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DIREITO

CONSTITUCIONAL II
Programa da Cadeira

 Órgãos de soberania e as suas funcionalidades


 Atos legislativos e leis e o respetivo valor jurídico
 Referência daquilo que é uma lei ou um ato legislativo- procedimento
legislativo.
 Direitos fundamentais
 Garantia da Constituição

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Bibliografia

Livro do 1º semestre

E-mail

pedro.coutinho@ulusofona.pt

Órgãos de soberania e as suas funcionalidades


A assembleia da república e o governo são órgãos colegiais.

Assembleia da República
A assembleia é composta por deputados que podem estar integrados em
grupos parlamentares, que expressam uma ideologia política, podem ser
deputados únicos (deputado livre), para além disso é importante referir a
composição da Assembleia da República, Art.179 da CRP, é composta por
uma comissão permanente da Assembleia da República, embora as suas
decisões sejam colegiais. No Art. 174, n.2, refere um período de verão em que
a assembleia não se reúne normalmente, mas funciona uma comissão
permanente que não é composta por todos os deputados da Assembleia da
República, esse regimento é nomeado pelos deputados, durante o período que
a AR se encontre dissolvida e noutros casos, funciona a comissão permanente
da AR, a comissão é presidida pelo presidente da república e os deputados
escolhidos pelos grupos parlamentares.
As comissões permanentes da AR são diferentes de outras comissões
permanentes.

Essas comissões permanentes tratam de assuntos importantes para toda a


comunidade, por exemplo, saúde, educação, agricultura, estas comissões são
importantes devido ao seu papel legislativo na instrução de uma legislação
prévia dos projetos submetidos à AR;

As comissões permanentes fazem uma investigação sobre as matérias antes


de lançarem alguma coisa na legislação.

As comissões eventuais são para determinados problemas e dentro destas


temos comissões eventuais de inquérito que averiguam a responsabilidade
política de algumas matérias, por exemplo, a corrupção, os incêndios, matérias
que causam impacto económico, social, cultural, etc. no país.

A comissão de inquérito, não é transferida para o ministério público, mas não


pode ser acusado de crime, mas o ministério público com os seus instrumentos
pode acusar pessoas ou empresas, por exemplo.

No Art. 178, tem as comissões previstas no seu regimento. As comissões da


AR recebem as petições e analisam-nas, se for um caso complexo é criada
uma nova comissão para essa determinada matéria. Lei n.43/agosto (Lei das
petições).

Quando existe uma iniciativa legislativa popular, por parte do povo, o povo
apresenta um projeto de lei, a Assembleia da República tem de ativar o
processo legislativo.

Art.179 comissões permanentes que agem em determinadas situações.

Governo
O governo é um órgão colegial, o 1º ministro é figural principal, mas é um órgão
que decide em colégio, nomeadamente as decisões mais importantes, Art. 172.

Composição, Art.173.

O governo é o órgão relativo à administração pública.

Art. 184, conselho de ministros onde se aprovam os decretos do governo que


serão decretos de leis, toda a atividade legislativa do governo e as decisões
mais importantes passam pelo conselho de ministros. O conselho de ministros
trabalha com todos os assuntos, mas podem criar um conselho para
determinada matéria.

Os secretários e subsecretários de Estado podem ser convidados para fazerem


parte do Conselho de Ministros.
No conselho de ministros pode ser convidado a estar presente o PR, mas não
pode participar.

Tribunais
Apesar de existir uma lei sobre a organização dos tribunais, o mais importante
é o tribunal constitucional, o Art. 209 até 214 e Art. 221 (que se refere ao
Tribunal Constitucional).

Qualquer tribunal tem competencia para aplicar a matéria da constituição, o


Supremo Tribunal de Justiça pode aplicar a matéria da constituição exceto
matéria fiscal e administrativa.

O Supremo Tribunal de Justiça é um tribunal de recurso.

Os tribunais de segunda instância também todas as matérias, salvo matérias


especializadas, os tribunais de comarca.

Os tribunais administrativos e fiscais não aparecem em todos os tribunais de


comarca.

O tribunal de contas tem a ver com a fiscalização das finanças públicas e das
ações do Estado relativamente às despesas do Estado.

Os tribunais arbitrais têm centro de arbitragens fixos, que decidem uma


determinada problemática, em que podem existir tribunais ad hoc para
investigações de propriedade intelectual, etc.

Ministério Público
O Art. 219, ministério público pode intervir nos processos administrativos, como
garante a legalidade e o interesse público, defende o interesse do Estado
(todos nós e não um interesse político). O ministério público tem um órgão
superior que é a procuradoria geral da república regida pelo procurador-geral
da república que tem competência para acusar e iniciar o processo
administrativo; e temos o Tribunal constitucional, tribunal supremo, só se
pronuncia pela inconstitucionalidade e a legalidade de normas, por exemplo, se
aquela norma pode ou não ser utilizada naquele caso.

O Tribunal Constitucional é composto por 13 juízes designados por titularidade


de um órgão público, cooptação, isto é, os juízes são escolhidos por outros
juízes. Art. 222, n.2.

Art. 222, n.3, mandatos dos juízes do Tribunal Constitucional.

Art. 223, competência do Tribunal Constitucional.


Princípio da separação de poderes
Art.111- A separação e a interdependência estabelecidas na constituição.

Cada órgão de soberania tem as competências definidas pela constituição,


nomeadamente competência legislativa, executiva ou judicial.

A interdependência de poderes define se da seguinte forma:

Pela interação de poderes dos vários órgãos de soberania, interação essa que
fundamenta a validade de um ato soberano , por exemplo o presidente da
república tem certas competências políticas na constituição, a assembleia da
república tem competências legislativas e os tribunais têm a competência
judicial, ou então dentro do mesmo poder cada órgão está limitado na sua
competência em virtude da matéria, por exemplo tanto a Assembleia da
república como o governo tem competência legislativa, no entanto, nem o
governo pode legislar sobre matéria da exclusiva competência legislativa da AR
(salvo certas exceções) nem a AR pode legislar sobre matéria da competência
legislativa exclusiva do governo. Art.164, alínea b), por exemplo.

Art.198, n.2, ou seja, tudo o que seja do funcionamento orgânico do governo do


governo pode legislar.

Quando um órgão exerce uma competência de outro órgão comete um ilícito


de usurpação de poder.

Art.138, por exemplo, é necessário a audição do governo e a autorização da


assembleia da república isto é um exemplo de interdependência de poderes.

Nomear e exonerar os membros do governo sobre o primeiro-ministro, tem de


haver uma proposta do governo, pois o presidente não pode agir por si próprio.

Art.135 a) - o presidente só pode agir com a proposta do governo e a


autorização da AR.

Os órgãos constitucionais/ de soberania, só podem ter as competências fixadas


na constituição e não podem ser modificadas por nenhuma lei
infraconstitucional.

As competências do Presidente da República

Art.133 destacando se a alínea e), a dissolução da AR é uma competência


exclusiva do PR, é necessário observar o disposto do Art.172.

Alínea f), quem nomeia o primeiro-ministro é o PR, ouvindo os partidos


representados na AR e tendo em conta os resultados eleitorais.
A alínea g) - demitir o governo e exonerar o primeiro-ministro- o PR por sua
iniciativa pode demitir o governo para assegurar o regular funcionamento das
instituições democráticas e pode também exonerar o primeiro-ministro nos
termos do Art.186,n.4.

Quando o governo é demitido ele passa a ter funções de gestão e não de


condução política e a exoneração das suas funções dá se por ação do PR nos
termos do Art.186,n.4.

Art.133

A alínea h)- nomear e exonerar os membros do governo sobre proposta do


primeiro-ministro.

A alínea j)- as regiões autónomas, ouvir os conselhos de estado e adaptar as


assembleias relativas regionais.

Se não concordar com um decreto da assembleia da república ou do governo


que lhe é enviado para promulgação pode recusar a promulgação com base
nesses argumentos políticos (não constitucionais).

O PR por não vetar juridicamente o diploma por razões políticas- por exemplo,
não concordar com a eutanásia porque viola um princípio fundamental, mas
pode por exemplo, usar expressões do interesse público, do bem comum.

Um veto por inconstitucionalidade depende de uma decisão do TC que


considera uma norma/ decreto da AR ou do Governo, no sentido da
inconstitucionalidade dessa disposição. Quando o PR tem dúvidas sobre a
conformidade de uma disposição de um decreto da AR ou do Governo ou por
exemplo, sobre o conteúdo de um tratado, com a constituição aciona o tribunal
constitucional, ou seja, requer a fiscalização da constitucionalidade, e o tribunal
constitucional prenuncia-se pela inconstitucionalidade da norma o PR está
obrigado a vetar o diploma por inconstitucionalidade.

O veto por inconstitucionalidade surge no contexto

Aula prática 02-03-2023

Presidente da República
O Presidente da República é um órgão de soberania que o previsto se encontra
entre o Art. 120, as funções do PR relacionam-se com os objetivos do Art. 120
em primeiro lugar com a representação da república portuguesa; mas tem
também uma representação nele de todas as pessoas, esta ideia também tem
haver com a procura da garantia do regular funcionamento das funções
democráticas. Quando se fala na garantia do regular funcionamento das
funções democráticas, por exemplo, o poder de dissolver o governo e a
dissolução da AR. No que diz respeito á sua eleição o PR e eleito de acordo
com o Art.151. Relativamente à eleição é necessário a maioria absoluta dos
votos, de acordo com o Art.126.

Só são elegíveis para o cargo de Presidente da República cidadãos


portugueses de origem e que tenha no mínimo 35 anos, esta exigência tem
haver com uma certa experiência de vida para o exercício do cargo.
Paralelamente aos poderes do cargo, o PR tem um peso muito significativo na
influência das outras magistraturas.

O mandato do PR tem a duração de 5 anos isto nos termos do Art. 128, e é


possível haver outro mandato consecutivo, no entanto o Art. 123, n.1, não é
possível ser reeleito três vezes consecutivas.

A constituição confere-lhe poderes que estão nos Art. 133,134,135; há outras


competências possíveis distinguindo-se os poderes próprios, aqueles que ele
exerce sozinho, Art.133 alíneas e), f) e g); e há em alternativa poderes
partilhados que é necessário a partilha com outros órgãos. Quando o poder é
partilhado é lhe aplicado o Estatuto da Referenda Ministerial, é uma
autorização do governo, para a prática de certos atos pelo PR. Quando há
poderes partilhados o governo intervém através da Referenda Ministerial.

Art.133, d)- o PR pelo seu estatuto, tem um papel muito importante na


condução política colocando assuntos que considera relevantes na ordem do
dia, tal como a capacidade de resolver determinados problemas, o PR tem a
importância de chamar a atenção sobre determinados assuntos que deverão
ser abordados.

O PR tem o poder de dissolver a AR, sendo um poder de último recurso, o


mesmo se aplica aos parlamentos das Regiões Autónomas.

O PR tem o poder de decretar Estado sítio e Estado de emergência.

Tem também o poder de veto e de promulgação.

Quando o PR veta uma lei está em causa, a AR e o governo que promulgam


uma lei que é enviada para o PR, para a lei ser publicada no diário o PR tem de
promulgar se aceitar, ou vetar se recusar ou determinar alguma
inconstitucionalidade.

Além disso, o PR tem poderes de controlo de constitucionalidade, em que


garante a constituição, que são no fundo a fiscalização preventiva, a
fiscalização sucessiva abstrata, o veto político (enquadra-se nos poderes de
controlo, mas, no entanto, numa vertente mais política) este veto, tal como o
veto de inconstitucionalidade aplica-se nos termos do Art. 136. A não ser que
envie para o TC.

Art.36, n.4 – decretos de lei do governo, o PR tem 40 dias para vetar ou


promulgar. Se o PR vetar um decreto do governo não dá para o contornar,
diferenciando o Governo da AR.

Assembleia da República
É a Assembleia representativa dos cidadãos, Art.138 número de deputados, os
deputados são eleitos por círculos eleitorais; nos termos do Art.152, n.2, os
deputados representam todo o país.

Os deputados dos mesmos partidos constituem se naquilo que se chama a


eficiência parlamentar, não há deputados únicos de um partido.

Art. 160, n.1, alínea c) - fala-nos da possibilidade de perda de mandato dos


deputados.

A AR tem quanto ao seu funcionamento autonomia para regular o seu


funcionamento, tem o seu regimento próprio tem também a função de eleger
por maioria absoluta o presidente e outros membros e tem a possibilidade de
constituir a comissão permanente, Art. 175.

Art.174 e Art.161, n.1, há aqui um aspeto relevante no Art.161, n.2, quando é


dissolvida a AR e o que este Art. diz é que se houver uma nova eleição o
mandato é de 4 anos somados os anos que ainda faltavam para cumprir na
legislatura anterior.

As competências da AR exceto (Art.198, n.2 competências do governo) as


competências politico-legislativas da AR não são iguais, por vezes são
concorrentes com o governo, mas há outros que estão entregues pela reserva
à AR, Arts. 164 e 165, assuntos sobre os quais o governo e as assembleias
legislativas das regiões autónomas não se podem pronunciar/legislar.

Só em certas circunstâncias a AR pode autorizar o governo a legislar sobre


alguns assuntos que lhe dizem respeito.

A AR é um órgão legislativo de excelência; a competencia da AR não é apenas


legislativa, tem também competências de controlo que visam controlar
essencialmente o governo, estes poderes são por vezes político (abstenção de
um programa do governo, por exemplo), Art. 169, a abstenção parlamentar de
decretos legislativos; tem também nos termos do Art.162 poderes de
fiscalização e tem outra competencia de autorização Art.161 alíneas l), h) e m),
tem também um papel de escolha de outros órgãos Art.163 alíneas d) e h).
Aula teórica 03-03-2023
Art.161 – competências de natureza política, mas no Art.161 a competencia da
AR é de natureza legislativa e política. A alteração da legislação é o poder
legislativo.

Art. 164 e 165, função legislativa artigos importantes, está tudo abrangido por
aquilo que é a competência legislativa exclusiva da AR.

Art.198 n.2, só o governo é que pode legislar sobre a sua organização e


funcionamento.

Há competência legislativa autorizada, ou seja, a AR pode autorizar o governo


e as assembleias regionais a legislar sobre certas matérias (Art.165), então
nesta competencia legislativa o governo também legisla se for autorizado pela
AR, para alem disso, a competência legislativa pode ser concorrência, ou seja,
sobre determinadas matérias tanto a AR como o governo podem legislar. Estes
conceitos de competência também surgem noutros contextos, por exemplo, a
dissolução da AR por parte do PR é uma competencia exclusiva do PR.

Sumários desenvolvidos: Professor Gustavo- págs. 16 e 17.

A aplicação do direito num caso concreto em situação de litígio.

Art.222, cabe aos tribunais o exercício de reserva.

Órgãos de soberania pág.19

O Estado materializa a vontade de uma pessoa jurídica. O órgão é composto


por pessoas físicas que agem em nome do Estado.

A classificação dos órgãos pode ser singular ou composta.

Órgãos simples e órgãos complexos- o órgão simples são órgãos


singulares, os órgãos complexos têm a ver com o procedimento da aprovação
de certos atos, muito mais complexo.

Órgãos eletivos e não eletivos- órgãos eletivos são órgãos eleitos, mas por
exemplo os juízes do TC são escolhidos pelos deputados, e o primeiro-ministro
e alguns membros do governo são nomeados pelo PR.

Órgãos representativos são todos os órgãos de soberania, o governo, a AR e


o PR podem ser órgãos representativos, mas não obstante, há a constituição a
dizer que a representação política cabe ao PR (chefe de Estado). E os não
representativos pode ser os conselhos de Estados, os tribunais, …

Órgãos constitucionais são aqueles que estão previstos na constituição, os


órgãos não constitucionais são aqueles que são criados por decretos de lei.
Os órgãos consultivos e os órgãos deliberativos- os órgãos deliberativos
são aqueles que tomam decisões, órgãos consultivos são os de conselho de
Estado.

Pág. 22, ponto 32- sublinhar; o ponto 33.

Um órgão só tem as competências atribuídas pela constituição.

35. Quando um órgão exerce uma competencia que é atribuída a outro órgão,
existe uma inconstitucionalidade que resulta na anulação do ato.

38. As competências exclusivas são competências exclusivas a um único


órgão.

Órgão com preterição do seu exercício normal por qualquer outro.

Competências concorrentes são competências que podem ser exercidas


simultaneamente por mais do que um órgão.

Competência legislativa concorrencial- entre o governo e a AR (ambos podem


legislar sobre tais matérias).

A competência legislativa autorizada e competencia legislativa de


desenvolvimento, ou seja, a AR mediante lei autoriza o governo a legislar sobre
matérias do Art.165, e também o governo pode desenvolver os princípios de
leis de base da AR, ou seja, a AR recebe o quadro legislativo (define) e o
governo legisla (desenvolve).

Princípios gerais
Regra geral- decisões adotadas por uma pluralidade de votos Art.116, n.3.

Salvo os casos previstos na CRP.

Pluralidade de votos- podem não estar presentes todos os deputados e ser


aprovada uma determinada decisão/lei, contam-se os votos dos deputados
presentes. Há exceção do Art. 284, n.2 e Art.286.

Art.136, n.2 e n.3- o veto político do PR pode ser ultrapassado pela AR, mas
não é ultrapassado por uma maioria qualquer, tem de ser uma maioria absoluta
ou uma maioria orgânica. 2/3 dos deputados presentes, ou seja, tem de ser
sempre superior da maioria absoluta.

Art. 168, n.5- as leis orgânicas são leis sobre determinadas matérias, por
exemplo, a nacionalidade, Art. 166, n.2, as leis orgânicas carecem de
aprovação da maioria absoluta dos deputados, por exemplo se existir uma
alteração à lei da nacionalidade essa lei só pode ser aprovada com pelo menos
116 votos a favor. Art.168, n.6- carecem de aprovação superior à maioria
absoluta, ou seja, 117 votos a favor.

Art. 279, n.2- este Art. diz respeito ao procedimento quando a AR ou o governo
envia um diploma ao PR este pode ou não promulgar e este em caso de dúvida
pode enviar ao TC para averiguar a sua constitucionalidade.

Art.110, n.2- competência dos órgãos de soberania tem de ser definidas pela
constituição.

A vacatura, os órgãos de soberania podem ser substituídos em caso de


vacatura, ou em caso de nomeação do governo, ou nos casos de
impedimentos, por exemplo o PR ser substituído pelo Presidente da AR
tornando-se no PR interino.

53. A responsabilidade política não é a mesma coisa que responsabilidade


criminal ou civil, por exemplo, o Art.157, n.1 da CRP. Há a responsabilidade
política no sentido de aprovar alguma coisa que beneficie o setor de
determinada atividade, ou aprovar alguma coisa que aumente a criminalidade,
nestes casos pode haver uma responsabilidade política, ou seja ninguém é
preso, mas as consequências são por exemplo a demissão dos titulares desses
encargos públicos.

Os crimes praticados por exemplo, a traição à prática, cometer algo contra a


CRP, abuso de poder.

A responsabilidade civil- não cumprimento de contratos no contexto do direito


civil.

A responsabilidade política vai ter repercussões na eleição dos mandatos, pois


as pessoas não vão votar naqueles titulares, pode o seu mandato não ser
renovado. A censura do governo através do Art. 194 e a rejeição do voto de
confiança que dá origem à demissão do governo Art.193.

Moção de confiança provém da AR ao pedido de confiança feito pelo governo


que é quando tem a certeza de que na AR não vão rejeitar essa moção de
confiança ou então assuntos impopulares que o governo não quer ficar sozinho
e quer o apoio da AR.

A responsabilidade criminal surge no exemplo do Art. 117,n.2, a lei que regula


a responsabilidade criminal é Lei n.º 34/87, de 16 de Julho.

Imunidades e privilégios
Nomeadamente o Art.157.
Art. 116, n.2, o juiz pode apreciar a prova de forma errada quer em virtude das
suas circunstâncias, quer as suas concessões que influenciam a avaliação da
prova, mas mesmo assim o juiz não pode ser responsabilizado; a não ser que
aceite suborno aí pode ser acusado criminalmente.

O Juiz só pode ser transferido, suspenso, de forma compulsiva no contexto de


quando não cumpre as suas funções de aplicar a lei e fazer justiça, mas não
pode um juiz ser castigado fora desse processo, tem de ser um processo
transparente e legítimo, o juiz pode ser transferido.

Princípio da renovação dos titulares de cargos públicos


Os cargos públicos não são vitalícios e há limitações a renovação dos
mandatos políticos; ponto 55. do sumário desenvolvido- proibição da
monarquia hereditária, Art.118, n.2.

As incompatibilidades constitucionalmente consagradas estão no Art. 165, n.4.

Liberdade de renunciar ao mandato- Art. 160, n.2

Há limites a essa liberdade: exemplos não escritos expressamente, mas


indicados nos Art. 142, f) [Conselho de Estado], Art.132, n.1 [substituição
interina].

Princípio da proibição de abandono das funções


O Governo, Art.186, n.5, limitar-se-á à prática dos atos necessários de gestão
administrativa, negócios públicos, mas não pode exercer atividade legislativa.

Aula teórica 17-03-2023

Veto político
O veto político é o poder do PR de sancionar um decreto da AR ou do Governo
por motivos políticos. Sancionar um decreto no sentido de não concordar com
alguma disposição da AR ou do Governo por motivos políticos, então veta
politicamente recusando a promulgação do diploma e devolve esse diploma ao
órgão que o aprovou para que este o reformule ou se for caso disso (só a AR)
o confirme [o diploma] nos termos do Art. 136.

Não pode invocar a violação da constituição para vetar politicamente, ou a


dignidade da pessoa humana, mas pode por exemplo fundamentar com o
interesse público.

Nota: A lei orgânica são as leis sobre o Art. 166, n.2.

O veto político assim como a promulgação são poderes do PR que são livres,
ou seja, ele pode ou não promulgar/vetar politicamente, quanto à promulgação
ela é obrigatória quando é lei constitucional e também quando a AR ultrapassa
o veto político Art. 186, n.2 e n.3, a fiscalização é preventiva porque o diploma
ainda não está em vigor foi enviada ao PR para promulgação e este tem
duvidas quanto a conformidade de uma disposição do diploma da AR ou do
Governo com a Constituição, a violação de normas da constituição, se o PR
pretende requerer a fiscalização preventiva da constitucionalidade não pode
vetar politicamente o diploma tem de esperar por uma decisão do TC, então
restam-lhe duas hipóteses:

Se a decisão do TC for no sentido da inconstitucionalidade da norma do


diploma, ou seja, o TC entende que o diploma é inconstitucional, então o PR
não pode vetar politicamente tem de vetar por inconstitucionalidade
obrigatoriamente. Devolve o diploma à AR ou ao Governo, o Governo ou acata
a decisão ou reformula o diploma e devolve novamente ao PR, e este se tiver
novamente dúvidas pode enviar outra vez para o TC ou vetar politicamente; o
PR só pode vetar por inconstitucionalidade um diploma, quer seja pela AR ou
pelo Governo, se o TC se pronunciar previamente sobre a inconstitucionalidade
da norma. Art. 279, n.2, a AR pode deixar cair o diploma, pode retirar a norma
inconstitucional e reformula o diploma e envia novamente para o PR ou então
ultrapassa o veto por inconstitucionalidade, mas por uma maioria mais
agravada, o PR não está obrigado a promulgar o diploma.

Supondo que o TC se pronuncia pela constitucionalidade da norma, ou seja, a


norma está em conformidade com a constituição, então o PR não pode vetar
por inconstitucionalidade, mas pode ou promulgar ou vetar politicamente nos
termos do Art. 136, n.1, ou nos casos do Governo Art. 136, n.4.

Art. 136, n.5 o PR pode exercer o direito de veto por inconstitucionalidade.

Competência exclusiva do Governo


A AR não pode fazer cessar a sua vigência nem aprovar sobre essa matéria,
as competências exclusivas do Governo muito reduzida sendo apenas a sua
organização.

Art. 169, n.2

Quando o Governo legisla sobre uma das matérias do Art. 165 com base numa
lei de autorização da AR, a AR pode suspender no todo ou em parte a vigência
do decreto de lei em sede de apreciação parlamentar deste decreto de lei até à
publicação da lei da AR que o vier alterar, ou seja, a AR pode apreciar os
decretos do Governo com o fim de fazer cessar a vigência desses decretos, só
não pode apreciar decretos sobre a organização e funcionamento do Governo,
porque são matérias da exclusiva competencia do Governo.
Em relação aos decretos de matéria do Art. 165 em que o governo só pode
legislar se for autorizado pela AR, se o governo aprovar um decreto e ele for
promulgado a AR pode apreciar esse decreto de lei com o objetivo de pôr fim à
sua vigência, mas nestes casos, a AR durante o processo de apreciação
parlamentar pode suspender a vigência do decreto; nos outros decretos de lei
não.

Art. 169, n.3

Art. 169, n.4- a cessação da vigência de um decreto de lei por parte da AR


toma a forma de resolução, não é uma lei, o Governo pode voltar a legislar
outra vez só não poderá voltar a ser publicado no decurso da mesma sessão
legislativa.

Caduca o procedimento da cessação parlamentar nos termos do Art. 169, n.5,


se requerida a apreciação não se ter pronunciado sobre essa apreciação nas
15 reuniões plenárias subsequentes ou então, não foi votada em votação final
a nova lei que afasta o decreto de lei em questão.

Atos Legislativos, Princípios e Competência Legislativa da


Assembleia da República, do Governo e das Assembleias
Legislativas Regionais

Que atos legislativos é que conhece?


No Art. 112, n.1, só podem ser leis da AR, os decretos de lei do Governos e os
decretos relativos regionais, ou seja, estes órgãos (AR, Governo e as
Assembleias relativas regionais) são os únicos órgãos com competencia
legislativa, por isso é que as, matérias mais importantes são objetos de atos
legislativos. Na hierarquia dos atos normativos estes atos são superiores aos
outros atos na hierarquia das normas, em Constitucional só vamos ver os atos
legislativos.

O que são leis de valor reforçado?


A lei da AR que está no topo da pirâmide é a lei constitucional, mas a seguir
vem aquelas leis que são as leis com valor reforçado, ou seja, são leis da
exclusiva competencia legislativa da AR, não obstante, o Governo ou as
Assembleias relativas regionais poderem apresentar propostas de lei sobre as
matérias de lei de valor reforçado, por exemplo, o Gover4no pode apresentar
uma proposta de lei sobre alteração da lei da nacionalidade, mas porque esta
matéria da nacionalidade é uma lei de valor reforçado (lei orgânica) só a AR
pode aprovar essa lei, por exemplo, o Estatuto da região autónoma da Madeira
ou dos Açores, as Assembleias Relativas Regionais da respetiva região podem
apresentar propostas de lei de alteração do seu Estatuto, mas só a AR pode
aprovar essa lei, porque é uma lei de matéria da sua exclusiva competencia e
de valor reforçado.

Em primeiro lugar são leis que só são aprovadas pela AR porque são de valor
reforçado, pois estão na hierarquia normativa abaixo da constituição, ou seja,
têm de respeitar o conteúdo da constituição, mas estão acima de qualquer
outro ato legislativo, ou seja, nenhum ato legislativo nem normativo pode
desrespeitar o conteúdo dessas leis. Ou seja, só podem ser modificadas ou
revogadas por lei de igual valor.
Que tipos de leis de valor reforçado conhece?
Lei orgânica- a lei orgânica e aquela lei que incide sobre matérias que estão
no Art. 166, n.2, matérias relativas à criação de órgãos, a procedimentos
eleitorais e a procedimentos de aquisição da nacionalidade, por exemplo a Lei
orgânica do TC, mas o mais fácil é olhar para o Art. 164.

As leis sobre as matérias do Art. 168, n.6- a lei respeitante à comunidade da


representação social, são leis da exclusiva competência da AR.

As leis da autorização- também da exclusiva competencia da AR, uma lei de


autorização é uma lei que fixa nos termos do Art. 165, n.2 da CRP apenas o
objeto, o sentido, a extensão e a duração da autorização legislativa que pode
ser concebida ao Governo ou às Assembleias relativas regionais, em relação
ao Governo a lei da autorização pode incidir sobre qualquer uma das matérias
do Art. 165, em relação às Assembleias relativas Regionais a lei da autorização
da AR só pode incidir sobre algumas das matérias do Art. 165, pois as
Assembleias relativas Regionais não são um órgão de soberania e algumas
matérias não podem ser legisladas pela mesma, Art. 227, n.1, al. b). É a única
lei que fixa um prazo para o governo ou para as Assembleias Relativas
Regionais legislarem se o governo ou as assembleias deixarem passar o prazo
caduca a legislação.

A AR pode legislar de forma exclusiva sobre qualquer uma das matérias do Art.
165, mas também pode aprovar uma lei de autorização para que o Governo
possa legislar sobre estas matérias. Só pode ser objeto de lei de autorização
os decretos da AR sobre as matérias do Art. 165.

Afeta indiretamente os cidadãos. No processo em tribunal as partes no


processo podem invocar a ilegalidade de um decreto de lei autorizado em
virtude desse decreto de lei estar em desconformidade com o conteúdo da lei
da autorização. O decreto de lei que se aplica aos cidadãos que foi emitido em
virtude de existir uma lei de autorização, mas o decreto de lei viola o sentido da
lei da autorização (o decreto ter ido mais além do que foi autorizado) esse
decreto de lei pode ser objeto de uma averiguação da constitucionalidade.

O decreto-lei autorizado aplica-se aos cidadãos, a AR dá uma autorização para


que o governo aprove um decreto que vai ser aplicado aos cidadãos, em
tribunal as partes podem entender que aquele decreto é inconstitucional e se o
decreto é inconstitucional a lei da autorização pode ser inconstitucional
também.

No Art. 165, n.3, uma autorização legislativa equivale a um decreto-lei


autorizado, no entanto o Governo tem de aprovar um decreto de lei que esgote
a matéria de autorização legislativa ou faz um decreto de lei sobre uma matéria
e outro decreto de lei de outra matéria, mas sobre a alçada da mesma lei de
autorização (execução parcelada da lei da autorização).

Art. 165, n.4- Se o Governo for demitido e não tiver aprovado um decreto de lei
autorizado a lei da autorização caduca.

Leis de bases, as leis-quadro e leis de enquadramento- próxima aula

O Governo pode desenvolver essa lei de bases através de decreto-lei de


desenvolvimento de lei de bases.

Aula teórica 24-03-2023


A lei de bases apenas define os princípios gerais do regime jurídico, quer seja
de matéria reservada da AR, quer seja da matéria concorrencial.

Através de decreto legislativo regional de desenvolvimento de lei de bases, a


lei de bases é sempre aprovada pela AR, quer seja sobre matéria da
competencia reservada da AR, quer seja em matéria concorrencial.

Competencia de desenvolvimento da lei de bases Art.198, n.1, alínea c).

Se a lei de bases incide sobre matéria da competencia legislativa concorrencial


do Governo e da AR, o Governo pode:

 Desenvolver a lei de bases através de decreto de lei de desenvolvimento


 O Governo pode aprovar um decreto de lei sobre essa matéria, ou seja,
qualquer um destes decretos-lei têm de estar em conformidade com a lei
de bases.

Só a lei de bases no âmbito da competencia exclusiva da AR é uma obrigação


legislativa imposta pela constituição, ou seja, a lei de bases do ensino, do
ambiente que estão no Art. 164 e 165, respetivamente, mas não tem de existir
obrigatoriamente as leis de bases em matéria concorrencial.
A lei de bases vincula quer em entidades públicas quer em cidadãos, apesar de
ser desenvolvida pelo Governo e pelas Assembleias relativas regionais.

A lei de bases é uma lei que incide sobre direito substantivo (princípios gerais
de um regime jurídico e não sobre regras processuais).

Leis de valor reforçado são sempre aprovadas pela AR.

O princípio da reserva de lei significa que só a AR pode legislar sobre matérias


no âmbito ou que estão incluídas na constituição como reserva de lei Art.164 e
165, a diferença entre:

Reserva absoluta de lei (Art.164)- só a AR pode aprovar leis sobre estas


matérias não pode existir lei de autorização sobre estas matérias, sob pena de
se violar o princípio de reserva absoluta de lei que é uma inconstitucionalidade.

Reserva relativa de lei (Art.165)- só a AR pode legislar e aprovar lei sobre


estas matérias, mas também pode autorizar o Governo a legislar sobre estas
matérias, princípio de reserva relativa de lei, neste princípio temos alguns
exemplos, por exemplo, a AR pode aprovar uma lei sobre o ambiente ou
aprovar uma lei de autorização sobre alguma matéria ambiental, desde que
aprove uma lei de bases do ambiente.

Se o Governo legisla sobre algumas matérias do Art.165 sem lei de autorização


violam o princípio da reserva relativa de lei, sendo uma inconstitucionalidade.

Princípio da prevalência da lei significa que as leis de valor reforçado são


superiores a qualquer outro ato normativo exceto à Constituição, isto significa
que todos os atos normativos infraconstitucionais têm de obedecer ao conteúdo
das leis de valor reforçado sobre pena de serem ilegais, por exemplo, um
decreto de lei autorizado que está em desconformidade com a lei de
autorização é um decreto-lei ilegal por violação do princípio da prevalência da
lei.

Se existe uma ilegalidade existe uma inconstitucionalidade, o princípio da


prevalência da lei de valor reforçado é um princípio constitucional, este
princípio encontra-se no Art.112, n.2, 2ªparte e n.3.

Princípio da tendencial paridade entre lei e decreto de lei (Art.112, n.1, 1ª


parte), As leis da AR sem valor reforçado tem igual valor normativo aos
decretos-leis, este princípio só se aplica entre lei da AR sem valor reforçado e
decretos-lei, isto significa que tanto a lei pode modificar ou revogar essa lei, ou
o decreto de lei pode modificar ou revogar a lei. Este princípio aplica-se à
competencia legislativa concorrencial entre o Governo e a AR.
21-04-2023
Art. 59, n.1- direito fundamental de natureza análoga.

Art. 59, n.2- direito fundamental

Art. 60, n.1- direito fundamental

Art. 60, n.2- para garantir os direitos dos consumidores

Art. 60, n.3- direito fundamental de participação na vida publicadas associações


de consumidores

Art.61- direito fundamental

Art. 62- direito fundamental

Art. 63- direito fundamental

Art. 64, n.1- direito fundamental

Art. 64, n.2- dever fundamental

Art. 65- direito fundamental, por exemplo se não há habitações para os


estudantes em lisboa a preços acessíveis, pode se revindicar como um dever
fundamental do estado e não como um direito. É possível acionar o tribunal
europeu dos direitos humanos.

Figuras afins dos deveres fundamentais


Interesse difuso não é um direito fundamental, por exemplo a proteção do
ambiente, da saúde pública do ordenamento do território, e porque são direitos
de todos não são direitos in dividuais todos podem agir processualmente para
defesa desses interesses difusos, por isso é que existe um direito fundamental
que está consagrado no Art. 52 da CRP que é um direito fundamental e quando
estamos perante interesses difusos os cidadãos em conjunto ou
individualmente podem tentar uma ação para defesa desses interesses que
são de todos, por exemplo a poluição de um rio, não confundir com uma
empresa que polui.

Direitos fundamentais como situações jurídicas ativas e as


suas características
1. Constitucionalidade- está consagrada na constituição
2. Absolutidade- normas de direitos fundamentais são normas que
prevalecem sobre todas as outras
3. Universalidade- todas as pessoas têm o mesmo direito
4. Inviolabilidade- têm de ser respeitados e reconhecidos, não podendo
ser violados arrecadando consequências como penas de prisão,
multas…
5. Não patrialidade- não são direitos avaliáveis em dinheiro, ou seja, o
valor da vida ou da integridade física não pode ser determinado de
forma certa.
6. Intransmissibilidade- não se podem transmitir
7. Irrenunciabilidade- ninguém pode renunciar os direitos fundamentais
nem por contrato.

Evolução dos direitos fundamentais


Os direitos fundamentais de 1º geração foram aqueles que nasceram no
Estado Liberal, inspirados na revolução francesa, liberdade, igualdade e
fraternidade. ~

Os de 2º geração surgem com a evolução do estado de direito social e com a


reivindicação dos direitos dos trabalhadores, dos direitos laborais e dos direitos
sociais.

Os de 3º geração são os do direito de ambiente, os da proteção de dados,


questões ligadas com a identidade genética, questões ligadas ao uso da
tecnologia.

Sistema português de direitos fundamentais


Configuração substantiva dos direitos fundamentais
A questão de que todos os Estados sendo eles fascistas, socialistas, … têm de
ter obrigatoriamente direitos fundamentais, significa que os direitos
fundamentais são limitados por uma ideologia.

A constituição pode ser aberta, sendo possível incluir direitos fundamentais na


constituição que não estejam consagrados.

Enumeração exemplificativa e direitos fundamentais


análogos
Ver no manual

O regime geral dos direitos fundamentais


Abrange matérias como o estudo de dois princípios fundamentais que é o
princípio da igualdade e da universalidade e abrange a colisão de direitos o
como se resolve a colisão de direitos incluindo os direitos externos e internos.

No regime geral aparece dois princípios consagrados no Art.12 e 13 ,ou seja,


ninguém pode ser discriminado por um algum fator subjetivo.
A igualdade e a diferença não se medem por critérios subjetivos, mas sim por
critérios objetivos.

Tudo o que tenha a ver com a liberdade de ensino só a AR pode legislar.

Direito à liberdade física, relacionando-se com as forças de segurança e ainda


a liberdade de exercício de cargos públicos quando esta lei se relaciona com
encargos públicos, ou seja, quando algumas matérias do Art. 164 que só a AR
pode legislar.

O exercício jurídico, limites internos e limites externos, isto tem a ver com a
constituição fixa limites ao exercício do direito fundamental, se fixa estes limites
estamos a falar de limites internos, ou seja, fixados na constituição ao exercício
do direito fundamental, por exemplo, a liberdade de associação, o direito de
reunião, Art. 51, n.3; Art. 46, n.1;

Existem direitos fundamentais que não estão expressamente consagrados na


constituição, mas resultam do confronto de outros direitos fundamentais ou
com a prevalência e com o interesse público, originando colisões de direitos,
por exemplo, a liberdade de imprensa de um jornal e a reserva da vida privada
pode ser um limite externo à liberdade de imprensa.

Direitos fundamentais
Art. 18, Princípio da pessoa humana e princípio da retroatividade

Para salvaguardar outros direitos ou interesses considerados superiores neste


caso e de acordo com o Art. 18.

O regime especial dos direitos, liberdades e garantias.

N.1- está o princípio da aplicabilidade direta e imediata dos direitos


fundamentais;

Restrição legislativa de direitos, liberdades e garantias, tem a ver com a


aplicação do Art. 18, n.2 e 3, nomeadamente, o princípio da proporcionalidade,
o princípio do núcleo essencial e o princípio da perspetividade (não
retroatividade) da lei que restringe os direitos fundamentais.

Art. 19, princípio da proporcionalidade

Faz com que o Estado sítio ou estado de emergência seja renovado


dependendo das condições que estejam a acontecer.
Os direitos de estado sítio ou estado de emergência nunca podem ser
suspensos.

Em termos de organização do estado, o Estado sitio e o estado de emergência


mantém-se nesta estrutura, ou seja, o estado sitio e o estado de emergência
não há limitações/suspensão do princípio da separação e interdependência de
poderes consagrado na Constituição.

Juntamente com as restrições há as medidas que o governo vai adotar para


combater as controvérsias.

Art. 21, Direito de resistência

Art. 22, Responsabilidade das entidades públicas

Por exemplo, um juiz comete um erro grosseiro na interpretação do direito e


leva que uma pessoa seja condenada e presa, neste caso a responsabilidade é
do estado, a responsabilidade só é do magistrado se for comprovado que
cometeu um erro grosseiro.

O Estado pode responder pelo funcionário, mas depois responsabilizar o


funcionário.

O Estado é civilmente responsável.

Objetivos do teste:

 O que é um direito fundamental


 A classificação dos direitos fundamentais (regimental e formal)
 O que é um interesse difuso
 Características dos direitos fundamentais
 Colisão de direitos e como se resolve (critério da concordância/ critério
valorativo); limites internos e externos ao exercício dos direitos
fundamentais
 Interpretação dos Art. 16, 17, 18 e 19 da CRP.
 Regime geral, Art. 13 e 14, direitos universais e igualitários
 Pergunta prática sobre a organização do estado e procedimento
legislativos.
 Atos legislativos

::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Princípio da proteção consagrado no Art. 18, n.3, este principio te a ver com o
conhecimento de cada conteúdo dos direitos fundamentais, há direitos que a
CRP delimita os direitos, mas as restrições a esses direitos não podem
desrespeitar a definição de direitos fundamentais.
Mesmo que a lei restrinja um direito fundamental nunca o seu conteúdo
fundamental pode ser eliminado.

Existem 2 teorias para determinar qual é o conteúdo essencial de um direito


fundamental:

A teoria absoluta e a teoria relativa


A teoria absoluta significa que existe um conteúdo abstratamente
determinável, significa que a determinação do conteúdo essencial do direito
fundamental não depende do caso concreto, ou seja, é sempre o mesmo, por
exemplo, o direito à saúde.

A teoria relativa, a determinação do conteúdo essencial depende das


circunstancias do caso concreto e com recurso aos parâmetros ditados pelo
principio da proporcionalidade, por exemplo, o Art.62 da CRP, direito da
propriedade privada este contém em si uma limitação em virtude da função
social da propriedade privada, neste caso o Estado pode impedir de construir
no seu terreno se a construção não respeitar a proteção dos solos aptos à
agricultura, ou a biodiversidade do local, ou os componentes biológicos que o
solo contém, o decreto de lei da reserva agrícola nacional, reserva ecológica
nacional, ou seja o Estado pode determinar certos terrenos que o proprietário
não pode construir, ou seja, o conteúdo essencial é aplicável à teoria absoluta
ou relativa para determinar o mesmo, ou dizemos que há um núcleo pré-
definido ou que há um caso concreto dos factos.

Estas restrições são temporárias, não são perpetuas, pois pode já não existir
um interesse ambiental ou agrícola e aquele terreno deixar de estar integrado
em RAN ou em REN.

A teoria relativa deter mina o conteúdo do direito fundamental tendo em conta


os factos do caso concreto, por exemplo, qual é o objetivo da natureza, e
depois aplica-se o princípio da proporcionalidade, existem várias medidas para
por em prática o direito fundamental e escolhe-se a menos lesiva, porque
importa saber os factos concretos, pois num contexto concreto deve-se saber
se é um problema de saúde publica ou de segurança pública.

O núcleo essencial quando está relacionado com a dignidade da pessoa


humana é entendido como um conteúdo essencial de carater subjetivo, ou seja,
é um núcleo essencial individual e não é apenas um conteúdo essencial que
visa o equilíbrio de sistema de direitos liberdades e garantias.
Fiscalização da constitucionalidade
Uma norma que se aplique a um caso concreto está ou não em conformidade
com a constituição.

Sebenta no moodle

Em Portugal, angola e brasil quando a constituição consagra a constituição


concentrada como a difusa, para certos tipos de processo o único órgão que
pode apreciar a conformidade das normas com a constituição é o tribunal
constitucional, então nestes países, qualquer juiz que tem o processo em mãos
tem de utilizar a constituição, então uma norma que se aplica a um caso
concreta essa norma tem de estar em conformidade com a constituição.

O sistema de fiscalização da constitucionalidade em Portugal inspirou-se no


modelo Austríaco e no modelo Norte-Americano, ou seja, é um modelo misto. 1

Fiscalização da constitucionalidade por ação


A fiscalização por ação incide sobre um ato normativo.

A fiscalidade da constituição por ação pode ser preventiva, sucessiva, concreta


ou abstrata.

A fiscalidade preventiva da Constitucionalidade- Art. 278, previne que uma


norma inconstitucional entre em vigor.

Fiscalização sucessiva- é sobre uma norma que já está em vigor.

Fiscalização concreta- para se acionar o TC é preciso existir um caso em


concreto num tribunal inferior; Esta fiscalização é incidental; Tem de existir um
processo em tribunal de pessoas concretas.

Exemplo:

Se há um recurso, por exemplo, o sr. A tem um processo em tribunal, mas não


está contente com a decisão do juiz e afirma que a norma/ou a interpretação do
juiz é inconstitucional e recorre ao TC para avaliar se a norma é constitucional
ou não se a norma for considerada inconstitucional, esta não se vai aplicar a
este caso em concreto, mas continua em vigor para as outras pessoas.

O TC só se pronuncia sobre as normas que se aplicam em casos concretos, se


este declarar que é inconstitucional o tribunal a quo é que tem de retificar a sua
decisão.

Fiscalização Abstrata da constitucionalidade- não é necessário nenhum caso


em tribunal, simplesmente é uma norma em vigor ou que ainda não está em
1
Pág.3 da Sebenta do Moodle
vigor (sucessiva ou preventiva, respetivamente). Os efeitos são gerais, ou seja,
quando o tribunal declara com força obrigatória geral que uma norma é
obrigatória a norma não pode existir ou tem de sair do ordenamento jurídico.
Enquanto a fiscalização concreta é uma fiscalização que podem acionar como
advogados a fiscalização abstrata é só quem tiver certos casos políticos.

Fiscalização da constitucionalidade por omissão


Quando o legislador não legisla e a constituição impõe que ele deveria criar lei.

Fiscalização da legalidade- quando o governo legisla sobre uma matéria da


reserva relativa da AR em desconformidade com a lei de bases existe uma
ilegalidade que também é inconstitucional porque viola o conteúdo da lei de
valor reforçado e a prevalência da lei. Quando estamos perante uma
ilegalidade temos de seguir, a fiscalização da legalidade só pode ser sucessiva
e pode ser concreta ou abstrata.

09-06-2023

Fiscalização Sucessiva Concreta da


Constitucionalidade e da Legalidade
Os efeitos desta fiscalização só se aplicam e só têm efeitos num caso concreto.

O que tem de existir para se recorrer ao TC?

 Uma decisão de acolhimento da inconstitucionalidade e legalidade do


tribunal a quo [art.280, n.1, alínea a)]; As decisões do TC em regra geral
até o 3º caso concreto sobre a aplicação da mesma norma, por isso, é
que pode acontecer num tribunal decidirem em desconformidade com a
jurisprudência anterior do TC e nesse caso é possível pedir recurso.

Se é um processo de teor civil aplica-se o código civil, se for um processo de


penal aplica-se o código penal.

Neste caso de decisão de não acolhimento só pode recorrer se for a parte se


for ele que invocou a inconstitucionalidade.

 Uma decisão de não acolhimento

O TC é obrigado a recorrer.

 Ministério Público

Se o TC já se tiver pronunciado sobre inconstitucionalidade do caso e,


entretanto, a norma continua em vigor há uma decisão do juiz quo que decide
utilizar a jurisprudência de outro caso o Ministério publico é obrigado a recorrer
se o juiz quo não seguiu a jurisprudência do TC Art. 280, n.5.

Regra geral o MP é obrigado a recorrer ao TC se já houver jurisprudência do


TC sobre a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma norma, mas o
TC pode abster-se de entrepor recurso de decisões contrárias à jurisprudência
do TC quando essa jurisprudência está consolidada, ou seja, quase todos os
tribunais seguem a orientação do TC, porque o MP pode recorrer para as
custas mais altas, os tribunais não são obrigados a obedecer a jurisprudência
de tribunais mais altos a não ser que a constituição o diga em certos casos.

Artigo 70.º
Remeter para o Art. 280
(Decisões de que pode recorrer-se)
1. Cabe recurso para o Tribunal Constitucional, em secção, das decisões dos tribunais:

a) Que recusem a aplicação de qualquer norma, com fundamento em inconstitucionalidade;


b) Que apliquem norma cuja inconstitucionalidade haja sido suscitada durante o processo;
c) Que recusem a aplicação de norma constante de acto legislativo, com fundamento na sua
ilegalidade por violação de lei com valor reforçado;
d) Que recusem a aplicação de norma constante de diploma regional, com fundamento na sua
ilegalidade por violação do estatuto da região autónoma ou de lei geral da República;
e) Que recusem a aplicação de norma emanada de um órgão de soberania, com fundamento na
sua ilegalidade por violação do estatuto de uma região autónoma;
f) Que apliquem norma cuja ilegalidade haja sido suscitada durante o processo com qualquer
dos fundamentos referidos nas alíneas c), d) e e);
g) Que apliquem norma já anteriormente julgada inconstitucional ou ilegal pelo próprio
Tribunal Constitucional;
h) Que apliquem norma já anteriormente julgada inconstitucional pela Comissão Constitucional,
nos precisos termos em que seja requerido a sua apreciação ao Tribunal Constitucional;
i) Que recusem a aplicação de norma constante de acto legislativo, com fundamento na sua
contrariedade com uma convenção internacional, ou a apliquem em desconformidade com o
anteriormente decidido sobre a questão pelo Tribunal Constitucional.

2. Os recursos previstos nas alíneas b) e f) do número anterior apenas cabem de decisões


que não admitam recurso ordinário, por a lei o não prever ou por já haverem sido
esgotados todos os que no caso cabiam, salvo os destinados a uniformização de
jurisprudência.

3. São equiparadas a recursos ordinários as reclamações para os presidentes dos


tribunais superiores, nos casos de não admissão ou de retenção do recurso, bem como as
reclamações dos despachos dos juízes relatores para a conferência.

4. Entende-se que se acham esgotados todos os recursos ordinários, nos termos do n.º 2,
quando tenha havido renúncia, haja decorrido o respectivo prazo sem a sua interposição
ou os recursos interpostos não possam ter seguimento por razões de ordem processual.

5. Não é admitido recurso para o Tribunal Constitucional de decisões sujeitas a recurso


ordinário obrigatório, nos termos da respectiva lei processual.
6. Se a decisão admitir recurso ordinário, mesmo que para uniformização de
jurisprudência, a não interposição de recurso para o Tribunal Constitucional não faz
precludir o direito de interpô-lo de ulterior decisão que confirme a primeira.

Uma lei ou decreto de lei do governo ou um decreto regulamentar do Governo


que viole a constitucionalidade regional.

Artigo 75.º
(Prazo)
1. O prazo de interposição de recurso para o Tribunal Constitucional é de 10 dias
e interrompe os prazos para a interposição de outros que porventura caibam da
decisão, os quais só podem ser interpostos depois de cessada a interrupção.

2. Interposto recurso ordinário, mesmo que para uniformização de jurisprudência,


que não seja admitido com fundamento em irrecorribilidade da decisão, o prazo
para recorrer para o Tribunal Constitucional conta-se do momento em que se
torna definitiva a decisão que não admite recurso.

No Art. 75 da LTC, isto significa que tem 10 dias uteis de decisão positiva ou
negativa de inconstitucionalidade ou ilegalidade do juiz a quo, e se existirem ou
se a lei admitir recurso direto, os recursos da relação para o supremo não
correm, pois e possível na primeira instancia recorrer para o TC, sem recorrer
para a relação ou para o supremo tribunal.

Se não ficar satisfeito com a decisão do Tribunal Constitucional pode recorre


para o supremo ou para o tribunal da relação , mas não sobre a questão da
constitucionalidade.

Artigo 75.º-A
(Interposição do recurso)
O tribunal só identifica
1. O recurso para o Tribunal Constitucional interpõe-se por meio de
a norma que está no
requerimento, no qual se indique a alínea do n.º 1 do artigo 70.º ao
requerimento.
abrigo da qual o recurso é interposto e a norma cuja
inconstitucionalidade ou ilegalidade se pretende que o Tribunal aprecie.

2. Sendo o recurso interposto ao abrigo das alíneas b) e f) do n.º 1 do artigo 70.º,


do requerimento deve ainda constar a indicação da norma ou princípio
constitucional ou legal que se considera violado, bem como da peça processual Art. 281, n.2
em que o recorrente suscitou a questão da inconstitucionalidade ou ilegalidade.

3. No caso dos recursos previstos nas alíneas g) e h) do artigo 70.º, no


requerimento deve identificar-se também a decisão do Tribunal Constitucional ou
da Comissão Constitucional que, com anterioridade, julgou inconstitucional ou
ilegal a norma aplicada pela decisão recorrida.

4. O disposto nos números anteriores é aplicável, com as necessárias adaptações,


ao recurso previsto na alínea i) do n.º 1 do artigo 70.º.

5. Se o requerimento de interposição do recurso não indicar algum dos elementos


previstos no presente artigo, o juiz convidará o requerente a prestar essa
indicação no prazo de 10 dias.

6. O disposto nos números anteriores é aplicável pelo relator no Tribunal


Constitucional, quando o juiz ou o relator que admitiu o recurso de
constitucionalidade não tiver feito o convite referido no n.º 5.

7. Se o requerente não responder ao convite efectuado pelo relator no Tribunal


Constitucional, o recurso é logo julgado deserto.

Artigo 76.º
(Decisão sobre a admissibilidade)
1. Compete ao tribunal que tiver proferido a decisão recorrida apreciar a
admissão do respectivo recurso.

2. O requerimento de interposição de recurso para o Tribunal Constitucional deve


ser indeferido quando não satisfaça os requisitos do artigo 75.º-A, mesmo após o
suprimento previsto no seu n.º 5, quando a decisão o não admita, quando o
recurso haja sido interposto fora do prazo, quando o requerente careça de
legitimidade ou ainda, no caso dos recursos previstos nas alíneas b) e f) do n.º 1
do artigo 70.º, quando forem manifestamente infundados.

3. A decisão que admita o recurso ou lhe determine o efeito não vincula o


Tribunal Constitucional e as partes só podem impugná-la nas suas alegações.

4. Do despacho que indefira o requerimento de interposição do recurso ou


retenha a sua subida cabe reclamação para o Tribunal Constitucional.

Constituição do Tribunal Constitucional


Funcionamento do Tribunal

Artigo 40.º
(Sessões) 3 secções
1. O Tribunal Constitucional funciona em sessões plenárias e por secções.
2. O Tribunal Constitucional reúne ordinariamente segundo a periodicidade a
definir no regimento interno e extraordinariamente sempre que o presidente o
convocar, por iniciativa própria ou a requerimento da maioria dos juízes em
efectividade de funções.

3. (Revogado.)

Artigo 41.º
(Secções)
1. Haverá três secções não especializadas, cada uma delas constituída pelo
presidente ou pelo vice-presidente do Tribunal e por mais quatro juízes.

2. A distribuição dos juízes, incluindo o vice-presidente, pelas secções e a


determinação da secção normalmente presidida pelo vice-presidente serão feitas
pelo Tribunal no início de cada ano judicial.

Na falta de elementos ou então outra questão simples de direito constitucional


é simples, pois já existe jurisprudência e não vai para apreciação de outro juiz-
Art. 78-A.

Artigo 78.º-A
(Exame preliminar e decisão sumária do relator)
1. Se entender que não pode conhecer-se do objecto do recurso ou que a questão
a decidir é simples, designadamente por a mesma já ter sido objecto de decisão
anterior do Tribunal ou por ser manifestamente infundada, o relator profere
decisão sumária, que pode consistir em simples remissão para anterior
jurisprudência do Tribunal.

2. O disposto no número anterior é aplicável quando o recorrente, depois de


notificado nos termos dos n.ºs 5 ou 6 do artigo 75.º-A, não indique integralmente
os elementos exigidos pelos seus n.ºs 1 a 4.

3. Da decisão sumária do relator pode reclamar-se para a conferência, a qual é


constituída pelo presidente ou pelo vice-presidente, pelo relator e por outro juiz
da respectiva secção, indicado pelo pleno da secção em cada ano judicial.

4. A conferência decide definitivamente as reclamações, quando houver


unanimidade dos juízes intervenientes, cabendo essa decisão ao pleno da secção
quando não haja unanimidade.
5. Quando não deva aplicar-se o disposto no n.º 1 e, bem assim, quando a
conferência ou o pleno da secção decidam que deve conhecer-se do objecto do
recurso ou ordenem o respectivo prosseguimento, o relator manda notificar o
recorrente para apresentar alegações

Muitos casos são feitos com um juiz (juiz singular).

O pleno da secção são todos os juízes da secção à qual foi distribuído o


processo.

Quando é que os juízes decidem em plenário?

Quando a questão não é simples e quando no Art.78-A, n.3, quando são


questões complexas são apreciadas pelos juízes a qual foi confiado o
processo, e quando não há uma decisão da conferencia por unanimidade
quanto ao recurso legislação do juiz relator, quem decide são os juízes a quem
foi distribuído o processo. Por ultimo vem o plenário que são todos os juízes do
plenário, Art. 69-A, neste caso só são questões complexas p.e. a questão da
eutanásia.

Artigo 79.º-D
(Recurso para o plenário)
1. Se o Tribunal Constitucional vier julgar a questão da inconstitucionalidade ou
ilegalidade em sentido divergente do anteriormente adoptado quanto à mesma
norma, por qualquer das suas secções, dessa decisão cabe recurso para o plenário
do Tribunal, obrigatório para o Ministério Público quando intervier no processo
como recorrente ou recorrido.

2. O recurso previsto no número anterior é processado sem nova distribuição e


seguirá ainda que não tenham sido apresentadas alegações pelo recorrente.

3. Concluído o prazo para apresentação de alegações, irá o processo com vista ao


Ministério Público, se este não for recorrente, por dez dias, e depois a todos os
juízes, por cinco dias.

4. Terminados os vistos, será o processo é inscrito em tabela para julgamento.

5. A discussão tem por base o acórdão recorrido e, concluída ela e tomada a


decisão do Tribunal, o acórdão é lavrado pelo relator ou, se este ficar vencido,
pelo juiz que deva substituí-lo.

6. Se o Tribunal mantiver a decisão recorrida, o acórdão pode limitar-se a


confirmá-la, remetendo para a respectiva fundamentação.
7. O disposto neste artigo é correspondentemente aplicável no caso de
divergência jurisprudencial verificado no âmbito do recurso previsto na alínea i)
do n.º 1 do artigo 70.º.

Para evitar divergências há um recurso dentro do próprio TC, que há recursos


para o plenário obrigatório para o Ministério Público.

Recursos para o TC
Art. 76- recurso da decisão de inconstitucionalidade

Art. 76, n.4- recurso da decisão do juiz a quo que não admita o recurso para o
TC

Art. 78-B e Art. 78-A; Recurso de decisão sumária do relator do TC.

Num processo a secção 1 do TC decidiu que a norma X era inconstitucional,


mas para outro caso a norma X é considerada legal, então à recurso para o
plenário do TC, isto é, o recurso vai para todos os juízes.

Artigo 80.º
(Efeitos da decisão)
1. A decisão do recurso faz caso julgado no processo quanto à questão da
inconstitucionalidade ou ilegalidade suscitada.

2. Se o Tribunal Constitucional der provimento ao recurso, ainda que só


parcialmente, os autos baixam ao tribunal de onde provieram, a fim de que este,
consoante for o caso, reforme a decisão ou a mande reformar em conformidade
com o julgamento sobre a questão da inconstitucionalidade ou da ilegalidade.

3. No caso de o juízo de constitucionalidade ou de legalidade sobre a norma que Se a


a decisão recorrida tiver aplicado, ou a que tiver recusado aplicação, se fundar interpretação da
em determinada interpretação da mesma norma, esta deve ser aplicada com tal norma for
inconstitucional
interpretação, no processo em causa.

4. Transitada em julgado a decisão que não admita o recurso ou lhe negue


provimento, transita também a decisão recorrida, se estiverem esgotados os
recursos ordinários, ou começam a correr os prazos para estes recursos, no caso
contrário.

5. O disposto nos números anteriores é aplicável, com as necessárias adaptações,


à decisão do recurso previsto na alínea i) do n.º 1 do artigo 70.º.

Se a norma for interpretada de maneira inconstitucional a decisão do tribunal a


quo tem de ser conforme a decisão do tribunal constitucional
Quando o recurso sobe diretamente para o TC e estava na 1ª instancia, desde
que a decisão do juiz a quo seja uma decisão é de constitucionalidade ou
ilegalidade ou são recursos obrigatórios para o ministério público. Neste caso,
suspende-se os prazos de recurso para a relação e para o supremo e quando o
TC se pronunciar começa a contar o prazo para recorrer ou para a relação ou
para o supremo tribunal de justiça.

O recurso para a relação ou para o supremo só pode ser de qualquer questão


de direito e não sobre constitucionalidade.

Se o juiz entender que a norma não é inconstitucional o recurso não pode subir
diretamente para o TC, para isso tem de esgotar os recursos (recursos no
tribunal da relação e no supremo tribunal).

Quando o TC profere uma decisão começa a contar o prazo caso queiram


recorrer a outros recursos sem ser da constitucionalidade.

Caso prático sobre a fiscalização da


constitucionalidade
3. Marcelo intenta uma ação contra Judite no Tribunal de 1ª
instância X. Marcelo invoca o seu direito de propriedade
privada sobre um terreno. Judite entende que tal terreno lhe
pertence e invoca o mesmo direito.

a) No decorrer do processo o Juiz do Tribunal X entende que


uma norma de um decreto-lei de desenvolvimento do
governo que se aplica ao caso concreto não está de acordo
com uma lei de bases. Que tipo de decisão proferiu o juiz a
quo?

Só se pode recorrer ao caso de norma concreta, tem de existir uma decisão do


tribunal que está a analisar a propriedade (tribunal civil), positiva ou negativa de
ilegalidade ou constitucionalidade, as partes invocam a constitucionalidade ou
a inconstitucionalidade da norma, então no caso concreto, há um decreto de lei
de desenvolvimento que viola uma lei de bases e será enquadrado na
fiscalização da constitucionalidade, então profere uma decisão positiva / ou de
acolhimento da ilegalidade do decreto de lei de desenvolvimento Art. 280, n.2,
alínea a).

b) Poderá Marcelo recorrer da decisão do Juiz X para o


Tribunal Constitucional? Com que fundamento?
O recurso sobe diretamente para o TC, Lei do TC no Art. 72, n.1, alínea b); pois
há uma decisão positiva de ilegalidade ou de inconstitucionalidade qualquer
parte pode recorrer diretamente para o TC. A não ser que haja uma resposta
negativa de inconstitucionalidade e ai só pode recorrer à parte que convocou
inconstitucionalidade ou ilegalidade.

c) Suponha que o recurso para o Tribunal Constitucional é


admitido. O Tribunal Constitucional entende que o decreto-
lei não viola a lei de bases. Em que sentido seria a decisão
do Tribunal Constitucional e quais os seus efeitos?

Uma decisão de legalidade em conformidade com a lei de bases, aplicando o


Art. 280, n.1,2,3 e 4, e aqui é uma declaração de legalidade da norma que se
aplica somente ao caso concreto, o juiz tem de reformular a decisão de acordo
com o TC.

Fiscalização Sucessiva Abstrata da


Constitucionalidade e da Legalidade2
A legitimidade

Artigo 281.º - (Fiscalização abstracta da constitucionalidade e da legalidade)

1. O Tribunal Constitucional aprecia e declara, com força obrigatória geral:

a) A inconstitucionalidade de quaisquer normas;


b) A ilegalidade de quaisquer normas constantes de acto legislativo com
fundamento em violação de lei com valor reforçado;
c) A ilegalidade de quaisquer normas constantes de diploma regional, com Objeto da
fundamento em violação do estatuto da região autónoma; fiscalização
d) A ilegalidade de quaisquer normas constantes de diploma emanado dos da legalidade
órgãos de soberania com fundamento em violação dos direitos de uma região
consagrados no seu estatuto.

2. Podem requerer ao Tribunal Constitucional a declaração de


inconstitucionalidade ou de ilegalidade, com força obrigatória geral:

a) O Presidente da República;
b) O Presidente da Assembleia da República;
c) O Primeiro-Ministro;
d) O Provedor de Justiça;
e) O Procurador-Geral da República;

2
Só podem
Pág. 18 e 19 da Sebenta
recorrer ao TC
se tiverem um
fundamento
específico
f) Um décimo dos Deputados à Assembleia da República;
g) Os Representantes da República, as Assembleias Legislativas das regiões
autónomas, os presidentes das Assembleias Legislativas das regiões autónomas, os
presidentes dos Governos Regionais ou um décimo dos deputados à respectiva
Assembleia Legislativa, quando o pedido de declaração de inconstitucionalidade se
fundar em violação dos direitos das regiões autónomas ou o pedido de declaração de
ilegalidade se fundar em violação do respectivo estatuto.

3. O Tribunal Constitucional aprecia e declara ainda, com força obrigatória geral, a


inconstitucionalidade ou a ilegalidade de qualquer norma, desde que tenha sido por
ele julgada inconstitucional ou ilegal em três casos concretos.

Efeitos
retroativos-
uma
Artigo 282.º - (Efeitos da declaração de inconstitucionalidade ou de ilegalidade)
declaração com
efeitos
retroativos,
como se a
1. A declaração de inconstitucionalidade ou de ilegalidade com força obrigatória
norma
geral produz efeitos desde a entrada em vigor da norma declarada inconstitucional ou
inconstitucional
ilegal e determina a repristinação das normas que ela, eventualmente, haja revogado.
ou ilegal nunca
2. Tratando-se, porém, de inconstitucionalidade ou de ilegalidade por infracção de
tivesse existido
norma constitucional ou legal posterior, a declaração só produz efeitos desde a
entrada em vigor desta última.
3. Ficam ressalvados os casos julgados, salvo decisão em contrário do Tribunal
Constitucional quando a norma respeitar a matéria penal, disciplinar ou de ilícito de
mera ordenação social e for de conteúdo menos favorável ao arguido.
4. Quando a segurança jurídica, razões de equidade ou interesse público de
excepcional relevo, que deverá ser fundamentado, o exigirem, poderá o Tribunal
Constitucional fixar os efeitos da inconstitucionalidade ou da ilegalidade com alcance
mais restrito do que o previsto nos n.ºs 1 e 2.

Efeitos retroativos limitados- a


Art. 282, n.1 é a regra geral. nulidade da norma só começa
a contar não da sua entrada
A nova lei de bases é que faz com o decreto de lei de em vigor, mas da entrada em
desenvolvimento se torne ilegal vigor da nova lei
constitucional ou da nova lei
Todas as decisões judiciais que não admitam recurso e foram de valor reforçado
proferidas antes da decisão do TC não podem ser alteradas
pela a decisão do TC. A decisão do TC não pode reformular esses casos
julgados, salvo decisão em contrário do TC se a matéria respeitar conteúdo
penal ou laboral se for mais favorável ao individuo.

Efeitos retroativos limitados ou ausência de


efeitos retroativos- nos casos quando existe
por motivos de segurança jurídica, equidade
ou interesse publico o TC pode fixar a
decisão sem efeitos retroativos ou com
efeitos retroativos muito limitados.

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