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• INSTITUTOS FUNDAMENTAIS

DO DIREITO PROCESSUAL

• Jurisdição
• Competência

Profª. Me. : Elisângela Ap. De Medeiros


Disciplina: Direito Processual Civil I
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO

TERRITORIALIDADE (ADERÊNCIA AO TERRITÓRIO): O juiz


devidamente investido de jurisdição só pode exercê-la dentro
do território nacional, como consequência da limitação da
soberania do Estado brasileiro ao seu próprio território.

OBS1: Normas jurídicas limitam o exercício legítimo da


jurisdição a um determinado território (Justiça Estadual –
Comarca; Justiça Federal – Seção Judiciária). Trata-se das
regras de competência territorial.
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO

OBS2: Sempre que for necessária a prática de


atos fora dos limites, utiliza-se da carta
precatória (dentro do território nacional) ou da
carta rogatória (fora do território nacional).
Art. 260 ao art. 268 CPC
OBS3.: Lugar onde a decisão tem que ser
proferida não se se confunde com o lugar onde
ela deva produzir seus efeitos.
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO

INDELEGABILIDADE:
a) EXTERNA: Tendo o Poder Judiciário recebido da própria CF a
competência jurisdicional, não poderá delegar tal função a outros
Poderes ou outros órgãos que não pertencem ao Poder Judiciário.
b) INTERNA: Determinada concretamente a competência para uma
demanda, por meio das regras de competência, o órgão jurisdicional
não poderá delegar sua função para outro órgão jurisdicional.
II) Art.102, I, m, CF – STF delega a função executiva de seus
julgados ao juízo de 1º grau.

INEVITABILIDADE/IMPERATIVIDADE (manifestação de um poder):


Vinculação obrigatória dos sujeitos processuais ao processo judicial.
Colocam os sujeitos que dele participam num ESTADO DE
SUJEIÇÃO, o que significa dizer que suportarão os efeitos da
decisão, ainda que não gostem ou não concordem.
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO

INAFASTABILIDADE (DO CONTROLE


JURISDICIONAL) (ART.5º, XXXV, CF):

“A lei não excluirá da apreciação do Poder


Judiciário lesão ou ameaça de lesão a direito”.
ASPECTOS DESTE PRINCÍPIO:
a) Relação entre a jurisdição e a solução
administrativa de conflitos: A procura pelo
Judiciário não está condicionada ao
esgotamento e prévio requerimento na via
administrativa.
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO

INAFASTABILIDADE
b) Acesso à ordem jurídica justa:

1) deve-se ampliar o máximo possível o acesso ao processo;

2) acesso aos necessitados econômicos (Lei 9099/95);

3) tutela jurisdicional coletiva (ACP, CDC);

4) eficácia da decisão (ganhou, mas não levou);

5) razoável duração do processo.


PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO

JUIZ NATURAL (ART.5º, LIII, CF):

Ninguém será processado senão pela


autoridade competente.
Impossibilidade de escolha do juiz para
o julgamento de determinada demanda;
Proibição de criação de tribunais de
exceção (art. 5º, XXXVII, CF)
CARACTERÍSTICAS TEMA IMPORTANTÍSSIMO

JURISDIÇÃO
Substitutividade
Definitividade

Imperatividade

Inafastabilidade

Indelegabilidade

Inércia

Investidura
Substitutividade O juiz, ao decidir, substitui a
vontade dos conflitantes pela dele (Chiovenda).
Definitividade Somente as decisões judiciais
adquirem, após certo momento, caráter definitivo,
não podendo mais ser modificadas. Os atos
jurisdicionais tornam-se imutáveis e não podem
mais ser discutidos.
Imperatividade As decisões judiciais têm força
coativa e obrigam os litigantes.
Inafastabilidade A lei não pode excluir da apreciação
do Poder Judiciário nenhuma lesão ou ameaça a
direito (CF, art. 5º, XXXV).
Indelegabilidade A função jurisdicional só pode ser
exercida pelo Poder Judiciário, não podendo haver
delegação de competência, sob pena de ofensa ao
princípio constitucional do juiz natural.
Inércia A jurisdição é inerte, isto é, ela não se
mobiliza senão mediante provocação do
interessado.
Investidura Só exerce jurisdição quem ocupa o
cargo de juiz, tendo sido regularmente investido
nessa função. A ausência de investidura implica
óbice intransponível para o exercício da jurisdição,
pressuposto processual da própria existência do
processo.
COMPETÊNCIAS

Conceito de Jurisdição está ligado à soberania.

ATENÇÃO: a jurisdição é una enquanto função estatal; todavia, sua atribuição


pode ser dividida.

A quantidade de jurisdição atribuída aos órgãos


jurisdicionais para que possam aplicar o direito é
denominada COMPETÊNCIA.

Para que a “divisão do trabalho” relativa à


administração da justiça seja bem sucedida, há
vários critérios invocados pelo legislador.
COMPETÊNCIAS

Há uma estrutura diferenciada em cada um


dos casos, inclusive para fins recursais (cuja
apreciação é feita, em regra, pelos Tribunais).

Há diferenças quanto ao período de dias sem


expediente, necessidade de recolhimento e
valores de custas, além da existência de
diferentes regimentos internos dos diversos
Tribunais, entre outros aspectos.
COMPETÊNCIAS

Conforme a natureza do conflito de interesses (litígio)


discutido em juízo, uma das “justiças” será a competente, em
detrimento de qualquer outra (conforme a competência
prevista na Constituição Federal).

As Justiças Trabalhista, Eleitoral e Penal Militar são também


conhecidas como “justiças especializadas”, em
contraposição à “justiça comum”, que compreende as
Justiças Ordinária Federal e Estadual.
COMPETÊNCIAS

Estrutura diferenciada em cada um dos casos,


inclusive para fins recursais (cuja apreciação é feita,
em regra, pelos Tribunais).

Por tal razão, há diferenças quanto ao período de


dias sem expediente, necessidade de recolhimento
e valores de custas, além da existência de
diferentes regimentos internos dos diversos
Tribunais, entre outros aspectos
Justiça Ordinária Federal (CF, art.
109, I)

Matéria cível Estadual


(CF, art. 125)

Justiça Trabalhista
Extraordinária (CF, art. 114)
/Especial
Eleitoral
(CF, art. 118)
Justiça Ordinária Federal (CF, art.
109, I)

Matéria Penal Estadual


(CF, art. 125)

Justiça Penal Militar


Extraordinária (CF, art. 122)
/Especial
Eleitoral
(CF, art. 118)
Estrutura jurisdicional brasileira é a seguinte:
1.o grau Tribunal (2º Grau) Tribunal Superior

Justiça Estadual (juízes TJ (Tribunal de Justiça) STJ (Superior Tribunal de Justiça)


estaduais acumulam varas
eleitorais)

Justiça Federal (juízes federais) TRF 3.o Região (Tribunal STJ (Superior Tribunal de Justiça)
Regional Federal jurisdição em SP
e MS)

Justiça do Trabalho (juízes do TRT 2.a e 15.a Regiões (Tribunal TST (Tribunal Superior do
trabalho) Regional do Trabalho – 2.a: SP e Trabalho)
litoral; 15.a: interior SP)

Justiça Eleitoral (juízes estaduais TRE (Tribunal Regional Eleitoral) TSE (Tribunal Superior Eleitoral)
acumulam varas eleitorais)

Justiça Militar (dos Estados e da TJM (Tribunal de Justiça Militar STM (Superior Tribunal Militar –
União) (juízes-auditores e dos Estados – hoje só em SP, MG cf. competência na Lei
Conselhos de Justiça) e RS) 8.457/1992
COMPETÊNCIAS

No âmbito da Justiça Federal, existem no Brasil 5 Tribunais Regionais Federais.

Além de tais órgãos julgadores, a Constituição Federal, no seu art. 98, prevê,
ainda, a existência de Juizados Especiais para causas cíveis (de menor
complexidade).

A Lei 9.099/1995 criou os Juizados A Lei 10.259/2001 criou os Juizados


Especiais Cíveis (JEC) no âmbito Especiais Federais (JEF), cuja
estadual, cuja competência é relativa: competência é absoluta para as
as partes podem optar pela demandas nas quais o valor da causa
tramitação em tal órgão julgador se a não ultrapasse 60 salários mínimos.
causa tiver o valor de até 40 salários
mínimos.
A Lei 12.153/20094 criou os Juizados Especiais das Fazendas Públicas no
âmbito dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, com
competência absoluta para as causas cíveis envolvendo tais entes, até o valor de
60 (sessenta) salários mínimos
como guardião da Constituição, acima de todos
esses órgãos, há o Supremo Tribunal Federal (STF),
cuja competência se encontra no art. 102 da CF5.

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