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FONTE DO DIREITO

DESCOMPLICAMOS OS SEUS ESTUDOS!

RESUMO ESQUEMATIZADO DE
Alexander Rodrigues de Souza

DIREITO CONSTITUCIONAL
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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Alexander Rodrigues de Souza

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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MATERIAIS FONTE DO DIREITO


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RESUMO DE DIREITO CIVIL - PARTE GERAL


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Alexander Rodrigues de Souza


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RESUMO DE DIREITO CIVIL - OBRIGAÇÕES
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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Sumário
1. ESTADO .............................................................................................................................................. 6
1.1 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ............................................................................................... 6
1.1.1 FORMAS DE ESTADO ..................................................................................................6
1.1.2 MODELOS DE ESTADO ............................................................................................... 7
1.1.3 FORMAS DE GOVERNO .............................................................................................. 7
1.1.4 SISTEMAS DE GOVERNO ........................................................................................... 8
1.2 ORGANIZAÇÃO CONSTITUCIONAL DO ESTADO BRASILEIRO ................................... 9

2. DIREITO CONSTITUCIONAL ..................................................................................................... 10


2.1 O QUE É O DIREITO CONSTITUCIONAL? ........................................................................ 10

3. CONSTITUCIONALISMO .............................................................................................................11
3.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONSTITUCIONALISMO ................................................. 11
3.1.1 Constitucionalismo Antigo ............................................................................................ 11
3.1.2 Constitucionalismo Clássico ou Liberal ........................................................................ 12
3.1.3 Constitucionalismo Moderno ou Social .........................................................................12
3.1.4 Constitucionalismo Contemporâneo
Alexander Rodrigues (Neoconstitucionalismo)
de Souza ..................................... 12
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4. CONSTITUIÇÃO .............................................................................................................................
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4.1 CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO ...................................................................................
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4.2 CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES ..........................................................................15

5. PODER CONSTITUINTE ...............................................................................................................17


5.1 PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO ...............................................................................17
5.2 PODER CONSTITUINTE DERIVADO ................................................................................. 18
5.2.1 PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR ..........................................18
5.2.2 PODER CONSTITUINTE DERIVADO REVISOR .................................................... 19
5.2.3 PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE ........................................... 19
5.3 PODER CONSTITUINTE DIFUSO ........................................................................................ 20
5.4 PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL .....................................................................20
5.5 FENÔMENOS CONSTITUCIONAIS ..................................................................................... 21
5.5.1 RECEPÇÃO .................................................................................................................. 21
5.5.2 DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO ..............................................................................22
5.5.3 RECEPÇÃO MATERIAL DE NORMA CONSTITUCIONAL ...................................22

6. INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL ................................................................................... 23


6.1 PRINCÍPIOS HERMENEUTICOS CONSTITUCIONAIS .....................................................24

7. NORMAS CONSTITUCIONAIS ....................................................................................................25


7.1 APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ................................................. 25
7.2 CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS ................................................... 25

8. HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA .........................................................................28


8.1 CONSTITUIÇÃO DE 1824 (CONSTITUIÇÃO DO IMPÉRIO) ............................................ 28
8.2 CONSTITUIÇÃO DE 1891 (CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA) ....................................... 28

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8.3 CONSTITUIÇÃO DE 1934 ..................................................................................................... 29


8.4 CONSTITUIÇÃO DE 1937 ..................................................................................................... 29
8.5 CONSTITUIÇÃO DE 1946 ..................................................................................................... 30
8.6 CONSTITUIÇÃO DE 1967 ..................................................................................................... 30
8.7 CONSTITUIÇÃO CIDADÃ DE 1988 ..................................................................................... 31

9. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ................. 33


9.1 FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL ...................................... 33
9.1.1 SOBERANIA ................................................................................................................ 34
9.1.2 CIDADANIA .................................................................................................................34
9.1.3 DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA ....................................................................... 34
9.1.4 VALORES SOCIAIS DO TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA .........................35
9.1.5 PLURALISMO POLÍTICO ...........................................................................................35
9.2 HARMONIA E INDEPENDÊNCIA ENTRE OS PODERES ................................................. 35
9.3 OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL .............. 36
9.4 PRINCÍPIOS QUE REGEM AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS ......................................36

10. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ........................................................................ 38


10.1 DIREITOS FUNDAMENTAIS X DIREITOS HUMANOS ................................................. 38
10.2 QUAL A DIFERENÇA ENTRE DIREITOS E GARANTIAS? ............................................38
10.3 CONCEITO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS .................................................................. 38
10.4 CARACTERÍSTICAS Alexander Rodrigues de Souza
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................... 38
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10.5 INDICAÇÃO E PRODUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............ 39
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10.6 CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS .................................................... 40
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11. DIREITOS FUNDAMENTAIS INDIVIDUAIS E COLETIVOS ..............................................42
11.1 DIREITO À VIDA ..................................................................................................................42
11.2 DIREITO À LIBERDADE .....................................................................................................43
11.3 DIREITO À IGUALDADE .................................................................................................... 44
11.4 DIREITO À SEGURANÇA ................................................................................................... 46
11.5 DIREITO À PROPRIEDADE ................................................................................................ 47

12. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS ..............................................................................................49


12.1 HABEAS CORPUS ................................................................................................................49
12.2 MANDADO DE SEGURANÇA ............................................................................................50
12.2.1 MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO ............................................................50
12.3 HABEAS DATA .................................................................................................................... 51
12.4 MANDADO DE INJUNÇÃO ................................................................................................ 51
12.4.1 MANDADO DE INJUNÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVO .................................... 51
12.5 AÇÃO POPULAR ..................................................................................................................52

13. DIREITOS SOCIAIS ..................................................................................................................... 53


13.1 DIREITOS SOCIAIS GERAIS .............................................................................................. 53
13.2 DIREITOS DOS TRABALHADORES DE FRUIÇÃO INDIVIDUAL ................................53
13.3 DIREITOS DOS TRABALHADORES DE FRUIÇÃO COLETIVA ................................... 53

14. NACIONALIDADE ........................................................................................................................54


14.1 NACIONALIDADE PRIMÁRIA .......................................................................................... 54
14.2 NACIONALIDADE SECUNDÁRIA .................................................................................... 54

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14.3 PERDA DA NACIONALIDADE .......................................................................................... 55

15. DIREITOS POLÍTICOS ................................................................................................................57


15.1 DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS ................................................................................... 57
15.2 DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS .................................................................................58
15.3 PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS ...................................................... 59

16. PARTIDOS POLÍTICOS .............................................................................................................. 60


16.1 SISTEMAS ELEITORAIS ..................................................................................................... 60
16.1.1 SISTEMA MAJORITÁRIO ........................................................................................ 60
16.1.2 SISTEMA PROPORCIONAL .....................................................................................61
16.2 CLÁUSULA DE BARREIRA ............................................................................................... 62

17. ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA DO ESTADO .........................................64


17.1 UNIÃO FEDERAL ................................................................................................................ 64
17.2 ESTADOS FEDERADOS ......................................................................................................65
17.3 MUNICÍPIOS ......................................................................................................................... 66

18. DIVISÃO CONSTITUCIONAL DE COMPETÊNCIAS ........................................................... 68


18.1 REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS HORIZONTAL E VERTICAL .............................. 68
Alexander Rodrigues de Souza
19. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .................................................................................................... 73
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19.1 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ......................................................................................73
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19.2 CLASSIFICAÇÃO DOS PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ..........................73
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19.3 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................................... 74

20. TRIPARTIÇÃO DE PODERES ................................................................................................... 75


20.1 PODER LEGISLATIVO ........................................................................................................ 76
20.1.1 PROCESSO LEGISLATIVO ...................................................................................... 80
20.1.2 ELABORAÇÃO DAS LEIS ........................................................................................82
20.2 PODER EXECUTIVO ........................................................................................................... 86
20.2.1 FUNÇÕES ................................................................................................................... 86
20.2.2 PRESIDENTE DA REPÚBLICA ............................................................................... 86
20.2.3 MINISTÉRIOS ............................................................................................................ 95
20.2.4 CONSELHO DA REPÚBLICA E CONSELHO DE DEFESA NACIONAL ............ 96
20.3 PODER JUDICIÁRIO ............................................................................................................98
20.3.1 Impeachment de Ministro do STF ............................................................................. 101

21. FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA ...................................................................................... 104


21.1 MINISTÉRIO PÚBLICO ..................................................................................................... 104
21.2 ADVOCACIA PÚBLICA .................................................................................................... 104
21.3 DA ADVOCACIA ................................................................................................................104
21.4 DEFENSORIA PÚBLICA ................................................................................................... 105

22. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ........................................................................ 106


22.1 VIAS DE CONTROLE REPRESSIVO ............................................................................... 108
22.1.1 CONTROLE DIFUSO/CONCRETO/INCIDENTAL ...............................................109
22.1.2 CONTROLE CONCENTRADO/DIRETO/ABSTRATO .........................................109
22.1.2.1 Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI .......................................................... 109

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22.1.2.2 Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF .........................110


22.1.2.3 Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão - ADO ................................... 110
22.1.2.4 Ação Declaratória de Constitucionalidade - ADC ..................................................111
22.1.2.5 Representação Interventiva - RI ............................................................................. 112

23. DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS ................................... 113


23.1 ESTADO DE DEFESA ........................................................................................................ 113
23.2 ESTADO DE SÍTIO ............................................................................................................. 114
23.3 FORÇAS ARMADAS ..........................................................................................................116
23.4 SEGURANÇA PÚBLICA ....................................................................................................116

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................118

Alexander Rodrigues de Souza


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1. ESTADO
Antes de aprofundarmos o estudo do Direito Constitucional, é necessário entender o que é o “Estado”.

Observe que o ente do qual estamos tratando aqui não é o “Estado do Paraná” ou o “Estado de São
Paulo”, esses são os estados membros da Federação. O Estado ao qual aqui nos referimos, nas palavras
de Celso Ribeiro Bastos, “é a organização juridicamente soberana de um povo em um dado território”.

Esse é o conceito moderno de Estado, onde, para que exista a organização sócio-jurídico-política
concebida como “Estado”, se faz necessária a presença da Soberania, do Território, do Povo e do
Governo.

Soberania
É a expressão máxima de poder estabelecida dentro de um determinado território;

Território
É o espaço geográfico delimitado onde o Estado exerce a sua soberania;

Povo
Toda e qualquer pessoa que possua um vínculo jurídico e político com o Estado;
Alexander Rodrigues de Souza
Governo filhodoalexx@gmail.com
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É a unidade política que, legitimada pelo Povo, estabelece regras e organiza a sociedade.
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1.1 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

1.1.1 FORMAS DE ESTADO


Trata da divisão espacial do Poder, onde temos:

Estado Unitário:
Caracteriza-se pela concentração do poder soberano em um polo central, sendo possível haver a
concessão de autonomia para fins da execução das decisões do poder central.

Essa autonomia política permite que o responsável por cada região tome a melhor atitude para a
execução da decisão proferida pelo poder central.

Imaginemos duas situações:


O território de Portugal com aproximadamente 92.212 km² de extensão.

A dimensão territorial do Brasil, com aproximadamente 8.516.000 km² de extensão.

Um estado unitário em nossa realidade se tornaria algo muito mais difícil, visto que o polo de
poder estaria muito distante de outras regiões do País, o que poderia causar uma instabilidade
enorme.

Já em Portugal, um país com extensão territorial pequena, essa forma de estado unitário se
torna viável.

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Estado Federado ou Federação:


É um Estado soberano que, por meio de sua Constituição, compete a seus estados-membros
autonomia de governo e administração.

Exemplo: Brasil.

Estado Confederado ou Confederação:


É uma associação de Estados soberanos, usualmente criada por meio de tratados, mas que
podem adotar uma Constituição.

Exemplo: Suíça.

1.1.2 MODELOS DE ESTADO


É o grau de interferência do Estado frente ao indivíduo, onde se tem o Estado Social, que preza por
uma maior igualdade; E o Estado Liberal, que busca pela liberdade.

1.1.3 FORMAS DE GOVERNO


Imagine a situação onde um navio de cruzeiro naufraga e os sobreviventes conseguem chegar até a
uma ilha deserta. Não havendo previsão de resgate,
Alexander o grupo
Rodrigues de pessoas passa a se organizar para a vida
de Souza
na ilha. filhodoalexx@gmail.com
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Observada a experiência da maioria das pessoas do nosso século com o regime democrático, o grupo
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tende a criar algum modelo semelhante. Para que o modelo democrático impere, é necessária a
participação popular nas decisões, dessa forma, com o tempo, o grupo destacaria um líder para
representar e tomar as decisões e eventualmente um conselho (um grupo) destinado a tratar dos
direitos dos cidadãos da ilha, criando e executando leis.

A história humana é repleta de modelos que surgiram para a representação de diferentes grupos,
todavia, que seguiam os mesmos conceitos básicos, de representação do grupo, ações para manter a
paz e a ordem e cuidado com os direitos do grupo. Desde a Grécia Antiga, Aristóteles já estudava esse
tipo de necessidade humana, de se organizar.

Aristóteles pensava sobre as possibilidades ou regimes que surgiriam a partir dessa necessidade,
pensou na distinção entre algumas formas de governo que até hoje são estudadas.

Segundo Aristóteles, as formas legítimas e puras seriam:


Monarquia, onde o Rei detém o poder supremo;
Aristocracia, onde alguns nobres são detentores do poder; e
Democracia, onde o povo detém o controle político, o poder.

Todavia, as formas ilegítimas, que deturpavam a concepção de governo que o filósofo tinha, seriam:
Tirania, onde o poder supremo seria obtido de forma corrupta (Forma impura de Monarquia);
Oligarquia, onde o grupo exerceria o poder de forma injusta (Forma impura de Aristocracia);
Demagogia, onde o poder seria exercido por facções populares (Forma impura de Democracia).

Superada essa introdução ao tema, tratemos das formas de governo que predominam atualmente:
Monarquia e República.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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Monarquia:
Nesta, o “monarca” normalmente adquire o cargo em razão da sucessão, ou seja, a legitimação
do trono se dá por meio da hereditariedade. Contudo, é também possível a conquista do trono
por meio de eleição.

Em regra, o monarca (rei/rainha/imperador ou imperatriz) exerce a chefia de Estado, sendo o


chefe de Governo outra pessoa (primeiro ministro, como exemplo). Contudo, também é
possível que o monarca seja ao mesmo tempo chefe de Estado e de Governo.

República
Palavra que deriva do latim e significa “coisa pública”, refere-se à forma de governo onde o
chefe de Estado e chefe de Governo são escolhidos mediante eleições diretas ou indiretas,
podendo inclusive, a chefia de Estado e de Governo serem exercidas pela mesma pessoa, ou
não.

Como características da república temos a eletividade (representantes eleitos), temporalidade


(os representantes possuem mandatos) e responsabilidade (o poder exercido pela pessoa a quem
foi concedido o mandato deverá respeitar uma série de normas, e caso não respeite, será
suspenso – perderá o mandato).
Alexander Rodrigues de Souza
filhodoalexx@gmail.com
1.1.4 SISTEMAS DE GOVERNO48271651811
O sistema de governo estabelece a fragmentação do poder político de um Estado soberano, ou seja, é a
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forma como o poder político - poderes Executivo e Legislativo - é dividido e exercido em um país. São
sistemas de governo: o presidencialismo, o parlamentarismo e o semipresidencialismo.

Presidencialismo
Neste sistema de governo a Chefia de Estado e a Chefia de Governo são exercidas por uma
única pessoa, o Presidente, que possui mandato fixo, não dependendo da confiança do
parlamento para permanecer no mandato.

Dessa forma, sendo o presidente eleito, somente será destituído do cargo por meio de processo
de impeachment.

Esse sistema de governo é adotado pelo Brasil, e citamos também como exemplo os Estados
Unidos e a Argentina.

Parlamentarismo
Este sistema possui caráter representativo, onde a população elege os “parlamentares” e dentre
estes, ocorre uma eleição onde é eleito, por votos de confiança, o Primeiro Ministro.

Dessa forma, os poderes Legislativo e Executivo correm juntos, sendo o Parlamento a


instituição soberana. Neste sistema, ocorre a distinção entre a pessoa que exerce a Chefia de
Estado (que via de regra, é exercida pelo Monarca) e a Chefia de Governo (que via de regra é
exercida pelo Primeiro Ministro).

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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Vale aqui observar que existem Repúblicas Parlamentaristas, como no caso da Alemanha; E
Monarquiais Parlamentaristas, como a Inglaterra.

Semipresidencialismo
Este sistema se caracteriza por traços do presidencialismo e do parlamentarismo, observado que
o Poder Executivo é composto por um Presidente eleito popularmente, com mandato fixo, e por
um Primeiro-Ministro e Ministros de Gabinete, oriundos do Parlamento e a ele responsivos.

Aqui, o Presidente exerce a função de Chefia de Estado, enquanto o Primeiro-Ministro exerce a


Chefia de Governo.

Como exemplos de países que adotam esse sistema, temos a França, Peru e Taiwan.

ATENÇÃO: Não os confunda com as expressões “Formas de Estado”, “Formas de Governo” e


“Sistemas de Governo”.

1.2 ORGANIZAÇÃO CONSTITUCIONAL DO ESTADO BRASILEIRO


O Brasil, ou melhor, a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito (conforme o artigo 1º
da Constituição Federal de 1988).Alexander Rodrigues de Souza
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Portanto:
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Forma de Estado: Federação.
Modelo de Estado: Segundo a doutrina majoritária, é social-liberal.
Forma de Governo: República.
Sistema de Governo: Presidencialista.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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2. DIREITO CONSTITUCIONAL
Antes de entrarmos a fundo no estudo desta disciplina, precisamos entender o que é o Direito
Constitucional e o seu objeto de estudo.

2.1 O QUE É O DIREITO CONSTITUCIONAL?


 É uma área do saber jurídico que tem por objeto as normas constitucionais, trabalhando com a
ideia da limitação do poder, buscando um plano de transformação social.

 Barroso descreve o movimento de evolução do Direito no sentido da elaboração de normas


constitucionais, iniciando com as seguintes palavras:

No princípio era a força. Cada um por si. Depois vieram à família, as tribos, a sociedade
primitiva. Os mitos e os deuses – múltiplos, ameaçadores, vingativos. Os líderes religiosos
tornam-se chefes absolutos. Antigüidade profunda, pré-bíblica, época de sacrifícios humanos,
guerras, perseguições, escravidão. Na noite dos tempos, acendem-se as primeiras luzes: surgem
as leis, inicialmente morais, depois jurídicas. Regras de conduta que reprimem os instintos, a
barbárie, disciplinam as relações interpessoais e, claro, protegem a propriedade. Tem início o
processo civilizatório. Uma aventura errante, longa, inacabada. Uma história sem fim.1

 O Direito Constitucional é Alexander


um ramo Rodrigues
de direito público
de Souzainterno, que se destina à análise e
interpretação da Constituição e filhodoalexx@gmail.com
suas normas. Além disso, o Direito Constitucional também busca
garantir o cumprimento da Constituição, buscando certificar se as normas infraconstitucionais
48271651811
estão de acordo com o que preceitua o texto constitucional.
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1
BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo: os conceitos fundamentais e a
construção do novo modelo. 7 ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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3. CONSTITUCIONALISMO
O Constitucionalismo surge antes mesmo da existência de qualquer Constituição.

O Constitucionalismo é um fenômeno que surge para controlar o poder do Estado, e o instrumento de


controle criado foi a Constituição. Ou seja, primeiro surgem os movimentos constitucionalistas que
buscavam a limitação do poder, para então serem criadas as Constituições, que são os mecanismos
utilizados para a limitação e controle do poder.

Podemos aqui conceituar o Constitucionalismo como o movimento que defende a limitação e o


controle do poder político por meio da garantia de direitos.

3.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONSTITUCIONALISMO


A Doutrina majoritária trabalha com a seguinte divisão:

 Constitucionalismo Antigo
 Constitucionalismo Clássico ou Liberal
 Constitucionalismo Moderno ou Social
 Constitucionalismo Contemporâneo

3.1.1 Constitucionalismo Antigo


Alexander Rodrigues de Souza
Idade Antiga filhodoalexx@gmail.com
 Segundo Karl Leowanstein, o primeiro48271651811
Constitucionalismo seria identificado nas cidades-estados
gregas e nos povos Hebreus.HP156016798544752
Alguns autores não trabalham essa limitação como
Constitucionalismo, pois ela decorria do medo, pois eram limitações de ordem religiosa e não com
os objetivos democráticos de assegurar direitos.

 Os Hebreus destinavam o poder à fiscalização dos atos governamentais, por meio dos profetas,
com a finalidade de impedir que extrapolassem os limites bíblicos.

 Já os Gregos, observadas as características filosóficas fortes e seus debates na “ágora”, havia uma
submissão do poder a razão.

Idade Média
 Evolução lenta do movimento constitucionalista, onde se tem uma menor influência religiosa, que
se inicia com a Magna Carta em 1215 e se finda com o “Bill Of Rights”, em 1689.

 A Magna Carta, de 1215, foi uma forma de sujeitar o Rei João Sem Terra, que era muito
autoritarista. Os donos de terras tinham medo de que o Rei acabasse por confiscar suas terras, ou
instituísse impostos muito altos. Com isso, o objetivo desta Carta foi limitar o poder do rei,
buscando a sujeição das vontades do rei à lei.

 O “Bill Of Rights”, de 1689, foi um meio de limitação da coroa ao parlamento, surgindo então a
Monarquia Parlamentarista na Inglaterra.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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3.1.2 Constitucionalismo Clássico ou Liberal


Inicia-se a criação de documentos formais, como a Constituição Norte Americana de 1787 e a
Constituição Francesa de 1791, onde de fato se inicia o Constitucionalismo como conhecemos hoje,
buscando os ideais de liberdade.

 A Constituição Norte Americana surge com a finalidade de unir as 13 colônias, que eram
“independentes”, o que fez surgir o chamado Federalismo, estabelecendo a Supremacia da
Constituição.

 A Constituição Francesa foi resultado da Revolução Francesa, a qual estabeleceu a Superioridade


do Legislativo, e se fundava em uma Monarquia Parlamentarista.

 Observa-se que no caso Europeu, na Constituição Francesa, havia o princípio da supremacia da lei
e do parlamento, que se sobrepunha até mesmo a própria Constituição, ou seja, não se tinha
Constituições vinculantes. Isso mudou após a Segunda Guerra Mundial, onde a Constituição
tornou-se suprema.

 No caso Americano, já de início se teve a Supremacia da Constituição e rigidez constitucional, o


que resultou na criação do Controle de Constitucionalidade na forma difusa. (caso Marbury VS
Madison).
Alexander Rodrigues de Souza
3.1.3 Constitucionalismo Moderno ou Social
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No primeiro momento houve a influência48271651811
dos ideais liberais, de que deveria se afastar o poder do
Estado, não devendo o Estado intervir nas relações interpessoais. Todavia, esses ideais de liberdade
HP156016798544752
não impediu a eclosão da Primeira Guerra Mundial, e da mesma forma, não combateu as
desigualdades sociais que eram gritantes.

Nesse período, a Rússia realizou a sua revolução socialista, a Revolução Bolchevique de 1917,
derrubando o Czar Russo e buscando a estatização dos meios de produção. Ou seja, nessa fase, passou
a se prezar pela igualdade.

Os documentos que marcam o surgimento do Constitucionalismo Moderno são:


 Constituição do México de 1917;
 Constituição de Weimar (Alemã) de 1917.

Veja, o mundo entrou na Primeira Guerra Mundial de uma forma e saiu de outra completamente
diferente. Dessa forma, é possível determinar como marco temporal inicial do Constitucionalismo
Moderno o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Já seu marco temporal final, o fim da
Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

3.1.4 Constitucionalismo Contemporâneo (Neoconstitucionalismo)


Surge com o fim da Segunda Guerra Mundial.

 Após a Segunda Guerra mundial, houve a necessidade da modificação da função da Constituição e


dos direitos que esta assegura, surgindo princípios constitucionais com a aproximação do direito e
da moral.

 Observação:

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DIREITO CONSTITUCIONAL
13

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 Se viu a necessidade de alçar a Constituição a posição de norma jurídica suprema e


fundamental, da qual decorrem as demais leis.

Aqui surgem as Constituições Garantistas e Dirigentes, onde a Constituição passou a ser a defensora
do Estado Democrático de Direito, almejando a limitação do poder do Estado frente ao indivíduo, e ao
mesmo tempo, estabelecer garantias aos indivíduos e objetivos a serem atingidos pelo Estado, com a
finalidade de promover a evolução e o bem estar social. Ou seja, aqui o constitucionalismo passa a
trabalhar os direitos fraternais, que vão além do próprio indivíduo (direitos meta-individuais).

Atenção: O Neoconstitucionalismo no Brasil surgiu com a Constituição Federal de 1988.

Autores que são referência no tema: Alexander Hamilton, Robert Alexy e Ronald Dworkin.

Alexander Rodrigues de Souza


filhodoalexx@gmail.com
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HP156016798544752

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4. CONSTITUIÇÃO
A Constituição é um instrumento de limitação do poder do Estado.

Ou seja, podemos conceituar a Constituição como o conjunto de normas que organiza e limita a
atividade do Estado, estabelecendo garantias e direitos individuais do cidadão.

4.1 CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO


CONCEPÇÃO SOCIOLÓGICA
 Para Ferdinand Lassale, os problemas constitucionais estão ligados ao Poder.
 Para o autor, a Constituição somente será legitima se efetivamente representar o poder social.
Dessa forma, existe a Constituição Efetiva, que realmente supre e atende as necessidades sociais e
a Constituição Jurídica, que caso não esteja efetivamente legitimada pelo poder social, não passa
de uma mera “folha de papel”.

CONCEPÇÃO POLÍTICA
 Para Carl Schmitt, a Constituição se refere à decisão política fundamental, relacionada à estrutura
do poder do Estado. Ou seja, aqui temos uma Constituição propriamente dita, que deveria
estabelecer os direitos e garantias fundamentais, tratar sobre a organização do Estado e dos
Poderes. Tudo aquilo que está na Constituição mas não se enquadra em uma dessas três matérias,
seriam leis revestidas de constituição,
Alexander ouRodrigues
seja, leis formalmente
de Souza constitucionais mas materialmente
infraconstitucionais. filhodoalexx@gmail.com
48271651811
 Carl era um autor Alemão, que escrevia durante a ascensão do nazismo.
HP156016798544752

CONCEPÇÃO JURÍDICA
 Para Hans Kelsen, a Constituição é uma norma pura, sem fundamentação sociológica, política ou
filosófica, que ocupa o ápice do ordenamento jurídico.

 Kelsen pensou no Direito em sua estrutura formal, pura. Ou seja, independe do poder social ou
decisão política fundamental.

CONCEPÇÃO NORMATIVA
 Para Konrad Hesse, a Constituição, além de uma norma que está no topo do ordenamento jurídico,
representa também uma vontade de fazê-la efetiva. A Constituição é um documento que goza de
eficácia normativa.

 Hesse foi um autor da segunda metade do século XX, estando ciente dos problemas sociais e da
insuficiência da teoria positivista do direito.

CONCEPÇÃO DIRIGENTE
 Para José Joaquim Gomes Canotilho (J. J. Canotilho), a Constituição, além de limitar o poder, é
instrumento que conduz o estado a propiciar direitos sociais e objetivos fundamentais ao povo.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
15

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CONCEPÇÃO SIMBÓLICA
 Para Marcelo Neves, o descompasso entre o estabelecido na Constituição e a realidade se torna um
objetivo a ser alcançado pelo Estado, onde as políticas públicas ou leis que não trabalhassem a
alcançar os objetivos estabelecidos na Constituição seriam inconstitucionais.

4.2 CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES


As classificações são blocos que permitem a análise de algumas características da Constituição.

As classificações das Constituições varia muito de autor para autor. Todavia, existem classificações
que são consensuais entre as doutrinas, as quais iremos trabalhar aqui:

QUANTO AO CONTEÚDO
 Material
 Conjunto de regras que regulam matérias tipicamente constitucionais.
 Direitos e garantias fundamentais, organização do Estado e dos Poderes.

 Formal
 Constituição que regula em seu texto matérias tipicamente constitucionais e também as
matérias que são atipicamente constitucionais.
Alexander Rodrigues de Souza
QUANTO À FORMA filhodoalexx@gmail.com
 Escrita ou Instrumental 48271651811
 As normas são codificadas. HP156016798544752
 Em regra, as regras estão condensadas em um único documento.

 Não escrita ou Costumeira


 As normas derivam de costumes, jurisprudência e dispositivos de natureza constitucional
esparsos.

QUANTO À ORIGEM
 Democrática/Promulgada
 Elaborada por meio de um órgão constituinte eleito pelo povo.

 Outorgada/Imposta
 É fruto de um autoritarismo, não havendo participação do povo em sua elaboração.

 Czarista/Bonapartista
 Constituição que surge de uma manifestação autoritária de vontade, sendo ratificada
formalmente pelo povo.

 Pactuada/Convencionada
 Aquela elaborada por duas ou mais forças que, opostas ou aparentemente opostas, pactuam
uma solução.

QUANTO À ESTABILIDADE
 Imutável/Permanente
 Constituição que não prevê processo para alteração de suas normas.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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 Rígida
 Não permite a alteração do texto constitucional com a mesma simplicidade de
procedimento que se altera as demais leis. Existe um procedimento especial para a
alteração do texto constitucional.

 Flexível
 A constituição pode ser alterada pelo mesmo procedimento destinado a alteração das leis
infraconstitucionais.

 Semirrígida/Semiflexível
 Quando a Constituição possui uma parte rígida e uma parte flexível. Ou seja, uma parte
demanda um procedimento especial para a alteração do texto, enquanto outra parte pode
ser alterado pelo mesmo procedimento destinado a alteração das leis infraconstitucionais.

QUANTO À EXTENSÃO
 Sintética/Concisa/Reduzida
 Constituição que regulam apenas questões básicas e essenciais de organização do Estado.

 Analítica/Prolixa
 Constituição que regula minuciosamente
Alexander Rodriguesquestões pertinentes à sociedade (administração
de Souza
pública, orçamento, direitos fundamentais, ordem social e etc).
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QUANTO À IDEOLOGIA HP156016798544752
 Ortodoxa/Homogênea
 Consagra apenas uma ideologia. Inexiste pluralismo.

 Eclética/Heterogênea
 A Constituição é compromissória, não seguindo apenas uma ideologia.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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5. PODER CONSTITUINTE
É a força, o poder responsável pela criação e modificação de uma Constituição. É um poder latente, e
quem detém a sua titularidade é o povo.

O Poder Constituinte se subdivide em Poder Constituinte Originário, Poder Constituinte Derivado e


Poder Constituinte Difuso.

O Poder Constituinte Derivado, por sua vez, subdividese em: Poder Constituinte Derivado Revisor;
Poder Constituinte Derivado Reformador; e Poder Constituinte Derivado Decorrente.

5.1 PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO


É o responsável pela criação de uma nova Constituição, logo, consequentemente é o responsável pela
extinção da Constituição anterior.

 Esse Poder poderá ser democrático, onde se tem uma convenção, uma Assembleia Nacional
Constituinte, como ocorreu no Brasil em 1988, onde são eleitos representantes do povo, das
diversas classes e etnias para participarem da elaboração do novo texto constitucional, sendo ao
final, promulgada a nova Constituição Federal.

 Contudo, esse poder também poderá ser autocrático, como ocorre em casos em que o Poder
Constituinte assume uma figura revolucionária,
Alexander Rodrigues onde o papel do povo na elaboração do texto
de Souza
constitucional acaba sendo suprimido. Essa Constituição que não conta com a participação
filhodoalexx@gmail.com
popular para a sua elaboração é classificada como uma Constituição Outorgada.
48271651811
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Características do Poder Constituinte Originário
 Inicial, visto que inaugura a existência do ordenamento jurídico do Estado;
 Independente ou Autônomo, pois pode estruturar a nova Constituição como bem entender;
 Incondicionado, pois não se vincula ao ordenamento jurídico anterior;
 Ilimitado, pois não encontra limites temáticos;
 Soberano, pois não reconhece nenhuma força superior a ele;
 Permanente, visto que não se esgota com a criação da nova Constituição.

Vale aqui observar, acerca da ilimitabilidade do Poder Constituinte Originário:


 A corrente doutrinária que ganhou espaço e força nos últimos tempos é a influenciada pelo
Constitucionalista Português, Jorge Miranda. Este autor trabalha a ideia da limitação do Poder
Constituinte Originário.

 Sendo:
 Limites Transcendentes: ligados ao Direito Natural;
 Limites Imanentes: ligados a própria identidade do Estado. Existem conquistas das quais
não se pode mais abrir mão;
 Limites Heterônimos: aqueles que advém de outros ordenamentos jurídicos, destacando-se
o Direito Internacional, por meio de tratados e convenções internacionais. Ou seja, as
diretrizes fixadas pelos tratados são fortes limitações para o ordenamento jurídico interno.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

5.2 PODER CONSTITUINTE DERIVADO


Este poder, como o próprio nome já diz, é derivado do Poder Constituinte Originário, que o criou e
estabeleceu os critérios e limites de atuação.

5.2.1 PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR


Este poder é exercido pelo Congresso Nacional, que é o responsável pela modificação e revisão das
normas constitucionais por meio da edição de emendas constitucionais, respeitadas as limitações
impostas pelo Poder Constituinte Originário.

Características:
 Limitado, pois deve respeitar os termos estabelecidos pelo Poder Constituinte Originário;
 Secundário ou Derivado, visto que é emanado pelo Poder Constituinte Originário;
 Condicionado, pois se condiciona ao que foi estabelecido na Constituição.

LIMITAÇÕES FORMAIS:
 Devem ser observados os legitimados para propositura da Proposta de Emenda Constitucional -
PEC (Art. 60, I, II e III da CF).
 O quórum de aprovação deve ser respeitado. (Art. 60, §2º da CF).

LIMITAÇÕES CIRCUNSTANCIAIS:Alexander Rodrigues de Souza


filhodoalexx@gmail.com
 É impossível a alteração do texto constitucional
48271651811 em algumas situações em que o Estado esteja
vivendo, como no caso de Intervenção Federal, Estado
HP156016798544752 de Sítio ou Estado de Defesa.

LIMITAÇÕES MATERIAIS
 O Poder Constituinte Originário fixou também limites materiais, onde, na alteração ou revisão do
texto constitucional, não se pode ferir as chamadas Cláusulas Pétreas, previstas no art. 60, §4º da
Constituição Federal.

 As Cláusulas Pétreas são direitos e fundamentos de existência do Estado Democrático que, em


razão de sua tamanha importância, o Poder Constituinte Originário resolveu petrificá-lo, ou seja,
IMPEDIR que o Poder Constituinte Derivado viesse a abolir esses direitos.

 Cabe esclarecer que, segundo o entendimento do STF, as Cláusulas Pétreas JAMAIS podem ser
abolidas, todavia, é possível a modificação para fins de ampliar o direito ou mesmo restringir o
exercício do direito resguardado.

LIMITAÇÃO TEMPORAL
 Trata-se da vedação constitucional a possibilidade de que seja apresentada em uma mesma sessão
legislativa a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada.

 Em outras palavras, caso seja apresentada a Proposta de Emenda Constitucional - PEC, e esta
acabe sendo rejeitada, a matéria que tratava não poderá ser rediscutida por meio de nova proposta
na mesma sessão legislativa.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

Cláusulas Pétreas:
São Cláusulas Pétreas nos termos do Art. 60, §4º da Constituição Federal:

 A forma federativa de Estado;


 O voto direito, secreto, universal e periódico;
 A separação dos poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário);
 Os direitos e garantias individuais (em suma, previstos no art. 5º da CF).

 Para maior entendimento desse tema, recomenda-se a leitura do artigo 60 da Constituição Federal
de 1988 da República Federativa do Brasil, onde ficam devidamente estabelecidos os limites
formais e circunstanciais de alteração do texto constitucional, bem como, o procedimento para tal.

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se,
cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa
ou de estado de sítio.
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, com o respectivo número
Alexander de ordem. de Souza
Rodrigues
§ 4º Não será objeto defilhodoalexx@gmail.com
deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;48271651811
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
HP156016798544752
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

Observação do Controle de Constitucionalidade


 O que ocorre quando a Emenda Constitucional é inconstitucional?
 A CF deu poder ao STF para declarar a inconstitucionalidade das normas constitucionais
derivadas (Emendas Constitucionais), todavia, não cabe controle de constitucionalidade das
normas constitucionais originárias (aquelas criadas pelo próprio Poder Constituinte Originário).

5.2.2 PODER CONSTITUINTE DERIVADO REVISOR


As características e limitações do Poder Constituinte Derivado Reformador também se aplicam a este
poder. Contudo, este se difere daquele, pois, como o próprio nome já diz, possui competência revisora.

 Ele está previsto no Art. 3º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, onde se
estabeleceu que devesse ser realizada a revisão do texto constitucional após cinco anos da sua
promulgação, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão
unicameral.

 Essa revisão foi realizada em 1993.

5.2.3 PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE


Por sua vez, decorre do Pacto Federativo, sendo o poder investido aos Estados Membros para a
elaboração de suas próprias Constituições Estaduais.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

 Encontra-se previsto no Art. 11 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT.

 Limites:
 Princípios constitucionais sensíveis;
 Princípios constitucionais extensíveis;
 Princípios constitucionais estabelecidos.

Princípios Constitucionais Sensíveis Art. 34, VII, CF.


 Forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
 Direitos da pessoa humana;
 Autonomia municipal;
 Prestação de contas;
 Mínimo exigido em saúde e ensino.

Princípios Constitucionais Extensíveis


 São normas de reprodução obrigatória na Constituição Estadual.
 Compreende as regras de organização:
 Organização, composição TCU;
 Eleições do Chefe do Poder Executivo;
 Princípios básicos do Alexander Rodrigues de Souza
processo legislativo;
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 Requisitos para criar CPI;
 Competências três poderes. 48271651811
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Exemplo: Art. 28, CF.

Princípios Constitucionais Estabelecidos


 Estabelecem regras vedatórias e mandatórias.
 Normalmente a Constituição estabelece que “é vedado...”.
 Princípios tributários e imunidades;
 Vedações do Art. 19 CF;
 Regras para intervenções;
 Criação e organização de Municípios.
 Administração Pública (Art. 37 CF - LIMPE);
 Organização da Justiça, MP e Defensoria;
 Segurança Pública.

5.3 PODER CONSTITUINTE DIFUSO


O Poder Constituinte Difuso, este não é responsável pela alteração do texto constitucional em si, mas
sim do sentido que se dá a interpretação desse texto.

 Ou seja, é o processo informal de mudança do sentido interpretativo do texto constitucional.

5.4 PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL


Este poder é também responsável pela criação de uma Constituição, todavia, esta Constituição servirá
para uma comunidade de Estados Soberanos.

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Ou seja, neste caso, cada Estado Soberano cederia parte de sua soberania para uma comunidade de
Estados que adotariam uma Constituição comum. Dessa forma, o titular deste poder não é o povo, mas
o cidadão universal.

Exemplo: Caso a União Europeia viesse a adotar uma Constituição, algo que já foi cogitado por lá.

5.5 FENÔMENOS CONSTITUCIONAIS


Os Fenômenos Constitucionais buscam solucionar um grande problema jurídico que ocorre em razão
da criação de uma nova Constituição pelo Poder Constituinte Originário. Isso pois, quando da
instauração de uma nova ordem constitucional, o que acontece com o ordenamento jurídico
infraconstitucional previamente existente? Todas as normas existentes deixariam de ter vigência?

5.5.1 RECEPÇÃO
Imagine se em 05 de outubro de 1988, quando da promulgação da Constituição Cidadã, o Código
Penal, Código Civil, Código Penal Militar e todas as demais leis deixassem de ter vigência, isso seria
um absurdo.

Para solucionar o problema descrito, existe o mecanismo chamado de Recepção, por meio do qual as
normas infraconstitucionais anteriores podem ser recepcionadas ou não recepcionadas pela nova
Constituição.
Alexander Rodrigues de Souza
Dessa forma, recepção é o mecanismo jurídico que permite o acolhimento das normas pré-existentes.
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Entretanto, cabe realizar a análise da compatibilidade MATERIAL e FORMAL das normas.

A compatibilidade material analisa o conteúdo da norma, de modo que aquelas que apresentem em seu
texto algo que contrarie o novo texto constitucional não podem ser recepcionadas.

De modo a exemplificar, quando da promulgação da Constituição Federal de 1988, o ordenamento


infraconstitucional pré-existente que apresentou compatibilidade com a ordem constitucional foi
recepcionado (em palavras mais simples, foi aproveitado).

A compatibilidade formal se encarrega da preocupação de verificar se essas normas são formalmente


adequadas ao que determina a nova Constituição. Destaca-se que a possível incompatibilidade formal
não acarreta a não recepção da norma, uma vez que somente será necessário adequar essa norma para
que passe a respeitar os requisitos formais da nova Ordem Constitucional.

Um exemplo é o vigente Código Tributário Nacional, uma Lei Ordinária de 1966 que foi criada na
vigência da Constituição de 1946, quando ainda não existia no ordenamento jurídico Brasileiro as Leis
Complementares.

Como a Constituição Federal de 1988 exige que as normas gerais em matéria de legislação tributária
devem ser tratadas por meio de Leis Complementares, conforme disciplina o Art. 146, III da
Constituição:

Art. 146. Cabe à lei complementar:


[...]
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
[...].

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

O Código Tributário Nacional, que foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988, passou a ter
status de Lei Complementar, para se adequar formalmente ao que disciplina o texto constitucional.

5.5.2 DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO
Este é o fenômeno por meio do qual a nova ordem constitucional, caso assim preveja expressamente
em seu texto, transforma parte da Constituição anterior em norma infraconstitucional.

5.5.3 RECEPÇÃO MATERIAL DE NORMA CONSTITUCIONAL


Trata-se da possibilidade de a nova Constituição, por expressa disposição em seu texto, manter parte
da Constituição anterior em vigor, em caráter temporário.

Alexander Rodrigues de Souza


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6. INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
São os métodos utilizados para a interpretação da Constituição Federal.

Não há um método correto a ser utilizado, sendo possível utiliza-los tanto em conjunto quanto
separado.

MÉTODOS
Método Jurídico/Clássico;
Método Tópico-Problemático;
Método Hermenêutico-Concretizador;
Métoto Cientifico-Espiritual;
Método Normativo Estruturante;
Métodos Comparativos.

Método Jurídico/Clássico
Este vê a Constituição como Lei, utilizando os elementos de interpretação legislativa (exegese jurídica).

 Elemento Gramatical – Texto.


 Interpreta-se o texto puramente
Alexanderdito.
Rodrigues de Souza
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 Elemento Histórico – Contexto Época. 48271651811
 Busca entender o contexto, HP156016798544752
o que se passava na sociedade na época.

 Elemento Sistemático – Norma/Contexto.


 Deve-se observar o artigo com base no todo, buscando entender o motivo da criação/edição
da norma.

 Elemento Teológico – Finalidade da Lei.


 O que o Legislador buscava quando da criação da norma.

 Elemento Genético – Origens.


 Observam as origens, os fundamentos do Estado, do País.

Método Tópico Problemático


 Interpreta-se a Constituição a partir do problema apresentado, buscando soluciona-lo.

 Este torna a Constituição um conjunto aberto de regras e princípios.

Método Hermenêutico-Concretizador
 Parte-se da norma para o problema, sendo um aspecto subjetivo da interpretação.

 Defendido por Konrad Hesse, onde você tenta resolver o problema.

Método Ciêntifico-Espiritual
 A constituição é dinâmica, se modificando com o tempo.

@fonte_dodireito / @Ataide.Campidelli
DIREITO CONSTITUCIONAL
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Método Normativo-Estruturante/Concretista
 Deve haver concretização da norma à realidade;
 A realidade molda a norma.

Método Comparativo
 Utiliza-se a comparação de diferentes ordenamentos jurídicos para solucionar um problema no
caso concreto.

6.1 PRINCÍPIOS HERMENEUTICOS CONSTITUCIONAIS

Princípio da Unidade da Constituição


 Busca-se interpretar os Direitos de forma que não sejam contraditórios entre si.

Princípio do Efeito Integrador


 Significa que a solução para esse caso deve ser a melhor solução para ele e também a melhor
integração político-social.

Princípio da Máxima Efetividade/Eficiência


 Buscar a mais ampla interpretação e efetividade
Alexander da norma
Rodrigues constitucional possível.
de Souza
filhodoalexx@gmail.com
Princípio da Conformidade/Justeza 48271651811
HP156016798544752
Ao interpretar, o sistema montado pelo constituinte originário não poderá ser desmontado.

Princípio da Concordância Prática/Harmonização


 Busca evitar o sacrifício total de uma norma em favor de outra.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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7. NORMAS CONSTITUCIONAIS
Em primeiro momento, é valido mencionar que as disposições inseridas ou reconhecidas em uma
Constituição, são tidas como Normas Constitucionais.

7.1 APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS


Todas as normas constitucionais SEMPRE possuirão alguma eficácia;

Ainda que não realizada na prática social, acabará por ter eficácia jurídica, visto que revoga os
dispositivos em contrário, impedindo a criação de políticas ou leis que sejam contrárias a estas normas.

7.2 CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

Normas de Eficácia Plena:


É a norma de aplicabilidade Direta, Imediata e Integral.

 Direta:
 Pois independe de regulamentação por norma infraconstitucional;
 Imediata:
 Pois passa a surtir efeitos a partir da sua entrada em vigor;
 Integral: Alexander Rodrigues de Souza
 Pois produz todos os efeitos.
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48271651811
Ou seja, geram todos os efeitos, não exigindo lei ou prestação para a sua aplicação.
HP156016798544752

Exemplo: Constituição Federal, Artigo 2º:

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário.

Veja que a existência desta norma já cumpre todos os seus efeitos, inexistindo a necessidade de
complementação por meio da criação de lei infraconstitucional para disciplinar o tema, bem como, não
se tem a hipótese da lei infraconstitucional limitar seus efeitos.

Normas de Eficácia Contida ou Reduzível


É a norma de aplicabilidade Direta, Imediata e Não Integral.

 Direta:
 Pois independe de regulamentação por norma infraconstitucional;

 Imediata:
 Pois passa a surtir efeitos a partir da sua entrada em vigor;

 Não Integral:
 Tem a possibilidade de o legislador restringi-la. Em outras palavras, cumprem todos os
efeitos, sendo, entretanto, passível de restrição pelo legislador.

Exemplo: Exercício da profissão.

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Constituição Federal, artigo 5º, inciso XIII:


XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer;

Veja que a princípio, é totalmente livre o exercício de qualquer profissão, contudo, esta liberdade pode
ser reduzida por lei, mediante a fixação de requisitos para o seu exercício.

Normas de Eficácia Limitada:


É a norma de aplicabilidade Indireta, Mediata e Reduzível.

 Indireta:
 Pois necessita da existência de legislação infraconstitucional;
 Mediata:
 Pois não passa a surtir seus efeitos a partir da sua entrada em vigor;
 Reduzida:
 Pois com a promulgação da Constituição a sua aplicabilidade é meramente “negativa”,
observado que apenas revogam a legislação em sentido contrário.

Ou seja, são normas que não conseguem cumprir todos os seus efeitos, necessitando da atuação do
poder legislativo ou executivo. Alexander Rodrigues de Souza
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Veja que sem a disposição da lei acerca do tema, essa norma constitucional não conseguirá cumprir
48271651811
seus efeitos plenos. HP156016798544752

Cabe ainda dizer que existe uma divisão entre as Normas de Eficácia limitada:
 Normas de Princípio Institutivo
 São as que propõem a criação de institutos, organismos ou entidades.
 Exemplos: Art. 18, §2; Art. 88, ambos da CF.

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende


a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta
Constituição.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou
reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração
pública.

 Normas de Princípio Programático


 São as que estabelecem princípios para serem cumpridos a curto, médio ou longo prazo, a
depender da complexidade.
 Art. 205, CF.

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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Mas atenção:
Segundo o Professor e então Ministro do STF, Luiz Roberto Barroso, a classificação que vimos acima
não faz sentido frente ao que determina o texto Constitucional:

Constituição Federal
Art. 5º [...]
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

Todavia, esse entendimento não é seguido ou cobrado pelos editais de concursos ou exames da OAB,
mas você pode se utilizar para ganhar pontos em eventuais provas discursivas. Em provas objetivas,
siga a classificação que apresentamos acima (Eficácia Plena, Contida ou Limitada).

Alexander Rodrigues de Souza


filhodoalexx@gmail.com
48271651811
HP156016798544752

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8. HISTÓRIA CONSTITUCIONAL BRASILEIRA


O Brasil, em seus 500 e poucos anos de histórias já adotou 7 Constituições, reflexo das mudanças
sociais, políticas e econômicas que ocorreram durante os séculos em nosso país.

Aqui faremos uma breve construção histórica, analisando de maneira objetiva as principais
características de cada Constituição.

8.1 CONSTITUIÇÃO DE 1824 (CONSTITUIÇÃO DO IMPÉRIO)


Foi a primeira Constituição brasileira, a qual foi outorgada em 25 de março de 1824, por Dom Pedro I.

Por meio desta, se instalou o regime de governo monárquico hereditário, constitucional e


representativo. Diferentemente da Constituição Federal atual (1988), a Constituição do Império
estabeleceu Quatro poderes:

Poder Executivo, que era exercido pelo Imperador e pelos presidentes das províncias;

Poder Legislativo, que era formado pela Câmara dos Deputados (Deputados eram eleitos pelo voto
censitário) e pelo Senado (Senadores eram nomeados pelo Imperador);

Poder Judiciário, onde os juízes, que eram nomeados pelo Imperador, possuíam cargo vitalício,
podendo ser suspensos somente por SentençaRodrigues
Alexander ou pelo Imperador;
de Souza
filhodoalexx@gmail.com
E o Poder Moderador, que, exercido pelo48271651811
Imperador, o dava o direito de intervenção nos demais
HP156016798544752
poderes, podendo sancionar e vetar leis, nomear e destituir ministros, magistrados e senadores, e ainda,
dissolver a assembleia legislativa.

Em relação ao exercício do Sufrágio, somente tinham o direito de votar nas eleições primárias, onde se
escolhia quem votaria nos deputados e senadores, os homens livres, maiores de 25 anos, com renda
anual de mais de 100 mil réis.

Para se candidatar às eleições primárias, as exigências aumentavam, onde era necessária a renda
mínima de 200 mil réis e excluía os libertos.

Por fim, para que fosse possível a candidatura ao cargo de Deputado ou Senador, era necessária a
renda superior a 400 mil réis, ser brasileiro e católico.

Cumpre ainda mencionar a existência do Conselho de Estado, o qual era composto dez membros,
indicados pelo Imperador.

Além disso, a capital do Brasil era Rio de Janeiro.

8.2 CONSTITUIÇÃO DE 1891 (CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA)


Após o golpe de 1889, quando Marechal Deodoro da Fonseca chefiou o movimento que derrubou o
governo Imperial, sem nenhuma participação popular.

Foi necessária a criação de uma nova Constituição, promulgada após a Proclamação da República, em
15 de novembro de 1889, a chamada “Constituição Republicana”.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
29

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Nesta Constituição, foi abandonado o modelo do parlamentarismo franco-britânico, onde se instaurou


a República Federativa Liberal, adotando o modelo presidencialista de governo.

O Poder Moderador aqui foi extinto, permanecendo somente os três poderes: Executivo, Legislativo e
Judiciário.

Houve o fim do voto censitário, onde seriam eleitores todos os cidadãos, exceto os analfabetos,
mendigos, soldados e membros de ordens religiosas, os quais eram impedidos de votar.

Pela pressão da elite agrária, que havia apoiado o movimento republicano, foi concedida maior
autonomia aos e estados-membros.

8.3 CONSTITUIÇÃO DE 1934


No primeiro governo do Presidente Getúlio Vargas, foi instaurada a nova Assembleia Constituinte, em
1933, a qual elaborou e promulgou a nova Constituição em 16 de julho de 1934, trazendo em seu texto
a marca das diretrizes sociais getulistas.

Nesta Constituição, foi mantido o sistema da tripartição de poderes (Legislativo, Executivo e


Judiciário).

Essa Constituição possuiu caráterAlexander


democrático, adotou as
Rodrigues deeleições
Souza diretas, com voto secreto, onde foi
garantido o voto feminino e o estabelecimento da obrigatoriedade do voto para os maiores de 18 anos.
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Trouxe a proibição do trabalho infantil e estabeleceu a jornada de trabalho de oito horas diárias,
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garantindo o repouso semanal obrigatório, e ainda, estabeleceu férias remuneradas e remuneração para
trabalhadoras Grávidas.

Observado que na Constituição anterior havia sido concedida uma ampla autonomia aos Estados, com
esta nova Constituição, essa autonomia foi reduzida, ocorrendo uma manutenção do regime
republicano com princípios federativos.

Por fim, por meio desta houve ainda a nacionalização de recursos minerais do subsolo brasileiro, e o
estabelecimento de monopólio estatal em alguns setores da indústria.

8.4 CONSTITUIÇÃO DE 1937


Getúlio Vargas, após sofrer algumas tentativas de golpes pelos comunistas, resolveu declarar a criação
do “Estado Novo”, dando um golpe de Estado em 10 de novembro de 1937, assumindo poderes
ditatoriais.

A Constituição de 1934 foi revogada, o Congresso Nacional foi dissolvido e foi outorgada ao país, a
Carta Constitucional do Estado Novo. Esta, com traços dos modelos fascistas europeus, suprimia
partidos políticos e concentrava o poder nas mãos do chefe supremo do Executivo.

Por meio desta Constituição:


 Foi extinta a Justiça Eleitoral e os Partidos Políticos;

 O direito ao Mandado de Segurança e Ação Popular foi suspenso;

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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 Foi instituída a censura aos meios de comunicação, os quais estavam também obrigados a
transmitir ou publicar os comunicados do governo;

 Foi proibido o direito de greve e foi prevista a pena de morte para crimes políticos.

 Foi extinto o poder Legislativo na esfera federal, estadual e municipal, onde passou ao presidente
o poder de nomear os interventores (que eram os governadores estaduais), e estes, deveriam
nomear as autoridades municipais.

Getúlio Vargas governou até 1945, quando então sofreu um Golpe de Estado, articulado pelo Exército
e por parte das forças conservadoras brasileiras.

8.5 CONSTITUIÇÃO DE 1946


Buscando retomar a linha democrática de 1934, foi legalmente promulgada em data de 18 de setembro
de 1946, após as deliberações do Congresso que havia sido recentemente eleito, o qual assumiu o papel
de Assembleia Nacional Constituinte.

O então presidente à época era Eurico Gaspar Dutra, conhecido como Presidente Dutra.

Esta Constituição reestabeleceu aspectos democráticos, como os direitos individuais, o fim da censura
e garantiu a liberdade de manifestação de ideias
Alexander e opiniões,
Rodrigues e ainda, estabeleceu o fim da pena de
de Souza
morte. filhodoalexx@gmail.com
48271651811
Além disso, operou a igualdade entre todos os brasileiros perante a lei, determinou a inviolabilidade do
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sigilo de correspondência.

Foi estabelecido o direito a ampla defesa para qualquer cidadão acusado, garantiu a liberdade de
formação de associações que possuíssem objetivos lícitos e de cultos religiosos e crenças, garantindo
ainda a liberdade de posicionamento político e filosófico.

8.6 CONSTITUIÇÃO DE 1967


No contexto da política de segurança nacional e do autoritarismo, que visavam combater os inimigos
internos e opostos ao regime, no contexto da guerra fria, foi promulgada durante o governo do então
presidente Castelo Branco, pelo Congresso Nacional, no dia 24 de janeiro de 1967 a Constituição do
Regime Militar.

Foi mantida a República como forma de governo, permanecendo como capital do país Brasília.

Observado o contexto que se vivia, dentro da lógica da Guerra Fria, buscaram por meio do texto
constitucional privilegiar a segurança nacional, aumentando os poderes da União e do presidente da
República.

Foram suspensos direitos e garantias constitucionais e reduzida a autonomia individual.

Observa-se que o poder de decisão estava em mãos do chefe do Poder Executivo, contudo, foi mantida
a tripartição de poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).

Este período foi bastante marcado pelos chamados “Atos Institucionais”, que até o momento haviam
sido incorporados os AI-1, AI-2 e AI-3, onde se tinha as principais características:
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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A eleição para presidente se dava de forma indireta, para um mandato de quatro anos, foi estabelecido
o bipartidarismo, houve a cassação e suspensão de direitos políticos, foi instituída a pena de morte para
crimes praticados contra a segurança nacional, foi restringido o direito de greve e aumentou a Justiça
Militar, onde foi estendido um foro especial a civis.

Posteriormente, foi incorporado o AI-5, em 1968, o qual determinou o fechamento do Congresso,


censurou aos meios de comunicação, estabeleceu intervenção militar em estados e municípios,
possibilitou a suspensão de direitos civis e políticos dos cidadãos, que cometiam crimes contra a
Segurança Nacional.

8.7 CONSTITUIÇÃO CIDADÃ DE 1988


A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é a sétima Constituição do país, sendo a
sexta de sua república, bem como a última a consolidar a mudança de um regime autoritário para uma
democracia.

Após o regime militar, o país se via em um novo processo de redemocratização onde havia
necessidade de devolver ao povo todos os direitos que haviam sido excluídos durante o regime militar.

Após a morte de Tancredo Neves, quando José Sarney assumiu o posto presidencial com o objetivo de
varrer os resquícios que ainda nos lembravam
Alexander do período
Rodrigues militar, o novo governo civil tomou as
de Souza
devidas providências para a formaçãofilhodoalexx@gmail.com
de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita em 1986.
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Criada por uma Assembleia ConstituídaHP156016798544752
por 559 parlamentares com diversas crenças políticas, em 5 de
outubro de 1988, o presidente da Câmara, Ulysses Guimarães, fez a promulgação da nova Constituição
brasileira.

Essa nova Constituição ficou conhecida como “Constituição Cidadã”, em alusão às suas diversas
conquistas no campo das liberdades individuais, os direitos de natureza social e política. Com isso,
apesar do abrandamento causado pela anistia geral, o Estado dava fim às arbitrariedades legitimadas
pelos militares.

A Constituição Cidadã de 1988 marcou o fim do governo militar, finalizando o processo de


redemocratização que havia se iniciado em 1984, sofreu influência da Constituição Portuguesa de 1976,
e apresentou legitimidade popular por ser “democrática e liberal”, onde se tem em seus traços as
seguintes características:

 Foi a primeira a permitir a incorporação de emendas populares.


 Autorizou a intervenção do judiciário quando não houver o cumprimento da defesa dos direitos
fundamentais.
 É conhecida como a Constituição Cidadã.
 Melhorou a administração dos estados da federação.
 Instituiu uma ordem econômica tendo por base a função social da propriedade e a liberdade de
iniciativa limitada pelo intervencionismo estatal.

 Em relação ao Direito ao Sufrágio


 Restabeleceu eleições diretas para os cargos de presidente da República, governadores dos
estados e prefeitos das cidades.
 Definiu que o presidente da república teria seu mandato de 5 anos sem reeleição.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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Obs: Em 1997 houve uma Emenda Constitucional que permitiu a reeleição dos
principais cargos do executivo, reduzindo os mandatos para 4 anos.
  Implantou um sistema pluripartidário.
  Permitiu que os analfabetos votassem.
  Permitiu voto facultativo aos jovens de 16 a 18 anos.

 Em relação aos Direitos Trabalhistas


 Permite licença maternidade as mães durante 120 dias e aos pais por 5 dias.
 Reduziu a jornada semanal de 48h para 44h.
 Deu Direito à greve e liberdade sindical.
 Abono de indenização de 40% do FGTS na demissão e o seguro desemprego.
 13º salário aos aposentados.

 Em relação aos Direitos Humanos


 Liberdade de expressão.
 Direito da Criança e do adolescente.
 O racismo e sua pratica passou a ser crime inafiançável e imprescritível.
 Igualdade de gêneros.
 Proibição da tortura.
 Ampliou os direitos sociais e as atribulações do poder público.
Alexander Rodrigues de Souza
 Com a Constituição, os índios também conseguiram alguns direitos, como a posse das terras que
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eles ocupavam.
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9. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA


DO BRASIL
Antes de adentrar os Princípios Fundamentais, vamos falar sobre o Preâmbulo da Constituição:

PREÂMBULO

“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para


instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e
individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça
como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República
Federativa Do Brasil”.

 Natureza Jurídica:
 Tese da eficácia idêntica a dos demais preceitos;
O preâmbulo não se distingue dos demais dispositivos Constitucionais, sendo, portanto,
norma vinculante com força cogente.

 Tese da relevância jurídica específica


Alexander indireta;de Souza
Rodrigues
O preâmbulo o preâmbulo faz parte das características jurídicas da Constituição, mas
filhodoalexx@gmail.com
não se confunde com os demais dispositivos, não podendo servir como parâmetro para
48271651811
Controle de Constitucionalidade.
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 Tese da irrelevância jurídica.


O preâmbulo se situa na política e na história, mas não no corpo de Direito. São apenas
os valores que utilizaram para a criação da Constituição.
Posicionamento adotado pelo do STF.

AGORA, PASSAMOS A TRATAR DE FATO COM O TEXTO CONSTITUCIONAL, SOBRE A PARTE


DOGMÁTICA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL:

Princípios são alicerces do Direito que orientam e inspiram regras gerais, ainda que não estejam
previstos no diploma legal.

Os Princípios Fundamentais da República estão devidamente disciplinados no Título I, da Constituição


Federal, abrangendo, portanto:
 Os fundamentos da República;
 Os poderes da União;
 Os objetivos fundamentais da República; e ainda;
 Os princípios que regem as relações internacionais do Brasil.

9.1 FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


São os pilares da organização da República Federativa do Brasil e de todo o nosso ordenamento
jurídico, devidamente estabelecidos no Artigo 1º da Constituição Federal de 1988:

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Dica:
 Mnemônica para auxiliar nos estudos: SO-CI-DI-VA-PLU
 SO – Soberania;
 CI – Cidadania;
 DI – Dignidade da pessoa humana;
 VA – Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
 PLU – Pluralismo político.

Trataremos agora sobre cada um destes fundamentos.


Alexander Rodrigues de Souza
9.1.1 SOBERANIA filhodoalexx@gmail.com
48271651811
Trata-se do atributo do Estado, onde o Estado Soberano não está subordinado a nenhum outro. Ou seja,
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tanto na ordem internacional quanto na ordem interna, o Estado brasileiro é a expressão máxima de
poder dentro de seu território.

Aqui se faz válido mencionar acerca dos tratados internacionais. Estes não ferem a soberania, tendo
em vista que a submissão a esses acordos é voluntária, podendo ser rescindidos pelo Brasil.

9.1.2 CIDADANIA
Remete-se a participação popular nas decisões políticas do Estado, mas vai além desse significado
restrito de “cidadão”.

A cidadania é o direito do cidadão de possuir direitos e deveres. Este fundamento é materializado ao


decorrer do texto constitucional, por meio do sufrágio, da iniciativa popular das leis, do direito ao
acesso a serviços de saúde, educação, lazer, direito a moradia, enfim.

De maneira geral, é o fundamento que garante ao a possibilidade de participar das decisões políticas de
seu país, bem como, a possibilidade de definir seu próprio futuro.

9.1.3 DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA


É o princípio basilar de todos os direitos fundamentais.

O Constituinte originário buscou por meio deste fundamento, garantir ao indivíduo uma existência
digna, onde a proteção das pessoas e de seus direitos passa a ser uma das finalidades do Estado, onde
qualquer ato que atente contra a dignidade humana deve ser rechaçado pelo nosso ordenamento
jurídico.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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9.1.4 VALORES SOCIAIS DO TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA


Este fundamento trabalha a ideia do social-liberal, onde o Estado deverá zelar pela dignidade e
condições mínimas no trabalho, assim como, implicitamente indica que o Estado Brasileiro adota o
sistema capitalista, buscando garantir uma livre iniciativa econômica, ainda que o Estado possa
diretamente nela interferir em proveito da coletividade.

Cumpre observar que o trabalho recebe ainda a posição de direito social, previsto no artigo 6º da
Constituição Federal.

9.1.5 PLURALISMO POLÍTICO


Este fundamento busca assegurar o direito as diversas opiniões filosofo-políticas que possam existir,
garantindo a inclusão dos diversos grupos sociais no processo político brasileiro.

Cumpre aqui salientar que no próprio texto constitucional, em seu artigo 17, já verificamos a
materialização deste princípio, quando se garante um pluripartidarismo, possibilitando a criação de
entes representativos destes variados grupos sociais, com a finalidade de promover uma participação
ativa na política brasileira.

9.2 HARMONIA E INDEPENDÊNCIA ENTRE OS PODERES


Observe que o Poder emanado pelo povo ao “Estado” é uno e indivisível, contudo, para o fim de
garantir o ideal de Constituição,Alexander
que seria aRodrigues de Souza
limitação do Estado frente ao indivíduo, objetivando a
filhodoalexx@gmail.com
organização e a limitação desse poder, é adotado o sistema de “checks and balances” ou “freios e
48271651811
contrapesos”.
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Esse ideal de separação dos poderes foi trabalhado por Charles-Louis de Secondat, o barão de La
Brède e de Montesquieu, filósofo popularmente conhecido como “Montesquieu”.

Em sua obra “Do Espírito das Leis” publicada em 1748, este filósofo trabalhou este sistema que
buscava evitar o retorno dos governos absolutistas ao poder.

Em seu artigo 2º, a Constituição Federal Cidadã de 1988 disciplinou:

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário.

Observe que a Constituição deixa explicito que esses três Poderes são “independentes e harmônicos”
entre si.

A Independência indica a ausência de subordinação, de hierarquia entre eles, sendo cada um livre para
se organizar, contudo, tendo em vista a existência do sistema de freios e contrapesos, essa
independência não é ilimitada, podendo um dos Poderes interferir na atuação outro, dentro dos limites
fixados na Constituição.

Como exemplo, podemos indicar:


 A fiscalização exercida pelo Poder Legislativo nos atos praticados pelo Poder Executivo
(artigo 49, X, Constituição Federal);
 Ou ainda, quando o Poder Judiciário controla a constitucionalidade das leis elaboradas pelo
Poder Legislativo.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
36

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Já a Harmonia indica a cooperação entre os Poderes, visando garantir que os Poderes expressem de
maneira uniforme a vontade da União.

9.3 OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO


BRASIL
Estes estão previstos no artigo 3º da Constituição Federal, os quais estabelecem as metas, os fins a
serem alcançadas pelo Estado brasileiro.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.

 Dica: Mnemônica para auxiliar nos estudos: CON-GA-E-PRO


 CON - Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
 GA - Garantir o desenvolvimento nacional;
 E - Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
 PRO - Promover o bem de todos,
Alexander sem preconceitos
Rodrigues de Souzade origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.
filhodoalexx@gmail.com
48271651811
Apesar de apresentarem certa utopia,HP156016798544752
eles estabelecem um conceito ideal que fixa o norte a ser
perseguido e respeitado pelos legisladores e administradores públicos.

9.4 PRINCÍPIOS QUE REGEM AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS


Estes se encontram previstos no artigo 4º da Constituição Federal, fixando princípios que regem a
República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais.

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não-intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,


social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.

Mnemônica: AINDE NÃO CONPREI RECOS

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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A (III – autodeterminação dos povos)


IN (I – independência nacional)
DE (VI – defesa da paz)
NÃO (IV – não-intervenção)
CON (X – concessão de asilo político)
PRE (II – prevalência dos direitos humanos)
I (V – igualdade entre os Estados)
RE (VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo)
CO (IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade)
S (VII – solução pacífica dos conflitos)

Alexander Rodrigues de Souza


filhodoalexx@gmail.com
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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10. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS


Avançando nos estudos, seguimos ao Título II da Constituição Federal, onde encontramos os Direitos
e Garantias Fundamentais, previstos entre os artigos 5º e 17 da referida carta.

Em primeiro momento é necessário entender que os direitos fundamentais são instrumentos jurídicos
de proteção do indivíduo frente a atuação do Estado, eles são essenciais ao ser humano, havendo até
mesmo certa confusão entre o que são os Direitos Fundamentais e o que são os Direitos Humanos.

10.1 DIREITOS FUNDAMENTAIS X DIREITOS HUMANOS


Observe que os Direitos Fundamentais nascem a partir de sua positivação (previsão normativa),
sendo institutos jurídicos do direito interno, possibilitando que seja identificado em um determinado
tempo e lugar.

Já os Direitos Humanos, por sua vez, se estendem muito além das fronteiras de um país, sendo
supranacionais, e independem de positivação para sua existência.

Vale aqui observar que, apesar da abrangência do conteúdo positivado neste título da Constituição, ela
não foi exaustiva em disciplinar o tema, razão pela qual existem princípios implícitos, decorrentes do
que se encontra previsto na Constituição Federal.

Ainda, na forma do §2º do artigoAlexander


5º da Constituição Federal,
Rodrigues acima indicado, é possível que o sistema
de Souza
jurídico brasileiro receba outros direitos, que advenham de tratados internacionais dos quais o país seja
filhodoalexx@gmail.com
signatário. 48271651811
HP156016798544752
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.

10.2 QUAL A DIFERENÇA ENTRE DIREITOS E GARANTIAS?


Observe que os direitos fundamentais são disposições declaratórias, enquanto as garantias são
disposições assecuratórias que buscam garantir a efetividade dos direitos.

Direitos fundamentais - disposições declaratórias;


Garantias fundamentais - disposições assecuratórias.

Para exemplificar, por meio dos remédios constitucionais (espécies de garantias fundamentais), se
busca defender os direitos fundamentais, como a liberdade de locomoção, em caso de habeas corpus.

10.3 CONCEITO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS


São institutos jurídicos de direito interno, portanto, positivados no sistema Constitucional, os quais
existem em razão de sua raiz, que é a dignidade da pessoa humana.

10.4 CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Características Intrínsecas
 Historicidade:
 São frutos de uma construção histórica;

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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 Autogeneratividade:
 Ainda que não positivados, eles continuam a existir;

 Universalidade:
 Aplicável a todos, sem distinção entre os indivíduos;

 Limitabilidade:
 Não existem direitos absolutos;

 Irrenunciabilidade:
 Não podem ser recusados, alienados ou violados, visto serem inerentes ao ser humano.
Contudo, é possível que não sejam exercidos por livre escolha do indivíduo;

 Imprescritibilidade:
 São imprescritíveis, podendo ser exigidos a qualquer tempo;

 Coexistência/Concorrência:
 Podem ser exercidos de forma cumulada.

Características Extrínsecas Alexander Rodrigues de Souza


 Rigidez: filhodoalexx@gmail.com
 Em razão de as normas clausuladas na Constituição Federal serem submetidas a um
48271651811
processo rigoroso de modificação;
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 Petrificação:
 Conforme o disposto no artigo 60, §4º, IV da Constituição Federal, os Direitos e Garantias
individuais são impermeáveis;

 Aplicabilidade Imediata:
 As normas definidoras dos Direitos Fundamentais possuem aplicabilidade imediata, como
estabelece o §1º do artigo 5º da Constituição Federal.

10.5 INDICAÇÃO E PRODUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS


FUNDAMENTAIS
 Na Inglaterra
 Magna Charta Libertatum, 1215;
 Petition Of Rights, 1628;
 Habeas Corpus Act, 1679;
 Bill Of Rights, 1689.

 Estados Unidos da América


 Declaração de Virgínia, 1776;
 Declaração de Independência dos EUA, 1776;
 Constituição dos EUA, 1787.

 França
 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, 1789; 

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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 Constituições Francesas, 1791 e 1793.

 Constitucionalismo no Século XX
 Declaração Soviética dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado, 1918;
 Constituição de Weimar, 1919.

 Pós Segunda Guerra Mundial


 Carta das Nações Unidas, 1945;
 Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948;
 Pactos Internacionais de Direitos Humanos, 1966.

10.6 CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Critério da Positivação no Texto Constitucional


I – Direitos Individuais e Coletivos;
II – Direitos Sociais;
III – Nacionalidade;
IV – Direitos Políticos;
V – Partidos Políticos.

Critério Axiológico TeológicoAlexander Rodrigues de Souza


filhodoalexx@gmail.com
I – Liberdade; 48271651811
II – Igualdade; HP156016798544752
III – Preservação da Espécie;

Critério Cronológico Evolutivo Comutativo


1º DIMENSÃO/GERAÇÃO
 Buscam impor limites ao Estado, garantindo a liberdade do indivíduo frente ao Estado.

 São os Direitos das liberdades religiosas, políticas e civis clássicas, como a vida, segurança,
propriedade, igualdade formal (igualdade em relação à lei) e outras.

2º DIMENSÃO/GERAÇÃO
 Exigem uma postura ativa do Estado, para que proporcione meios de garantir o direito à dignidade
humana, como a proteção do trabalho, direito à educação, saúde, cultura, etc.

 Em outras palavras, buscam a igualdade material, por meio da intervenção do Estado, a fim de
promover o “bem-estar social”.

3º DIMENSÃO/GERAÇÃO
 Direitos transindividuais, difusos ou da fraternidade, como o direito ao meio ambiente equilibrado,
uma qualidade de vida saudável, progresso.

 É uma geração dotada de humanismo e universalidade, pois não se destina somente a proteção dos
indivíduos de um determinado grupo ou que existem em um determinado momento, mas sim a
humanidade como um todo, no presente e futuro.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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4º DIMENSÃO/GERAÇÃO
 Estes refletem os Direitos de Responsabilidade, objetivando a manutenção da paz, da democracia,
autodeterminação dos povos e etc.

 Esta geração surgiu recentemente, motivada pela globalização e avanço tecnológico.

 Está diretamente ligada à imposição de um controle na pesquisa genética e de modificação dos


genótipos dos seres, em principal, o ser humano.

Alexander Rodrigues de Souza


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11. DIREITOS FUNDAMENTAIS INDIVIDUAIS E COLETIVOS


Os Direitos e Deveres Individuais e Coletivos encontram-se previstos no artigo 5º da Constituição
Federal:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

Portanto, são Direitos Fundamentais Individuais e Coletivos, à vida, à liberdade, à igualdade, à


segurança e à propriedade.

Estes são os chamados “Núcleos Fundamentais”, e trataremos sobre cada um deles adiante.

11.1 DIREITO À VIDA


O direito à vida possui uma dupla acepção:
 Direito de nascer e de permanecer vivo;
 Direito de viver com dignidade.

Este direito se refere a um tipo de vida específico, que merece tratamento especial, que é a vida
humana. É um fundamento previsto entre os Princípios Fundamentais a Dignidade da Pessoa Humana,
ou seja, existe uma garantia constitucional para a existência
Alexander Rodrigues humana de maneira digna, garantida a
de Souza
integridade física e moral. filhodoalexx@gmail.com
48271651811
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Alexandre de Moraes, em sua obra “Direito Constitucional”, indicou que “o direito à vida é o mais
fundamental de todos os direitos, já que se constitui em pré-requisito à existência e exercício de todos
os demais”.

Tendo em vista que este direito vai além da existência de tão somente a “vida”, mas de uma vida com
dignidade, deriva dele a vedação às práticas humilhantes, de tortura, ou ainda a pena de morte, como
dispõe o artigo 5º da Constituição Federal, especialmente em seus incisos III e XLVII.

Veja que a vida é um bem indisponível, contudo, nem mesmo este direito que prescinde a existência
dos demais é absoluto, sendo autorizada a pratica de atos de disposição da vida, em casos específicos
na realidade brasileira, como exemplo, a interrupção da gravidez resultante de estupro ou que gere
risco a vida da gestante.

Além disso, apesar de em regra a pena de morte ser vedada no Brasil, existe a hipótese de sua
aplicação, em caso de guerra declarada, na forma do artigo 5º, XLVII e artigo 84, XIX da Constituição
Federal.

Em relação à existência digna, dispõe a Constituição Federal em seu artigo 170:

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social […].

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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11.2 DIREITO À LIBERDADE


Para o Direito, o indivíduo é livre para fazer o que quiser desde que não seja expressamente proibido
pela lei, é isso que estabelece o princípio da Legalidade, previsto no artigo 5º, inciso II da Constituição
Federal.

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

São alguns os aspectos de Liberdade garantidos por este Direito Fundamental:

Liberdade de Locomoção e Circulação


Previsto no artigo 5º, inciso XV da Constituição Federal, o qual estabelece que:

XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,


nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

Cumpre salientar acerca dos pedágios, que é uma exceção prevista no artigo 150, V da Constituição
Federal.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
Alexander Rodrigues de Souza
V - estabelecer limitações aofilhodoalexx@gmail.com
tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais
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ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo
Poder Público; HP156016798544752

Liberdade de Pensamento e de Expressão


Previsto no artigo 5º, inciso X da Constituição Federal, o qual estabelece que:

X – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,


independentemente de censura ou licença;

Liberdade de Crença e de Culto


Previstos no artigo 5º, inciso VI, VII e VIII da Constituição Federal, disciplinam que:

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício


dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Existe a expressa vedação Constitucional, à União, Estados ou Municípios estabelecerem cultos


religiosos ou igrejas, na forma do artigo 19, inciso I;

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento


ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na
forma da lei, a colaboração de interesse público;

Além disso, é vedado instituir impostos sobre os templos de qualquer culto, na forma do artigo 150,
inciso VI, alínea “b” da Constituição Federal.

Liberdade de Reunião e Associação


Estabelecidos no artigo 5º, incisos XVI e XX da Constituição Federal:

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;


Alexander Rodrigues de Souza
Liberdade de Ação Profissional filhodoalexx@gmail.com
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Refere-se à liberdade da atuação profissional, desde que cumpridos os eventuais requisitos que a lei
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estabelecer. Está previsto no artigo 5º, inciso XIII da Constituição Federal.

XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações


profissionais que a lei estabelecer;

11.3 DIREITO À IGUALDADE


Esse direito busca um equilíbrio social.

Igualdade Formal
 Tratar a todos igualmente.

Igualdade Material ou Substancial


 Tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, a medida de suas desigualdades.

Importante aqui esclarecer que existem as desigualdades naturais ou físicas e as desigualdades sociais
e/ou políticas. Para que seja possível manter o equilíbrio social, em algumas ocasiões é necessário que
a Constituição Federal estabeleça tratamentos desiguais, almejando a igualdade de oportunidades.

Igual entre Homens e Mulheres


Na forma do artigo 5º, inciso I da Constituição Federal:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição.

Além disso, o exercício do chamado “Poder Familiar” também é exercido em pés de igualdade, na
forma do artigo 226, §5º da Constituição Federal.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo


homem e pela mulher.

Igualdade Racial
Como um dos objetivos da República Federativa do Brasil foi fixado, no artigo 3º, IV da Constituição
Federal que:

IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.

No artigo 4º, inciso VIII do texto constitucional temos que:

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo.

E ainda, artigo 7º, inciso XXX, estabelece a proibição de diferenças na fixação de salário por motivos
raciais.

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por


motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
Alexander Rodrigues de Souza
Igualdade Jurisdicional filhodoalexx@gmail.com
Veja o que dispõe o artigo 5º, incisos XXV,48271651811
XXXVII e LXXIV, da Constituição Federal:
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XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção.

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos.

Igualdade entre Brasileiros


A lei não poderá estabelecer distinções entre brasileiros natos e naturalizados, exceto em casos
devidamente previstos na Constituição Federal, na forma do que está disciplinado em seu texto, no
artigo 12, §2º.

Igualdade entre Pessoas com Deficiência


Na forma do Artigo 7º, inciso XXXI da Constituição Federal:

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do


trabalhador portador de deficiência.

Igualdade Tributária
Em relação à igualdade material, a Constituição fixa em seu artigo 145, §1º que:

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os


seguintes tributos:” “§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração


tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte.

E ainda, em seu artigo 150, inciso II, prevê que:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,


proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.

11.4 DIREITO À SEGURANÇA


Observe que este direito diz respeito a segurança jurídica, ou seja, é um direito que busca proteger os
indivíduos do poder de punição do Estado.

É nesse sentido que trabalha o artigo 5º, inciso XXXIX da Constituição Federal, o qual trata sobre o
princípio da anterioridade.
Alexander Rodrigues de Souza
XXXIX – não há crime sem leifilhodoalexx@gmail.com
anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
48271651811
Portanto, este direito busca garantir a segurança jurídica, utilizando-se de mecanismos que possibilitem
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a previsibilidade e estabilidade jurídica no país, que consequentemente resultará em uma maior
segurança jurídica.

Legalidade
A lei deve trazer previsibilidade, e neste sentido estabelece o artigo 5º, inciso II da Constituição
Federal, quando prevê que:

II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

Cumpre observar que este princípio também se aplica a Administração Pública, contudo, de uma
maneira diferente.

Enquanto o particular pode fazer tudo, desde que a lei não o proíba, a Administração Pública não pode
fazer nada se não for devidamente autorizada por lei, nos termos do artigo 37 da Constituição Federal.

Acesso à Justiça
 São vários mecanismos previstos no artigo 5º da Constituição Federal, como: 
 A Inafastabilidade da Jurisdição, prevista no inciso XXXV;
 A garantia da gratuidade de justiça, na forma do inciso LXXIV;
 Vedação ao juízo ou tribunal de exceção, conforme inciso XXXVII;
 Garantia ao devido processo legal, previsto no inciso LIV;
 Contraditório e Ampla Defesa, previsto no inciso LV; e outros.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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DIREITO ADQUIRIDO, ATO JURÍDICO PERFEITO E A COISA JULGADA


Previstos no artigo 5º, inciso XXXVI da Constituição Federal, remetem-se:

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

DIREITO ADQUIRIDO
 São aqueles direitos em que o titular ou alguém que o represente possa exercer, visto já estarem
definitivamente incorporados ao seu titular.

ATO JURÍDICO PERFEITO


 Ato celebrado e consumado segundo a lei vigente à sua época.

COISA JULGADA
 Ocorre quando da decisão judicial proferida não for mais possível à interposição de nenhum
recurso.

11.5 DIREITO À PROPRIEDADE


Possuir a propriedade de um bem significa possuir os poderes de usar, gozar e dispor do bem, assim
como, de reavê-lo de alguém que Alexander
venha o deter injustamente.
Rodrigues de Souza
filhodoalexx@gmail.com
Este direito, de certa forma, é intrínseco 48271651811
do ser humano, tendo em vista que a frase “é meu”, está
presente em nossas bocas desde crianças.
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Esse direito está garantido na Constituição Federal, no artigo 5º, inciso XXII, onde “fica garantido o
direito a propriedade”. Contudo, a Constituição vai além, estabelecendo que a propriedade deve
atender a sua função social, na forma do inciso XXIII do mesmo artigo.

XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

Inviolabilidade Domiciliar
 Artigo 5º, inciso XI da Constituição Federal:

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial;

Restrições
 Desapropiação, prevista no artigo 5º, inciso XXIV da Constituição Federal, disciplina que:

XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade


pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados
os casos previstos nesta Constituição.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

 Cumpre aqui observar que, em regra, esta indenização deve ser prévia e em dinheiro, todavia,
existem outros casos previstos na Constituição, a desapropriação de imóvel rural por interesse
social, para fins de reforma agrária, como dispõe o artigo 184 da Constituição Federal;

 Assim como no caso de imóvel urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, casos em que
será possível o pagamento desta indenização mediante títulos públicos, na forma do artigo 182, §4
da Constituição Federal.

 Requisição:
 Estabelecida no artigo 5º, inciso XXV da Constituição Federal, onde dispõe que:

“XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de


propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano”.

 Expropriação para reforma agrária:


 Conforme dispõe o artigo 243 da Constituição Federal:

“Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem
localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na
forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação
popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas
em lei, observado, no que Alexander Rodrigues de Souza
couber, o disposto no art. 5º.”
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Propriedade Intelectual HP156016798544752
Descrita no artigo 5º, incisos XXVII, XXVIII e XXIX da Constituição Federal, disciplina que:

XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:


a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz
humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que


participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização,
bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e
econômico do País;

Herança
Artigo 5º, inciso XXX da Constituição Federal.

“XXX - é garantido o direito de herança”.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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12. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS


Nada mais são do que garantias estabelecidas pela Constituição Federal, colocadas à disposição dos
cidadãos a fins de que protejam seus direitos. Ou seja, quando o Estado acaba por não cumprir com a
sua obrigação de garantir os Direitos Fundamentais, é possibilitado ao cidadão que se utilize destes
instrumentos chamados de “remédios constitucionais”, a fins de exigir do Estado, por meio do Poder
Judiciário, que sane ou impeça a pratica de ilegalidades ou abuso de poder que prejudicam direitos e
interesses individuais.

Veja que os Remédios Constitucionais são verdadeiras ações constitucionais, integrantes da Jurisdição
Constitucional, onde se tem o Controle de Constitucionalidade, os Recursos Especiais e os Remédios
Constitucionais.

Essas ações constitucionais chamadas de remédios constitucionais estão previstas no artigo 5º da


Constituição Federal, sendo o Habeas Corpus, Mandado de Segurança, Habeas Data, Mandado de
Injunção e Ação Popular, cada um cabível a uma “doença” específica.

12.1 HABEAS CORPUS


Inserido no art. 5º, inciso LXVIII, da Constituição e disciplinado no art. 647 e seguintes do Código de
Processo Penal (observe que apesar de ser uma ação constitucional, foi disciplinado no código de
processo penal), o Habeas Corpus é uma medida destinada a salvaguardar o direito a liberdade de ir e
vir do indivíduo, sendo concedidoAlexander
quando alguém sofre ou
Rodrigues dese acha ameaçado de sofrer, por ilegalidade
Souza
ou abuso de poder, violência ou coação à sua liberdade de locomoção.
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Existem duas Modalidades:
 Habeas Corpus Repressivo (Liberatório):
 Destinado a reparar a liberdade de alguém, em razão de um constrangimento ilegal que
privou o indivíduo da sua liberdade. Quando for concedido, será expedido um alvará de
soltura.

 Habeas Corpus Preventivo:


 Utilizado em casos onde somente existe a ameaça ao direito. Quando uma pessoa física se
encontrar a sua liberdade ameaçada, com risco de lesão ao seu direito de locomoção,
poderá se utilizar deste remédio.

Fungibilidade no Habeas Corpus


Imagine a situação onde é impetrado o HC preventivo, e antes mesmo de o juiz expedi-lo, o paciente
(quem o HC irá beneficiar) é preso.

Em razão da fungibilidade é possível que o juiz o receba como HC repressivo.

Legitimidade
Qualquer brasileiro ou estrangeiro, pessoa física ou jurídica pode impetrar Habeas Corpus em nome
próprio para garantir o direito a liberdade de terceiros.

 Ativa
 Aquele que impetra o habeas corpus, seja pessoa física ou jurídica.
 Passiva

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

 Contra quem o habeas corpus é impetrado, seja o juiz, delegado, um hospital ou mesmo um
condomínio.
 Paciente
 É o beneficiário do habeas corpus.

Além disso, o Habeas Corpus é uma ação gratuita (artigo 5º, inciso LXXVII da Constituição Federal),
que inclusive, dispensa a necessidade de advogado.

12.2 MANDADO DE SEGURANÇA


Previsto no artigo 5º, inciso LXIX da Constituição Federal, destina-se a proteção de direito líquido e
certo do cidadão que sofrer ilegalidade ou abuso de poder pela autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica que esteja no exercício de atribuições do Poder Público.

Cumpre salientar que o MS possui caráter residual (também chamado subsidiário), tendo em vista que
será cabível para a proteção de todo direito líquido e certo, desde que não exista ação específica para a
proteção deste.

Portanto, quando couber Habeas Corpus ou Habeas Data, não será possível à utilização do Mandado
de Segurança, assim como, não será concedido MS, observada a limitação processual que se refere ao
interesse de agir, quando for cabível recurso com efeito suspensivo ou quando a decisão já houver
transitado em julgado (restriçõesAlexander
previstas no artigo 5º da
Rodrigues de Lei 12.016, que trata sobre o Mandado de
Souza
Segurança). filhodoalexx@gmail.com
48271651811
De maneira a conceituar esta ação constitucional, podemos dizer que o Mandado de Segurança é um
HP156016798544752
Remédio Constitucional posto a disposição do sujeito, para o fim de tutelar direito líquido e certo, que
não sejam amparados por Habeas Corpus ou Habeas Data, lesado ou ameaçado de lesão por ato da
autoridade pública ou do agente de pessoa jurídica no exercício das atribuições do Poder Público,
praticado com ilegalidade ou abuso de Poder.

Prazo
O prazo decadencial para a impetração do Mandado de Segurança é de 120 dias. Isso não faz perder o
direito líquido e certo, somente perdendo a possibilidade de se valer do MS para exigir o cumprimento
de seu direito.

12.2.1 MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO


Além do Mandado de Segurança Individual, temos o Mandado de Segurança Coletivo, que se
diferencia do individual, pois no coletivo, o legitimado ativo será um partido político de representação
nacional, uma organização sindical, ou entidades de classe ou de associação que estejam em
funcionamento a pelo menos um ano. Ou seja, são entidades que buscam a defesa de seus membros, de
uma coletividade de pessoas.

Gratuidade?
Por fim, o Mandado de Segurança NÃO é gratuito e depende da participação de advogado para sua
propositura.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
51

@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

12.3 HABEAS DATA


Previsto no artigo 5º, inciso LXXII da Constituição Federal, é uma ação constitucional que busca
assegurar o livre acesso de qualquer cidadão as suas próprias informações, que constem de registros ou
bancos de dados do Estado ou de entidades privadas que armazenem informações de caráter público, e
que se recusem a fornecer estes dados por meios administrativos.

Finalidades
O Habeas Data pode ser utilizado para duas finalidades.

Uma primeira que é para garantir o ACESSO às informações relativas a ele mesmo, ou seja, para
garantir ao impetrante o conhecimento das informações dele que estejam em posse de uma entidade
governamental.

Já a segunda, busca garantir a possibilidade de RETIFICAÇÃO dos dados que estejam armazenados
pelo poder público, quando não se exigir processo sigiloso administrativo ou judicial para tal.

O HD é um remédio personalíssimo, ou seja, somente a própria pessoa detentora dos dados poderá ser
impetrante desta ação constitucional, não sendo possível a sua utilização para acessar informações
relativas a terceiros.
Alexander Rodrigues de Souza
Gratuidade? filhodoalexx@gmail.com
Por fim, esta ação é gratuita, na forma do48271651811
artigo 5º, inciso LXXVII da Constituição Federal, sendo
necessária a participação de um advogado.
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12.4 MANDADO DE INJUNÇÃO


Previsto no artigo 5º, inciso LXXI da Constituição Federal, é destinado a assegurar o exercício de um
direito constitucionalmente declarado ou de prerrogativas inerentes à soberania e a cidadania, que
ainda não surte seus efeitos em razão da falta de norma regulamentadora, razão pela qual se torna
inviável o seu exercício.

12.4.1 MANDADO DE INJUNÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVO


 O Mandado de Injunção também se divide em Individual e Coletivo.
 O MI Individual pode ser impetrado por qualquer pessoa, seja física ou jurídica, que seja
titular de um direito que tenha seu exercício restringido pela falta de norma
regulamentadora.

 Já o MI Coletivo, pode ser impetrado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, por
Partido Político de Representação Nacional, por Organização Sindical, Entidade de Classe
ou Associação legalmente constituída e em funcionamento a mais de um ano.

Referente à Competência, foi constitucionalmente disciplinada, na forma do artigo 102, inciso I, alínea
“q”; artigo 102, inciso II, alínea “a”; e artigo 105, inciso I, alínea “h” todos da Constituição Federal:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da
República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas

@fonte_dodireito / @Ataide.Campidelli
DIREITO CONSTITUCIONAL
52

@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal
Federal;
II - julgar, em recurso ordinário:
a) o habeas corpus , o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância
pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de


Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou
autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal
Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;

Gratuidade?
Por fim, esta é uma ação constitucional NÃO gratuita, onde se faz necessária a participação de
advogado.

12.5 AÇÃO POPULAR


Prevista no artigo 5º, inciso LXXIII, é um instrumento (que não se confunde com a Iniciativa Popular
de Lei), destinado ao cidadão, para que busque a anulação de atos lesivos do Poder Público ao
patrimônio público, a entidade que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente
e ao patrimônio histórico e cultural.
Alexander Rodrigues de Souza
filhodoalexx@gmail.com
Em relação à competência para julgamento, não existe aqui a prerrogativa do foro privilegiado, razão
48271651811
pela qual a Ação Popular impetrada será julgada pelo juiz de 1º grau. Contudo, existe exceção quando
existir conflito federativo (entre União,HP156016798544752
Estados e/ou Municípios).

Em relação à legitimidade ativa, somente podem ser impetrantes os cidadãos, ou seja, as pessoas que
estejam em pleno gozo de seus direitos políticos (capacidade eleitoral ativa).

Logo, pessoas jurídicas e estrangeiros não podem impetrar o referido remédio constitucional.

Cumpre salientar que caso o cidadão desista da ação, o Ministério Público será intimado, e caso tenha
interesse, poderá dar continuidade.

Gratuidade?
Por fim, a Ação Popular é gratuita, salvo comprovada a má-fé, sendo necessária a participação de um
advogado.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
53

@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

13. DIREITOS SOCIAIS


Pertencentes a 2º Dimensão dos Direitos Fundamentais, buscam promover por meio do Estado,
garantias aos indivíduos.

Veja que os Direitos Fundamentais não buscam somente limitar o Estado, estabelecendo também
deveres, objetivando a promoção de melhores condições de vida, a fins de garantir o “bem estar social”,
diminuindo as desigualdades criadas pelo Capitalismo.

13.1 DIREITOS SOCIAIS GERAIS


São os garantidos a todos, brasileiros ou estrangeiros, sendo eles os elencados no artigo 6º da
Constituição Federal:

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a


moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.

13.2 DIREITOS DOS TRABALHADORES DE FRUIÇÃO INDIVIDUAL


Em relação a estes, a Constituição Federal se refere ao vínculo de emprego, estabelecendo os direitos
para os trabalhadores urbanos, rurais e domésticos, e estão previstos no artigo 7º da Constituição
Alexander Rodrigues de Souza
Federal, onde cito como exemplo: Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS; salário mínimo,
filhodoalexx@gmail.com
férias, aposentadoria, décimo terceiro salário; repouso semanal remunerado, licença maternidade e
48271651811
licença paternidade; proibição de desigualdades salariais, etc.
HP156016798544752
Recomenda-se a leitura do artigo 7º para um maior aproveitamento do conteúdo.

13.3 DIREITOS DOS TRABALHADORES DE FRUIÇÃO COLETIVA


Encontram-se positivados entre os artigos 8º e 11 da Constituição Federal, onde ficam estabelecidos o
direito a livre associação profissional ou sindical; o direito a greve; direito a participação dos
trabalhadores e empregados nos colegiados dos órgãos públicos; e o direito ao corpo representativo
dos funcionários nas empresas de grande porte.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
54

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14. NACIONALIDADE
Previstos no Capítulo III, do Título II da Constituição Federal, mais especificamente em seu artigo 12,
a nacionalidade é um vínculo de natureza jurídico-política que liga o indivíduo ao Estado, fazendo
surgir os direitos e deveres do cidadão perante o Estado e do Estado perante o cidadão.

A nacionalidade pode ser dividida em dois tipos, sendo a Nacionalidade Primária e a Nacionalidade
Secundária.

14.1 NACIONALIDADE PRIMÁRIA


Também conhecida como nacionalidade originária, é atribuída ao indivíduo unilateralmente pelo
Estado, a partir de circunstâncias relativas ao seu nascimento.

Existem dois critérios para a aquisição da nacionalidade primária, sendo:

Critério da Territorialidade (“Jus Solis”)


Esse critério é utilizado para o reconhecimento da nacionalidade originária daquelas pessoas que
nascem no território brasileiro.

Fazendo uma breve contextualização, voltemos à época das colonizações.


Alexander Rodrigues de Souza
filhodoalexx@gmail.com
Quem eram os brasileiros no século XVI? 48271651811
HP156016798544752
Esse critério da territorialidade é muito utilizado por países colonizados por esse motivo. Não existia
um ordenamento jurídico, onde foi necessário, quando da sua criação, do reconhecimento da
nacionalidade daqueles que aqui nasciam, formando o Povo.

Critério da Hereditariedade (“Jus Sanguinis”)


Critério utilizado para reconhecimento da nacionalidade originária em razão da nacionalidade de seus
ascendentes.

Fazendo novamente uma contextualização, voltemos à época das colonizações. Os países europeus,
com a grande massa de seu povo saindo para trabalharem e colonizarem os territórios encontrados e
conquistados, precisavam de uma forma de manter o vínculo com seu povo, razão pela qual foi
adotado este critério.

Portanto, se você é descendente de algum imigrante europeu, caso o país de origem reconheça a
nacionalidade pela hereditariedade, é possível, desde que cumpridos os requisitos, o reconhecimento
da sua nacionalidade originária naquele país.

14.2 NACIONALIDADE SECUNDÁRIA


Esta depende da manifestação de vontade do indivíduo. É adquirida pela naturalização da pessoa, onde
temos as hipóteses fixadas pelo artigo 12, inciso II da Constituição Federal:

Art. 12. São brasileiros:


II - naturalizados:

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DIREITO CONSTITUCIONAL
55

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a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de


países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há
mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira.

Reciprocidade
Quando houver reciprocidade aos brasileiros, aos portugueses que residam permanentemente no Brasil,
serão atribuídos direitos inerentes aos brasileiros, conforme disposição do artigo 12, §1º da
Constituição Federal.

Distinção
Veja que existe expressa vedação constitucional a criação de lei que estabeleça distinção entre
brasileiros natos e naturalizados, salvo os casos já previstos na própria constituição, conforme dispõe o
artigo 12, §2º da Constituição Federal.

Portanto, somente a Constituição Federal poderá criar distinções, e elas existem.

Exemplificando:
 Cargos:
 Presidente da República;Alexander Rodrigues de Souza
filhodoalexx@gmail.com
 Vice Presidente da República;
48271651811
 Presidente da Câmara dos Deputados;
HP156016798544752
 Presidente do Senado Federal;
 Ministros do STF;
 Diplomatas;
 Oficiais das Forças Armadas e Ministro de Estado e da Defesa; São cargos exclusivos a
brasileiros natos, conforme estabelece o artigo 12, §3º da Constituição Federal.

Extradição
Na forma do artigo 5º, inciso LI:

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, na forma da lei;

Atividade Empresarial
Conforme dispõe o artigo 222 da Constituição Federal:

Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é


privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.

14.3 PERDA DA NACIONALIDADE


Dar-se-á a perda da nacionalidade, na forma do artigo 12, §4º da Constituição Federal:

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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Quando o brasileiro adquirir outra nacionalidade, salvo no caso de reconhecimento da nacionalidade


originária pela lei estrangeira;

Por imposição da naturalização pela norma estrangeira, ao brasileiro residente no Estado estrangeiro,
como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;

E ainda, a dos naturalizados, em virtude de sentença judicial em caso de atividade nociva ao interesse
social.

Alexander Rodrigues de Souza


filhodoalexx@gmail.com
48271651811
HP156016798544752

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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15. DIREITOS POLÍTICOS


Nossa democracia é exercida de maneira semidireta (participativa), tendo em vista que o povo exerce
diretamente o poder em casos como o referendo, ou por meio dos representantes eleitos.

Os direitos políticos são um conjunto de regras constitucionalmente fixadas, relativas à participação


popular no processo político. Veja que o artigo 1º, Parágrafo único da Constituição Federal estabelece
que todo o poder emana do povo, que o exerce direta ou indiretamente por meio de seus representantes
eleitos.

Temos como classificação, os Direitos Políticos Positivos, que se referem à participação ativa dos
cidadãos na política; e os Direitos Políticos Negativos, que limitam a participação popular na vida
política.

15.1 DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS


Iniciamos este tratando sobre o Sufrágio, um direito e um dever do cidadão. Vale aqui mencionar a
distinção em relação ao voto.

De maneira simples, Sufrágio é o direito de participar do processo eleitoral, seja como eleitor ou
candidato, já o voto é um instrumento do exercício do sufrágio.

Conforme disciplina o artigo 14 da Constituição


Alexander Federal:de Souza
Rodrigues
filhodoalexx@gmail.com
Art. 14. A soberania popular será exercida48271651811
pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
HP156016798544752
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I – plebiscito;
II – referendo;
III – iniciativa popular.

Diferença entre Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular


PLEBISCITO
Refere-se a uma consulta popular, anteriormente a criação de uma lei, por meio da qual compete ao
povo aprovar ou não a sua criação.

REFERENDO
É também uma consulta popular, contudo, neste caso a lei já foi criada, cabendo ao povo à
manifestação de sua vontade mediante ratificação (concordância com a lei já aprovada pelo Estado) ou
rejeição.

INICIATIVA POPULAR
Trata-se de um poder do povo, de apresentar diretamente ao poder legislativo um projeto, uma
proposta de Lei, desde que observados os requisitos necessários, na forma do artigo 62, §2º da
Constituição Federal.

Capacidade Eleitoral
Refere-se a alistabilidade, ou capacidade ativa, que se remete ao direito de votar; E a elegibilidade,
capacidade passiva, relativa ao direito de ser votado.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA:


Trata-se da alistabilidade para o exercício do direito de votar, disciplinada no artigo 14, §§1º e 2º da
Constituição Federal.

 O voto no Brasil é obrigatório:


 Para os maiores de 18 e menores de 70 anos.
 Por outro lado, é facultativo para:
 Os maiores de 16 anos e menores de 18 anos;
 Os maiores de 70 anos;
 Os analfabetos.

Por fim, é vedado o alistamento eleitoral dos estrangeiros, ou mesmo daqueles que estejam prestando o
serviço militar obrigatório, chamados conscritos.

CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA:


Refere-se à elegibilidade, ou seja, trata-se do direito de ser votado, de ser eleito e conquistar um
mandato, desde que observados os requisitos cumulativos disciplinados no artigo 14, §3º da
Constituição Federal, tais como:
Alexander Rodrigues de Souza
 Nacionalidade brasileira; filhodoalexx@gmail.com
 Gozo dos plenos direitos políticos; 48271651811
 Possua o alistamento eleitoral; HP156016798544752
 Tenha seu domicílio na circunscrição eleitoral em que deseja concorrer;
 Possua filiação partidária e respeite a idade mínima estabelecida.

Cumpre ainda observar que são inelegíveis os analfabetos e os inalistáveis.

15.2 DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS


Estes, como já dito anteriormente, são direcionados a limitação da participação popular na política.
Essas limitações são divididas em inexigibilidades, as quais se encontram previstas no artigo 14, §§5º
ao 10º da Constituição Federal; E na suspensão e perda dos direitos políticos, disciplinadas no artigo
15 da Constituição Federal.

Inexigibilidades:
REELEIÇÃO:
 Diferentemente dos cargos ao poder legislativo, onde se tem a possibilidade de reeleição sem
limitações, os chefes do poder executivo podem ser reeleitos uma única vez, ou seja, podem
cumprir, subsequentemente, somente dois mandatos.

CANDIDATURA EM OUTROS CARGOS:


 Quando interessados em concorrer a outros cargos, o chefe do poder executivo deverá renunciar
ao seu mandato em até 6 meses antes do pleito. (Veja que se trata de outros cargos, não se
aplicando, via de regra, a reeleição).

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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INELEGIBILIDADE REFLEXA:
 Trata-se de ilegibilidade que ocorre quando o cônjuge ou parentes de até segundo grau do chefe do
poder executivo desejam se candidatar no território de sua jurisdição, ressalvado no caso de já ser
titular do mandato e seja candidato a reeleição.

 Para exemplificar, imagine que você é Prefeito do seu Município, e sua esposa, que não possui
mandato eletivo até então, deseja se candidatar ao cargo de vereadora, ela será inelegível. Contudo,
caso ela já fosse vereadora e posteriormente a isso você viesse a conquistar o cargo de chefe do
Poder Executivo Municipal, ela poderia continuar a se reeleger normalmente.

MILITARES
 Estes, caso alistáveis, serão elegíveis. Contudo, deve ser observado que caso conte com menos de
10 anos de serviço será definitivamente afastado de sua corporação, por outro lado, caso conte
com mais de 10 anos e seja eleito, passará a inatividade. (Isso não se aplica a conscritos).

15.3 PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS


Na forma do artigo 15 da Constituição Federal, observa-se de início que é vedada a cassação dos
direitos políticos. Contudo, é possível a perda, na forma dos incisos I e IV; Ou a suspensão na forma
dos incisos II, III e V.
Alexander Rodrigues de Souza
Cabe destacar que a perda é definitiva, não tem como recuperar.
filhodoalexx@gmail.com
48271651811
Já a suspensão é temporária, podem os direitos serem recuperados desde que seja extinta a cláusula
HP156016798544752
suspensiva.

Casos de PERDA dos direitos políticos:


 Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
 Recusa em cumprir prestação alternativa estipulada na escusa de consciência;
 Se a obrigação for cumprida posteriormente, deixa de ser um caso de perda para ser um
caso de suspensão de direitos.

Casos de SUSPENSÃO dos direitos políticos:


 Incapacidade civil absoluta.
 Os absolutamente incapazes são apenas os menores de dezesseis anos, conforme as
alterações do Código Civil promovidas pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº
13.146/2015);
 Condenação criminal enquanto durarem os seus efeitos.
 Os cidadãos que se encontrem presos, aguardando julgamento, não têm cerceados os seus
direitos políticos.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art.
5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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16. PARTIDOS POLÍTICOS


Disciplinado no artigo 17 da Constituição Federal, o partido político é uma pessoa jurídica de direito
privado a qual é assegurada a autonomia de organização e funcionamento, sendo destinada a defender
e assegurar os direitos fundamentais constitucionalmente fixados, desempenhando um papel
fundamental no processo democrático. É por meio dos partidos políticos que são eleitos os
representantes do povo.

16.1 SISTEMAS ELEITORAIS


São mecanismos de organização das eleições e de conversão de votos em mandatos políticos, ou seja,
fixa as regras do jogo eleitoral.

Como sistemas eleitorais, temos:


 Sistema Majoritário;
 Sistema Proporcional;
 Sistema Distrital;
 Sistema Misto.

No Brasil, os sistemas utilizados são:


 Sistema Majoritário;
 Sistema Proporcional.
Alexander Rodrigues de Souza
E trataremos deles agora. filhodoalexx@gmail.com
48271651811
HP156016798544752
16.1.1 SISTEMA MAJORITÁRIO
O sistema majoritário é aquele onde se considera eleito o candidato que recebe a maioria absoluta ou
relativa (simples) de votos válidos (descontados os nulos e brancos).

No sistema de maioria absoluta (majoritário absoluto), será eleito o candidato que somar mais da
metade dos votos válidos mais um, ou seja, se 250.000 pessoas votaram, para ser eleito, o candidato
terá que somar 125.001 votos.

Caso esse percentual não seja atingido, é realizado um segundo turno, onde os dois candidatos mais
votados disputam novamente nas urnas, sendo eleito aquele que obtiver uma quantidade maior de
votos.

Já o sistema de maioria simples (majoritário relativo), o candidato mais votado é eleito, sem que seja
necessário considerar a soma total de votos. Ou seja, não é necessário segundo turno.

O sistema majoritário relativo/simples aplica-se às eleições de Prefeito e Vice-Prefeito nos municípios


com até 200.000 eleitores, e às eleições para o Senado.

O sistema majoritário absoluto aplica-se às eleições de Presidente e Vice-Presidente da República.


Governador e Vice-Governador, bem como, para Prefeito e Vice-Prefeito nos municípios com mais de
200.000 eleitores.

Veja o que diz o texto constitucional:

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á,


simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de
outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial
vigente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver
a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
respectivo Estado e os seguintes preceitos:
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano
anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no
caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores;

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal,
eleitos segundo o princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro
anos, alternadamente, por um e dois terços.
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
Alexander Rodrigues de Souza
filhodoalexx@gmail.com
16.1.2 SISTEMA PROPORCIONAL 48271651811
Esse sistema é aplicado para as eleiçõesHP156016798544752
de deputados e vereadores, onde não se considera o número de
votos obtidos pelos candidatos para estipular o vencedor. Os votos computados são do partido, e estes
votos são transformados em cadeiras por meio do sistema de listas.

LISTA ABERTA
 O eleitor pode votar no candidato e/ou no partido, se elegendo o(s) candidato(s) mais votado(s)
do(s) partido(s) vencedor(es).

LISTA FECHADA
 O eleitor vota no partido, que por sua vez fornece previamente uma lista com a ordem de
prioridade dos candidatos.

ATENÇÃO! No Brasil, utiliza-se o sistema de lista aberta.

Ou seja, os votos são destinados ao partido (e aí está um dos motivos de o mandato ser atribuído ao
partido e não ao político), de modo que deve-se saber quais foram os partidos vitoriosos, após, apura-
se quem foram os candidatos eleitos.

Neste sistema, devemos analisar o Quociente Eleitoral (QE) e o Quociente Partidário (QP).
 O QE é definido pela soma dos votos válidos (excluídos os brancos e nulos), que será dividido
pelo número de cadeiras da disputa (número de vagas).

 Já o QP é o resultado do número de votos válidos obtidos pelo partido ou coligação, dividido pelo
quociente eleitoral. O saldo obtido determinará o número de cadeiras a serem ocupadas pelo
partido.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
62

@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

Caso haja sobra de vagas, será dividido o número de votos válidos do partido ou coligação pelo
número de lugares obtidos mais um. Quem alcançar o maior resultado assumirá a cadeira restante.

EXEMPLIFICANDO:
Imagine que em um pequeno município, com 9 vagas de vereadores, existem 03 partidos que vão
disputar a eleição. PA - Partido A; PB - Partido B e PC - Partido C.

Foram contabilizados na eleição 6.300 votos, sendo:


600 votos nulos;
300 votos brancos;
5.400 votos válidos.

PA - Partido A somou 2.400 votos válidos


PB - Partido C somou 2.200 votos válidos
PC - Partido D somou 800 votos válidos

 Observação:
 Os votos Brancos e Nulos não possuem nenhum valor, não impactam na eleição.

Dessa forma, passamos a análise:Alexander Rodrigues de Souza


TOTAL DE VOTOS VÁLIDOS: 5.400
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NÚMERO DE VAGAS: 9 48271651811
HP156016798544752
5.400/9 = 600

Dessa forma, nosso quociente eleitoral é 600.

LEGENDA VOTOS QP SOBRAS VAGAS


VÁLIDOS
PA 2.400 2400/600 = 4 480 4
PB 2.200 2200/600 = 3 550 3+1
PC 800 800/600 = 1 400 1

16.2 CLÁUSULA DE BARREIRA


Tendo em vista a existência de um grande número de partidos políticos no Brasil, onde a maioria não
possui representatividade ou identidade, atuando somente como apoiadores de partidos maiores a fins
da negociação de horário de rádio e televisão, foi criada a Emenda Constitucional 97/2017, que estará
em regime de transição até o ano de 2030.

Essa EC foi criada para o fim de não destinar os recursos do fundo partidário e não permitir o acesso
ao horário gratuito de rádio e televisão aos partidos que não se enquadrarem nos requisitos fixados.

Conforme estabelece a Constituição Federal:

Art. 17, § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à
televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

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DIREITO CONSTITUCIONAL
63

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NÚMERO MÍNIMO DE VOTOS VÁLIDOS:


I – obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% dos votos válidos,
distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação, com um mínimo de 2% dos votos válidos
em cada uma delas; ou

NÚMERO MÍNIMO DE DEPUTADOS FEDERAIS ELEITOS:


II – tiverem elegido pelo menos 15 Deputados Federais distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades
da Federação.

ELEITO POR PARTIDO QUE NÃO CUMPRA A CLÁUSULA


Art. 17, § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é
assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha
atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo
partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.

Alexander Rodrigues de Souza


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DIREITO CONSTITUCIONAL
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17. ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA DO


ESTADO
Como já tratado no material, o Estado é uma pessoa jurídica que possui três elementos básicos, sendo
o povo, o território e a soberania.

No artigo 1º da Constituição Federal é indicado que: “A República Federativa do Brasil é formada pela
união indissolúvel dos Estados, Municípios e do Distrito Federal”.

Neste momento, passamos a tratar sobre o título III da Constituição Federal, que se refere à
organização do Estado, onde em seu artigo 18:

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a


União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta
Constituição.

Válido é também mencionar a existência dos Territórios Federais, que não são entes da federação,
razão pela qual não gozam da capacidade de autoadministração. Eles são autarquias territoriais, que
surgem em razão de uma descentralização administrativa, na forma do artigo 18, §3º.

§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a


outros, ou formarem novos Estados ou Territórios
Alexander RodriguesFederais,
de Souzamediante aprovação da população
diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
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48271651811
HP156016798544752
Passaremos agora a tratar acerca de cada um dos entes da Federação.

17.1 UNIÃO FEDERAL


A União é uma pessoa jurídica de direito público que, no aspecto interno, é um dos entes que
compõem a federação. Já no aspecto externo, é a responsável por exercer a soberania do Estado
brasileiro (veja que a União não é soberana, é um ente da federação dotado de autonomia, contudo, é a
responsável por exercer a soberania da RFB).

Cumpre observar que no plano externo, a União sempre agirá em nome da República Federativa do
Brasil, enquanto no plano interno, poderá agir em nome próprio (ex: quando realizar uma obra pública)
ou em nome da Federação (ex: quando realiza uma intervenção em um dos estados membros).

Na forma do artigo 1º da Constituição Federal, podemos observar o pacto federativo indissolúvel, onde
a união, que é um dos entes da federação, é formada pela reunião de Estados Membros, Distrito
Federal e Municípios.

PODERES DA UNIÃO
Este ente possui Poderes que lhe foram atribuídos para o fim de estabelecer um sistema de controle do
poder soberano do Estado, conforme o artigo 2º da Constituição Federal.

Portanto, são poderes da União Federal:

 Poder Executivo:
 Onde temos o Presidente e Vice Presidente da República;

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DIREITO CONSTITUCIONAL
65

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 Poder Legislativo:
 Onde temos o Congresso Nacional, que é composto pela Câmara de Deputados Federais e
pelo Senado Federal;

 E o Poder Judiciário.

Bens da União
Além disso, observa-se que a União possui bens, os quais estão elencados no artigo 20 da Constituição
Federal.

Art. 20. São bens da União:


I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares,
das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de
um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas
oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as áreas referidas no art. 26, II;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes
Alexander Rodriguescomde
outros
Souzapaíses; as praias marítimas; as ilhas
oceânicas e as costeiras, excluídas, filhodoalexx@gmail.com
destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas
áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;
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(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005);
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V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

Em relação à competência tributária, observar os artigos 153 e 154 da Constituição Federal.

17.2 ESTADOS FEDERADOS


Também chamados de Estados Membros, são pessoas jurídicas de direito público, entes dotados de
autonomia, que possuem capacidade organizacional, governamental, administrativa e legislativa.
Encontram-se disciplinados nos artigos 25 a 28 da Constituição Federal.

Capacidade de auto-organização
 Trata-se da autonomia concedida ao estado membro, a fins de que possa estabelecer sua própria
constituição estadual, desde que respeite os princípios e as normas fixadas na Constituição Federal,
na forma do seu artigo 25.

Capacidade de autoadministração
 Refere-se à autonomia para o fim de realizarem a gestão dos seus próprios órgãos e serviços
públicos, onde, por exemplo, não poderá a lei federal criar cargos nas fazendas estaduais.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
66

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Capacidade de autogoverno
 Refere-se à autonomia concedida aos estados membros para elegerem seus próprios governantes,
nos moldes do sistema das eleições federais. Contudo, no âmbito estadual, o Poder Legislativo é
unicameral, existindo somente a Assembleia Legislativa para representalo (diferentemente do que
ocorre no âmbito federal, onde se tem duas casas, a Câmara de Deputados Federais e o Senado
Federal).

Capacidade legislativa
 Trata-se da autonomia concedida aos estados membros, a fins de que permita a elaboração de suas
próprias leis.

Dos Bens
Os bens dos estados membros encontram-se elencados no artigo 26 da Constituição Federal.

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:


I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso,
na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob
domínio da União, Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes
Alexander à União;
Rodrigues de Souza
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
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Formação dos Estados Membros HP156016798544752
Conforme estabelece o artigo 18, §3º da Constituição Federal:

§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a


outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população
diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.

Quanto à competência tributária, observar o artigo 155 da Constituição Federal.

17.3 MUNICÍPIOS
É a unidade mínima da Federação, os quais se organizam por meio da Lei Orgânica Municipal. Sua
criação está disposta no artigo 18, §4º da Constituição Federal:

§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual,


dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia,
mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.

Os Municípios também são dotados de autonomia, razão pela qual possuem capacidade de se auto-
organizar, auto-governar, auto-administrar e auto-legislar.

No âmbito municipal, conforme o disposto entre os artigos 29 a 31 da Constituição Federal temos o


Poder Legislativo, que é exercido pela Câmara Municipal, onde se terá um mínimo de 9 e máximo de
55 vereadores, levando em consideração a proporção entre a população do município e o número de
representantes.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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Já o Poder Executivo é exercido pelo Prefeito e Vice-Prefeito, nos mesmos moldes do executivo
federal (mandato de 4 anos, sendo possível ser reeleito uma vez em mandato consecutivo).

É valida a observação de que em âmbito municipal é inexistente o poder judiciário.

Em relação aos impostos municipais, observar o artigo 30, inciso III e artigo 156, ambos da
Constituição Federal.

Alexander Rodrigues de Souza


filhodoalexx@gmail.com
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18. DIVISÃO CONSTITUCIONAL DE COMPETÊNCIAS


A divisão de competências é um meio adotado para descentralizar e limitar a atuação de cada um dos
entes federativos, pois, pesar de serem dotados de autonomia, quando da execução de suas atividades,
devem ser observados os limites fixados para evitar o conflito de atribuições ou de jurisdição. Essa
divisão é realizada pela própria Constituição Federal.

De maneira simples, a União, os Estadosmembros, os Municípios e o Distrito Federal são entes


dotados de AUTONOMIA, que compõem a República Federativa do Brasil, que é dotada de soberania.
Essa autonomia é exercida observando a divisão de competências fixada pela Constituição Federal,
que tem por objetivo manter o equilíbrio do pacto federativo.

18.1 REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS HORIZONTAL E VERTICAL


Repartição horizontal
Temos uma rígida fixação das competências de cada ente, seja no campo material ou legislativo. Aqui,
foram relacionadas às competências da União, reservando aos estados as competências remanescentes
e aos municípios as competências indicativamente definidas. (Exemplo: competências tributárias, onde
cada um dos Entes Federados possui a atuação determinada).

Repartição vertical
Existem as competências concorrentes, ondeRodrigues
Alexander cabe a União Federal estabelecer as normas gerais, aos
de Souza
Estados-membros e Distrito Federal cabe o exercício das competências suplementares, ou mesmo,
filhodoalexx@gmail.com
exercer a competência legislativa plena, caso necessário ao atendimento de suas peculiaridades (vide
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artigo 24 da Constituição Federal). HP156016798544752

Competências Materiais e Legislativas


COMPETÊNCIAS MATERIAIS EXCLUSIVAS E COMUNS
Exclusivas
As exclusivas são aquelas atribuídas a União Federal, e somente por ela podendo ser exercida,
ou seja, é uma atribuição indelegável. Estão previstas no artigo 21 da Constituição, onde são
exemplos: declarar guerra, emitir moeda, manter relações com Estados estrangeiros, decretar o
estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal, entre outros. (recomenda-se a leitura
do artigo).

Comuns
São competências que competem a União, aos Estados-membros, aos Municípios e ao Distrito
Federal, as quais estão fixadas no artigo 23 da Constituição Federal, onde se tem como
exemplos: zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e
conservar o patrimônio público; cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia
das pessoas portadoras de deficiência; preservar as florestas, a fauna e a flora; e outros.
(recomenda-se a leitura do artigo).

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS PRIVATIVAS E CONCORRENTES


Privativas
Essas competências são pertencentes à União, contudo, é possível a sua delegação aos Estados-
membros por meio de lei complementar. Estão previstas no artigo 22 da Constituição Federal:

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,
espacial e do trabalho;
II - desapropriação;
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
V - serviço postal;
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;
VIII - comércio exterior e interestadual;
Alexander
IX - diretrizes da política nacional deRodrigues
transportes;de Souza
filhodoalexx@gmail.com
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
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XI - trânsito e transporte;
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
XIV - populações indígenas;
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do Distrito
Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa destes;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da
Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa
destes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de
efeito)
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;
XX - sistemas de consórcios e sorteios;
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e
mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares;

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação,


mobilização, inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros
militares; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;
XXIII - seguridade social;
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
XXV - registros públicos;
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para a
administração pública, direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, nas diversas esferas de governo, e empresas sob seu controle;
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e
Alexander Rodrigues de Souza
sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela
filhodoalexx@gmail.com
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
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XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização
nacional;
XXIX - propaganda comercial.
XXX - proteção e tratamento de dados pessoais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
115, de 2022)
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo.

Concorrentes
Por sua vez, podem ser exercidas por mais de um dos entes federados, observadas as regras
constitucionais de distribuição, onde é possível a União, por intermédio de lei federal dispor
sobre normas gerais, enquanto os Estados-membros e o Distrito Federal podem suplementar a
lei. As competências concorrentes estão elencadas no artigo 24 da Constituição Federal, sendo:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; (Vide Lei nº
13.874, de 2019)
II - orçamento;

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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III - juntas comerciais;


IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino e desporto;
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e
inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI - procedimentos em matéria processual;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; (Vide ADPF 672)
XIII - assistência jurídica Alexander Rodrigues de Souza
e Defensoria pública;
filhodoalexx@gmail.com
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
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XV - proteção à infância e à juventude;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer
normas gerais. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual,
no que lhe for contrário. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)

Além das competências já elencadas, podemos


ainda trabalhar as seguintes:

COMPETÊNCIA RESERVADA
Refere-se à possibilidade do Estado-membro legislar sobre matérias que a ele não foram
vedadas e tampouco atribuídas a outro ente da Federação, na forma do artigo 25, §1 da
Constituição Federal.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR
Refere-se à possibilidade da suplementação da lei federal ou estadual, conforme estabelecido
no artigo 30, II da Constituição Federal.

REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS


União Federal
Compete a União Federal, conforme dispõe o artigo 153 da Constituição Federal, instituir
imposto sobre a importação, exportação, renda, operações de crédito, propriedade territorial
rural, entre outras. (recomenda-se a leitura do artigo).

Além disso, compete a União à competência residual, na forma do artigo 154 da Constituição
Federal.

Estados Membros
Compete a estes instituir o imposto sobre a transmissão causa mortis ou doação (ITCMD), de
quaisquer bens e direitos; propriedade de veículos automotores (IPVA); e ainda sobre as
operações de circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transportes interestaduais
Alexander Rodrigues de Souza
ou intermunicipais e de comunicação (ICMS), na forma do artigo 155 da Constituição Federal.
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Municípios HP156016798544752
Compete aos municípios instituir imposto sobre a propriedade territorial urbana (IPTU) e sobre
a transmissão de bens imóveis por ato “inter-vivos” (ITBI).

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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19. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


É formada pelo conjunto de órgão que estão integrados a estrutura administrativa do Estado, os quais
são responsáveis pelo exercício das funções legalmente estabelecidas, objetivando o atendimento das
necessidades da coletividade.

19.1 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS


Princípio da Legalidade
 Este princípio é fundado no artigo 5º, inciso II da Constituição Federal, onde se estabelece que
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Pois
bem, o disposto neste dispositivo constitucional aplica-se ao particular.
 Para a administração pública, o princípio da legalidade é aplicado de maneira oposta ao que se
aplica ao particular, tendo em vista que somente poderá fazer aquilo que está expressamente
determinado em lei.

Princípio da Impessoalidade
 Este princípio é um desdobramento do princípio da igualdade, previsto no artigo 5º, inciso I da
Constituição Federal. Ele busca garantir que a administração pública irá trabalhar em prol do
interesse público, sem criar privilégios em razão de amizades ou inimizades. Ou seja, a atuação do
administrador público em nome da administração a que ele pertença, deve ser voltada ao
atendimento impessoal e geral, mesmo que
Alexander acabe pordeinteressar
Rodrigues Souza apenas pessoas determinadas.
filhodoalexx@gmail.com
Princípio da Moralidade 48271651811
HP156016798544752
 Estabelece que o administrador, no exercício da atividade, não deve levar em conta somente se a
pratica do ato administrativo é ou não legal. Ele deve ir além, observando também se é
conveniente ou inconveniente, se é oportuno ou inoportuno praticar aquele ato naquele momento.

Princípio da Publicidade
 Busca garantir que o ato administrativo seja eficaz, tendo em vista que para produzir seus efeitos,
é necessário que seja levado a conhecimento de todos, por meio de publicação em órgão oficial.

Princípio da Eficiência
 Entende-se que a Administração Pública deve concretizar suas atividades buscando alcançar o
maior número possível de efeitos positivos, observando o custo benefício para a pratica do ato. Ou
seja, deve ser realizada a melhor atuação que se possa com os recursos que se têm disponíveis.

19.2 CLASSIFICAÇÃO DOS PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Poder Vinculado
 Não confere a administração pública qualquer liberdade na sua atuação, ou seja, a lei estabelece
com detalhes como e quando a Administração Pública deve agir.
 Exemplo: a Lei estabelece que a verba de R$1.000.000,00 destinada ao município X seja utilizada
para a construção de um viaduto de acesso ao bairro Y.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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Poder Discricionário
 Oferece a Administração Pública uma razoável liberdade na sua atuação, de acordo com a
conveniência e a oportunidade de atuação.

 Exemplo: a Lei estabelece que a verba de R$200.000,00 destinada ao município X seja utilizada
para a manutenção do município, podendo ser utilizada para a roçagem do mato ou para a reforma
de uma praça pública ou de um parque. Neste caso, deverá o chefe do executivo municipal se
atentar a necessidade e conveniência de sua atuação, onde, como exemplo, caso o município esteja
com um número crescente de casos de dengue, seria mais conveniente e oportuno à destinação da
verba para a roçagem do mato, a fins de diminuir a infestação dos mosquitos.

19.3 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Poder Hierárquico
 Trata-se da relação de subordinação e coordenação que liga os órgãos e os agentes administrativos,
que gera dever de obediência das ordens dadas pelos superiores (exceto em caso de ordens
manifestamente ilegais). É possível a delegação ou avocação de competências.

Poder Disciplinar
 Possibilita a apuração de infrações e a aplicação
Alexander Rodriguesde sanções
de Souzaàs pessoas (físicas e jurídicas) sujeitas
à disciplina administrativa, ou seja, os servidores públicos e os contratados da Administração.
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Poder Normativo/Regulamentar HP156016798544752
 Possibilita a edição de atos de conteúdo regulamentar, visando completar a lei, a exemplo dos
regimentos internos, instruções normativas, provimentos etc.

Poder de Polícia
 Poder que confere ao agente público a possibilidade de limitar e restringir os direitos de liberdade
e propriedade das pessoas, independentemente do consentimento do particular ou mesmo de
autorização judicial, observada a conveniência e oportunidade que se ajusta ao interesse coletivo.

 Exemplo: quando o agente de trânsito manda parar o veículo ou direciona o tráfego de veículos de
uma rua para outra.

 Este poder possui atributos, sendo a discricionariedade, coercibilidade e a auto-executoriedade.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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20. TRIPARTIÇÃO DE PODERES


No decorrer da história, diversos autores em diferentes momentos trataram sobre a “corrente
Tripartite”, sendo que Aristóteles foi o pioneiro, em sua obra “A Política”.

Num momento posterior, John Locke, por meio de sua obra “Segundo Tratado Sobre o Governo Civil”,
defendeu a ideia onde o Poder Legislativo seria superior aos demais; o Executivo seria responsável
pela aplicação das leis; e o Federativo, que não teria legitimidade, devendo ficar vinculado ao
Executivo, seria responsável por questões internacionais do governo.

Ulteriormente, Montesquieu em sua obra “Do Espirito das Leis”, trabalha a ideia do sistema de “Freios
e Contrapesos” ou “Check and Balances”, onde se busca uma divisão do poder para prevenir qualquer
abuso, tendo em vista que deixar nas mãos de uma única pessoa o poder de legislar, administrar e
julgar trazia sérios riscos de tirania, sendo deixada de lado a vontade do povo. Esse é o modelo mais
amplamente aceito na atualidade, onde se tem:
 Poder Legislativo, responsável por criar, aperfeiçoar ou revogas as leis;
 Executivo, o é ocupado pelo Príncipe ou Magistrado da paz e da guerra, que seria responsável pela
governança, fazendo relações internacionais, garantindo a segurança e etc.;
 Poder Judiciário, responsável por julgar e punir os crimes, bem como, resolver os litígios civis.

A Realidade Brasileira Alexander Rodrigues de Souza


filhodoalexx@gmail.com
Em nosso ordenamento Jurídico, a Constituição Federal estabeleceu em seu artigo 2º que:
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HP156016798544752
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.

Ainda trabalharemos com cada um desses poderes.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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20.1 PODER LEGISLATIVO


De maneira simples, o Poder Legislativo garante ao estado a possibilidade de criar, reformar ou
revogar leis, por meio dos representantes do povo, que são eleitos democraticamente pelo povo, por
meio do sistema proporcional. Contudo, as atribuições desse poder vão muito além, como trataremos a
frente.

FUNÇÕES DO PODER LEGISLATIVO


FUNÇÕES TÍPICAS
 Legislativa
 Criar;
 Reformar; ou
 Revogar as leis.

 Constituinte
 Por meio do Congresso Nacional se exerce o Poder Constituinte Derivado ou Reformador.

 Fiscalizadora
 É o responsável pela fiscalização da atuação do Poder Executivo.

FUNÇÕES ATÍPICAS Alexander Rodrigues de Souza


 Administrativa filhodoalexx@gmail.com
48271651811
 É o próprio poder legislativo que irá administrar sua casa e atuação, não sendo necessário,
HP156016798544752
como exemplo, solicitar autorização ou a intervenção do Poder Executivo para a
contratação de uma pessoa para fazer uma reforma no prédio.

 Julgadora
 Responsável por julgar o Presidente da República no Processo de Impeachment.

 Investigadora
 Por meio das Comissões Parlamentares de Inquérito – CPI.

ESTRUTURA DO PODER LEGISLATIVO


CONGRESSO NACIONAL
 Artigo 44 da Constituição Federal.
 Exerce o Poder Legislativo, sendo formado pela Câmara dos Deputados Federais e pelo Senado
Federal.

CÂMARA DOS DEPUTADOS


 Compõe-se de representantes do povo.
 É composta por 513 Deputados, eleitos pelo sistema proporcional.
 Artigo 45 da Constituição Federal.
 É a casa responsável pela abertura do processo de impeachment.
 Suas competências estão fixadas no artigo 51 da Constituição Federal.

@fonte_dodireito / @Ataide.Campidelli
DIREITO CONSTITUCIONAL
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@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

SENADO FEDERAL
 Compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal.
 É composto por 81 Senadores, eleitos pelo sistema majoritário.
 É a casa responsável pelo julgamento do processo de impeachment.
 Competências estão fixadas no artigo 52 da Constituição Federal.

FISCALIZAÇÃO E INVESTIGAÇÃO
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - CPI
 É responsável por fiscalizar e investigar.
 Fiscalizar a fins de descobrir se tudo está ocorrendo como deveria.
 Investigar com o objetivo de aquisição de provas.

 Está prevista no artigo 58 da Constituição Federal, onde também são especificadas suas
competências.

 É facultado a CPI:
 Investigar e obter informações;
 Quebrar sigilo;
 Realizar oitiva de testemunhas;
 Realizar busca e apreensão.
Alexander Rodrigues de Souza
filhodoalexx@gmail.com
 É vedado a CPI: 48271651811
 Aplicação de sanções; HP156016798544752
 Decretar Prisões;
 Indisponibilidade à restrição do direito a locomoção;
 Criar obstáculo a assistência jurídica.

TRIBUNAL DE CONTAS
É o único “tribunal” que não pertence ao Poder Judiciário.

 Competências:
 Fiscalizadora;
 “Judicante*”;
 Sancionatória;
 Consultiva;
 Informativa;
 Corretiva.

 Composição:
 Nove ministros, sendo 1/3 indicado pelo Presidente da República, que dependerão de
aprovação do Senado Federal (artigo 52, inciso III, alínea “b” da CF); E 2/3 pelo
Congresso Nacional (artigo 49 da CF).

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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IMUNIDADES PARLAMENTARES
ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS
 É um conjunto de prerrogativas e vedações estabelecidas pela Constituição Federal para aos
parlamentares, ou seja, para o poder legislativo e os seus membros.

IMUNIDADES
 Aplicam-se ao cargo, não a pessoa em si.
 Dividem-se em materiais (previstas no artigo 53 da Constituição Federal), e formais (previstas no
artigo 53, §§ da Constituição Federal).

IMUNIDADE MATERIAL
 Diz respeito a liberdade de fala do parlamentar enquanto no exercício de suas funções.
 Segundo o entendimento do STF, enquanto o parlamentar estiver no Congresso Nacional ou a
serviço deste, será garantido por esta prerrogativa.
 Aplica-se tanto as questões civis quanto as penais.

IMUNIDADES FORMAIS
Diz respeito à liberdade de ir e vir do parlamentar.
Alexander Rodrigues de Souza
 Prisão: filhodoalexx@gmail.com
 O Parlamentar somente poderá ser preso caso seja preso em flagrante, por crime
48271651811
inafiançável, desde que comHP156016798544752
a aprovação da casa respectiva (artigo 53, §2º da Constituição
Federal).

 Processo:
 Deve ser levado em consideração o momento da pratica do ato em relação à diplomação;
 O STF deverá informar a casa respectiva;
 Partido Político poderá sustar o andamento da ação;
 Suspende-se a prescrição.

PRERROGATIVAS
PRERROGATIVA DE FUNÇÃO (FORO)
Responde ao STF enquanto possuir o mandato.
Artigo 53, §1º da Constituição Federal.

TESTEMUNHO
É a não obrigatoriedade de o parlamentar testemunhar acerca de informações ou pessoas ligadas ao
exercício do seu mandato.
Artigo 53, §6º da Constituição Federal.

FORÇAS ARMADAS
Caso o parlamentar seja convocado pelas forças armadas, para que seja obrigado a prestar o serviço
militar, será necessária a aprovação da respectiva casa a que pertença.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
79

@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

LICENÇA PARA CARGO NO EXECUTIVO


É a possibilidade de o parlamentar se afastar do exercício de seu mandato temporariamente, caso
assuma cargo no executivo.

INCOMPATIBILIDADE E PERDA DO MANDATO


Vide artigo 54 da Constituição Federal.
 Manter ou firmar contratos com pessoa jurídica de direito público ou empresa concessionária de
serviço público.
 Exercer ou aceitar cargo em pessoa jurídica de direito público ou empresa concessionária de
serviço público.
 Ser proprietário, diretor ou controlador de empresa que goze de favor em virtude de contrato com
pessoa jurídica de direito público.
 Ser titular de mais de um cargo ou mandato eletivo.

QUEBRA DO DECORO
 Decoro é a postura que se espera do parlamentar. A quebra do decoro é uma situação política.
 Artigo 55, §1º da Constituição Federal.

PERDA DO MANDATO
Alexander Rodrigues de Souza
Artigo 55, §2º da Constituição Federal.
filhodoalexx@gmail.com
 Incompatibilidade; 48271651811
 Quebra do Decoro; HP156016798544752
 Sentença Penal condenatória transitada em julgado.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
80

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20.1.1 PROCESSO LEGISLATIVO


Refere-se ao procedimento que compreende a criação das leis.

ESPÉCIES DE PROCEDIMENTOS

ORDINÁRIO OU COMUM
 É o processo utilizado na elaboração de leis ordinárias.
 Esse processo ou procedimento é dividido em três fases: Instrutória; Constitutiva; e
Complementar.

FASE INSTRUTÓRIA
 Refere-se ao momento de apresentação do Projeto de Lei.
 A apresentação é atribuída a algum cargo ou algum órgão.
 Vide artigo 61 da Constituição Federal.

 Iniciativa Concorrente
 É a competência atribuída a mais de uma pessoa ou órgão para a propositura do
projeto de lei, a depender da matéria que está sendo tratada.
Alexander
 Nesta, a depender Rodrigues
da matéria, de Souza
qualquer pessoa elencada no artigo 61, caput, da
filhodoalexx@gmail.com
Constituição Federal seria competente a elaborar leis complementares e
48271651811
ordinárias.
HP156016798544752
 Iniciativa Privativa
 Somente uma ou algumas pessoas poderão apresentar o projeto de lei referente a
determinadas matérias.

 Iniciativa Privativa do Presidente da República:


 Artigo 61, §1º da Constituição Federal.

 Iniciativa Privativa dos Governadores e Prefeitos:


 Elaborar leis que disciplinem o regime jurídico dos militares, na forma do artigo
61, §1º, inciso II, aliena “f”, da Constituição Federal, em razão da aplicação do
princípio da simetria.

 Iniciativa Privativa do Judiciário:


 Elaboração das leis de seu interesse exclusivo.
 Artigo 93 e artigo 96, inciso II da Constituição Federal.

 Iniciativa Privativa da Câmara e Senado:


 Artigo 51, inciso IV;
 Artigo 52, inciso XIII.

 Iniciativa Privativa do Poder Executivo:


 Artigo 165 da Constituição Federal.

 Iniciativa Popular

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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 Trata-se da ferramenta constitucional que possibilita à população brasileira a


apresentação de um projeto de lei.

FASE CONSTITUTIVA
 É a fase que compreende a análise do conteúdo e de admissibilidade do projeto, onde é
realizada a deliberação parlamentar e executiva.

Casa Iniciadora e Casa Revisora:


 O Congresso Nacional é composto por duas casas, a Câmara de Deputados e o
Senado Federal, é o chamado “sistema bicameral”.

 O Projeto de Lei que for analisado inicialmente na Câmara dos Deputados, será
objeto de revisão no Senado Federal.

 Vale observar que a Câmara de Deputados poderá também atuar como casa
revisora, quando o Senado atuar como casa iniciadora, nos casos de projetos de
lei apresentados por Senador.

 Vale aqui observar que qualquer modificação que seja feita no projeto inicial,
quando ele estiver na Casa Revisora, irá motivar a devolução para à Casa Inicial
para que aprove ou rejeite
Alexander as alterações.
Rodrigues de Souza
filhodoalexx@gmail.com
 Existe uma exceção, 48271651811
onde não será necessária essa devolução, que é em caso de
a emenda parlamentar consistir em simples correção gramatical ou supressão de
HP156016798544752
palavra ou expressão, em todos os casos desde que o sentido normativo da
redação não tenha sido alterado.

 Nos demais casos, o projeto de lei deverá ser devolvido à Casa Inicial.

Comissões:
 Após a distribuição do projeto pelo presidente da Câmara dos Deputados,é
realizada a distribuição para as comissões temáticas, que realizam a análise de
mérito do projeto. Após passar e ser aprovado por essa comissão, o projeto segue
para a seguinte.

 Realizada a análise de mérito, será realizada a análise de admissibilidade, onde


temos a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania – CCJC, e a
Comissão de Finanças e Tributação – CFT. Estas duas comissões também
podem analisar o mérito do projeto, onde, caso entenderem que o projeto não se
adequa ao orçamento, ou é inconstitucional, encaminharão o projeto para ser
arquivado.

Sanção ou Veto:
 É a possibilidade da verificação pelo Presidente da República, em relação à
constitucionalidade da norma ou mesmo se ela atende ou não o interesse público.

 Caso a norma esteja de acordo com a Constituição Federal e com o interesse


público, o presidente sancionará a lei, caso não esteja, ele vetará.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
82

@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

 A Sanção pode ser tácita, quando o presidente não se manifesta no prazo


estabelecido, ou expressa, quando ele se manifesta no prazo estabelecido,
declarando sua concordância com o projeto que então se torna lei.

 O Veto presidencial pode ser parcial ou total. Parcial quando vetar apenas um
inciso, um artigo, ou mesmo algumas palavras de um inciso. Já o veto total
ocorre quando o presidente veta a lei por completo.

 Observa-se que é possível o Congresso Nacional derrubar o veto presidencial.

FASE COMPLEMENTAR
 Promulgação
 Quando o projeto de lei se torna lei, podendo ser promulgado pelo presidente da
república ou pelo congresso nacional.

 Publicação
 Que é o ato destinado a dar publicidade a lei. Essa publicação ocorre no Diário
Oficial da União – DOU, onde se iniciará a correr a “Vacatio Legis”.

SUMÁRIO
Alexander Rodrigues de Souza
 Procedimento que se diferencia do comum somente em razão de existir prazo para que o
filhodoalexx@gmail.com
Congresso Nacional realizar a deliberação sobre determinado assunto.
48271651811
HP156016798544752
ESPECIAL
 É aplicado nos procedimentos que digam respeito às leis complementares, leis delegadas, medidas
provisórias, decretos legislativos e resoluções.

20.1.2 ELABORAÇÃO DAS LEIS


Segundo o artigo 59 da Constituição Federal:

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I – emendas à Constituição;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – leis delegadas;
V – medidas provisórias;
VI – decretos legislativos;
VII – resoluções.

EMENDAS CONSTITUCIONAIS
São atribuídas ao Poder Constituinte Derivado Reformador, que é exercido pelo Congresso Nacional.

Limites Formais
 Iniciativa (artigo 60, incisos I, II e III da CF):
 Um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;

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DIREITO CONSTITUCIONAL
83

@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

 Do Presidente da República;
 De mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

 Quórum de Aprovação (artigo 60, §2º da CF):


 Deverá ser discutida em dois turnos, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, e para
ser aprovada deverá obter em ambas as casas e em ambos os turnos, três quintos dos votos
dos respectivos membros (maioria absoluta).

 Promulgação:
 A emenda será promulgada pelas mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Quando a emenda for rejeitada ou for prejudicada, a matéria da qual ela tratava não poderá ser objeto
de nova proposta na mesma sessão legislativa.

Limites Circunstanciais
 A Constituição pode ser emendada:
 Na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

Alexander Rodrigues de Souza


Limites Materiais
filhodoalexx@gmail.com
 A proposta de Emenda a Constituição Federal não poderá modificar:
48271651811
 A forma federativa de Estado;
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 O voto direto, secreto, universal e periódico;
 A separação dos Poderes;
 Os direitos e garantias individuais.

 Vide artigo 60, §4º da Constituição Federal.

Leis Complementares
São normas que buscam reforçar a matéria constitucional, recebem este nome, pois servem como
complemento a Constituição Federal.

 Propositura (artigo 61 da Constituição Federal):


 Qualquer membro ou comissão do Congresso Nacional;
 Pelo Presidente da República;
 Pelo Supremo Tribunal Federal (STF);
 Pelos Tribunais Superiores;
 Pelo Procurador-Geral da República;
 E Pelos cidadãos.

A votação é realizada pela maioria absoluta das casas, onde, caso aprovado, o projeto é encaminhado
ao Presidente da República para a sanção ou veto.

Caso o presidente vete o projeto, poderá a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, pela maioria
absoluta de seus membros, derrubar o veto presidencial, onde o projeto seguirá para promulgação do

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DIREITO CONSTITUCIONAL
84

@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

Presidente da República no prazo de 48 horas, e caso não o faça, o Presidente do Senado Federal
deverá fazê-lo.

Leis Ordinárias
São normas de regras gerais e abstratas, mais comuns.

 Propositura (artigo 61 da Constituição Federal):


 Qualquer membro ou comissão do Congresso Nacional;
 Pelo Presidente da República;
 Pelo Supremo Tribunal Federal (STF);
 Pelos Tribunais Superiores;
 Pelo Procurador-Geral da República;
 Pelos cidadãos.

A votação é realizada pela maioria simples das casas, onde, caso aprovado, o projeto é encaminhado
ao Presidente da República para aAlexander
sanção ou veto.
Rodrigues de Souza
filhodoalexx@gmail.com
Caso o presidente vete o projeto, poderá a48271651811
Câmara dos Deputados e o Senado Federal, pela maioria
absoluta de seus membros, derrubar o HP156016798544752
veto presidencial, onde o projeto seguirá para promulgação do
Presidente da República no prazo de 48 horas, e caso não o faça, o Presidente do Senado Federal
deverá fazê-lo.

Leis Delegadas
São leis elaboradas exclusivamente pelo Presidente da República, com autorização do Congresso
Nacional, na forma do artigo 68 da Constituição Federal.

 Para promulgá-las, o Presidente primeiro envia uma solicitação ao Congresso.

 A delegação pode ser aprovada pela maioria simples das Casas, onde esta “autorização” se torna
uma resolução que estipula as condições para o uso dos poderes delegados.

 Vale observar que a delegação típica ocorre quando o Congresso Nacional emite a resolução e
permite ao Presidente a elaboração e promulgação da lei sem a sua apreciação.

 Contudo, pode ocorrer uma delegação atípica, onde, mesmo sendo a elaboração da lei delegada ao
Presidente, poderá haver casos em que será necessário remetê-la ao Congresso Nacional para
apreciação.

Medidas Provisórias
Trata-se de um instrumento exclusivo do Presidente. As medias provisórias possuem força de lei, e são
destinadas a tratar de situações de grande urgência.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
85

@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

A vigência desta espécie normativa é imediata, contudo, é prorrogável (60 dias, prorrogáveis por igual
período).

Para que se efetive como lei, é necessária a aprovação do Congresso Nacional.

As Medidas Provisórias deverão ser analisadas pelo Congresso após 45 dias de sua instauração. Caso
não respeite este prazo, trancam todas as pautas da Casa em que se encontram, até que sejam
discutidas.

As aprovações se dão por maioria simples dos votos.

Se uma MP for aprovada com emendas, o Presidente poderá vetá-la parcial ou totalmente, fazendo-a
retornar ao Congresso para reapreciação.

Em caso de rejeição pelo Congresso Nacional, deverá ser elaborado um decreto legislativo que
regulamentará os efeitos da MP durante a sua vigência.

Decretos Legislativos
É o meio que o Congresso Nacional deve utilizar para legislar acerca das situações que sejam de sua
competência exclusiva, que estão elencadas no artigo 49 da Constituição Federal.
Alexander Rodrigues de Souza
Os Decretos Legislativos não dependem de sanção do Presidente da República.
filhodoalexx@gmail.com
48271651811
Resoluções HP156016798544752
É o meio que o Congresso Nacional deve tratar de matéria que for de sua competência e de
competência privativa do Senado Federal e da Câmara de Deputados. (Artigos 68, §2º; 51; 52; e 155,
§2º, inciso IV da Constituição Federal).

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DIREITO CONSTITUCIONAL
86

@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

20.2 PODER EXECUTIVO


Como já vimos anteriormente, o Brasil adota:

COMO FORMA DE GOVERNO:


 A República, que possui as seguintes características/princípios republicanos:
 Trata-se de “coisa pública”, é o governo do povo;
 Eleição;
 Temporariedade;
 Responsabilidade;
 Igualdade formal de tratamento.

COMO SISTEMA DE GOVERNO:


 O modelo Presidencialista, onde:
 A Chefia de Estado e a Chefia de Governo se confundem na figura do Presidente da
República, que é o chefe do Poder Executivo Federal.

 Observação:
 A diferença entre o modelo Presidencialista e o modelo Parlamentarista é que no
Parlamentarismo, a figura do Chefe de Estado é atribuída ao Presidente (em caso de uma
República Parlamentarista) ou aoRodrigues
Alexander Rei/Rainhade(em caso de uma Monarquia Parlamentarista);
Souza
ao passo que a Chefia de filhodoalexx@gmail.com
Governo é atribuída ao Primeiro Ministro, eleito pelo parlamento.
48271651811
Ou seja, o Brasil é uma república presidencialista, onde o chefe do Poder Executivo é o Presidente da
HP156016798544752
República e cumula as funções de Chefia de Estado e de Chefia de Governo.

Quem exerce a Chefia do Poder Executivo Federal é o Presidente da República, do Poder Executivo
Estadual é o Governador e do Poder Executivo Municipal é o Prefeito.

20.2.1 FUNÇÕES
FUNÇÕES TÍPICAS
 Chefia de Governo e Chefia de Estado;
 Como o Brasil é uma República Presidencialista, na figura do Presidente da República se
concentram tanto a Chefia de Estado quanto a Chefia de Governo, ou seja, temos um
Executivo Monocrático.
 Praticar atos de Administração.

FUNÇÕES ATÍPICAS
 Legislativa, por meio de Medidas Provisórias, Decretos autônomos e etc.
 Julgadora, no contencioso administrativo, como por exemplo, no Processo Administrativo
Disciplinar – PAD.

20.2.2 PRESIDENTE DA REPÚBLICA


Como trabalhado anteriormente neste material, o Brasil adota o modelo presidencialista, onde se tem
uma separação drástica entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo, contudo, não existe
independência entre os dois poderes. Para que as relações jurídicas caminhem bem, buscando o

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DIREITO CONSTITUCIONAL
87

@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

desenvolvimento nacional e a defesa das instituições democráticas, ambos os poderes devem trabalhar
em conjunto.

Nosso modelo presidencialista se assemelha ao modelo parlamentarista, no sentido de que existe em


nosso país o que chamamos de Presidencialismo de Coalizão, onde o Presidente da República depende
de uma boa comunicação com o Congresso Nacional para que possa fazer uma boa administração.

Portanto, é o Presidente da República que exerce a chefia do Poder Executivo no Brasil. Atenção! É o
Presidente, somente. O Vice-Presidente e os Ministros auxiliam o Presidente.

Constituição Federal

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros
de Estado.

Art. 79 (...)

Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para
missões especiais.
Alexander Rodrigues de Souza
20.2.2.1 Requisitos para ser Presidente
filhodoalexx@gmail.com
 Ser brasileiro nato; 48271651811
 35 anos; HP156016798544752
 Ser alfabetizado;
 Estar em pleno gozo de seus direitos políticos.

20.2.2.2 Atribuições/Competências do Presidente


CHEFIA DE ESTADO;
 Em relação às relações diplomáticas;
 Plano externo (perante outros países);
 Exemplos: incisos VII, VIII e XIX do artigo 84, CF.

CHEFIA DE GOVERNO;
 Representa o Governo da União;
 Atos de administração e de natureza política;
 Plano interno;
 Exemplos: incisos I a VI; IX a XVIII e XX a XXVII do artigo 84, CF.

Chefia de Estado no Plano Externo (exemplos):

Constituição Federal

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República

VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;

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DIREITO CONSTITUCIONAL
88

@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso


Nacional;

XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou
referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas
condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;

Chefia de Governo no Plano Interno (exemplos):

Constituição Federal

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República

I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;

II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;

III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos
para sua fiel execução;
Alexander Rodrigues de Souza
filhodoalexx@gmail.com
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
48271651811
HP156016798544752
VI - dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de


despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;

X - decretar e executar a intervenção federal;

XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da


sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar
necessárias;

XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos
em lei;

XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha,
do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que
lhes são privativos;

XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal
e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República,
o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;

@fonte_dodireito / @Ataide.Campidelli
DIREITO CONSTITUCIONAL
89

@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;

XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da


União;

XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;

XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;

XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;

XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;

XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;

XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes


orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;

XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da
Alexander Rodrigues de Souza
sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
filhodoalexx@gmail.com
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XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
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XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;

XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.

XXVIII - propor ao Congresso Nacional a decretação do estado de calamidade pública de


âmbito nacional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta
Constituição.

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos


incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da
República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.

O ROL É TAXATIVO OU EXEMPLIFICATIVO?


 O rol é meramente exemplificativo.

Constituição Federal

Art. 84 (...)

XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.

@fonte_dodireito / @Ataide.Campidelli
DIREITO CONSTITUCIONAL
90

@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

É POSSÍVEL A DELEGAÇÃO DE SUAS COMPETÊNCIAS?


 O Presidente da República poderá delegar algumas de suas atribuições aos:
 Ministros de Estado;
 Procurador-Geral da República;
 Advogado Geral da União.
Observação: dentro dos limites traçados nas respectivas delegações.

 Em quais hipóteses poderá delegar?


 Artigo 84, incisos VI, XII e XXV, primeira parte, da Constituição Federal.

Constituição Federal

Art. 84 (...)

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos


incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da
República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.

VI - dispor, mediante decreto, sobre:


Alexander Rodrigues de Souza
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
filhodoalexx@gmail.com
despesa nem criação ou extinção de48271651811
órgãos públicos;
HP156016798544752
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos
em lei;

XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;

20.2.2.3 Eleições Presidenciais

ELEIÇÕES
O Presidente da República e o Vice-Presidente com ele registrado são eleitos pelo voto direto, por
meio do sistema majoritário absoluto;

 1º Turno das Eleições:


 No primeiro domingo de outubro.

 2º Turno das Eleições:


 Último domingo de outubro.

 Observação 01: em regra, quem participa do segundo turno são os dois candidatos mais
votados no primeiro turno, todavia, caso um desses venha a falecer, desistir ou se tornar
impedido, será chamado o terceiro colocado.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
91

@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

 Observação 02: caso ocorra empate (mesma votação) para o segundo lugar, será
qualificado para o pleito o mais velho.

Constituição Federal

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á,


simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de
outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial
vigente.

§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado.

§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver
a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.

§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de
candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.

§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um


candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
Alexander Rodrigues de Souza
REELEIÇÃO filhodoalexx@gmail.com
 Pode ser reeleito; 48271651811
 Quando em mandatos subsequentes, uma única vez.
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 Artigo 14, §5º da Constituição Federal.

MANDATO E POSSE
 É de 4 anos;
 Tem início com a tomada da posse em 5 de Janeiro do ano subsequente ao da eleição.
 A regra anterior era no dia 1º de Janeiro, todavia, isso mudou com a Emenda
Constitucional nº111/2021, que passa a valer já para as eleições de 2026.

 Observação: existe um prazo de tolerância de 10 dias para a tomada da posse, caso não o
faça, será declarado vago o cargo, salvo por motivo de força maior.

20.2.2.4 Sucessão Presidencial


Primeiramente devemos destacar que existe uma diferença entre SUBSTITUIÇÃO e SUCESSÃO.

A Substituição do Presidente é algo temporário, ocorrendo nas seguintes hipóteses:


 Doença;
 Viagem;
 Férias.

A Sucessão do Presidente é algo definitivo, ocorrendo nas seguintes hipóteses:


 Cassação;
 Renúncia;
 Morte.

@fonte_dodireito / @Ataide.Campidelli
DIREITO CONSTITUCIONAL
92

@ataide.campidelli / @fonte_dodireito

Em caso de vacância no cargo de Presidente da República, assumirá o Vice-Presidente;

Já em caso de vacância nos cargos de Presidente e Vice-Presidente:


 Ordem de sucessão:
 Presidente da Câmara dos Deputados;
 Presidente do Senado Federal;
 Presidente do Supremo Tribunal Federal.

 O que deverá ocorrer se estiverem vagos os cargos de Presidente e Vice?


 Caso ocorra nos dois primeiros anos de mandato, deverá ser realizada nova eleição direta,
no prazo de 90 dias (Art. 81, caput).

 Caso ocorra nos dois últimos anos do mandato, deverá ser realizada eleição indireta pelo
Congresso Nacional, no prazo de 30 dias (Art. 81, §1º).

 Em ambos os casos, os sucessores somente terminarão o tempo de mandato daqueles que


estão sucedendo.

ATENÇÃO!
Existe hipótese de Eleição Indireta no Brasil?
Alexander Rodrigues de Souza
- Sim! Na hipótese prevista no artigo 81, §1º da Constituição Federal, em caso de vacância dos
filhodoalexx@gmail.com
cargos de Presidente e Vice-Presidente da República nos dois últimos anos do mandato.
48271651811
HP156016798544752
20.2.2.5 Vice-Presidente
É o principal na linha de substituição e sucessão do Presidente da República.
 Substituirá o Presidente nos casos de ausência (é algo temporal, como quando o PR viaja).
 Sucederá o Presidente em caso de vacância (é algo definitivo, como quando o PR sofre
impeachment).

 Busca garantir a estabilidade do país.


 Participa do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional.

 Linha sucessória em caso de Vacância na Presidência (artigo 79, §1º da CF):


 Vice Presidente;
 Presidente da Câmara dos Deputados;
 Presidente do Senado Federal;
 Presidente do Supremo Tribunal Federal.

20.2.2.6 Responsabilidade do Presidente


VEDAÇÃO À PRISÃO CAUTELAR
O Presidente da República não pode ser preso, nas infrações comuns, enquanto não sobrevier sentença
condenatória (artigo 86, §3º).
 Não pode ocorrer a prisão em flagrante, a prisão preventiva e nem prisão temporária do Presidente.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
93

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IRRESPONSABILIDADE PENAL RELATIVA TEMPORÁRIA


O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos
estranhos ao exercício de suas funções (artigo 86, §4º).
 Não corre a prescrição.

CRIMES DO PRESIDENTE
 Infrações Penais
 Quem julga é o STF.

 Crimes de Responsabilidade
 Quem julga é o Senado Federal.

NECESSIDADE DE APROVAÇÃO
Para que seja submetido a julgamento perante o STF ou Senado, é necessária a admissão por 2/3 da
Câmara dos Deputados (artigo 86 da CF).

Para que seja instaurado o Processo no Senado Federal, nos casos de Crimes de Responsabilidade, é
necessária a aprovação pela maioria simples de seus membros.

 A votação pela Câmara depende da decisão


Alexander do Presidente
Rodrigues da casa.
de Souza
filhodoalexx@gmail.com
 Em caso de admissão, o Presidente ficará suspenso por 180 dias (Art. 86, §1º):
48271651811
HP156016798544752
 Em relação às infrações penais comuns, será afastado depois de recebida a denúncia ou
queixa-crime pelo STF;

 Já nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

 Em decorrido o prazo sem que esteja concluído o processo, cessará o afastamento do Presidente,
sem prejuízo do processo (artigo 86, §2º).

CRIMES DE RESPONSABILIDADE
Constituição Federal:

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra
a Constituição Federal e, especialmente, contra:

I - a existência da União;

II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos


Poderes constitucionais das unidades da Federação;

III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

IV - a segurança interna do País;

V - a probidade na administração;

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DIREITO CONSTITUCIONAL
94

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VI - a lei orçamentária;

VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de
processo e julgamento.

ATENÇÃO
Observar também a Lei nº1.079/50.

AUSÊNCIA DO PRESIDENTE
 Caso o Presidente e o Vice-Presidente desejem se ausentar do País por mais de 15 dias, será
necessária a licença do Congresso Nacional.
 Caso se ausentem por mais de 15 dias sem licença do Congresso, perderão o cargo.

Constituição Federal

Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso
Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.
Alexander Rodrigues de Souza
20.2.2.7 Impeachment do filhodoalexx@gmail.com
Presidente
48271651811
O QUE É IMPEACHMENT? HP156016798544752
É um processo de natureza político-jurídica, onde apura-se o julgamento do Presidente da República
em relação aos crimes de responsabilidade. (Além do Presidente, os Ministros de Estado, os Ministros
do Supremo Tribunal Federal e os Governadores).

Vamos nos restringir, na presente análise, ao impeachment do Presidente da República.

PROCEDIMENTO
1º - DENÚNCIA
 Pode ser formalizada por qualquer cidadão que esteja em pleno gozo dos seus direitos políticos,
devendo observar os requisitos definidos em lei.

2º - EXAME LIMINAR
 O Presidente da Câmara dos Deputados recebe a acusação e a ele compete o exame liminar,
podendo iniciar ou não a votação.

3º - VOTAÇÃO NA CÂMARA
 Caso o Presidente da Câmara decida pôr o processo de impeachment em votação, será então
realizado o Juízo de Admissibilidade.
 Esse juízo de admissibilidade aplica-se tanto aos crimes comuns quanto aos crimes de
responsabilidade.
 É necessária a admissão por quórum qualificado de 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados
(artigo 86 da CF).

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DIREITO CONSTITUCIONAL
95

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4º - VOTAÇÃO NO SENADO
 Caso a Câmara de Deputados decida pela admissibilidade do processo de impeachment, este será
encaminhado para o Senado Federal.
 O Senado Federal realizará o Juízo de Instauração, por meio do voto da maioria simples de seus
membros.

ATENÇÃO!
Caso seja instaurado o processo no Senado Federal, o Presidente da República ficará suspenso
de suas funções por 180 dias. Se o processo não for concluído dentro deste prazo, o Presidente
retorna ao exercício de suas funções e o processo de impeachment não é prejudicado (ou seja,
continua). (artigo 86, §2).

5º - JULGAMENTO
 O julgamento do Presidente é realizado no Plenário do Senado Federal.
 Somente haverá condenação por voto de 2/3 dos membros do Senado Federal.

PENALIDADES (IMPEACHMENT):
 Caso o Presidente seja condenado
 Perda do cargo;
 Inabilitação para o exercício de função
Alexander pública
Rodrigues depor 8 anos;
Souza
 Sem prejuízo das demaisfilhodoalexx@gmail.com
sanções previstas em lei.
48271651811
 Caso o Presidente renuncie após a HP156016798544752
instauração do Processo de Impeachment e seja condenado:
 Inabilitação para o exercício de função pública por 8 anos;
 Sem prejuízo das demais sanções previstas em lei.

Constituição Federal

Art. 52 (...)

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do
Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois
terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o
exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

20.2.3 MINISTÉRIOS
Os ministérios são órgãos auxiliares do Presidente da República, e por ele convocados em algumas
situações específicas.

REQUISITOS PARA SER MINISTRO


 Ser Brasileiro, maior de 21 anos e em pleno gozo dos direitos políticos.

ATRIBUIÇÕES
 É a delegação de funções. Como exemplo, temos o Ministério da Economia, Ministério da
Fazenda, Ministério do Planejamento, Ministério da Educação, e outros.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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RESPONSABILIZAÇÃO
 Crimes de responsabilidade sem conexão com o presidente (artigo 50 e 58, III da CF) e nos crimes
comuns;
 Julgamento perante o STF (artigo 102, I, “c”);

 Em crime de responsabilidade em conjunto com o Presidente da República (artigo 52, I, c/c art.
85).
 Julgamento perante o Senado Federal (artigo 52, I e Parágrafo Único);
 Segundo entendimento do STF, neste caso, será realizado o juízo de admissibilidade pela
Câmara dos Deputados.

20.2.4 CONSELHO DA REPÚBLICA E CONSELHO DE DEFESA


NACIONAL
São órgãos de natureza consultiva que prestam assessoria ao Presidente da República.
 O Presidente é obrigado a consultar os órgãos, contudo, não fica vinculado às orientações.
 O Parecer é meramente opinativo.

CONSELHO DA REPÚBLICA
É órgão superior de consulta para os seguintes assuntos:
 Intervenção Federal; Alexander Rodrigues de Souza
 Estado de Defesa; filhodoalexx@gmail.com
 Estado de Sítio; 48271651811
 Questões relevantes à estabilidade HP156016798544752
das instituições democráticas;
 Artigo 90 da Constituição Federal.

Membros:
 Vice Presidente;
 Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal;
 Lideres da Maioria e Minoria no Congresso;
 Ministros da Justiça;
 Seis cidadãos brasileiros natos, com mais de 35 anos de idade.
 Desses:
- Dois serão nomeados pelo Presidente;
- Dois serão eleitos pela Câmara; e
- Dois serão eleitos pelo Senado.
 Possuem mandatos de três anos, vedada a recondução.

CONSELHO DE DEFESA NACIONAL


É órgão de consulta do Presidente da República em relação aos seguintes assuntos:
 Soberania Nacional;
 Defesa do Estado Democrático;
 Artigo 91 da Constituição Federal.

Membros:
 Vice Presidente da República;
 Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal;
 Ministro da Justiça;

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 Ministro de Estado da Defesa;


 Ministro das Relações Exteriores;
 Ministro do Planejamento.
 Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Alexander Rodrigues de Souza


filhodoalexx@gmail.com
48271651811
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20.3 PODER JUDICIÁRIO


Poder responsável pela interpretação das leis e por possibilitar a pacificação social por meio da
resolução das lides apresentadas, o qual é prestado por meio de órgãos jurisdicionais.

É constituído por:
 Supremo Tribunal Federal; 
 Superior Tribunal e Justiça;
 Tribunais Regionais Federais;
 Tribunais do Trabalho;
 Tribunais Eleitorais;
 Tribunais Militares;
 Tribunais dos Estados.

Estrutura
JUSTIÇA
 Comum
 Estadual: É a justiça comum por excelência.
 Federal: Trata de assuntos relativos à União e seus entes.

 Especial Alexander Rodrigues de Souza


 Trabalho filhodoalexx@gmail.com
 Eleitoral 48271651811
 Militar HP156016798544752

COMPETÊNCIA
 Poder atribuído a um órgão para exercer atividade jurisdicional nos limites fixados em lei.

FUNÇÕES
 Típicas
 Julgar;
 Função Jurisdicional.

 Atípicas
 Legislar, quando os Tribunais elaboram seus regimentos;
 Administrar, quando o órgão jurisdicional realiza uma licitação, celebra um contrato
administrativo, ou mesmo realiza concurso para ingresso de novos servidores.

JUIZADOS ESPECIAIS
 Regulados pela Lei 9.099/95;
 Compete aos Juizados Especiais resolver as causas de até 40 salários mínimos, em relação à
Justiça Comum.
 Na Justiça Federal, é obrigatório nos casos de até 60 salários mínimos.

Órgãos Jurisdicionais
O Poder Judiciário precisa de especialização, pelo fato de existirem diferentes áreas dentro do Direito.

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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF


É a última instância do Poder Judiciário Brasileiro.
 Composto por 11 ministros, indicados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado
Federal, por maioria absoluta de seus membros.
 É o “Guardião” da Constituição Federal.
 Responsável por realizar o controle concentrado de Constitucionalidade.
 Responsável por julgar aqueles que possuem prerrogativa de foro.

 Requisitos:
 Ter entre 35 e 65 anos;
 Ser Brasileiro nato;
 Possuir notório saber jurídico;
 Possuir reputação ilibada.

 Ocorre a aposentadoria compulsória aos 75 anos.


 Foi criado em 1890.
 Artigos 101 a 103 da Constituição Federal.

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - STJ


Alexander Rodrigues de Souza
É a última instância da Justiça brasileira para causas infraconstitucionais.
filhodoalexx@gmail.com
 É composto por 33 ministros, nomeados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado
48271651811
Federal. HP156016798544752
 É o “Guardião” da Legislação Federal.
 Responsável pela homogeneização jurisprudencial, buscando garantir a segurança jurídica.

 Requisitos:
 Ter entre 35 e 65 anos;
 Ser Brasileiro;
 Possuir notório saber jurídico;
 Possuir reputação ilibada.
 Criado em 1988, como uma via de escape ao STF.
 Artigos 104 e 105 da Constituição Federal.

JUSTIÇA FEDERAL
 20% de suas vagas são reservadas a advogados;
 Nem todas as regiões possuem;
 Artigo 106 a 110 da Constituição Federal.

JUSTIÇA DO TRABALHO
 TST – Nomeados pelo Presidente da República;
 TRT – Nomeados pelo Governador do Estado;

 Formada Por:
 Tribunal Superior do Trabalho – TST;
 Tribunal Regional do Trabalho – TRT;

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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 Juiz do Trabalho – JT.


 Artigos 111 a 116 da Constituição Federal.

JUSTIÇA ELEITORAL
 Não possui quadro próprio;
 Exercido por juiz da Justiça Estadual;

 Formado por:
 Tribunal Superior Eleitoral – TSE;
 Tribunal Regional Eleitoral – TRE;
 Juízes Eleitorais - JE.

 Artigos 118 a 121 da Constituição Federal.

JUSTIÇA MILITAR
 Formada por:
 Superior Tribunal Militar;
 Conselhos de Justiça Militar.

 Artigos 122 a 124 da Constituição Federal.


Alexander Rodrigues de Souza
filhodoalexx@gmail.com
JUSTIÇA COMUM 48271651811
 É a justiça comum por excelência. HP156016798544752
Tudo aquilo que não se enquadrar nas especializadas ou federal.
 Artigos 125 e 126 da Constituição Federal.

Direitos e Garantias
AUTONOMIA ORGÂNICO-ADMINISTRATIVA
 Organização;
 Regimento:
 Lei Orgânica da Magistratura Nacional – LOMAN;
 Eleições internas.

AUTONOMIA FINANCEIRA
 Decide sobre a alocação dos recursos próprios.

DIREITOS E GARANTIAS FUNCIONAIS


Para evitar que o juiz seja pressionado a tomar decisões, buscando garantir sua imparcialidade (artigo
95 da Constituição Federal).
 Vitaliciedade;
 Inamovibilidade;
 Irredutibilidade do subsídio.

VEDAÇÕES PARA IMPARCIALIDADE


Busca evitar que o juiz seja beneficiado (artigo
95, parágrafo único da Constituição Federal). É

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DIREITO CONSTITUCIONAL
101

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vedado:
 O exercício de outro cargo, salvo o de magistério;
 Receber custas em processo;
 Participar de atividade políticopartidária;
 Receber auxílios de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, salvo exceção legal.
 Exercer advocacia no juízo ou tribunal que se afastou, antes de decorridos 3 anos.

20.3.1 Impeachment de Ministro do STF


Primeiramente, cabe mencionar que os Ministros do STF, tal como o Presidente da República, pode
cometer:

 Infrações Penais (crimes comuns)


 Nas infrações penais, será competente para julgamento o próprio STF. (Art. 102, I, "b",
CF).

 Crimes de Responsabilidade (infrações político-administrativas)


 Nos crimes de responsabilidade, será competente para julgamento o Senado Federal. (Art.
52, II, CF).

Como estamos tratando do processo de Impeachment, vamos nos restringir aos crimes de
responsabilidade. Alexander Rodrigues de Souza
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O QUE SÃO CRIMES DE RESPONSABILIDADE? 48271651811
HP156016798544752
 São infrações político-administrativas, que apesar de chamadas de "crime", não possuem natureza
de crime.

 E quais são os crimes de Responsabilidade de um Ministro do STF?


 Estão estabelecidos no Art. 39 da Lei nº1.079/50, que define os crimes de responsabilidade
e regula o processo e julgamento.

Lei 1.079/50

Art. 39. São crimes de responsabilidade dos Ministros do Supremo Tribunal Federal:

1- altera, por qualquer forma, exceto por via de recurso, a decisão ou voto já proferido
em sessão do Tribunal;

2 - proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa;

3 - exercer atividade político-partidária;

4 - ser patentemente desidioso no cumprimento dos deveres do cargo;

5 - proceder de modo incompatível com a honra dignidade e decôro de suas funções.

Dessa forma, caso um Ministro pratique algum ato que possa ser enquadrado como Crime de
Responsabilidade, poderá ser iniciado um processo de impeachment.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
102

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QUEM PODE OFERECER DENÚNCIA?


 Pode ser formalizada por qualquer cidadão, perante o Senado Federal, observados os requisitos.

EXAME LIMINAR
 Antes da apreciação pelo Senado Federal, o Presidente do Senado Federal recebe a denúncia e a
ele compete o exame liminar, podendo rejeitar a acusação ou não.

COMISSÃO ESPECIAL NO SENADO


 Após o exame liminar, a denúncia será lida no expediente da sessão seguinte e despachada a uma
comissão especial, que após emitir parecer, este será posto em votação por maioria simples dos
votos. (arts. 44, 45 e 46 da Lei 1.079/50).

 Caso o resultado da votação seja favorável ao prosseguimento, a Mesa remeterá cópia de tudo ao
denunciado, para responder à acusação no prazo de 10 dias. (art. 49, Lei 1.079/50).

 Após o prazo, a comissão dará parecer sobre a procedência ou improcedência da acusação,


também no prazo de 10 dias. (art. 51, Lei 1.079/50).

 Caso o Senado entenda que não procede a acusação, os papeis serão arquivados.
Alexander Rodrigues de Souza
 Caso decida o contrário, a Mesafilhodoalexx@gmail.com
dará conhecimento imediato da decisão ao STF, ao Presidente da
República, ao denunciante e ao denunciado. (art. 55, Lei 1.079/50).
48271651811
HP156016798544752
 Efeitos da Decisão da Comissão Especial
 Suspensão do exercício das funções;
 Estar sujeito a acusação criminal;
 Perder 1/3 dos vencimentos até a sentença final. (Obs: caso seja absolvido, o valor
descontado dos vencimentos deverá ser ressarcido).

 Após ser intimado, o denunciante:


 Terá direito a vista do processo;
 Terá o prazo de 48h para oferecer o libelo acusatório e o rol de testemunhas.

 Já o denunciado:
 Terá direito a vista do processo;
 Terá o prazo de 48h para oferecer contrariedade e o rol de testemunhas.

 Será realizada a inquirição. Após encerrada a discussão, será feito um relatório resumido dos
fundamentos da acusação e da defesa, juntamente com as respectivas provas, e em seguida, será
remetido o caso para julgamento.

Recomenda-se a Leitura dos Arts. 58 a 67 da Lei 1.079/50).

JULGAMENTO NO SENADO FEDERAL


 O julgamento dos Ministros do Supremo compete privativamente ao Senado Federal. (art. 52, II,
CF).

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DIREITO CONSTITUCIONAL
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 O Plenário do Senado Federal, por voto de 2/3 dos membros de seus membros, poderá condenar o
acusado. (art. 68, Lei 1.079/50).

PENALIDADES (ART. 52, PARÁGRAFO ÚNICO, CF).


 Perda do cargo;
 Inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública;
 Demais sanções judiciais cabíveis.

Alexander Rodrigues de Souza


filhodoalexx@gmail.com
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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21. FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA


São mecanismos direcionados a garantir o direito fundamental de acesso à justiça a todos.Estes
mecanismos estão disciplinados na Constituição Federal, entre os artigos 127 e 135.

Exercem as Funções Essenciais À Justiça


 O Ministério Público;
 Os Advogados públicos;
 Os Advogados privados;
 A Defensoria Pública.

21.1 MINISTÉRIO PÚBLICO


É uma instituição paralela e permanente que representa a sociedade na fiscalização do Estado,
defendendo a ordem jurídica, o regime democrático e os interesses sociais e individuais.

Princípios Institucionais
Unidade, indivisibilidade e independência funcional, na forma do artigo 127, §1º da Constituição
Federal.

Possui autonomia funcional e administrativa, na forma do artigo 127, §2º da Constituição Federal.
Alexander Rodrigues de Souza
 Composição filhodoalexx@gmail.com
 Ministério Público da União: 48271651811
 Ministério Público Federal;HP156016798544752
 Ministério Público do Trabalho;
 Ministério Público Militar;
 Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
 Ministérios Públicos dos Estados.

21.2 ADVOCACIA PÚBLICA


Responsável por exercer funções institucionais direcionadas à promoção e defesa dos interesses
públicos relativos à União, Estados, Municípios e Distrito Federal.

O Advogado que atua neste ramo recebe o qualitativo “público” pelo fato de representar os entes da
federação.

O Chefe da Advocacia Geral da União – AGU é o Advogado Geral da União, o qual é livremente
nomeado pelo Presidente da República, entre os cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável
saber jurídico e reputação ilibada.

Vide artigo 131 da Constituição Federal.

21.3 DA ADVOCACIA
Conforme dispõe a Constituição Federal:
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

 Requisitos:

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DIREITO CONSTITUCIONAL
105

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 Possuir capacidade civil;


 Possuir graduação em Direito;
 Possuir título de eleitor e a quitação do serviço militar;
 Aprovação em Exame de Ordem;
 Não exercer atividade incompatível com a advocacia;
 Idoneidade moral;
 Prestar compromisso perante o conselho.

Observar o artigo 8º da Lei nº8.906, que trata do Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do
Brasil.

21.4 DEFENSORIA PÚBLICA


Conforme dispõe a Constituição Federal em seu artigo 5º, inciso LXXIV:

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência
de recursos;

Perceba que a assistência jurídica não é somente em relação a processos judiciais, se estendendo a
entidade ou órgão público privado também.

Na forma do artigo 134 da Constituição Federal:


Alexander Rodrigues de Souza
filhodoalexx@gmail.com
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
48271651811
incumbindo-lhe, como expressão e HP156016798544752
instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a
orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e
extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na
forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
106

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22. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE


Este é um mecanismo que o legislador originário criou, com a finalidade de impedir a validação e
aplicação no nosso ordenamento jurídico de normas incompatíveis com a Constituição Federal, tendo
em vista a Supremacia Constitucional.

História
Aqui cabe uma curiosidade sobre esse tema. O caso que deu origem ao Controle Difuso de
Constitucionalidade exercido pelo Poder Judiciário foi o “Marbury VS Madison”, julgado pela
Suprema Corte dos Estados Unidos no ano de 1803.

Fazendo uma breve introdução, os Estados Unidos da América (EUA) declararam sua independência
em 04 de julho de 1776. Na época, a região era conhecida como “Treze Colônias”, e com o fim do
vínculo colonial com a Inglaterra, surge uma nova nação, de modelo federalista e republicano, com
inspiração dos ideais iluministas.

Cabe destacar que com a independência das Treze Colônias, estes estados adotaram um regime de
confederação, de forma que, apesar da existência de um governo central, cada estado detinha sua
reserva de poder em relação aos vizinhos, em termos políticos e jurídicos.

George Washington, primeiro presidente dos EUA, ganhou destaque pois liderou as forças patriotas na
Guerra de Independência e veioAlexander
a presidir Rodrigues
a Convenção de Souza
Constitucional de 1787, responsável pela
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elaboração da Constituição Norte Americana, promulgada no mesmo ano e ratificada pelos 13 Estados
Norte Americanos nos anos seguintes. Em48271651811
1791, a Constituição recebeu uma emenda, chamada de
HP156016798544752
“Bill Of Rights”, que tinha como objetivo garantir alguns direitos básicos ao cidadão comum.

Superada a introdução e contextualização histórica, chegamos a John Adams, o segundo presidente dos
Estados Unidos. Adams foi derrotado na eleição de 1800, por Thomas Jefferson.

Conforme destaca Pedro Lenza, antes de ser sucedido por Jefferson, Adams decidiu nomear pessoas
ligadas ao seu governo para cargos de juízes federais, onde destacamos William Marbury, cuja
“comissão” para o cargo de “juiz de paz” do condado de Washington foi assinada por Adams, sem,
contudo, ter-lhe sido entregue.2

Quando Jefferson assume o governo, nomeia James Madison como seu Secretário de Estado, e por
entender que a nomeação de Marbury era incompleta, determina que Madison não efetivasse a
nomeação de Marbury, por entender que esta era incompleta até o ato da “comissão”, já que ainda não
havia lhe sido entregue.

Marbury acionou Madison, solicitando explicações, todavia, sem obter respostas, decidiu impetrar writ
of mandamus (remédio utilizado para restituir ou empossar em cargo público indivíduo dele privado),
para efetivar sua nomeação.

Segundo Pedro Lenza:

Após dois anos, a Suprema Corte dos Estados Unidos da América resolveu
enfrentar a matéria. John Marshall, Chief Justice, em seu voto, analisou vários

2
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 26 ed. São Paulo: SaraivaJur, 2022. p. 276.
@fonte_dodireito / @Ataide.Campidelli
DIREITO CONSTITUCIONAL
107

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pontos, dentre os quais a questão de se a Suprema Corte teria competência para


apreciar ou não o writ of mandamus.
Isso pois, nos termos da Constituição Norte Americana, o Supremo teria
jurisdição originária em todas as causas concernentes a embaixadores, outros
ministros públicos e cônsules, e nos litígios em que for parte um Estado. Nas
outras causas, o Supre Tribunal teria jurisdição em grau de recurso.
Nessa situação, pela primeira vez a Suprema Corte iria decidir se deveria
prevalecer a Lei ou a Constituição, que não fixou tal competência originária.3

Na época, o entendimento era de que a lei posterior revogava a lei anterior. Todavia, o que se
questionava era se a lei posterior poderia revogar o artigo da Constituição que tratava sobre
competência originária?

Marshall conclui: “assim, a ‘fraseologia’ particular da Constituição dos Estados


Unidos confirma e corrobora o princípio essencial a todas as constituições
escritas, segundo o qual é nula qualquer lei incompatível com a Constituição; e
que os tribunais, bem como os demais departamentos, são vinculados por esse
instrumento”.4

Dessa forma, a noção e a ideia de controle difuso de constitucionalidade, devem-se ao famoso caso
julgado pelo juiz John Marshall, da Suprema Corte Norte Americana, enquanto apreciava o precedente
Marbury vs Madison, em 1803, Alexander
em razão deRodrigues de Souza
decidir que a Constituição deve prevalecer quando em
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conflito com a aplicação de uma Lei, por ser hierarquicamente superior.
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Tipos de Inconstitucionalidade
INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL
 Ocorre quando se tem um vício no processo legislativo, na criação da norma.

 Por exemplo:
 Quando quem propõe a criação de uma norma não possui competência para tal.

INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL
 Ocorre quando o conteúdo da norma apresenta ofensa a Constituição Federal, ou seja, quando o
texto da norma infraconstitucional não está de acordo com a constituição.

Momentos de Controle
PREVENTIVO
 Realizado antes da criação da norma, em regra, pelos Poderes Legislativo e Executivo.
 No Legislativo, é feito pela CCJ - Comissão de Constituição e Justiça;
 No Executivo, é exercido pelo Presidente da República por meio do veto presidencial total
ou parcial.

3
Ibidem. p. 276.
4
MARSHALL, John. Decisçoes constitucionais de Marshall. Apud. LENZA, Pedro. Direito Constitucional
Esquematizado. 26 ed. São Paulo: SaraivaJur, 2022. p. 276.
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 Pode ser também exercido pelo Poder Judiciário, em um único caso, onde um Deputado Federal
ou Senador impetra Mandado de Segurança no STF, para que este decida se o projeto de lei
apresentado deverá ser arquivado ou não.

REPRESSIVO
 Em regra, após a criação da norma somente é possível o reconhecimento da inconstitucionalidade
pelo meio jurisdicional, seja por um juiz de primeira instância ou tribunal.
 Veja que nesse caso, o Poder Legislativo pode até revogar a norma, mas não é capaz de
reconhecer sua inconstitucionalidade.
 Aqui, vale mencionar a possibilidade do controle Político, onde o Estado poderia optar pela
criação de um órgão distinto dos três poderes da União, entretanto isso não ocorre no Brasil.

 O controle Posterior ou Repressivo se subdivide em: Concentrado e Difuso.

22.1 VIAS DE CONTROLE REPRESSIVO


Dos Efeitos dos Decisões
Antes de entrarmos de fato nas vias de controle, devemos tratar sobre os efeitos das decisões
jurisdicionais proferidas nesses casos, sendo:

INTER PARS: Alexander Rodrigues de Souza


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É efeito que limita os efeitos da decisão somente entre as partes do processo, ou seja, não atinge outras
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pessoas.
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ERGA OMNES:
Ocorre quando o STF declara por decisão definitiva um entendimento, poderá o Senado Federal (artigo
52 da CF) sustar a vigência da norma que se verifica inconstitucional, ou poderá o próprio STF
elaborar uma Súmula Vinculante sobre tal tema.

EX-TUNC:
Aqui, o efeito é retroativo, ou seja, os atos praticados com base na norma inconstitucional serão
considerados nulos, ou seja, afeta os fatos passados que foram realizados conforme a disciplina da
norma declarada inconstitucional.

EX-NUNC:
Os efeitos da decisão, por se tratar de caso que envolve a coletividade e que pode levar a instabilidade,
nunca retroagem.

MODULAR:
É a discricionariedade para determinar, diante dos requisitos de excepcional interesse público e
segurança jurídica e do quórum de 2/3, se a decisão em controle abstrato é ex-tunc, ex-nunc ou
pró-furuto.

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22.1.1 CONTROLE DIFUSO/CONCRETO/INCIDENTAL


Este é confiado a todos os magistrados, em sua competência jurisdicional (difuso), onde em função de
um caso concreto (concreto), onde se tem como objetivo principal resolver o conflito das partes,
incidentalmente se analisa a inconstitucionalidade de um ato normativo municipal, estadual ou federal.

Os legitimados para propor a ação, neste caso, são aqueles que têm legitimidade ativa para exigirem
em juízo direito seu ou de terceiros.

Os efeitos da decisão, neste caso, em regra serão Inter Pars e Ex-Tunc.

22.1.2 CONTROLE CONCENTRADO/DIRETO/ABSTRATO


O único órgão que possui competência para julgar neste meio de controle é o Supremo Tribunal
Federal - STF, onde a análise independe de caso concreto, visto que o foco não é resolver o problema
das partes, mas reconhecer ou não a inconstitucionalidade de uma norma.

POSSÍVEIS AÇÕES NO CONTROLE CONCENTRADO

22.1.2.1 Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI


CARACTERÍSTICAS:
 (Generalidade; Impessoalidade
Alexander Rodrigues de Souza
e Abstração).
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 Somente pode ser objeto de uma ADI, 48271651811
uma norma geral, impessoal e abstrata.
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OBJETIVO E COMPETÊNCIA:
Provocar o STF para que reconheça a inconstitucionalidade de uma norma.

OBJETO:
Leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos ou
resoluções, desde que sejam posteriores a vigência da Constituição Federal.

LEGITIMADOS PARA PROPOR:


 Aqueles constantes no Art. 103 da Constituição Federal:
 Presidente da República;
 Mesa do Senado ou da Câmara de Deputados Federais;
 Governador;
 Mesa da Assembleia Legislativa ou Câmara do Distrito Federal;
 Procurador Geral da República;
 Conselho Federal da OAB;
 Partido Político com Representante no Congresso Nacional;
 Confederação Sindical ou Entidade de Classe de Âmbito Nacional;

PROCEDIMENTO:
 Indicar na petição, a suposta norma inconstitucional. A pessoa responsável pela criação da lei será
chamada a prestar esclarecimentos sobre a lei, mão não será réu no processo.

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EFEITOS:
 Erga Omnes;
 Ex-Tunc, via de regra.
 Ex-Nunc, por meio da modulação.

22.1.2.2 Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF


Possui caráter subsidiário, ou seja, se couber ADI, não cabe ADPF.

OBJETO E CABIMENTO
Leis e atos normativos federais, estaduais e municipais, inclusive os anteriores a CF/88, que ofenda ou
ofereça risco a Preceito Fundamental.

Nesta, a lei ou ato normativo NÃO precisa ser Geral, Impessoal ou Abstrato.

COMPETÊNCIA:
 Somente o Supremo Tribunal Federal – STF.

 Legitimados para propor:


 Aqueles constantes no Art. 103 da Constituição Federal, os mesmos da ADI:
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 Presidente da República;
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 Mesa do Senado ou da Câmara de Deputados Federais;
 Governador; 48271651811
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 Mesa da Assembleia Legislativa ou Câmara do Distrito Federal;
 Procurador Geral da República;
 Conselho Federal da OAB;
 Partido Político com Representante no Congresso Nacional;
 Confederação Sindical ou Entidade de Classe de Âmbito Nacional;

PROCEDIMENTO:
Na petição deve indicar o preceito fundamental violado, e apresentar a prova da violação, o pedido
com suas especificações e, se for o caso, a comprovação de controvérsia judicial.

 Efeitos da decisão:
 Erga Omnes;
 Ex-Tunc, via de regra.
 Ex-Nunc, por meio da modulação.

22.1.2.3 Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão - ADO


É uma ação judicial criada pela CF para combater a síndrome da inefetividade, que ocorre quando uma
norma constitucional ainda não produz efeitos por não ter sido regulamentada por norma
infraconstitucional.

OMISSÃO PARCIAL:
 A lei regulamentadora existe, mas não surte os efeitos em totalidade.

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OMISSÃO TOTAL:
 A norma regulamentadora não foi criada.

OBJETO:
 É a omissão normativa, a lacuna, a ineficácia de uma norma constitucional em virtude da falta de
complementação infraconstitucional.

COMPETÊNCIA:
 Somente o Supremo Tribunal Federal – STF.

LEGITIMIDADE:
 Segundo a doutrina e o entendimento do STF, todos os citados no artigo 103 da CF. (Já citados
anteriormente).

PROCEDIMENTO:
 Apresentar na petição a inconstitucionalidade total ou parcial, quanto ao dever constitucional de
legislar ou a providência administrativa (quando a constituição diz expressamente que a norma
infraconstitucional ou ato administrativo deve ser criado), bem como o pedido com suas
especificações. Alexander Rodrigues de Souza
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EFEITOS DA DECISÃO: 48271651811
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 Declarada a inconstitucionalidade, será dada ciência ao Poder competente para que adote as
providências necessárias e, caso se trate de órgão administrativo, terá como prazo 30 dias, ou
tempo razoável em casos específicos.

22.1.2.4 Ação Declaratória de Constitucionalidade - ADC


É utilizada para solicitar ao STF que declare a constitucionalidade de uma norma que sofre de
controvérsia, buscando cessar a instabilidade.

 Se declarada a constitucionalidade, fica impedida a propositura da ADI.

PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE
 Quando no processo de criação de uma norma, ela passa por todo o tramite de análise no
Congresso Nacional, passando pela Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania - CCJC, bem
como pelo veto ou sanção Presidencial. Visto isso, as normas possuem presunção constitucional
relativa, pois ainda se tem a possibilidade do reconhecimento da inconstitucionalidade por meio
de ADI.

OBJETO:
 Somente se admite ADC em caso de controvérsia judicial relevante sobre a norma impugnada.

COMPETÊNCIA:
 Somente o Supremo Tribunal Federal – STF.

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LEGITIMIDADE:
 Os citados no Art. 103 da CF.

PROCEDIMENTO:
 Apresentar a instabilidade ou controvérsia na petição, onde o resultado da decisão será irrecorrível.

EFEITOS DA DECISÃO:
 Erga Omnes;
 Ex-Tunc, via de regra;
 Ex-Nunc, por meio da modulação.

22.1.2.5 Representação Interventiva - RI


Pode o Procurador Geral da República, ao constatar a violação de um dos princípios essenciais para o
Estado Democrático de Direito, solicitar ao Supremo Tribunal Federal, por meio de uma RI, que
requisite ao Presidente da República para que declare uma Intervenção Federal.

CABIMENTO:
 Quando ocorrer violação dos chamados “Princípios Sensíveis”, (Artigo 34 da Constituição
Federal). Alexander Rodrigues de Souza
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COMPETÊNCIA: 48271651811
 Somente o Supremo Tribunal Federal – STF.
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LEGITIMIDADE:
 Procurador Geral da República - PGR.

EFEITOS DA DECISÃO:
 Caso o STF reconheça a necessidade da intervenção, a decisão terá caráter mandamental, e caso o
Presidente da República descumpra tal decisão, cometerá crime de responsabilidade.

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23. DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES


DEMOCRÁTICAS
23.1 ESTADO DE DEFESA
Pode o Presidente da República, depois de ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa
Nacional, decretar o Estado de Defesa para o fim de preservar ou reestabelecer, em locais restritos e
determinados, a ordem pública ou a paz social, ameaçadas por grave e iminente instabilidade
institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções da natureza.

TEMPORARIEDADE:
O decreto deve estabelecer o prazo, a abrangência e as condições de execução da medida.

DECRETO:
 Duração
 30 dias, no máximo, prorrogável uma vez, por igual período.

 Área
 Somente pode ser decretado em locais restritos e determinados.
Alexander Rodrigues de Souza
 Medidas filhodoalexx@gmail.com
 Por determinado período, serão48271651811
restringidos alguns direitos para o fim de auxiliar o poder
público a reestabelecer a ordem pública.
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Observar o que dispõe o artigo 136 da Constituição Federal.

Mecanismos de Controle do Estado de Defesa


POLÍTICO IMEDIATO
 Ao decretar o Estado de Defesa, o Presidente deverá encaminhar o texto juntamente com uma
justificativa ao Congresso Nacional, dentro de 24 horas.
 Por maioria absoluta, e no prazo de 10 dias, o Congresso Nacional decidirá se o decreto deve ser
mantido, ou se deve ser derrubado.

POLÍTICO CONCOMITANTE
 Durante o Estado de Defesa, o Congresso Nacional não pode suspender suas atividades, pois
deverá fiscalizar as medidas executadas, por meio de uma comissão composta por 5 de seus
membros.

POLÍTICO POSTERIOR
 As medidas aplicadas durante o Estado de Defesa deverão ser relatadas pelo Presidente,
constatando a identificação das pessoas atingidas pelas medidas adotadas. Esse relatório será
encaminhado ao Congresso Nacional para análise.

JURISDICIONAL
 O Poder Judiciário deve continuar ativo durante o Estado de Defesa, e em caso de abuso ou
ilegalidades por algumas das medidas, poderá o juiz, revisar as medidas acatadas.
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23.2 ESTADO DE SÍTIO


Pode o Presidente da República, depois de ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa
Nacional, solicitar ao Congresso Nacional a autorização para decretar o Estado de Sítio nos casos de:
 Comoção grave de repercussão nacional;
 Ineficácia do Estado de Defesa;
 Declaração de Guerra ou agressão armada estrangeira.

TEMPORARIEDADE:
 O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as
garantias constitucionais que ficarão suspensas.

DECRETO:
 Duração
 Pelo prazo de 30 dias, prorrogável por quantas vezes se fizerem necessárias.
 Em caso de Guerra ou agressão armada, poderá ser decretado pelo tempo que perdurar.

 Área
 O Estado de Sítio poderá ser decretado em todo o território nacional, ou em localidade
específica. Alexander Rodrigues de Souza
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 Medidas 48271651811
 Nos casos de comoção grave de repercussão nacional ou de ineficácia do Estado de Defesa,
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poderão ser tomadas as medidas previstas no artigo 139 da Constituição Federal.
 Em caso de Guerra ou agressão armada, o Presidente da República possui liberdade para
adotar as medidas que achar necessário.

Observar os artigos 137, 138 e 139 da Constituição Federal.

Mecanismos de Controle do Estado de Sítio


POLÍTICO PRÉVIO
 Para decretar o Estado de Sítio, o Presidente deverá solicitar a autorização do Congresso Nacional,
relatando os motivos do pedido.
 Por maioria absoluta, o Congresso Nacional decidirá se irá ou não autorizar o decreto.

POLÍTICO CONCOMITANTE
 Durante o Estado de Sítio, o Congresso Nacional não pode suspender suas atividades, pois deverá
fiscalizar as medidas coercitivas, por meio da comissão composta por 5 de seus membros.

POLÍTICO POSTERIOR
 As medidas aplicadas durante o Estado de Sítio deverão ser relatadas pelo Presidente, constatando
a identificação das pessoas atingidas pelas medidas adotadas. Esse relatório será encaminhado ao
Congresso Nacional para análise.

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JURISDICIONAL
 O Poder Judiciário deve continuar ativo durante o Estado de Sítio, e em caso de abuso ou
ilegalidades por alguma das medidas, poderá o juiz, revisar as medidas acatadas.

Alexander Rodrigues de Souza


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23.3 FORÇAS ARMADAS


Constituídas pela Marinha, Exército e Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares,
organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da
República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos Poderes Constitucionais e, por iniciativa de
qualquer destes, da lei e da ordem.

 Disciplinado no artigo 142 da Constituição Federal.

CARACTERÍSTICAS
 Permanentes e regulares;
 Autoridade suprema do Presidente da República;
 Iniciativa dos Poderes para garantir a Lei e a Ordem.

ORGANIZAÇÃO
 Marinha;
 Exército;
 Aeronáutica.

ATUAÇÃO CONCRETA
Alexander
 O emprego das Forças Armadas Rodrigues
na defesa da Pátria, de
na Souza
garantia dos poderes constitucionais, da lei
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e da ordem ou na participação em operações de paz, é de responsabilidade do Presidente da
República. 48271651811
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 Artigo 15, da Lei Complementar nº97/99:

DIREITOS E DEVERES
Artigo 142, §3º da Constituição Federal.

OBRIGATORIEDADE
Na forma do artigo 143 da Constituição Federal, o serviço militar é obrigatório, nos termos da lei.

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23.4 SEGURANÇA PÚBLICA


É dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, sendo exercida para a preservação da ordem
pública.

 Federais:
 Policia Federal – PF;
 Polícia Rodoviária Federal – PRF;
 Polícia Ferroviária Federal – PFF.

 Estaduais:
 Polícia Civil;
 Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar.

E os Guardas Municipais?
Artigo 144 da Constituição Federal, §8º.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens,
serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

Contudo, o que muito se observa é o desvio de finalidade da guarda municipal ao exercício de


atividades da Polícia Militar, tendo em vista a falta de contingente em alguns municípios.
Alexander Rodrigues de Souza
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REFERÊNCIAS
BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo: os conceitos
fundamentais e a construção do novo modelo. 7 ed. São Paulo: Saraiva, 2018.

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 26 ed. São Paulo: SaraivaJur,


2022. p. 276.

Alexander Rodrigues de Souza


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Meus parabéns!
Você acaba de concluir seus estudos sobre todos os temas
mais cobrados sobre o Direito Constitucional!

Alexander Rodrigues de Souza


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Não desista dos seus sonhos, e jamais desista de Estudar.
Foco na caminhada, você é capaz de chegar onde quer que deseje,
basta acreditar, traçar um plano e executar isso.

“O sucesso é algo que você constrói pela pessoa que se torna”.

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