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Mandato e Imunidade
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MANDATO E IMUNIDADE
DO EXERCÍCIO DO MANDATO
O deputado estadual é um integrante do Poder Legislativo, que tem duas funções típicas:
legislar, ou seja, produzir normas primárias, e fiscalizar. Associando, principalmente, essas
duas funções, é possível entender o exercício do mandato e suas atribuições:
I – integrar o Plenário e as comissões, tomar parte nas reuniões e nelas votar e ser votado;
O Plenário é integrado por cada um dos 77 deputados estaduais e, ainda, há alguns deles
que compõem as comissões. Como membro do Plenário e de alguma comissão, então, o
parlamentar tem direito de participar dos debates, votar e ser votado.
Essa terceira função, diferentemente das duas primeiras, que estão relacionadas à função
administrativa, é relacionada à função fiscalizadora. Assim, o Poder Legislativo, no desem-
penho da função fiscalizadora, pode encaminhar aos Secretários de estados, aos dirigentes
de órgãos ou entidades, diretamente subordinados ao governo do estado de Minas, reque-
rimento escrito de informações. Então, por intermédio da mesa diretora, esse requerimento
chega a quem se deseja e esse cidadão ou entidade deve responder aos questionamentos
ali contidos.
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VII – utilizar-se dos serviços da Secretaria da Assembleia para fins relacionados com o exercício
do mandato;
É fundamental ressaltar, nesse caso, que os fins devem ser estritamente relacionados ao
exercício do mandato, nunca para fins particulares.
IMPEDIMENTOS
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apresentada por ⅓ dos membros da casa, por exemplo, mas o impedimento, de fato, recairá
apenas sobre o primeiro que assinou a PEC.
Inicialmente, sobre esse assunto, é essencial ter em mente que as mesmas prerroga-
tivas que recaem sobre um deputado federal, recaem sobre o deputado estadual – sendo
esta uma matéria de reprodução obrigatória, como indicado na Constituição Federal, em seu
artigo 53 e, consequentemente, na CEMG em seu artigo 56.
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Imunidades
Em se tratando das imunidades, uma analogia com as vacinas pode ser feita: uma
pessoa, ao ser vacinada e ter contato com o vírus, não é infectada, diferentemente do que
ocorre àquela não vacinada. Trazendo para o contexto parlamentar, o deputado tem certas
imunidades, o que significa que, em função delas, ele não terá as mesmas consequências,
em alguns casos, de uma pessoa que não tem as imunidades. Nesse sentido, pode-se ques-
tionar sobre os diferentes tratamentos entre um civil e um deputado estadual, por exemplo,
mas deve-se ter em mente que as imunidades visam proteger o exercício do mandato, não o
parlamentar em si – isso, porque o exercício do mandato é um instrumento de representação
do povo, que elegeu aquele cidadão para o cargo.
A imunidade, portanto, advém do governo americano e pode ser material ou formal. A
material está relacionada à liberdade de expressão do deputado e é chamada de “freedom of
speech”, enquanto a formal é chamada de “freedom from arrest”.
Imunidade Material
Art. 47. O Deputado é inviolável, civil e penalmente, por suas opiniões, palavras ou votos.
Quando o deputado fala, o povo fala por ele, uma vez que ele é instrumento do governo
popular. Então, em princípio, ele não pode ser penalizado por aquilo que externou por meio
de palavras, muito menos por um voto proferido ou discussão participada. Sendo assim, ele
é inviolável, tanto na esfera cível, quanto na esfera penal.
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ANOTAÇÕES
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No entanto, há uma jurisprudência do Supremo, não recente, que define que a imunidade
material não é absoluta, uma vez que nem os próprios direitos fundamentais os são. Existem,
então, situações, até mesmo anteriores ao atual governo, em que parlamentares foram puni-
dos em virtude de manifestações orais. Um bom exemplo é o de Jair Bolsonaro, então depu-
tado federal, que respondia a duas ações penais no Supremo por palavras expressadas na
Câmara dos Deputados contra a deputada Maria do Rosário. Ainda, o deputado Jorge Kajuru
responde a ações penais, recentes, devido a expressões utilizadas em suas redes sociais
contra uma determinada pessoa. Sendo assim, fica explícito o caráter não absoluto dessa
imunidade, uma vez que ela não deve servir de salvo-conduto para a prática de crimes.
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Ainda comparando a um cidadão comum, ele pode ser preso em flagrante, seja por crime
afiançável ou não, e, também, por ordem judicial. A letra do regimento diz que um deputado
somente será preso em flagrante e, ainda assim, se for flagrante de crime inafiançável.
Um bom exemplo, para esse caso, é o seguinte: uma pessoa comum faz uso de bebida
alcoólica e dirige. No caminho, é surpreendida por uma blitz e, passando de um determinado
nível etílico no bafômetro, ela é presa em flagrante e conduzida à delegacia, onde o delegado
arbitrará o valor de uma fiança que, ao ser paga, liberta o cidadão em questão. No entanto,
em um caso de venda de cocaína, por exemplo, a prisão em flagrante é inafiançável.
A condição do deputado de apenas poder ser preso em flagrante e por crime inafiançável
é exposta no parágrafo abaixo:
§ 2º O Deputado não pode, desde a expedição do diploma, ser preso, salvo em flagrante de crime
inafiançável.
Especialmente, por exemplo, no caso da prisão do deputado Daniel Silveira, sem entrar
nos mínimos detalhes, o entendimento foi de que ele estava cometendo crime permanente e,
por isso, houve sua prisão em flagrante, como foi, em um caso mais antigo, com o senador
Delcídio Amaral.
Finalmente, a exceção à regra, portanto, é uma decisão condenatória em julgado, então,
se há uma condenação criminal em sentença transitada em julgado, o parlamentar pode ser
preso por ordem judicial, sendo esse um posicionamento já antigo do Supremo.
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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Mário Elesbão.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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