1) O sistema de governo português é semipresidencial, caracterizado pela existência de um Presidente eleito com poderes significativos e um Governo responsável perante o Parlamento.
2) O Presidente da República tem poderes extensos como dissolver o Parlamento, nomear o Primeiro-Ministro e demitir o Governo.
3) No entanto, o Governo depende da confiança do Parlamento, que pode destituí-lo através de uma moção de censura.
1) O sistema de governo português é semipresidencial, caracterizado pela existência de um Presidente eleito com poderes significativos e um Governo responsável perante o Parlamento.
2) O Presidente da República tem poderes extensos como dissolver o Parlamento, nomear o Primeiro-Ministro e demitir o Governo.
3) No entanto, o Governo depende da confiança do Parlamento, que pode destituí-lo através de uma moção de censura.
1) O sistema de governo português é semipresidencial, caracterizado pela existência de um Presidente eleito com poderes significativos e um Governo responsável perante o Parlamento.
2) O Presidente da República tem poderes extensos como dissolver o Parlamento, nomear o Primeiro-Ministro e demitir o Governo.
3) No entanto, o Governo depende da confiança do Parlamento, que pode destituí-lo através de uma moção de censura.
Capítulo I – O Sistema de Governo português como Sistema Semipresidencial
o Características identificadoras do sistema
O sistema português é um sistema de governo semipresidencial: existência de
um Presidente da República dotado de uma legitimidade democrática que lhe dá a possibilidade de exercício de poderes políticos significativos e a existência de uma responsabilidade política do Governo perante o Parlamento. O Presidente da República tem a possibilidade de exercer os poderes pois estes são-lhe conferidos pela norma constitucional, e porque este tem legitimidade democrática para o fazer, visto que o Presidente da República é escolhido através de eleição popular direta. Do outro lado, a responsabilidade política do Governo perante a Assembleia da República resulta do facto de o Governo sair da Assembleia da República, das eleições parlamentares, e significa, não apenas que a Assembleia da República pode pedir contas ao Governo sobre a bondade ou a execução do seu programa ou sobre a forma como conduz a vida política, mas também, e sobretudo, significa que a Assembleia da República pode demitir o Governo. A presença conjunta destas duas características – poderes políticos significativos do Presidente da República e dependência política do Governo relativamente à Assembleia da República – afasta a mínima hipótese de confusão do nosso sistema de governo com qualquer das outras duas alternativas próprias da democracia representativa, o sistema presidencial ou o sistema parlamentar. O nosso sistema não é presidencial, pois temos um Executivo que depende do Parlamento, ou seja, um Governo que sai das eleições parlamentares, responde politicamente perante a Assembleia da República e que pode ser destituído por ela. O nosso sistema também não é parlamentar porque o nosso Presidente da República é eleito diretamente pelo Povo e, por força da legitimidade democrática que recolhe nessa eleição, pode exercer poderes políticos significativos. O poder de dissolução (interromper a legislatura em curso e marcar novas eleições parlamentares) é um poder da maior contundência que pode alterar a maioria ou o governo no poder e, com isso, inverter abrupta e radicalmente o curso normal e o sentido da vida política de um dado país num momento determinado. O nosso sistema de governo integra-se num tertium genus dos sistemas de democracia representativa, ou seja, um terceiro tipo autónomo de sistema de governo e que historicamente veio a ser designado de semipresidencialismo.
o A posição do Presidente da República no sistema político
a) A nossa Constituição define, no artigo 120º CRP, o Presidente da República
como órgão de soberania que representa a República, garante a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas e que é também, por inerência, o Comandante Supremo das Forças Armadas. Por sua vez, a Constituição atribui-lhe um extenso conjunto de poderes que o Presidente da República exerce nos seguintes diferentes domínios ou planos: relativamente a outros órgãos (artigo 133º), na prática de atos próprios (artigo 134º), no domínio das relações internacionais (artigo 135º) e, ainda, em emergências, de necessidade ou de exceção constitucional (artigo 138º). Funções do Presidente da República: A dissolução da Assembleia da República e das Assembleias legislativas das Regiões Autónomas; A nomeação do Primeiro-Ministro e dos restantes membros do Governo; A demissão do Governo; A promulgação dos atos legislativos e dos decretos regulamentares e a assinatura de outros atos normativos, com a inerente possibilidade de recusa de promulgação (veto) ou de assinatura; A ratificação e a assinatura das convenções internacionais, com a inerente possibilidade de recusa de tais atos; A iniciativa de fiscalização preventiva e sucessiva da constitucionalidade junto do Tribunal Constitucional; A nomeação de altas figuras do Estado, como as altas chefias militares, os Representantes da República nas Regiões Autónomas, o Presidente do Tribunal de Contas, o Procurador-Geral da República e os embaixadores; A convocação do referendo, envolvendo a possibilidade de recusa de convocação que lhe seja proposta por Governo ou pela Assembleia da República; O envio de mensagens à Assembleia da República e às Assembleias regionais; O Comando Supremo das Forças Armadas; A nomeação de membros do Conselho de Estado e do Conselho Superior de Defesa Nacional; A presidência do Conselho de Ministros a solicitação do Primeiro-Ministro; A marcação das eleições para o Presidente da República, para a Assembleia da República e para o Parlamento europeu; A declaração de estado de sítio e de emergência; A declaração de guerra e a feitura da paz.
b) Com efeito, o Presidente da República é eleito diretamente pelo Povo para um
mandato de 5 anos, através de um sistema eleitoral que lhe garante, no mínimo, o apoio manifesto da maioria dos eleitores que expressarem validamente o seu voto. Assim, o Presidente da República tem, entre nós, uma inquestionável legitimidade democrática e, por isso, pode de forma constitucional e politicamente inatacável, praticar atos como a dissolução da Assembleia da República.
c) Alguns poderes do Presidente da República dependem da iniciativa ou da
proposta de outros órgãos e entidades, designadamente o Governo. É o caso da nomeação e da exoneração de ministros, sob proposta do Primeiro- Ministro. Outros dependem da iniciativa do Governo ou da iniciativa ou autorização da Assembleia da República, como seja o caso da convocação de referendos, da declaração do estado de guerra ou da feitura da paz ou como na declaração do estado de sítio ou de emergência. Outros poderes do Presidente da República exigem uma audição prévia do Governo, como o da nomeação e exoneração dos representantes da República para as Regiões Autónomas. Por último, a existência jurídica de alguns atos do Presidente da República depende da posterior referenda ministerial, isto é, da confirmação ou atestado governamentais. No entanto, praticamente todos os poderes verdadeiramente importantes do Presidente da República são de exercício livre, autónomo e substancialmente incondicionado (por exemplo, a dissolução da Assembleia da República, a nomeação do Governo e a sua demissão, o poder de veto, poder de ratificação).
o A responsabilidade do Governo perante a Assembleia da República
a) É a presença desta característica que distingue o semipresidencialismo dos
sistemas presidenciais e que o aproxima do sistema parlamentar. No semipresidencialismo o Governo responde politicamente perante o Parlamento, no sentido de que o Parlamento pode destituir o Governo, pode fazer cessar o seu mandato ou impedi-lo de iniciar, sequer, as suas funções. b) A responsabilidade política do Governo perante a Assembleia da República manifesta-se em três planos: em primeiro lugar, no momento da constituição do Governo; em segundo lugar, na apreciação do programa e na sua entrada em funcionamento pleno; e, em terceiro lugar, na posterior possibilidade de destituição parlamentar do Governo. No momento de formação, a Constituição exige que o Presidente da República nomeie o Governo “tendo em conta os resultados eleitorais” (artigo 187º CRP). Nomeado pelo Presidente da República, o Governo tem de apresentar o seu programa à Assembleia da República, mas este não tem de ser aprovado ou votado. Esta especificidade está intencionalmente orientada à facilitação da entrada em funcionamento dos governos minoritários. O programa só é indiretamente votado pelo Parlamento se a oposição apresentar uma moção de rejeição do programa ou, já por iniciativa do próprio Governo, se este solicitar um voto ou moção de confiança (artigo 192º). O programa só se considera rejeitado se a respetiva moção de rejeição obtiver o voto favorável da maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções. Admitindo que o Governo passa na Assembleia da República, a dependência parlamentar do Executivo manifesta-se, depois, através da possibilidade de apresentação e aprovação de uma moção de censura por parte das oposições ou o Governo considera-se igualmente destituído se, tendo apresentado uma moção de confiança, essa moção não for simplesmente aprovada.
c) O Governo depende sempre da confiança política da Assembleia da República,
o que acaba por determinar e condicionar, não apenas a relação Governo/Parlamento, mas também os próprios poderes presidenciais relativamente a um e outro órgão e, desde logo, a sua margem de ação na nomeação do Governo após as eleições parlamentares ou após a demissão do Governo em funções. O funcionamento do sistema político português, como é típico do semipresidencialismo, é determinado por três centros de poder: Presidente, Governo e Parlamento.
Presidente República tem e resume de forma concisa e otimizada para o conteúdo do documento, que trata sobre as funções e poderes do Presidente da República Portuguesa