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PRESIDENCIALISMO

ORIGEM DO PRESIDENCIALISMO
O Presidencialismo surgiu a partir do trabalho e elaboração dos constituintes da
Filadélfia com a Constituição de 1787, no contexto da Independência das Treze
Colônias da Inglaterra, que, futuramente, formariam os Estados Unidos da América.
Após longos anos de guerra, nos quais a Inglaterra se recusava a perder metade de suas
colônias, em 1783 foi reconhecida formalmente a Independência nos acordos de paz
em Paris.

Um dos primeiros e principais desafios que as ex-colônias teriam de enfrentar era de


criar e programar um novo sistema de governo que não houvesse a centralização
monárquica. Assim, foi criada a primeira República Representativa Presidencialista
bem-sucedida.

PRINCÍPIOS
Existem três principais aspectos que se destacam na fisionomia do presidencialismo,
sendo eles:

1. O princípio da separação de poderes, que valia como resguardo máximo das


garantias constitucionais da liberdade.
2. Todo o poder executivo e o Governo se concentram ao redor da pessoa do
presidente, que o exerce sem que haja qualquer responsabilidade política
perante o poder legislativo.
3. Por último, o Presidente deriva totalmente de seus poderes da própria nação;
raramente do Congresso, indiretamente.

PODERES
Os poderes do Presidente da República são árduos e incontestáveis, e continuam em
expansão nos diferentes sistemas presidenciais. Seus encargos abrangem:

1. A chefia da administração, através de ministérios e serviços públicos federais,


entregues a pessoas de confiança do Presidente, que livremente os escolhe e
demite.
2. O comando supremo das forças armadas.
3. A direção e orientação da política externa, declarando guerra ou a paz,
celebrando tratados e convenções, com exceção do controle exercido pelo
Legislativo (definidos pela Constituição).
O MINISTÉRIO
O Ministério é um corpo de auxiliares da confiança imediata do Presidente, sem
nenhum vínculo de sujeição política ao Congresso. São órgãos do executivo com a
função de assessorar o Presidente da República nas suas atividades, tendo definida a
responsabilidade administrativa e não política. São agentes e colaboradores da vontade
presidencial, coordenados por ele.

Nos países onde o presidencialismo se encontra mais perto do modelo americano


tradicional, como nos Estados Unidos, os ministros ou secretários são pessoas
desconhecidas às casas legislativas, reforçando ainda mais o sistema de separação de
poderes.

Entretanto, essa regra constitucional tem sido consideravelmente abalada em alguns


Estados, como o nosso, já que nada impede que o chefe do Executivo possa fazer
escolhas ministeriais entre os membros do Congresso. O ordenamento constitucional
brasileiro atribui ao Ministro do Estado o exercício da orientação, coordenação e
supervisão dos órgãos e entidades da administração federal em sua determinada área.
Além disso, são também atribuições destes auxiliares:

1. Referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente


2. Expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos.
3. Apresentar ao Presidente o relatório anual dos serviços prestados pelo
Ministério
4. Praticar os atos pertinentes que lhe forem concedidos pelo Presidente.

Os ministros são escolhidos livremente pelo Chefe do Poder Executivo dentre os


brasileiros maiores de vinte e um anos e que estejam no exército dos direitos
políticos.

IMPEACHMENT
Impeachment é um termo de origem inglesa que significa impedimento e é aplicado a
um chefe de Estado para afastá-lo de seu cargo.

Entre nós, brasileiros, os únicos presidentes a sofrer impeachment, até então, foram
Fernando Collor de Melo, em 1992, e Dilma Rousseff, em 2016.

Se houve alegações contra o presidente da República, o processo de impeachment


desenrolar-se-á em seis fases:

1. Pedido
2. Acolhimento
3. Primeira votação (na Câmara)
4. Envio para o Senado
5. Segunda votação (no Senado)
6. Penalização
A escolha do presidente da república no regime constitucional vigente, se faz entre os
brasileiros de trinta e cinco anos e nos exercícios dos direitos políticos.

O presidente da república, ou chefe de Estado, anteriormente no sistema político


brasileiro à constituição de 1988 não deriva os seus poderes diretamente do povo, como
acontecia na Revolução de 1964. A eleição indireta encontrará aplicação na
Constituição Democrática de 1934 que houve existência efêmera. É da boa índole do
sistema presidencial a eleição direta do primeiro mandato da nação.

No presidencialismo brasileiro, considera-se crimes de reponsabilidades todos os atos


do presidente que atentarem contra a Constituição Federal ou sobretudo, aqueles que
ferirem:

1. A existência da união
2. O livre exercício do poder legislativo, do poder judiciário e dos poderes
constitucionais dos Estados
3. O exercício dos direitos políticos individuais e sociais
4. A segurança interna do país
5. A probidade na administração
6. A lei orçamentária
7. Cumprimento das leis e das decisões judiciárias (Art. 85)

Tendo em vista que Rui Barbosa diz que “mais vale, no governo, a instabilidade que a
irresponsabilidade”, isto denota do presidencialismo.

Um dos nossos bons constitucionalistas, retratou com suma e clareza a inoperância do


Impeachment. Ao afirmar que “sendo um processo de formas criminais” (ainda que
não seja um procedimento penal escrito), seu manejo é difícil, lento, corrupto e
condicionado à prática de atos previamente capitados como crime. O impeachment, é
visto como um “canhão de cem toneladas”, que “dorme no museu das antiguidades
constitucionais”. É ainda decisivo o juízo de Rui Barbosa, quando acerva que “a
responsabilidade criada sob a forma de impeachment se faz absolutamente fictícia,
irrealizável, mentirosa, ilimitado, imoral e absoluto”.

RELAÇÕES ENTRE O LEGISLATIVO E O EXECUTIVO


O presidente recebe da Nação Soberana os seus poderes, quase sempre for sufrágio
universal, o que lhe aumenta o prestígio do investimento, pois pela origem democrática
do poder público, garantimos que desfrute e tenha posição de inteira independência
política perante o poder legislativo.

O sistema presidencialista disciplina nos seguintes termos a posição do Presidente:

1. Nenhuma intromissão do titular do poder executivo nas vantagens que tem o


Congresso de determinar, por iniciativa própria, conforme estabelecido pela
Constituição, as datas e os períodos de convocação e reunião do poder
legislativo.
2. Ausência de capacidade que permita ao Presidente, por competência própria
efetuar o rompimento do Congresso.
3. Há de ter a inexistente participação, ou a participação mínima possível do
Presidente, nos sistemas autenticamente presidencialistas. Por exemplo, na
iniciativa de leis, que cabe somente ao poder legislativo, o Presidente é
relacionado apenas a matéria orçamentária e a trabalhar em conexão e
harmonia com o poder executivo, a fim de garantir a legislação mais
conveniente aos interesses essenciais da ordem administrativa.
4. Controle do poder por outros poderes, pela autonomia do presidente para
balancear o exercício das funções do Poder Legislativo, Executivo e Judiciário,
assim, evitando o abuso de qualquer um destes citados (freios e contrapesos).
5. É caráter de capacidade do Congresso, impedir os efeitos do ato executivo, por
meio de rejeição do veto presidencial, por meio de votação legislativa, ficando
assim a última palavra com o Congresso, que aceitará ou rejeitará o veto do
Presidente.
6. O Presidente pode nomear os ministros da mais alta corte de justiça, sujeita,
porém, à aprovação do Senado.
7. Cabe ao Presidente a direção da política exterior, porém, com o Senado
participando e exercendo importante controle nessa política, diante da
autenticação e reafirmação dos tratados, por maioria do poder Legislativo.

PODER PRESIDENCIAL NO BRASIL


As atribuições do Presidente da República, segundo a Constituição brasileira de 1988,
em seu artigo 84, podem ser separadas por áreas, de acordo com suas atuações e
competências.

Sendo assim, compete privativamente ao Presidente da República e de seu


relacionamento com o poder legislativo:

1. remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da


abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as
providências que julgar necessárias;
2. prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a
abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
3. enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual (plano de objetivos de médio
prazo), o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de
orçamento previstos nesta Constituição;

Compete privadamente ao Presidente da República e de seu relacionamento com os


poderes de natureza administrativa:

1. nomear e exonerar os Ministros de Estado;


2. exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da
administração federal;

Ou seja, nomear os governadores dos territórios; autorizar brasileiros a aceitar


pensão, emprego ou comissão de governo estrangeiro; nomear os diretores do Banco
Central e outros servidores; prover e extinguir os cargos públicos federais e exercer
outras atribuições desse setor, previstas pela Constituição.

Quanto ao poder militar, tem o chefe do Poder Executivo, pela constituição,


competências para:

1. declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso


Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões
legislativas.
2. decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
3. celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
4. permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
5. exercer o comando supremo das Forças Armadas;
6. promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são
privativos;

Em relação a política exterior, é o Presidente quem decide:

1. manter relações com os Estados estrangeiros;


2. acreditar seus representantes diplomáticos;
3. celebrar tratados, convenções e atos internacionais perante o Congresso
Nacional;

Sendo titular do poder executivo federal, cabe a ele, uma das mais importantes
atribuições constitucionais, sendo a de zelar pelo equilíbrio e conservação da ordem
federativa, mediante a preservação e o pronto restabelecimento da ordem pública e da
paz social, podendo para isso, se necessário, decretar o estado de defesa e o estado de
sítio (suspender por um período temporário a atuação dos Poderes Legislativo:
deputados e senadores e Judiciário), bem como decretar e executar a intervenção federal
(repelir os invasores com auxílio das Forças Armadas).

São atribuições privativas do Presidente da República, de cunho judiciário:

1. conceder indulto (perdoar penas) e comutar penas (troca ou permuta de


uma pena por outra), com aprovação, se necessário, dos órgãos
instituídos pela lei;
2. nomear após aprovação pelo Senado Federal, os ministros do STF e dos
Tribunais Superiores;
3. nomear magistrados nos casos previstos pela Constituição;
4. nomear o Advogado-Geral da União (Brasil);
Outra atribuição de grande relevância é a de nomear os membros do Conselho da
República - Órgão superior de consulta e aconselhamento à presidência em momentos
de crise.

Cabe igualmente ao Presidente da República, também convocar e presidir o Conselho


de Defesa Nacional - outro órgão de consulta a que ele pode recorrer se tratando de
assuntos relacionados a soberania nacional e a defesa do Estado democrático.

CONGRESSO
O Congresso se compõe por duas câmaras: a câmara baixa, também conhecido como
Câmara dos Deputados, e a câmara alta, também conhecido como Senado.

A Câmara baixa é composta por representantes populares com número proporcional


ao critério demográfico (habitantes) ou critério político (eleitores). Ela representa a
totalidade dos cidadãos, dos contribuintes e do povo como fonte primária do poder
político.

Já a Câmara alta, é a assembleia dos Estados, tendo uma feição menos popular do que a
Câmara dos Deputados. Ela representa a paridade política, cabendo a cada Estado um
número igual de senadores. O princípio para a sua criação foi o da representação
política das unidades participantes.

MALOGRO
Pode ser um sinônimo de fracasso, insucesso ou falta de êxito no contexto jurídico.

O malogro pode se referir a uma série de situações em que as partes envolvidas não
conseguem alcançar o resultado desejado em um processo judicial, um negócio
jurídico ou qualquer empreendimento legal.

Do que há sido no Brasil a prática presidencialista, nenhuma pessoa melhor do que Rui
Barbosa, autor da nossa primeira Constituição República para se tratar desta questão.
Assevera Rui Barbosa: “Deste efeito, o presidencialismo brasileiro não é se não a
ditadura em estado crônico, a irresponsabilidade geral, consolidada e sistemática do
poder executivo”.

Ou então, quando pondera que “a nossa revolução estabeleceu o silêncio”, que “as
formas do novo regime mataram a palavra”, que no governo parlamentar “as
câmaras legislativas constituem uma escola”, ao passe que no presidencialismo “não há
se não um poder verdadeiro: o do chefe da nação, exclusivo e depositário da autoridade
para o bem e para o mal”.

Os demais períodos do presidencialismo aparecem marcados por violentas comoções


políticas, levantes militares, revoluções e conspirações, intervenções federais e
estado de sítio, infrações da constituição e outras falhas que estacam ao sistema
presidencial sua velha fisionomia.
PRESIDENCIALISMO X PARLAMENTARISMO
Portanto, podemos concluir que o presidencialismo, tanto como o parlamentarismo, são
formas ou processos da democracia representativa. Não são formas de estado, nem
regimes políticos, mas sim, formas do governo de determinar atribuições de poderes e
concretizar/disciplinar as relações dos poderes entre si.

No que se diz respeito aos investimentos de poder entre o presidencialismo e o


parlamentarismo, nenhuma distinção há, pois ambos seguem os mesmos intuitos.
Como por exemplo, as leis eleitorais são as mesmas, iguais as inscrições dos eleitores,
iguais os escrutínios (processo de votação na urna), intangível o voto secreto,
parecidos os sistemas de representação da minoria, sagradas a apuração e a
proclamação dos eleitos e puros de fraude.

A distinção parte do princípio do sistema adotado por cada, para captar a permissão
do exercício do poder, ou seja, como ele é representado, e os instrumentos
estabelecidos para traduzir a vontade dos governantes.

Dessa maneira, em relação ao sistema presidencial, ele estabelece como característica e


princípios: a separação, independência e harmonia dos poderes; sua limitação pela
Constituição, tendo por guarda um supremo tribunal de justiça; o ministério da
confiança exclusiva do Presidente da República e a eleição do presidente pelo sufrágio
universal da Nação.

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