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DIREITO CONSTITUCIONAL

APLICADO II

Prof. Me. Cleber V. T. Vianna.


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I. PODER JUDICIÁRIO
I.1. Conceito:
A função judicial é o poder que tem o Estado de dizer o direito,
exerce suas atribuições de forma autônoma segundo os
ditames das liberdades constitucionais. É autorizado à prática
de funções típicas e atípicas nos limites pré-estabelecidos no
ordenamento jurídico e assim, garante a consolidação dos
princípios nacionais, dos direitos fundamentais e da segurança
das relações jurídicas por ele analisado. (VIANNA, 2014).
I.2. Características:

 Toda administração pública é organizada de forma


hierárquica e o Poder Judiciário como função típica de Estado,
assim procede, a fim de estruturar suas instâncias de
julgamento e entrâncias administrativas, buscando dirimir os
conflitos e pacificando a sociedade.
 A Constituição Federal em seu art. 2º caput, define que os
poderes são independentes e harmônicos entre si,
prestigiando a teoria de Montesquieu da tripartição de poderes.
 Já no art. 5º caput que trata dos direitos e garantias
individuais, observamos o inciso XXXV que dispõe sobre a
impossibilidade de afastar da apreciação do poder judiciário,
lesão ou ameaça a direito e nesta esteira, podemos declinar os
demais incisos: XI, XXXIV, XXXVI, XXXVIII, LIII, LIV, LV, LVII,
LXI, LXVIII, LXIX, LXX, LXXI, LXXII, LXXIII, LXXIV, LXXVIII.
 A Constituição Federal destina os arts. 92 a 126 para a
Organização do Judiciário.
II. FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
 A Constituição Federal de 1988, destinou os arts. 127 a 135
para enumerar o denominado como Funções Essenciais à
Justiça, sendo estas:
 Ministério Público: Federal e Estadual (Ombudsman), arts.
127 a 130A.
 Advocacia Pública - arts. 131 e 132: Procurador do Estado.
 Advocacia Privada - OAB - art. 133: Advogado.
 Defensoria Pública - arts. 134 e 135: Defensor Público.
III. Níveis de Competência
 Qual a diferença entre Entrância e Instância?
 Os níveis de competência funcional se denominam entrâncias
(definidos pelo Tribunal de Justiça de cada estado federado) e os de
julgamento instâncias (Constituição Federal/1988).
 Nestas atuam:
 1º Grau - Juízes de Direito;
 2º Grau - Desembargadores;
 Tribunais Superiores - Ministros;
 Corte Constitucional - Ministros.
 O Superior Tribunal de Justiça consiste em uma Corte
Técnica e na última instância de julgamento para os processos
de forma geral.
 O Supremo Tribunal Federal consiste em uma Corte
Constitucional e guardião supremo da Lex Maxima, sendo
assim, só deve se manifestar em casos que venham ofendê-la
- art. 102 da CRFB/88.
III.1. Localização das Normas:
 Primeiramente, as normas de organização judiciária estão
presentes na Constituição Federal. A Carta Magna é a
responsável pela distribuição de competências para o exercício
do poder do Estado.
 Em segundo plano, considere que cada Estado-membro
pode organizar a sua Justiça nos ditames previstos pelo: 1º
Código de Processo Civil e 2º Código de Organização
Judiciária de cada Estado (COJE) e pelo Regimento Interno do
Tribunal de Justiça Estadual, os quais delinearão a estrutura
do Poder Judiciário local.
 Conceito de Jurisdição:
“É a prerrogativa legal outorgada a uma pessoa ou órgão para
dizer da aplicação do Direito”. (MENDES, 1997, p. 94).
Obs: Não confundir com circunscrição:
 Ação efeito de circunscrever, de limitar a extensão. Divisão
administrativa, militar ou religiosa de um território.
 Ex: Circunscrição eleitoral.
IV. Normas Regulamentares da Magistratura
 Constituição Federal em seus arts. 93, 94 e 95.
 Lei Complementar n.º 35/1979: Lei Orgânica da Magistratura
Nacional - LOMAN.
 Prerrogativas Estruturais:
“Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de
exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do
tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial
transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93,
VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, §
4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I”.
V. Órgãos Judiciários
 Os seguintes órgãos do Poder Judiciário brasileiro exercem
a função jurisdicional:
Supremo Tribunal Federal;
 Conselho Nacional de Justiça (sem função jurisdicional, apenas
funções administrativas);
 Superior Tribunal de Justiça;
 Tribunais Regionais Federais e juízes federais;
 Tribunais e juízes do trabalho;
 Tribunais e juízes eleitorais;
 Tribunais e juízes militares;
 Tribunais e juízes dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
V.1. Supremo Tribunal Federal:
 O Supremo Tribunal Federal - STF é o guardião da Constituição
Federal. Compete-lhe, dentre outras tarefas, julgar as causas em
que se sustente uma violação da Lex Maxima, fato a ser apreciado
em uma ação direta de inconstitucionalidade ou na hipótese de
recurso contra decisão onde alegadamente, viole dispositivo da
mesma.
 Composto por onze ministros, nomeados pelo Presidente da
República e aprovados pelo Senado Federal após arguição pública
(art. 52, III, “a” da CF/88), dentre cidadãos brasileiros natos, com
mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade,
de notável saber jurídico e de reputação ilibada.
V.1.1. Conselho Nacional de Justiça:
 O Conselho Nacional de Justiça foi criado pela Emenda
Constitucional nº 45, de 30 de dezembro de 2004 e instalado
em 14 de junho de 2005, com a função de controlar a atuação
administrativa e financeira dos órgãos do poder Judiciário
brasileiro. Também é encarregado da supervisão do
desempenho funcional dos juízes. (art. 103-B da CRFB/88).
V.2. Superior Tribunal de Justiça:
 Guardião da uniformidade da interpretação das leis federais.
Desempenha esta tarefa ao julgar as causas, decididas pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados-
membros, do Distrito Federal e dos Territórios, que contrariem lei
federal ou deem a lei federal interpretação divergente da que lhe haja
atribuído outro Tribunal.
 Compõe-se de 33 ministros, nomeados pelo Presidente da República dentre
brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de
notável saber jurídico e reputação ilibada (depois de aprovada a escolha pela
maioria absoluta do Senado Federal) sendo um terço dentre juízes dos Tribunais
Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça
e outro terço alternadamente em partes iguais, dentre Advogados e membros do
Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e dos Territórios.
V.3. Justiça Federal:

 São órgãos da Justiça Federal os Tribunais Regionais


Federais - TRF e os juízes federais. A Justiça Federal julga,
dentre outras, as causas em que for parte a União, Autarquia
ou Empresa Pública Federal. Em seu âmbito de atuação ainda
se encontram as decisões em grau de recurso das causas
apreciadas em primeira instância pelos juízes federais.
V.4. Justiça do Trabalho:
 Os órgãos da Justiça do Trabalho são o Tribunal Superior do
Trabalho - TST, os Tribunais Regionais do Trabalho - TRTs e os
juízes do trabalho. Compete-lhe julgar as causas oriundas das
relações de trabalho. Os juízes do trabalho formam a primeira
instância da Justiça do Trabalho e suas decisões são
apreciadas em grau de recurso pelos TRTs. O Tribunal
Superior do Trabalho - TST, dentre outras atribuições, zela pela
uniformidade das decisões da Justiça do Trabalho.
V.5. Justiça Eleitoral:
 São órgãos da Justiça Eleitoral o Tribunal Superior Eleitoral - TSE,
os Tribunais Regionais Eleitorais - TRE, os juízes eleitorais e as
Juntas Eleitorais. Compete-lhe julgar as causas relativas à legislação
eleitoral. Os TREs decidem em grau de recurso as causas
apreciadas em primeira instância pelos juízes eleitorais.
 O TSE, dentre outras atribuições, zela pela uniformidade das
decisões da Justiça Eleitoral. A Justiça Eleitoral desempenha,
ademais, um papel administrativo, de organização e normatização
das eleições no Brasil. A composição da Justiça Eleitoral é sui
generis (peculiar, especial), pois seus integrantes são escolhidos
dentre juízes de outros órgãos judiciais brasileiros (inclusive
estaduais) e servem por tempo determinado.
V.6. Justiça Militar:
 A Justiça Militar compõe-se do Superior Tribunal Militar - STM e
dos Tribunais e juízes militares, com competência para julgar os
crimes militares definidos em lei. No Brasil, a Constituição Federal
organizou a Justiça Militar tanto nos Estados como na União.

 A Justiça Militar Estadual existe nos 26 Estados-membros da


Federação e no Distrito Federal, sendo constituída em primeira
instância pelo juiz de direito e pelos Conselhos de Justiça,
Especial e Permanente, presididos pelo juiz de direito. Em
segunda instância, nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio
Grande do Sul pelos Tribunais de Justiça Militar e nos demais
Estados pelos Tribunais de Justiça.
V.7. Tribunal de Justiça:
 A Constituição Federal determina que os estados organizem
a sua Justiça Estadual, observando os princípios
constitucionais federais. Como regra geral, a Justiça Estadual
compõe-se de duas instâncias, o Tribunal de Justiça - TJ e os
juízes estaduais.
 Os Tribunais de Justiça dos estados possuem competências
definidas na Constituição Federal, na Constituição Estadual,
bem como, na Lei de Organização Judiciária do Estado.
Basicamente o TJ tem a competência de, em segundo grau,
revisar as decisões dos juízes e, em primeiro grau, julgar
determinadas ações em face de algumas pessoas.
VI. FLUXOGRAMA DAS FUNÇÕES E ESTRUTURA
DO PODER JUDICIÁRIO
Supremo Tribunal Federal: Corte Constitucional; Tese Constitucional.
Tribunais Superiores: Turmas; Ministros;Capital Federal; Acordão;
Liberdade dos Min.: Tese; Justiça Comum:STJ; Justiça Especial:
TSE, TST, STM. (J.E. sem acesso).
Segunda Instância:Câmaras; Desembargadores; Comarca da Capital;
(5 membros e 3 no processo)
Acordão; Liberdade dos Des.:O direito e alguns fatos; Colégio Recursal;
Justiça Comum:TJ e TRF; Justiça Especial: TRE, TRT, TJM; Recurso.
Primeira Instância: Vara; Juiz;
. Comarca; Sentença; Apelação;
Liberdade do Juiz na apreciação dos autos:O direito e os fatos.
Juizado Especial; Justiça Comum: Federal e Estadual;
Justiça Especial: Eleitoral, Trabalhista e Militar.

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