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INTRODUÇÃO AO PROCESSO LEGISLATIVO

Legislatura, ou sessão legislativa, é um período de quatro anos no qual a sociedade,


através das eleições, escolhe pela maioria dos votos, seus representantes, quais tem o objetivo
de sanar as expectativas da população e assim transformar o Brasil em uma Nação mais
democrática e justa. Diante desse fato, torna-se nítida a necessidade de compreender o papel
qual deve ser desempenhado pelos congressistas e o entendimento de como funciona / regula
o sistema legislativo.
Segundo o que é apontado no art. 44 da Constituição Federal, "O Poder Legislativo é
exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal.”, podendo ele ser definido como um sistema legislativo bicameral, representando a
esfera federal. Nas demais esferas, ou seja, nos estados e municípios, o Legislativo é
unicameral, isto significa que há apenas uma única instância legislativa. Em cada estado, o
órgão legislativo representante é a denominada Assembleia Legislativa, com exceção do
Distrito Federal, qual a legislação é elaborada pela Câmara Legislativa. Já os municípios
exercem por meio das Câmaras Municipais (Câmaras de Vereadores) o seu papel legislativo.
Conforme o que foi dito anteriormente, o art. 45 do texto constitucional, comprova que
"A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema
proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal." e por sua vez, para
complementar, o art. 46 da Constituição diz, "O Senado Federal compõe-se de representantes
dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário."
É imprescindível destacar que o Poder Legislativo possui funções típicas ou próprias,
sendo elas: legislar, fiscalizar e representar e atípicas ou impróprias: investigar e julgar.
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Capítulo 1 - O PROCESSO LEGISLATIVO


A função legiferante equivale ao poder de pôr leis, normas jurídicas em vigor, tendo
essa função o órgão competente para criar leis. O art. 59 da Constituição Federal lista quais
são as normas federais que englobam o processo legislativo.
“Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração,
redação, alteração e consolidação das leis.”

A função legislativa do Estado, define em que consiste o processo de formação do


ordenamento jurídico, considerado um aglomerado de atos e regras - iniciativa, emenda,
discussão, votação, sanção, promulgação, publicação, veto - praticados pela Câmara dos
Deputados e pelo Senado Federal, e com a participação do Presidente da República no que for
de seu interesse e lhe incumbir.
A base, suporte do processo legislativo federal é encontrado na Constituição Federal,
especialmente nos arts. 44 a 75, sendo de forma mais precisa nos arts. 44 a 58, onde a Carta
Política decorre sobre os aspectos que estruturam o Congresso Nacional, como: sua
composição, atribuições, limites da atuação dos parlamentares, reuniões, etc. A partir do art.
59 até o 69, a Constituição estabelece algumas regras fundamentais e básicas do processo
legislativo, sendo nesses artigos dispostos seus fundamentos, destacando aos Regimentos
Internos de cada Casa e do Congresso Nacional, os detalhes sobre a tramitação das leis
propostas.
Além disso, a Carta Magma dispõe sobre importantes aspectos legislativos, relativos à
competência da União para legislar, presente nos arts. 22 e 24, e sobre a elaboração das leis
que tratam especificamente dos orçamentos públicos, nos arts. 165 a 169.
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Capítulo 2 – CÂMARA, SENADO E SUAS DISPOSIÇÕES

A Câmara dos Deputados é composta por 513 parlamentares, com mandato de


incumbência de quatro anos, sendo que cada Estado mais o Distrito Federal possuem no
mínimo oito deputados e no máximo setenta deles.
Em contra partida, o Senado Federal conta com 81 Senadores, sendo três por cada
unidade da federação, quais são eleitos seguindo o princípio majoritário, por um período de
oito anos, sendo que dois terço dos senadores no ano de eleição estão chegando ao fim do
mandato e são trocados.
É primordial destacar que os procedimentos legislativos nas duas Casas do Congresso
Nacional (Câmara e Senado) são semelhantes, mas não são iguais, já que cada uma delas
possui o seu regimento interno próprio, podendo de acordo com isso adequar o processo
legislativo em função de suas particularidades e características específicas.
Na maior parte dos casos, as matérias referentes a criação de leis, tramitam nas duas
Casas separadamente, mas há casos específicos, relacionados a certos temas, que devem ser
decididos em sessões ou em reuniões conjuntas, sendo assim, há a junção de deputados e
senadores em um mesmo momento e lugar. Esses encontros mistos tratam de temas referentes
aos orçamentos e vetos do Presidente da República aos projetos de lei aprovados pelo
Congresso.
Além disso, as sessões conjuntas visam a inauguração anual dos trabalhos legislativos, a
posse do Presidente da República e de seu Vice, a modificação do Regimento Comum do
Congresso Nacional, a promulgação das emendas à Constituição e as delegações do
Congresso para permitir ao Presidente da República legislar.
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Capítulo 3 – PROJETOS DE LEI ORDINÁRIAS E COMPLEMENTARES

Para os projetos de lei ordinárias e complementares, a primeira fase do processo


legislativo consubstancia-se com iniciativa de qualquer parlamentar – individual ou
coletivamente - ou comissão da Câmara, do Senado ou do Congresso Nacional, do Presidente
da República, do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, do Procurador-Geral
da República e dos cidadãos, na forma e nos casos previstos na Constituição Federal. No
caso de proposta de emenda à Constituição, a iniciativa cabe somente ao Presidente da
República, às Assembleias Legislativas e a um terço de Deputados ou Senadores.
Para que surjam novos projetos de lei ordinárias e complementares, é necessária a
primeira fase do processo legislativo, sendo ela a necessidade da iniciativa de qualquer
parlamentar, seja de modo individual ou coletivamente, ou comissão da Câmara, do Senado
ou do Congresso Nacional, do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal, dos
Tribunais Superiores, do Procurador-Geral da República e dos cidadãos.
Em nível federal, pelo fato do processo legislativo ser baseado em um sistema
bicameral, uma Casa Legislativa da início ao processo, enquanto a outra o revisa, podendo
apresentar ou não, modificações por meio de emendas parlamentares.
Diante do art. 64 da Constituição, a maioria dos projetos de lei tem início na Câmara
dos Deputados, incluindo-se, os projetos de iniciativa popular (art. 61, § 2º) e as medidas
provisórias (art. 62). Ao receber as proposições, os Presidentes da Câmara ou do Senado, que
se interessarem na nova sugestão de projeto de lei, fazem a distribuição às Comissões,
permanentes ou temporárias, quais irão emitir suas avaliações mediante a apresentação de um
parecer. Esta prerrogativa das comissões se refere à dispensa do pronunciamento do Plenário
das respectivas Casas legislativas, ao concentrar os debates e as deliberações no âmbito
apenas das comissões, dando mais rapidez ao processo.
Após todo o curso, procedimento na esfera da Câmara e do Senado, os projetos de lei
ordinária e complementar seguem para avaliação do Presidente da República, sendo que a ele
cabe sancionar, promulgar e publicar a matéria. Caso considere todo o projeto ou parte dele
inconstitucional ou contrário ao interesse público, pode vetá-lo total ou parcialmente,
conforme o caso, informando ao Presidente do Senado Federal em que consiste as suas
restrições.
Por sua vez, o veto deve ser analisado pelos membros do Congresso Nacional, em uma
sessão conjunta, sendo o projeto de lei rejeitado somente pelo voto da maioria absoluta dos
Deputados e Senadores.
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O processo legislativo federal é de grande notabilidade e importância, isso pelo fato de


viabiliza práticas democráticas que levam ao exercício da cidadania por meio de inúmeras
medidas e possibilidades de intervenção no processo decisório. Com a democratização do
conhecimento sobre o Poder Legislativo, os grupos dedicados à atividade de influenciar as
ações de agentes públicos podem cumprir com mais efetividade o relevante papel de tornar
mais palpável e acessível as decisões legislativas.
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Capítulo 4 - LEIS ORDINÁRIAS

As leis ordinárias são as leis típicas, ou as mais comuns, devendo ser elas aprovadas
pela maioria dos parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal presentes
durante a votação.
Ela pode tratar e abordar assuntos diversos da área penal, civil, tributária,
administrativa e da maior parte das normas jurídicas do país, regulando quase todas as
matérias de competência da União, com sanção do presidente da República.
O projeto de uma lei ordinária só será aprovado por maioria simples, podendo ser
proposto pelo presidente da República, deputados, senadores, Supremo Tribunal Federal
(STF), tribunais superiores e procurador-geral da República. Além destes, os cidadãos
também podem propor tal projeto, desde que seja subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado
do país, distribuído pelo menos por cinco estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de
cada um deles.
As diferenças entre uma lei ordinária e uma lei complementar estão no quórum de
aprovação (expressão utilizada para especificar a quantidade de votos necessária para a
aprovação de uma lei) e na matéria (assunto a ser tratado por meio da lei ordinária ou da lei
complementar).
Uma Lei complementar, de acordo com o art. 69 da Constituição, será aprovada por
uma maioria absoluta, já a Lei ordinária, de cardo com o art. 47 da mesma, será aprovada
por maioria simples. Isso significa que ambas exigem mais da metade dos votos para ser
aprovada, porém no caso da lei complementar, ela leva em conta o número total de membros
que legalmente integram o órgão, e na lei ordinária, consideram-se apenas os presentes à
votação.
Sendo assim, a maioria simples representa o primeiro número inteiro superior à
metade dos presentes, enquanto a maioria absoluta representa o primeiro número inteiro
superior à metade dos membros. É importante observar que, enquanto o número
correspondente à maioria absoluta é fixo, a maioria simples representa um número variável,
a depender da quantidade de pessoas presentes no dia específico.
De acordo com o aspecto da matéria, uma Lei Complementar exige matérias
específicas da Constituição, já a Lei Ordinária é tida como modo residual, ou seja, nos casos
em que não houver a expressa exigência de lei complementar.
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A fim de exemplificar, nota-se que há artigos da Constituição que expressamente


exigem a edição de lei complementar para tratar das matérias neles versadas, como ocorre
com o artigo 18, § 2º (criação de Território Federal):
“§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão
reguladas em lei complementar.”
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CONCLUSÃO

Ao realizar esse trabalho, conclui-se que o processo legislativo federal tem grande
notoriedade, pois promove as decisões democráticas que levam ao exercício da cidadania.
Para que surjam novos projetos de lei ordinárias e complementares, é necessária a
necessidade da iniciativa de qualquer parlamentar, ou comissão da Câmara, do Senado ou do
Congresso Nacional, do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal, dos
Tribunais Superiores, do Procurador-Geral da República e dos cidadãos.
Em nível federal, uma Casa Legislativa da início ao processo, enquanto a outra o revisa,
podendo apresentar ou não, modificações por meio de emendas parlamentares. A maioria dos
projetos de lei tem início na Câmara dos Deputados, sendo que ao receber as proposições, os
Presidentes da Câmara ou do Senado, fazem a distribuição às Comissões, quais irão emitir
suas avaliações mediante a apresentação de um parecer. Após esse percurso, os projetos de lei
ordinária e complementar seguem para avaliação do Presidente da República, sendo que a ele
cabe sancionar, promulgar e publicar a matéria. Caso considere o projeto inconstitucional
pode vetá-lo total ou parcialmente.
As diferenças entre uma lei ordinária e uma lei complementar estão no quórum de
aprovação e na matéria, devendo a Lei Complementar ser aprovada por uma maioria
absoluta, e a Lei Ordinária, aprovada por maioria simples e no aspecto da matéria, uma Lei
Complementar exige matérias específicas da Constituição, já a Lei Ordinária é tida
como modo residual.
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REFERÊNCIAS

GERÔNIMO, Miguel. Processo Legislativo - Série Inteligov (p. 6). Edição do Kindle.
Disponível em: <https://www.camara.leg.br>. Acesso em: 23/02/2023
Disponível em: <http://www4.planalto.gov.br/>. Acesso em: 23/02/2023

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