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RESUMO DA OBRA:
São Luís
2022
CAMILA DE JESUS BARROS ALMEIDA
GABRIEL JOSE GUIMARAES DE SOUSA MOURAO
LEONARDO RODRIGUES DUTRA
MOISES CARVALHO CUTRIM
THYELLE RAYANNE OLIVEIRA MENDES
WELSON MATHEUS SANTOS MACHADO
RESUMO DA OBRA:
São Luís
2022
SUMÁRIO
I. CAPÍTULO……….…….….....................................................................................…04
II. CAPÍTULO...................................................................................................................05
III. CAPÍTULO...................................................................................................................05
IV. CAPÍTULO...................................................................................................................07
V. CAPÍTULO……………………………………………........………………...............09
VI. CAPÍTULO……………………………………............………………….......….…...10
VII. CAPÍTULO…...………………………………………................………………........12
VIII. CAPÍTULO...................................................................................................................13
IX. CAPÍTULO....................................................................................................................
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA......................................................................................
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Revolução Francesa por Sieyés e pela Assembleia Nacional: como figura de argumentação
que se propunha a resolver a contradição.
representantes no Parlamento, que são responsáveis pela criação de normas abstratas e gerais.
As normas passam a ser publicadas onde elas tratam das relações de indivíduo e estado de
forma geral, ou seja, o povo elege seus representantes onde eles passam a criar normas na
qual elas entram em vigor e acabar por vincular as ações e interesses dos próprios cidadãos.
O conceito de “povo” como instância global de atribuição de legitimidade se torna
mais compreensível a partir da compreensão da ideia de estrutura de legitimação. Se entende
que o procedimento de formação de uma constituição democrática ocorre em forma de ciclos
dentro de um processo de legitimação, onde o povo ativo elege seus representantes e estes
compõem textos das normas que, por consequência, são implementados nas distintas funções
de aparelho do Estado, que por decorrência os destinam a todos, enquanto população.
O povo é visto de outra maneira, agora como instância global de atribuição de
legitimidade democrática, pois ele justifica o ordenamento jurídico num sentido mais amplo
como ordenamento democrático. Ou seja, como instância de atribuição de legitimidade
entende-se o sentido de povo como participador democrático do qual ele é tido como sujeito
responsável por sua própria emancipação
Nesse enquadramento, o autor afirma que é possível perceber o papel do povo como
instância global de legitimidade democrática. Assim, sendo proferidas decisões judiciais “em
nome do povo”. Para Müller, o povo não é apenas a fonte ativa da instituição de normas por
meio de eleições, ele é de qualquer modo o destinatário das prescrições, em conexão com
deveres, direitos, e funções de proteção, e o povo justifica esse ordenamento jurídico em um
sentido mais amplo como ordenamento democrático, à medida que o aceita globalmente, não
se revoltando contra ele.
Em regra, esse “povo legitimante” podem ser identificados como cidadãos do
respectivo país. Consequentemente são, face à nossa realidade, descritos no artigo 12 da nossa
Constituição como natos e naturalizados. Nesse aspecto, Müller destaca a peculiaridade deste
uso que, além de atuar ativamente, também legitima o ordenamento jurídico, ao passo que
este “povo” não se revolta e o seu silêncio implica em aceitação tácita. Por isso, difere-se do
povo ativo ao passo que este compreende apenas e tão somente àqueles detentores da
cidadania ativa.
À vista disso, o jurista alemão versa sobre o povo enquanto instância de atribuição
(povo legitimante) que se vê como grandeza de atribuição diante da textificação do poder
constituinte (este se encontra restrito aos titulares da nacionalidade, de forma mais ou menos
clara nos textos constitucionais). É a partir do mesmo que se mede se a decisão do titular de
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um cargo pode ser atribuída ao texto normativo vigente, como direito popular ou se estamos
diante de um direito ilegítimo.
Em continuidade, o autor nomeia algumas camadas que presentes na outorga da
constituição. Segundo Müller, é necessário que haja um procedimento democrático para criar
a constituição, ou seja, o povo elege os membros da assembleia constituinte. O que significa
normatizar por intermédio do povo ativo. Uma outra camada diz respeito ao lado referente à
democracia de base, o povo como destinatário que permanece na postura de boa vontade,
como o fundamento de uma ordem política cujo núcleo constitucional é preservado,
praticamente respeitado pela ação do Estado.
De acordo com o autor, a razão pela qual se pode ver na constituição um papel próprio
do povo na democracia reside na matriz desse mesmo dispositivo que afirma que todo o poder
emana do povo. Assim, o estado não é o seu sujeito, o seu proprietário, ele é seu âmbito
material de responsabilidade e atribuição. Desse modo, esse emanar do povo entende-se como
exercido do povo e em regime de responsabilização realizável perante ele, um entendimento
normativo.
Portanto, o “povo” como instância de atribuição não se refere ao mesmo aspecto do
“povo” enquanto povo ativo, aquele que vota e participa das eleições, mas esse entendimento
é sustentável somente onde ele é simultaneamente real. No entanto, segundo Müller, só
podemos falar enfaticamente de povo ativo quando virgem, se praticam e são respeitados os
direitos fundamentais individuais e por igual também os direitos fundamentais políticos.
procedimental, a legitimidade ocorre pelo modo mediante o qual todos, o ‘povo inteiro’, a
população, a totalidade dos atingidos são tratados por tais decisões e seu modo de
implementação. Ambas, a decisão (enquanto coparticipação do “povo”) e a implementação
(enquanto efeitos produzidos “sobre o povo”), devem ser questionadas democraticamente.
Na elaboração do conceito de “povo como destinatário de prestações civilizatórias do
Estado”, o autor mostra que a democracia é dispositivo de normas especialmente exigentes,
que se relaciona com todas as pessoas na sua esfera de ‘demos’, de categorias distintas e graus
distintos. A distinção entre direitos de cidadania e direitos humanos não é apenas diferencial,
é também relevante com vistas ao sistema.
O fato de um indivíduo criar laços familiares e atividades sociais em algum território
de um Estado faz com que ele tenha obrigações com esse Estado, ou seja, suas obrigações
passam a ser jurídicas. Nessa situação o povo é dominado de “povo destinatário” pois se
destinam todos os bens e serviços promovidos pelo Estado Democrático de Direito, e todas as
pessoas fazem parte, independentemente de status, estado mental e idade. Desse modo, pode-
se dizer que a função do povo em um Estado está consistida em legitimá-lo à democracia. Por
este motivo que se diz que, com vistas ao sistema, a diferenciação entre direito e cidadania e
direitos humanos é relevante. Muller destaca que a legitimidade do sistema democrático não
está no fato de buscar um conceito político ou jurídico, mas sim de levar a sério esse termo,
pois “povo” é um fato presente no mundo.
No decorrer da obra, o autor sempre tenta deixar em evidência que o povo e o Estado
de Direito, que se define democrático, possuem uma ligação bastante forte. E esse Estado tem
uma deficiência quando se trata do seu poder de criar leis no qual se põe atributos objetivos
para o sujeito em si ter a capacidade de se identificar como povo. O povo legitimador nos
textos normativos de Direito Constitucional com o caráter obrigatório, passam a não mais se
vincular à realidade de um povo ativo.
Por conseguinte, Friedrich expõe que as invocações do povo legitimador nos textos
das normas apresentam-se como direito constitucional com caráter de obrigatoriedade na
República Federativa do Brasil; a legitimidade dessa constituição deve poder deixar vincular-
se no plano da realidade ao povo ativo, ao povo enquanto instância de atribuição e ao povo-
destinatário.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MULLER, F. Quem é o povo? a questão fundamental da democracia.7.ed.rev.at.amp. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013.