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Processo Legislativo
para a Câmara dos
Deputados
Professor: Diogo Surdi
FICHA TÉCNICA DO MATERIAL
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CÓDIGO:
1562023185
TIPO DE MATERIAL:
E-book
TÍTULO:
Poder Legislativo e Processo Legislativo para a
Câmara dos Deputados
PROFESSOR:
Diogo Surdi
ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO:
6/2023
PODER LEGISLATIVO E PROCESSO LEGISLATIVO PARA A CÂMARA DOS DEPUTADOS
Professor: Diogo Surdi
Sumário
APRESENTAÇÃO...............................................................................................................4
3. Senado Federal.........................................................................................................11
7. Reuniões....................................................................................................................16
8. Comissões.................................................................................................................17
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PODER LEGISLATIVO E PROCESSO LEGISLATIVO PARA A CÂMARA DOS DEPUTADOS
Professor: Diogo Surdi
APRESENTAÇÃO
Diogo Surdi
Diogo Surdi é formado em Administração Pública e é professor de Direito Administrativo em concursos
públicos, tendo sido aprovado para vários cargos, dentre os quais se destacam: Auditor-Fiscal da Receita
Federal do Brasil (2014), Analista Judiciário do TRT-SC (2013), Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil (2012) e Técnico Judiciário dos seguintes órgãos: TRT-SC, TRT-RS, TRE-SC, TRE-RS, TRT-MS e MPU.
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Basicamente, o nosso Estado democrático é formado por três Poderes, sendo eles o Exe-
cutivo, o Legislativo e o Judiciário. E essa divisão foi proposta de forma que cada poder
pudesse exercer as suas atribuições de maneira autônoma, dando origem a um dos mais
importantes postulados do nosso ordenamento, que é o princípio da separação dos poderes.
Assim, consegue-se interpretar que a ideia do constituinte foi justamente estabelecer um
sistema no qual, ainda que cada Poder tivesse autonomia para tomar todas as decisões que
fossem necessárias, essa liberdade não poderia implicar em condutas que contrarias-
sem a própria finalidade para os quais os Poderes foram instituídos.
Em outras palavras, a Constituição estabelece atividades típicas para cada um dos
poderes, mas deixa claro que é competência dos demais o controle e a fiscalização de
tais atividades.
Dessa forma, temos que a atividade típica do Poder Judiciário é a de julgar, a do Poder
Legislativo é a de legislar e fiscalizar e a do Poder Executivo, a de administrar.
No entanto, ainda que a regra seja a de que cada poder desempenha as suas atividades
típicas, temos que todos os poderes desempenham, de forma atípica, as atividades origi-
nariamente atribuídas aos demais poderes.
Sendo assim, devemos memorizar que o Poder Legislativo desempenha as funções
típicas de legislar e de fiscalizar. Atipicamente, o Poder Legislativo pode desempenhar as
funções de administrar e de julgar.
Em nosso ordenamento jurídico, o Poder Legislativo Federal é exercido pelo Congresso
Nacional, que, por sua vez, é composto de duas diferentes Casas Legislativas: o Senado
Federal e a Câmara dos Deputados.
Sendo assim, é correto afirmar que vigora o bicameralismo federativo, ou seja, a estru-
tura composta por duas Casas Legislativas.
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O bicameralismo, por sinal, teve origem nos Estados Unidos. Na época, quando ocorreu
a independência do Reino Unido, as colônias restantes se tornaram autônomas. Como forma
de preservar a independência, resolveram se unir e formaram, com essa união, os Estados
Unidos da América.
Neste momento, surgiu uma grande questão sobre a forma como as colônias seriam
representadas. Considerando que havia, na época, uma grande diferença econômica entre
boa partes das colônias, caso estas fossem representadas de forma proporcional ao número
da população, as colônias maiores teriam uma enorme vantagem, sendo que as menores
sequer seriam ouvidas.
Em sentido contrário, caso a representação fosse igualitária, as colônias menores, em
maiores número, teriam um maior “poder de decisão” do que as colônias maiores.
A solução encontrada para o impasse foi a adoção do bicameralismo. Com isso, todas as
medidas deveriam, obrigatoriamente, ser aprovadas em duas Casas Legislativas.
As regras relacionadas com o bicameralismo apenas estão presentes na esfera federal.
Nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, em sentido oposto, vigora o unicamera-
lismo, sendo o Poder Legislativo exercido por apenas uma Casa Legislativa (que será, res-
pectivamente, a Assembleia Legislativa, a Câmara Legislativa e a Câmara de Vereadores).
Ainda que duas sejam as Casas Legislativas que formam, em conjunto, o Poder Legisla-
tivo Federal, estas apresentam uma série de diferenças e peculiaridades.
Ao passo que a Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, elei-
tos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal, o
Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos
segundo o princípio majoritário.
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A Constituição Federal estabelece que “o número total de Deputados, bem como a repre-
sentação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, propor-
cionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às elei-
ções, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais
de setenta Deputados”.
De igual forma, há a previsão de que cada Território elegerá quatro Deputados. Atu-
almente não contamos com nenhum território, mas nada impede, de acordo com as regras
constitucionais, que um novo território seja constituído. Caso isso ocorra, o número de Depu-
tados do território será de 4 membros.
Todas as regras relacionadas com a Câmara dos Deputados, por sinal, são um reflexo
do sistema proporcional adotado e da tentativa do legislador constituinte de estabelecer um
sistema em que toda a população pudesse ser representada pelos representantes eleitos.
Uma vez eleitos, os Deputados exercerão suas atividades por um período de 4 anos,
podendo perfeitamente ser reeleitos, em novas eleições, para mandatos subsequentes.
No âmbito do Senado Federal, como informado, a representação não é com relação à
população, mas sim em relação aos Estados e ao Distrito Federal. Consequentemente, os
Senadores são responsáveis por representar os Estados e o Distrito Federal.
Neste sentido, a Constituição Federal determina que cada Estado e o Distrito Federal
elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.
Observe que aqui, em sentido diverso do que ocorre com os Deputados, não há uma
representação proporcional ao número de habitantes de cada ente federativo, mas sim um
número fixo de representantes eleitos. Logo, independentemente do número de habitan-
tes de cada um dos Estados da Federação, o total de Senadores eleitos será, sempre,
3 membros.
Uma outra peculiaridade conferida aos Senadores é o fato destes serem eleitos com 2
suplentes, algo que não ocorre no momento da eleição dos Deputados.
Isso não significa afirmar que os Deputados não contam com suplentes. A diferença é
que, no caso dos Deputados, os suplentes serão compostos por aqueles que não consegui-
ram ser eleitos de acordo com as regras do sistema proporcional.
No Senado, diversamente, a candidatura já é registrada com o nome do Senador e dos
dois suplentes, de forma que os eleitores já sabem, de antemão, quem eventualmente irá
exercer as funções de Senador nos afastamentos eventuais do titular do cargo eletivo.
A maior peculiaridade conferida aos Senadores em relação aos Deputados, no entanto,
está no período do mandato eleitoral. De acordo com a Constituição Federal, o mandato do
Senador será de 8 anos. Além disso, a representação de cada Estado e do Distrito Federal
será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.
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Nesse sentido, cada um dos Estados e o Distrito Federal contam com 3 Senadores, que
exercerão suas atividades por um período de 8 anos. No entanto, as eleições para o Con-
gresso Nacional (Câmara e Senado) serão realizadas com a periodicidade de 4 anos.
Assim, a cada período de 4 anos, quando tivermos eleição, teremos a renovação de 1/3
e 2/3 dos membros do Senado Federal.
Considerando as informações apresentadas, vamos aproveitar para sedimentar as dife-
renças constitucionalmente previstas para os Deputados e os Senadores.
Deputados Senadores
Representam os Estados e o
Representam a população
Distrito Federal
De acordo com a Constituição Federal, cada legislatura terá a duração de quatro anos.
A legislatura pode ser definida como o período em que o Congresso Nacional desempenha
as suas atividades.
Assim, se considerarmos o período de duração do mandato de cada um dos representan-
tes, é correto afirmar que os Deputados desempenham suas atividades durante 1 legislatura,
ao passo que os Senadores exercem suas atividades durante o período de 2 legislaturas.
Não podemos confundir o conceito de legislatura, no entanto, com os de sessão legisla-
tiva e períodos legislativos.
A sessão legislativa possui duração anual, sendo, em linhas gerais, o período em que, no
curso do corrente ano, os Deputados e Senadores se reúnem para deliberar sobre as maté-
rias de suas competências.
A sessão legislativa, de acordo com a Constituição Federal, ocorre no período compreen-
dido entre 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
Vocês observaram que há um intervalo de tempo no curso da sessão legislativa (mais
precisamente entre os dias 18 a 31 de julho)?
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Isso ocorre na medida em que cada um das sessões legislativas é dividida em dois perí-
odos legislativos. E ambos os períodos são divididos pelo recesso parlamentar.
Logo, o período legislativo pode ser definido como a divisão de cada uma das sessões
legislativas. Consequentemente, as sessões legislativas sempre terão 2 períodos legislati-
vos, da mesma forma que a legislatura terá, sempre, 4 sessões legislativas.
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3. SENADO FEDERAL
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Imunidade formal: a imunidade formal é a que diz respeito aos aspectos relacionados
com a prisão dos parlamentares e com o respectivo processo.
Se, na imunidade material, tínhamos uma diferença entre os atos praticados pelos parla-
mentares em relação à população em geral, na imunidade formal, a infração cometida pelo
parlamentar continua existindo, assim como ocorre com os demais particulares. A diferença
está apenas nas garantias conferidas aos Deputados e Senadores com relação ao trâmite do
processo e com eventual prisão.
Podemos dividir a imunidade formal em três grandes categorias de prerrogativas: quanto
à prisão, quanto ao foro privilegiado e quanto ao processo.
a) imunidade relacionada com a prisão: desde o momento em que ocorrer a diploma-
ção, não poderão os membros do Congresso Nacional, como regra geral, ser presos. A veda-
ção à prisão alcança até mesmo a do Deputado ou Senador que seja devedor de prestação
alimentícia, que é uma das exceções à regra da impossibilidade de prisão por dívida em
nosso ordenamento jurídico.
b) imunidade relacionada com o foro privilegiado: Basicamente, o foro por prerro-
gativa de função (ou foro privilegiado) é uma prerrogativa concedida a certas autoridades
detentoras de poder, tais como os Parlamentares, os Magistrados e os Chefes do Poder
Executivo. Nesse contexto, após a diplomação, os parlamentares passam a ter a prorroga-
tiva de serem julgados pelo STF. No entanto, deve ser salientado que a imunidade alcança
apenas as ações de natureza penal, ou seja, os crimes cometidos. No âmbito das ações
de natureza cível, em sentido contrário, não há que se falar em imunidade.
c) imunidade relacionada com o processo: basicamente, a imunidade formal rela-
cionada com o processo consiste na possibilidade de sustação da tramitação pelas Casas
Legislativas. Desta forma, tendo sido recebida a denúncia contra parlamentar por um crime
cometido após a diplomação, o STF dará início ao processo de julgamento, não havendo
necessidade de qualquer tipo de autorização por parte da Casa Legislativa. Iniciado o pro-
cesso, o STF dará ciência à Casa Legislativa (Câmara de Deputados ou Senado Federal, a
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A Constituição Federal elenca uma série de impedimentos e vedações que devem ser
observadas pelos Deputados e Senadores desde o momento da diplomação e desde o
momento da posse.
Como já ressaltado, a diplomação ocorre em momento anterior à posse, tratando-se de
um ato declaratório da Justiça Eleitoral. A posse, que ocorre posteriormente, é o ato por meio
do qual o parlamentar efetivamente é investido no cargo eletivo para o qual foi eleito.
Neste ponto da matéria, temos que memorizar e diferenciar as vedações que devem ser
observadas desde a diplomação daquelas que apenas precisam ser observadas pelo parla-
mentar a partir da posse.
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Devemos conhecer, também, as situações que, ainda que o parlamentar esteja ausente
das funções, não acarretam a perda do mandato eletivo. Dessa forma, não perderá o man-
dato o Deputado ou Senador:
a) investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de
Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplo-
mática temporária. Nessas situações, o Deputado ou Senador poderá optar pela remunera-
ção do mandato eletivo.
b) licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remunera-
ção, de interesse particular, desde que, nesse caso, o afastamento não ultrapasse cento e
vinte dias por sessão legislativa.
Obs.: O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas
neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias. Ocorrendo vaga e não
havendo suplente, será realizada eleição para preencher a vaga caso faltem mais de
15 meses para o término do mandato.
7. REUNIÕES
As sessões legislativas podem ser definidas como o período de tempo de um ano de traba-
lho das Casas Legislativas. Tais sessões podem ser tanto ordinárias quanto extraordinárias.
As sessões ordinárias são aquelas realizadas no período “normal” de tempo da sessão
legislativa, ou seja, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.
Quando tais datas caírem em sábados, domingos ou feriados, serão transferidas para o pri-
meiro dia útil subsequente.
Neste sentido, cada uma das Casas irá se reunir em sessões preparatórias, a partir de
1º de fevereiro do primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das
respectivas Mesas Legislativas.
Os integrantes das Mesas exercerão tais atividades durante um mandato de 2 anos,
sendo vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.
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No entanto, além das Casas Legislativas (Câmara dos Deputados e Senado Federal),
temos também o importante papel desempenhado pelo Congresso Nacional.
Assim, sendo, determina a Constituição Federal que a Mesa do Congresso Nacional
será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos,
alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no
Senado Federal.
Já as sessões extraordinárias, por sua vez, ocorrem nos períodos de recesso parla-
mentar, ou seja, de 18 a 31 de julho e de 23 de dezembro a 01 de fevereiro.
Como regra geral, cada uma das Casas Legislativas realiza suas reuniões de forma
separada, não havendo interferência de uma Casa nos trabalhos realizados pela outra. Em
determinadas situações, entretanto, teremos a realização de sessão conjunta por parte
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, sendo elas:
a) inaugurar a sessão legislativa;
b) elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;
c) receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
d) conhecer do veto e sobre ele deliberar.
8. COMISSÕES
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Cumpre salientar que, ainda que as CPIs tenham uma série de prerrogativas para o
desempenho de suas atribuições, não possuem elas a capacidade de determinar, por si só,
a responsabilização das autoridades que estão sendo investigadas.
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O controle da administração pública pode ser entendido como a soma de todas as atividades,
internas e externas, que possuem como objetivo garantir a preservação do interesse público e
assegurar que as funções administrativas estão sendo desempenhadas de acordo com a lei.
Dessa forma, o controle da administração pública é um gênero do qual fazem parte as
espécies controle administrativo, controle legislativo e controle judicial, conforme se observa,
de maneira mais didática, por meio do gráfico a seguir:
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O controle financeiro, ou controle parlamentar indireto, é aquele que é exercido pelo Con-
gresso Nacional com o auxílio dos Tribunais de Contas.
Cuidam-se os Tribunais de Contas de cortes especializadas e que possuem uma relação
de vinculação com o Poder Legislativo, não havendo que se falar em hierarquia.
É a Constituição Federal, por meio de seu artigo 71, que estabelece as competências
atribuídas ao Tribunal de Contas da União.
Tais competências, assim como ocorre com as demais atividades de controle, devem ser
aplicadas, por simetria, aos demais entes federativos. Assim, as Constituições Estaduais,
bem como as respectivas Leis Orgânicas, não podem criar outras formas de controle que
são sejam simetricamente iguais às previstas na Constituição Federal.
Dessa forma, compete ao Tribunal de Contas da União, e, consequentemente, aos res-
pectivos Tribunais e Cortes de Contas Estaduais ou Municipais, as seguintes competências,
que devem ser adaptadas no âmbito dos demais entes federativos:
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribu-
nal de Contas da União, ao qual compete:
I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer pré-
vio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
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II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e man-
tidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer tí-
tulo, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das con-
cessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não
alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão
técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, ope-
racional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciá-
rio, e demais entidades referidas no inciso II;
V – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União par-
ticipe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acor-
do, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII – prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou
por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as
sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
causado ao erário;
IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cum-
primento da lei, se verificada ilegalidade;
X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal;
XI – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.
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A Constituição Federal determina que será criada uma comissão mista, formada por
Deputados e por Senadores, destinada, dentre outras competências, para a apreciação, fis-
calização e acompanhamento do cumprimento das leis orçamentárias.
Essa comissão, quando estiver diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda
que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá
solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de 5 dias, preste os escla-
recimentos necessários.
Caso os esclarecimentos não sejam prestados, ou então se estes forem julgados insufi-
cientes, deverá a comissão solicitar ao TCU pronunciamento conclusivo sobre a questão, no
prazo de 30 dias.
Após a elaboração do pronunciamento, teremos um documento que conterá, sob o
aspecto técnico, a opinião do TCU acerca de eventual irregularidade orçamentária cometida
por órgão ou entidade pública.
Entendendo o TCU ser irregular a despesa, a comissão, se julgar que o gasto possa
causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacio-
nal sua sustação.
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Como ressaltado, o TCU, assim como ocorre com os demais tribunais e conselhos de
contas, é um órgão autônomo, não havendo que se falar em qualquer tipo de subordinação
em relação a qualquer um dos Poderes da República. Consequentemente, é a própria Cons-
tituição Federal quem estabelece a forma como ocorrerá a estrutura e a composição do TCU.
Para poder ser Ministro do TCU, o brasileiro (que não precisa ser nato) deve atender
a uma série de requisitos, sendo eles:
a) ter mais de 35 anos e menos de 70 anos de idade;
b) possuir idoneidade moral e reputação ilibada;
c) contar com notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financei-
ros ou de administração pública;
d) ter mais de 10 anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional
que exija os conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administra-
ção pública;
Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogati-
vas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de
Justiça. No que se refere à aposentadoria e pensão, as regras a serem observadas são as
mesmas do regime próprio dos servidores públicos.
Em suas ausências e impedimentos, o Ministro do TCU será substituído por um Auditor.
Sendo assim, o Auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e
impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de
juiz de Tribunal Regional Federal.
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10.1. Espécies
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Processo Característica
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Tendo sido aprovada, a proposta de emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, conforme previsão constitucional.
Após a promulgação, a PEC será remetida para publicação na imprensa oficial, momento
em que passará a vincular, como regra geral, todas as relações jurídicas abrangidas pela
respectiva alteração.
Obs.: A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não
pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Considerando que as sessões legislativas possuem a duração de 1 ano, a PEC que
for rejeitada ou que tiver sido prejudicada não poderá ser objeto de nova proposta
na sessão legislativa em curso.
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As Resoluções são atos que podem ser expedidos pelo Congresso Nacional e por cada
uma das Casas Legislativas.
Nesse sentido, parte da doutrina chega a afirmar que a diferença fundamental entre as
Resoluções e os Decretos Legislativos está no fato de que as primeiras possuem efeitos
internos, ao passo que os decretos possuem a capacidade de produzir efeitos externos.
Importante salientar, no entanto, que tal entendimento está longe de ser pacificado, haja
vista que inúmeras são as resoluções que, quando editadas, geram efeitos perante terceiros,
ou seja, efeitos externos.
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Um exemplo típico dessa situação são as resoluções editadas pelo Senado Federal com
o objetivo de suspender os efeitos das leis declaradas inconstitucionais pelo Supremo Tribu-
nal Federal.
A lei em sentido lato compreende todas as normas expedidas pelo Poder Público,
podendo ou não inovar no ordenamento jurídico. Importante mencionar que não há necessi-
dade dessas normas serem chamadas especificamente de “leis”. Como exemplo, podemos
citar os decretos autônomos, que, nas estritas possibilidades da Constituição Federal, podem
inovar no ordenamento jurídico.
A lei em sentido estrito, por outro lado, compreende apenas as normas que são dotadas
das características da generalidade e da abstração.
A característica da generalidade afirma que tais normas alcançam um número indeter-
minado de administrados. Já de acordo com a abstração, as leis em sentido estrito não se
aplicam exclusivamente a um caso concreto, mas a todas as hipóteses que se enquadrarem
nas situações nela previstas.
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10.5.1. Iniciativa
A iniciativa está relacionada com as pessoas que podem dar início ao processo legislativo
de edição das leis.
A iniciativa concorrente ou comum é a regra em nosso ordenamento jurídico. Assim,
devemos memorizar que poderão dar início ao processo legislativo das leis ordinárias e com-
plementares as seguintes autoridades:
a) Comissão da Câmara dos Deputados;
b) Comissão do Senado Federal;
c) Comissão do Congresso Nacional;
d) Deputado Federal;
e) Senador;
f) Presidente da República;
g) Supremo Tribunal Federal;
h) Tribunais Superiores;
i) Procurador Geral da República;
j) Cidadãos;
Todos esses órgãos ou pessoas, desde que atendidos os requisitos estabelecidos na
Constituição Federal, são competentes para dar início à tramitação de uma lei ordinária ou
complementar.
Como forma de assegurar que a democracia seja exercida em sua plenitude, a Constitui-
ção Federal tratou de estabelecer diversas regras a serem observadas pelos cidadãos, quer
no exercício do direito de votar, quer na possibilidade de serem eleitos como representantes
do povo. Assim, podemos conceituar os Direitos Políticos como a possibilidade de os par-
ticulares participarem, direta ou indiretamente, do processo democrático.
No curso da iniciativa popular, diversas são as medidas que podem ser adotadas. Dentre
elas, temos a possibilidade dos cidadãos, desde que atendidos os requisitos expressos no
texto constitucional, darem início a projetos de lei.
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O quórum exigido pela Constituição não é fácil de ser alcançado. Para memorizarmos tais
requisitos, podemos dividir as exigências constitucionais em três partes, da seguinte forma:
a) projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional;
b) a porcentagem mínima exigida de eleitores (1%) deve estar distribuída em, pelo
menos, 5 estados da federação;
c) em cada um desses estados, a porcentagem de eleitores deve ser de, pelo menos,
0,3% (três décimos).
Os requisitos elencados, frisa-se, são os exigidos para a apresentação de projetos de lei
no âmbito federal, oportunidade em que deverão ser apresentados à Câmara dos Deputa-
dos. Além disso, a iniciativa popular está presente, também, nos Estados e nos Municípios:
Iniciativa popular
Manifestação de, pelo menos, 5% do eleitorado.
municipal
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Uma vez que o projeto de lei tenha sido aprovado na Casa Legislativa iniciadora, seguirá
ele para revisão da outra Casa Legislativa. Na Casa Revisional, três são os resultados pos-
síveis: rejeição, aprovação ou apresentação de emendas.
Caso a Casa responsável pela revisão apresente emendas, deverá o projeto retornar,
apenas com relação aos aspectos emendados, à Casa iniciadora. Nessa hipótese, o enten-
dimento doutrinário é de que a Casa Iniciadora não poderá apresentar emendas às emen-
das apresentadas pela Casa revisional.
Temos que ter um cuidado especial neste ponto da matéria, uma vez que vigora, em
nosso ordenamento jurídico, o princípio da primazia da Casa Legislativa iniciadora em
detrimento da Casa Legislativa revisora. Assim, caso a Casa Legislativa responsável pela
revisão apresente emendas, estas, conforme já afirmado, serão objeto de análise pela Casa
que deu início ao projeto. No entanto, não é toda a norma que será “devolvida” para a Casa
inicial, mas sim apenas a parte relacionada com as emendas eventualmente realizadas.
Os demais trechos da norma, em sentido oposto, já estarão aprovados.
Tendo recebido as emendas, a Casa iniciadora poderá tanto aprovar quanto rejeitar as
modificações realizadas.
Em caso de aprovação, não temos maiores dificuldades, sendo que o projeto segue para
sanção ou veto do Presidente da República.
Em caso de rejeição, no entanto, esta ocorre apenas com relação às emendas, e não
nos demais dispositivos legais da futura norma. Consequentemente, ainda que a rejeição das
emendas ocorra por parte da Casa Legislativa inicial, o restante da norma seguirá, normal-
mente, para sanção ou veto do Presidente da República.
E justamente pelo fato da Casa iniciadora ter a capacidade de rejeitar as emendas da
Casa revisional, sem que tal medida prejudique as demais partes da norma, é que se faz pre-
sente o princípio da primazia da Casa Legislativa iniciadora do projeto.
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Vamos entender melhor o fluxo a ser observado em caso de emendas por parte da Casa
Legislativa revisional:
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A Casa na qual tenha sido concluída a votação (a Casa revisional ou, no caso de emen-
das, a Casa iniciadora) enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que poderá
adotar uma das seguintes medidas:
a) sanção, caso concorde inteiramente com a norma;
b) veto total, caso discorde totalmente da norma;
c) veto parcial, caso discorde parcialmente da norma.
O prazo para que o Presidente da República possa vetar o projeto de lei, total ou parcial-
mente, é de 15 dias úteis. Tal prazo será contado a partir do momento em que o Presidente
recebe o projeto de lei.
O veto ocorrerá sempre que o Presidente considerar o projeto, total ou parcialmente,
inconstitucional ou contrário ao interesse público. Em caso de veto, deverá o Presidente, no
prazo de 48 horas, comunicar as razões do veto ao Presidente do Senado Federal.
Interessante observar que o veto poderá incidir até mesmo sobre os projetos de lei
propostos pelo Chefe do Poder Executivo. Dessa maneira, caso o Presidente da Repú-
blica apresente um projeto de lei e este seja totalmente aprovado pelo Poder Legislativo, sem
emendas, poderá o Presidente, posteriormente, vetar, total ou parcialmente, o projeto de lei.
Nessa situação, poderá o Chefe do Poder Executivo ter considerado, no momento do veto,
que o projeto de lei já não mais atendia ao interesse da coletividade.
O veto será apreciado, pelo Poder Legislativo, em sessão conjunta, que deverá ser reali-
zada dentro de 30 dias. O prazo em questão começa a ser contado a partir do recebimento
da comunicação do veto.
Na sessão de apreciação, o veto apenas poderá ser rejeitado pelo voto da maioria abso-
luta dos Deputados e Senadores. Esgotado o prazo de 30 dias para apreciação do veto
sem que a medida seja analisada, o veto será colocado na ordem do dia da sessão ime-
diata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final. Caso o veto não seja man-
tido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República.
Ao contrário do que ocorre com o veto, a sanção poderá tanto ser expressa quando tácita.
Na sanção expressa, o Presidente da República assina o projeto de lei, atestando que
concorda com todas as disposições da presente norma.
Na sanção tácita, o Presidente da República permanece em silêncio no prazo de 15 dias
úteis que possui para vetar o projeto de lei, conforme previsão constitucional.
Sendo assim, podemos conceituar a sanção como o ato do Chefe do Poder Executivo
que, expressa ou tacitamente, concorda com as precisões contidas na norma editada pelo
Poder Legislativo.
Merece ser destacado que a sanção é um ato irretratável, ou seja, um ato que não
admite desistência por parte do Chefe do Poder Executivo.
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No entanto, ainda que a sanção tenha sido realizada, nada impede que o Chefe do Exe-
cutivo, em momento posterior, dê início ao processo de controle de constitucionalidade
perante o Poder Judiciário. Isso significa afirmar, por exemplo, que o Presidente da República
poderá perfeitamente sancionar um projeto de lei, e posteriormente, caso entenda devido, ajuizar
uma Ação Direta de Inconstitucionalidade com o objetivo de declarar a norma inconstitucional.
Com a promulgação, temos a inovação do ordenamento jurídico por meio de mais uma
norma. Sendo assim, a promulgação pode ser compreendida como o ato que comprova que
a norma efetivamente existe.
Se a sanção é um ato privativo do Chefe do Poder Executivo, o mesmo não ocorre com a
promulgação, que poderá ser feita pelo Presidente do Senado Federal ou, ainda, pelo Vice-
-Presidente do Senado.
Como regra geral, quem promulga a nova lei é o Presidente da República (ou o respec-
tivo Chefe do Poder Executivo). Em duas situações, no entanto, a promulgação não será
realizada por essa autoridade, sendo elas:
a) quando ocorrer a sanção tácita, ou seja, quando o Chefe do Executivo não apreciar o
veto no prazo constitucionalmente previsto (15 dias úteis);
b) quando o Chefe do Executivo vetar um projeto de lei, mas este for derrubado pelo
Poder Legislativo.
Nessas duas hipóteses, de acordo com a Constituição Federal, a norma poderá ser pro-
mulgada pelo Presidente da República. Caso, contudo, a promulgação não seja realizada no
prazo de 48 horas, deverá a medida ser adotada pelo Presidente do Senado Federal. Caso o
Presidente do Senado Federal também não promulgue a lei no prazo de 48 horas, a medida
competirá ao Vice Presidente do Senado.
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Após a promulgação, a nova norma deverá ser publicada na imprensa oficial, a partir da
qual poderá ser exigida perante terceiros.
Deve ser destacado que a fase da publicidade não é considerada, por parte da doutrina,
como pertencente ao processo legislativo propriamente dito. E isso ocorre na medida em
que o processo legislativo trata, especificamente, da elaboração das normas legais. Com
a promulgação, conforme analisado, temos a notícia de que uma nova norma adentrou no
ordenamento jurídico.
A publicação da norma legal, consequentemente, está relacionada com a condição de
eficácia, ou seja, com a possibilidade da norma exigir determinados comportamentos por
parte dos administrados alcançados pelas disposições do texto legal.
As leis delegadas foram previstas na Constituição Federal como uma forma de tentar
tornar mais célere a atuação do Presidente da República, que poderia, desde que atendidos
os requisitos estabelecidos, exercer, atipicamente, a função de legislar.
As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
delegação ao Congresso Nacional. A delegação, no entanto, não será ilimitada. Em sentido
diverso, deverá o Congresso Nacional, caso aprove a delegação, editar uma resolução, que
deverá especificar o conteúdo e os termos do seu exercício.
Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará
em votação única, vedada qualquer emenda.
Com isso, a doutrina identifica a presença de duas diferentes formas de delegação, sendo
elas a delegação típica e a delegação atípica.
Na delegação típica, o procedimento será amplo e geral, sem participação posterior do
Poder Legislativo. Com isso, após a edição da resolução, o Presidente da República deve
elaborar, promulgar e publicar a lei. Não há, como já afirmado, participação posterior por
parte do Congresso Nacional.
Na delegação atípica, por sua vez, a liberdade conferida ao Presidente da República
não é tão ampla. Sendo assim, após a edição da lei delegada, o Congresso Nacional irá
apreciar, em votação única e sem a possibilidade de emendas, a lei editada pelo Chefe do
Poder Executivo.
Como decorrência da apreciação, o Congresso Nacional apenas poderá aprovar ou rejei-
tar a nova norma. Em caso de aprovação, o Presidente da República deverá promulgá-la. Em
caso de rejeição, o projeto é arquivado.
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Não são todas as matérias que poderão ser objeto de lei delegada. Neste sentido, a
Constituição Federal apresenta uma lista de assuntos que não poderão, em sentido diverso,
ser objeto de tal norma legislativa, sendo eles:
a) os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional;
b) os atos de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
c) a matéria reservada à lei complementar;
d) a legislação sobre a organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira
e a garantia de seus membros;
e) a legislação sobre nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
f) a legislação sobre planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
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