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CONSTITUCIONAL II
Rodrigo Flores
Fernandes
Revisão técnica:
Renato Selayaram
Bacharel em Direito
Especialista em Ciências Políticas
Mestre em Direito
ISBN 978-85-9502-621-6
Introdução
Para aprendermos com a devida profundidade o processo de impeach-
ment previsto na Constituição Federal de 1988, é necessário compreen-
dermos também os principais sistemas de governo que adotam a divisão
entre os Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), pois somente
assim alcançaremos as razões que justificam a instauração processo
contra o Chefe do Executivo.
Neste capítulo, estudaremos as principais características dos sistemas
denominados presidencialismo, parlamentarismo e semipresidencialismo,
que sintetizam as formas de governo presentes nas democracias ociden-
tais contemporâneas. Além disso, também analisaremos as competências
dos chefes, ministros e secretários do Poder Executivo e, por fim, descre-
veremos como sucede o procedimento de impeachment.
Sistemas de governo
Inicialmente, é importante destacarmos que, dentre os sistemas de governo
existentes em todo o mundo, neste capítulo consideraremos somente os que se
fundamentam na divisão dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário),
ou seja, os que são utilizados nas democracias ocidentais contemporâneas,
conforme retratado pelo jurista Ferreira Filho (2012, p. 133):
2 Poder Executivo
[...] não é possível negar que os sistemas que rejeitam a confusão de poderes,
que se baseiam na separação do Legislativo, do Executivo e do Judiciário,
são, na democracia ocidental, especialmente ciosa das liberdades individuais,
as formas consagradas. De modo geral, as democracias ocidentais adotam
ou o parlamentarismo ou o presidencialismo como regime de governo, com
a exceção suíça.
Caso o mandato presidencial termine antes que o processo criminal seja concluído,
o Supremo Tribunal Federal (STF) entende que a prerrogativa de foro se encerra e
o processo deve ser encaminhado ao juízo competente, de acordo com as regras
processuais gerais aplicáveis (BARCELLOS, 2018).
Procedimento de impeachment
No seu texto, a Constituição Federal de 1988 não faz uso do vocábulo de
origem inglesa impeachment, que pode ser traduzido como “impedimento”
ou “impugnação”. No seu art. 85, esse diploma legal menciona a “responsa-
bilidade do Presidente da República” e prevê quais são os ditos crimes de
responsabilidade (BRASIL, 1988).
O procedimento de impeachment extrapola o cargo de Presidente da Repú-
blica, pois é cabível tanto nos crimes praticados pelo presidente da República
quanto naqueles perpetrados pelos ministros do STF, pelo procurador-geral
da república, pelo advogado-geral da união e pelos ministros de Estado, nos
crimes conexos com o Chefe do Executivo. Na esfera estadual, o impedimento
é cabível principalmente nos crimes praticados pelo governador de estado, e,
na esfera municipal, principalmente nas infrações dos prefeitos municipais.
Para que o procedimento de impeachment se inicie, deve haver a constatação
de algum crime de responsabilidade, crime comum ou, ainda, crime eleitoral.
Frente a isso, a Constituição assim define os crimes de responsabilidade:
V — a probidade na administração;
VI — a lei orçamentária;
VII — o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá
as normas de processo e julgamento (BRASIL, 1988, documento on-line).
Leituras recomendadas
AGRA, W. M. Curso de Direito Constitucional. 9. ed. Belo Horizonte: Fórum, 2018.
CARVALHO FILHO, J. S. Manual de Direito Administrativo. 32. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 31. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018.
MORAES, A. Direito Constitucional. 33. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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