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Direito administrativo 19.02.2021 - Aula n.

- Direito Objetivo: “conjunto de normas necessárias à convivência humana , que se inspiram e fundamentam numa ideia de
justiça e têm na coercibilidade uma importante condição de eficácia” (Santo Justo). (Ex.: Código Civil).
- NB: Direito PÚBLICO vs Direito PRIVADO
- Direito Subjetivo: conjunto de poderes ou faculdades em que aparecem investidos certos sujeitos jurídicos (Ex.: o senhorio
tem o direito de exigir o pagamento da renda).

Direito Público Direito Privado


Critério da natureza dos interesses - Visa predominantemente a realização - Visa predominantemente a satisfação de
preponderantes (análise tendencial de de interesses coletivos; da comunidade. interesses particulares dos indivíduos que os
predominância). titulam.
Critério da qualidade dos sujeitos. Regula: Regula:
- Relações jurídicas entre Estados, - Relações jurídicas entre particulares;
quando este atua dotado de poderes de - Relações jurídicas entre particulares e o
império (i.e., relações de subordinação Estado não dotado de ius imperii (relações
do indivíduo ao poder de soberania). de igualdade ou paridade entre particulares e
Ex. cobrar impostos, expropriações; o Estado). Ex. o Estado compra material de
condenar criminosos; etc. escritório...

- Ramos do Direito Público:


- Direito Administrativo: Código do Procedimento Administrativo
- Direito Constitucional;
- Direito Financeiro: inclui o Direito Tributário, que regula a obtenção coativa de receitas públicas pelo Estado (impostos e taxas) e que,
por sua vez, inclui o Direito Fiscal, que regula a matéria dos impostos.
- Direito Penal;
- Direito Processual
- Ramos do Direito Privado:
- Direito Civil: é o direito regra das relações entre os particulares. Nele estão contidas normas e princípios comuns a todos os ramos da
ordem jurídica.
- Direito Comercial: ramo do direito especial face ao direito civil, que regula os atos de comércio.
- Direito do Trabalho;
- Direito Internacional Privado

. Conceito de Direito Administrativo:

“(...) um ramo do Direito Público constituído pelos valores, princípios e normas jurídicas,
os quais visam a disciplina da atividade materialmente administrativa das entidades
públicas.” – Isa António, op. cit., pp. 53-54.
“(...) organização e funcionamento da administração Pública em sentido amplo, a
sua normal atividade de gestão pública e, ainda, os termos e limites da sua atividade de
gestão privada” – Freitas do Amaral, op. cit., vol. I., p. 122.

. O que é uma norma jurídica?


- Regra de conduta tutelada coercitivamente, de que o direito se serve para enunciar as condutas que são devidas pelos
sujeitos jurídicos e os interesses que prevalecem nas situações concretas.
- Exemplo: Art. 131. do Código Penal: “Quem matar outra pessoa é punido com pena de prisão de 8 a 16 anos”.

.Classificação das normas jurídicas:


- Imperativas: são normas jurídicas cujo conteúdo não pode ser afastado pela vontade das partes. Definem condutas a que os
seus destinatários estão vinculador e das quais não se podem afastar.
- Facultativas = Permissivas: são as normas que conferem poderes ou faculdades, que o destinatário é livre de utilizar ou não
(poder de fixar livremente o conteúdo dos contratos – art. 405. CC).
- Supletivas: são as normas que podem ser afastadas por vontade das partes. São normas que visam suprir a falta de
manifestação de vontade das partes sobre questões negociais carecidas de regulamentação jurídica.

. O que é a pirâmide normativa?


- As leis organizam-se segundo uma estrutura hierarquizada, com as leis mais importantes no topo e as de menor valor na base.
As leis de valor inferior não podem contrariar as leis de valor superior.
CRP -> Direito Internacional Geral e Convencional (Ex.: Tratados Normativos)-> Lei (Lei da Assembleia da
República, Decreto-Lei do Governo -> Regulamentos (Decretos Legislativos Regionais, Decretos Regulamentares,
Resoluções do Conselho de Ministros, Portarias, Despachos Normativos, Posturas).

“A jurisprudência não é fonte de Direito em Portugal”


Noção: conjunto das decisões em que se exprime a
orientação seguida pelos tribunais ao julgar os casos
concretos que lhe são submetidos. O sistema português
caracteriza-se e pelo princípio da independência judicial -
> um tribunal não está obrigado a acatar as orientações
dos outros tribunais.

“Principio de não-retroatividade da lei”: Diz-se que a lei é


aplicada retroativamente quando é aplicada a situações
jurídicas criadas antes do início da sua vigência; a lei fixa a
disciplina de factos que se produziram no passado e/ou o regime jurídico dos seus efeitos.

. Administração Pública vs Administração Privada


Elementos de distinção
- Objeto sobre que incide a atuação: a Administração Pública
focaliza-se na busca incessante pelo bem-estar da comunidade,
satisfazendo necessidades coletivas, ao invés, a administração
privada tem como escopo a concretização de necessidades
privadas, individuais que apenas respeita a um determinado
particular ou a um conjunto de particulares.
- Finalidade da atuação: a Administração Pública visa a
prossecução do interesse público, sob pena de, a atuação das
entidades públicas que se desviem dele, incorrer em ilegitimidade e
ilegalidade. Existe de e para a concretização do interesse público.
Inversamente, a administração privada tem como finalidade a prossecução de interesses particulares ou exclusivos de um
determinado grupo de pessoas.
- Meios utilizados: a Administração Pública aparece dotada do seu ius imperium, impondo a sua vontade ao particular. A
administração privada desenrola a sua atividade por meio de negociação, acordos, sendo o instrumento preferencial o
“contrato”.

Direito administrativo 24.02.2021- Aula n. 3

- Todas as necessidades públicas são coletivas... mas nem todas as necessidades coletivas são públicas. Porque é a lei que
decide, e a lei decidiu que certas necessidades coletivas fossem públicas. Há necessidades individuais que se tornaram
necessidades públicas. E é a lei que decide quando uma necessidade coletiva deve, ou não deve, ser pública. Aí radica a
importância da função política

. Conceito de Estado
Três aceções:
- Internacional -> sujeito de Direito Internacional
- Constitucional -> comunidade de cidadãos,
- Administrativa -> PCP, atividade administrativa
Três elementos: Povo, Território e Poder político soberano

. As funções do Estado
Função administrativa: atividade contínua de satisfação das necessidades públicas definidas previamente pela lei – ex.:
defesa nacional, educação, saneamento básico (-> função política)
Função jurisdicional: - resolução de litígios... V. art. 202 da CRP
Função política -> função primária
- Função legislativa -> emissão de atos normativos
- Função governativa (ou função política em sentido estrito) -> prática de atos não normativos (tomar decisões –
vacinas, quantas escolar vamos construir, etc. -.)
Função administrativa + função jurisdicional = funções secundárias porque são exercidas de acordo com as normas
jurídicas definidas pela função política.
- Função administrativa -> é prospetiva
- Função jurisdicional -> é retrospetiva

. Princípio da separação de poderes


Dimensão negativa/Horizontal -> de controlo recíproco de poderes/ Distribuição de poderes entre órgãos supremos do
Estado (especialização de funções).
Dimensão positiva/Vertical -> atribuição a cada órgão do poder ou da função para cujo o exercício o mesmo esteja
orgânica e procedimentalmente mais habilitado/ A divisão de competências entre entidades públicas de níveis territoriais
diversos.

Direito administrativo 26.02.2021 - Aula n. 4


. Princípio da separação de poderes
Desconcentração, descentração e devolução...
- Desconcentração -atribuição de poderes a órgãos do Estado de níveis hierárquicos ou territoriais inferiores.
- Descentralização -> criação de pessoas coletivas públicas distintas do Estado. (diretor geral, diretor regional do norte,
tribunais regionais) (interesses diferentes)
- Devolução -> criação de pessoas coletivas públicas pelo Estado para prosseguir interesses estatais. Partilhar as
atribuições do Estado (universidades públicas).

. Algumas ideias...
- O regime político é democrático e os órgãos com poder político exercem-no em nome do povo;
- Poder soberano é interpretado pelos órgãos de soberania: PR, AR, Governo, Tribunais.
- Órgãos de soberania regem-se pelo princípio da separação funcional de poderes e da interdependência institucional.
- Ideia-chave -> os órgãos de soberania são órgãos funcionalmente separados e institucionalmente interdependentes.
- Controlos primários (atos relacionados com a existência e permanência do órgão controlado – nomeação, - demissão
dissolução) vs secundários (atos praticados pelo órgão controlado – promulgação, veto, referenda).

. Noção de Administração Pública


- Sentido orgânico ou subjetivo: “Sistema de órgãos, serviços e agentes do Estado, bem como das demais pessoas coletivas
públicas, e de algumas entidades privadas, que asseguram em nome da coletividade a satisfação regular e contínua das
necessidades coletivas de segurança, cultura e bem-estar”.
- Função administrativa: exercício da atividade de satisfação de necessidades públicas (sentido funcional).
- Estado: “a comunidade constituída por um povo que, a fim de realizar os seus ideais de segurança, justiça e bem-
estar, se assenhoreia de um território e nele institui, por autoridade própria, o poder de dirigir os destinos nacionais e de
impor as normas necessárias à vida coletiva”.
- Sentido material ou objetivo:
- Atividade típica dos organismos e indivíduos que, sob a direção ou fiscalização do poder político, desempenam em
nome da coletividade a tarefa de prover a satisfação regular e contínua das necessidades coletivas de segurança, cultura e bem-
estar económico e social, nos termos estabelecidos pela legislação aplicável e sob controlo dos tribunais competentes.
- NB: nem toda a atividade desenvolvida pelas entidades que integram a AP configura o exercício da função
administrativa... nem a função administrativa é exclusivamente exercida pelas entidades que integram a AP.

Direito administrativo 03.03.2021 - Aula n. 5


. Sistema de administração judiciária Vs. Sistema de administração executiva.
- Sistema de administração judiciária: neste tipo de sistema, vai parar tudo ao mesmo sitio. Os órgãos administrativos não
tem prerrogativas ou autorização judicial, tem de recorrer ao poder judicial, ou seja, não têm força executória própria. É
fortemente centralizado -> muita independência.
- Administração Pública é caracterizada por uma forte descentralização.
- Subordinação da Administração ao direito comum.
- Sujeição da Administração aos Tribunais Comuns.
- Execução judicias das decisões administrativas.
- Garantias jurídicas dos administrados.
- Sistema de administração executiva: interdependência.
- Do ponto de vista da estrutura administrativa, verifica-se que o
aparelho administrativo é fortemente centralizado.
- Sujeição da Administração ao Direito Administrativo.
- Sujeição da Administração aos Tribunais Administrativos.
- Privilégio da administração executar as suas próprias decisões.
- Garantias jurídicas dos administrados.
- Sistema da administração Portuguesa: votos e escolhas decidem (ex. do aeroporto). Autarquias locais com muito poder nas
decisões. Descentralização político-administrativa.
- Sujeição a direito especial.- Privilégio da execução prévia.
- Aprovação de regulamentos externos.
- Hierarquização.
- Responsabilidade.
- Tribunais Administrativos e Fiscais.

Regulamentos: atos normativos emitidos por órgãos administrativos no exercício da função administrativa.
- Objetivo: desenvolver, executar ou concretizar atos legislativos anteriores; ou introduzir disciplinas normativas
inovatórias. (“regulamentos independentes”).
O regulamento interno projeta-se no funcionamento da Administração Pública e esgota os seus efeitos nos órgãos ou serviços,
como, por exemplo, o orçamento da Universidade do Porto, a norma de controlo interno e regimentos. O regulamento externo
cria direitos, deveres, sujeições ou encargos para os particulares, como, por exemplo, os regulamentos dos ciclos de estudos, o
regulamento de propinas, o regulamento da propriedade industrial e o regulamento de horários de trabalho.

Art. 266. (Princípios fundamentais)


1. A Administração Pública visa a prossecução do interesse público, no respeito pelos direitos e interesses legalmente
protegidos dos cidadãos. Quem define o Interesse Público?, o interesse público é importante mas não se impõe aos direitos
humanos (das pessoas). “Os meios não justificam o fim”
2. Os órgãos e agentes administrativos estão subordinados à Constituição e à lei e devem atuar, no exercício das suas funções,
com respeito pelos princípios da igualdade, da proporcionalidade, da justiça, da imparcialidade e da boa-fé.

Artigo 267. (Estrutura da Administração)


1. Princípio da desburocratização: A AP será estruturada de modo a evitar a burocratização, a aproximar os serviços
das populações e a assegurar a participação dos interessados na sua gestão efetiva , por intermédio de associações públicas,
e outras formas de representação democrática. Mais transparência -> organização + eficiência”.
2. Princípio da aproximação dos serviços às populações: a lei estabelecerá adequadas formas de descentralização e
desconcentração administrativas, sem prejuízo da necessária eficácia e unidade de ação da Administração e dos poderes
de direção, superintendência e tutela dos órgãos competentes. (aproximação geográfica + psicológica + humana)
3. Princípio da participação dos interessados na gestão da Administração Pública: A lei pode criar entidades
administrativas independentes.
- Vertente estrutural: exigência de resposta (participação ativa)
- Vertente funcional: sugestões à administração (colaboração).
4. Princípio da descentralização: As associações públicas só podem ser constituídas para a satisfação de necessidades
específicas, não podem exercer funções próprias das associações sindicais e têm organização interna baseada no respeito
dos direitos dos seus membros e na formação democrática dos seus órgãos.
5. Princípio da desconcentração: O processamento da atividade administrativa será objeto de lei especial, que assegurará
a racionalização dos meios a utilizar pelos serviços e a participação dos cidadãos na formação das decisões ou
deliberações que lhes disserem respeito.
6. As entidades privadas que exerçam poderes públicos podem ser sujeitas, nos termos da lei, a fiscalização
administrativa.

. Princípio da descentralização (I)


A descentralização pode ser: Territorial; Institucional; Associativa. A territorial dá origem à existência de autarquias locais,
a institucional dá origem às empresas públicas e a associativa dá origem às associações públicas. A prossecução do interesse
público não está somente a cargo do Estado, mas também de outras pessoas coletivas públicas.
Vantagens: maior eficiência e celeridade em abstrato; maior democraticidade, proximidade aos problemas;
especialização administrativa; e limitação do poder público através da sua repartição.
Desvantagens: proliferação de centros de decisão, de patrimónios autónomos e de exigências de gestão financeira;
alargamento do número de servidores públicos

. Princípio da descentralização (II)


Respeita à repartição de competências por órgãos de cada pessoa coletiva. Desconcentração legal vs. Desconcentração sob
forma de delegação de poderes.
Vantagens: Maior eficiência, celeridade e qualidade na satisfação das necessidades coletivas.
Desvantagens: Riscos de multiplicação de centros decisórios reais ou aparentes de competência.

Artigo 268. (Direitos e garantias dos administrados)


1. Os cidadãos têm o direito de ser informados pela Administração, sempre que o requeiram, sobre o andamento dos
processos em que sejam diretamente interessados, bem como o de conhecer as resoluções definitivas que sobre eles forem
tomadas. Direito a ser notificado.
2. Os cidadãos têm também o direito de acesso aos arquivos e registos administrativos, sem prejuízo do disposto na
lei em matérias relativas à segurança interna e externa, à investigação criminal e à intimidade das pessoas. Direito de
aceso à informação e à intimidade
3. Os atos administrativos estão sujeitos a notificação aos interessados, na forma prevista na lei, e carecem de
fundamentação expressa e acessível quando afetem direitos ou interesses legalmente protegidos. Notificação aos
interessados, tudo tem de estar discriminado.
4. É garantido aos administrados tutela jurisdicional efetiva dos seus direitos ou interesses legalmente protegidos,
incluindo, nomeadamente, o reconhecimento desses direitos ou interesses, a impugnação de quaisquer atos
administrativos que os lesem, independentemente da sua forma, a determinação da prática de atos administrativos
legalmente devidos e a adoção de medidas cautelares adequadas. Se eu quiser fazer valer os meus direitos deve haver
tribunais, juízes, etc... eu tenho de poder expressar-me, advogado + taxa de justiça...
5. Os cidadãos têm igualmente direito de impugnar as normas administrativas com eficácia externa lesivas dos seus
direitos ou interesses legalmente protegidos. Impugnar regulamentos.
6. Para efeitos dos n.ºs 1 e 2, a lei fixará um prazo máximo de resposta por parte da Administração. Prazo máximo de
resposta
Artigo 269. (Regime da função pública)
1. No exercício das suas funções, os trabalhadores da Administração Pública e demais agentes do Estado e outras
entidades públicas estão exclusivamente ao serviço do interesse público, tal como é definido, nos termos da lei, pelos
órgãos competentes da Administração.
2. Os trabalhadores da Administração Pública e demais agentes do Estado e outras entidades públicas não podem ser
prejudicados ou beneficiados em virtude do exercício de quaisquer direitos políticos previstos na Constituição,
nomeadamente por opção partidária.
3. Em processo disciplinar são garantidas ao arguido a sua audiência e defesa.
4. Não é permitida a acumulação de empregos ou cargos públicos, salvo nos casos expressamente admitidos por lei.
5. A lei determina as incompatibilidades entre o exercício de empregos ou cargos públicos e o de outras catividades

Desconcentração = repartição (Breakout Rooms). Poder = competências. Muitos centros decisórios = pouco
entendimento.

Artigo 270. (Restrições ao exercício de direitos)


- A lei pode estabelecer, na estrita medida das exigências próprias das respetivas funções, restrições ao exercício dos
direitos de expressão, reunião, manifestação, associação e petição coletiva e à capacidade eleitoral passiva por militares e
agentes militarizados dos quadros permanentes em serviço efetivo, bem como por agentes dos serviços e das forças de
segurança e, no caso destas, a não admissão do direito à greve, mesmo quando reconhecido o direito de associação
sindical.
Artigo 271. (Responsabilidade dos funcionários e agentes)
1. Os funcionários e agentes do Estado e das demais entidades públicas são responsáveis civil, criminal e disciplinarmente
pelas ações ou omissões praticadas no exercício das suas funções e por causa desse exercício de que resulte violação dos
direitos ou interesses legalmente protegidos dos cidadãos, não dependendo a ação ou procedimento, em qualquer fase, de
autorização hierárquica. Os funcionários públicos são responsáveis pelas ações ou omissões.
2. É excluída a responsabilidade do funcionário ou agente que atue no cumprimento de ordens ou instruções emanadas de
legítimo superior hierárquico e em matéria de serviço, se previamente delas tiver reclamado ou tiver exigido a sua
transmissão ou confirmação por escrito. Excluída a responsabilidade.
3. Cessa o dever de obediência sempre que o cumprimento das ordens ou instruções implique a prática de qualquer crime.
Cessar o dever de obediência.
4. A lei regula os termos em que o Estado e as demais entidades públicas têm direito de regresso contra os titulares dos
seus órgãos, funcionários e agentes. Direito de regresso.

. Princípios Constitucionais em matéria administrativa


1. Princípio do Estado de Direito Democrático: supremacia da Constituição e da lei na respetiva vinculação de todos os
poderes públicos e políticos à mesma.
2. Princípio da Reserva da Constituição: significa que determinadas questões respeitantes ao estatuto jurídico do
político não devem ser reguladas por meras leis ordinárias, mas apenas a um nível normativo-constitucional ou seja, pela
própria Constituição.
3. Princípio da Separação de Poderes: determinante para a limitação do poder, funcionando como mecanismo de
controlo e limite desse poder, mas também como modo de ordenação e organização do poder do Estado nas suas três
funções.
4. Princípio da Legalidade e da Vinculação à CRP e aos Direitos Fundamentais: A Administração Pública, as suas
entidades públicas, funcionários e agentes devem obediência à lei, tendo obrigatoriamente de atuar de acordo com os
devidos trâmites legais.
5. Princípio da Desburocratização: a burocracia deve ser eliminada ao mínimo, pois dificulta a vida dos particulares que
pretendem ver a solução para os seus problemas, da forma mais expedita possível.
6. Princípio da aproximação dos serviços às populações: a exigência da proximidade geográfica da Administração
Pública implica uma “proximidade técnica e humana” tão cara e indispensável à satisfação das necessidades sentidas pela
coletividade. Quanto mais serviços públicos de apoio aos variados interesses públicos, maior o nível de satisfação e de
bem-estar do particular.
7. Princípio da participação dos interessados: a participação dos particulares na vida, funcionamento e atividade
administrativa deverá ser permanente e incentivada pela Administração.
8. Princípio da descentralização administrativa: consiste no exercício repartido da função administrativa, por parte de
uma multiplicidade de entidades públicas (pessoas coletivas), para além do denominado Estado-Administração, sendo
atenuada ou, em certos casos, eliminada, a centralização de poderes.
9. Princípio da segurança ou certeza jurídicas ou da proteção da confiança: assenta na ideia de que o cidadão tem o
direito de poder confiar que os atos ou decisões políticas e legislativas respeitantes aos seus direitos e deveres são
alicerçados em disposições jurídicas preexistentes e que ele conhece por via de publicação no Diário da República.
10. Princípio da igualdade: todos os cidadãos devem ter o mesmo tratamento jurídico perante a lei.

Direito administrativo 05.03.2021 - Aula n. 6


. CPA, Capítulo II – Princípios gerais da atividade administrativa.
Art. 3 Princípio da legalidade.
1 - Os órgãos da Administração Pública devem atuar em obediência à lei e ao direito, dentro dos limites dos poderes que
lhes forem conferidos e em conformidade com os respetivos fins.
2 - Os atos administrativos praticados em estado de necessidade, com preterição das regras estabelecidas no presente
Código, são válidos, desde que os seus resultados não pudessem ter sido alcançados de outro modo, mas os lesados têm o
direito de ser indemnizados nos termos gerais da responsabilidade da Administração.
- Lei como limite e fundamento…
- Exceções -> estado de necessidade administrativa…
Art. 4 Princípio da prossecução do interesse público e da proteção dos direitos e interesses dos cidadãos.
- Compete aos órgãos da Administração Pública prosseguir o interesse público, no respeito pelos direitos e interesses
legalmente protegidos dos cidadãos.
Art. 5 Princípios da boa administração
1. A Administração Pública deve pautar-se por critérios de eficiência, economicidade e celeridade.
2. Para efeitos do disposto no número anterior, a Administração Pública deve ser organizada de modo a aproximar os
serviços das populações e de forma não burocratizada.
- Doutrina italiana: “bom andamento do procedimento”.
- Prossecução do bem comum da forma mais eficiente possível
- Critérios de eficiência, economicidade, e, celeridade.
- Ideia de prossecução do interesse público sempre da melhor maneira, adotando as melhores soluções do ponto de vista
administrativo (técnico; financeiro).

Conjugação dos arts. 3.º, 4.º, e, 5.º do CPA:


- A Administração Pública existe (i) para prosseguir o interesse público (ii) de modo eficiente, (iii) no respeito pela legalidade
objetiva e (iv) pelos direitos e interesses legalmente protegidos dos particulares. Então, exigência de que a Administração
Pública prossiga o interesse público com eficiência, economicidade e celeridade, e no respeito pelos direitos e interesses
legalmente protegidos dos cidadãos.

Art. 6 Princípios da igualdade


- Nas suas relações com os particulares, a Administração Pública deve reger-se pelo princípio da igualdade, não podendo
privilegiar, beneficiar, prejudicar, privar de qualquer direito ou isentar de qualquer dever ninguém em razão de
ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação
económica, condição social ou orientação sexual.
- Na senda do art. 13.º, da CRP; Proibição de medidas administrativas portadoras de incidências coativas desiguais na
esfera jurídica dos cidadãos.
- Proibição de: Privilégios; Benefícios; Prejuízos; Privação de direitos; Isenção de deveres
- Exigência de igualdade de benefícios ou prestações concedidas pela Administração Pública.
- Auto vinculação (casuística) da Administração Pública no âmbito dos seus poderes discricionários.
Art. 7 Princípios da proporcionalidade
1 - Na prossecução do interesse público, a Administração Pública deve adotar os comportamentos adequados aos fins
prosseguidos.
2 - As decisões da Administração que colidam com direitos subjetivos ou interesses legalmente protegidos dos
particulares só podem afetar essas posições na medida do necessário e em termos proporcionais aos objetivos a realizar.
- Ideia de que a atividade administrativa deve ser proporcional, adequada e necessária.
Art. 8 Princípios da justiça e da razoabilidade
A Administração Pública deve tratar de forma justa todos aqueles que com ela entrem em relação, e rejeitar as soluções
manifestamente desrazoáveis ou incompatíveis com a ideia de Direito, nomeadamente em matéria de interpretação das
normas jurídicas e das valorações próprias do exercício da função administrativa.
Art. 9 Princípios da imparcialidade
- A Administração Pública deve tratar de forma imparcial aqueles que com ela entrem em relação, designadamente,
considerando com objetividade todos e apenas os interesses relevantes no contexto decisório e adotando as soluções
organizatórias e procedimentais indispensáveis à preservação da isenção administrativa e à confiança nessa isenção.
Art. 10 Princípio da boa fé
1. No exercício da atividade administrativa e em todas as suas formas e fases, a Administração Pública e os particulares
devem agir e relacionar-se segundo as regras da boa-fé.
2. No cumprimento do disposto no número anterior, devem ponderar-se os valores fundamentais do Direito relevantes em
face das situações consideradas, e, em especial, a confiança suscitada na contraparte pela atuação em causa e o objetivo a
alcançar com a atuação empreendido.

Direito administrativo 10.03.2021 - Aula n. 7


Art. 11 Princípio da colaboração com os particulares
1 - Os órgãos da Administração Pública devem atuar em estreita colaboração com os particulares, cumprindo-lhes,
designadamente, prestar aos particulares as informações e os esclarecimentos de que careçam, apoiar e estimular as suas
iniciativas e receber as suas sugestões e informações. 2 - A Administração Pública é responsável pelas informações
prestadas por escrito aos particulares, ainda que não obrigatórias.
Art. 16 Princípio da responsabilidade
- A Administração Pública responde, nos termos da lei, pelos danos causados no exercício da sua atividade.
NB: O Estado é solidariamente responsável com o autor de conduta ilícita e lesiva que tenha atuado dolosamente ou com
culpa grave no exercício das suas funções ou por causa desse exercício.
Art. 17 Princípio da administração aberta
1. Todas as pessoas têm o direito de acesso aos arquivos e registos administrativos, mesmo quando nenhum procedimento
que lhes diga diretamente respeito esteja em curso, sem prejuízo do disposto na lei em matérias relativas à segurança
interna e externa, à investigação criminal, ao sigilo fiscal e à privacidade das pessoas.
- Significa que se presentamos um requerimento, temos direito a ser informados do andamento do mesmo. Sempre
temos o direito de aceder a registos e arquivos.
2. O acesso aos arquivos e registos administrativos é regulado por lei.
Art. 17. -> interessa que retenham, é mesmo importante
- Lei n. 26/2016, publicada a 22 de agosto, que aprova o novo regime de acesso à informação administrativa e
ambiental e de reutilização dos documentos administrativos.
- Unificação, num único diploma, las deis de acesso à informação administrativa geral (LADA) e a denominada
informação administrativa ambiental (LAIA).
- Inovadoramente, o legislador abandonou o termo “todos os interessados” a fim de evitar questões de interpretação
designadamente com: “Interessados”; “Diretamente interessados”; “Legitimamente interessados”

. Enumeração dos Princípios gerais da atividade administrativa:


- Princípio da legalidade (art. 3.º do CPA); é constituído pelo denominado “bloco normativo” de normas jurídicas, regras
técnicas e de prudência, pelos princípios fundamentais de cariz constitucional e geral em matéria administrativa, assim
como, pelos valores essenciais do Estado Democrático.
- Princípio da prossecução do interesse público e da proteção dos direitos e interesses dos cidadãos (art. 4.º do CPA);
consiste tão-só no poder legal ou faculdade de garantir que o eventual sacrifício do interesse do particular, por motivos de
interesse público, seja decidido com respeito pela lei.
- Princípio da boa administração (art. 5.º do CPA); a Administração pública deverá ter a preocupação de se organizar,
de modo não burocrático, com vista a alcançar uma maior proximidade dos serviços públicos às populações, dando assim,
cumprimento ao desiderato da descentralização administrativa.
- Princípio da igualdade (art. 6.º do CPA); é proibido à Administração Pública adotar uma conduta movida por fatores
discriminatórios.
- Princípio da proporcionalidade (art. 7.º do CPA); a Administração, no desenvolvimento da sua atividade deve adotar
os comportamentos adequados aos fins prosseguidos” e”(...) só podem afetar essas posições na medida do necessário e em
termos proporcionais aos objetivos a realizar.
- Princípios da justiça e da razoabilidade (art. 8.º do CPA); a Administração Pública quando interpreta normas jurídicas
carece de proceder à valorização de situações, factos, direitos, interesses dos cidadãos.
- Princípio da imparcialidade (art. 9.º do CPA); instrumento precioso que serve para assegurar a “melhor” prossecução
do interesse público e boa administração.
- Princípio da boa-fé (art. 10.º do CPA); assenta essencialmente na tutela das legítimas expectativas do particular numa
determinada decisão ou conduta da Administração Pública.
- Princípio da colaboração com os particulares (art. 11.º do CPA); existe a obrigação dos órgãos e agentes
administrativos terem de colaborar com os particulares, na resolução das suas questões.
- Princípio da participação (art. 12.º do CPA); a Administração Pública tem de assegurar a participação desse cidadão e
auscultá-lo antes da tomada d decisão, ao longo do procedimento, sempre que suscitada por ele.
- Princípio da boa decisão (art. 13.º do CPA); a Administração Pública tem o dever de se pronunciar, substancialmente,
sobre todos os assuntos que pertençam à égide da sua competência e que sejam levados à sua consideração.
- Princípios aplicáveis à administração eletrónica (art. 14.º do CPA); a lei impõe à Administração Pública colocar a
disposição dos administrados, os meios eletrónicos, não podendo a ninguém ser recusado ou dificultado o acesso a este
direito.
- Princípio da gratuitidade (art. 15.º CPA); o procedimento administrativo é tendencialmente gratuito, devendo ser
pagas as taxas, despesas e emolumentos por custos que a Administração tenha de suportar com as diligências ou atos
procedimentais originados pelo interessado.
- Princípio da responsabilidade (art. 16.º CPA); a Administração Pública responde, nos termos da lei, pelos danos
causados no exercício da sua atividade.
- Princípio da administração aberta (art. 17.º do CPA); assegura o direito dos particulares ao acesso a todos os
documentos, arquivos e registos administrativos, mesmo quando não lhes digam diretamente respeito.
- Princípio da proteção dos dados pessoais (art. 18.º CPA); impõe-se à Administração Pública, em duas vertentes: a)
pela conduta dos seus órgãos, funcionários e agentes, no desenvolvimento da sua atuação. b) no que respeita à ingerência
abusiva por parte de “terceiros”, devendo impedir, obviar e expurgar quaisquer tentativas de invasão de privacidade,
roubo de dados pessoais, identidade, etc...
- Princípio da cooperação leal com a União Europeia (art. 19.º do CPA): designadamente, na prestação de informações,
esclarecimentos, etc...

Caso 1 -> artigo 11


- A, cidadão do Município XPTO, apercebe-se de que os Serviços da CM de XPTO se debatiam com problemas para
assegurar uma adequada gestão do tráfego nas ruas municipais. Assim, idealizou um sistema informático revolucionário
que contribuiria para aumentar a fluidez do tráfego. Apresentou formalmente o seu sistema (correio) aos Serviços, mas
não recebeu qualquer resposta, nem contacto.
- Considerando o disposto no art. 3.º a art. 19.º, do CPA, que princípio/princípios está/estão em causa? A postura da
entidade administrativa é correta?
Caso 2 -> artigo 11
- B, dirigiu a um DG de um Ministério uma pretensão, que foi indeferida nos seguintes termos: “Indefiro a presente
pretensão.” Por entender que tal decisão violava a lei, B reclamou atempadamente. A reclamação foi decidida nos
seguintes termos: “Confirmo a decisão anterior”. - Considerando o disposto no art. 3.º a art. 19.º, do CPA, que
princípio/princípios está/estão em causa? A postura da entidade administrativa é correta?
Caso 3 -> artigo 5, 17
- Para efeitos de um estudo que realizava, C pretendeu saber como haviam sido analisados nos últimos 10 anos assuntos
referentes a licenciamentos de construção no Município XPTO. Uma vez lá, foi recebido por um trabalhador que o
informou que era impossível atender ao seu pedido porque “se tratava de documentação administrativa, logo inacessível
aos particulares”.
- Considerando o disposto no art. 3.º a art. 19.º, do CPA, que princípio/princípios está/estão em causa? A postura da
entidade administrativa é correta?
Caso 4 -> artigo 3
- B lamentou-se à amiga Y de que tinha enormes dificuldades para tratar de um assunto no ministério X: muitos
formulários, alguns com conteúdo semelhante; diferentes funcionários, alguns pedindo-lhe informações que já havia dado.
- Considerando o disposto no art. 3.º a art. 19.º, do CPA, que princípio/princípios está/estão em causa?
Caso 5 -> 266 + 3 do CPA. Se há um ato administrativo que vá contra lei, deve regular-se.
- Y foi preterida em concurso público por outra concorrente. Ao informar-se dos critérios de decisão impostos ao júri do
concurso, constatou que parte da decisão era de carácter discricionário. Y pretende, então, impugnar o resultado, por
entender que o princípio da legalidade, encarado da perspetiva de reserva de lei, implica no DA, a proibição absoluta da
existência de margens de livre apreciação dos órgãos administrativos.
- Considerando o disposto no art. 3.º a art. 19.º, do CPA, que princípio/princípios está/estão em causa? A postura da
entidade administrativa é correta?
Direito administrativo 12.03.2021 - Aula n. 7
. Os elementos essenciais da organização administrativa
- Administração são máquinas extremamente complexas, as partes são os
Tribunais, governo, parlamentos. Máquina complexa, que pega no dinheiro
para pôr o Estado a funcionar em pro dos cidadãos.
- Conceito chave: “Pessoa coletiva pública” -> só podem ser criadas por
entidades públicas. Existem para a prossecução de interesse público.
- “Pessoas coletivas criadas por iniciativa pública, para assegurar a
prossecução necessária de interesses públicos e, por isso, dotadas, em nome próprio,
de poderes ou deveres públicos” (Freitas do Amaral -> critério da capacidade, fim e
capacidade jurídica)
- “(...) são pessoas coletivas públicas aquelas que tenham sido criadas pelo
Estado ou por outro ente público primário (ou seja, uma coletividade territorial) e
que detenham o predicado fundamental das entidades púbicas que é a posse de
prerrogativas de direito público, isto é, exorbitantes do direito privado.”
- Empresa = pessoa coletiva de direito privado, porque a base jurídica para a sua criação é o código comercial (direito
privado). As pessoas não podem crias uma entidade pública.
- Por conseguinte, são pessoas coletivas públicas: os elementos essenciais: Estado; Institutos Públicos; Entidades
Públicas Empresariais; Associações Públicas; Autarquias Locais; Regiões Autónomas; Entidades Administrativas
Independentes.
- Regime jurídico das pessoas coletivas de direito público – ideias gerais:
A. A sua criação e extinção é de iniciativa pública.
B. Têm capacidade de direito privado e património privado, podendo prosseguir atividades de gestão privada.
C. Têm capacidade de direito público detendo poderes (de autoridade) e deveres públicos.
D. Detêm capacidade administrativa e financeira;
E. Estão sujeitas a controlo por parte do Tribunal de Contas e à jurisdição dos Tribunais Administrativos.
Órgãos: (art. 20. CPA): Figuras organizatórias dotadas de poderes que lhes permitem preparar, expressar ou controlar as
manifestações de vontade da pessoa coletiva pública”. Tarefas: decidir/executar; emitir pareceres; fiscalizar. (F.P. Oliveira). A
Administração Pública sem órgãos não é nada.
Tipos de órgãos:
- Órgãos singulares; ou colegiais, dependendo do número de membros que os constituem. (cf. art. 21 a 35 CPA): Ex.: O
órgão da câmara (o posto está criado) presidentes vão e vêm.
- Órgãos centrais e locais, em virtude da competência exercida sobre uma dada parcela geográfica. (Competência sobre
todo o território, ou, limitada a circunscrição administrativa).
- Órgãos permanente; ou, temporários. Os primeiros têm uma duração indefinida, ao passo que os segundos possuem
um lapso de vigência definido, específico, em função da finalidade para que foram criados. (órgãos ad hoc, i.e., para tarefa
específica).
Titular ou membro: “Pessoa física que representa o órgão ou a qualidade que exprime a ligação de um indivíduo,
singularmente ou em colégio, a um órgão”.
- A investidura é o vínculo que liga o titular ao órgão e que lhe permite representá-lo.
- Trabalhador da Administração Pública: indivíduo com uma relação especial de serviço com os entes
administrativos e que desenvolve, sob a direção dos titulares dos órgãos, a atividade dos serviços. Desempenham tarefas
materiais de exercício, ou, contribuem para a preparação, conhecimento e execução dos atos jurídicos.

. Fatores de legitimação: o quórum em especial.


- Funcionamento dos órgãos colegiais da Administração Pública – quórum (art. 29 do CPA).

- Quórum: “(...) é a fração (percentagem) mínima do


número legal de membros do órgão colegial cuja
presença é necessária na reunião para que possam ser
votadas as deliberações (...) em regra corresponde à
maioria, ou seja, pelo menos, uma fração superior à
metade do número legal de membros do colégio”.
- NB: a falta de quórum corresponde à falta de
legitimação do órgão para decidir na situação
concreta..
- Se ficassem empatados, o presidente decide. Art.
33/1. E no último, pode valer x2. O presidente não
pode abster-se de votar.
- Funcionamento dos órgãos colegiais da Administração Pública:
- NB: casos de impedimento (art. 69, do CPA).
- NB: voto de qualidade vs voto de desempate.
- NB: elaboração de ata (v. art. 34, do CPA)
- NB: Votos de Vencido (v. art. 35, do CPA)

Conceitos-chave: atribuições vs. competências.


- Atribuições: Fins ou interesses que a lei incumbe as pessoas coletivas públicas de prosseguir e realizar. (aquilo que a
lei determina os objetivos de uma pessoa coletiva pública). O que têm de fazer.
- Competências: Conjunto de poderes funcionais que a lei confere aos órgãos para a prossecução das atribuições das
pessoas coletivas públicas (cf. art. 36. do CPA). A lei deve estabelecer um conjunto de competências para cada órgão obedecer,
assinamento de contratos, marcar férias, etc. (presidente da ARS, Diretor regional de saúde). Para que funcione no bem-estar
público. Como fazê-lo
- Legitimação: qualificação específica do órgão (ou agente) para exercer a sua competência na situação concreta. (O
presidente da Câmara do município A não se deve meter-se nas coisas do Presidente do município B). Onde fazê-lo

Direito administrativo 17 .03.2021 - Aula n. 9


. Conceitos chave:
Hierarquia: implica que o topo é a direção, quem está no topo dirige e os que estão abaixo da hierarquia devem cumprir o
dever de obediência. -> modelo de organização administrativa vertical constituído por dois ou mais órgãos com
atribuições comuns, ligados por um vínculo jurídico que confere ao superior o poder de direção e ao subalterno o dever de
obediência
Poderes do superior hierárquico:
- Poder de Direção: dar ordens/comandos individuais e concretos, escritos ou verbais.
Instrução: Ex.: em caso de A o B acontecer passa isto
Ordem: Ex.: uma ordem aplica-se para A, B e C.
- Poder de Supervisão: decisão de aceitar o recusar o que o subalterno está a fazer. Deve corrigir erros no subalterno.
- Poder Disciplinar: tem a ver com punir o subalterno (sanções previstas na lei), quando é incumprido qualquer dever.
- Dever de obediência: obrigação de o subalterno cumprir ordens e instruções dos seus legítimos superiores hierárquicos,
dadas em objeto de serviço e sob a forma legal. “Se um inspetor de finanças der uma ordem a um funcionário (cobrar) e
ele se recusar a pagar, implica um crime”. Sem competências, não há dever de obediência.

- Superintendência (relação intersubjetiva): Poder


conferido ao Estado (exercido pelo Governo) ou a
outra pessoa coletiva de fins múltiplos, como as
autarquias locais, de definir os objetivos (diretivas e
recomendações) e guiar a atuação (orientar) das
pessoas coletivas públicas de fins singulares colocados
por lei na sua dependência (institutos públicos ou
entidades públicas empresariais).
Ex.: relação que existe entre o governo e o Hospital
São João (entidade pública empresarial).

- Tutela Administrativa: conjunto dos poderes de


intervenção de uma pessoa coletiva pública na gestão de outra pessoa coletiva, a fim de assegurar a legalidade ou o mérito
da sua atuação.
- Pressupõe a existência de suas pessoas coletivas distintas: a pessoa coletiva tutelar e a tutelada;
- O fim é assegurar, em nome da entidade tutelar, que a entidade tutelada cumpre as leis em vigor e garantir que sejam
adotadas soluções convenientes e oportunas para a prossecução do interesse público.
NB: A superintendência destina-se a orientar a ação das entidades a ela submetidas. Ex.: ARS Norte: está sujeito à
superintendência porque é uma entidade pública.
- Delegação de poderes (arts. 44 e ss. do CPA): ato pelo qual o órgão de uma pessoa coletiva envolvida no exercício de
uma atividade administrativa pública normalmente competente em determinada matéria e devidamente habilitado por lei
(delegante) possibilita que outro órgão ou agente (delegado), pratique atos administrativos sobre a mesma matéria (v.
arts. 44 CPA). Pela limitação de tempo, tem de haver delegação (hierarquização). A delegação só é permitida se a lei o
permite.
Requisitos:
1) Previsão legal (habilitação ou “autorização legal”, v. art. 44.º/1 CPA);
2) Acto (expresso) de delegação de poderes (v. art. 44.º/1 CPA);
3) O delegante deve especificar os poderes que são delegados (art. 47.º/1 CPA).
4) Sujeição a publicação (válido para delegação e subdelegação de poderes, v. art. 47.º/2 CPA) sob pena de ineficácia.
Subdelegação de poderes:
- Delegado subdelega em subdelegado. Requisitos: (v. art. 46 CPA)
- Subdelegado pode, ele próprio, subdelegar. Se. lei não proíbe e que delegante ou subdelegante não se tenham
estabelecido que tal competência não pode ser subdelegada.

.Notas gerais
O ato de delegação de poderes cria uma nova relação jurídica entre delegante e delegado :
1. Não é uma relação hierárquica;
2. Qualquer relação hierárquica prévia é neutralizada por efeito da delegação de poderes;
3. Para o delegado cria o poder-dever de exercer a competência delegada;
4. O delegante pode:
a) Emitir diretivas vinculativas sobre o modo como o delegado deve exercer os poderes delegados (não pode determinar
o conteúdo do ato a praticar);
b) Revogar os atos do delegado;
c) Revogar a delegação de poderes;
d) Avocar o exercício da competência delegada (chamar a si o caso concreto ou o procedimento)
Extinção da delegação de poderes:
- Por revogação; por caducidade
.Delegação de poderes:
A. Delegação de poderes intrasubjetiva (dentro do mesmo sujeito coletivo).
B. Delegação de competências intersubjetiva (entre estruturas orgânicas de distintas pessoas coletivas).
Requisitos:
- Lei de habilitação ou lei habilitante.
- Dois elementos subjetivos: um delegante e um delegado.
- Um ato jurídico permissivo de delegação de poderes.

.Subdelegação de poderes:
Requisitos:
- Lei de habilitação ou habilitante não proibitiva
- Três elementos subjetivos: um delegante, um subdelegante e um subdelegado
- Um ato jurídico de delegação de poderes expressamente autorizante, (v. art. 46.º/1 do CPA)
- Um ato jurídico permissivo, o de subdelegação de poderes.

Poderes do delegante e do subdelegante (art. 49 do CPA)


- Poder de direção; Poder de avocação; Poderes desintegrativos; Poder anulatório; Poder revogatório; Poder de substituição ou
de modificação

Direito administrativo 19 .03.2021 - Aula n. 10


. Os setores da organização administrativa Portuguesa
A. Administração Estadual Direta do Estado (AEDE): atividade exercida por serviços integrados na pessoa coletiva
Estado”. (ex.: PCM; Ministérios; DGs; SEs; etc.)
Características:
- Unicidade;
- Carácter originário (natureza originária à Governo é órgão de soberania);
- Multiplicidade de atribuições;
- Pluralidade de órgãos e serviços.
- Organização em ministérios: Vs. autarquias locais (ex.: vereador e mudança de pelouro);
- Personalidade jurídica una (cada órgão vincula o Estado como um todo);
- Instrumentalidade: Subordinação (poder de direção do Governo, administração direta do Estado), Tutela e
superintendência (administração indireta do Estado), Tutela (administração autónoma).
- Estrutura hierárquica (órgãos e agentes ligados por vinculo jurídico)
- Supremacia (sujeitos de direito privado; institutos públicos e empresas públicas; autarquias locais; regiões autónomas)

A.1 Administração Estadual Central do Estado (AECE) : com competência em todo o território nacional.
- Estado: é a entidade pública central na organização administrativa portuguesa e a sua qualificação enquanto Pessoa
Coletiva Pública resulta da própria CRP. As atribuições do Estado, tal como as da demais Pessoas Coletivas Públicas,
resultam expressamente da lei, em respeito pelo princípio da legalidade, o qual é estruturante e regulador da organização e
funcionamento da Administração Pública: “o Estado só pode fazer aquilo que a lei permite que ele faça: no Estado
moderno, a lei é o fundamento, o critério e o limite de toda a ação administrativa. Por tanto, o Estado não pode fazer nada
que lhe não seja permitido por lei.
- “Pessoa coletiva pública que, no seio da comunidade nacional, desempenha, sob a direção do Governo, a atividade
administrativa”. (cf. arts. 197.º e ss. CRP relativos ao Governo).
- Organização permanente, com património próprio, caráter originário (natureza originária e não derivada)
- O Presidente da República é um órgão político, a Assembleia da República é um órgão legislativo e os Tribunais são,
naturalmente, um órgão jurisdicional. O órgão administrativo do Estado é o Governo.
- A competência do Governo pode ser exercida, quer de modo colegial (v.g. resolução do Conselho de Ministros) quer de
modo individual (por parte de um membro deste órgão, podendo ser pelo Primeiro-Ministro, pelo Ministro da concreta
área setorial em que o Governo visa atuar ou mesmo pelo Secretário de Estado.

A.2 Administração Estadual Periférica / Local do Estado (AELE): a nível interno, como os órgãos do Estado que,
encontram-se sob a hierarquia do Governo, exercem a sua competência circunscrita a uma parcela de território, como é o
caso dos Diretores Regionais, Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional e, também a nível externo, como
as Embaixadas e Consulados, que têm. por missão a representação da PCP “Estado Português” no estrangeiro e prestar
apoio de diversa ordem, aos cidadãos nacionais que se encontrem sediados no exterior. Exemplos: Órgãos e serviços
centrais vs. Órgãos e serviços locais: Diretor de finanças (órgão local do Estado)- Presidente de Câmara (órgão local do
Município – Autarquias Locais).

B. Administração Estadual Indireta do Estado (AEIE): é realizada por conta do Estado, mas por outros entes que não
o Estado. Trata-se, pois, da prossecução de atribuições de uma entidade administrativa por intermédio de outra entidade
administrativa. Consiste no conjunto das entidades públicas, com personalidade jurídica própria e autonomia
administrativa e financeira, que desenvolvem uma atividade administrativa destinada à realização dos fins do Estado.
“Atividade para realização dos fins do Estado, mas exercida por pessoas coletivas públicas distintas do Estado “Ex.:
Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
Indireta do Estado: Públicas -Institutos Públicos e Entidades Públicas Empresariais - (consoante o regime jurídico) e
privadas (consoante o regime jurídico).

ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL DIRETA


Governo exerce o poder de DIREÇÃO
CENTRAL PERIFÉRICA
“Serviços centrais do Estado” “Serviços periféricos do Estado – a nível interno”
Tipologias em função da respetivas missões:
Governo (artigo 183 da CRP) a) De controlo
Primeiro-Ministro b) De auditoria e fiscalização
Vice Primeiros-Ministros. c) De coordenação
Ministros.
Secretários de Estado. “Serviços espalhados pelo território” – exemplos:
Subsecretários de Estado. Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR’s).
MINISTÉRIOS Comandos da GNR e PSP.
DIREÇÕES-GERAIS Repartições de Finanças.
INSPEÇÕES-GERAIS Administrações Regionais de Saúde.
SECRETARIAS-GERAIS Direções-Regionais de educação, saúde, agricultura, etc.
“Serviços periféricos do Estado – a nível externo”.
Exemplos: Embaixadas e consulados, de representação no exterior.

1.1 Administração indireta pública do Estado (AIPE): (constituída por pessoas coletivas públicas) - metáfora da
lavadora. Há certas atividades que precisam de trato delicado, ex. Institutos públicos: IPDJ, FCT- . Por exemplo o
ministério do turismo, que mais do que nunca foi importante, não pode estar dentro do ministério de economia e finanças.
Institutos Públicos (IPP): pessoas coletivas públicas, de tipo institucional ou fundacional, criadas para assegurar
o desempenho de determinadas funções administrativas (fins únicos) de caráter não empresarial, pertencentes ao Estado
ou a outra pessoa coletiva pública. Portanto, são PCP distintas do Estado, com tarefas estaduais próprias relativas a
interesses nacionais, mas a sua atuação é em nome próprio. O Governo exerce sobre eles os poderes de superintendência e
de tutela, encontrando-se excluída qualquer relação de hierarquia.
- Categorias: A. Serviços personalizados (ex.: IVV; IRN; ICND) -> Personalidade jurídica e autonomia
administrativa e financeira para melhor desempenho das funções. B. Fundações públicas -> patrimónios afetos à
prossecução de fins públicos especiais. C. Estabelecimentos públicos -> de caráter cultural ou social, organizados como
servições abertos ao público e destinados a efetuar prestações individuais. (ex.: bibliotecas; museus; hospitais e
universidades públicas).

. Fundações da Administração Central

Entidades Públicas Empresariais (EPEE): pessoas coletivas de Direito público e de regímen privado, entretanto
autonomizadas da tipologia de “institutos públicos”. Submetidas ao regime legal de Direito privado, sujeitas aos poderes
de superintendência e de tutela do Governo.
- Finalidade  lucro. Mas, podem lançar mão do ius imperii.
Ex.: REFER (Rede Ferroviária Nacional); Hospital de Braga, unidades locais de saúde, Metropolitano de Lisboa.
1.2 Administração Indireta Privada do Estado (AIPE): formada por pessoas coletivas administrativas de Direito
privado. Insere-se neste setor da organização administrativa portuguesa, o setor empresarial do Estado e as fundações
públicas com regime de direito privado.

- Empresas Públicas: consistem em organizações económicas de fim lucrativo, criadas e controladas por entidades
jurídicas públicas, com recurso a capitais públicos encontrando-se sob direção e superintendência de órgãos da AP. A sua
atividade não é de gestão pública, mas de gestão privada, porquanto visa o lucro, necessitando de grande liberdade de
ação e flexibilidade numa lógica de mercado livre e competitivo.
Apresentam uma dupla finalidade: A) finalidade de cariz financeiro: o equilíbrio económico-financeiro do setor público
(obtenção do lucro ou, pelo menos, a redução das despesas supérfluas e desperdícios financeiros); e b) finalidade de
caráter social: a satisfação eficiente, contínua e cabal das necessidades coletivas de toda a população. Ex.: Portos e
aeroportos.
No que respeita às categorias principais de empresas públicas, elas qualificam-se em função de vários critérios:
a) Titularidade: estas empresas podem ser estaduais, regionais ou municipais.
b) Natureza: podem ter personalidade jurídica ou não.
c) Forma Jurídica: podem ser constituídas sob a forma jurídica pública e, neste caso, são pessoas coletivas públicas,
designam-se de entidades públicas empresariais e estão inseridas na AP indireta pública e podem ser constituídas sob a forma
jurídica privada, sendo pessoas coletivas privadas.
- Sociedades instituídas para finalidades públicas sob a forma de sociedades comerciais (ex.: Estradas de Portugal, AS;
Administração Portuárias).
- Fundações políticas de direito privado de criação estadual (ex. fundações universitárias (Minho, Porto, Nova de Lisboa).

ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL INDIRETA


Governo exerce os poderes de SUPERINTENDÊNCIA e TUTELA
PÚBLICA PRIVADA
A) INSTITUTOS PÚBLICOS Setor constituído por pessoas coletivas administrativas de Direito privado,
São “pessoas coletivas públicas de substrato institucional, podendo ser associações, fundações, cooperativas e sociedades.
criadas pelo Governo para assegurar um conjunto específico A) FUNDAÇÕES PÚBLICAS COM REGIME DE DIREITO
de funções administrativas estaduais, que não revistam PRIVADO
caráter empresarial”. Exemplo: Fundações Universitárias como a Universidade do Minho.
Tipologias: B) EMPRESAS PÚBLICAS (conjuntamente com as empresas
1. Serviços Personalizados participadas constitui o “setor empresarial do Estado”).
São departamentos administrativos específicos dotados de São sociedades de capitais exclusiva ou maioritariamente públicos com
autonomia e com personalidade jurídica. vista a assegurar finalidades específicas de caráter público, assumindo a
Exemplos: IRN, Turismo de Portugal, I.P.; Autoridade forma de sociedades comerciais.
Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. Exemplo: Infraestruturas de Portugal, S.A
2. Estabelecimentos Públicos C) EMPRESAS PARTICIPADAS
São instituições de caráter cultural ou de caráter social São as organizações empresariais em que o Estado ou quaisquer outras
abertos ao público, com vista à satisfação das necessidades entidades públicas, de caráter administrativo ou empresarial, detenham
coletivas respetivas. uma participação permanente, de forma direta ou indireta, desde que o
Exemplos: Hospitais públicos; Universidades públicas; conjunto das participações públicas não origine influência dominante.
Institutos politécnicos. Existe Influência dominante em qualquer das situações seguintes:
3. Fundações Púbicas de Direito Público a) Detenham uma participação superior à maioria do capital;
São pessoas coletivas públicas de substrato patrimonial. b) Disponham da maioria dos direitos de voto;
Exemplos: Fundação CEFA; Fundação para Ciência e c) Tenham a possibilidade de designar ou destituir a maioria dos membros
Tecnologia. do órgão de administração ou do órgão de fiscalização.
B) ENTIDADES PÚBLICAS EMPRESARIAIS (EPE’s) d) Disponham de participações qualificadas ou direitos especiais que lhe
São “pessoas coletivas públicas de direito público e de permitam influenciar de forma determinante os processos decisórios ou as
regime privado autonomizadas de conceito de “instituto opções estratégicas adotadas pela empresa ou entidade participada.
público”.
Exemplos: Metropolitano do Porto; Hospitais E.P.E; Teatro
D. Maria II.
. Noção de administração autónoma.
- “(...) aquela que prossegue interesses públicos próprios das pessoas que a constituem e por isto se dirige a si mesma,
definindo com independência a orientação das suas atividades, sem sujeição a hierarquia ou a superintendência no
Governo.
- Quais são os elementos do conceito?
a) Coletividade territorial ou outra dotada de especificidade dentro da coletividade nacional global.
b) Prossecução de interesses específicos de dessa coletividade intraestadual.
c) Administração pelos próprios administrativos (seja diretamente, seja por intermédio de representantes seus) -> ideia
de órgãos próprios emanados da respetiva coletividade.
d) Autonomia de ação face ao Estado.
Noutros termos: prossecução de interesses públicos próprios (i. é, das pessoas coletivas públicas que a constituem);
Característica da autoadministração (i. é, definição independente da orientação das atividades pelos próprios órgãos); Sujeição
ao poder de tutela do Governo (v. art. 199. al. d); 229., nro. 4; e, 242 da CRP. (Mero poder de fiscalização ou controlo (não é
igual a dirigir ou orientar)
. Distinção entre:
- Administração autónoma territorial: território faz parte da definição do substrato das respetivas instâncias -> autarquias
locais e regiões autónomas.
- Administração autónoma não territorial: território não é relevante na definição do substrato (i. é não é o único, nem o
principal critério da sua delimitação.

. Tabela

- Então quais são as entidades públicas que desenvolvem uma administração autónoma?
I. Associações Públicas (entidades de tipo associativo)
II. Autarquias Locais
III. Regiões Autónomas (Açores; Madeira)
(II e III) Pessoas coletivas de população e território.
- NB: as Regiões Autónomas são um fenómeno de descentralização política, logo mais do que entidades administrativas.

. Autarquias Locais (cf. art. 235 CRP)


- Pessoas coletivas públicas de base territorial (i. é, assentam numa fração do território nacional); que asseguram a
prossecução de interesses próprios do respetivo agregado populacional através de órgãos próprios, por este eleitos.
Quais são os elementos essenciais do conceito?
1) Território; 2) Agregado populacional; 3 ) Interesses comuns, diferentes dos interesses gerais (i. é, nacionais); 4)
Órgão são representativos da população (respetiva).
- Pessoas coletivas públicas de fins múltiplos. As autarquias locais são constituídas por:
1) As freguesias: que são formadas por dois órgãos: Junta de Freguesia e Assembleia de Freguesia.
2) Os municípios: que são constituídos por três órgãos: Câmara Municipal; Assembleia Municipal e pelo
Presidente da Câmara Municipal.
3) As regiões administrativas (exclusivas a PT continental e ainda não criadas...)
As autarquias locais consistem em estruturas territorialmente independentes entre si; não existe qualquer laço hierárquico
entre elas.

Direito administrativo 26.03.2021 - Aula n. 12


. As Freguesias
- “(...) as autarquias locais que, dentro do território municipal, visam a prossecução de interesses próprios da população
residente em cada circunscrição paroquial. “ (F. Amaral, p.431).
Órgãos:
- Junta de freguesia;
- Assembleia de freguesia
. Municípios:
- “a autarquia local que visa a prossecução de interesses próprios da população residente na circunscrição concelhia,
mediante órgãos representativos por ela eleitos.” (F. Amaral, op. cit., p. 450)
Órgão:
- Câmara Municipal;
- Assembleia Municipal;
- Presidente da Câmara Municipal
- Administração direta (órgãos e serviços dependentes da Câmara Municipal)
- Administração indireta (pública, ou, privada).
- Logo, possibilidade de: criar empresas locais, e, fundações públicas municipais; ex. Águas do Porto, E.M, águas de
Gaia, E.M (...)

. Regiões autónomas
- Administrações autónomas territoriais -> Pessoas coletivas de direito público diferentes do Estado que prosseguem
com autonomia os interesses das populações respetivas, e o território (critérios político-administrativos + geográficos) faz
parte da definição do respetivo substrato.
- Autonomia administrativa, e, exercício da função legislativa (Decretos legislativos regionais) e da função política.
-Administração direta (serviços hierarquicamente dependentes do Governo Regional).
- Administração indireta (institutos públicos regionais; entidades públicas empresariais).

ADMINISTRAÇÃO AUTÓNOMA
Governo exerce o poder de TUTELA
(mais enfraquecida do que na AP estadual indireta)
TERRITORIAL e de POPULAÇÃO ASSOCIATIVA ou CORPORATIVA = Não territorial
A) Autarquias Locais – são criadas por lei. A) Associações Públicas

1. Freguesias 1. Ordens profissionais (Ordem dos Médicos, Ordem dos Arquitetos,


a) Junta de Freguesia (órgão executivo) Ordem dos Advogados, etc.)
b) Assembleia de Freguesia ( órgão deliberativo) 2. Associações económicas (Associação de Beneficiários da Obra de
Rega de Odivelas)
2. Municípios 3. Associações culturais (Academias)
a) Câmara Municipal (órgão colegial executivo)
b) Presidente da Câmara Municipal (órgão singular executivo) B) Consórcios administrativos ou Públicos
c) Assembleia Municipal (órgão colegial deliberativo)
São “entidades públicas, com ou sem personalidade jurídica,
Mas são admissíveis também as tutelas inspetiva e integrativa, dentro constituídas por diversos entes públicos, para determinadas finalidades
de determinados circunstancialismos com vista a acautelar a legalidade. públicas comuns”.

3. Regiões administrativas Exemplos: áreas metropolitanas e associações de municípios de Direito


(constitucionalmente previstas, mas ainda não implementadas). Público.

B) Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira C) Corporações Territoriais, de base legal ou de base associativa.

De acordo com a doutrina, o Governo não pode exercer o poder de Administração Intermunicipal Privada, que incluem:
tutela sobre estas pessoas coletivas. Mas, o Governo poderá vir a 1. Associações de municípios para fins específicos.
exercer um poder de controlo ou supervisão quando as Regiões 2. Empresas intermunicipais.
Autónomas apliquem leis nacionais de natureza imperativa.
D) Instituições particulares de solidariedade social, como as
Misericórdias e Lares.

. Associações Públicas
- Pessoas coletivas públicas, de natureza associativa, criadas como tal por ato do poder público, que desempenham tarefas
administrativas próprias. Características:
a) Coletividade de membros;
b) Criação ou reconhecimento por ato público (Lei ou ato administrativo estabelecido por lei);
c) Estrutura associativa;
d) Autogoverno (órgãos representativos dos membros);
e) Desempenho de tarefas públicas confiadas aos próprios interessados (interesse público coabita com interesse do
grupo);
f) Autodeterminação (esferas própria de decisão e de responsabilidade).
Espécies de associações públicas:
- Associações públicas profissionais:
- Associações públicas económicas;
- Associações públicas culturais (academias oficiais);
- Associações públicas de assistência e segurança social;
- Associações públicas desportivas;

Exemplos de Associações de entidades públicas:


- Áreas metropolitanas: “Pessoas coletivas de natureza associativa e âmbito territorial, que visam a prossecução de
interesses públicos comuns aos municípios que as integram.” (Porto e Lisboa).
- Comunidades intermunicipais: Constituídas por contrato entre os presidentes dos órgãos executivos. Unidades
territoriais de referência (ex.: Cávado; Alto Tâmega; Alto Minho). 5 municípios, ou, pop. ≥ 85000.
- Associações de municípios e de freguesias: Constituídas por contrato entre os presidentes dos órgãos executivos.

Exemplos de Associações públicas de entidades privadas:


- Ordens profissionais: Privilégio da unicidade; Princípio da obrigatoriedade de inscrição; Podem impor quotização obrigatória;
Podem controlar o acesso à profissão (legalmente e deontologicamente). Exercer poderes disciplinares sobre os membros;
Gozam de autonomia regulamentar, administrativa, financeira e disciplinar.
- Academia das Ciências de Lisboa.
- Academia Portuguesa da História.
- Academia Nacional de Belas-Artes.
Figuras afins:
a) Não são pessoas coletivas de direito público;
b) Falta-lhes natureza associativa;
c) Não possuem personalidade jurídica.
Exemplos:
- ANMP e ANFP (municípios e freguesias);
- Associações políticas;
- Associações sindicais;
- Associações de utilidade pública;
- Câmaras de comércio e indústria;

. Administração Independente:
- Constituída por organismos criados pelo Estado para a realização de tarefas administrativas que competem ao Estado e
que estão isentos de subordinação e controlo.
Funções: Fiscalização da legalidade; Garantia dos direitos dos cidadãos.
Exemplos:
- Provedor de Justiça;
- Comissão Nacional de Eleições;
- Comissão Nacional de Proteção de Dados;
- Entidade Reguladora da Comunicação Social;
- Comissão para a Fiscalização do Segredo de Estado;

Entidades independentes que detêm poder regulador:


- Autoridade da Concorrência;
- ERSE – Entidade Regulador dos Serviços Energéticos;
- CMVM – Comissão de Mercado de Valores Mobiliários;
- Instituo Nacional de Transporte Ferroviário;
- ERSAR, I.P – Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos.

ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL INDEPENDENTE


ENTIDADES ADMINISTRATIVAS DE SUPERVISÃO E REGULAÇÃO
O GOVERNO NÃO EXERCE O PODER DE SUPERINTENDÊNCIA
SENTIDO AMPLO SENTIDO RESTRITO
(não funcionam junto do Parlamento) (funcionam junto do Parlamento)
Entidade Reguladora da Saúde Comissão Nacional de Proteção de Dados
Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos Comissão de Acesso a Documentação Administrativos
Comissão de Mercado de Valores Mobiliários Comissão Nacional de Eleições
Autoridade Nacional de Comunicações Conselho Nacional de Ética para as Ciências da vida.
Banco de Portugal Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
Autoridade Nacional de Aviação Civil Provedor de Justiça.
Autoridade da Mobilidade e dos Transportes
Autoridade da Concorrência

Exercício prático:
a) Direção-geral da Saúde; AEDC
b) ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL); AEIP
c) Repartição de Finanças – Porto 2; AEDL
d) Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa; AABT
e) Consulado Geral de Portugal em Toronto (Canadá); AEDL
f) Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM); AABNT
g) Ordem dos Arquitetos; AEDL
h) Posto Territorial de Faro da GNR; AABT
i) Presidente da Assembleia Municipal do Porto; AEPL
j) Fundação Casa da Música; AIPIP
k) INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica. AEDC

Direito administrativo 31.03.2021 - Aula n. 13

Regulamento: consiste numa norma jurídica geral e abstrata emanada no âmbito da função administrativa, no exercício de
poderes jurídico-administrativos.
Elementos:
- Generalidade e abstração.
- Aplica-se a um número indeterminado de destinatários e situações.
- Logo, é um ato suscetível de se aplicar um número indeterminado de vezes a um número indeterminado de situações e
de pessoas.
- Imposição por coação. (se não cumprimos o regulamento sofremos consequências)
- Violação leva, em regra, à aplicação de sanções (administrativas ou disciplinares).
- Editados por autoridades administrativas.
- Exercícios da função administrativa (não é igual à função legislativa do Governo)
- Sujeição ao princípio da legalidade.
- Primado da lei (Lei tem primazia absoluta sobre os regulamentos)
- Reserva da lei (proibição de inovar em matérias de reserva de ato legislativo).
- Precedência da lei (fundamentação numa lei prévia anterior, habilitante).

. Titularidade do poder regulamentar:


Compete ao governo, no exercício de funções administrativas fazer os regulamentos necessários à boa execução das leis.
- Nas Regiões Autónomas -> Assembleias Legislativas Regionais; Governo Regionais (regulamentação de decretos
legislativos regionais; regulamentos de funcionamento da Administração Regional).
- Nas autarquias locais -> Assembleias de Freguesia; Assembleias Municipais; Câmaras Municipais (executivo)
(regulamentos disciplinadores dos serviços do Município. Ex.: Cada município têm os seus estacionamentos e os seus
respetivo regulamentos.

Associações Públicas e IPs -> podem regulamentar próprio nos termos em que a lei o confira.
- Forma e publicidade: Decreto-regulamentar (v. art. 112, n. 6, CRP)
- Resoluções do CM -> assinatura pelo PM apenas.
- Regulamentos do Governo (portarias ou despachos genéricos) -> assinatura pelo Ministro.
- Publicação na I Série do DR (v. art. 119, n. 1 CRP)
- Regulamentos das autarquias locais (v. art. 139, CPA)

Direito administrativo 09.03.2021 - Aula n. 14


. Regulamento Administrativo
- Classificação: Internos vs. Externos
Internos: feitos no interior da pessoa coletiva administrativa, força vinculativa no seu seio, destinatários são
apenas agentes administrativos. Basicamente servem para: Organização e funcionamento dos serviços. Distribuição de
tarefas p/ agentes e serviços administrativos. Fixação de normas de expediente (burocracia) -> necessárias pela quantidade
de pessoas que vão estar a trabalhar.
Função de: Auto vinculações internas (exercício de poderes discricionários -> atuação uniforme dos serviços). Exemplos:
circulares ou instruções.
Externos: destinam-se a produzir efeitos em relação a outras pessoas coletivas públicas e aos particulares. Ex.
Ciclos de estudo. Propinas da faculdade.
Regulamento independente -> “regulamentos que a Administração edita sem referência imediata ao conteúdo de uma lei
anterior que se pretenda executar, em ordem a introduzir disciplina inovadora sobre determinada matéria, inscrita no
âmbito das atribuições das entidades que os emanem”.
- Regulamentos autónomos; Emanados pelo Governo.
De Execução -> “estabelecem condições para a aplicação de uma lei, regulando aspetos de pormenor, e dão
resposta a questões técnicas que a lei deixou em aberto”. Limitam-se a extrair consequências, logo, ligação mais estreita.
1) Regulamentos não podem conter disciplina contrária a preceitos de valor normativo superior (CRP; leis, regulamentos do
governo ; regulamentos de autarquias).
2) Não podem versar sobre matéria constitucionalmente reservada à lei. 3) Proibição de efeitos retroativos.
4) Obediência aos princípios gerais de direito administrativo.
5) Regras quanto à revogação do art. 146 CPA e Regra de caducidade (v. art. 145, n2 CPA)
7. Regra de inderrogabilidade singular dos regulamentos (externos). Entrada em vigor -> vinculação de Administração,
tribunais e particulares. Não há exceções, se faz outro.

. Ato Administrativo
-“(...) as decisões que, no exercício de poderes jurídico-administrativos, visem produzir efeitos jurídicos externos numa
situação individual e concreta”. (v. art. 148, CPA). Consistem em estatuições emanadas pela Administração Pública ao
abrigo de normas de direito público sobre uma situação individual e concreta. São estatuições, os comandos imperativos,
dotados de autoridade, eu se traduzem, no fundo, numa decisão unilateral da Administração Pública, a pesar da
participação procedimental dos particulares (“interessados”) nas decisões administrativas que diretamente lhes dizem
respeito.
Elementos:
Ato jurídico .> por contraposição às ações materiais;
Unilateral -> por oposição aos contratos;
Concreto -> distinto dos regulamentos
Subordinado ao Direito Público -> distinto dos atos de Direito Privado.
Consideram-se ato administrativo:
1) as decisões no exercício de poderes administrativos.
2) que visem produzir efeitos jurídicos externos
3) numa situação individual e concreta.

Conceito (doutrinal):
Estatuição autoritária, relativa a um caso concreto, praticada por um sujeito de direito administrativo, no uso de poderes
de direito administrativo, destinada a produzir efeitos jurídicos externos, positivos ou negativos.

São atos administrativos os atos emanados de:


- Órgãos administrativos;
- Sujeitos privados dotados de poderes administrativos.
Ex.1: concessionários -> poder para impor sanções a utentes de uma autoestrada.
Ex 2: entidades privadas administrativas (i.e., pessoas coletivas constituídas sob a forma de direito privado, mas que
desempenha funções administrativas).

. O que não são atos administrativos?


Atos de direito privado -> em que a Administração Pública surge perante os particulares em pé de igualdade;
Declarações negociais -> (mesmo que sejam de direito público) pois são preordenadas à conclusão de um contrato, logo,
não são unilaterais. NB: um contrato é um ato bilateral.
Atos instrumentais externos:
Atos de execução -> que se limitam a retirar consequências de ato anterior (o que contém a estatuição autoritária);
As comunicações (publicações e notificações) -> levam ao conhecimento do (s) destinatário (s) um ato administrativo.
Atos meramente opinativos ou informativos -> a Administração Pública declara ou expões o seu entendimento acerca
de determinada questão de fato ou de direito que lhe é apresentada;
Atos confirmativos -> que se reportam a um ato administrativo anterior que repetem, e no qual se encontra a verdadeira
estatuição autoritária.
Decisões materialmente administrativas -> por sujeitos públicos não administrativos (ex. PR, Parlamento, tribunais).
Exceção: decisões destes órgãos de soberania relativamente aos seus funcionários -> equiparação para efeitos de
impugnação nos tribunais administrativos).
Atos políticos -> ex. referenda ministerial da promulgação presidencial de um decreto (ato político interno)
Atos legislativos -> ex. normas expedidas para modificar, reformar, adicionar o derrogar.
Atos jurisdicionais -> ex. de absolução absoluta.
Atos praticados por usurpadores de funções -> ex. falsos médicos, baixas médicas, certificações de óbito.
. Classificação dos Atos Administrativos:
Atos que influem sobre um status -> destinados a tocar num conjunto ordenado de direitos e de deverem com origem no
mesmo facto ou ato jurídico.
- Criam status -> admissões (outorga de cidadania; nomeação; matricula de um aluno; internamento de um doente em
hospital, etc.).
- Modificam status (ex.: promoção; suspensão; transferência de funcionário público)
- Extinguem status (ex.: revogação de cidadania; expulsão de aluno; demissão de funcionário público)

Atos que provocam situações de desvantagem (ou atos desfavoráveis):


- Atos ablatórios -> suprimem, comprimem ou retiram direitos ou faculdades (ex.: declaração de utilidade pública para
efeitos de expropriação; declaração de extinção de uma concessão; uma licença.
- Atos impositivos -> ordens (conteúdo expositivo, comandos; conteúdo negativo: proibições).
- Atos de indeferimento (recusa de prática de ato favorável).

Atos que desencadeiam benefícios para terceiros ou atos que provocam situações de vantagem:
- Concessões: domínio próprio de atuação da Administração -> exercício de poderes próprios da Administração ou
criação, reservada a esta, de situações de beneficio para os particulares.

Autorizações (em sentido amplo)


- Remoção de um limite imposto p/ lei ao exercício de uma atividade fora do domínio administrativo da entidade
autorizante.

Direito administrativo 14.04.2021 - Aula n. 15


. Casos práticos:

O funcionário não tem competências administrativas nem poderes


decisórios. Conduzir uma viatura não visa atos administrativos, é
só levar do ponto A ao ponto B. É um funcionário público, NÃO
um ente público. Por tanto não está em causa um ato
administrativo.

Lei não é ato administrativo, mas sim, legislativo. Ato


administrativo é uma estatuição autoritária.

.O Ato administrativo: Tipologia

A. Atos primários: aqueles que versam pela primeira vez sobre uma determinada situação da vida. Ex.: nomear um
funcionário; conceder/recusar uma licença de construção; expropriar um terreno privado; nomeação de um funcionário.
- Atos impositivos: “(...) aqueles que determinam a alguém que adote uma certa conduta ou que colocam o seu
destinatário em situação de sujeição a um ou mais efeitos jurídicos. Ex. Pagar uma coima, e se não pagamos, avança para
execução fiscal... para além de outras consequências. Atos de comando (adotar uma conduta: fechar um restaurante).
- Atos permissivos: “(...) aqueles que possibilitam a alguém a adoção de uma conduta ou a omissão de um
comportamento que de outro modo lhe estariam vedados.”
- Ampliam vantagens?: autorização; licença; concessão; delegação; admissão; subvenção. Ex. construir uma
piscina no bocado de terreno que tinha.
- Eliminam ou reduzem encargos?: dispensa; e, renúncia.
Conteúdo positivo ou negativo?
- Conteúdo positivo: produção de efeitos favoráveis... e produção de efeitos
desfavoráveis (ex.: atos impositivos e atos ablativos). Ex. O exterior da bola
varia nas interações que nós temos com a Administração Pública... vai
crescendo... licencia de conduzir, cresce. - Licencia para construir, cresce.
- Conteúdo negativo: recusam a introdução de qualquer alteração na esfera
jurídica do destinatário do ato. Ex. Pedi uma bolsa e não foi concedida, pedi
uma licença e não foi concedida. A bola fica igual.

Critério: introdução de uma alteração na esfera do seu destinatário. Todos nós temos um núcleo (direitos fundamentais)
Direito à propriedade -> esfera interior. Direito à construção numa piscina no meu terreno -> leva a uma expansão por
um ato administrativo.

B. Atos secundários: aqueles que atos administrativos que versam diretamente sobre um ato primário anterior e, portanto,
só indiretamente regulam a situação real subjacente ao ato primário.”
- Atos integrativos –> visam completar atos administrativos anteriores.
- Aprovação -> ato pelo qual a administração exprime concordância com um ato anterior existente, já praticado por
outro órgão administrativo, e lhe confere eficácia.
- Homologação -> ato administrativo que absorve os fundamentos e conclusões de uma proposta ou de um parecer
apresentados por outro órgão.
- Visto -> ato pelo qual um órgão competente declara ter tomado conhecimento de outro ato (ou documento) sem se
pronunciar sobre o seu conteúdo ou declarando não ter objeções sobre o ato examinado, por isso lhe conferindo eficácia.
- Acto confirmativo -> ato administrativo pelo qual um órgão da AP reitera e mantém em vigor um ato administrativo
anterior.
- Ratificação-confirmativa -> ato pelo o qual o órgão normalmente competente para dispor sobre certa matéria
exprime a sua concordância relativamente aos atos praticados, em circunstâncias extraordinárias, por um órgão excecionalmente
competente.
-Atos saneadores ou convalidantes -> Transformação jurídica de um ato ilegal num ato inatacável contenciosamente.
- Ratificação-sanação -> suprir ilegalidade resultante da incompetência relativa ou da falta de condição legalmente
exigida.
- Reforma -> tornar válido ato administrativo com parte válida e parte inválida, conservando a primeira.
- Conversão -> aproveitamento dos elementos válidos de um ato anulável.
- Atos modificativos: suspensão; modificação; retificação.
- Atos desintegrativos -> Visam destruir ou fazer cessar os efeitos de um ato anterior. Art. 165º CPA.
- Revogação -> cessação dos efeitos de outro ato, por razões de mérito, conveniência ou
- Anulação administrativa -> destruição dos efeitos de outro ato, com fundamento em invalidade

Primeiro caso: conteúdo positivo porque produz um efeito.


Amplia vantagens, da uma licença.
Parecer: art. 91. Não é um ato administrativo, porque não produz
efeitos jurídicos externos. Ato endoprocedimental. Ato
meramente instrumental para auxiliar a prática de um ato
administradores.
Ex. O Ministério da agricultura pode pedir um comparecer ao
ministério das florestas e conservação da natureza.
Segundo caso: a lei prevê a situação, mas de igual forma é suscetível de concordância. Quando a câmara se pronuncia é
um ato secundário. Quando se ordena a demolição é um ato primário.

A resposta está em se é uma estatuição arbitrária.


Indeferiram e Reiterar.

. Validade e (≠) Eficácia do ato administrativo


- Validade -> momentos intrínsecos ao ato.
- Eficácia -> atos ou circunstâncias extrínsecas ao ato.
A validade e a eficácia distinguem-se uma da outra, desde logo porque podem existir atos válidos ineficazes, não
operativos, não produtores de efeitos jurídicos externos. Pelo contrário, podem existir atos inválidos mas eficazes, como
os atos anuláveis que produzem efeitos jurídicos. Eficácia diferida, condicionada ou suspensa.
- Eficácia instantânea à ex.: nomeação.
- Eficácia duradoura à ex.: concessão (esplanada; transportes públicos)
- Validade não é eficácia. São características que qualquer ato administrativo tem.
- Validade é a aptidão do ato administrativo. Para uma licença ter sido dada tem de ter conformidade com a lei,
porque a licença obriga a apresentar documentos, estes serem verificado. -> momentos intrínsecos ao ato.
- Eficácia: efetiva produção de efeitos jurídicos. Falta de comunicação pode alterar a eficácia. momentos
extrínsecos ao ato. 155º do CPA.
Requisitos de validade do ato administrativo
- Quanto aos sujeitos
- Quanto à forma e às formalidades
- Especialmente: a fundamentação
- Quanto ao conteúdo e ao objeto
- Quanto ao fim

Direito administrativo 16.04.2021 - Aula n. 16

1. Válido 2. Inválido
3. Inválido 4. Válido

“Há diferentes tipos de situações que podem gerar atos


inválidos”
Ex. Nomear alguém por telefone, sem a sequência de um
requerimento validamente apresentado.

.
Procedimento administrativo
Art. 1.º CPA): “sucessão ordenada de atos e formalidades relativos à formação, manifestação e execução da vontade dos
órgãos da Administração Pública”. Qual é o resultado do procedimento administrativo? A. Regulamento administrativo;
B. Ato administrativo; C. Contrato administrativo;
. Exercício
A Senhora apresentou um requerimento e fica a espera e depois. O procedimento administrativo é desencadeado pela
senhora, é a receita do ecrã da máquina. O decisório deve escolher os
ingredientes (burocracia) para validar, aceitar o requerimento.
(sucessão ordenada por fases). Fase iniciativa...+...+... = resultado
final.

Faltar um documento é o momento intrínseco ao ato administrativo, a


notificação é extrínseca.

. Fases do procedimento:
A. Fase preparatória:
1) Fase de iniciativa: Iniciativa por parte nossa ou por parte de uma administração pública. (coima por excesso de
velocidade vs licença de construção).->Requerimento
2) Fase instrutória: Fase em que são reunidos todos os elementos, ou seja, são apresentados os elementos (documentos
requeridos). Apresentar ao decisório os vários elementos requeridos. -> Parecer
3) Fase de audiência prévia dos interessados: o direito do administrado a ser ouvido num procedimento que lhe diz
respeito, sobretudo perante a hipótese de a decisão futura vir a ser-lhe desvantajosa, ainda que parcialmente, consubstancia um
dos primaciais direitos de defesa do cidadão perante os poderes públicos.
B. Fase de preparação direta da decisão: esta fase antecede a prática do ato administrativo, ou seja, da tomada da
decisão final.
C. Fase constitutiva ou decisória: nesta fase a Administração Pública vai proceder à ponderação e avaliação do quadro
fático fornecido pelas diligências concretizadas no âmbito da instrução e audiência dos interessados, formando-se a
vontade da Administração mediante a prática de ato administrativo.
D. Fase complementar (integrativa de eficácia): a regra geral é a de que o atoo administrativo não carece do
conhecimento do particular para produzir os seus efeitos jurídicos.
ABC = validade
D = extrínseco->Eficácia

Os pareceres (91º do CPA)consistem numa modalidade de atos instrumentais pertencente à categoria das <avaliações> e
que consiste na “apreciação de caráter jurídico ou relativo à conveniência administrativa ou técnica, emitida por órgão
consultivo, a propósito de um ato em preparação ou de realização eventual”. Esquema sintético sobre a classificação dos
“Pareceres”.
- Obrigatórios ou Facultativos consoante sejam exigidos ou não pela lei.
Dentro da categoria dos pareceres obrigatórios existem outros tipos de pareceres:
- Vinculativos (além de terem de ser pedidos, têm de ser acatados) e não vinculativos (têm de ser pedidos, mas não têm
de necessariamente ser observados, podendo o órgão competente decidir em sentido diferente ao do parecer).

. Casos práticos:
1. Resposta no Artigo 104º. Forma de apresentação dos requerimentos.
2. Easy, ir ao consulado e deixar o papel, correio eletrônico, e-mail. Pensar simples para resolver este tipo de questões.

- Quem é o Ricardo Silva?, falta de dados, NIF, morada, indicar qual é a praia, direção da praia, etc. Falta de documentação. Por
tanto, o presente requerimento não preenche os requisitos de forma .
Direito administrativo 21.04.2021 - Aula n. 17
. Os vícios do ato administrativo
A) Consequências jurídicas (nulidade e anulabilidade): só estamos a falar dos vícios dos atos administrativos. Algo que
ocorre e afeta a eficácia do ato administrativo. (O judicial não interessa para aqui).
Os vícios do ato administrativo:
- Usurpação de poder: “vício que consiste na prática por um órgão administrativo de um ato incluído nas atribuições do
poder legislativo, do poder moderados, ou do poder judicial, -e, portanto, excluído das atribuições do poder executivo. ->
ilegalidade orgânica. = todos os casos: nulidade (órgãos de soberania). Exemplo: AP viola a separação de poderes e atua
no âmbito da atuação da função legislativa.
- Incompetência: “vício que consiste na prática, por um órgão administrativo, de um ato incluído nas atribuições ou na
competência de outro órgão administrativo. -> ilegalidade orgânica.
Absoluta: “quando um órgão administrativo pratica um ato fora das atribuições da pessoa coletiva ou do
ministério ao que pertence” - > nulidade. Violação e invasão dos limites territoriais de atuação por parte de uma pessoa
coletiva que atua, no âmbito territorial de atuação de outra pessoa coletiva. Exemplo: a Autarquia local do Porto atua fora
da sua circunscrição geográfica e “invade” o âmbito territorial pertencente à circunscrição geográfica da autarquia local de
Vila Nova de Gaia.
Relativa: “quando um órgão administrativo pratica um ato que está fora da sua competência, mas que pertence à
competência de outro órgão da mesma pessoa coletiva. anulabilidade (menos grave). Exemplos: o Presidente da Câmara
Municipal x pratica um ato que pertence ao leque de competências da Câmara Municipal x = anulabilidade Funcionário
que pratica um ato, ao abrigo de uma delegação de poderes não publicada. = anulabilidade
- Vicio de forma: “vício que consiste na preterição de formalidade essenciais (vício procedimental) ou na carência de
forma legal (vício de forma em sentido restrito)”. -> ilegalidade formal = Casos do art. 161: nulidade. Outros casos:
anulabilidade (vicio material). Há vícios formais que são meras irregularidades, desprovidos de pertinência jurídica. Há
aproveitamento total do ato, sem o sindicar. Exemplo: mero erro de escrita ou de cálculo. Se o vício consistir na NÃO
OBSERVÂNCIA de FORMALIDADE ESSENCIAL legalmente prevista: gera a NULIDADE do ato administrativo.
Formalidades:
- anteriores à prática do ato (ex.: audiência prévia).
- relativas à prática do ato (ex.: votação em órgãos colegiais)
- carência de forma legal (ex.: decreto -> despacho).
- posteriores...? apenas produzem ineficácia.
Exemplos: Falta de identificação do autor do ato, como falta de cabeçalho. AA praticado por mero despacho quando a lei
expressamente exige a forma de portaria ou decreto. (161.n.2 al. g). Deliberação tomada fora da reunião formal para o
efeito. É exemplo de preterição de formalidades relativas à própria prática do ato administrativo.
- Violação de lei: “vício que consiste na discrepância entre o conteúdo ou o objeto do ato e as normas jurídicas que lhe
são aplicáveis”. É própria substância do ato, a decisão em que o ato consiste, que contraria a lei.

Modalidades:
- falta de fundamentação: incoerente, ininteligível, com argumentos contraditórios.
- erro;
- incerteza, ilegalidade, ou impossibilidade do conteúdo ou do objeto do ato;
- inexistência ou ilegalidade de pressupostos;
Exemplos: Ato administrativo que viola os princípios gerais da atividade administrativa, como o princípio da
proporcionalidade ou da igualdade. Fundamentação falsa ou com teor inverídico; com argumentos que não têm adesão à
verdade dos factos. -> Ilegalidade material = Casos do art. 161: nulidade. Outros casos: anulabilidade -> Vicio de forma
Procedimento: a regra é anulabilidade. Omissão ou preterição de etapas procedimentais: Nota: quando o vício
procedimental influi na própria decisão (ato administrativo) é simultaneamente um vício de conteúdo.
- Desvio de poder: Discrepância entre o fim legal e o fim real. “vício que consiste no exercício de um poder
discricionário por um motivo principalmente determinante que não condiga com o fim que a lei visou ao conferir tal
poder.”
Ideia-chave: fim legal vs fim real. ->Ilegalidade material
Modalidades:
- para fins de interesse público: anulabilidade.
- para fins de interesse privado: nulabilidade.
- Para invalidar: nulidade e (anulabilidade (situações que a lei considera menos grave)).
- Ato nulo: não produz efeitos jurídicos. Exemplo da hambúrguer.

Direito administrativo 23.04.2021 - Aula n. 18


.Exercícios
1) Violação de parecer pelo ato administrativo praticado. (nem sempre é problemático), vicio de forma.
Parecer: ato instrumental, na fase endo procedimental que não é administrativo porque só visa transmitir informação.
2) Se não tem assinatura, não é ato administrativo. (151 CPA) -> inexistência, folha de papel.
3) Inexistência de ato administrativo.
4) Telefonema não é ato administrativo. (150.º CPA)
5) Falta de qualquer procedimento leva a anulabilidade.
6) Tem validade mas não tem eficácia. Anteriores, posteriores e relativas. A notificação não afeta o AA. (114 CPA).
Mesmo não notificando, há ato.
7) Prática por um órgão administrativo de um ato administrativo fora das atribuições da pessoa coletiva a que pertence;
incompetência absoluta
8) Prática por um órgão administrativo de um ato da competência de outro órgão administrativo da pessoa coletiva a que
pertence; incompetência relativa
9) Prática de um ato administrativo com erro sobre os pressupostos de facto, dolo ou sob coação. Nulidade. Vicio de
forma

Direito administrativo 28.04.2021 - Aula n. 19

. Exercício prático
1. Ministro: pertence a um órgão de soberania que
encontra-se na Administração Estadual Direta Central.
Membros do governo mas não são AP. (Órgão máximo)
Secretário de Estado da Saúde: pertence a um órgão de
soberania que encontra-se na Administração Estadual Direta
Central. Membros do governo mas não são AP.
João: cidadão com personalidade jurídica.
INFARMED: Instituto Público Administração Estadual
Indireta.
2. Na primeira alinha, requerer não é um ato administrativo.
O ato de indeferimento é o único ato administrativo.
Só chama-se ato instrumental ao ato administrativo, não ao parecer. (Art. 91)

3. - Só temos um ato administrativo. Se requereu ao Ministro é porque ele têm competência. Incompetência relativa. Ou
delegação de poderes.
- Ato desfavorável e negativo.
- Temos uma situação onde o parecer era obrigatório e vinculativo.
- Não há fundamentação, anulabilidade porque não se enquadra em nenhum dos quadros do artigo 161. Concluímos em
sentido inverso ao artigo 161.
- Falta de notificação não gera vício.
- Falta de fundamentação e incompetência relativa.

A data é importantíssima, ler cada alinha com muito pormenor.


Requereu é importante porque deu início a um procedimento administrativo. (autorização)
O Ministro é um membro de um órgão de soberania (Governo) atua em colégio ou individualmente.
Resolução do conselho de ministro = regulamento.
- AP tem o dever de decidir (tem um prazo), é obrigada a decidir (princípio de decisão).
- Secretário de Estado de saúde = membro do governo ele é membro de um órgão de soberania.
Diferença entre um órgão central e um local, a primeira competências em todo o território nacional, o segundo é um território
específico. (competências territorialmente limitadas).
Direta – dirige, faz o que considere correto. (conduz a política geral do pais).
Indireta – recebe ordens mas escolhe o melhor caminho (exemplo TESLA).

. Nulidade e Anulabilidade
Nulidade:
- O ato nulo é totalmente ineficaz desde o início; A nulidade é insanável;
- Os atos nulos podem ser objeto de reforma ou de conversão;
- Há direito de desobediência face a um Ato administrativo nulo
- A que acresce o direito de resistência (art. 21 da CRP)
- A impugnação pode ocorrer a todo o tempo;
- A nulidade pode ser conhecida a todo o tempo por qualquer autoridade administrativa ou tribunal; e por qualquer
órgão administrativo.
- A nulidade pode ser declarada a todo o tempo.
- Anulabilidade:
- O ato anulável é juridicamente eficaz;
- A anulabilidade é sanável; o Ministro pode, mediante um ato secundário corrigir a situação juridicamente. (já que não
havia delegação de poderes)
- O ato anulável é obrigatório;
- O ato anulável só pode ser impugnado dentro de um certo prazo;
- O pedido de anulação só pode ser feito perante um tribunal administrativo.

- Ministro do ambiente: órgão de soberania.


- Z: sujeito jurídico.
- Presidente da Câmara: PCP. AABT.
- Ato administrativo: expropriação do terreno. É sempre
um ato primário, positivo e desfavorável.
- Vicio: desvio de poder, porque só queria pressionar ao
senhor a vender. (para interesse público = anulabilidade).
Direito administrativo 05.05.2021 - Aula n. 21
Garantias Administrativas:
- Aquelas que se “efetivam através da atuação e decisão de órgãos da AP”.
Garantias Petitórias:
- Abordar à AP para que atenda a determinadas razões, factos. São aquelas que o interessado pode lançar mão.
- Direito de Petição, direito de reagir contra a omissão legal de atos administrativos (184/1b CPA). Direito à informação
(art. 82 e 85 CPA). Direito de consulta do processo e de obter passagem de certidões (art. 83 CPA). Direito À informação
não procedimental e à informação pública e geral, 85 CPA e art 45/2 CPA).
- Representação, confirmar por escrito as decisões (tendo em consideração as consequências).
- Queixa, faculdade de promover a abertura de um processo que culminará na aplicação de uma sanção a qualquer
entidade sujeita ao poder sancionatório da AP. Em sentido estrito não é nem petitória, nem impugnatória. Não
pressupõe a existência de uma decisão prévia tomada pelo órgão ou agente de quem se apresenta queixa. Não há queixas
de atos jurídicos.
- Denuncia, ato pelo qual o particular leva ao conhecimento de certa autoridade a ocorrência de um determinado fato ou a
existência de uma certa situação sobre os quais aquela autoridade tenha, por dever de ofício, a obrigação de investigar.
Toda a queixa é uma denuncia, mas nem toda a denúncia é uma queixa. Na queixa sim inicia um procedimento. Não
está associada a nenhuma entidade.
- Oposição Administrativa: privados - iniciativas da AP.

Garantias Impugnatórias: atacar o ato administrativo. Operam perante um ato administrativo praticado, que
visam atacar. (art. 184 / 1 e 2 CPA). São meios de impugnação de AA perante órgãos da AP. (art. 185/3; art. 186. CPA).
- Reclamação. (192 e 192 do CPA). Consiste no meio administrativo ao dispor do interessado, para defesa dos seus
direitos e interesses legalmente protegidos, que hajam sido afetados por um ato administrativos ou pela omissão ilegal do
mesmo, sendo acionado perante o seu próprio autor. Meio de impugnação de um ato administrativo perante o seu próprio
autor. Reclamo para quem me praticou o ato. Recebi 500 e acho que tenho direito ao 1000. Mereço mais porque tenho
condições objetivas que não foram valoradas corretamente/como eu entendo que deveria ter sido).
Lógica: possibilidade de revogação ou anulação dos atos administrativos pelo respetivo autor.
Regime de reclamação facultativa.
Suspensão do prazo de impugnação contenciosa do ato administrativo (art. 190/3 CPA).
Não impede impugnação contenciosa na sua pendência. (art. 190 /4 CPA)
Prazo: 15 dias (191 / 3 CPA); 30 dias para decisão (art. 192/2 CPA).
- Recursos Hierárquico. (193 e 198 do CPA). garantia administrativo dos particulares que consiste em requerer ao superior
hierárquico de um órgão subalterno a revogação ou a anulação de um AA ilegal por ele praticado ou a prática de ato
ilegalmente omitido pelo mesmo. Passar por cima do decisor. Recorrer, por exemplo, ao presidente da Câmara. É grátis.
- Necessário ou facultativo (185/2 CPA)

Direito administrativo 07.05.2021 - Aula n. 22


- Art. 199 do CPA. recursos administrativos mediante os quais se impugna um ato praticado por um órgão de certa
PCP perante outro órgão da mesma pessoa PCP que, não sendo superior do primeiro, exerça sobre ele poderes de
supervisão. Quando não há relação hierárquica.
1. Recurso hierárquico impróprio: duas PCP diferentes onde uma tem mais poder do que outra. 2. Recurso tutelar:
recursos administrativos interposto de um ato ou omissão de uma PCA, perante um órgão de outra PCP que sobre ela
exerça poderes de tutela ou superintendência.
(199/1/3/4). Ex. deliberação de CM -> Governo (em matéria de organismo). Uma ordem não se pode comportar como um
sindicato.
. Exercício

1. Garantia petitória
2. Denuncia
3. Representação
4. Oposição administrativa.
5. Garantia petitória
6. Direito de oposição administrativa.

. Caso prático
Primeira alinha: há ato administrativo.
Segunda alinha: despacho 04abr2016
Terceira alinha: notificada 05mai2016
Quarta alinha: audiência prévia. Em processo
disciplinar são garantidas ao arguido a sua audiência
e defesa.
Quinta alinha: desconhece = não foi notificado.
Sexta alinha: recorreu ao Inspetor-Geral por tanto
aplicou uma garantia impugnatória (recurso
hierárquico).
Aposentação: sair de um lugar.

Terceiro parágrafo: T deveria recorrer a um recurso tutelar.


Ato administrativo: a sanção de aposentação. Ato que influencia o status, extingue (aposentação de cargo). Aplicação de
uma sanção aposentativa. Ato administrativo primário (artº 148 CPA) regula por primeira vez a situação da vida, ato
positivo, desfavorável.
Vício: houve um vício de forma porque o ato carece relativamente de forma legal (art. 161º / g). Incumprindo o art. Artigo
269. (Regime da função pública). Nulabilidade artº 161 / d ou l.
Desconhecer: falta de fundamentação. (152) vicio formal, anulabilidade. Incompetência relativa = anulabilidade.
Garantia administrativa: recurso hierárquico.
Direito administrativo 12.05.2021 - Aula n. 23
. O Direito Português e o acesso à informação procedimental e administrativa: o Acesso à Informação da
Administração Pública pelos Particulares. a. Em especial: Lei n.º 26/2016 de 22 de agosto. Há informação que não é
divulgada abertamente. Ex.: Sabemos quantos casos novos e mortes por COVID-19 há, (divulgação ativa da informação).
Mas não sabemos ao nível de Freguesia.

Primeira ideia chave: Temos duas


vertentes com respeito ao direito ao aceso
à informação: encontramos isto no artigo
11.º do CPA
- Vertente procedimental (Art. 11.º do
CPA)
- Extraprocedimental. (Art. 17.º do CPA)
Segunda ideia chave: temos direito a reter
certas informações. E também temos
direito a aceder aos registos
administrativos, que só certas matérias são
inalcançáveis para nós (Art.º 17.º).
. Princípios gerais da atividade administrativa. Art. 11.º, Art. 17.º
- Manifestação do direito à informação (constitucionalmente consagrado).
- Remonta à Lei n.º 65/93 de 26 de Agosto, Lei de Acesso aos Documentos Administrativos (LADA), revogada a partir de
01/08/2007, na redação da Lei 8/95 de 29 de Março, Lei 19/2006 de 12 de Junho, e pela Lei 46/2007 de 24 de Agosto de
2007. V. art. 18.º (princípio da proteção dos dados pessoais).
- Inovadoramente, o legislador abandonou o termo “todos os interessados” a fim de evitar questões de interpretação
designadamente com:
-“Interessados”; “Diretamente interessados”; “Legitimamente interessados”.
. Direito dos interessados à informação. Art. 82.º; Consulta do processo e passagem de certidões. Art. 83.º; Certidões
independentes do despacho. Art. 84.º; Extensão do direito à informação. Art. 85.º
Artigos 82.º, 83.º, 84.º = vertente procedimental.

- A primeira coisa: é o como a forma de aceso; Segunda coisa: quanto pago para aceder à informação. Terceira coisa: de que
modo posso pedir para aceder à informação. Quarta coisa: o que é que a Administração Pública responde.
É através de um requerimento que podemos pedir alguma coisa. (Art. 12.º) lei de comunicação. O prazo que a
administração pública tem para responder é de 10 dias. (Art. 15.º),

. Caso prático
1. Pode apresentar um requerimento, explicando que tem direito. E depois, ele, no fundo, apresenta um requerimento por
escrito. (Processo extraprocedimental porque está em arquivos).
2. Está errada porque C tem direito à informação e uma resposta dessas viola o direito à informação aberta.

1. a. – Lei n.º 26/2016 de 22 de agosto (Aprova o regime de acesso à informação administrativa e ambiental e
de reutilização dos documentos administrativos.
Extraprocedimental. (Art. 17.º do CPA), o acesso aos arquivos e registos administrativos é regulado por lei.
Artigo 3.º n. 1. Regula o acesso. Documentos nominativos = documentos pessoais, alinha b: documentos pessoais, alinha g:
reutilização, exemplos: o manual, CPA, mapas, dados estatísticos.
Artigo 4.º. a, b, c, d, e, f, g, h, i. Ex.: Não pode pedir dados sobre a conta bancário da sua mãe, porque o banco é uma entidade
privada, fora da lei n.º 26/2016.
Artigo 5.º - Não é absoluto.
Artigo 6.º Principais restrições ao direito de acesso. Alinhas 5 e 6.
Artigo 12/13.º a forma de acesso é diferente (alinha a), também pode ser através de uma plataforma (alinha a).
Artigo 15.º. Alinha 1, máximo de 10, depois podemos usar garantias administrativas para exercer o nosso direito de acesso à
informação.
Artigo 16.º podemos apresentar as nossas queixas.
Artigo 23.º n.º 3, alinha b. Exemplo do que faz o professor nas aulas.

1. Acesso extraprocedimental porque está em


arquivos.
2. Documento nominativo segundo o art. 3.º n.º 1.
alinha b da Lei . 26/2016. Porque inclui dados de saúde,
logo, se tem dados pessoais é um documento
nominativo.
3. Não parece-me válido. O requerente, neste caso
Guilhermina pode queixar-se no prazo de 20 dias após a
resposta do Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra. Art.º 16.º da Lei n.º 26/2016. É dela e a
justificação, e a lei só prevê restrições a terceiros, não há problema, como não é terceiro, se não ela, a pedir informações dela
própria, não tem porquê dar explicações.
4. Se é um familiar já se aplica (art.º 7.º).

Direito administrativo 14.05.2021 - Aula n. 24


- Nas relações mais próximas, são sempre terceiros (conjugue, companheiro de casa, estudante deslocado, etc.)
- A mãe, irmã, etc., pode ter aceso a informação pessoal com uma autorização.
Exemplos: se ao professor acontecesse alguma coisa, é a asseguradora a mais importante nesta matéria. Porque ela
tem autorização escrita na apólice de seguro que o professor assinou.
Direito à privacidade é fundamental e só perante circunstâncias muito específicas ele cede.

1. Como já acabou, já saíram as listas, o processo é


extraprocedimental. Estamos no quadro de um
procedimento já concluído.
2. Documento nominativo porque tem dados
pessoais. (CV, porque tem alguns dados
relevantes, embora alguns não sejam muito
relevantes, o importante é saber o que ela pus no
CV a privacidade não é direito suficiente para
proibir o direito ao aceso à informação),
Documentos administrativos que formam parte do
procedimento (Comprovativo).

Direito administrativo 19.05.2021 - Aula n. 25


. O Direito Português e o acesso à informação procedimental e administrativa.
. Resolução de casos práticos sobre a lei n.º 26/2016 de 22 de agosto.

Um reembolso está ligado a um ato administrativo


previamente concluído. Reembolso = exercer um direito.
Parece mais extra procedimental, porque parece que já foi
feito. Exemplo da autoridade tributaria, nós não decidimos se
temos de pagar ou de ser reembolsados.
“Eu só quero saber quando vou receber (mais ou menos
isto).”
Direito de queixa à CADA, porque nunca foi notificada,
pode presentá-la quando quiser. E deve ter resposta no prazo
doa 10 dias. O advogado quer saber porquê não foi. Artigo
5.º , o advogado vai ter aceso provavelmente.

Investigação jornalístico: extra procedimental


Procedimental quando se está a levar a
cabo.

-Cidadão identificado.
- Solicitou, ato administrativo.
- Extraprocedimental porque quem está a
pedir o processo não tem nada a ver com o
assunto.
- É preciso DINHEIRO😂 por parte da
E.P.E
- Direito de aceso à informação não é absoluto.
- A matéria relevantes são os e-mails com informações sobre as obras, e não os e-mails dos convites para sair tomar café. -
Correspondência oficial é sempre correspondência oficial.

- Entidades privadas não devem ter o direto à informação. Não se pode ir a uma empresa privada pedir informação. MAS Os e-
mail que caem na caixa de correio da autoridade pública são objeto de direito de aceso à informação.
- Documento administrativo: qualquer conteúdo que esteja na posse ou detido em nome de uma entidade pública. O Sr. tinha
aceso a tudo naquela matéria.
- Na correspondência exterior só o que estivesse na posse da entidade pública pode ser pedido.

Direito administrativo 21.05.2021 - Aula n. 25

. Responsabilidade Civil da Administração Pública por Atos de Gestão Pública: breve referencia
- Lei n.º 67/2007, de 31 de Dezembro. (no fim do manual).

. Código do Procedimento Administrativo

Artigo 1º: definições do procedimento administrativo.


Artigo 2º: âmbito de aplicação
Artigo 3º até 19º: princípios da administração pública.
Artigo 20º: definição de órgãos
Artigos 21º até 35º: órgãos colegiais (presidente, reuniões, quórum, votações...).
Artigo 36º: competência (irrenunciabilidade e inalienabilidade)
Artigos 44º até 50º: delegação de poderes.
Artigo 51º: conflito de atribuições.
Artigos 53º até 64º Disposições gerais do procedimento administrativo (iniciativa, dever de celeridade).
Artigos 65º até 76º: Relação jurídica procedimental (sujeitos, impedimentos, sanções.)
Artigos 82º até 85º: Do direito à informação (interessados)
Artigos 86º até 88º: Prazos
Artigo 88º: Medidas provisórias
Artigo 91º: Pareceres
Artigos 93º até 96º: Extinção do procedimento.
Artigos 97º até 101º: Procedimento do Regulamento administrativo.
Artigos 102º até 109º: Procedimento do Ato administrativo (requerimento inicial, forma de apresentação).
Artigos 110º até 114º: Das notificações (notificação do ato administrativo, forma de notificação).
Artigos 115º até 120º: Da instrução (provas)
Artigos 121º até 125º: Da audiência dos interessados (audiência prévia, dispensa de audiência)
Artigos 126º até 133º: Decisão e outras causas de extinção do procedimento. (atos tácitos, prazos, incumprimentos).
Artigo 134º. Regime, comunicações prévias.
Artigos 135º até 138º: Conceito de regulamento administrativo, relações entre os regulamentos.
Artigos 139º até 142º: Eficácia do regulamento administrativo.
Artigo 143º: invalidade do ato administrativo.
Artigo 145º: caducidade do regulamento.
Artigo 146º: revogação do regulamento.
Artigos 148º até 154º: Ato administrativo (conceito, menções obrigatórias, forma, dever de fundamentação...)
Artigos 155º até 160º: Eficácia do ato administrativo (eficácia retroativa, eficácia de deveres, publicação...)
Artigos 161º: Atos nulos, nulidade.
Artigo 162º: Regime de nulidade.
Artigo 163º: Atos anuláveis e regime da anulabilidade.
Artigo 164º: Ratificação, reforma e conversão.
Artigos 165º até 174º: Revogação e anulação administrativa (retificação, alteração, forma e formalidades, efeitos).
Artigos 184º até 190º: Reclamação e recursos administrativos.
Artigo 191º: Reclamação.
Artigo 193º: Recurso hierárquico.
Artigo 198º: Prazo da decisão do recurso hierárquico.
Artigo 199º: Recursos administrativos especiais.
Artigos 1º até 18º: Regime de acesso à informação.

Exame 2

Grupo II

1- Ministro da Ciência: AEDCE


DGES: AEDCE
Ministério da Ciência: AEDCE
Secretaria de Estado: AEDCE
Ministra de Relações: AEDCE

2.a- De acordo com art. 148 CPA, trata-se duma situação concreta, perante os poderes jurídico-administrativos e visa
produzir efeitos jurídicos. Mas como a Carolina não é um sujeito de direito administrativo, não é um ato administrativo.

2.b- Fase preparatória (iniciativa)

3. O requisito da especificação dos poderes que foram delegados pelo delegante para o delegado praticar. (Art. 47º).

4.a- Decisão do Secretario de Estado (indeferimento) 27FEV, ato primário, conteúdo negativo, permissivo.
Despacho 24FEV, ato primário, conteúdo positivo, permissivo, (ampliação de vantagens)

4.b- 24FEV: Vício de incompetência absoluta, leva a nulabilidade, art. 161/2º do CPA. Desvio de Poder (interesse
privado) leva a nulabilidade art. 161/2 do CPA.
21FEV não há vícios.

5. Garantia impugnatória: recurso hierárquico ao Ministro e não à secretária. Art. 193º do CPA. Facultativo (art. 185º do
CPA).

Grupo III

1. Extraprocedimental, porque no artigo 82º do CPA fala-se sobre o andamento e neste caso já terminou.

2. Pode-se queixar à CADA (art. 15º do CPA) que mais tarde irá dizer alguma coisa.
3. Artigo 17º do CPA.

4. Artigos 3º e 5º do CPA. Porque como é administrativo tem acesso sem demostrar interesse.

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