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NOÇÕES DE DIREITO
A norma jurídica tem uma estrutura que tem no seu conjunto seguintes
elementos:
Previsão ou hipótese
Estatuição ou Consequência
Ex2: art. 131 CP – Quem matar outra pessoa é punido com pena de prisão de 8
a 16 anos.
Ex3: art. 130 do Código Civil: "Aquele que perfizer 18 anos de idade adquire
plena capacidade de exercício de direito, ficando habilitado a reger a sua
pessoa e a dispor dos seus bens".
EX4: nº1 do art. 284 da Constituição Portuguesa: "A Assembleia pode rever a
Constituição decorridos 5 anos sobre a data da publicação da última lei de
revisão ordinária".
EX5: art.122 do Código Civil: "É menor quem não tiver completado 18 anos de
idade".
Estatuição - É menor
Por: Aurélio Tinga - ESJ
Uma norma jurídica pode ter mais de uma previsão e mais de uma estatuição
ou ainda pode começar com a estatuição e terminar com a previsão.
Ex2: artigo 1323 do CC. “Aquele que encontrar animal ou outra coisa móvel
perdida e souber a quem pertence, deve restituir o animal ou a coisa a seu
dono ou avisar este do achado, se não souber a quem pertence, deve anunciar
o achado pelo modo mais conveniente, atendendo ao valor da coisa e as
possibilidades locais, ou avisar as autoridades, observados os usos da terra,
sempre que os haja (…)”.
Previsao1: aquele que encontrar animal ou outra coisa móvel perdida e souber
a quem pertence…
FONTES DE DIREITO
A lei e o costume tem a ver com a criação ou formação das normas jurídicas,
enquanto a jurisprudência e a doutrina tem a ver com a sua revelação apenas.
os tribunais, os notários, os estudiosos do Direito não criam a lei, mas sim
procuram conhece-la e destaca-la.
1
Paulo Nader, Introducao ao Estudo de Direito, pag
Por: Aurélio Tinga - ESJ
A Lei
A palavra ou a expressão lei, mesmo restrita ao domínio do direito, assume
quatro (4) significados principais que são:
- Sentido latíssimo
- Sentido lato
- Sentido intermedio
- Sentido restrito
Por: Aurélio Tinga - ESJ
Em sentido latíssimo lei significa o direito ou regra; por ex: quando dissemos a
lei proíbe, a lei impõe.
Em sentido lato lei também significa regra jurídica criada por certa forma,
criada por decisão e imposição de uma autoridade com poderes para tal.
A Constituição
Segundo o Prof. Castro Mendes, a constituição é a Lei fundamental do Estado
que fixa os grandes princípios da organização politica e da ordem jurídica em
geral e os direitos e deveres fundamentais dos cidadãos.
A constituição é designada lei fundamental, pois ai estão consagrados e
protegidos os direitos, garantias e deveres fundamentais do cidadão e
estabelecidas as regras de organização e funcionamento dos órgãos estaduais
superiores, nomeadamente os que exercem o poder legislativo, pelo que é
evidente que assume uma posição de supremacia sobre as leis ordinárias
(emanadas por qualquer órgão estadual no exercício do poder legislativo).
3- Leis
Nas leis ordinárias intervêm o poder legislativo para a produção de lei strito
sensu. Trata-se de lei em sentido formal ou solene e tem a ver com o
mecanismo clássico de produção legislativa.
Por: Aurélio Tinga - ESJ
a) Iniciativa
Segundo o artigo 182 da CRM a iniciativa de Lei compete aos Deputados, aos
grupos parlamentares, através de projecto de lei (iniciativa parlamentar), ao
Presidente da Republica e ao Governo (Conselho de Ministros), por via de
proposta de lei (iniciativa governamental).
b) Discussão e votação
Entregue o projecto ou proposta de lei na Assembleia da Republica, e sendo
aceite e inscrito na ordem do dia do parlamento, haverá uma apresentação
perante o plenário, podendo os deputados apresentar propostas de alterações
(emenda, substituição, aditamento ou eliminação).
c) Promulgação
Por: Aurélio Tinga - ESJ
C) A Publicação
A publicação é o meio de levar a lei ao conhecimento dos seus destinatários.
Para poderem ser aplicadas, para terem eficácia, as leis têm de ser publicadas.
A lei só se torna obrigatória apos a sua publicação em Boletim da Republica. A
falta de publicação acarreta a ineficácia da lei, nos termos do nº. 1 e 2 do art.
Por: Aurélio Tinga - ESJ
162 e alínea a) do n.º1 do artigo 143 ambos da CRM conjugado com o nº. 1 do
artigo 5 do Código Civil.
D) Entrada em Vigor
A regra geral consta do nº2 do artigo 5 do Código Civil que estabelece que
“entre a publicação e a vigência da lei decorrerá o tempo que a própria lei fixar
ou, na falta de fixação, o que for determinado em legislação especifica”.
da citada lei que, o prazo em referência conta da efectiva publicação das leis e
demais diplomas legais, sendo este que neles deve constar.
2 - Os Decretos –Leis
3 - Decretos
São actos normativos emanados pelo executivo no desempenho das suas
competências constitucionalmente estabelecidas com o objectivo principal de
levar acabo as suas atribuições.
4 - Regulamentos
Também são actos do poder executivo para facilitar a execução das leis, as
quais a sua vigência e obrigatoriedade tem tal necessidade. As autarquias
locais gozam igualmente do puder regulamentos -art 286 de CRM, podendo
elaborar regulamentos e posturas.
a lei deixa de vigorar. Também não é assim porque o próprio direito é mutável,
sendo por isso que, uma lei que entra em vigor, há de, eventualmente, deixar
de vigorar.
Assim, temos duas formas de cessação da vigência de uma lei, como resulta da
analise do vertido no artigo 7 do Código Civil:(i) Caducidade e (ii) Revogação
Exemplo, o artigo 218 do Código penal dispõe que “Aquele que tiver coito com
qualquer pessoa, contra sua vontade, por meio de violência física, de
veemente intimidação, ou de qualquer fraude, que não constitua sedução, ou
achando-se a vitima privada do uso da razão, ou dos sentidos, comete o crime
de violação e será punido com a pena de prisão maior de 2 a oito anos”. Mas o
artigo 222 do mesmo diploma legal, prevê a violação, dispondo agora que as
penas serão substituídas pelas imediatamente superiores (…) al. f)” se a
violação for cometida por pessoal pertencente às forças armadas,
paramilitares, policia ou segurança privada”.
Por: Aurélio Tinga - ESJ
Temos assim no exemplo anterior que a norma do artigo 222, na sua previsão,
já cabia na do artigo 218, de tal modo que se não existisse o artigo 222 o caso
nele previsto caía inteiramente no âmbito do artigo 218. O que o artigo 222 faz
é selecionar uma hipótese particular (especial) das muitas que cabiam no
artigo 218 para estabelecer um regime de punição diferente em relação com
aquele.
- A lei especial revoga a lei geral - lex specialis derroget legi generlli.
A lei especial destina-se a regulamentar matérias disciplinares, casos especiais,
que necessitam de disciplina diferente da prevista na lei geral.
Quid júris se uma lei que revogara outra é, por sua vez revogada. Tal facto
implicará, por si só, a vigência da primeira lei revogada?
Exemplo, supõe se a sucessão de três leis – (A), (B) e (C). A lei (B) revogou a lei
(A) e a lei (C), por sua vez, revogou a lei (B). O facto de a segunda lei (B),
revogatória da primeira (A), ser por sua vez revogada pela terceira (C), não
opera a repristinação da primeira, isto é, não a faz renascer, não põe de novo
em vigor a primeira lei (A).