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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
Rigidez constitucional
o Não há que se falar em controle de constitucionalidade se a CF não for do tipo rígida.
o Constituição quanto a sua alterabilidade (estabilidade, mutabilidade, consistência)
1. Rígida - CFRB
o É aquela que detêm um processo legislativo de alteração mais trabalhoso, mais
dificultoso, mais solene e burocrático.
o Existe diferente entre o processo legislativo comum (ordinário) e o especial.
o No mínimo 1/3 de deputados, 2 turnos, 3/5 aprovação etc.
o O Alexandre de Morais diz que a nossa CF é rígida, mas contém uma parte em que ela
é super-rígida (que não pode sofrer modificação) – cláusulas pétreas (art. 60, §4 da lei
ápice).
o LFG – a partir de um julgado do STF entende que na pirâmide constitucional tem 3
andares (1. constitucionais 2. supra legais, 3. normas legais)
2. Flexível (plástica)
o É aquela em que a CF se modifica, se altera pelo mesmo processo legislativo de uma
norma ordinária.
o Aqui não existe diferença entre lei constitucional e ordinária.
3. Semi-rígida (ou semi-flexível).
o É aquela em que a estabilidade é mista – algumas normas se alteram através de um
processo legislativo mais dificultoso, diferente de outras normas que podem ser
modificadas atendendo ao mesmo processo legislativo da lei ordinária.
o CF do Brasil de 1824 foi uma semi-rígida.
Tinha dois tipos de normas
Materialmente constitucional – exigia um processo mais dificultoso
Formalmente constitucional – o processo de alteração era o mesmo da lei
ordinária.
Classificação do controle de constitucionalidade
o I - Momento em que é efetuado
1. Controle preventivo de constitucionalidade
Objetivo – finalidade
o Impedir que a norma inacabada, portanto projeto de lei, de antemão inconstitucional
adentre no ordenamento jurídico (conjunto de normas de um Estado em um determinado
momento).
Manifesta-se em três momentos, feito pelo:
o 1. Poder Legislativo
CCJ – dá um parecer a respeito da constitucionalidade do PL.
Esse parecer é terminativo (o PL é arquivado). Não é opinativo.
Art. 58, §2
o 2. Poder Executivo
Veto jurídico do Presidente
Ostenta a natureza de controle preventivo
Art. 66, §1
o 3. Poder Judiciário
Mandado de segurança impetrado por parlamentar federal (só ele pode)
Só parlamentar tem o direito líquido e certo ao devido processo legislativo
constitucional.
2. Controle repressivo de constitucionalidade
Objetivo – finalidade
o Também denominado de posterior ou a posteriori
o Expurgar, expulsar, retirar do ordenamento jurídico a norma acabada incompatível com
a Constituição
Feito através de três órgãos (no mundo):
o Órgão político
Cria-se um órgão que não faz parte do Executivo, nem Legislativo, nem judiciário
para fazer o controle de constitucionalidade.
Não exerce jurisdição.
Ex. França
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o Órgão judicial
Faz parte do Poder Judiciário
Controle jurisdicional
No Brasil o controle repressivo é feito, em regra, pelo Poder Judiciário.
Ex. Brasil (em regra). Exceções:
Além de ser feito pelo Poder Judiciário pode ser feito por outros órgãos.
1. Poder Legislativo – ex. lei delegada (o PR solicita autorização para legislar
sobre X. O Congresso autoriza X. O PR legisla X e Z. O legislativo pode sustar os
atos do PR que exorbitem o poder de delegação. A parte Z é inconstitucional e
pode ser sustada pelo Poder Legislativo. CF, Art. 49, inciso V.
2. Poder Legislativo sustando o decreto que exorbite o poder regulamentar.
Art. 49 - É da Competência exclusiva do Congresso Nacional:
(...)
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
delegação legislativa;
3. Poder Legislativo - MP – O PR edita uma MP sem os requisitos constitucionais
da urgência e relevância. O Congresso pode entender que a MP é
inconstitucional.
4. Poder Legislativo - Tribunal de contas – órgão que auxilia o legislativo – pode
reconhecer a inconstitucionalidade no caso concreto. Súmula STF 347.
STF - SÚMULA 347 - O TRIBUNAL DE CONTAS, NO EXERCÍCIO DE SUAS ATRIBUIÇÕES, PODE
APRECIAR A CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS E DOS ATOS DO PODER PÚBLICO.
4. Poder Executivo – existe quem entenda que o chefe do Poder Executivo (PR,
GOV., PREF.) pode determinar a não aplicação da lei pelos órgãos vinculados a
ele que a lei é inconstitucional. (controvertido)
O controle repressivo jurisdicional, no Brasil, ele é misto. Porque adota dois sistemas
ou dois modelos:
Sistema difuso – EUA – 1803 – Juiz John Marshall
Sistema concentrado – ÁSTRIA – Hans Kelsen
o Órgão misto
Lei regional – controle feito por um órgão jurisdicional
Lei nacional – controle feito por um órgão político
Ex. Suíça
Evolução histórica do controle de constitucionalidade nas CF’s brasileiras.
o CF 1824
Não fez qualquer referência a controle de constitucionalidade
Fonte inspiradora foram o constitucionalismo inglês e a constituição francesa que pregavam
a supremacia do parlamento
A CF de 1824 adotava a teoria do poder moderador (que resolvia os conflitos entre os
poderes)
o CF 1891
Fonte inspiradora: constituição americana de 1787
Trouxe para o Brasil o sistema difuso
“Qualquer juiz qualquer tribunal diante de um caso concreto pode reconhecer a
inconstitucionalidade”.
o CF 1934
Fonte inspiradora: constituição alemã de 1829 (Constituição de Weimar)
Manteve o sistema difuso e trouxe três inovações
1. Tribunal – só por maioria absoluta de votos – reserva de maioria absoluta.
2. Cria a ADI interventiva.
3. STF no sistema difuso reconhece a inconstitucionalidade – STF remete ao Senado para
suspensão da lei. (atual art. 52, X, da CF88)
o CF 1967 e 1969
Nada inovaram em tema de controle de constitucionalidade
o CF 1988
Controle preventivo
Controle repressivo em regra jurisdicional misto porque adota os dois modelos:
Difuso
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o Juiz ou tribunal
Concentrado (ações)
o 1. ADI genérica
o 2. ADO
o 3. ADC
o 4. ADI interventiva
o 5. ADPF
o Concentrado não é sinônimo de abstrato. Concentrado quer dizer “em um único centro”
(em um único lugar).
o Concentrado pode ser abstrato, mas também pode ser concreto. (ADI interventiva é
concreto (discussão concreta) as outras são discutidas em abstrato)
Espécies de inconstitucionalidade
o Inconstitucionalidade formal – que recebe os apelidos de orgânica, nomodinâmica
É aquela em que a lei ou o ato normativo infra-inconstitucional viola o devido processo legislativo
constitucional.
Ex. quórum de maioria simples aprovando lei que a CF exige quórum de maioria absoluta.
o Inconstitucionalidade material – que recebe o apelido de nomoestática
É aquela em que a lei ou o ato normativo infra-inconstitucional viola, desrespeita o conteúdo da
Constituição.
Ex. edital da PF que diz que só pode fazer o concurso homens.
o Inconstitucionalidade por ofensa ao decoro parlamentar (doutrina: Pedro Lenza)
A lei é material e formalmente constitucional, mas ofende ao decoro parlamentar.
Ex. Casos do mensalão e do mensalinho (deputados pagos para votar favrorvalmente a projetos
do Executivo).
Controle repressivo - SISTEMA DIFUSO
o Difuso significa espalhado em mais de um ponto. Quer dizer qualquer juízo, qualquer tribunal.
o Outros nomes:
Indireto, incidental, interpartes, incidenter tantum, pela via da exceção ou defesa, concreto,
subjetivo.
o Incidental – a alegação da inconstitucionalidade não é pedido é causa de pedir.
o Pontos:
1. Legitimidade Qualquer pessoa física, qualquer pessoa jurídica diante de um caso concreto
pode alegar incidentalmente a inconstitucionalidade.
O juiz pode reconhecer de ofício a inconstitucionalidade.
2. Competência Qualquer juiz, qualquer tribunal diante de um caso concreto pode reconhecer
a inconstitucionalidade, inclusive de ofício.
Tribunal só por maioria absoluta de votos (CF, art. 97). Órgão fracionado
(turma, câmara, seção) não pode reconhecer a inconstitucionalidade. (pode
reconhecer a constitucionalidade). Órgão especial (de um tribunal com mais de
25 membros) também pode reconhecer a inconstitucionalidade (também pode
maioria absoluta).
Exceção:
CPC, 481 - Parágrafo único - Os órgãos fracionários dos tribunais não
submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição de
inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do
plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. (Acrescentado
pela L-009.756-1998)
3. Objeto de Só pode ser lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal.
controle
4. Parâmetro (ou “Eu alego que a lei é inconstitucional em face do que?”
paradigma) de Norma regra e normas princípio constitucional (inclusive princípios
controle constitucionais não expressos).
“O que é bloco de constitucionalidade?”
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Questões de concurso:
1. Preâmbulo pode ser parâmetro de controle? Não. Porque o preâmbulo
não se encontra no campo jurídico e sim político (não tem força
normativa).
2. ADCT pode ser parâmetro de controle? Pode, desde que não tenha se
exaurido.
5. Efeitos da Produz efeitos:
decisão Interpartes (limite subjetivo da coisa julgada)
Ex tunc – a lei é inconstitucional desde a sua promulgação (retroage)
O reconhecimento da inconstitucional não estará na parte dispositiva da
sentença e sim na fundamentação.
Questões de concurso:
1. O STF pode modular os efeitos da decisão no sistema difuso?
Excepcionalmente sim. (art. 27 da lei 9868/99)
2. O STF está obrigado a remeter a sua decisão ao Senado? Sim. O STF ou o
PGR deve remeter. Para que o Senado suspenda a execução da lei.
3. Hoje o STF ainda está obrigado a remeter a decisão ao Senado? Sim. (e a
abstrativização do sistema difuso? Voto do ministro Gilmar Mendes?)
4. O Senado pode suspender a execução de uma lei municipal? Sim. Não
interessa a natureza do ato normativo (federal, estadual ou municipal).
5. O Senado está obrigado a suspender a execução da lei? O ato do Senado é
vinculado ou discricionário? O ato é discricionário. Não se pode obrigar um
agente político a decidir de uma forma ou de outra.
6. O Senado suspende a execução de lei através de que? Através de uma
resolução.
7. A participação do Senado só se dá no sistema difuso? Ou também no
concentrado? Só no difuso.
8. Se o STF reconheceu toda a lei inconstitucional, o Senado pode suspender
apenas parte da lei? Não. O senado se tiver que suspender, deve suspender na
forma da decisão do STF.
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1999 – Promulgada lei 9868/99 – regulamenta a ADI em seu artigo 7º, §2,
incorpora no Brasil o “amigo da corte” (não é legitimado, é um terceiro especial).
Democracia participativa – alargamento dos legitimados - sociedade aberta de
interpretes constitucionais. A CF é o documento mais importante que temos.
Então a sociedade deve debater a constituição e não só o STF e o PGR. (amigo
da corte, audiências públicas etc).
A CF não diferencia legitimados. Entretanto o STF trás diferenças:
1. Legitimados universais ou neutros (I, II, III, VI, VII, VIII)
- não necessitam demonstrar a pertinência temática
2. Autores interessados ou autores especiais (IV, V, IX)
- estes necessitam demonstrar a pertinência temática
Pertinência temática - necessidade de comprovação do interesse na propositura
da ação. Objeto da ação e a sua finalidade institucional.
Questões de concurso:
1. Vice presidente pode ajuizar ADI? Não. A não ser que esteja substituindo,
exercendo a função de presidente.
2. Mesa do Congresso não pode ajuizar ADI? Não.
3. Os legitimados precisam de advogados para ajuizamento de ADI? A maioria
deles possui capacidade postulatória constitucional, não precisando de
advogado. Alguns deles precisam de advogado: partido político e confederação
sindical.
4. O GOV do Estado do RN pode questionar uma lei do Estado do RS? Em regra
não pode, pois falta pertinência temática. Em regra a lei não repercute no
patrimônio jurídico do RN.
5. Partido político deve ter no mínimo um Deputado Federal ou um Senador. [se
o partido perder a representação no CN o que acontece com a ação? Continua
normalmente (STF)].
6. IX – A UNE tem legitimidade para ADI? Não. Estudante não é profissão.
Classe é categoria laboral. Confederação: reunião de associações (associação
de DPC do RN, da PB, de SP etc, formam a Associação nacional dos DPCs) –
Associação de associações pode ajuizar ADI.
2. Competência Quem pode conhecer e julgar a ADI? STF. Art. 102, inciso I, A.
Art. 102 - Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a
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O que é lei?
Lei no artigo 102, inciso I, “a”, está em sentido genérico. Significa todas as
espécies normativas elencadas no artigo 59 da CF.
Questão de concurso:
1. É possível uma norma constitucional ser inconstitucional? Uma norma
constitucional não pode ser inconstitucional por que ambas decorrem do
poder constituinte originário. No Brasil não adotamos a tese de norma
constitucional inconstitucional (tese do direito constitucional alemão).
2. Uma EC pode ser inconstitucional? Sim, em face do art. 60, §4 (cláusulas
pétreas). EC é obra do PCDR. Emenda pode ser objeto de controle.
3. Só pode ser objeto de controle concentrado pela ADI após 5.10.88 (data
de promulgação da CF88). As leis anteriores não podem ser objeto de
controle concentrado. Pode no difuso.
4. Súmula pode ser objeto? Não. Pois não é obrigatória.
5. Súmula vinculante? Não. Porque a súmula vinculante tem um processo
próprio de revisão.
6. TI pode ser objeto? Sim.
TI
O artigo 4, inciso I, trata da independência nacional. Esta independência
fundamenta o dualismo jurídico: uma ordem jurídica nacional e uma
internacional. A internacional só produz efeitos dentro do nosso território se
for recepcionada conforme os comandos constitucionais. [no Brasil não
vigora o princípio da recepção automática]
Como se recepciona um TI? Fases:
1. O PR (como Chefe de Estado) deve assinar o TI. (art. 84, inciso VIII)
2. O CN deve aprovar, referendar o TI (art. 49, inciso I) através de um
decreto legislativo. (dualismo mitigado)
3. O TI precisa ser promulgado por um decreto do PR.
Em regra os TI tem a natureza de LO. Ostentando a natureza de lei ordinária
pode ser objeto de controle.
Se o TI tiver por objeto direito humanos a CF afirma que eles serão equivalentes
a EC, desde que seja recepcionado com quórum de emenda, podendo ser objeto
de controle concentrado, porque em tese pode ferir uma cláusula pétrea.
A decisão em ADI possui efeito dúplice. ADI e ADC são ações ambivalentes
(com sinal trocado). Art. 24 da lei 9868/99.
Lei 9868/99 - Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á
improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e,
proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta
ou improcedente eventual ação declaratória.
Erga omnes e vinculante:
Vinculante é mais amplo que o efeito erga omnes. O efeito vinculante obriga os
demais órgãos do Poder Judiciário e do Poder Executivo, inclusive no que tange
aos fundamentos da decisão. [caráter transcendente da decisão]. O STF pode
futuramente mudar a sua posição. Portanto, não vincula o STF.
O efeito vinculante obriga o Poder Legislativo? Não. O legislativo pode votar uma
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Esta modulação dos efeitos pode ser aplicada no sistema difuso? A regra é que
só se aplica ao sistema concentrado, pois está na lei 9868/99. No entanto
excepcionalmente o STF permite a modulação no sistema difuso.
Inconstitucionalidade chapada
Expressão utilizada pelo ministro Pertence. Inconstitucionalidade evidente,
absurda. Teratologia. “bosta jurídica”.
6. Procedimento A lei 9868/99 diz o rito que segue a ADI.
O PGR obrigatoriamente deve se manifestar na ADI.
O AGU obrigatoriamente deve fazer a defesa de presunção de
constitucionalidade do objeto da ação.
CF, Artigo 103, § 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a
inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará,
previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto
impugnado.
Se o ato impugnado for lei estadual? Sempre será o AGU.
Hoje o STF permite, excepcionalmente, que o AGU deixe de fazer a defesa do
ato impugnado. Ex. quando o próprio STF já firmou entendimento que aquela lei
é inconstitucional.
O artigo 97 também se aplica ao STF. Maioria absoluta.
Não existe prazo decadencial ou prescricional para ajuizar ADI. Ação que não se
sujeita a prazo. (desde que seja lei após 88)
Não é possível desistência da ação. Art. 5 da lei.
Art. 5o Proposta a ação direta, não se admitirá desistência.
Não é possível intervenção de terceiros em ADI. Art. 7 da lei.
Lei 9868/99 - Art. 7o - Não se admitirá intervenção de terceiros no
processo de ação direta de inconstitucionalidade.
ADI INTERVENTIVA
- Não existe hierarquia entre pessoas jurídicas com capacidade política (União, Estados, DF e Municípios)
existe uma divisão constitucional de competências.
- Competências: União art. 21 e 22. Municípios art. 29 e 30. Estados art. 25. DF possui competências dos
Estados e dos Municípios.
- Regra: A União não pode intervir nos Estados e os Estados não podem intervir nos municípios.
CF, Art. 34 - A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
- A União nunca pode intervir nos municípios dos Estados. Não existe exceção.
- Exceções: A união poderá excepcionalmente intervir nos Estados e nos municípios localizados nos seus
territórios. A União pode excepcionalmente intervir no DF. Os Estados podem intervir em seus municípios.
De 1998 até hoje só foi ajuizada uma ADI interventiva. (1989 para 1990). Seqüestrador preso. PMs e
tocaram fogo no seqüestrador. PGR ajuizou com base no art. 34, VII, “b”. O STF julgou improcedente o
pedido por entender que foi um caso isolado. Não requisitou a intervenção.
São aqueles facilmente percebidos. São aqueles que devem ser obedecidos pelos
Estados membros, sob pena de intervenção do todo na parte. Não podem ser
tocadas pelos Estados.
Na representação interventiva existe uma crise federativa.
Os Estados membros podem tudo? Possuem autonomia, poder de auto-
constituição e auto-organização, no entanto estes poderes sofrem limites. Os
limites estão presentes do artigo 25 da lei fundamental.
CF, Art. 25 - Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e
leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
[significa dizer que existem determinadas normas constitucionais que
devem ser respeitadas pelos Estados membros].
O prof. Raul Machado Orta dá o nome a estas normas que os Estados membros
devem obedecer de “normas centrais federais”.
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2. Competência STF
O STF pode dar prazo para o Poder Legislativo para regulamentar a norma
constitucional? Em regra não. No entanto já ocorreu um caso na ADO 3682 em
que o STF fixou o prazo de até 180 para o Legislativo regulamentar.
Pode ser:
STF – art. 102, inciso I, “q”
STJ – art. 105, inciso I, “h”
TSE – art. 121, §4º, inciso V
TJ – dependendo da previsão da Constituição
estadual
3. Objeto de Art. 5, inciso LXXI A falta de regulamentação
controle de qualquer norma
CF, Art. 5º, LXXI - conceder-se-á mandado de injunção constitucional de eficácia
sempre que a falta de norma regulamentadora torne limitada. Art. 103, §2
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais
e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania; CF, Art. 103
...
§ 2º - Declarada a
Aqui no MI temos uma restrição do objeto de controle: inconstitucionalidade por
falta de regulamentação de determinadas normas omissão de medida para
constitucionais. tornar efetiva norma
constitucional, será dada
ciência ao Poder competente
Nem sempre caberá MI. para a adoção das
providências necessárias e, em
Quais normas constitucionais: se tratando de órgão
administrativo, para fazê-lo em
- o exercício dos direitos e liberdades constitucionais
trinta dias.
- das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania
Sempre será possível a
ADO em caso de omissão.
Correntes:
Manoel Gonçalves Ferreira Filho:
- artigos 5º, 12º, 14º e 17º.
4. Efeitos da O STF vem mudando sua decisão em relação aos A decisão é mandamental.
decisão efeitos da decisão no MI.
Em sendo reconhecida a
STF, posições: omissão (procedência da
1. Corrente não concretista ação) o STF dará ciência a
- MI 284 autoridade encarrega por
- O Poder Judiciário deve apenas reconhecer a regulamentar a norma
omissão e dar ciência ao órgão encarregado pode constitucional.
regulamentar a norma constitucional. (não difere dos
efeitos da ADO) Poder – dá ciência da mora
Esta tese ela é acolhida pelo STF em quase todos os (com exceção)
MI. Órgão administrativo – 30
dias
2. Corrente concretista intermediária
- O STF reconhece a omissão e fixa prazo para o
órgão encarregado de regulamentar a norma
constitucional.
- MI 232
- e se ocorrer o transcurso do prazo? O interessado
poderá exercer o direito.
2. Competência STF
Competência ultra-concentrada. Art. 102, I, “a”
3. Objeto de Lei ou ato normativo federal. (sistema difuso: lei federal, estadual e municipal.
controle Sistema concentrado ADI: lei federal ou estadual)
CF, Art. 102 - Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a
guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal
ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato
normativo federal;
Legitimado passivo: a ação deve recair sobre a autoridade responsável pelo ato
questionado.
2. Competência STF, artigo 102, §1º
O veto do chefe do Executivo não é ato que possa ser discutido em ADPF.
Porque este veto se encontra no campo político.
4. ADPF ADPF autônoma tem por objetivo evitar ou reparar lesão a preceito fundamental
autônoma resultante de ato do poder público. Pode ser preventiva (evitar) ou repressiva
(reparar).
Gilmar Mendes defende que os além dos citados, os artigos 34, inciso VII (p.
constitucionais sensíveis) e o art. 60, §4 (cláusulas pétreas) seriam preceitos
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fundamentais.
É possível ADPF para ato particular que ofende preceito fundamental? Não,
porque a lei exige ato do poder público. Muitas vezes o particular está investido de
autoridade pública (concessionários e permissionários do poder público). Neste
caso é possível ADPF.
Indeferimento da inicial
Art. 4o A petição inicial será indeferida liminarmente, pelo relator, quando
não for o caso de argüição de descumprimento de preceito fundamental,
faltar algum dos requisitos prescritos nesta Lei ou for inepta.
§ 2o Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá agravo, no
prazo de cinco dias.