dissolvesse aquele padrão contemporâneo de família.
Diante de todas essas citações referente a família e sua formação, podemos destacar a
diversidade de situação que poderá servir como litígios, quando porventura houver
rompimento dessas famílias.

6.2- Princípios constitucionais em matéria de direito das famílias

Os princípios é a principal base do Direito de Família. O ordenamento juridico se rege


por inúmeros princípios. A Constituição de Federal de 1988 consagrou vários princípios
fundamentais, dos quais muitos destinam a amparar as relações familiares.

Como disse os doutrinadores, Stolze e Pamplona Filho (2014, p.71)

Seria pretensão demais da nossa parte a tentativa de esgotar todos os


princípios informadores do Direito de Família, pois são muitas
classificações doutrinárias apresentadas no Brasil e mundo. Os princípios
encontram-se acima das regras, elas não permite exceções, não abrem
brechas. São importantes porque são diretrizes axiológicas para a aplicação
das regras.

Partindo da premissa que a base legal de todo o direito brasileiro é a Constituição


Federal, não há como impedir de alguns dos princípios constitucionais serem aplicados no
direito de família. Logo, a doutrina e a jurisprudência têm reconhecido numerosos princípios
constitucionais implícitos, destacando que inexiste hierarquia entre os princípios
constitucionais explícitos ou implícitos.
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São principios constitucionais: Da dignidade ela pessoa humana; Da liberdade; Da


igualdade e respeito à diferença; Da solidarieclacle familiar; Do pluralismo das entidades
familiares; Da proteção integral a crianças, adolescentes, jovens e idosos; Da afetividade,
estes principios são a base do direito de Família.
Sendo assim, os principios são de suma importância em qualquer ramos do Direito,
inexistindo hierarquia entre eles, pois quando houver “aparente conflito” entre eles, aplicará
aquele que melhor se adeque a referida situação. Contudo iremos explanar alguns dos
principais princípios constitucionais aplicáveis no Direito de Família.

6.2-A- Da dignidade da pessoa humana

Este princípios encontra-se estampado no texto constitucional, princípio este que foi
consagrado como valor nuclear da ordem constitucional. É o maior principio do Estado
Democrático de Direito, sendo consubstanciado no art. 1°, III, da Constituição Federal.

Embasando-se na lição de Dias (2015, p. 44):

A sua essência é difícil de ser capturada em palavras, mas incide sobre uma
finalidade de situações que dificilmente se podem elencar de antemão. É
impossível uma compreensão exclusivamente intelectual e, como todos os
outros princípios, também é sentido e experimentado no plano dos afetos.

Contudo o direito das famílias está umbilicalmente ligado aos direitos humanos, que
têm por base o referido princípio que representa o centro axiológico da ordem constitucional,
propagando efeitos sobre todo o ordenamento jurídico e balizando não apenas os atos estatais,
mas toda a imensidade de relações privadas que se desenvolvem no seio da sociedade. Dentre
todos os demais principios este e o mais universal, visto que serve de baliza aos demais.
É um principio considerado de valor pré-constituinte e de hierarquia
supraconstitucional, com fundamento no Estado Democrático de Direito, do qual se irradiam
todos os demais direitos: liberdade, autonomia privada, cidadania, igualdade, e solidariedade,
uma coleção de princípios éticos.

Assim sendo, este princípio protege a individualidade do ser humano, resguardando


seus direitos mínimos, exigidos para que se possa viver dignamente. Sendo respeitado na sua
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honra, em sua morale em sua intimidade, também no sentido de tutelar a dignidade de cada
um dos seus membros da família, em especial no que concerne o desenvolvimento dos filhos.
Portanto, é a partir deste princípio que surgiram os demais princípios do Direito de Família.
Este princípio é a base para a convivência harmônica dos membros da entidade familiar.

6.2-B- Da Liberdade

A liberdade vem marcando, cada vez mais as relações de Família, são muitos os
exemplos de liberdade que temos expressos em nossas leis, vejamos: No artigo 227 da
Constituição Federal disciplina um rol dos direitos da criança, do adolescente e do jovem,
que é assegurado o direito à liberdade. No Codigo Civil em seu artigo 1.639°, § 2, rege a
possibilidade de alteração do regime de bens na vigência do casamento.
O Estatuto da Criança e do Adolescente consagra como direito fundamental a
liberdade de opinião e de expressão (ECA 16 II) e a liberdade de participar da vida familiar e
comunitária sem discriminação (ECA 1 6 V ). Dentre outros.

Esclarece Dias (2015, p. 46):

O papel do direito é coordenar, organizar e limitar as liberdades, justamente


para garantir a liberdade individual. Parece um paradoxo. No entanto, só
existe liberdade se houver, em igual proporção e concomitância, igualdade.
Inexistindo o pressuposto da igualdade , haverá dominação e sujeição, não
liberdade.

A liberdade na relação familiar consagrou um novos entendimentos, como a igualdade


entre os cônjuges no exercício conjunto do poder familiar voltada ao melhor interesse do
filho, bem como a solidariedade entre pais e filhos. Com base neste principio é assegurado a
todos o direito de constituir uma relação conjugal, uma união estável hétero ou homossexual.
Assim sendo, todas as pessoas são livres, tendo o poder de formar uma comunhão de
vida; livre decisão do casal no planejamento familiar; livre escolha do regime matrimonial de
bens, ressalvadas as proibições legais; livre aquisição e administração do patrimônio familiar;
livre opção pelo modelo de formação educacional, cultural e religiosa da prole.

6.2-C- Da igualdade e respeito à diferença


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O princípio da igualdade é um dos sustentáculos do Estado Democrático de Direito.


Igualdade na própria lei, ou seja, não basta que a lei seja aplicada igualmente para todos, deve
haver uma isonomia e repeito as diferenças.

A Constituição Federal e o atual Código Civil dispõe que:

Art. 226, CF/88 A família, base da sociedade, tem especial proteção do


Estado [...]
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos
igualmente pelo homem e pela mulher.
Art. 1.511, CC/02 O casamento estabelece comunhão plena de vida, com
base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.

A consagração da igualdade entre os cônjuges é indispensável para que se garanta o


cumprimento do princípio fundamental da preservação da dignidade da pessoa humana.
Embora nossas Constituições sempre tenham reconhecido o princípio de que a lei deve ser
igual para todos, a legislação ordinária, por longos anos, estabeleceu regras marcadas pela
desigualdade entre os cônjuges, na matéria do casamento.
A carta constitucional é a grande artífice do princípio da isonomia no direito da
família. A supremacia do princípio da igualdade alcançou também os vínculos de filiação, ao
ser proibida qualquer designação discriminatória com relação aos filhos havidos ou não da
relação de casamento ou por adoção (CF 227 § 6°). Em boa hora, o constituinte acabou com
abominável hipocrisia que rotulava a prole pela condição dos pais. Atendendo à ordem
constitucional, que veda qualquer espécie de desigualdade, o Código Civil consagra o
princípio da igualdade no âmbito do direito da família.

6.2-D- Da Solidariedade familiar

O principio da solidariedade tem liame direto com a afetividade. Solidariedade é o que


cada um deve ao outro. Solidariedade culmina por determinar o amparo, a assistência material
e moral recíproca, entre todos os familiares, em respeito ao princípio maior da dignidade da
pessoa humana.
Tal principio tem suporte no preâmbulo da nossa Constituição Federal (1988):
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[…] Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia


Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a
assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como
valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos,
fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e
internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a
proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil.

Esse princípio não apenas traduz a afetividade necessária que une os membros da
família, mas, especialmente, concretiza uma especial forma de responsabilidade social
aplicada à relação familiar.

6.2-E- Do pluralismo das entidades familiares

As estruturas familiares adquiriram novos contornos com a constituição federal. O


princípio do pluralismo das entidades familiares é encarado como o reconhecimento, pelo
Estado, da existência de várias possibilidades de arranjos familiares Como as uniões
extramatrimoniais. Mesmo que não indicadas de forma expressa, outras entidades familiares,
como as uniões homossexuais, agora chamadas de uniões homoafetivas, e as uniões estáveis
paralelas, preconceituosamente nominadas de "concubinato adulterino", são unidades afetivas
que merecem ser abrigadas sob o manto do direito da família.

6.2-F- Da proteção integral a crianças, adolescentes e idosos

A consagração dos direitos de crianças e adolescentes como direitos fundamentais (CF


227), incorporando a doutrina da proteção integral e vedando referências discriminatórias
entre os filhos (CF 227 § 6°), alterou profundamente os vínculos de filiação. O princípio não é
uma recomendação ética, mas diretriz determinante nas relações da criança e do adolescente
com seus pais, com sua família, com a sociedade e com o Estado.
A intenção do legislador ao assegurar a proteção constitucional para esta parcela de
indivíduos, sem sombra de dúvidas, é pela característica da vulnerabilidade. É certo que desde
as crianças até os idosos necessitam de cuidados diferenciados.
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6.2-G- Da afetividade

Tal princípio é de fundamental importância, tem seu alicerce na tutela da dignidade da


pessoa humana, bem como na solidariedade social e na igualdade entre os filhos. O afeto é
relação de amor no convívio das entidades familiares. O rompimento do mesmo pode gerar
dano moral, principalmente quando ficar provado o descumprimento do dever de convivência
e participação ativa no desenvolvimento do ser que foi gerado. Deve-se deixar claro que a
família atual não é somente a biológica. A assunção de vínculo parental também não pode ser
afastada por simples e espontânea vontade.
Neste contexto, o Superio Tribunal de Justiça, Recurso Especial n° 1000356, São
Paulo 2007/0252697-5, Relatora Ministra Nancy Andrighi, publicado em 06 Junho de 2010:

[...] A peculiaridade da lide centra-se no pleito formulado por uma irmã em


face da outra, por meio do qual se busca anular o assento de nascimento.
Para isso, fundamenta seu pedido em alegação de falsidade ideológica
perpetrada pela falecida mãe que, nos termos em que foram descritos os
fatos no acórdão recorrido – considerada a sua imutabilidade nesta via
recursal –, registrou filha recém-nascida de outrem como sua. – A par de
eventual sofisma na interpretação conferida pelo TJ/SP acerca do disposto
no art. 348 do Código Civil de 1916, em que tanto a falsidade quanto o erro
do registro são suficientes para permitir ao investigante vindicar estado
contrário ao que resulta do assento de nascimento, subjaz, do cenário fático
descrito no acórdão impugnado, a ausência de qualquer vício de
consentimento na livre vontade manifestada pela mãe que, mesmo ciente de
que a menor não era a ela ligada por vínculo de sangue, reconheceu-a como
filha, em decorrência dos laços de afeto que as uniram. Com o foco nessa
premissa – a da existência da socioafetividade –, é que a lide deve ser
solucionada.– Vê-se no acórdão recorrido que houve o reconhecimento
espontâneo da maternidade, cuja anulação do assento de nascimento da
criança somente poderia ocorrer com a presença de prova robusta – de que a
mãe teria sido induzida a erro, no sentido de desconhecer a origem genética
da criança, ou, então, valendo-se de conduta reprovável e mediante má-fé,
declarar como verdadeiro vínculo familiar inexistente. Inexiste meio de
desfazer um ato levado a efeito com perfeita demonstração da vontade
daquela que um dia declarou perante a sociedade, em ato solene e de
reconhecimento público, ser mãe da criança, valendo-se, para tanto, da
verdade socialmente construída com base no afeto, demonstrando, dessa
forma, a efetiva existência de vínculo familiar. – O descompasso do registro
de nascimento com a realidade biológica, em razão de conduta que
desconsidera o aspecto genético, somente pode ser vindicado por aquele que
teve sua filiação falsamente atribuída e os efeitos daí decorrentes apenas
podem se operar contra aquele que realizou o ato de reconhecimento
familiar, sondando-se, sobretudo, em sua plenitude, a manifestação volitiva,
a fim de aferir a existência de vínculo socioafetivo de filiação. Nessa
16

hipótese, descabe imposição de sanção estatal, em consideração ao princípio


do maior interesse da criança, sobre quem jamais poderá recair prejuízo
derivado de ato praticado por pessoa que lhe ofereceu a segurança de ser
identificada como filha.– Some-se a esse raciocínio que, no processo
julgado, a peculiaridade do fato jurídico morte impede, de qualquer forma, a
sanção do Estado sobre a mãe que reconheceu a filha em razão de vínculo
que não nasceu do sangue, mas do afeto [...]

Conclui-se que, todo o moderno Direito de Família gira em torno do princípio da


afetividade. Nesse contexto, fica fácil concluir que a sua presença, mais do que em qualquer
outro ramo do Direito, se faz especialmente forte nas relações de família.

6.3- Rompimento conjugal

No art. 1.571 do Código Civil esta especificadas as causas terminativas da sociedade


conjugal: morte de um dos cônjuges, nulidade ou anulação do casamento, separação judicial e
divórcio. Acrescenta o § 1º do dispositivo em apreço que tem aplicação, ainda, a presunção
estabelecida no aludido Código quanto ao ausente.
Em 1890 o decreto n. 181, que instituiu o casamento civil no Brasil, previa o divórcio
a thoro et mensa (divórcio canônico), que acarretava somente a separação de corpos, mas não
rompia o vínculo matrimonial. O Código Civil de 1916 previa o desquite como forma de
extinção da sociedade conjugal, sem também o rompimento do aludido vínculo.
O divórcio vincular, que dissolve o vínculo e permite novo casamento, somente passou
a ser aplicado no Brasil com a aprovação da Emenda Constitucional n. 9, de 28 de junho de
1977, que deu nova redação ao § 1º do art. 175 da Constituição de 1969, suprimindo o
princípio da indissolubilidade do vínculo matrimonial, e após a sua regulamentação pela Lei
n. 6.515, de 26 de dezembro de 1977.
A emenda constitucional nº 9, de 28 de junho (1977 art. 175, § 1º ) passou a ter a
seguinte redação “O casamento somente poderá ser dissolvido, nos casos expressos em lei,
desde que haja prévia separação judicial por mais de três anos”.
Não se cogitava, portanto, do divórcio direto. A separação judicial, por mais de três
anos, era requisito prévio para o pedido de divórcio. A Constituição de 1988 tratou do assunto
da segumte forma.
A Constituição Federal ( 1988. art. 226, § 6º) “O casamento civil pode ser dissolvido
pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei,
ou comprovada separação de fato por mais de dois anos”.
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Reduziu-se, assim, o prazo da separação judicial para um ano, no divórcio-conversão,


criando-se uma modalidade permanente e ordinária de divórcio direto, desde que comprovada
a separação de fato por mais de dois anos. Pode-se afirmar que a separação judicial passou a
ser facultativa, uma vez que os cônjuges poderiam optar pelo divórcio direto, comprovando a
separação de fato por mais de dois anos. A separação judicial tinha, pois, a finalidade de ser
convertida em divórcio, após um ano da separação judicial, e de permitir a reconciliação do
casal, antes da sua conversão em divórcio.
Em 2010 a emenda Constitucional n. 66 completou o ciclo evolutivo iniciado com a
Lei do Divórcio (Lei n. 6.515/77). Com a supressão da parte final do § 6º do art. 226, a
separação judicial deixou de ser contemplada na Constituição Federal, onde figurava como
requisito para a conversão, desaparecendo ainda o requisito temporal para a obtenção do
divórcio, agora exclusivamente direto, por mútuo consentimento ou litigioso.

6.4- Direito fundamental do filho à convivência com aquele que não detém sua
guarda

O direito fundamental de convivência familiar é assegurado pela Constituição Federal,


no artigo 227. Nessa perspectiva, a convivência do filho com o genitor, aquele que não detém
a guarda, é direito fundamental, uma vez que tais encontros são necessários para a sua
formação social, como forma de modular sua personalidade.
A visitação não é só um direito assegurado aos pais, mas, sobretudo, um direito do
filho de com eles conviver, ou seja, no exercício deste direito o filho terá reforçado vínculos
com ambos os pais.Trata-se de um direito de personalidade na categoria do direito à
liberdade, no qual o filho ao exercê-lo, recebe as pessoas com quem deseja conviver.
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7- Cronograma da pesquisa

Fev/16 Junho/16 Julho/16 Agosto/16 Set/16 Out/16 Nov16 Dez/16


Meses/Ano

Referencial teórico X

Apresentação/Banca X
Pré-projeto

Levantamento X
Bibliográfico

Leituras e fichamento X
de obras

Analise crítica do X
material

Elaboração do X
capitulo l

Elaboração do X
capitulo ll

Elaboração X
preliminar do texto

Revisão X
Orientador/protocolar

X
Apresentação
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REFERÊNCIAS

COIMBRA, Marta de Aguiar. Lei da Alienação Parental e a sua eficácia no ordenamento


jurídico brasileiro. Disponivel em www.ambito-juridico.com.br.

CHIZZOTI, Antonio. Pesquisa em Ciencias Humanas e Sociais. 3ª Edição. São Paulo. Cortez,
1998.

DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 10. ed. São Paulo: Revistas dos
Tribunais, 2015.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de Metodologia científica. 5ª


edição - São Paulo, Atlas S. A., 2003.

SOLINO, Luiz. Metodologia científica. Disponível em www.ebah.com.br. Acesso em 10 de


Novembro de 2015.

STOLZE G, PABLO; PAMPLONA FILHO, RODOLFO – Novo curso de Direito Civil,


Saraiva,2014.

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