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PRESIDENTE DA REPÚBLICA Pode dirigir-lhe mensagens, chamando-lhe

assim a atenção para qualquer assunto que


Competências
reclame, no seu entender, uma
- Competência quanto a outros intervenção do Parlamento.
órgãos;
Pode ainda convocar extraordinariamente
- Competência para prática de atos a Assembleia da República, de forma a que
próprios; esta reúna, para se ocupar de assuntos
específicos, fora do seu período normal de
- Competência nas relações funcionamento.
internacionais.
Pode, por fim, dissolver a Assembleia da
Competência quanto a outros órgãos; República com respeito por certos limites
- Competência quanto a outros órgãos temporais e circunstanciais, e ouvidos os
partidos nela representados e o Conselho
Encontram-se previstas no art.º 133 da de Estado -, marcando simultaneamente a
CRP. No relacionamento com os outros data das novas eleições parlamentares.
órgãos de soberania, compete-lhe:
A dissolução corresponde, assim,
No que diz respeito ao Governo: essencialmente, a uma solução para uma
Nomear o Primeiro-Ministro, "ouvidos os crise ou um impasse governativo e
partidos representados na Assembleia da parlamentar.
República e tendo em - Competência para prática de atos
conta os resultados eleitorais" das eleições próprios
para a Assembleia da República. E, Encontra-se prevista no art.º 134 da CRP.
seguidamente, nomear, ou exonerar, os Uma das competências mais importantes
restantes membros do Governo, "sob do Presidente da República no dia-a-dia da
proposta do Primeiro-Ministro". vida do País é o da fiscalização política da
Ao Primeiro-Ministro compete "informar o atividade legislativa dos outros órgãos de
Presidente da República acerca dos soberania. Ao Presidente não compete, é
assuntos respeitantes à condução da certo, legislar, mas compete-lhe sim
política interna e externa do país". promulgar (isto é, assinar), e assim mandar
publicar, as leis da Assembleia da República
O Presidente da República pode ainda e os Decretos-Leis ou Decretos
presidir ao Conselho de Ministros, quando Regulamentares do Governo. A falta da
o Primeiro-Ministro lho solicitar. promulgação determina a inexistência
jurídica destes atos.
E só pode demitir o Governo, ouvido o
Conselho de Estado, quando tal se torne O Presidente não é, contudo, obrigado a
necessário para assegurar o regular promulgar, pelo que pode, em certos
funcionamento das instituições termos, ter uma verdadeira influência
democráticas (o que significa que não o indireta sobre o conteúdo dos diplomas.
pode fazer simplesmente por
Com efeito, uma vez recebido um diploma
falta de confiança política). para promulgação, o Presidente da
República pode, em vez de o promulgar,
No plano das relações com a Assembleia da
fazer outras duas coisas: se tiver dúvidas
República:
quanto à sua constitucionalidade, pode, no
prazo de oito dias, suscitar ao Tribunal
Constitucional (que terá, em regra, 25 dias a maioria absoluta dos Deputados, em
para decidir) a fiscalização preventiva da regra, ou, a maioria da 2/3 dos deputados,
constitucionalidade de alguma ou algumas no caso dos diplomas mais importantes
das suas normas (exceto no caso dos (leis orgânicas, outras leis eleitorais,
Decretos Regulamentares) - sendo certo diplomas que digam respeito às relações
que, se o Tribunal Constitucional vier a externas, e outros).
concluir no sentido da verificação da
Ou seja, nos diplomas estruturantes do
inconstitucionalidade, o Presidente estará
sistema político (as leis orgânicas, que têm
impedido
como objeto as seguintes matérias:
de promulgar o diploma e terá de o eleições dos titulares dos órgãos de
devolver ao órgão que o aprovou. soberania, dos órgãos das Regiões
Autónomas ou do poder local; referendos;
Ou pode - no prazo de 20 dias, no caso de
organização, funcionamento e processo do
diplomas da Assembleia da República, ou
Tribunal Constitucional; organização da
de 40 dias, no caso de diplomas do
defesa nacional, definição dos deveres dela
Governo, a contar, em ambos os casos, ou
decorrentes e bases gerais da organização,
da receção do diploma na Presidência da
do funcionamento, do reequipamento e da
República, ou da publicação de decisão do
disciplina das Forças Armadas;
Tribunal Constitucional que eventualmente
se tenha pronunciado, em fiscalização estado de sítio e do estado de emergência;
preventiva, pela não inconstitucionalidade aquisição, perda e reaquisição da cidadania
- vetar politicamente o diploma, isto é, portuguesa; associações e partidos
devolvê-lo, sem o promulgar, ao órgão que políticos; sistema de informações da
o aprovou, manifestando, assim, através de República e do segredo de Estado; finanças
mensagem fundamentada, uma oposição das regiões autónomas; criação e regime
política ao conteúdo ou oportunidade das regiões administrativas), um eventual
desse diploma. veto político do Presidente da República
força necessariamente a existência de um
O veto político também pode assim ser
consenso entre as principais forças
exercido depois de o Tribunal
políticas representadas na Assembleia da
Constitucional ter concluído, em
República (para além das matérias onde a
fiscalização preventiva, não haver
própria Constituição já exige, à partida,
inconstitucionalidade).
esse consenso, por reclamar uma maioria
O veto político é absoluto, no caso de de 2/3 para a sua aprovação: entidade de
diplomas do Governo, mas é meramente regulação da comunicação social; limites à
relativo, no caso de diplomas da renovação de mandatos dos titulares de
Assembleia da República. Isto é: enquanto cargos políticos;
o Governo é obrigado a acatar o veto
exercício do direito de voto dos emigrantes
político, tendo, assim, de abandonar o
nas eleições presidenciais; número de
diploma ou de lhe introduzir alterações no
Deputados da Assembleia da República e
sentido proposto pelo Presidente da
definição dos círculos eleitorais; sistema e
República, a Assembleia da República pode
método de eleição dos órgãos do poder
ultrapassar o veto político - ficando o
local; restrições ao exercício de direitos por
Presidente da República obrigado a
militares, agentes militarizados e agentes
promulgar, no prazo de 8 dias se re-
dos serviços e forças de segurança;
aprovar o diploma, sem alterações, com
definição, nos respetivos estatutos político-
uma maioria reforçada:
administrativos, das matérias que integram caso, o Chefe do Estado-Maior
o poder legislativo das regiões autónomas). General das Forças Armadas;

Ainda relativamente aos diplomas o assegurar a fidelidade das Forças


normativos, o Presidente da República Armadas à Constituição e às
pode também, em qualquer momento, instituições democráticas e
pedir ao Tribunal Constitucional que exprimir publicamente, em nome
declare a inconstitucionalidade, com força das Forças Armadas, essa
obrigatória geral, de qualquer norma fidelidade;
jurídica em vigor (fiscalização sucessiva
o aconselhar em privado o Governo
abstrata) - com a consequência da sua acerca da condução da política de
eliminação da ordem jurídica - ou pedir-lhe defesa nacional, devendo ser por
que verifique a existência de uma este informado acerca da situação
inconstitucionalidade por omissão (ou seja, das Forças Armadas e dos seus
do não cumprimento da Constituição por elementos, e consultar o Chefe do
omissão de medida legislativa necessária Estado-Maior General das Forças
para tornar exequível certa norma Armadas e os chefes de Estado-
constitucional). Maior dos ramos;
Compete também ao Presidente da o declarar a guerra em caso de
República decidir da convocação, ou não, agressão efetiva ou iminente e
dos referendos nacionais que a Assembleia fazer a paz, em ambos os casos,
da República ou o Governo lhe proponham, sob proposta do Governo, ouvido o
no âmbito das respetivas competências (ou Conselho de Estado e mediante
dos referendos regionais que as autorização da Assembleia da
Assembleias Legislativas das regiões República;
autónomas lhe apresentem).
o declarada a guerra, assumir a sua
No caso de pretender convocar o direção superior em conjunto com
referendo, o Presidente terá o Governo, e contribuir para a
obrigatoriamente que requerer ao Tribunal manutenção do espírito de defesa
Constitucional a fiscalização preventiva da e da prontidão das Forças Armadas
sua constitucionalidade e legalidade. para o combate;
Como Comandante Supremo das Forças o declarar o estado de sítio ou o
Armadas, o Presidente da República ocupa estado de emergência, ouvido o
o primeiro lugar na hierarquia das Forças Governo e sob autorização da
Armadas e compete-lhe assim, em matéria Assembleia da República, nos casos
de defesa nacional: de agressão efetiva ou iminente
o presidir ao Conselho Superior de por forças estrangeiras, de grave
ameaça ou perturbação da ordem
Defesa Nacional;
constitucional democrática ou de
o nomear e exonerar, sob proposta calamidade pública.
do Governo, o Chefe do Estado-
- Competência nas relações internacionais
Maior-General das Forças
Armadas, e os Chefes de Estado- Encontra-se prevista no art.º 135 da CRP.
Maior dos três ramos das Forças No âmbito das relações internacionais, e
Armadas, ouvido, neste último como representante máximo da República
Portuguesa, compete, para além da de Estado disponha também, para
declaração além

de guerra ou de paz:  o destas funções, de verdadeiras


competências de direção política,
o a nomeação dos embaixadores e
nomeadamente em casos de crises
enviados extraordinários, sob
políticas, em tempos de estado de
proposta do Governo, e a
exceção ou em matérias de defesa
acreditação dos representantes
e relações internacionais).
diplomáticos estrangeiros;
o No entanto, muito para além disso,
o e a ratificação dos tratados
o Presidente da República pode
internacionais (e a assinatura dos
fazer um uso político
acordos internacionais), depois de
particularmente intenso dos
devidamente aprovados pelos
atributos simbólicos do seu cargo e
órgãos competentes; isto é,
dos importantes poderes informais
compete-lhe vincular
que detém. Nos termos da
internacionalmente Portugal aos
Constituição cabe-lhe, por
tratados e acordos internacionais
exemplo, pronunciar-se "sobre
que o Governo negoceie
todas as emergências graves para a
internacionalmente e a Assembleia
vida da República", dirigir
da República ou o Governo
mensagens à Assembleia da
aprovem - só após tal ratificação é
República sobre qualquer assunto,
que vigoram na ordem interna as
ou ser informado pelo Primeiro-
normas das convenções
Ministro "acerca dos assuntos
internacionais que Portugal tenha
respeitantes à condução da política
o assinado (e também relativamente interna e externa do país".
aos tratados e acordos
o E todas as cerimónias em que está
internacionais existe a
presente, ou os discursos, as
possibilidade de o Presidente da
comunicações ao País, as
República requerer a fiscalização
deslocações em Portugal e ao
preventiva da sua
estrangeiro, as entrevistas, as
constitucionalidade, em termos
audiências ou os contactos com a
semelhantes aos dos outros
população, tudo são oportunidades
diplomas).
políticas de extraordinário alcance
o Conclusão para mobilizar o País e os cidadãos.

o O tipo de poderes de que dispõe o o A qualificação do Presidente como


Presidente da República pouco tem "representante da República" e
que ver, assim, com a clássica "garante da independência
tripartição dos poderes entre nacional" fazem com que o
executivo, legislativo e judicial. Presidente, não exercendo funções
executivas diretas, possa ter,
o Aproxima-se muito mais da ideia assim, um papel político ativo e
de um poder moderador conformador.
(nomeadamente os seus poderes
de controlo ou negativos, como o o ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
veto, por exemplo; embora o Chefe
o Definição
o Previsto no art.º 147 da CRP. leis e dos atos do Governo e da
o E todas as cerimónias em que está Administração.
presente, ou os discursos, as o A Assembleia da República é a
comunicações ao País, as assembleia representativa de
deslocações em Portugal e ao todos os cidadãos portugueses. É
estrangeiro, as entrevistas, as composta por 230 Deputados.
audiências ou os contactos com a o Qualquer cidadão português
população, tudo são oportunidades (maior de 18 anos) pode ser
políticas de extraordinário alcance Deputado. A lei eleitoral prevê
para mobilizar o País e os cidadãos. algumas exceções que decorrem
o A qualificação do Presidente como da natureza de certas funções, tais
"representante da República" e como as de magistrado, militar no
"garante da independência ativo, diplomata, entre outras.
nacional" fazem com que o o Os Deputados são eleitos por listas
Presidente, não exercendo funções apresentadas por partidos, ou
executivas diretas, possa ter, coligações de partidos, em cada
assim, um papel político ativo e círculo eleitoral. A conversão dos
conformador. votos em mandatos faz-se de
o ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA acordo com o sistema de
o Definição representação proporcional e o
o Previsto no art.º 147 da CRP. método da média mais alta de
o O Parlamento de Portugal é Hondt.
constituído por uma única Câmara, o O método Hondt é um modelo
designada Assembleia da matemático utilizado para
República. converter votos em mandatos com
o Sendo um dos órgãos de soberania vista à composição de órgãos de
consagrados na Constituição, além natureza colegial.
do Presidente da República, do o Em Portugal, as leis eleitorais da
Governo e dos Tribunais, é, nos Assembleia da República,
termos da lei fundamental, “a Assembleias Legislativas das
assembleia representativa de Regiões Autónomas, Autarquias
todos os cidadãos portugueses”. Locais e Parlamento Europeu
o A Constituição, o Regimento e o seguem o sistema de
Estatuto dos Deputados definem as representação proporcional e
competências e as regras de utilizam o método de Hondt, muito
funcionamento da Assembleia da embora este apenas encontre
República e os direitos e deveres consagração constitucional quando
dos seus Membros, garantindo as à primeira.
relações de separação de poderes o O método aplica-se mediante a
e interdependências relativamente divisão sucessiva do número total
aos outros órgãos de soberania. de votos obtidos por cada
o Além da função primordial de candidatura pelos divisores (1, 2, 3,
representação, compete à 4, 5 etc.) e pela atribuição dos
Assembleia da República assegurar mandatos em disputa por ordem
a aprovação das leis fundamentais decrescente aos quocientes mais
da República e a vigilância pelo altos que resultarem das divisões
cumprimento da Constituição, das operadas. O processo de divisão
prossegue até se esgotarem todos
os mandatos e todas as o 1 deputado, correspondente ao
possibilidades de aparecerem quociente 3000 (7.º e último
quocientes iguais aos quais ainda eleito), beneficiando da regra que
caiba um mandato. em igualdade atribui o lugar à lista
o Em Portugal encontra-se menos votada, arrebatando o lugar
legalmente prevista uma correção ao partido A.
ao método Hondt puro, na medida o Os Deputados representam todo o
em que, caso falte atribuir o último país e não apenas os cidadãos do
mandato e se verifique igualdade círculo eleitoral pelo qual foram
do quociente em duas listas eleitos. O seu mandato é de quatro
diferentes, tal mandato será anos, correspondendo este
atribuído à lista que em termos de período a uma Legislatura.
o resultados totais tenha obtido o Cada ano parlamentar é designado
menor número de votos. por Sessão Legislativa e inicia-se a
o Exemplo prático (conversão dos 15 de setembro. O mandato dos
votos em mandatos): O círculo Deputados só termina com a
eleitoral "X" tem direito a eleger 7 primeira reunião da Assembleia
deputados e concorrem 4 partidos: após novas eleições
A, B, C e D. Apurados os votos, a o Competências
distribuição foi a seguinte: A - o Competências Políticas
12.000 votos; B - 7.500 votos; C - o Competências Legislativas
4.500 votos; e D - 3.000 votos. Da o Competências de Fiscalização
aplicação do método de Hondt o Competências Quanto a Outros
resulta a seguinte série de Órgãos
quocientes: o Competências Políticas
o No exemplo constante da tabela, o Estão previstas nos art.os 161 e
os quocientes correspondentes a seguintes da CRP. Entre elas:
mandatos, assinalados a cinzento, o Conceder amnistias e perdões
levam à seguinte distribuição: genéricos;
o Partido A o Aprovar os tratados,
o 3 deputados, correspondentes aos designadamente os tratados de
quocientes 12000 (1.º eleito), 6000 participação de Portugal em
(3.º eleito) e 4000 (5.º eleito). organizações internacionais, os
Note-se que apesar do quociente tratados de amizade, de paz, de
resultante da divisão por 4 ser defesa, de retificação de fronteiras
3000, igual aos votos obtidos pelo e os respeitantes a assuntos
partido D, o mandato é atribuído militares, bem como os acordos
ao menos votado, isto é ao Partido internacionais
D, que assim elege o seu deputado. o que versem matérias da sua
o Partido B competência reservada ou que o
o 2 deputados, correspondentes aos Governo entenda submeter à sua
quocientes 7500 (2.º eleito) e 3750 apreciação;
(6.º eleito). o Propor ao Presidente da República
o Partido C a sujeição a referendo de questões
o 1 deputado, correspondente ao de relevante interesse nacional;
quociente 4500 (4.º eleito).
o Partido D
o Autorizar e confirmar a declaração referenda, são publicados como
do estado de sítio e do estado de Leis. São votados, em regra, por
emergência; maioria simples. Algumas Leis,
o Autorizar o Presidente da designadas por Leis orgânicas, têm
República a declarar a guerra e a de ser aprovadas por maioria
fazer paz; absoluta dos Deputados em
o Pronunciar-se, nos termos da lei, funções (referem-se, por exemplo,
sobre as matérias pendentes de às eleições para a Assembleia da
decisão em órgãos no âmbito da República e Presidência da
União Europeia que incidam na República, ao referendo, à defesa
esfera da sua competência nacional).
legislativa reservada; o As Leis que aprovam alterações à
o Competências Legislativas Constituição chamam-se Leis
o Estão previstas nos art.os 161 e Constitucionais e têm de ser
seguintes da CRP. A Assembleia aprovadas por maioria de 2/3 dos
pode legislar sobre todas as Deputados em funções.
matérias exceto aquelas que se o As restantes deliberações da
referem à organização e Assembleia têm a forma de
funcionamento do Governo Resolução.
o Há matérias sobre as quais só a o Tem competência legislativa de
Assembleia pode legislar. São as reserva absoluta – matérias que só
matérias de reserva absoluta, por ela pode legislar (art.º 164 da CRP).
exemplo, sobre eleições, partidos o Tem competência legislativa de
políticos, orçamento do Estado, reserva relativa (art.º 165 da CRP)
referendo, bases gerais do ensino e – matérias em que a assembleia
defesa nacional, artigo 164.º da tem competência, mas se
CRP. entender, em juízo de
o Há outras matérias que são da oportunidade, pode delegar esse
competência reservada da poder legislativo no Governo.
Assembleia da República, mas o Para tal é necessário um regime de
sobre as quais o Governo pode autorização legislativa, (lei de
legislar mediante uma autorização autorização legislativa), que é a
legislativa da Assembleia – própria delegação de poderes, na
RESERVA RELATIVA, art.º 165. qual é especificado
o Por exemplo, sobre direitos o qual o poder em concreto que é
liberdades e garantias, definição de delegado, qual a matéria em
crimes e medidas de segurança, concreto sobre a qual vai poder
impostos e sistema fiscal, política legislar, e qual o prazo que é
agrícola e monetária, concedido ao governo para legislar,
arrendamento rural e urbano, ao abrigo dessa autorização
competência dos tribunais, legislativa.
serviços de informação. o Caso o governo se demita, termine
o FORMA DOS ATOS (Art.º 166 da a legislatura, ou se dissolva a
CRP) Assembleia da República, a
o Os diplomas aprovados pela autorização caduca
Assembleia designam-se por automaticamente.
decretos que, após promulgação e o Processo Legislativo Comum
o A iniciativa legislativa cabe aos República. O Decreto, assinado
Deputados ou aos Grupos pelo Presidente da Assembleia da
Parlamentares - neste caso República, é enviado ao Presidente
chamam-se projetos de lei e da República para promulgação.
também ao Governo ou às o Após a promulgação o decreto
Assembleias Legislativas Regionais assume a designação de Lei, é
- neste caso chamam-se propostas enviado ao Governo para
de lei. referenda (assinatura do Primeiro-
o Também grupos de cidadãos Ministro) e depois remetido à
eleitores podem exercer o direito Imprensa Nacional para publicação
de iniciativa legislativa junto da na 1.ª série do Diário da República.
Assembleia da República, bem o O Presidente da República pode
como participar no procedimento exercer o seu direito de veto, ou
legislativo a que derem origem, por considerar que o diploma
nos termos do artigo 167.º da aprovado pela Assembleia da
Constituição e da Lei nº 17/2003 República contem normas que
de 4 de junho. contrariam a Constituição
o Os projetos de lei assim ( requerendo então o parecer do
apresentados devem ser subscritos Tribunal Constitucional) , ou por
por um mínimo de 35.000 cidadãos razões políticas que deverão
eleitores. constar de mensagem
o Depois de ser admitida pelo fundamentada.
Presidente da Assembleia, a o No caso de haver normas
iniciativa é objeto de um parecer consideradas inconstitucionais, a
da Comissão especializada a quem Assembleia pode aprovar
foi distribuída, seguindo-se o seu alterações ao diploma, enviando-o,
debate na generalidade, sempre de novo, para promulgação.
feito em reunião Plenária, que o No entanto, qualquer que seja a
termina com a votação na razão do veto, a Assembleia pode
generalidade (sobre as linhas sempre confirmar o texto do
gerais da iniciativa). diploma anteriormente aprovado
o Segue-se um debate e votação na por maioria absoluta dos
especialidade (artigo por artigo), Deputados em funções (ou maioria
que pode ser feito em Plenário ou de 2/3 para certas matérias).
em Comissão. o Se assim for, o Presidente da
o Há matérias cujo debate e votação República tem, obrigatoriamente,
na especialidade é obrigatório em de promulgar o diploma, no prazo
Plenário. São, por exemplo, as que de 8 dias.
se referem às eleições para os o Competências de Fiscalização
titulares dos órgãos de soberania, o Estão previstas no art.º 162 da
ao referendo, aos partidos CRP. À Assembleia compete vigiar
políticos, à criação ou modificação pelo cumprimento da Constituição
territorial das autarquias locais. e das leis e apreciar os atos do
o O texto final é submetido a uma Governo e da Administração.
votação final global sempre feita o O Governo é constituído tendo em
em Plenário. conta o resultado das eleições
o A iniciativa aprovada chama-se legislativas (assim se designam as
Decreto da Assembleia da eleições para a Assembleia da
República). A seguir à tomada de Pública pode ser objeto de
posse, o Governo apresenta o seu inquérito parlamentar.
Programa à Assembleia da o A Assembleia constituirá, então,
República que o aprecia num uma comissão eventual para cada
período máximo de três reuniões caso.
plenárias. o Os Deputados podem requerer a
o Durante o debate do Programa do apreciação dos decretos-leis que o
Governo qualquer grupo Governo aprova exceto se estes
parlamentar da oposição pode disserem respeito à competência
propor a rejeição do Programa do exclusiva do Governo
Governo ou o Governo solicitar a o A Assembleia pode suspender,
aprovação de um voto de total ou parcialmente, a vigência
confiança. de um decreto-lei até à publicação
o Em qualquer momento, e sobre da lei que o vier a alterar.
assuntos de relevante interesse o Competências Quanto aos Outros
nacional, o Governo poderá Órgãos
solicitar a aprovação de uma o Estão previstas no art.º 163 da
moção de confiança. De igual CRP.
modo, qualquer grupo parlamentar o O Presidente da República toma
poderá apresentar uma moção de posse perante a Assembleia da
censura ao Governo. República.
o A aprovação de uma moção de o O Presidente da República não
censura pela maioria absoluta dos pode ausentar-se do país sem o
Deputados em funções ou a consentimento da A.R., exceto no
rejeição de uma moção de caso de viagem particular de
confiança pela maioria simples dos duração não superior a cinco dias.
Deputados presentes provocarão a o Compete à Assembleia da
demissão do Governo. República aprovar os estatutos
o Cada Grupo Parlamentar pode político-administrativos e as leis
propor a abertura de dois debates, eleitorais das Regiões Autónomas,
em cada sessão legislativa (ano pronunciar-se sobre a dissolução
parlamentar), sobre assuntos de dos seus órgãos de governo
política geral ou sectorial. A este próprio e conceder às
tipo de iniciativa chama-se
interpelação ao Governo. o respetivas Assembleias Legislativas
o O Primeiro-Ministro deve ainda Regionais autorização para legislar
comparecer quinzenalmente sobre determinadas matérias.
perante o Plenário para uma o A Assembleia da República
sessão de perguntas dos intervém na eleição dos titulares
Deputados. Estes podem também de certos órgãos externos (total ou
apresentar questões escritas ao parcialmente), nomeadamente do
Governo, designadas por Provedor de Justiça, do Presidente
requerimentos. do Conselho Económico e Social,
o Qualquer matéria de interesse dos juízes do Tribunal
público relevante relacionada com Constitucional, do Conselho
o cumprimento das leis ou dos atos Superior de Magistratura, da
do Governo e da Administração Comissão Nacional de Eleições, do
Conselho de Fiscalização dos
Serviços de Informação.

o Conclusão

o É a Assembleia representativa de
todos os portugueses, tem um
mínimo de 180 e um máximo de
230 deputados, Os deputados são
eleitos por círculos eleitorais e o
mandato tem a duração de 4 anos;

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