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PODERES DA ADMINISTRAÇÃO – TAMBÉM CONHECIDO COMO PODER

ADMINISTRATIVO

São prerrogativas que e o Estado tem para a busca do poder público. Quando lembrar
de poder lembrar de ferramentas para a pratica de interesse público.
Poderes da administração são instrumentos e ferramentas (prerrogativas) que o
Estado possui para a satisfação do interesse público.
Cuidado: Poderes da administração são diferentes de poderes do Estado. Poder do
Estado são elementos estruturais do Estado (elementos orgânicos ou
organizacionais).

Características desses poderes:


Não se trata de liberdade;
• O poder é de exercício obrigatório (não é faculdade), a idéia dever/poder vem de
Celso Antonio Bandeira de Melo;
• O poder é irrenunciável (o administrador não pode abrir mão, não significa dizer que
deve ser aplicada multa de transito sempre, presentes os requisitos é necessário
aplicar o poder – os administradores exercem função pública – em nome e no
interesse do povo, princípio da indisponibilidade do interesse publico). Não se pode
criar entraves, não se pode criar obstáculos para a futura administração.
• Há limites – definidos por lei. Essa limitação se transmuta na regra de competência
inicialmente (princípio da legalidade). Há de se verificar ainda o trinomio no caso em
concreto: a medida deve ser adequada, necessária e proporcional.
• No caso de extrapolação de limites cabe a responsabilização. A responsabilização é
possível no caso de ação ou omissão da autoridade. Na extrapolação de limites
acontece o que é conhecido como abuso de poder que pode ser dividido em:
a) abuso de poder - excesso de poder: acontece quando a autoridade extrapola os
limites, vai além do que lhe era permitido, extrapolar o limite de competência;
b) abuso de poder – desvio de finalidade: vicio ideológico – vicio subjetivo, defeito na
vontade. Há a competência, mas a finalidade pode se exteriorizar por meio de
vingança, ou vexame. – o vicio ideológico é difícil de ser provado.

Divisão do poder quanto ao grau de liberdade (os doutrinadores modernos criticam


a divisão, pois o que seria vinculado ou discricionário seria o ato e não o poder. E não
há poder que seja absolutamente vinculado ou discricionário)
• Poder Vinculado: é aquele que o administrador não tem liberdade, não possui juízo
de valor, não tem conveniência e oportunidade. Preenchidos os requisitos legais o
administrador deve praticar o ato. ex. licença para dirigir, para construir.
• Poder Discricionário: é aquele que tem liberdade, possui juízo de valor, tem
conveniência e oportunidade. Sempre dentro dos limites da lei. Ser discricionário não
significa liberdade total. Praticar fora dos limites da lei é conduta arbitraria e conduta
ilegal. Ex. permissão de uso de bem público (ex. mesinhas na calçada, sendo que
calçado é bem público); os veículos mais longos e mais largos transitem pelas vias é
necessária uma autorização – de acordo com a cidade, o veiculo, o horário.
PODER HIERÁRQUICO
Está ligado a idéia de hierarquia, que significa escalonar, estruturar, hierarquizar os
quadros da administração. O exercício do poder hierárquico é estabelecido quais são
os superiores e quem são os subordinados. Dar ordens, controlar e fiscalizar o
cumprimentos dessas ordens. No exercício do poder hierárquico é possível rever os
atos que estão em escala inferior. Também há a possibilidade de delegação e
avocação de função dentro do exercício de hierarquia. Se o subordinado cometer
infração pode-se fazer a aplicação de penalidades (os doutrinadores sustentam que o
podem disciplinar esta embutido no poder hierárquico).

PODER DISCIPLINAR
Ë a ferramenta que tem a administração para apenar, punir a prática de infrações
funcionais. Qualquer pessoa pode ser atingida pelo poder disciplinar? Não, apenas
aqueles que estão exercitando a função pública. Atinge aqueles que estão na
intimidade da administração pública (aqueles que estão no exercício de função
pública). Hely dizia que o poder disciplinar era em regra discricionário, que significa
que em regra é discricionário, e às vezes vinculado. Hoje a discricionariedade é
entendida como discricionariedade limitada, restrita, não é liberdade plena. Verificada
a prática da infração a instauração de um processo é dever – decisão vinculada. No
decorrer do processo é preciso demonstrar e definir a infração praticada. Ao se falar
da definição, não acontece como no direito penal, que possui as condutas bem
delimitadas, definidas. Em direito administrativo é diferente (ex conduta escandalosa –
o que é?), não é definido por regras rígidas, não há verbo determinado, traz por vezes
conceito vago ou indeterminado que depende de juízo de valor. Por vezes,
dependendo do estatuto é preciso levar em conta a gravidade e o dano causado pela
conduta. Portanto, definir a infração é valoração, portanto decisão discricionária.
Cuidado: no que se refere à pena aplicada para a infração não é discricionária, mas
sim decisão vinculada.
ADI 4638 – leitura importante.

PODER REGULAMENTAR
Também conhecido como poder normativo
Ë o instrumento de que dispõe o Estado para disciplinar, normatizar, complementando
a previsão legal, buscando a sua fiel execução. Exemplo: decreto regulamentar,
instruções normativas, portarias, resoluções, regimentos, deliberações.
O pregão que serve para a aquisição de bens e serviços comuns (há uma lista que
define o que são serviços e bens comuns – sim decreto regulamentar – que
complementa a previsão legal, buscando a sua file execução).

Qual a diferença entre regulamento e decreto?


Sempre que falar de decreto é falar de forma, regulamento diz respeito ao conteúdo. O
ideal é chamar de decreto regulamentar. Um regulamento é diferente de lei. O decreto
regulamentar é ato do chefe do executivo. A lei é feita pelo Congresso Nacional. A
maior representatividade que é expressa pelo Congresso Nacional, que é feito por
meio de processo legislativo. No decreto regulamentar não há formalidade.
Regulamento executivo, e regulamento autônomo:
Regulamento executivo: aquele que complementa a previsão legal, busca a sua fiel
execução. O regulamento tem fundamento de validade na lei, significa que há lei
anterior – está previsto no artigo 84, inc. IV da CF.
Regulamento autônomo: não depende de lei anterior. O fundamento de validade é a
própria CF. Exerce o papel da lei. O regulamento autônomo não tem lei anterior. O
fundamento de validade á a própria CF. Essa hipótese já foi reconhecida no Brasil.
STF: o regulamento autônomo é possível no Brasil, a partir da emenda constitucional
32/2001 – alterou o artigo 84, inc. VI da CF. É possível na hipótese de ser
expressamente autorizado pela CF. Ex. a criação de cargo é feita por lei, e sua
extinção é por lei. Se o cargo estiver vago pode ser extinto por decreto regulamentar.
Para Hely Lopes Meireles é possível autônomo, trata-se de faculdade implícita no
poder de chefia da administração.
Para Celso Antonio Bandeira de Melo, defende que não é possível autônomo no
Brasil, mas se trata de posição minoritária.

PODER DE POLÍCIA
É a prerrogativa, é o instrumento de que dispõe o Estado para condicionar, restringir,
frenar, o exercício das atividades pelo particular em busca do interesse público. Poder
de policia nada mais é do que a compatibilização do interesse público X interesse
privado, primando pelo bem estar social. O poder de policia atinge basicamente dois
direitos: liberdade e propriedade; Ex: edifícios a beira-mar só podem ter oito andares
no máximo. No exercício de poder de policia o estado não tira o direito a liberdade ou
a propriedade, mas regula a forma de exercê-lo. O poder de policia gera dever de
indenizar? Não, pois não gera a retirada do direito. Não incide sobre a pessoa, mas
incide sobre os direitos, bens, interesses. Tem três desdobramentos: Preventivo,
fiscalizador, sancionador (repressivo).
Poder de policia preventivo: definição da velocidade, previne-se prejuízo.
Poder de Policia fiscalizador: fiscal que vai até estabelecimento para verificar as
situações sanitárias do empreendimento.
Poder de Policia sancionador: fechamento de estabelecimento;
Quando o poder público estabelece regras sanitárias é poder de policia, que se
exterioriza por meio de atos normativos.
O poder de policia pode ser exercido por atos normativos (poder regulamentar), ou
atos punitivos (ex. multa de transito – também exercício do poder de policia).
# Pelo exercício do poder de policia: Há a possibilidade de taxa de policia (art. 78
CTN) é tributo vinculado à contraprestação estatal – corresponde a ao custo da
diligência no exercício do poder de policia.
Poder de policia tem fundamento no exercício de supremacia geral: representa a
atuação do poder público que independe de qualquer relação jurídica anterior. Se
difere da supremacia especial é aquela relação do poder público que depende de
vinculo anterior, se depende de relação jurídica anterior não há poder de policia. Ex.
aluno que picha as paredes de escola e é expulso, não é poder de policia, pois há
vinculo anterior.
13/04/12
DELEGAÇÃO DO EXERCÍCIO DO PODER DE POLICIA
ADI 1717
- STF – conselho de classe exerce poder de policia – poder de policia nas mãos de
particular compromete a segurança jurídica – o poder de policia não pode ser
transferido (delegar) ao particular, por comprometer a segurança jurídica.
Atos materiais de policia (também conhecido como atos instrumentais no exercício de
poder de policia, ou atos preparatórios): o ato material de policia (ex. o bater a foto no
radar, implodir prédios condenados – a administração pública não detém a tecnologia
e a pericia pra fazê-lo) esse pode ser dado ao particular.

Atributos do poder de policia


1) Discricionariedade: no exercício do poder de polícia, ele é em regra discricionário
(ex. decidir a velocidade máxima para trafegar permitida em uma avenida). Não
significa dizer que não há exceções: a licença para dirigir é exercício do poder de
policia vinculado – pois se o candidato obter todas as aprovações necessários a sua
licença deve ser concedida.

2) Autoexecutoriedade: o administrador pode atuar sem o controle prévio, sem


autorização previa do poder judiciário (ex. estabelecimento que não respeita regras
sanitárias, para fechar o estabelecimento não é necessário requerer autorização
previa do poder judiciário, mas se o proprietário indignado pode buscar resguardo no
judiciário – não impede que a parte insatisfeita recorra ao judiciário). Tem divergência:
para a doutrina majoritária ela se subdivide em dois enfoques distintos:
a) exigibilidade: significa pó poder que tem o administrador de decidir sem o judiciário,
está presente em todos os atos administrativos, meio de coerção indireto;
b) executoriedade: executar sem o judiciário - está se falando em “colocar a mão na
massa”, é meio de coerção direto – Cuidado!!! Nem sempre está presente, só é
possível em situações previstas em lei ou situações urgentes;

# Todo o ato de poder de policia goza de autoexecutoriedade (isso se levando


em conta os dois enfoques distintos)?
Não, pois a executoriedade nem sempre está presente, a exemplo de sanção
pecuniária. A executoriedade é um dos desdobramentos da autoexecutoriedade.

3) Coercibilidade ou imperatividade: o poder de policia é em regra coercitivo e


imperativo. Cabe exceções;

A policia administrativa é diferente da policia judiciária;


a policia administrativa, diz respeito ao poder de policia e pode ser exercida por
diversos órgãos competentes;
A policia judiciária cuida da repressão dos crimes,

ATO ADMINISTRATIVO
Ato X Fato
Fato: acontecimento no meio em que vivemos, nasceu alguém, morreu alguém,
choveu muito são todos acontecimentos, quando o acontecimento produz efeitos no
mundo jurídico, atinge a ordem jurídica chamamos de fato jurídico; se o acontecimento
produz efeitos dentro da orbita do direito administrativo ele é chamado de fato
administrativo (com a morte de funcionário público, há a vacância, e portanto, novo
concurso será feito para provimento no cargo);
O fato é diferente do ato:
Ato é a manifestação de vontade, que pode produzir ou não efeitos no mundo jurídico;
se essa manifestação produzir efeitos no mundo jurídico será um ato jurídico, e se ele
produzir efeitos na orbita do direitos administrativo será um ato administrativo.
Ato da administração: quem pratica o ato é a administração – quem fez, quem praticou
esse ato foi a administração. Quando a administração pratica os atos ela pode fazê-lo
sob dois regimes diferentes: no regime público e no regime privado. Quando o ato
administrativo ganha regime público também são chamados de atos administrativos,
existem atos do regime público que estão dentro ou estão fora da administração
(podem estar em empresa privada);
• Há atos da administração quem praticou foi a administração com o regime privado;
• Há atos da administração quem o praticou foi a administração, mas são também atos
administrativos porque seu regime é público (são as duas coisas são atos
administrativos porque quem o praticou foi a administração e seu regime é publico);
• Há atos da administração que são apenas atos administrativos porque foram
praticados fora da administração (praticado por concessionária ou permissionária de
serviços – ex. quem não paga a conta de telefone a empresa corta – é um ato que
quem pratica é uma empresa privada – a concessionária é empresa privada)
Conceito de ato administrativo:
Nada mais é do que uma manifestação de vontade do Estado ou de quem o
represente (ex. concessionárias, permissionárias de serviços), essa manifestação de
vontade vai criar, modificar ou extinguir direitos protegendo o interesse público,
estando sujeito a regime jurídico de direito público. Mas o ato administrativo ele é
complementar, inferior a lei (ato infralegal), estando sujeito a controle pelo poder
judiciário – controle de legalidade (seria um conceito em sentido amplo).
Em sentido estrito:
Tem duas características a mais: além de tudo dito anteriormente, o ato vai ser
concreto e unilateral – Hely Lopes Meireles.

Elementos (ou requisitos do ato administrativo) – de acordo com a doutrina


majoritária
Utiliza como fundamento a lei de ação popular Lei 4.717/65 – vamos tratar de cinco
elementos
• Sujeito Competente: sujeito é aquele que esta no exercício de uma função pública, é
o chamado agente público – é todo aquele que exerce função pública de forma
permanente ou transitória, com ou sem remuneração. O agente público precisa ser
autoridade competente para praticar o ato; a fonte da competência normalmente é a
lei, e excepcionalmente na CF; a competência administrativa tem características que
vale lembrar:
- A competência administrativo é poder-dever, tem cunho obrigatório, que significa
dizer que o administrador não possui liberdade;
- Além de ser irrenunciável, não pode ele abrir mão da competência, é portanto
imodificável pela vontade do administrador – o que a lei faz o administrador não pode
modificar;
- A competência é imodificável pela vontade das partes;
- Não admite transação – não pode ser negociada;
- É imprescritível, por exemplo se durante dez anos não foi exercida a competência,
ela não será perdida;
- Não pode ser prorrogada – quer dizer que a competência administrativa é
improrrogável;
Em relação à delegação de competência, deve ser uma exceção sempre justificada –
acontece aqui, a delegação cria uma competência cumulativa, pois A que era
competente continua sendo, e B que não era passa a ser.
Na avocação de competência há o caminho inverso: a competência era de B, mas A
pode puxar essa competência. Tanto a avocação quanto a delegação dependem de
autorização legislativa; ambas estão proibidas em algumas circunstancias:
- ‘não se admite delegação quando a competência for exclusiva –
é diferente da competência privativa caso em que “compete privativamente a União”
aqui a União pode transferir;
- delegação para atos normativos é vedada;
- decisão em recurso administrativo;
Ler artigo 11 a 15 da lei 9.784/99;
Elementos definidores:
Em razão da matéria, território, grau hierárquico;

• Forma: é sempre a forma prevista em lei; é necessária a exteriorização da vontade,


essa exteriorização deve atender formalidades específicas, não pode ser exteriorizado
de qualquer maneira. Atos administrativos no Brasil, em regra devem ser praticados
por escrito (a exceção é o ex. do artigo 60 da lei de licitações – contrato verbal),
portando vale o princípio da solenidade.
O silencio administrativo é nada jurídico, nem sim nem não, significa que não produz
efeito algum; Cabe mandado de segurança – pois gera lesão ao direito liquido e certo
de petição (direito de pedir e ter resposta), artigo 5°, inc. XXXIV da CF

• Motivo:
• Objeto:
• Finalidade:

Para Celso Antonio Bandeira de Mello (posição minoritária)


•Elementos: é condição para existência de ato jurídico (exteriorização da vontade); o
restante é pressuposto:
Pressuposto de existência: é condição para que exista ato administrativo (ex. assunto
em direito administrativo);
Pressuposto de validade: é condição para ato administrativo válido (ex. forma do ato);

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