Chocolates Terras indígenas Fintechs

Harald, da japonesa Com placar de 5x2, Noh se reposiciona

Fuji Oil, investe em STF está a um voto de para focar atuação
nova fábrica na derrubar tese do marco em finanças para
Grande São Paulo, temporal; julgamento casais, diz a CEO, Ana
diz Sérgio Tango B8 prossegue hoje A12 Zucato C2
Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
C
Ano 24 | Número 5841 | R$ 6,00 A
www.valor.com.br
PA INÊS249
PR
O
M
O
C
IO
N
A
L
Chocolates Terras indígenas Fintechs
Harald, da japonesa Com placar de 5x2, Noh se reposiciona
Fuji Oil, investe em STF está a um voto de para focar atuação
nova fábrica na derrubar tese do marco em finanças para
Grande São Paulo, temporal; julgamento casais, diz a CEO, Ana
diz Sérgio Tango B8 prossegue hoje A12 Zucato C2
Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Ano 24 | Número 5841 | R$ 6,00
www.valor.com.br
INÊS249

Copomreduzjuroem0,5ponto,sinaliza Federal Reserve

projeta menos
repetircortesevoltaafalardemetafiscal quedas da taxa
Política monetária Em comunicado, o BC reintroduziu menção à importância de no ano que vem
cumprir as regras das contas públicas para controlar as expectativas de inflação
Roberta Costa e Gabriel Caldeira
De São Paulo
Alex Ribeiro, Larissa Garcia, No comunicado, o comitê do Banco entre eles o presidente do BC, Roberto ponto percentual. Para 2023, a nova pre-
Gabriel Roca, Victor Rezende, Central destacou que, a se confirmar o ce- Campos Neto — e quatro, de 0,25 ponto. visão é de 5%, enquanto as estimativas O Federal Reserve (Fed, o banco cen-
Sérgio Tauhata e Arthur Cagliari nário esperado, cortes de 0,5 ponto nos Na nota de ontem, o BC reforçou a im- para 2024 e 2025 subiram para 3,5% e tral dos EUA) manteve as taxas de juros
De São Paulo e de Brasília próximos encontros são “o ritmo apropria- portância da “firme persecução” das me- 3,1%. O centro da meta de inflação é de no nível mais alto em 22 anos, no inter-
do para manter a política monetária con- tas para as contas públicas, consideran- 3,25% neste ano e de 3% a partir de 2024. valo entre 5,25% e 5,50%, como espera-
Em decisão unânime, o Comitê de Po- tracionista necessária para o processo de- do seu impacto na ancoragem das expec- Para Carlos Kawall, sócio da Oriz Part- do. No entanto, sinalizou que poderá fa-
lítica Monetária (Copom) cortou ontem sinflacionário”. Isso significa reduções des- tativas e, consequentemente, na condu- ners e ex-secretário do Tesouro, o reconhe- zer mais um aumento neste ano e redu-
a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, de sa intensidade em pelo menos duas reu- ção dos juros. No encontro anterior, não cimento de um cenário externo mais desa- ziu a expectativa de cortes em 2024 para
13,25% para 12,75% ao ano, indicando niões. Como há mais dois encontros até o houve menção ao quadro fiscal. fiador e de uma atividade mais resiliente, a duas quedas. Com a atividade mais forte
ainda que os juros deverão ter redução fimdoano,asinalizaçãoédequenãohave- Como a política monetária age com reinserção de um comentário sobre a ques- do que o previsto, a maioria dos partici-
da mesma magnitude nas próximas reu- rá aceleração das quedas em 2023. defasagem, o comitê mira atualmente a tão fiscal no comunicado e a indicação de pantes do Comitê Federal de Mercado
niões. Foi a segunda queda seguida de Após divergência de votos na reunião inflação de 2024 e, em menor proporção, manutenção do ritmo de cortes nas próxi- Aberto considera necessário sustentar
0,5 ponto, num movimento amplamen- anterior, a decisão de ontem foi unânime. a de 2025. O Copom elevou as projeções mas reuniões reforçam a ideia de que o BC os juros perto do nível atual em 2024.
te antecipado — 139 de 140 instituições Em agosto, cinco dos nove membros do de inflação para este ano e para os dois quer afastar a discussão sobre quedas mais O presidente do Fed, Jerome Powell, dis-
ouvidas pelo Valor previam esse recuo. Copom defenderam corte de 0,5 ponto — anos seguintes, em todos os casos em 0,1 acentuadas da Selic. Páginas C1 a C3 e C6 se que a atividade tem sido “sólida”, “supe-
radoasexpectativas”equeosefeitosdaalta
dos juros não foram totalmente sentidos.
Plataforma para diversidade “As leituras sobre gastos dos consumidores

Aumenta a têm sido particularmente robustas”, afir-

mou. Apesar da pressão de preços, Powell
disse que as expectativas de inflação estão

pressão contra “bem ancoradas”. Página C1

• Roberta Costa: Juros altos nos EUA re-

MP que tributa forçam riscos para o Copom. Página C2

incentivo fiscal Safra questiona

César Felício
De Brasília Americanas
Cresce a resistência no Congresso
Nacional à MP n o 1.185 — que muda
as regras de tributação de incentivos
por debêntures
fiscais —, e o governo já faz concessões
para tentar aprovar o texto. A primeira Fernanda Guimarães
delas foi a exclusão dos incentivos De São Paulo
concedidos pela Sudam e Sudene.
É grande, no entanto, a possibilida- CredordaAmericanasem R$2bilhões, o
de de a MP ser transformada em proje- Banco Safra pediu investigação, no proces-
to de lei, com tramitação em regime de so de recuperação judicial da varejista, so-
LEO PINHEIRO/VALOR

urgência — o que um dos líderes da ba- brepagamentoantecipadodeR$1bilhãoa

se governista chamou de “padrão Ar- debenturistas, no mesmo dia em que a em-
thur Lira”. Há alguns meses, o presi- presa divulgou fato relevante sobre “incon-
dente da Câmara acertou com os líde- sistências” em sua contabilidade e pouco
res dos partidos que matérias sem con- A engenheira Giselle Tinoco, da Petrobras, é a chefe da plataforma P-71, no campo de Itapu, no pré-sal da Bacia de Santos, onde trabalham 160 pessoas, antes de pedir medida cautelar para sus-
senso entre os deputados não devem 4% delas mulheres. “Minha posição deixa as mulheres mais à vontade. Elas sabem que podem conversar comigo. Espero que seja inspiração.” Página B4 pender suas dívidas. Para o banco, esses
tramitar como medida provisória. créditos, que venceriam em 2026, deve-
O governo espera arrecadar R$ 35,3 riamestarnoplanoderecuperação.OSafra
bilhões em 2024 com a MP n o 1.185,
mas há grande mobilização para im- Biden e Lula: direitos trabalhistas pede ainda que os debenturistas sejam
identificados e, se constatado favoreci-
pedir sua aprovação. Página A11 O presidente dos Estados Unidos, Joe mento, a devolução dos recursos. Procura-
Biden, e o presidente Lula assinaram do, o banco disse que não se manifesta a
ontem, em Nova York, parceria para respeitodequestõessubjudice.AAmerica-
melhorar as condições de trabalho nas disse que o valor pago foi de R$ 216 mi-
Destaques nos respectivos países, diante das lhões e negou irregularidades. Página B5
transformações da economia. A
iniciativa, segundo Lula, será
Gripe aviária levada aos fóruns internacionais nos
O Japão suspendeu a importação de carne
de frango do Mato Grosso do Sul, após o re-
gistro de gripe aviária em ave de subsistên-
quais irá participar. Biden ressaltou que
“quando trabalhadores organizados
estão na lei, todo mundo fica melhor.”
Brasil eleva
cia no Estado. Em alerta máximo contra o
avanço da doença, o setor vê baixo risco de
contaminação em granjas comerciais. B10
O presidente americano destacou,
ainda, que as duas maiores democracias
do Hemisfério Ocidental defendem
compromisso
SP adere à transação tributária
A Assembleia Legislativa de São Paulo de-
direitos humanos, inclusive direitos dos
trabalhadores. Após divergências, Lula
se reuniu também, pela primeira vez,
para emissões
SUSAN WALSH/AP PHOTO

ve votar nos próximos dias projeto de re- com o presidente da Ucrânia,

negociação de dívidas por meio de transa- Volodymyr Zelensky. O brasileiro disse Daniela Chiaretti
ção tributária, com parcelamentos mais que falou ao líder ucraniano sobre “a De São Paulo
longos e descontos. A expectativa é recu- necessidade de se trabalhar para
perar R$ 700 milhões já em 2024. E1 construir a paz". Página A4 O Brasil anunciou na Cúpula de Ambi-
ção Climática da ONU, em Nova York, a
elevação de seu compromisso para dimi-
Indicadores nuição das emissões de CO2, que havia si-

Ibovespa
Selic (meta)
20/set/23
20/set/23
0,72 % R$ 20,1 bi
13,25% ao ano
SecaafetatransportedecargasnoAM do reduzido pelo governo de Jair Bolso-
naro. Agora, o país comprometeu-se a
cortar não 37%, mas 48% de suas emis-
sões até 2025, tendo como base o ano de
Selic (taxa efetiva) 20/set/23 13,15% ao ano
2005. Até 2030 o recuo deverá ser de 53%.
Dólar comercial (BC) 20/set/23 4,8481/4,8487
Dólar comercial (mercado) 20/set/23 4,8794/4,8800
Taís Hirata O tráfego no rio Amazonas já está com “Já estamos vendo aumento de custo. Há “Tenho a satisfação de anunciar hoje que
Dólar turismo (mercado) 20/set/23 4,8722/5,0522 De São Paulo restrições na região da foz do Madeira. Na- duas semanas as empresas de navegação vamos atualizar nossa contribuição na-
Euro comercial (BC) 20/set/23 5,1933/5,1959 vios com 11,5 metros de calado já não pas- começaram a cobrar as chamadas ‘taxas de cionalmente determinada no âmbito do
Euro comercial (mercado) 20/set/23 5,2006/5,2012 A grave estiagem que atinge o Ama- sam com capacidade total. O tráfego no- seca’, que iniciaram em R$ 3 mil por contêi- Acordo de Paris, a NDC”, disse a ministra
Euro turismo (mercado) 20/set/23 5,2384/5,4184
zonas já começa a impactar o transporte turno foi bloqueado. “Em 2022, a seca não ner e já estão em cerca R$ 10 mil, fora o fre- Marina Silva, do Meio Ambiente e da Mu-
de cargas por hidrovia no Estado e po- foi tão grave, e a perda de capacidade foi de te. Elas nem aceitam mais reservas até mea- dança do Clima, que representou o presi-
derá afetar a entrada e saída de compo- 40%. Neste ano pode chegar a 60%”, diz Luis dos de outubro, prevendo restrição de na- dente Lula no evento. Marina ainda rea-
nentes e produtos da Zona Franca de Resano, diretor-executivo da Associação vegação”, diz Márcio Salmi, da empresa de firmou a meta de acabar com o desmata-
Manaus, segundo empresas de logística. Brasileira de Armadores de Cabotagem. logística Costa Brasil. Página B1 mento até 2030. Página A5
A2 | Valor | Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Brasil
No FMI, de
novo uma
velha
batalha
Assis Moreira
Políticas públicas Levantamento mostra que 14,7%
da população de 18 a 24 anos não possui emprego
nem educação e 80% deixam de chegar à faculdade
Combônusdemográfico
pertodofim,jovensveem
faltarempregoeestudo
Marsílea Gombata
De São Paulo
O Brasil ensaia a saída de seu
bônus demográfico com uma
narrativa desanimadora: a taxa
de desemprego média entre os
jovens é o dobro da população
geral. Nesse grupo, 14,7% não
têm acesso à educação ou traba-
lho. Dentre brasileiros entre 18
anos e 24 anos, 80% não conse-
guem chegar ao ensino superior.
Para tentar reverter parte des-
sa trajetória e oferecer oportuni-
dades a jovens e adolescentes, o
Fundo das Nações Unidas para a
Infância (Unicef), o Centro de
Desenvolvimento da Gestão Pú-
blica e Políticas Educacionais da
Fundação Getulio Vargas (FGV
DGPE), o Itaú Educação e Traba-
lho e o Instituto Unibanco lan-
çam nesta quinta-feira o Labora-
tório de Inclusão Produtiva das
Juventudes (LINC).
O objetivo é elaborar ações de
mobilização e incentivo para o
desenvolvimento de políticas
públicas que tenham como foco
preparar jovens de 14 a 29 anos
para se inserirem com maior
qualificação no mundo do traba-
lho. A ideia é que o LINC funcione
como ferramenta de sistematiza-
ção e fomento de políticas de in-
clusão socioprodutiva dos jovens
junto aos Estados, especialmente
os mais vulneráveis.
O laboratório terá como eixos
comunicação e engajamento, ma-
Índice de empresas citadas em textos nesta edição
123milhas B8 Atiaia Renováveis B3
A.Yoshii B1 Banco do Brasil A7, B8
Amazon B6 Banco Safra A7
Americanas B5 Barral Parente Pinheiro
Andritz Hydro A6 Advogados A6
Angeloni B8 BCG A7
Arauco B3 Bichara Advogados B8
Arcelor Mittal A11 Boticário B8
Asja A6 Brainvest C6
Assai B8 British Petroleum A5
E
m seu discurso nas
Nações Unidas, na
terça-feira, o
presidente Luiz
Inácio Lula da Silva
lamentou que “as bases de uma
nova governança econômica
não foram lançadas”. Insistiu
que, “quando as instituições
reproduzem as desigualdades,
elas fazem parte do problema, e
não da solução”. E reclamou
que “a representação desigual e
distorcida na direção do FMI e
do Banco Mundial é
inaceitável”.
A próxima batalha na
governança é justamente a
revisão das quotas do Fundo
Monetário Internacional, para
garantir recursos para a
instituição manter seu papel na
estabilidade do sistema
monetário internacional.
As quotas refletem o peso e a
posição dos países na economia
mundial. E na atual discussão,
caso se aplicasse a atual fórmula
de cálculo das quotas, o Brasil
perderia poder de voto no FMI,
em vez de ganhar mais. Essa
perda provavelmente não
ocorrerá. A tendência é de o país
pelo menos manter sua
participação, até em razão
também da rivalidade entre os
Estados Unidos e a China.
A negociação da 14 a reforma
de quotas do FMI foi
completada em 2010 e só se
tornou efetiva em 2016, quando
o Brasil aumentou sua fatia de
poder de 1,8% para 2,3%. A 15 a
revisão foi encerrada em 2020
sem acordo entre os países. A
peamento de boas práticas, forma-
ção de adolescentes e jovens, pro-
dução de conhecimento acadêmi-
co sobre o tema, apoio técnico e
monitoramento das políticas pú-
blicas, além de reconhecimento
das melhores práticas, afirma Gus-
tavo Heidrich Oliveira, coordena-
dor da Um Milhão de Oportunida-
des (1MiO), iniciativa da Unicef no
Brasil para inclusão de jovens no
mercado de trabalho.
“Desde 2020, a 1MiO consiste
em um ecossistema que tem co-
mo objetivo endereçar questões
relacionadas à transição escola-
trabalho e tratar dos jovens ‘sem-
sem’, que não têm direito à edu-
cação e ao trabalho”, afirma.
“Há um diálogo com os gover-
nos municipais, estaduais e o fede-
ral, além de ONGs e empresas que
geram oportunidade de trabalho
para jovens, com o objetivo de se
fomentar políticas públicas, pro-
gramas de contratação e capacita-
ção. Nosso foco é a formação pro-
fissional e o acesso à renda.”
Ao trabalhar com Estados em
frentes como retenção dos jovens
no ensino médio, preparação de
currículo, e com secretarias como
Juventude, Trabalho e Assistência
Social, Oliveira sentiu que era ne-
cessário envolver outras frentes.
“Percebemos que precisáva-
mos nos aliar a outros atores para
ter mais efetividade nas políticas
públicas. Nos unimos com o FGV
DGPE para discutir colaborações
em que pudéssemos dar apoio
BTG Pactual B3, B5
C4C A7
Caixa A11
Carrefour B8
Castlelake B3
Cemig A6
Chevron A5
CIMC Raffles B4
ConocoPhillips A5
Cornélio Brennand B3
atual negociação da 16 a revisão
tem compromisso de acontecer
até 15 de dezembro deste ano.
Porém, há o risco de repetir-se o
fiasco de 2020, o que seria outro
sinal muito ruim para a já
fragilizada cooperação
financeira internacional. Um
momento crucial dessa
negociação será em outubro,
em reunião do FMI e do
Banco Mundial prevista para
o Marrocos.
A fórmula atual de cálculo
das quotas dos países-membros
no FMI e, portanto, de seu poder
de voto é uma média
ponderada de PIB (50% de
peso), abertura econômica
(30%), variabilidade econômica
(15%) e reservas internacionais
(5%). A coluna apurou que,
nesse caso, o poder de voto do
Brasil cairia de 2,3% para 1,8%,
por causa do crescimento
medíocre dos últimos anos. Em
comparação, no caso da
Índia, economia que cresce
fortemente, passaria de
2,75% para 3,6%.
Sobretudo, a China subiria
muito e os Estados Unidos
diminuiriam — o que é ainda
mais sensível para Washington
admitir no confronto
geopolítico atual. Com seus
atuais 17,4% do total dos votos,
os americanos têm hoje poder
de veto sobre a maioria das
decisões do FMI. Numa revisão,
se usada a fórmula atual, a
China aumentaria fortemente
seu poder de voto de 6,4% para
14,4%, enquanto o dos Estados
Unidos cairia para 14,8%, ou
técnico, fazer boas práticas, certi-
ficar políticas estaduais”, conta.
“Começamos esse diálogo há
um ano e meio, pelo qual construí-
mos esse laboratório. Trouxemos
conosco o Instituto Unibanco e o
Itaú Educação e Trabalho, que lida
com ensino técnico profissionali-
zante. O laboratório terá funções
de apoio técnico, geração de evi-
dência [por meio de pesquisa aca-
dêmica], acompanhamento, mo-
nitoramento e certificação dessas
políticas pela Unicef.”
Ana Inoue, superintendente do
Itaú Educação e Trabalho, aponta o
laboratório como oportunidade
de oferecer melhores oportunida-
des a jovens, em um momento cru-
cial da demografia brasileira.
Depois de se manter por quase
duas décadas com pouco mais de
50 milhões de jovens entre 15 e 29
anos, o Brasil pode chegar ao fim
do século com metade desse total.
Segundo dados do Centro de Polí-
ticas Sociais da FGV (FGV Social),
do Atlas das Juventudes e do Insti-
tuto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística (IBGE), em 2022 o Brasil ti-
nha mais pessoas com mais de 30
“Há um diálogo
com o objetivo de
se fomentar
políticas públicas”
Heidrich Oliveira
Cosan A7 Exxon A5
Credit Suisse B3 Fassa Bortolo A6
CSMV Advogados B8 FedEx B6
Dasa B6 Ford A7
Dia B8 Galp B4
Dias Branco A11 General Motors B3
Ecovix B4 Greener A7
EDP B3 Grupo Fuji Oil B8
Enel Distribuição A6 Harald B8
Eurasia A7 Ibitu Energia B3
somente 0,4 ponto percentual a
mais que os chineses. O Japão
perderia o posto de segundo
maior acionista para a China, e
esse é outro grande problema
na revisão atual.
Otaviano Canuto, membro
sênior do Policy Center for the
New South, conta que, quando
era vice-presidente no Banco
Mundial, o aumento de capital
negociado em 2018 no banco só
foi aprovado depois que a China
aceitou permanecer como
terceiro acionista e deixar o
Japão como segundo.
No FMI, o que os Estados
Unidos e o Japão estão
propondo, e que atende a todos
os países sobrerrepresentados,
como os europeus, é a chamada
“equiproporcionalidade”. Por
ela, os países aumentariam a
capacidade de recursos do
Fundo, mas não haveria
mudança imediata na sua
estrutura acionária.
Washington e Tóquio propõem
assim que o aumento das
quotas seja proporcional à
distribuição atual, que ainda
reflete uma distribuição de
poder do século XX —portanto,
sem o realinhamento dando
mais peso aos emergentes
nessa instituição-chave da
governança econômica.
O fato é que não houve real
discussão de nova fórmula nos
últimos três anos. De seu lado, o
Brasil defende que seja dado
mais peso ao critério de
Paridade de Poder de Compra
(PPP, na sigla em inglês), pelo
qual o PIB dos emergentes
Ana Inoue: “Só 20% dos jovens ingressam no ensino superior; para 80%, qual a política pública e orientação possível?”
anos do que com menos. Além dis-
so, números do Censo Demográfi-
co mostram que o país está no fim
do bônus demográfico.
“Uma razão para termos esse la-
boratório é o fato de estarmos no
fim desse bônus. O que propomos
para essa juventude que será o fu-
turo do nosso país, que cuidará da
Amazônia, da democracia? Temos
88,8% dos jovens brasileiros matri-
culados em escolas públicas no en-
sino médio. São eles que tomarão
conta desse país, e a eles temos de
dar oportunidade”, afirma.
“Outra justificativa é que hoje
jovens fazem ensino médio e
saem para dar continuidade a es-
sa formação na universidade, que
é o lugar mais nobre de formação
profissional que temos. No en-
tanto, somente 20% dos jovens de
18 a 24 conseguem ingressar no
ensino superior. Para os outros
80%, qual a política pública e
orientação possível? Nenhuma.”
Em contraposição, ela observa,
Itaú BBA B5
Iveco A6
J. Macêdo A11
Jurong Aracruz B4
Kenvue B8
Klabin B3
KPMG B8
LinkedIn B2
Magazine Luiza A7
Mater Dei B6
tende a ser maior em termos
relativos. Para Brasília, interessa
o realinhamento das quotas,
para redistribuí-las levando em
conta a influência crescente dos
emergentes na economia
mundial e corrigir distorções na
governança global, e sem
diminuir a fatia dos mais
vulneráveis. Com isso, aposta
num cenário de que vai
melhorar o ritmo do
crescimento da economia e se
beneficiar de toda maneira no
futuro. No entanto, os países
sobrerrepresentados no Fundo,
incluindo os europeus e a
Arábia Saudita, não têm
interesse nesse tipo de ajuste.
Para não ter o realinhamento
de quotas, os países
industrializados oferecem uma
espécie de compensação para os
emergentes. Inclui ampliação
dos programas concessionais
(financiamentos em condições
mais favoráveis do que no
mercado) e para resiliência
contra futuros choques. E
também algum tipo de voz a
mais no board do FMI. Os EUA
sugerem a criação de uma 25 a
cadeira no board para atender
países da Africa Subsaariana.
Só que isso é muito
insuficiente para os países em
desenvolvimento, comparado à
ambição e aos compromissos
assumidos pelos ricos desde
2010 para um ajuste no poder
na instituição.
Os Estados Unidos e os
emergentes estão de acordo, de
toda maneira, para o FMI voltar
a ter mais recursos originários
em países da OCDE há centros
para orientar alunos e existe uma
preocupação com o jovem quan-
do ele ainda está na escola. “Aqui
não tem isso”, afirma Inoue.
A especialista argumenta, con-
tudo, que inclusão produtiva não
significa somente arrumar um em-
prego para o jovem, mas alinhá-los
a novas economias, oferecer a eles
perspectiva de crescimento profis-
sional e inseri-los no mundo do
trabalho da forma como ele se or-
ganiza hoje, sob impacto da tecno-
logia e novas economias.
“Se não tivermos políticas que
deem a eles condições de contato
com esse universo digital, de saúde
e cuidados, da economia criativa,
da sustentabilidade, o que eles fa-
rão? Ficarão fora disso”, ressalta.
Segundo o Ministério do Traba-
lho e Emprego, o país tem 5,2 mi-
lhões de jovens entre 14 e 24 anos
sem ocupação ou acesso a alguma
forma de renda. Desse total, 55%
são mulheres e/ou pretos e pardos.
Maxi B1 OpenAI B6
Mercado Livre B2 Oriz Partners C3
Mercer B2 Pão de Açúcar B8
Merchant Investment Petrobras B4
Management C6 Procter & Gamble B8
Multibloco A16 Prysmian Group A6
Nogaroli B1 Safra B5
Noh C2 Safras&Mercado B9
Oliver Wyman B9 Sams Club B8
Omega B3 Santander B5
das quotas pagas pelos países,
em vez de empréstimos
bilaterais e outros mecanismos.
Hoje, o Fundo tem cerca de
U$$ 1 trilhão de recursos, dos
quais 44% são dinheiro das
quotas, 40% são NAB (New
Arrangements to Borrow) e 16%
são BBA (Bilateral Borrowing
Arrangements). Esses dois
últimos são empréstimos
concedidos por alguns países ao
Fundo, com evidente influência
na instituição, mas que não
permitem aumentar realmente
o peso dos emergentes.
Parte dos empréstimos para o
NAB e BBA vai expirar no ano
que vem, reduzindo o poder de
fogo do FMI. Dados recentes
mostram que o Brasil tinha
US$ 11 bilhões emprestados
ao Fundo.
Para pelo menos manter sua
capacidade atual de socorrer os
países, o Fundo precisa de
aumento das quotas e,
portanto, da contribuição dos
membros. Mas essa não parece
uma prioridade dos governos,
até porque não há uma grande
crise na economia global.
Quando isso acontecer, vão ter
de arranjar uma solução
rapidamente.
A China tem paciência
estratégica. Pressiona, mas sem
ficar batendo de frente. Aposta
que em algum momento o
mundo vai precisar do
apoio chinês.
Assis Moreira é correspondente em
Genebra e escreve quinzenalmente
E-mail assis.moreira@valor.com.br
CAROL CARQUEJEIRO/VALOR
Durante o lançamento do la-
boratório, em São Paulo, será
apresentado o estudo Inclusão
Produtiva de Jovens, do Instituto
Unibanco e da consultoria Vozes
da Educação, que traz levanta-
mento de 60 iniciativas de inclu-
são produtiva de jovens.
O documento analisa progra-
mas de empregabilidade dessa
população em países como Quê-
nia, Espanha, Canadá, Alemanha
e Suíça, e iniciativas brasileiras
como o Primeira Chance, presen-
te nos Estados do Ceará, Espírito
Santo e Rio Grande do Sul.
O estudo conclui que iniciati-
vas de maior impacto para inse-
rir os jovens no mundo do traba-
lho precisam englobar três fren-
tes: formação de jovens (com fo-
co em educação formal e novas
habilidades), contratação de jo-
vens (envolvendo parcerias com
o setor produtivo), e retenção do
jovem no emprego (com acom-
panhamento dele no trabalho).
Savegnagno B8
Sequoia C4
Shell A5, B4
Solvay A7
SpaceX B6
Stellantis A6
Suzano B3
Três Corações A11
TSMC A15
Vulcabras/Grendene A11
XP A3, B6
 Quinta-feira, 21 de setembro de 2023 | Valor | A3

Brasil

Contas públicas Receitas perdem força e estimativas indicam retração de até 20% em alguns dos tributos

Economistaspreveemquedade4%naarrecadação
Estevão Taiar caiu 6,4% em agosto. Com isso, Outro economista que acompa- trabalham informalmente aumento de quase R$ 2 bilhões R$ 168,5 bilhões com uma série
De Brasília recuou para R$ 102,2 bilhões. Se- nha o Siga Brasil diz “que a receita com uma estimativa de aproxi- no déficit em relação à estimati- medidas que aumentam a arre-
gundo Vilma Pinto, diretora da veio fraca em agosto”, citando co- madamente R$ 100 bilhões. As va coletada até 5 de agosto, cadação mas que ainda precisam
A arrecadação federal perdeu IFI, a receita líquida é um indica- mo exemplo a arrecadação do IR, pastas devem divulgar ama- quando a projeção mediana da aprovação do Congresso. En-
força em agosto em um ritmo dor “um pouco diferente do nú- mais uma vez, e do PIS/Cofins. nhã, no Relatório Bimestral de era de resultado negativo de tre elas, está a taxação de fundos
maior do que o esperado, de mero” que será divulgado hoje Divulgada em julho, a proje- Avaliação de Receitas e Despe- R$ 104,6 bilhões. exclusivos e de ‘offshores’.
acordo com números levantados pela Receita, embora “as tendên- ção mais recente do governo fe- sas Primárias, a nova projeção. Para o ano que vem, a meta es- Na avaliação de Vilma Pinto, da
por economistas no Portal Siga cias sejam as mesmas”. deral para o resultado primá- Já a estimativa mediana mais tabelecida pelo arcabouço é de IFI, a “deterioração das receitas tri-
Brasil, endereço do Senado Fede- “É uma queda bem forte”, afir- rio deste ano é de um déficit de recente do mercado é de déficit um resultado primário zerado, butárias” mostrada pelos números
ral que reúne informações orça- ma, também destacando os re- R$ 145,4 bilhões, o equivalente de R$ 106,5 bilhões, segundo o com intervalo de tolerância de mais recentes deixa claro “o tama-
mentárias. Os dados oficiais do cuos de arrecadação com Impos- a 1,4% do PIB. Mas os ministé- Boletim Prisma Fiscal, da Secre- 0,25 ponto percentual do PIB pa- nho do desafio de se apostar em
mês passado serão divulgados to de Renda (IR) e CSLL, que nos rios do Planejamento e Orça- taria do Tesouro Nacional, com ra cima ou para baixo. A fim de crescimento das receitas para
pela Receita Federal nesta quin- cálculos da IFI foram de 15,2% e mento e da Fazenda afirmam resultados coletados até 5 de se- cumprir esse objetivo, o governo cumprimento das metas fiscais do
ta-feira, 21. 14,4%, respectivamente. que a projeção é temporária e tembro. O número representa federal pretende arrecadar próximo exercício”.
Em prazos mais longos, a arre-
cadação é considerada pela pró-
pria equipe econômica do gover-
no federal a variável mais impor-
tante para o cumprimento das
metas estabelecidas pelo novo
arcabouço.
Levantamento realizado no Si-
ga Brasil por Tiago Sbardelotto,
economista da XP Investimentos,
mostra queda, sempre na com-
paração com agosto de 2022 e já
descontada a inflação, de aproxi-
madamente 4%. O número está
“um pouco” pior do que a esti-
mativa da XP.
“As receitas continuam per-
dendo força, mesmo com a en-
trada em vigor de algumas medi-
das” anunciadas pelo governo fe-
deral para fortalecer a arrecada-
ção, diz o economista.
Entre essas medidas, estão a
reoneração do PIS/Cofins sobre a
gasolina e a exclusão do Imposto
Sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços (ICMS) da base de cál-
culo do PIS/Cofins.
As quedas mais intensas, em
torno de 20%, são as do Imposto
de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ)
e da Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido (CSLL), de acordo
com Sbardelotto. Além disso, Im-
posto de Importação e Imposto
sobre Produtos Industrializados
(IPI) apresentam recuos conside-
ráveis. Em sentido oposto, os nú-
meros levantados pela XP mos-
tram que a arrecadação do
PIS/Cofins está crescendo, mas
justamente “por causa da volta
do tributo sobre a gasolina”.
Já “a decepção fica por conta”
da exclusão do ICMS da base do
PIS/Cofins. Segundo Sbardelotto,
nos últimos três meses foram ar-
recadados aproximadamente
R$ 500 milhões mensais com a
medida, enquanto o governo fe-
deral calculava ganhos de R$ 4,5
bilhões mensais.
Atualmente, a XP projeta que
o governo federal terá déficit pri-
mário de R$ 110,5 bilhões neste
ano, o equivalente a aproxima-
damente 1% do Produto Interno
Bruto (PIB). No entanto, a ten-
dência é que a projeção seja revi-
sada para um déficit maior.
“A princípio, o resultado de
agosto não deve mudar nossa
projeção”, diz. “Mas o baixo de-
sempenho das medidas anuncia-
das até agora preocupa, então é
provável uma revisão para cima.”
No levantamento feito no Siga
Brasil pela Instituição Fiscal In-
dependente (IFI), órgão de moni-
toramento da política fiscal liga-
do ao Senado, a receita líquida
WENDERSON ARAUJO/VALOR

“As receitas
continuam
perdendo força,
mesmo com a
entrada em vigor
de algumas
medidas”
Tiago Sbardelotto
 INÊS249
A4 | Valor | Quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Brasil

Relações externas Proposta tem cinco objetivos, e americano

SUSAN WALSH/ASSOCIATED PRESS

defende que lucros das empresas se traduzam em salários mais altos

ParceriacomBidenportrabalhador
vaiafórunsglobais,prometeLula
Fabio Murakawa e Marta Watanabe sas sobre impactos das ativida- do, o salário está muito aviltado, bilhões de trabalhadores infor-
De Brasília e São Paulo des sobre a saúde e os salários com trabalhadores trabalhando mais. Também citou medidas do
dos trabalhadores.” mais e ganhando menos.” seus oito meses de governo, como
O presidente dos EUA, Joe Bi- Também faz parte da proposta Biden tem tentado se aproxi- a criação de 1,2 milhão de empre-
den, e o presidente do Brasil, Luiz garantir o avanço na transição de mar do sindicalismo americano gos formais, reajuste do salário
Inácio Lula da Silva, assinaram on- fontes renováveis para os traba- e vem adotando políticas para mínimo acima da inflação “de-
tem, em Nova York, uma parceria lhadores, fazendo com que esse fortalecer os sindicatos dos EUA. pois de sete anos” e a lei que equi-
conjunta para melhorar as condi- processo aconteça de forma justa. Ele concorre à reeleição em 2024 para salários de homens e mulhe-
ções de trabalho nos respectivos Outro objetivo destacado foi ata- e fez o lançamento de sua campa- res em mesma função, aprovada
países. A iniciativa, segundo Lula, car discriminação no lugar de tra- nha, em julho último, em um neste ano pelo Congresso.
será levada aos fóruns internacio- balho, “para que ninguém seja evento organizado por líderes “Instalamos mesa de negocia-
nais nos quais irá participar. deixado para trás”. Em parceria sindicais na Pensilvânia. Lula, ção entre sindicalistas, governos
Após a assinatura da “Iniciati- com movimentos trabalhistas, por sua vez, iniciou sua vida polí- e empresários. E essa mesa está
va Global Lula-Biden para o disse Biden, “vamos promover tica nas greves dos operários no para construir não apenas pers-
Avanço dos Direitos Trabalhistas trabalho de qualidade, através in- ABC Paulista, na década de 1970. pectiva de emprego decente em
na Economia do Século XXI”, o clusive de negociação coletiva”. Após assinatura da parceria, função das plataformas que ofe- Lula e Joe Biden: documento foi fruto de negociação de meses
americano defendeu que os po- Em encontro antes da assina- Lula enfatizou que a parceria toca recem emprego precário, mas
bres tenham oportunidade de tura do documento, Lula disse em questões de caráter global. Ele também porque queremos criar de extraordinária para reindus- Unidas. Um dos alvos são os apli-
subir na vida e que os lucros das que a parceria permite elaborar citou dados da Organização In- um novo marco de funciona- trializar e fazer com que empre- cativos, cujas relações com os tra-
empresas se traduzam em salá- um plano de trabalho para ofe- ternacional do Trabalho (OIT), mento na relação capital e tra- gos sejam de qualidade. “Esta ini- balhadores vem sendo alvo de crí-
rios mais altos. recer à juventude perspectiva de pelos quais há no mundo hoje 2 balho”, disse. ciativa do trabalho decenteserá ticas de Lula desde sua campanha
“Nós precisamos empoderar emprego decente e mais qualifi- Lula também defendeu os sin- levada por mim em todos os fó- à Presidência, no ano passado.
os trabalhadores. Disso se trata cado. Mudanças como transição dicatos de trabalhadores. “Todas runs internacionais que eu parti- O acordo entre Lula e Biden
essa parceria”, disse, completan-
do que a ideia foi de Lula.
climática e inteligência artificial,
disse, precisam ser considerados
“Nunca tinha visto as pessoas que acreditam que
sindicato fraco vai fazer com
cipar”, afirmou Lula, citando G-
20, Brics e Cúpula da Amazônia.
foi elogiado pelo ministro da Fa-
zenda, Fernando Haddad, que
A proposta, afirmou Biden, para isso. um presidente que empresário ganhe mais que O documento assinado ontem também está em Nova York. Se-
tem cinco objetivos. O primeiro, “Nunca tinha visto um presi- o país fique melhor, está enga- vem sendo negociado há meses gundo ele, uma das consequên-
disse, é proteger o direito dos tra- dente americano falar tanto e americano falar nado. Não há democracia sem pelos dois governos. No último cias da parceria é que uma dele-
balhadores, combatendo traba-
lho infantil e trabalho forçado.
tão bem dos trabalhadores”, dis-
se Lula. “Uma combinação per-
tanto e tão bem sindicato forte.”
O presidente brasileiro disse
dia 16 de agosto, Lula e Biden
conversaram por telefone para
gação de empresários america-
nos irá ao Brasil nas próximas
O plano visa, além disso, ga- feita porque eu venho do mun- dos trabalhadores” que a parceria com os america- tratar dos preparativos para o lan- semanas. (Colaboraram Natasha
rantir trabalho seguro. “Isso pas- do do trabalhador e acho que o nos fará com que a transição çamento da parceria, às margens Madov, de Nova York, e Rafael Va-
sa por responsabilizar as empre- trabalho está muito precariza- Lula energética seja uma oportunida- da Assembleia-Geral das Nações zquez, de São Paulo)

Diálogo é mais barato que guerra, diz presidente a Zelensky

Natasha Madov e Rafael Vazquez tecer e precisava acontecer. Eu te russo Vladimir] Putin”, afirmou “Ninguém vai ter 100% de uma contato com diplomatas russos. gou a dizer que a conversa “que-
De Nova York e São Paulo ouvi a história do Zelensky, eu o brasileiro sobre a possibilidade guerra, ninguém consegue ga- “Temos que ver como as coisas se brou o gelo” entre os dois líderes.
disse a ele sobre a necessidade de de parar a guerra e construir uma nhar tudo. Não é apenas a derro- desenvolvem”, afirmou. “O presidente Lula e o presi-
O presidente Luiz Inácio Lula da se trabalhar para construir a paz, mesa de negociação. ta do inimigo, é a construção de Segundo relato dos ministros dente Zelensky tiveram uma reu-
Silva afirmou que “uma mesa de e a necessidade de encontrar um Lula afirmou reconhecer que é uma paz duradoura para que de Relações Exteriores de Brasil e nião em ambiente tranquilo,
diálogo é muito mais barata do grupo de países amigos que pos- difícil encontrar o caminho da nunca mais aconteça uma ocu- Ucrânia, o encontro entre Lula e amigável, em que trocaram in-
que uma guerra”, após encontro sa construir uma proposta que paz, mas que o considera como o pação territorial como essa.” Zelensky foi produtivo e deve formações sobre cada um dos
com o presidente da Ucrânia, Vo- não seja nem de um nem de ou- único caminho a trilhar. Ele lem- Questionado sobre se vai pro- abrir espaço para uma maior países e a situação do mundo
lodymyr Zelensky, em Nova York, tro, os dois que estão em guerra.” brou já ter enviado seu assessor curar a Rússia, Amorim diz que aproximação com novas conver- neste momento”, disse o minis-
na noite desta quarta-feira (20). “Sei que é difícil tanto para ele para assuntos internacionais, Cel- há um diálogo com a Rússia em sas entre os dois país. O chanceler tro de Relações Exteriores do
“Foi a reunião que devia acon- [Zelensky] como para o [presiden- so Amorim, à Rússia e à Ucrânia. reuniões dos Brics e que mantém ucraniano, Dmytro Kuleba, che- Brasil, Mauro Vieira.

Atividade econômica Atualize suas contas

Indicadores agregados Variação dos indicadores no período
ago/23 jul/23 jun/23 mai/23 abr/23 mar/23 fev/23 jan/23 dez/22 nov/22 Em % Em R$
Índice de atividade econômica - IBC-Br (%) (1) - 0,44 0,22 -1,83 0,99 -0,24 3,09 0,20 0,83 -1,32 Mês TR (1) Poupança (2) Poupança (3) TBF (1) Selic (4) TJLP TLP FGTS (5) CUB/SP UPC Salário mínimo
Indústria (1) fev/22 0,0000 0,5000 0,5000 0,7272 0,76 0,4601 0,4249 0,2466 0,18 23,55 1.212,00
mar/22 0,0971 0,5976 0,5976 0,8678 0,93 0,5096 0,4265 0,3440 0,25 23,55 1.212,00
Produção física industrial (IBGE - %) abr/22 0,0555 0,5558 0,5558 0,8159 0,83 0,5513 0,4416 0,3023 0,71 23,59 1.212,00
Total - -0,6 0,0 0,3 -0,7 1,1 -0,2 -0,3 0,0 0,2
mai/22 0,1663 0,6671 0,6671 0,9776 1,03 0,5697 0,4424 0,4133 4,13 23,59 1.212,00
Indústria de transformação - -0,4 -0,3 -0,1 -0,7 1,4 -0,4 -0,9 -0,1 1,0
jun/22 0,1484 0,6491 0,6491 0,9496 1,02 0,5513 0,4472 0,3954 2,22 23,59 1.212,00
Indústrias extrativas - -1,4 2,9 1,3 -0,8 0,3 4,1 3,7 -1,8 -6,4
jul/22 0,1631 0,6639 0,6639 0,9844 1,03 0,5851 0,4456 0,4101 0,73 23,67 1.212,00
Bens de capital - -7,4 -2,3 4,0 -12,0 8,8 -0,7 -4,7 -1,7 3,1
ago/22 0,2409 0,7421 0,7421 1,0929 1,17 0,5851 0,4630 0,4881 -0,01 23,67 1.212,00
Bens intermediários - -0,6 -0,3 0,0 0,2 1,2 0,4 -0,9 -0,6 0,6
set/22 0,1805 0,6814 0,6814 1,0020 1,07 0,5662 0,4670 0,4276 -0,06 23,67 1.212,00
Bens de consumo - 1,4 0,1 -0,7 1,3 -1,3 -0,2 0,2 2,0 -0,1
out/22 0,1494 0,6501 0,6501 0,9506 1,02 0,6005 0,4702 0,3964 0,04 23,81 1.212,00
Faturamento real (CNI - %) - -0,9 0,4 -0,2 -2,0 0,9 0,4 -1,0 -0,1 0,5
nov/22 0,1507 0,6515 0,6515 0,9519 1,02 0,5811 0,4614 0,3977 0,15 23,81 1.212,00
Horas trabalhadas na produção (CNI - %) - -0,2 -0,1 0,6 -1,2 1,0 -1,0 0,1 0,9 0,2
dez/22 0,2072 0,7082 0,7082 1,0489 1,12 0,6005 0,4670 0,4543 0,17 23,81 1.212,00
Comércio
jan/23 0,2081 0,7091 0,7091 1,0398 1,12 0,6142 0,4812 0,4552 -0,06 23,93 1.302,00
Receita nominal de vendas no varejo - Brasil (IBGE - %) (1)(2) - 0,8 0,5 -2,1 -1,4 2,9 -0,7 3,2 -0,6 -0,5
fev/23 0,0830 0,5834 0,5834 0,8536 0,92 0,5546 0,4931 0,3298 0,00 23,93 1.302,00
Volume de vendas no varejo - Brasil (IBGE - %) (1)(2) - 0,7 0,1 -0,6 0,0 0,7 0,0 4,0 -3,0 -0,7
mar/23 0,2392 0,7404 0,7404 1,0912 1,17 0,6142 0,4986 0,4864 -0,18 23,93 1.302,00
Serviços
abr/23 0,0821 0,5825 0,5825 0,8527 0,92 0,5873 0,4907 0,3289 0,29 24,06 1.302,00
Receita nominal de serviços - Brasil (IBGE - %) (1) - 0,2 0,1 -0,3 -0,9 1,4 2,1 -0,7 1,9 -0,9 mai/23 0,2147 0,7158 0,7158 1,0465 1,12 0,6070 0,4812 0,4619 1,44 24,06 1.320,00
Volume de serviços - Brasil (IBGE - %) (1) - 0,5 0,2 1,5 -1,6 1,2 0,8 -3,4 2,8 0,0 jun/23 0,1799 0,6808 0,6808 1,0014 1,07 0,5873 0,4622 0,4270 0,64 24,06 1.320,00
Mercado de trabalho jul/23 0,1581 0,6589 0,6589 0,9694 1,07 0,5843 0,4464 0,4051 0,09 24,17 1.320,00
Taxa de desocupação (Pnad/IBGE - em %) - 7,9 8,0 8,3 8,5 8,8 8,6 8,4 7,9 8,1 ago/23 0,2160 0,7171 0,7171 1,0578 1,14 0,5843 0,4321 0,4632 0,05 24,17 1.320,00
Emprego industrial (CNI - %) (1) - 0,1 0,2 -0,2 0,2 0,0 -0,3 0,4 0,1 0,1 set/23 0,1130 0,6136 0,6136 0,9039 0,99 0,5654 0,4194 0,3599 - 24,17 1.320,00
Indicador Antecedente de Emprego - (FGV/IBRE) (1)(3) -1,1 1,2 2,2 -0,4 -1,4 1,7 0,8 -0,8 1,6 -6,7 2023 1,50 6,16 6,16 9,17 9,94 5,43 4,28 3,41 2,29 1,51 8,91
Balança comercial (US$ milhões) Em 12 meses * 2,02 8,31 8,31 12,42 13,45 7,32 5,75 5,15 2,59 2,11 8,91
Exportações 31.211 28.920 29.656 32.657 27.086 32.819 20.243 22.821 26.342 27.652 2022 1,63 7,90 7,90 11,71 12,39 6,88 5,51 4,68 9,12 1,15 10,18
Importações 21.444 20.030 19.510 21.695 19.157 22.072 17.674 20.511 21.809 21.452 Fontes: Banco Central, CEF, Sinduscon e Ministério da Fazenda. Elaboração: Valor Data * Até o último mês de referência
Saldo 9.767 8.890 10.146 10.963 7.929 10.747 2.569 2.310 4.533 6.200 (1) Taxa do período iniciado no 1º dia do mês. (2) Rendimento no 1º dia no mês seguinte para depósitos até 03/05/12 (3) Rendimento no 1º dia no mês seguinte para depósitos a partir de
Fontes: Banco Central, CNI, FGV, IBGE e SECEX/MDIC. Elaboração: Valor Data (1) Metodologia com ajuste sazonal. (2) Nova série com índice base 2014 = 100. (3) Var. em pts 04/05/12; Lei nº 12.703/2012 (4) Taxa efetiva; para setembro projetada. (5) Crédito no dia 10 do mês seguinte (TR + Juros de 3% ao ano)

Produção e investimento Inflação Dívida e necessidades de financiamento

Variação no período Variação no período (em %) Valores em R$ bilhões - no setor público
Indicadores 2º Tri/23 1º Tri/23 2023 (1) 2022 2021 2020 Dívida líquida do setor público jul/23 jun/23 jul/22
Acumulado em Número índice
PIB (R$ bilhões) * 2.651 2.557 10.335 9.915 8.899 7.610 Valor % do PIB Valor % do PIB Valor % do PIB
PIB (US$ bilhões) ** 545 491 2.027 1.920 1.649 1.476 set/23 ago/23 2023 2022 12 meses set/23 ago/23 dez/22 set/22
Dívida líquida total 6.186,2 59,63 6.096,5 59,05 5.331,8 56,42
Taxa de Variação Real (%) 0,9 1,8 3,2 2,9 5,0 -3,3 IBGE
(-) Ajuste patrimonial + privatização 2,3 0,02 9,0 0,09 5,9 0,06
Agropecuária -0,9 21,0 11,2 -1,7 0,3 4,2 IPCA - 0,23 3,23 5,79 4,61 - 6.683,28 6.474,09 6.370,34
(-) Ajuste metodológico s/ dívida* -661,7 -6,38 -676,1 -6,55 -797,9 -8,44
Indústria 0,9 0,1 2,2 1,6 4,8 -3,0 INPC - 0,20 2,80 5,93 4,06 - 6.893,93 6.706,15 6.603,94
Dívida fiscal líquida 6.845,5 65,99 6.763,6 65,51 6.123,7 64,80
Serviços 0,6 0,6 3,3 4,2 5,2 -3,7 IPCA-15 - 0,28 3,38 5,90 4,24 - 6.560,89 6.346,64 6.270,49
Formação Bruta de Capital Fixo (%) 0,1 -3,4 1,7 0,9 16,5 -1,7 IPCA-E - - 3,16 5,90 3,40 - - 6.346,64 6.270,49 Divisão entre dívida interna e externa
Investimento (% do PIB) 17,2 17,7 18,3 18,8 18,9 16,6 Dívida interna líquida 6.838,3 65,92 6.744,8 65,33 6.153,4 65,12
FGV
Fontes: IBGE e Banco Central. Elaboração: Valor Data Dívida externa líquida -652,1 -6,29 -648,3 -6,28 -821,6 -8,69
IGP-DI - 0,05 -5,30 5,03 -6,91 - 1.082,59 1.143,23 1.148,81
* Valores correntes. ** Banco Central. (1) 2º trim de 2023, nos últimos 12 meses
Núcleo do IPC-DI - 0,19 2,22 6,16 3,29 - - - - Divisão entre as esferas do governo
IPA-DI - 0,10 -8,24 4,70 -10,82 - 1.262,45 1.375,86 1.391,82 Governo Federal e Banco Central 5.256,5 50,67 5.169,6 50,07 4.451,4 47,10
IPA-Agro - -0,56 -13,41 3,38 -17,05 - 1.743,47 2.013,57 2.076,64 Governos Estaduais 823,9 7,94 821,8 7,96 771,2 8,16
Contrib. previdenciária* IR na fonte IPA-Ind. - 0,35 -6,18 5,24 -8,29 - 1.067,07 1.137,41 1.141,67 Governos Municipais 45,1 0,43 42,6 0,41 54,9 0,58
Empregados e avulsos** Faixas de contribuição IPC-DI - -0,22 2,23 4,28 3,90 - 724,28 708,49 697,20 Empresas Estatais 60,7 0,59 62,5 0,61 54,3 0,58
INCC-DI - 0,17 2,55 9,28 3,23 - 1.078,41 1.051,63 1.045,62
Salário de Base de cálculo* Alíquota Parcela a deduzir Necessidades de financiamento do setor público jul/23 jun/23 jul/22
IGP-M - -0,14 -5,28 5,45 -7,20 - 1.099,71 1.161,01 1.173,79
em R$ em % IR - em R$ Fluxos acumulados em 12 meses Valor % do PIB Valor % do PIB Valor % do PIB
contribuições em R$ Alíquotas em % (1) IPA-M - -0,17 -8,10 5,27 -11,00 - 1.298,95 1.413,36 1.440,87
Até 1.320,00 7,50 Até 2.112,00 0,0 0,00 IPC-M - -0,19 2,27 4,30 3,81 - 708,64 692,88 682,07 Total nominal 721,8 6,96 662,4 6,42 355,9 3,77
De 1.320,01 até 2.571,29 9,00 De 2.112,01 até 2.826,65 7,5 158,40 INCC-M - 0,24 2,50 9,40 3,06 - 1.077,50 1.051,25 1.046,51 Governo Federal** 590,1 5,69 528,1 5,12 387,2 4,10
De 2.571,30 até 3.856,94 12,00 De 2.826,66 até 3.751,05 15,0 370,40 IGP-10 0,18 -0,13 -5,15 6,08 -6,35 1.124,56 1.122,49 1.185,56 1.200,87 Banco Central 46,6 0,45 55,2 0,53 26,7 0,28
De 3.856,95 até 7.507,49 14,00 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 651,73 IPA-10 0,23 -0,20 -7,90 6,08 -9,84 1.339,54 1.336,50 1.454,37 1.485,74 Governo regional 79,1 0,76 71,1 0,69 -57,8 -0,61
Empregador doméstico 8,00 Acima de 4.664,68 27,5 884,96 IPC-10 0,02 -0,01 2,55 4,40 4,01 714,68 714,51 696,93 687,12 Total primário 80,5 0,78 24,3 0,24 -230,6 -2,44
Fonte: Previdência Social. Elaboração: Valor Data *Competên- INCC-10 0,18 0,17 2,48 9,55 3,04 1.064,31 1.062,42 1.038,60 1.032,87 Governo Federal -189,4 -1,83 -217,6 -2,11 -349,9 -3,70
Fonte: Receita Federal. Elaboração: Valor Data
cia set/23. **Inclusive empregado doméstico. (1) Para fins de *Valores consideram o desconto simplificado de R$ 528,00 Banco Central 0,4 0,00 0,5 0,01 0,5 0,01
FIPE
recolhimento ao INSS Obs. Desconto por dependente: R$ 189,59 Governo regional -13,7 -0,13 -19,7 -0,19 -115,6 -1,22
IPC - -0,20 1,71 7,32 3,33 - 665,86 654,64 645,17
Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data * Interna e externa.** Inclui INSS. Obs.: Sem Petrobras e Eletrobras.
DIEESE
ICV* - - - - 3,07 - - - -
Principais receitas tributárias Obs.: IPCA-E no 2º trimestre = 1,12%, IGP-M 2ª prévia set/23 0,34% e IPC-FIPE 2ª quadrissemana set/23 0,20%
Valores em R$ bilhões Fontes: FGV, IBGE, FIPE e DIEESE. Elaboração: Valor Data *Índice em 2020 até fevereiro Resultado fiscal do governo central
Valores em R$ bilhões a preços de julho*
Discriminação Janeiro-julho Var. julho Var.
Discriminação Janeiro-julho Var. julho Var.
2023 2022 % 2023 2022 % Imposto de Renda Pessoa Física 2023 2022 % 2023 2022 %
Receita Federal
Imposto de renda total 454,1 422,4 7,49 64,8 64,6 0,35
Pagamento das quotas - 2023 Receita total 1.362,5 1.439,5 -5,35 193,6 207,9 -6,91
Receita Adm. Pela RFB** 858,2 872,6 -1,65 119,6 124,2 -3,69
Imposto de renda pessoa física 36,6 36,4 0,70 5,2 4,6 12,13 Arrecadaçao Líquida para o RGPS 325,1 305,7 6,36 47,4 44,4 6,77
Imposto de renda pessoa jurídica 196,7 199,3 -1,32 30,7 35,4 -13,11 No prazo legal
Receitas Não Adm. Pela RFB 179,2 261,3 -31,40 26,6 39,3 -32,40
Imposto de renda retido na fonte 220,8 186,8 18,21 28,9 24,6 17,48 Quota Vencimento Valor da quota Valor dos juros Valor total
Transferências a Estados e Municípios 263,0 278,4 -5,55 33,2 38,7 -14,18
Imposto sobre produtos industrializados 34,5 37,8 -8,81 4,9 5,3 -7,23 (Campo 7 do DARF) (Campo 9 do DARF) (Campo 10 do DARF)
Receita líquida total 1.099,5 1.161,0 -5,30 160,4 169,2 -5,25
Imposto sobre operações financeiras 34,7 33,4 3,88 5,1 5,2 -1,17 1ª ou única 31/05/2023 - Campo 7 Despesa Total 1.176,5 1.082,3 8,71 196,3 149,5 31,27
Imposto de importação 31,2 33,2 -5,95 4,4 4,9 -10,93 2ª 30/06/2023 1,00% Benefícios Precidenciários 534,2 501,3 6,56 90,5 63,9 41,69
Cide-combustíveis 0,1 1,4 -96,00 0,0 0,1 -64,33 3ª 31/07/2023 2,07% + Pessoal e Encargos Sociais 199,9 197,2 1,36 35,2 34,1 3,10
Contribuição para Finsocial (Cofins) 188,3 183,0 2,94 27,9 26,3 5,89 4ª 31/08/2023 Valor da declaração 3,14% Campo 8 Outras Despesas Obrigatórias 180,9 174,0 3,95 29,7 20,8 42,73
CSLL 101,7 105,6 -3,66 16,3 17,8 -8,31 5ª 29/09/2023 4,28% Despesas Poder Exec. Sujeitas à Prog. Financeira 261,5 209,7 24,73 40,9 30,7 33,15
PIS/Pasep 52,7 51,2 2,92 7,7 7,3 5,72 Resul. Primário do Gov. Central (1) -77,0 78,8 - -35,9 19,7 -
6ª 31/10/2023 +
Outras receitas 447,4 424,2 5,47 70,7 71,1 -0,58 Discriminação jul/23 jun/23 jul/22
7ª 30/11/2023 Campo 9
Total 1.344,7 1.292,2 4,06 201,8 202,6 -0,37 Valor Var. % Valor Var. % Valor Var. %
8ª 28/12/2023
jun/23 mai/23 jun/22
Pagamento com atraso Ajustes metodológicos 1,4 - -0,2 -6,12 1,9 -
Valor Var. %* Valor Var. %* Valor Var. %* Discrepância estatística 2,1 - -1,2 - -0,8 9,20
Multa (campo 08) - sobre o valor do campo 7 aplicar 0,33% por dia de atraso, a partir do primeiro dia após o vencimento até
ICMS - Brasil 58,0 5,56 54,9 -5,23 59,6 1,47 Result. Primário do Gov. Central (2) -32,5 -30,21 -46,5 7,71 20,8 46,58
o limite de 20%; Juros (campo 09) - aplicar os juros equivalentes à taxa Selic acumulada mensalmente, calculados a partir
jun/23 mai/23 jun/22 de junho/23 até o mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês de pagamento; Total (campo 10) - informar a soma dos Juros Noniminais -37,1 11,11 -33,3 -44,21 -37,4 -60,38
Valor Var. %* Valor Var. %* Valor Var. %* valores dos campos 7, 8 e 9. Fonte: Receita Federal do Brasil. Elaboração: Valor Data Result. Nominal do Gov. Central -69,5 -12,96 -79,9 -22,42 -16,7 -79,24
INSS 45,9 -3,85 47,8 4,34 41,1 -2,29 Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional. Elaboração: Valor Data
Fonte: Receita Federal, Previdência Social, Secretaria da Fazenda. Elaboração: Valor Data * sobre o mês anterior Mais informações: valor.globo.com/valor-data/, ibge.gov.br e fipe.org.br * Deflator: IPCA ** Somando Incentivos fiscais (1) Acima da linha. (2) Abaixo da linha
 Quinta-feira, 21 de setembro de 2023 | Valor | A5

Brasil
COMÉRCIO EM PAUTA
Ambiente Medida representa uma correção em Trabalho que valoriza o Brasil
relação à redução dos objetivos ocorrida durante
o governo Bolsonaro, afirma ministra Marina Silva

Brasil melhora metas CAMPANHA MOSTRA JORNADAS DO SISTEMA

COMÉRCIO POR UMA ATUAÇÃO DE EXCELÊNCIA

no compromisso O
comércio de bens,
serviços e turismo é
uma importante en-
grenagem que contribui
uma atuação conjunta efi- qualifica os trabalhadores,
caz em benefício do setor cuida das pessoas e desen-
empresarial e do Brasil volve o Brasil”, afirma o
como um todo. Para mos- presidente da CNC, José

climático até 2030

para movimentar todo o
País. Para fortalecer essa
estrutura, a Confederação
Nacional do Comércio de
NAIARA THAISA INFANTE BERTÃO/VALOR Bens, Serviços e Turismo
Daniela Chiaretti
De São Paulo (CNC) reuniu em Brasília,
durante os eventos Conecta
O Brasil anunciou na Cúpula e Sicomércio 2023, líderes
de Ação Climática a correção do
e colaboradores do Sesc, do
compromisso climático que ha-
via sido reduzido no governo Bol- Senac, das Federações do
sonaro. Para corrigir o que se tor- Comércio, das Federações
trar essa iniciativa de inte-
gração do Sistema Comér-
cio, a CNC está veiculando
de 18 a 24 de setembro uma
campanha publicitária em
jornais, canais de TV aberta
e fechada, portais e redes
sociais.
“O Sistema Comércio re-
presenta os empresários,
Roberto Tadros, observan-
do que as mudanças estão
se acelerando em todas as
dimensões, nos âmbitos
político, econômico, social
e sindical. “Não temos
alternativa a não ser nos
preparar para sermos prota-
gonistas neste cenário.”

nou conhecido como “pedalada
climática” ocorreu uma alteração
percentual — de 37% para 48% até
2025 e de 50% para 53% até 2030.
“Tenho a satisfação de anun-
ciar hoje que vamos atualizar
nossa contribuição nacional-
mente determinada no âmbito
do Acordo de Paris, a NDC”, leu a
ministra Marina Silva, do Meio
Ambiente e da Mudança do Cli-
ma, em nome do presidente Lula.
“Vamos retomar o nível de ambi-
ção que apresentamos original-
mente na COP21 e que tinha sido
alterado no governo anterior”.
A NDC brasileira de 2015 tinha
a meta de reduzir em 37% as
emissões do país até 2025, em re-
lação a 2005. Indicava que as
emissões poderiam ser reduzidas
Divulgação/CNC
nacionais e dos sindicatos
empresariais que formam a
base do Sistema Comércio
para cinco dias de debates,
troca de experiências e
compartilhamento de boas
práticas.
Os eventos levaram os par-
ticipantes a uma jornada Assista ao vídeo
rumo ao conhecimento e
à excelência, em busca de José Roberto Tadros em Brasília: adaptação aos novos cenários
Marina Silva: “Vamos retomar o nível de ambição da COP 21”
climática e os trunfos brasileiros:
correção da meta climática e que-
promisso ético de fazer ambos”.
Lembrou que mais de 3 bilhões PROJETO PIONEIRO DE EDUCAÇÃO A
da de 48% no desmatamento da
Amazônia, de janeiro a agosto.
de pessoas já são diretamente atin-
gidas pela mudança do clima, em DISTÂNCIA DO SESC FORMA PRIMEIRA TURMA

em até 43% em 2030.
Ao atualizar a NDC em 2020, o
governo Bolsonaro confirmou o
compromisso para 2030, mas mu-
dou a base de cálculo. Desta forma,
o Brasil chegaria em 2030 emitin-
do 400 milhões de toneladas a
mais do que a meta original.
A atualização da NDC brasileira
era esperada — as novidades foram
a forma e o protagonista. Para cor-
rigir a “pedalada”, o governo op-
tou por elevar o percentual e bus-
car o mesmo volume absoluto de
Marina leu palavras de Lula: “No
meu discurso de ontem enfatizei a
centralidade da desigualdade nos
desafios da nossa era”. No clima, a
desigualdade se reflete de duas
formas: “Nas responsabilidades de
quem gerou o problema e na for-
ma desproporcional com que os
mais pobres sofrem seus efeitos”.
“Nenhum país deve ter que es-
colher entre lutar contra o aqueci-
mento global ou combater a fome
ou a pobreza”, disse. “Esse é um fal-
so dilema. Todos temos um com-
especial em países de renda média
e baixa. Reafirmou que a proteção
da floresta e o desenvolvimento
sustentável da Amazônia são prio-
ridades do governo Lula.
Repetiu que o Brasil chegará a
2030 com desmatamento zero.
Mencionou a força-tarefa que re-
duziu “em 80% a área de garimpo
ilegal no território Yanomami”.
Marina lembrou a Cúpula de Be-
lém e adiantou que há “diálogo
com outros países em desenvolvi-
mento detentores de florestas tro-
O
Sesc EAD EJA - Edu-
cação a Distância para
Jovens e Adultos for-
mou os primeiros 1.044 alu-
nos nos mais de 45 polos es-
palhados por todo o Brasil.
Depois de um ano e meio
de estudos, os formandos
receberam o certificado de
conclusão do ensino médio,
com qualificação profissio-
O projeto foi desenvolvido
em parceria com o Senac,
responsável pela platafor-
ma de realização do curso,
que tem duração de três se-
mestres, com carga horária
de 1.200 horas, sendo 80%
em formato virtual e 20%
em formato presencial.
Os conteúdos têm como
base experimentações, si-
mulação de práticas, meca-
nismos de jogos, dramatiza-
ções e outras estratégias que
possibilitam maior intera-
ção com os participantes. A
parte presencial permite aos
estudantes a participação
em atividades de cultura,
esporte e lazer oferecidas
pelo Sesc nos estados.

emissões. A outra surpresa foi o
Brasil ser representado pela minis-
tra Marina Silva. No mesmo horá-
rio o presidente Lula tinha uma bi-
lateral com o presidente Joe Biden.
Lula, contudo, cancelou sua
participação na live semanal que
costuma fazer. Ele tem reclama-
do de dores no quadril e deve ser
operado em 29 de setembro.
O discurso reforçou a centrali-
dade da desigualdade na questão
picais para chegarmos na COP28
com uma visão conjunta”.
“Nenhum país deve Disse que a COP30, que o Brasil
quer sediar em 2025 em Belém se-
escolher entre lutar rá a “mais importante desde que
adotamos o Acordo de Paris”. Na
contra o ocasião, os países terão que apre-
aquecimento ou a sentar a segunda rodada de com-
promissos climáticos. “Será a nos-
fome ou a pobreza” sa última chance”. Ela lembrou
que o Brasil sediará a Cúpula do
Lula G20 no Rio de Janeiro, em 2024.
Divulgação/Sesc
nal em Produção Cultural.
Criado em 2022 com o
objetivo de proporcionar a
oportunidade de retomada
dos estudos e contribuir
para a inserção dos alunos
no mercado de trabalho,
o projeto, ofertado em 15
estados das regiões Norte,
Nordeste, Sudeste e Sul, já

Cúpula do clima de António Guterres está em sua quarta turma. O Sesc EAD EJA formou 1.044 alunos em 45 polos pelo Brasil

coloca combustíveis fósseis na berlinda SENAC PROMOVE REINSERÇÃO SOCIAL

Análise soas”. Continuou: “Vamos encarar crescimento econômico de forma POR MEIO DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

Daniela Chiaretti
São Paulo
Nunca antes em evento global
tantos líderes expressaram com ta-
manha clareza o movimento cres-
cente contra os combustíveis fós-
seis. O governador da Califórnia,
Gavin Newsom, foi o mais aplaudi-
do da manhã de ontem, na Cúpula
de Ambição Climática convocada
pelo secretário-geral das Nações
Unidas, António Guterres. O políti-
co democrata foi direto ao ponto:
“A crise climática é uma crise dos
combustíveis fósseis”.
“Não é complicado”, seguiu. “É a
a realidade — em vez de diminuir,
os subsídios aos fósseis vêm cres-
cendo nos últimos anos e alcança-
ram US$ 7 trilhões em 2022”. Disse
que, se fossem eliminados, o mun-
do teria mais US$ 7 trilhões para
investir na transição verde. E as
emissões de carbono seriam corta-
das em 43% em 2030. “Isso é o que
temos que fazer se quisermos
manter vivo o limite de aqueci-
mento de 1,5°C”.
Guterres não convidou países
que não tivessem mais ambição
climática a revelar aos outros. “Es-
sa não será uma cúpula de nonsen-
se”, avisou. “A humanidade abriu
as portas do inferno”, disse ontem,
simultânea e complementar, e não
de modo sequencial e mutuamen-
te exclusivo.” Ruto lembrou que o
continente é jovem, com média de
idade de 19 anos, detém 2/3 das
áreas agriculturáveis não utiliza-
das do mundo, 30% das reservas
minerais do planeta e enorme po-
tencial para energias renováveis.
“Podemos saltar direto para um
paraíso industrial totalmente ver-
de. Estamos prontos para a produ-
ção e o consumo sustentáveis, mas
não podemos fazer isso sozinhos”,
disse. Lembrou a “injusta situação
de crédito, em que países de baixa
renda pagam cinco vezes mais do
que as contrapartes ricas”.
E
m setembro, o Senac
começou a oferecer
no Rio de Janeiro e em
Mato Grosso novas opor-
tunidades de qualificação
profissional para pessoas
privadas de liberdade.
No Estado do Rio, cursos
gratuitos de Informática
Fundamental e de Habilida-
des Socioemocionais estão
sendo ofertados a jovens
integrantes do Programa In-
dimento ao Adolescente, na
cidade do Rio de Janeiro,
em Nova Iguaçu, Duque de
Caxias, Nilópolis, Ilha do
Governador, Teresópolis,
Volta Redonda, Barra Man-
sa, Cabo Frio, Niterói, São
Gonçalo, Macaé e Campos
dos Goytacazes.
Em Mato Grosso, o progra-
ma Senac Integra também
oferta cursos profissiona-
lizantes a pessoas privadas
de liberdade, favorecendo
a inserção no mercado de
trabalho e oferecendo apoio
familiar. A iniciativa conta
com a cooperação do Po-
der Judiciário, por meio do
Grupo de Monitoramento
e Fiscalização do Sistema
Carcerário e Socioeducati-
vo e da Secretaria de Estado
de Segurança Pública via
Fundação Nova Chance.
Divulgação

queima de petróleo, de gás e de
carvão.” Newsom, único represen-
tante de governo dos EUA convi-
dado para a cúpula, disse que por
anos “a indústria do petróleo tem
feito de tolos a todos aqui. Sua ne-
gação, que remonta a décadas,
criou as condições que persistem
hoje”. A Califórnia está processan-
do a Shell, Exxon, Chevron, British
Petroleum, ConocoPhillips e o Ins-
tituto Americano de Petróleo por
organizarem campanhas para es-
conder o impacto climático da
queima dos combustíveis fósseis.
Kristalina Georgieva, direto-
ra-gerente do Fundo Monetário In-
ternacional, lembrou que o man-
dato do FMI é de promover a esta-
bilidade macroeconômica e finan-
ceira, crescimento e emprego. “A
mudança do clima ameaça essa es-
tabilidade, afeta o crescimento e,
mais importante, a vida das pes-
ao abrir o evento. “Nosso foco aqui
são soluções climáticas e nossa ta-
refa é urgente. Um calor terrível es-
tá provocando efeitos terríveis.”
Ficaram de fora os dois maiores
emissores globais — os EUA (que
mais emitem gases-estufa histori-
camente) e a China (maior emissor
contemporâneo). A Índia também
não estava nem a Noruega e os
Emirados Árabes Unidos, que se-
diarão a COP28, em dezembro.
O presidente do Quênia, Wil-
liam Ruto, que coordenou o Africa
Climate Summit em Nairóbi, no
início de setembro, resumiu a de-
claração assinada pelos líderes do
continente. Eles pedem uma taxa
global de carbono sobre combus-
tíveis fósseis, transporte marítimo
e aviação, e mudanças profundas
no sistema financeiro mundial.
“A nossa é uma nova perspecti-
va. Enquadra a ação climática e o
É verdade que os 41 líderes con- dividual de Semiliberdade,
vidados não falaram em uníssono
por meio de parceria inédita
em “phase out” dos combustíveis
fósseis, termo que define o fim do com o Departamento Geral
uso massivo de petróleo, gás e car- de Ações Socioeducativas
vão. De vez em quando surgia a pa-
(Degase), vinculado à Se-
lavra “unabated” que indica explo-
ração de fósseis com tecnologias cretaria Estadual de Edu-
de sequestro de carbono. Mas foi cação.
um fórum de mais ambição, me-
nos palavrório e mais ação. As aulas são ministradas em
Houve até críticas, cuidadosas, modernos laboratórios de
ao fato de o mundo gastar somas tecnologia do Centro de Re-
enormes com a guerra na Ucrânia
em detrimento da crise climática. cursos Integrados de Aten- Cursos nasceram de parcerias com o Executivo e o Judiciário
“Espero que, da mesma forma que
podemos levar a Ucrânia a sério no TRABALHO A FAVOR DO BRASIL
Conselho de Segurança, também
possamos falar sobre mudança do
Acesse o site afavordobrasil.cnc.org.br e conheça as ações que o Sistema
clima”, disse Mia Mottley, primei- Comércio vem realizando para ajudar o País a superar a crise.
ra-ministra de Barbados, uma pro-
tagonista na agenda climática. “Es- www.portaldocomercio.org.br.
sa é uma ameaça maior e que colo-
ca mais vidas em jogo no mundo.”
A6 | Valor | Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Brasil
MG tenta atrair
Conjuntura Proposta é uniformizar regulamentos com compradores
de produtos brasileiros para acelerar negócios e reduzir os custos
Indústria quer padrão com investimentos
outros países para exportar estrangeiros
Lu Aiko Otta
De Brasília
A indústria brasileira pede
ajuda ao governo para tentar re-
duzir as diferenças entre os regu-
lamentos aplicados aqui e aque-
les exigidos nos principais mer-
cados, como Argentina. Regras
diferentes representam custos
adicionais de adaptação e perda
de competitividade, afirmou a
gerente de Comércio e Integra-
ção Internacional da Confedera-
ção Nacional da Indústria (CNI),
Constanza Negri.
Embora o Mercosul tenha um
regulamento para a fabricação de
brinquedos, Brasil e Argentina o
aplicam de formas diferentes. O
país vizinho também exige certifi-
cação adicional sobre a composi-
ção de têxteis exportados para lá.
São detalhes que “empatam a
vida” dos exportadores, afirmou
o presidente da Associação Brasi-
leira dos Fabricantes de Brinque-
dos (Abrinq), Synésio Costa.
O problema está no radar do
governo. O Mdic comentou que
atua no tema e que “as informa-
ções trazidas pelo setor privado
são fundamentais para subsidiar
as gestões governamentais na
área de divergências regulatórias
que afetam o comércio”.
A pasta listou algumas iniciati-
vas nessa direção. Por exemplo, a
negociação fechada em julho
com o Peru, a partir da qual a in-
dústria brasileira foi autorizada a
utilizar adesivos nos rótulos de
alimentos e bebidas dirigidos ao
público infantil informações exi-
gidas naquele mercado.
Em trabalho conjunto com
quatro setores — alimentos, cos-
méticos, brinquedos e têxteis —,
a CNI elaborou sugestões de me-
didas a serem adotadas pelo go-
verno para tentar reduzir o peso
das divergências regulatórias. As
propostas, chamadas de Mapas
de Cooperação Regulatória In-
ternacional da Indústria, já fo-
ram entregues ao governo.
Segundo Negri, as barreiras ao
comércio têm crescido de duas for-
mas. De um lado, países adotam
medidas ilegais perante a legisla-
ção internacional. Essas podem ser
questionadas em foros internacio-
nais. De outro, são adotadas medi-
das regulatórias específicas. Nesse
caso, as principais economias têm
buscado uma aproximação regu-
latória, explicou.
É uma iniciativa importante pa-
Queda de 0,3% em julho é movimento Combustíveis pesam, e
normal, aponta Monitor do PIB IGP-M acelera na 2 a prévia
Rafael Rosas
Do Rio
A queda de 0,3% em julho ante
junho registrada pelo Monitor do
PIB calculado pelo Instituto Brasi-
leiro de Economia da Fundação
Getulio Vargas (FGV Ibre) não re-
flete uma “preocupação extrema”,
mas mostra um movimento “nor-
mal” de desaceleração nos últimos
seis meses do ano, depois de um
primeiro semestre acima das ex-
pectativas. A afirmação é da eco-
nomista Juliana Trece, coordena-
dora da pesquisa. Na comparação
interanual a economia cresceu
1,8% em julho e 2,7% no trimestre
móvel encerrado em julho.
Para ela, a queda do monitor
pode parecer uma surpresa, uma
vez que o IBC-Br (indicador de ati-
vidade do Banco Central) mos-
trou, na terça-feira, alta de 0,44%
em julho ante junho, mas essa di-
ferença não é razão para sustos.
“Temos complicadores na eco-
nomia. Os juros estão elevados, as
famílias estão endividadas e a eco-
nomia tem sido bastante resiliente
apesar disso. Mesmo com o bônus
da agropecuária super significati-
vo no primeiro semestre, estamos
vendo que o setor de serviços está
conseguindo ser resiliente”, diz. “É
normal que o segundo semestre
Constanza Negri: Regras diferentes representam custos adicionais de adaptação e perda de competitividade
ra os exportadores, avaliou Welber
Barral, sócio do escritório Barral
Parente Pinheiro Advogados e ex-
secretário de Comércio Exterior.
“Muitas vezes as certificações do
Brasil não são validadas lá fora”,
comentou “Isso pode impedir o
acesso de produtos brasileiros.”
Entre as sugestões para o setor
apresentadas ao governo, está a
promoção de diálogos bilaterais
com a Argentina para “melhor
compreensão quanto às escolhas
regulatórias”, principalmente em
relação à “suposta” divergência
regulatória entre os dois países.
O Mdic destacou que tem
acompanhado a revisão do regu-
lamento do Mercosul sobre brin-
quedos. Esse trabalho é feito le-
vando em consideração as nor-
mativas da Associação de Nor-
malização do Mercosul (ANM),
que por sua vez são baseadas nas
normas internacionais ISO.
No caso do setor têxtil, o princi-
pal ponto trabalhado com a CNI
foi a exigência, pela Argentina, de
sinta mais os efeitos da política
monetária, porque a agropecuária
não vai ter tanta interferência. En-
tão é um movimento normal de ter
um segundo semestre mais tímido
comparado ao primeiro.”
Ela ressalta que o desempenho
da economia em 2023 deverá ficar
bem acima das estimativas do co-
meço do ano. Para ela, o Produto
Interno Bruto (PIB) deve fechar o
ano com crescimento na casa de
3%. “No início do ano, era otimista
quem considerava crescer 1%.”
Ela destaca que o processo de
redução da taxa de juros — hoje
em 13,25% ao ano — terá mais
efeitos sobre a economia no ano
que vem. Um crescimento mais
constante e robusto, porém, só
será possível quando forem des-
montados obstáculos estrutu-
rais, como a taxa de investimento
baixa. "A questão da agropecuá-
ria e da extrativa mascararou um
pouco a nossa condição. Obvia-
mente é número bom crescer 3%,
mas temos problema estrutural
de taxa de investimento baixa. A
indústria mostra sinais de enfra-
quecimento. Enquanto não con-
seguirmos resolver a taxa de in-
vestimento, vai ser difícil crescer
um pouco mais forte.”
Trece acrescenta que iniciativas
como o Desenrola, a aprovação do
uma declaração jurada sobre a
composição de fibras de têxteis e
confecções, informou o superin-
tendente da Associação Brasileira
da Indústria Têxtil e de Confecções
(Abit), Fernando Pimentel. Hoje,
25% das exportações do setor vão
para aquele país.
Pimentel diz que o ideal seria
buscar, no Mercosul, uma regula-
ção pela qual a etiquetagem dos
produtos fosse suficiente. Segun-
do o Mdic, as normas no Mercosul
“Muitas vezes as
certificações do
Brasil não são
validadas lá fora.
Isso pode impedir o
acesso de produtos
brasileiros”
Welber Barral
arcabouço fiscal, e a reforma tribu-
tária podem dar fôlego à econo-
mia no ano que vem. "Reduzir o
endividamento das famílias é fun-
damental para conseguir, pelo
consumo, ter fôlego. E mesmo o
PAC [Programa de Aceleração do
Crescimento] que está sendo pro-
posto vai ajudar na questão dos in-
vestimentos. Medidas estão sendo
pensadas para estimular a econo-
mia, mas acho que ficou mais para
2024 do que para este ano.”
O monitor divulgado quarta-
feira (20) mostra que o consumo
das famílias cresceu 2,6% no tri-
mestre móvel encerrado no sétimo
mês do ano. A formação bruta de
capital fixo (FBCF), medida dos in-
vestimentos na economia, caiu
3,2% no mesmo trimestre móvel. O
segmento de máquinas e equipa-
mentos, que tem apresentado que-
das desde o trimestre findo em ja-
neiro, segue ampliando sua retra-
ção, com queda de 9,4% no trimes-
tre móvel encerrado em julho.
A exportação de bens e servi-
ços cresceu 15,1% no trimestre
móvel encerrado em julho. O to-
tal das importações caiu 0,9%
nesse mesmo período.
A taxa de investimento em julho
foi de 17,4%; pouco acima da mé-
dia histórica desde 2015, mas abai-
xo da média histórica desde 2000.
DIVULGAÇÃO
para o mercado de têxteis já estão
harmonizadas. Uma sugestão no
mapa da CNI para o setor é promo-
ver um acordo de reconhecimento
mútuo para alinhar procedimen-
tos de testes e certificações, com
base em padrões internacionais.
Uma aproximação com regu-
lamentos com Colômbia, Peru e
Paraguai é uma das propostas do
mapa para o setor de alimentos.
Outra sugestão é intensificar a
participação nas discussões do
Codex Alimentarius, em discus-
são no âmbito da Organização
das Nações Unidas para Agricul-
tura e Alimentação (FAO).
O Valor procurou a Associa-
ção Brasileira da Indústria de Hi-
giene Pessoal, Perfumaria e Cos-
méticos (Abihpec) e a Associa-
ção Brasileira da Indústria de
Alimentação (Abia), que traba-
lharam com a CNI para elaborar
seus mapas. A primeira não res-
pondeu. A segunda informou
não ter condições de participar
da reportagem.
Alessandra Saraiva
Do Rio
Após cair 0,06% em agosto, a
segunda prévia do Índice Geral
de Preços – Mercado (IGP-M) su-
biu 0,34% em setembro, infor-
mou ontem a Fundação Getulio
Vargas (FGV). Combustíveis mais
caros comandaram a alta, segun-
do André Braz, economista da
FGV responsável pelo indicador.
Ele detalhou que os recentes
reajustes de derivados de petró-
leo promovidos pela Petrobras
impulsionaram tanto a inflação
no atacado quanto a do varejo.
Ambas são usadas para cálculo
da prévia do índice, usado para
calcular reajuste de aluguel. Po-
rém, mesmo com a segunda pré-
via em alta, ele não acredita que
o resultado antecipe disparada
no resultado completo do indi-
cador. “Não acho que vá bater 1%
[o IGP-M de setembro]. A taxa
deve ficar próxima ao que tive-
mos na segunda prévia” disse.
Braz explicou que o Índice de
Preços ao Produtor Amplo (IPA),
60% do IGP-M e que abrange pre-
ços atacadistas, passou de -0,08%
para 0,40%. Um dos componen-
tes que mais empurraram o índi-
ce para cima foi a gasolina,
13,24% mais cara; e o diesel,
Cibelle Bouças
De Belo Horizonte
O governo de Minas Gerais deci-
diu redobrar esforços para atrair
mais investimentos internacionais
ao Estado. Neste mês, uma comiti-
va encabeçada pelo governador
Romeu Zema (Novo) participa de
agendas de negócios na Itália,
Áustria e nos Estados Unidos. Em
novembro, uma nova missão terá
como destino a China. Os acordos
fechados agora giram em torno de
R$ 500 milhões, mas ainda há ne-
gociações em andamento.
Desde 2019, o governo de Mi-
nas atraiu R$ 97,7 bilhões em in-
vestimentos estrangeiros, com
destaque para empresas dos Es-
tados Unidos, da China, da Espa-
nha, da Alemanha, da Itália, da
Holanda, da Índia e da Rússia.
As missões compõem esforços
do governo Zema para encerrar
seus dois mandatos com atração
de R$ 580 bilhões em investi-
mentos privados nacionais e in-
ternacionais, com geração de 1
milhão de empregos com cartei-
ra. Desde 2019 até agora, os in-
vestimentos anunciados totali-
zam R$ 361,8 bilhões.
No ano passado, foram formali-
zados 183 empreendimentos com
investimentos de R$ 81,4 bilhões.
Neste ano até setembro, já foram
feitos 123 anúncios de investi-
mentos, totalizando R$ 88,6 bi-
lhões. “Queremos chegar a R$ 500
bilhões de investimentos atraídos
em um ano, com pleno emprego
no Estado”, afirma o secretário de
Desenvolvimento Econômico de
Minas Gerais, Fernando Passalio.
A atração de investimentos pri-
vados com instalação de indús-
trias deve ajudar o Estado a au-
mentar a arrecadação tributária.
Apesar dos investimentos bilioná-
rios atraídos para o Estado desde
2019, Minas Gerais ainda opera no
vermelho e prevê para este ano um
déficit de R$ 3,6 bilhões e, para o
ano que vem, de R$ 6,06 bilhões. A
arrecadação, que era de R$ 59,4 bi-
lhões em 2018, é prevista em
R$ 106,1 bilhões em 2023 e R$
113,6 bilhões em 2024. Mas a des-
pesa cresce mais, saindo de R$ 70,6
bilhões em 2018 para R$ 109,7 bi-
lhões neste ano e R$ 119,7 bilhões
no ano que vem. Além disso, o es-
toque de dívida subiu de R$ 111,7
bilhões em 2018 para R$ 163,1 bi-
lhões neste ano. O Estado tem sido
cobrado pelo Tesouro Nacional
para fazer ajustes no seu orçamen-
to e conseguir na Assembleia Le-
gislativa a aprovação da adesão ao
20,74% mais caro, no atacado.
Esses dois itens não foram os
únicos a apresentar alta no IPA,
acrescentou ele. Aumentos em
commodities como arroz em
casca (9,35%) e em minério de
ferro (6,99%) também ajudaram.
Além disso, a influência dos
combustíveis mais caros foi per-
cebida no varejo. O Índice de Pre-
ços ao Consumidor (IPC), 30% do
IGP-M, passou de -0,12% para
0,23% da segunda prévia de
agosto para igual prévia em se-
tembro. A gasolina ficou 5,29%
mais cara, na segunda prévia de
setembro, no varejo.
Ao ser questionado se o IGP-M
teria condições de avançar mais
até o fechamento de coleta de pre-
ços do indicador, que termina dia
20 de setembro, o especialista não
acredita na possibilidade. Ele co-
mentou que o que mais impulsio-
nou o indicador foi o segmento de
combustíveis e, se houver novas al-
tas de preço nesse tipo de produto,
essas serão captadas apenas no
IGP-M de outubro.
“Mas há perspectiva de com-
bustível mais caro no próximo
mês” disse ele, a lembrar sobre o
atual elevado patamar de cota-
ção do barril, o que pode gerar
novos aumentos de derivados de
petróleo no mercado interno.
Regime de Recuperação Fiscal.
Enquanto não ajusta as contas,
o governo aposta na captação de
investimentos para elevar a arre-
cadação. “A missão superou as
nossas expectativas. Conseguimos
vários resultados efetivos e pros-
peções que têm tudo para dar cer-
to. Estamos fazendo os investido-
res enxergarem além do eixo Rio-
São Paulo”, afirma Passalio. Entre
os potenciais negócios futuros o
secretário cita encontro com for-
necedores italianos de componen-
tes da Iveco, que avaliam instalar
operações em Sete Lagoas, onde a
companhia tem fábrica.
A italiana Prysmian Group, que
produz cabos e sistemas para
energia e telecomunicações, tem
confirmada uma expansão da sua
fábrica em Poços de Caldas (MG),
orçada em R$ 30 milhões neste
ano. Mas pode investir em novas
ampliações para atender deman-
das futuras da Cemig, que tem pla-
no de investir R$ 42,2 bilhões no
Estado até 2027. Outra italiana, a
FB, demonstrou interesse em ins-
talar uma fábrica de painéis sola-
res flutuantes, que podem ser ins-
talados em lagos de usinas hidre-
létricas para geração de energia
fotovoltaica. A Cemig estuda in-
vestir nessa tecnologia para am-
pliar a oferta de energia limpa.
Entre os acordos fechados du-
rante a missão, está um investi-
mento de R$ 285 milhões pelo
grupo austríaco Andritz Hydro,
fornecedor de equipamentos e
serviços para usinas hidrelétri-
cas, para instalar uma unidade
em Governador Valadares. Na
Itália, foi assinado um protocolo
de intenções com a Asja, para in-
vestir R$ 152 milhões em um
projeto de geração de energia re-
novável com biometano. A italia-
na Fassa Bortolo, da construção
civil, anunciou ampliação da sua
fábrica em Matozinhos, com in-
vestimento de R$ 35 milhões.
Segundo informações do gover-
no, do total de investimentos
anunciados de 2019 até agora,
59,7% saíram do papel. Os projetos
restantes, segundo o governo, não
foram iniciados por motivos di-
versos, seja por opção da empresa
ou por questões administrativas e
processuais, como a espera pelo li-
cenciamento ambiental.
“Tivemos no setor automotivo
uma reunião muito produtiva
com a Stellantis, que vai investir
R$ 8,5 bilhões até 2025 em Betim
para desenvolver motores híbri-
dos”, afirma o diretor-presidente
da Invest Minas, João Paulo Braga.
Curtas
Exportação de Energia
O diretor-geral do Operador
Nacional do Sistema Elétrico
(ONS), Luiz Carlos Ciocchi, disse
que a exportação de energia do
Nordeste para o Sudeste e Cen-
tro-Oeste pode ser totalmente re-
tomada a partir do dia 25 de se-
tembro. A redução da exportação
de energia solar e eólica foi uma
medida tomada um dia depois do
apagão que deixou 25 Estados e o
Distrito Federal sem energia — so-
mente Roraima não foi afetado —
e deixou cerca de 30 milhões de
consumidores sem energia elétri-
ca. Por causa do apagão, o ONS re-
duziu isso pela metade — a dife-
rença está sendo suprida por usi-
nas hidrelétricas. Ciocchi comen-
tou que esteve em conversas com a
Abeeólica e Absolar, associações
que representam os setores de eó-
licas e solar, e que entende a preo-
cupação dos agentes, já que o cor-
te representa perda de receita.
Falha em São Paulo
A Enel Distribuição de São
Paulo informou que um evento
em uma subestação afetou o for-
necimento de energia para al-
guns clientes da região oeste da
capital paulista na manhã desta
quarta-feira, 20. Segundo a em-
presa, a falha começou às 11h35.
O fornecimento de energia foi
normalizado pela Enel às 12h07,
de acordo com a empresa.

Especial Prática ESG
Clima Eventos nos EUA destacam
vantagens da energia limpa e
soluções baseadas na natureza
Brasil mostra
potencial e
tenta atrair
capital ‘verde’
para negócios
Naiara Bertão
De Nova York*
Para destravar o potencial de se
tornar líder global em soluções
“verdes”, o Brasil precisa se mostrar
mais ao mundo e atrair muito ca-
pital. Esse foi o mote de conversas
entre executivos e empresários du-
rante eventos realizados nos últi-
mos dias em Nova York para falar
sobre oportunidades e riscos para
o país com as mudanças climáti-
cas. O tom do Brazil Climate, orga-
nizado por alunos e ex-alunos da
Universidade de Columbia com
apoio de empresários brasileiros, e
do SDGs Brasil, realizado pelo Pac-
to Global da ONU, variou entre oti-
mismo com os avanços obtidos até
agora e cobranças para que o rit-
mo das soluções seja mais rápido.
No SDGs, Tarciana Medeiros,
presidente do Banco do Brasil, e
Luiza Trajano, presidente do con-
selho do Magazine Luiza, destaca-
ram o avanço na questão de diver-
sidade. “Estudos indicam que em-
presas com maior diversidade ét-
nico-racial podem obter cerca de
35% de incremento na sua rentabi-
lidade. Imaginem o impacto que
essa mudança poderia gerar nas
nossas corporações”, afirmou Me-
deiros, ao citar que o banco tem
programa para ajudar mulheres a
DIVULGAÇÃO
“Questõessociais
seinterconectam
coma
lucratividade”
ShariFriedman
Futuro é ancestral
DIVULGAÇÃO
Defensor da valorização da cultura
indígena, o DJ e produtor musical
brasileiro Alok levou, na semana
passada, representantes de várias
etnias ao evento SDGs Brazil, em
progredir na carreira e apoia movi-
mentos do Pacto Global. Trajano
disse que empresas estão mais in-
teressadas em diversidade e sus-
tentabilidade, até pela pressão de
investidores e stakeholders por
avanços em ESG (boas práticas am-
bientais, sociais e de governança).
Mas a energia foi, certamente, a
grande potencialidade brasileira
em debate, em especial no Brazil
Climate. “Se perdermos essa opor-
tunidade da transição energética e
descarbonização, vamos nos arre-
pender pelo resto da vida. Precisa-
mos apoiar e liderar essa posição;
temos capacidade para isso”, disse
o presidente da Cosan, Luis Gui-
marães. Para ele, é preciso escolher
pautas prioritárias. Além das já ci-
tadas, ele lembra que a agricultura
brasileira já é referência mundial
em baixo carbono, com o caso da
soja, mas também tem se destaca-
do na produção de insumos para a
indústria de biocombustíveis.
Joaquim Levy, ex-ministro da Fa-
zenda e diretor de estratégia eco-
nômica e relações com o mercado
do Banco Safra, destacou a impor-
tância de se atrair investimentos
externos e fazer parcerias com ou-
tros países para desenvolver tecno-
logias como o hidrogênio verde.
“Precisamos ter grandes ambições.
Podemos ser o primeiro país do
DIVULGAÇÃO
“Precisamosque
tecnologias
sejam
escalonadas”
RichLesser
Nova York, para participarem do
lançamento de seu novo álbum "O
futuro é ancestral". O trabalho tem
co-autoria de Mapu Huni Kuin,
Yawanawas, Guarani Nhandeva,
Brazil Climate Summit 2023: debate variou entre otimismo com os avanços obtidos até agora e cobranças para que o ritmo das soluções seja mais rápido
ceiros.” A matriz elétrica brasileira,
Potencial verde 92% renovável, foi destacada pelos
Demanda internacional* por hidrogênio painelistas como uma vantagem
de baixo carbono do Brasil
competitiva para a indústria local.
Em US$ bilhões
A consultoria BCG lançou no
evento de Columbia um estudo so-
15 10,9 a 13,1 bre hidrogênio verde que aponta
oportunidades de receita anual da
10 ordem de US$ 5 bilhões com a fon-
te de energia e seus derivados me-
5 a 5,4
5
tanol e amônia verdes. O potencial
1,2 a 1,4 de geração do combustível susten-
tável de aviação (SAF) também foi
2030 2040 2050
citado como produto que pode co-
locar o Brasil na liderança global.
Em % do total global negociável
A bioeconomia foi outro grande
20 tema. Atividades como extrativis-
16
15 15 mo responsável de bioinsumos,
agricultura regenerativa, práticas
12 10
de manejo sustentáveis, crédito de
8 carbono por preservação florestal
4
e mercado de restauração de flo-
restas são alguns exemplos das
2030 2040 2050 chamadas soluções baseadas na
natureza. A Amazônia, para espe-
De US$ 107 bilhões cialistas, é um dos principais luga-
res para desenvolver esse valor.
a US$ 180 bilhões “Cerca de um terço das emissões
é o mercado global de hidrogênio de globais podem ser reduzidas usan-
baixo carbono até 2050 do soluções baseadas na natureza
Fonte: Boston Consulting Group [SbN], como regeneração, agricul-
tura regenerativa, entre outras. O
mundo a chegar ao net zero” capital se move para onde vê opor-
[emissões líquidas zero], disse. tunidades e elas estão em projetos
“Mas não precisamos fazer isso so- de ‘nature positive’ e cadeia de su-
zinhos. Podemos contar com par- primentos sem desmatamento”,
DIVULGAÇÃO
Fontes renováveis e biodiversidade
abrem oportunidades para o país
De Nova York
A urgência da pauta climática
tem pressionado as empresas para
que mudem a maneira de fazer
negócios. Ainda que o ritmo esteja
mais lento do que os cientistas
gostariam, o fato é que os riscos e
as oportunidades que a descarbo-
nização traz estão no radar de
bancos, empresas e governos. O
Brasil, segundo especialistas, tem
uma oportunidade de ouro, dada
as fontes de energia renováveis e
“Sócomoquejá sua biodiversidade.
“O Brasil precisa resolver o de-
temos,podemos safio da sustentabilidade para
cortarem15% atingirmos os ODSs [Objetivos
de Desenvolvimento Sustentá-
asemissões” vel]. Se o Brasil não conseguir, fi-
carei mais pessimista com o res-
BruceUsher to do mundo”, comentou John
Elkington, especialista em sus-
tentabilidade corporativa e idea-
lizador do conceito de triple bot-
tom line, que serviu de base para
o movimento ESG.
Provas de que o jeito de fazer
negócios está mudando, segundo
Elkington, estão nos exemplos da
montadora Ford e da química Sol-
vay. “Se eu falasse à Ford anos atrás
que ela teria hoje uma divisão de
carros a combustão e outra de elé-
tricos, eles iriam rir na minha cara,
porque acreditavam que a eletrifi-
cação não iria avançar”, disse El-
kington em seu painel no evento
SDGs Brazil, organizado pelo Pac-
to Global da ONU em Nova York.
Sobre a Solvay — gigante que teve
€ 13,4 bilhões em vendas líquidas
em 2022 e que no Brasil opera
com a marca Rhodia —, ele cita os
investimentos relevantes em pro-
dutos menos poluentes.
Wyanã Kariri Xocó, Célia Xakriabá, Shari Friedman, diretora de cli-
Owerá Mc, Brô Mcs e Kaingangs. O ma e sustentabilidade da consul-
dinheiro arrecadado com as vendas toria Eurasia, destacou que a vira-
vai para organizações que da de chave acontece quando as
trabalham com povos originários. companhias percebem que a mu-
Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
disse Tony Lent, cofundador da Cli-
mate for Capital (C4C), companhia
que faz a ponte entre investidores
e projetos, no evento de Columbia.
Para ele, o Brasil tem a oportuni-
dade de ser o “número 1” no desti-
no de capital estrangeiro para pro-
jetos sustentáveis. “Nos últimos
cinco anos, as mudanças que vi-
mos no mercado como resposta à
crise climática são impressionan-
tes. Mais da metade dos profissio-
nais de investimentos já estão
comprometidos com o net zero
em suas estratégias”, disse.
No mesmo painel, Marina Gros-
si, presidente do Conselho Empre-
sarial Brasileiro para o Desenvolvi-
mento Sustentável (Cebds), ava-
liou que, além de poder exportar
soluções para a transição verde, o
Brasil é, em sua opinião, o único
país do mundo que pode atingir o
net zero sem precisar de novas tec-
nologias. “Nosso maior desafio é o
desmatamento. E as SbN podem
nos ajudar a zerar as emissões.
Mas, para isso, teremos que lidar
com o elefante branco na sala do
desmatamento legal”, afirmou.
Outra questão delicada com a
qual o país terá de lidar se quiser se
tornar uma potência verde, na vi-
são de Natalie Unterstell, presi-
dente do Instituto Talanoa, é o pla-
no de eliminar gradativamente o
dança pode determinar sua so-
brevivência financeira. “Questões
sociais e ambientais estão inter-
conectadas com a lucratividade.
Há um impacto importante das
políticas climáticas no balanço
das empresas”, afirmou Fried-
man, presente no Brazil Climate
Summit, evento organizado por
alunos e ex-alunos brasileiros da
Universidade de Columbia.
Como exemplos de riscos,
Friedman citou a maior ocorrên-
cia e intensidade de desastres na-
turais e as mudanças regulatórias
para descarbonizar setores, como
o chamado Carbon Border Adjust-
ment Mechanism (CBAM), lança-
do pela União Europeia este ano e
que determina taxas extras a pro-
dutos exportados ao bloco. “Desde
que a União Europeia lançou o
CBAM, outros mercados passaram
a se mexer. Vemos países como Ja-
pão, Reino Unido, Coreia do Sul e
China mudando suas políticas pa-
ra terem programas de descarbo-
nização”. Do lado das oportunida-
des, ela avalia que segmentos e ca-
deias serão criadas para atender às
novas demandas.
Rich Lesser, conselheiro global
da consultoria BCG, reiterou no
mesmo evento que em vários lu-
gares do mundo seus clientes têm
procurado orientação para conti-
nuar a vender para a Europa. “Eles
querem participar das novas re-
gras. Mas, para participarem, pre-
cisam ser capazes de adaptar os
seus sistemas porque o contexto
mudou”, disse. Para Lesser, além
de reinventar negócios, as empre-
sas têm a oportunidades de criar
produtos e serviços verdes, espe-
cialmente de base tecnológica.
“Precisamos que novas tecno-
logias sejam escalonadas e que
cheguem a custos mais baixos.
Quando você reduz o custo de
uma tecnologia, você reduz para
| Valor | A7
DIVULGAÇÃO
uso de combustíveis fósseis. “Está
claro que podemos ser pioneiros
em soluções baseadas na natureza,
mercado de carbono, mas não está
claro como vamos lidar com a nos-
sa própria meta de descarboniza-
ção e qual o plano de ‘phase out’
dos combustíveis fósseis. Nós pre-
cisamos de uma data.”
Carlo Pereira, CEO do Pacto
Global da ONU no Brasil, pon-
tuou que a capacidade de atração
de investimentos para a região
amazônica depende da supera-
ção de alguns gargalos, a come-
çar por questão fundiária, pre-
sença em alguns locais de crime
organizado e dificuldade logísti-
ca, além de melhor compreensão
da bioeconomia. “Precisa ser uma
bioeconomia que ajude as 30 mi-
lhões de pessoas que vivem na
Amazônia a manter a floresta em
pé. Talvez isso passe por ser me-
nos extrativista e em menor esca-
la”, disse. O pacto lançou um mo-
vimento para atrair as empresas
para a pauta e trabalhar riscos,
oportunidades e planos de ações
de forma setorial. “Nosso olhar
será setorial e vamos fazer um
mergulho na cadeia de valor, ter
produtos e a cadeia livre de des-
matamento”, afirmou Pereira.
*A jornalista viajou a convite
do Brazil Climate Summit
o mundo”, afirmou. Para ele, o se-
tor privado pode ter um papel
crucial para fomentar o ecossiste-
ma. Neste sentido, os Estados
Unidos têm feito um interessante
trabalho direcionado no âmbito
do Inflation Reduction Act (IRA),
programa de incentivos à econo-
mia verde. Centenas de bilhões
de dólares estão sendo distribuí-
dos a setores e empresas que bus-
quem a descarbonização.
Um exemplo muito citado du-
rante os eventos foi a diminuição
do preço das tecnologias, como a
energia solar. De acordo com a
consultoria Greener, entre junho
de 2016 e 2022, os sistemas foto-
voltaicos residenciais no Brasil ti-
veram queda de 44% no custo para
o cliente final. E a tendência é ser
cada vez mais acessível. Só o valor
do polissilício, principal matéria-
prima para produção de painéis
solares, caiu de US$ 30,80/kg, em
fevereiro, para US$ 12,62/kg na
primeira semana de junho de
2023, ainda segundo a Greener.
Não à toa a adoção da tecnolo-
gia se popularizou no Brasil. De
acordo com a Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel), a geração
distribuída de energia passou de
18 gigawatt (GW) em janeiro, para
22,2 GW de potência instalada em
meados de junho, com mais de 2
milhões de sistemas instalados em
todas as regiões do país. Disso, 22
GW são de fonte solar fotovoltaica.
Bruce Usher, co-diretor da Ta-
mer Center for Social Enterprise e
professor na Columbia Business
School, observa que o mundo tem
soluções acessíveis e que reduzem
as emissões. “Só com o que já te-
mos disponível, conseguimos re-
duzir em 15% as emissões em 30 a
40 anos. Parte da tecnologia para
acelerar o ritmo ainda não está
acessível financeiramente, mas já
existe”, disse. (NA)
A8 | Valor | Quinta-feira, 21 de setembro de 2023

:: NOTÍCIAS E COTAÇÕES EM TEMPO REAL

:: ANÁLISES EM PROFUNDIDADE
:: CONSENSO DE AÇÕES E BALANÇOS DE EMPRESAS
:: GRÁFICOS E FERRAMENTAS ANALÍTICAS

Os principais dados e informações, antes disponíveis

apenas para os investidores profissionais, agora estão
abertos para você também tomar as melhores decisões
na hora de investir e fazer negócios. Em um só lugar, um
serviço completo com a chancela de quem é especialista
na cobertura e análise da economia.
 Quinta-feira, 21 de setembro de 2023 | Valor | A9

CHEGOU A SUA
VEZ DE TER UMA

MAIS PROFISSIONAL
DO MERCADO FINANCEIRO

ACESSE VALORPRO.GLOBO.COM E ESCOLHA

A VERSÃO IDEAL PARA A SUA VERSÃO DE INVESTIDOR
A10 | Valor | Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Política
Um PGR
para
reequilibrar
o Supremo
Maria Cristina
Fernandes
Governo Aumenta a pressão, mas presidente teria diro estar com dificuldade para encontrar nomes
Lula pode escolher mulher para Justiça ou PGR
Andrea Jubé, Isadora Peron e
Luísa Martins
De Brasília
Em conversas recentes com
aliados, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) afirmou que, se
optar pela nomeação do minis-
tro Flávio Dino (Justiça e Segu-
rança Pública) para a vaga que
será aberta no Supremo Tribunal
Federal (STF), estava inclinado a
indicar uma mulher para o lugar
do auxiliar ou para a Procurado-
ria-Geral da República (PGR).
Nos últimos dias, intensifi-
cou-se a pressão de juristas, ins-
tituições e até de celebridades,
como Xuxa Meneghel, para que
Lula escolha uma jurista negra
para a cadeira da presidente do
STF, ministra Rosa Weber, que
completa 75 anos em 2 de outu-
bro, quando terá que se aposen-
tar compulsoriamente.
Nessa quarta-feira, a seção da
Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB) de São Paulo divulgou
uma carta assinada pela institui-
ção e por mais de 30 entidades da
área jurídica, que será encami-
nhada ao presidente reforçando
o pleito. Outro episódio que con-
tribuiu para aumentar a pressão
pela escolha de uma mulher para
o STF foi a recente demissão de
Ana Moser do Ministério do Es-
porte, substituída pelo deputado
André Fufuca (PP-MA) em troca
de apoio no Congresso.
Essa foi a segunda baixa femi-
nina no primeiro escalão: sema-
nas antes, o presidente havia
dispensado a então ministra do
Turismo, Daniela Carneiro, subs-
Rio recebe ‘caravana federativa’
Caio Sartori
Do Rio
O governo federal escolheu o
Rio de Janeiro para a segunda
edição da “caravana federativa”,
como são chamados os eventos
em que ministérios e bancos pú-
blicos vão até os Estados para re-
colher demandas das prefeitu-
ras. A ideia do projeto, que co-
meçou na Bahia em agosto e teve
a adesão de 288 prefeitos, é evi-
tar que comandantes de municí-
pios pequenos precisem ir até
Brasília para apresentar reivindi-
cações e solucionar pendências
relacionadas à União.
Do ponto de vista político, a cara-
vana busca intensificar a aproxima-
ção com prefeitos e turbinar a apro-
vação do governo nos territórios por
meio da retomada de projetos para-
dos. Nos últimos anos, foi marcante
a reclamação dos entes federativos
sobre a dificuldade para conversar
C
om o retorno
antecipado do
presidente Luiz
Inácio Lula da Silva
na manhã desta
quinta, crescem as expectativas
de que o novo procurador-geral
da República saia esta semana.
Ao contrário da vaga da
ministra Rosa Weber, que se
aposenta no dia 28 do Supremo
Tribunal Federal, a demora em
substituir Augusto Aras, cujo
mandato termina dois dias antes,
tem consequências objetivas e
indesejáveis. Acarretaria na
itinerância da vice-presidente do
Conselho do Ministério Público
Federal, Elizeta Ramos, com
poder de nomeação e
distribuição de processos.
Como Lula só encontrou dois
candidatos, o
sub-procurador-geral da
República, Antonio Carlos
Bigonha, e o
vice-procurador-eleitoral, Paulo
Gonet, antes da viagem,
conclui-se que a escolha se
afunilou entre os dois, embora
nenhum deles o tenha
convencido de sua ascendência
sobre a corporação.
Quem a tem é o
subprocurador da República
Mario Bonsaglia, mas seu nome é
envenenado exatamente por esta
razão. Ao contrário de Bigonha,
nunca foi próximo de Rodrigo
Dino: em visita ao Supremo, ministro da Justiça disse que designação é do presidente, mas que seu passeio pela Corte tinha “gostinho de saudade”
tituída pelo deputado Celso Sa-
bino (União-PA).
Lula admitiu em conversas
reservadas, entretanto, que ain-
da não chegou até ele a indica-
ção de uma mulher com perfil
para suceder a Dino no Ministé-
rio da Justiça ou para comandar
o Ministério Público Federal. O
mandato do atual titular da
PGR, Augusto Aras, encerra no
dia 26 de setembro.
Embora o PT tenha colocado o
nome da presidente da sigla, de-
putada Gleisi Hoffmann (PR), co-
mo candidata ao lugar de Dino
com o governo federal. Ao marcar
presença nas cidades por meio de
representantes, portanto, Lula al-
meja fincar capilaridade política e se
firmar como um presidente simpá-
tico aos prefeitos. No Rio, são pou-
cos os comandantes de cidades con-
siderados aliados do petista.
“O principal objetivo é levar os
serviços da União diretamente às
prefeituras, facilitando a vida
dos gestores municipais. Em vez
de eles irem a Brasília, Brasília vai
até eles”, diz o secretário de as-
suntos federativos da Presidên-
cia, André Ceciliano, que é do PT
do Rio. A secretaria é vinculada
ao Ministério das Relações Insti-
tucionais, de Alexandre Padilha.
Segundo a pasta, a edição baia-
na, nos dias 24 e 25 de agosto, fez
acordos que somaram mais de R$
100 milhões apenas com a Advo-
cacia-Geral da União (AGU), por
exemplo. De um total de 417 cida-
des do Estado, 288 enviaram os
Janot, nome que passou a
sintetizar tudo que a política
rejeita no MPF, mas integrou a
lista tríplice, o que lhe confere a
alcunha de “corporativo”.
Ao contrário de Bonsaglia e
Bigonha, Gonet não tem
padrinhos no PT. É também um
desconhecido no Congresso. Os
presidentes da Câmara e do
Senado, Arthur Lira e Rodrigo
Pacheco, que acompanharam
Lula a Nova York, fizeram boa
figuração de um Brasil unido
pela economia do baixo carbono,
mas até a tarde dessa terça ainda
não tinham sentado com o
presidente para discutir
nomeações pendentes.
Sabem que seu candidato,
Aras, é carta fora do baralho, mas
temem o que o PT pode fazer com
uma PGR para chamar de sua.
Basta ver o apego de Lira, exibido
à “Folha de S.Paulo”, por cargos
de porteira fechada. Quando o
presidente da Câmara fecha uma
porteira não se recusa apenas a
compor na indicação de cargos.
Também pretende deixar PF, TCU
e MPF longe da fiscalização de
autarquias sob seu patrocínio.
Gonet tem simpatizantes
como a deputada Bia Kicis
(PL-DF), da tropa de choque
bolsonarista, mas é, sobretudo, o
candidato da dupla de ministros
Gilmar Mendes e Alexandre de
Moraes. O apoio tanto pode lhe
no ministério, Lula continua
contando com a aliada na dire-
ção da sigla até 2025, quando ter-
mina o seu mandato.
Até o momento, nenhum ou-
tro nome feminino foi cogitado
para o posto na hipótese de saída
de Dino. Simultaneamente, não
há no radar de Lula nenhum qua-
dro feminino para suceder a Aras
na direção da PGR. O Valor apu-
rou que depois de ter se reunido
com os dois principais indicados
para a vaga, o presidente pediu
aos aliados que encaminhem
mais nomes para avaliar.
próprios prefeitos, e outras foram
representadas por secretários.
Com apoio do governo esta-
dual, a edição do Rio ocorrerá
nos dias 28 e 29 de setembro no
Expo Mag, antigo Centro de Con-
venções Sul América, no centro
da capital fluminense.
“Com base nos erros e acertos
da edição anterior, estamos pre-
parando algumas novidades pa-
ra a caravana no Rio de Janeiro.
Uma delas é a criação de uma
cartilha com informações deta-
lhadas sobre todos os programas
e convênios existentes no gover-
no federal, a fim de facilitar o
acesso dos gestores municipais
às informações que mais lhe in-
teressam”, explica Ceciliano.
Ex-presidente da Assembleia Le-
gislativa do Rio, o petista à frente do
projeto sempre foi considerado
pragmático, a ponto de despertar
críticas de alas mais à esquerda do
partido pela relação boa com o go-
assegurar o céu quanto o inferno.
Será favorecido se Lula avaliar
que o estilo deixa-que-eu-resolvo
da dupla lhe é útil. Será
prejudicado se o presidente
avaliar que os ministros já
acumulam poder demais para
ainda ganharem o PGR.
O excesso de poder do
Supremo saltou aos olhos nas
sessões em que estiveram em
pauta os atos de 8/1. E
surpreende que a substituição do
PGR se afunile à margem deste
julgamento. Apesar de o
processo ora em curso ter sido
iniciado no MPF, os atos
antidemocráticos só se
transformaram na invasão de
Brasília porque sua incitação
pelo ex-presidente foi, ao longo
de todo seu mandato,
solenemente ignorada pelo PGR.
A omissão de Aras lastreou o
ativismo do STF. Basta ver o
desempenho de Moraes. O
relator foi mais agressivo com os
advogados do que Carlos
Frederico Santos, o
subprocurador.
O pedido para que o quarto
réu fosse enviado ao plenário
virtual, junto com os demais
denunciados, foi uma maneira
envergonhada de Moraes
reconhecer, além dos excessos, a
falta de cabimento de tornar o
STF o foro de julgamento de
centenas de réus.
Um dos cotados é o vice-pro-
curador-geral eleitoral, Paulo
Gonet, que tem apoio de minis-
tros do STF como Gilmar Mendes
e Alexandre de Moraes. Em para-
lelo, o subprocurador Antônio
Bigonha, considerado de perfil
progressista, é o preferido do PT.
A lista tríplice formada pela
Associação Nacional dos Procu-
radores da República (ANPR)
traz o nome de uma única mu-
lher, Luiza Frischeisen, que tem o
apoio de várias entidades que de-
fendem a equidade de gênero,
como a Associação Brasileira das
vernador Cláudio Castro (PL) e de-
mais figuras da direita local. O go-
verno estadual, inclusive, é apoiador
oficial da caravana no Rio, assim co-
mo a Cedae e uma associação de
municípios do Estado. No comuni-
cado enviado a prefeitos, o governo
federal afirma que o evento é “uma
oportunidade ímpar para esclarecer
dúvidas, buscar apoio e identificar
maneiras de melhorar os serviços
oferecidos em suas comunidades.”
Para o ano que vem, Ceciliano
é tido como um dos nomes do PT
para tentar emplacar o vice na
chapa de Eduardo Paes (PSD),
que tentará a reeleição para a
Prefeitura carioca. O prefeito,
contudo, tem indicado que deve
colocar um vice do seu próprio
grupo político, dado que são
grandes as chances de concorrer
ao governo estadual em 2026 —
o que o obrigaria a deixar o mu-
nicípio no meio do mandato ca-
so seja reeleito no ano que vem.
Se Rosa Weber aceitar o pedido
de Moraes, os advogados serão
poupados das adjetivações do
relator sobre sua atuação, mas
seus clientes terão seu direito de
defesa cerceado por um
julgamento sem sustentação oral
ou interação entre as partes.
Os advogados foram
agressivos, ignorantes e pueris,
mas isso é um problema dos
clientes deles. Ao juiz cabe
analisar a defesa apresentada e
julgá-la ou não procedente. Não
foi o que Moraes fez. É bem
provável — e condenável — que os
advogados tenham feito naquele
julgamento, como apontou o
ministro, sua pré-campanha pra
as eleições de 2024, mas se
Moraes assinou e lavrou em
cartório a renúncia a uma carreira
eleitoral pós-Supremo não é de
conhecimento público.
Ao patrocinar uma
candidatura, como a de Gonet,
para a PGR, ao lado do ministro
Gilmar Mendes, não está claro o
que pretende Moraes. Se quer um
PGR que lhe poupe de assumir o
papel que hoje desempenha
neste processo do 8/1 ou que lhe
franqueie espaço para continuar
a fazê-lo. O desempenho de
Gonet na Procuradoria-Geral
Eleitoral em 2022 favorece a
segunda alternativa.
A omissão da Ordem dos
Advogados do Brasil no
CRISTIANO MARIZ/O GLOBO
Mulheres de Carreira Jurídica. Ela
ainda espera ser chamada para
uma reunião com o presidente.
A subprocuradora enfrenta a
resistência de alguns aliados de
Lula, entretanto, porque mani-
festou apoio à Lava-Jato, até pela
função de coordenadora da câ-
mara criminal que já desempe-
nhou no MPF.
Lula sofre pressão do PT e de
outros aliados para acelerar a es-
colha do sucessor de Aras para
evitar que a sua interina, a sub-
procuradora Elizeta Maria Ra-
mos, permaneça por muito tem-
Ceciliano: “Em vez de eles [prefeito] irem a Brasília, Brasília vai até eles”
julgamento só reforçou a
necessidade de uma PGR que seja
tão independente do presidente
da República quanto do STF. O
ofício da OAB para que Rosa
Weber indefira o pedido de
transferência para o plenário
virtual é atitude tardia que não
remedeia a atuação da entidade.
Se o apoio à atuação do
Supremo como guardião do
Estado democrático de direito se
fez necessário, a omissão na
defesa dos advogados
permaneceu sem explicação.
Aqueles que a cobraram na
reunião do Conselho Federal da
entidade, na segunda-feira,
inclusive três ex-presidentes, não
tiveram acolhida. A sessão não
teve sua costumeira transmissão
pelo canal da OAB no YouTube. A
entidade tampouco
disponibilizou o acesso público
ao áudio ou o vídeo da reunião.
É assim que a OAB autoriza a
interpretação de que o STF segue
sem anteparo. Seus excessos não
passam ao largo da população e
corroboram para manter o país
dividido, como mostram as
pesquisas. A pergunta que se faz
é se o futuro PGR atuará para que
a Corte se reequilibre ou será sua
linha auxiliar.
Maria Cristina Fernandes é jornalista
do Valor. Escreve às quintas-feiras
E-mail mcristina.fernandes@valor.com.br
po no posto. Há receio de que,
por ser mulher, ela acabe anga-
riando apoios para que seja efe-
tivada no cargo.
Na visão de um aliado que
acompanha de perto os bastido-
res da sucessão no STF, entretan-
to, se Lula encontrar uma mulher
com perfil para chefiar a PGR ou
a Polícia Federal (PF) — que está
vinculada ao Ministério da Justi-
ça —, ela deveria ser indicada pa-
ra a vaga de Rosa Weber já que o
clamor social envolve a cadeira
da Corte Suprema.
Enquanto Lula não decide, os
candidatos ao STF estão em cam-
panha. Nessa quarta-feira, Flávio
Dino aproveitou a abertura da
exposição sobre os 35 anos da
Constituição Federal para circu-
lar pela Corte.
Questionado pelos jornalistas
sobre sua candidatura ao Supre-
mo, ele disse a designação é do
presidente, e está “tranquilo”. Di-
no, contudo, reconheceu que vi-
sitar a Corte tem um “gostinho
de saudade”, já que ele atuou co-
mo juiz auxiliar do ministro apo-
sentado Nelson Jobim.
Já o presidente do Tribunal de
Contas da União (TCU), Bruno
Dantas, encontrou-se com Lula
em Nova York. O advogado-geral
da União, Jorge Messias, tem par-
ticipado de jantares organizados
por advogados, juristas e petistas
em seu apoio.
Em 132 anos de funcionamen-
to, o STF só teve três ministras
mulheres: Ellen Gracie, já apo-
sentada, Rosa Weber, e Cármen
Lúcia, que pode ser a única rema-
nescente.
BRENNO CARVALHO/AGÊNCIA O GLOBO — 8/7/2022

Política
Congresso Proposta que altera tributação de incentivos fiscais pode ser convertida em projeto de lei
Governo enfrenta pressão para mudar MP
César Felício
De Brasília
Cresce a resistência no Con-
gresso à mudança nas regras de
tributação de incentivos fiscais,
uma das principais receitas con-
dicionadas na proposta de Orça-
mento enviada pelo governo.
Uma forte mobilização empresa-
rial trabalha para impedir a
aprovação da MP 1.185, que po-
de proporcionar no ano que vem
uma receita adicional de R$ 35,3
bilhões, segundo cálculos do Mi-
nistério da Fazenda.
Hoje empresas tributadas por
lucro real que tenham recebido
incentivos para implantar ou ex-
pandir investimentos podem
abater o benefício da base de
cálculo de impostos federais. A
MP coloca limites nessa possibi-
lidade. Ficam excluídos, por
exemplo, os benefícios que fo-
rem usados para subvencionar
custeio. Com essa mudança, a
base de cálculo aumenta.
O governo já acenou com con-
cessões: em reunião terça-feira
Padilha reúne-se com bancada do PP na Câmara
Raphael Di Cunto e Marcelo Ribeiro
De Brasília
O ministro da Secretaria de
Relações Institucionais, Alexan-
dre Padilha, foi à Câmara dos De-
putados nessa quarta-feira para
se reunir com a bancada do PP e
falar sobre as pautas de interesse
do governo no Congresso. O en-
contro ocorre dias após o depu-
tado André Fufuca (PP-MA) assu-
mir o Ministério do Esporte co-
Executivos de Áreas
AGRONEGÓCIO
JOSÉ LUIZ TEJON MEGIDO
SÓCIO DIRETOR
Biomarketing
CONTROLADORIA
GREGORIO MOREIRA FRANCO
DIRETOR EXECUTIVO DE
CONTROLADORIA
Banco Mercantil
INOVAÇÃO VAREJO
JULIA RUEFF
DIRETORA DE MARKETPLACE
Mercado Livre
Diversidade Etária
PEDRO PITTELLA
DIRETOR DE RECURSOS HUMANOS
SANOFI
Mais
Mai Informações
In r çõe
com empresários e deputados
do Nordeste, o secretário-execu-
tivo do Ministério da Fazenda,
Dario Durigan, e o da Receita Fe-
deral, Robson Barreirinhas, ga-
rantiram que incentivos conce-
didos no âmbito da Sudene e da
Sudam ficarão fora do alcance
da medida provisória.
Os parlamentares afirmaram
que os secretários foram convin-
centes quando argumentaram
que o foco do Ministério da Fazen-
da está nos incentivos concedidos
pelos governos estaduais, por
meio de reduções do ICMS, no âm-
bito da chamada “guerra fiscal”.
Mas não há este recorte no texto
original da medida provisória.
É grande a possibilidade de a
MP ser transformada em um pro-
jeto de lei em regime de urgên-
cia, dentro do que um dos líderes
da base governista chamou de
“padrão Arthur Lira”. Há alguns
meses, o presidente da Casa acer-
tou com os líderes partidários
que matérias sem consenso entre
os deputados não devem trami-
tar como medida provisória.
mo indicado do partido.
Padilha disse que recebeu o
convite do novo líder da bancada,
o deputado Luiz Teixeira, o “dou-
tor Luizinho” (PP-RJ), e que a ex-
pectativa com a entrada do novo
ministro é estreitar as relações
com o partido, que já apoiou par-
te das pautas do governo no pri-
meiro semestre, como a reforma
tributária. “Não só vai continuar o
apoio, mas vai ampliar”, afirmou.
O presidente do PP, senador
CAPITAL HUMANO
LUCIANA CARVALHO
COO
Chiefs Group
EMPREENDEDORISMO
E STARTUP
THAÍS BORGES
SÓCIA DIRETORA CHIEF COMPLIANCE OFFICER
Systax
SUSTENTABILIDADE
FELIPE GANDOLFI TOMASI MARCO AURELIO BELTRAME
COFUNDADOR
Regera
ANNA PROST
CEO
ZENO - Gestão da Experiência
Jurídica
Patrocínio
Pedro Paulo: “Reforma saiu, mas acordos para pauta andar não foram amarrados”
“É muito difícil no Congresso
conseguir aprovar um aumento
de impostos em 120 dias”, disse o
deputado Danilo Forte (União
Brasil-CE), relator da Lei de Dire-
Ciro Nogueira (PI), contudo, tra-
balha para afastar o partido do
governo e alinhá-lo mais à oposi-
ção. Nogueira convocou reunião
da Executiva na terça-feira para
lançar uma “agenda central”,
com pontos em que a sigla pode-
rá fechar questão.
Nessa reunião, a cúpula do
partido aprovou um documento
dizendo-se contra o aumento de
impostos, e defendendo políti-
cas fiscais equilibradas e “princí-
4º Prêmio Profissional Mérito ANEFAC
Executivos que enxergam além
Transformando negócios, mudando vidas
Conheça os Vencedores de 2023
CONSELHO
ANDREA LEONEL
CONSELHEIRA
Banco Santander e BDMG
GOVERNANÇA
CORPORATIVA
THIAGO FUGITA
Iochpe Maxion S/A
TECNOLOGIA
DIRETOR EXECUTIVO
TOTVS Centro Oeste
Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
ELAINE MENKE/CÂMARA DOS DEPUTADOS — 7/7/2022
nistério com Durigan e Barreiri-
nhas. Estavam lá representantes
de grupos industriais instalados
no Ceará, como Vulcabras/Gren-
dene, Dias Branco, J. Macêdo, Três
Corações e Arcelor Mittal.
Enviada para o Congresso em
31 de agosto, a MP até agora não
teve relator designado, embora
tenha recebido 98 emendas. É si-
tuação análoga à de outras recei-
tas condicionadas por aprovação
parlamentar: mesmo sendo es-
senciais para a proposta orça-
mentária do governo ser factível,
está paralisada no Legislativo.
A MP 1.184, que taxa fundos
fechados, com potencial de recei-
ta de R$ 13,3 bilhões, já recebeu
127 emendas e também não teve
a comissão especial instalada. O
Projeto de Lei 4.173, que tributa
empresas offshore, com receita
potencial de R$ 7 bilhões, está em
regime de urgência e passa a
trizes Orçamentárias (LDO), refe- trancar a pauta a partir do dia 14,
rindo-se ao tempo máximo de vi- mas também não andou. O Pro-
gência de uma medida provisória jeto de Lei 4.258, que acaba com
antes da aprovação parlamentar. a dedução de juros sobre capitais
Ele participou da reunião no mi- próprios (JCP), que pode render
pios universais e atemporais co- senvolvimento econômico sus-
mo o respeito à vida, à família e à tentável, o combate à corrupção e
liberdade religiosa”. o compromisso com melhorias
Elaborado pela senadora Tere- nas áreas de saúde, educação, se-
za Cristina (PP-MS), vice-presi- gurança pública e infraestrutura.
dente da sigla e ex-ministra da “É uma declaração de nossos va-
Agricultura do governo Jair Bol- lores essenciais”, disse Tereza.
sonaro, o documento propõe 11 Nessa quarta-feira, Padilha afir-
cláusulas pétreas, o que Teresa mou que a pauta prioritária do go-
Cristina classificou como princí- verno neste segundo semestre é a
pios inegociáveis, para embasar aprovação de medidas para bara-
as políticas e ações do partido. tear o custo do crédito no país.
Entre elas, a promoção de um de- Na Câmara, destacou ele, são
Executivos da Área Tributária
por Segmento
AGRONEGÓCIO INDÚSTRIA
EDUARDO AMARO DE ARRUDA CAROLINA BACCI
CORPORATE TAX MANAGER HEAD OF TAX
JBS Acelen
OUTROS SERVIÇOS SAÚDE
ALEXANDRE ANTUNES WEBERTHON NUNES
HEAD OF TAX GERENTE TRIBUTÁRIO
Atlantica Hotels International Grupo Fleury
SERVIÇOS DE
COMUNICAÇÃO TECNOLOGIA
GUSTAVO ALVES RODRIGO REIS
TAX DIRECTOR TAX DIRECTOR
TIM 99
Destaque 2023 - tributário
DESTAQUE 2023
ANA PAULA LONGO
DIRETORA TRIBUTÁRIA
Vibra Energia
Apoio
| Valor | A11
R$ 10,5 bilhões para o fisco, tam-
bém está parado.
“A reforma ministerial foi feita,
mas os acordos para a pauta an-
dar não foram amarrados”, quei-
xou-se o deputado Pedro Paulo
(PSD-RJ), cotado para ser o relator
da proposta que tributa as
offshore. Neste mês, depois de
dois meses de negociações, o PP
assumiu o Ministério dos Espor-
tes, com o deputado André Fufu-
ca (MA) e o Republicanos a pasta
de Portos e Aeroportos, com Sil-
vio Costa Filho (PE).
A dinâmica do Congresso, con-
tudo, não mudou. Em entrevista à
“Folha de S.Paulo” publicada na se-
gunda-feira (18), Lira disse que irá
conversar com Lula nos próximos
dias sobre a passagem da Caixa
Econômica Federal para o controle
do PP, com todas as vice-presidên-
cias. “O governo federal continua
sem base sólida. Cada votação é
uma negociação à parte e um teste
para a base governista e para a
oposição”, constatou o deputado
Joaquim Passarinho (PL-PA), em-
penhado na rejeição da MP 1.185.
dois projetos com este tema: o
marco legal das garantias, que
pode ser votado já na próxima se-
mana, e a criação das debêntures
de infraestrutura, aprovada pelos
deputados, mas que recebeu mo-
dificações no Senado na terça-fei-
ra e que agora retorna para a deci-
são final da Câmara. “Há emendas
ali com as quais o governo con-
corda e outras com as quais não
há compromisso de sanção. Va-
mos dialogar”, afirmou Padilha.
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA
KARINA EMANUELE M. DOS SANTOS
TAX DIRECTOR
Banco UBS
SEGURADORA
ANA FERRARA
TAX MANAGER
Tokio Marine Seguradora
VAREJO
ANDRÉ PACHECO
HEAD OF TAX
Lojas Renner
Realização
A12 | Valor | Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Política
Poderes Julgamento será retomado nesta quinta; faltam votar Fux, Cármen Lúcia, Gilmar e Rosa Weber
Com placar de 5 a 2, marco temporal
está a um voto da rejeição pelo Supremo
Luísa Martins e Isadora Peron
De Brasília
O Supremo Tribunal Federal
(STF) está a um voto de formar
maioria para rejeitar o chamado
marco temporal para demarca-
ção de terras indígenas. O placar
parcial está 5 a 2. O julgamento
foi suspenso para continuidade
nesta quinta-feira.
Na sessão dessa quarta, votou
contra o marco temporal o mi-
nistro Dias Toffoli, seguindo o
entendimento de Edson Fachin,
Alexandre de Moraes, Cristiano
Zanin e Luís Roberto Barroso,
que já haviam votado em sessões
anteriores. Já os ministros Nunes
Marques e André Mendonça se
manifestaram a favor. Ainda fal-
tam votar os ministros Luiz Fux,
Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e
Rosa Weber.
A tese do marco temporal esta-
belece que os povos indígenas
têm direito apenas às terras que
ocupavam ou já disputavam em
5 de outubro de 1988, data em
que foi promulgada a Constitui-
ção. A proposta tem o apoio dos
ruralistas, mas é vista como uma
ameaça pelos povos originários,
por praticamente inviabilizar a
demarcação de novos territórios.
Em seu voto, Toffoli disse que a
tese do marco temporal “jamais”
esteve prevista na Constituição
brasileira. Segundo ele, o que
ocorreu foi justamente o contrá-
rio — o conceito foi “intencional-
mente afastado” na elaboração
do documento. “Estamos aqui a
julgar a pacificação de uma si-
tuação histórica. Estamos aqui a
julgar não situações concretas,
mas o destino dos povos originá-
rios do nosso país. É disso que se
trata”, afirmou.
O ministro também destacou
que “o comando constitucional é
Projeto avança no Senado Regras para mercado de carbono deve ir à votação
e surpreende o governo
Julia Lindner
De Brasília
O governo foi surpreendido nesta
semana pelo avanço no Senado do
projeto de lei que estabelece o mar-
co temporal para a demarcação de
terras indígenas a partir da data de
promulgação da Constituição de
1988. A articulação vitoriosa da
oposição na Comissão de Constitui-
ção e Justiça (CCJ) foi vista como um
sinal de que o Palácio do Planalto
precisará rever rapidamente a arti-
culação política na Casa.
Nessa quarta-feira (20), em
meio ao julgamento da mesma
matéria pelo Supremo Tribunal
Federal (STF), o senador Marcos
Rogério (PL-RO) apresentou for-
malmente o seu relatório à CCJ
sem alterações em relação à ver-
são que veio da Câmara. A vota-
ção, por sua vez, foi marcada para
a próxima semana. O texto pos-
sui trechos polêmicos, como a
possibilidade de garimpo e plan-
tação de transgênicos em áreas
indígenas, além da flexibilização
do contato com povos isolados.
Em uma tentativa de ganhar
tempo, governistas fizeram um
esforço para aprovar um requeri-
mento de realização de audiên-
cia pública na terça-feira (26),
um dia antes da data prevista pa-
ra a votação da matéria no cole-
giado, mas acabaram derrotados.
Entre as orientações contrárias
à audiência pública, chamou aten-
ção a presença de partidos como
PP e Republicanos, que recente-
mente passaram a ocupar espaços
na Esplanada dos Ministérios.
Além disso, o líder do governo
no Congresso, Randolfe Rodrigues
(sem partido-AP), teve o seu nome
retirado da composição da CCJ na
véspera da apresentação do rela-
tório. A decisão foi tomada pelo lí-
der do União Brasil, Efraim Filho
(PB), que também é de uma legen-
da aliada do Planalto.
Efraim optou por substituir
Randolfe, que perdeu espaço no
Decisão do STF terá repercussão geral, isto é, valerá para os demais casos semelhantes do país; pelo menos 226 processos de demarcação devem ser impactados
direcionado à concretização dos
direitos indígenas, que partem
todos do direito à terra, na di-
mensão dos seus modos de vida”.
Toffoli ainda votou para que os
cálculos de possíveis indeniza-
ções — a serem pagas a quem ad-
quiriu as terras de boa-fé — ocor-
bloco por estar sem partido, pelo
senador Zequinha Marinho (Po-
demos-PA), que faz parte da ban-
cada ruralista e é a favor do mar-
co temporal.
Randolfe afirmou que houve
um “movimento organizado” co-
locado em curso justamente na se-
mana em que parte dos governis-
tas está fora do país para partici-
par da Assembleia-Geral da Orga-
nização das Nações Unidas (ONU).
Um deles é o líder do governo no
Senado, Jaques Wagner (PT-BA).
“Todos nós, do governo, fomos
surpreendidos. Fomos pegos de sur-
presa por esse imediatismo. Teve um
movimento organizado para pautar
o projeto a todo custo, inclusive des-
cumprindo um acordo das lideran-
ças indígenas com o presidente do
Senado”, disse Randolfe.
“Está em curso um movimento de
atropelo de procedimentos e de
acordos feitos. E está em curso um
movimento de confronto com o Su-
premo Tribunal Federal (STF). Isso
me parece patente e claro”, pontuou
o líder do governo no Congresso.
Os governistas preparam uma
reação na próxima semana para
defender um relatório alternati-
vo ao de Rogério e melhorar a
sua representatividade na CCJ.
Eles devem aproveitar uma
emenda apresentada pelo sena-
dor Alessandro Vieira (MDB-SE)
que traz novas sugestões.
Entre os governistas, há des-
confiança sobre a postura do
presidente do Senado, Rodrigo
Pacheco, em relação ao tema. A
avaliação é que o marco tempo-
ral só avançaria com o aval de Pa-
checo. Oficialmente, no entanto,
o mineiro já se posicionou con-
tra a aprovação do texto da for-
ma como veio da Câmara e de-
fendeu cautela na tramitação.
Questionado se conversou com
Pacheco sobre a tramitação do mar-
co temporal na CCJ, Randolfe Rodri-
gues respondeu que não conseguiu
falar com o presidente do Senado
após o projeto ter sido pautado.
ram em paralelo aos procedi-
mentos demarcatórios, de modo
que, ao tempo da desocupação,
já se tenha a fixação do valor da
terra nua.
Para o ministro, entretanto, as
indenizações não devem ser a
regra, “sempre devendo-se bus-
Julia Lindner e Raphael Di Cunto
De Brasília
A relatora do projeto de lei
que regulamenta o mercado de
carbono, Leila Barros (PDT-DF),
apresentou nessa quarta-feira
(20) uma nova versão do seu pa-
recer à Comissão de Meio Am-
biente (CMA) do Senado. Ela aca-
tou sugestões da bancada rura-
lista para tentar viabilizar a
aprovação da matéria. A votação
do texto está prevista para a pró-
xima semana.
Entre as modificações, Leila
abriu uma brecha para excluir o
setor agropecuário como setor
regulado. Essa é uma das princi-
pais demandas dos ruralistas,
que defendem que a agropecuá-
ria primária possui especificida-
des e, por isso, deve ser tratada
por outros instrumentos.
Na nova versão do parecer, a
relatora incluiu que as obriga-
Pedidos de mudança adiam análise da PEC da anistia
Raphael Di Cunto e Marcelo Ribeiro
De Brasília
Em função de sugestões de
mudanças em seu parecer, o re-
lator da proposta de emenda
constitucional (PEC) da anistia
aos partidos políticos, deputado
Antonio Carlos Rodrigues (PL-
SP), pediu nessa quarta-feira
(20) prazo de uma sessão para
analisar os pedidos feitos pelos
colegas da comissão especial.
Com isso, a análise do projeto
foi adiada mais uma vez e deve
ocorrer apenas na próxima se-
mana. O colegiado voltará a se
reunir na terça-feira (26).
Antes mesmo do pedido do re-
lator, a expectativa é que a apre-
ciação fosse adiada porque a or-
dem do dia do plenário da Casa
estava prestes a ser iniciada.
Ao longo da reunião da comis-
são especial, até mesmo parla-
mentares favoráveis ao avanço
car o meio menos gravoso aos
cofres públicos para a satisfação
da reparação”. Ele citou como
exemplo a possibilidade de reas-
sentamento.
O plenário começou a julgar o
caso em 2021, quando Fachin,
que é o relator, votou contra o
ções previstas para o cumpri-
mento de metas do Plano Nacio-
nal de Alocação somente serão
aplicáveis a atividades “para as
quais existam metodologias de
mensuração, relato e verificação
consolidadas” das emissões.
A relatora admitiu, na justificati-
va, que a alteração visa “atender a
uma preocupação legítima do setor
agropecuário”. Segundo ela, o obje-
tivo é “garantir a segurança alimen-
tar doméstica e global e o equilíbrio
da balança de exportações”.
O Sistema Brasileiro de Co-
mércio de Emissões de Gases de
Efeito Estufa (SBCE) será criado
para regular e fiscalizar o merca-
do. A partir da proposta, qual-
quer pessoa física ou jurídica po-
derá ofertar créditos de carbono
obtidos por meio de iniciativas
para redução ou remoção de ga-
ses do efeito estufa.
A relatora também acatou su-
gestão para estabelecer que a ge-
do texto pediram que o relator
fizesse ajuste em seu parecer.
No relatório, Rodrigues pro-
pôs a criação de cotas de vagas
para mulheres no Legislativo. Se
a proposta for aprovada, 15% das
cadeiras de vereadores terão que
ser ocupadas por mulheres na
eleição de 2024. A partir de 2026,
haverá reserva de 20% das vagas
para mulheres na Câmara dos
Deputados e assembleias legisla-
tivas estaduais.
A cota que existe atualmente
é apenas de candidaturas. Hoje,
as chapas para o Legislativo de-
vem ter pelo menos 30% de can-
didatas mulheres, que precisam
receber recursos do fundo elei-
toral proporcionais à quantida-
de de candidatas. A nova cota
seria de eleitas.
A reserva de cadeiras será leve-
mente superior ao percentual de
deputadas federais hoje (18%),
mas deverá levar a percentual
CARLOS MOURA/SCO/STF
marco temporal. Quanto às inde-
nizações, ele entende que devem
ser ressarcidas apenas as benfei-
torias realizadas. Quem deixa a
terra também deve ter priorida-
de em assentamentos.
Em junho deste ano, quando o
debate foi retomado, Moraes de-
ração de créditos de carbono po-
derá ocorrer a partir da recom-
posição de Áreas de Preservação
Permanente (APPs), reservas le-
gais ou de uso restrito.
Ela também incorporou uma
regra para definir que os ativos
de carbono só serão classificados
como valores mobiliários quan-
do negociados no mercado fi-
nanceiro e de capitais.
No aspecto tributário, foi incluí-
da uma regra para prever que po-
derão ser deduzidas da base de
cálculo do Imposto sobre a Renda
das Pessoas Jurídicas (IRPJ) no lu-
cro real as despesas incorridas pa-
ra a redução ou remoção de emis-
sões de gases de efeito estufa vin-
culadas à geração dos ativos.
A nova versão foi elogiada por
parlamentares da bancada rura-
lista. O grupo ainda considera
que ajustes pontuais possam ser
feitos até a próxima semana, mas
sinalizam que já se sentem con-
maior do que os 20% da cota por-
que cada Estado fará a contabili-
dade de forma separada e hoje
há unidades da federação que
não possuem representantes
mulheres. Além disso, em 948
municípios não foram eleitas ve-
readoras em 2020.
Paralelamente, o relator flexi-
bilizou a cota de candidatas mu-
lheres. Os partidos terão que re-
servar 30% das vagas da chapa
para elas, mas não serão punidos
se não as preencherem. Também
proíbe a cassação dos eleitos por
chapas que descumpriram essa
regra na eleição passada.
Por outro lado, a PEC estabe-
lece uma anistia aos partidos
políticos e os livra de qualquer
punição, inclusive criminal, por
irregularidades no uso do di-
nheiro público ou de doações
privadas quando isso era permi-
tido. As únicas punições possí-
veis ocorrerão caso fique com-
fendeu a necessidade de conci-
liar os direitos dos indígenas
com os de produtores rurais que
adquiriram as terras regular-
mente e de “boa-fé”, em uma ten-
tativa de evitar novos conflitos. O
ministro, então, propôs que a
União deveria pagar uma indeni-
zação prévia sobre o valor total
dos imóveis, e não apenas em re-
lação às benfeitorias realizadas.
O voto do ministro também
trouxe outra inovação, ao pro-
por que, se houvesse a “expressa
concordância”, os indígenas po-
deriam receber do governo fede-
ral outras “terras equivalentes”
às pleiteadas nos processos de
demarcação.
No fim de agosto, foi a vez de
Zanin apresentar outro modelo:
a responsabilidade não deve ser
apenas da União, mas também
dos Estados, que, muitas vezes,
foram os responsáveis pela ven-
da dos títulos de propriedade.
Barroso, por sua vez, apontou
que a indenização deveria ser pa-
ga porque o Estado praticou um
ato ilícito, vendendo uma terra
que não lhe pertencia. Os paga-
mentos, portanto, não seriam
exatamente pela terra, mas pelo
ato ilegal praticado pelo Estado.
O ministro, contudo, ponderou
diversas vezes que essa era uma
questão que deveria ser discutida
futuramente, e não durante o
atual julgamento.
A decisão dos ministros do STF
terá repercussão geral, isto é, va-
lerá para os demais casos seme-
lhantes do país. Segundo a Corte,
pelo menos 226 processos de de-
marcação devem ser impactados.
O caso concreto que originou a
ação trata da ampliação da terra
indígena Ibirama-La Klãnõ, habi-
tada pelos povos Xokleng, Kain-
gang e Guarani, no interior de
Santa Catarina.
templados pelas modificações.
A senadora Tereza Cristina
(PP-MS), que faz parte da banca-
da ruralista, tem liderado as arti-
culações. “Quero parabenizá-la
[Leila] por essa abertura, diálo-
go, em receber a todos, para que
realmente esse possa ser um pro-
jeto de Estado, não de governo”,
disse Tereza, durante a sessão.
A senadora Margareth Buzetti
(PSD-MT) disse que o texto tem
consenso porque tem sido discu-
tido com todos. “Não é nada
ideológico, é um projeto de Esta-
do. Que a gente possa aprová-lo
atendendo aos setores e valori-
zando os créditos ambientais
brasileiros”, afirmou o líder do
PL, Carlos Portinho (RJ).
Após a apresentação do novo
relatório, foi concedido o pedido
de vista de uma semana. Por ter ca-
ráter terminativo, o texto deve ir
diretamente para a Câmara após
ser aprovado no colegiado.
provado que o uso de recursos
público “em benefício de diri-
gentes partidários”.
O relatório continua a reduzir
a destinação de recursos para
candidaturas de pardos e negros.
Hoje, por decisão do Judiciário,
os recursos devem ser equivalen-
tes ao número de candidatos —
regra que não foi respeitada por
nenhum partido na eleição pas-
sada. A PEC estabelece que 20%
do fundo eleitoral será reservado
a esses candidatos.
Única parlamentar contrária
ao texto da PEC, a deputada Fer-
nanda Melchionna (Psol-RS) cri-
ticou, durante reunião da comis-
são especial, a medida que limita
a destinação de recursos a candi-
daturas negras. “Esse texto do re-
latório transforma a proporcio-
nalidade [de repasses] num teto,
na prática, de 20% para candida-
turas de negros e negras. Olha o
tamanho do retrocesso.”

Internacional
Eleições Empresários comparecem a reuniões para ouvir candidato
de extrema direita, cujo favoritismo se mostra ainda mais resiliente
Cresce apoio a Milei entre
elite econômica argentina
Manuela Tobias e Patrick Gillespie
Bloomberg
A elite econômica de Buenos Ai-
res reuniu-se no Alvear Palace ho-
tel — uma relíquia do velho passa-
do de riqueza da Argentina, com
candelabros de cristal e pisos de
mármore — para ouvir um homem
picá-los em pedacinhos em um ca-
fé da manhã com pães e doces.
Empresários estavam lá para
ouvir Javier Milei, o candidato fa-
vorito nas eleições de 22 de outu-
bro para liderar uma das mais de-
cadentes economias do mundo.
Quando ele falou, o salão lotado fi-
cou em silêncio — em marcante
contraste com os bate-papos para-
lelos e indiferentes durante a apre-
sentação de sua principal adversá-
ria pró-negócios, Patricia Bullrich.
Foi um momento que ampliou a
aura de invencibilidade que paira
sobre Milei, um libertário radical
que quer dolarizar a economia, fe-
char o Banco Central, reduzir os
gastos e acabar com a maioria dos
impostos da Argentina.
Ele era a principal atração da
reunião anual que teve o Council
of the Americas — um grupo dos
EUA de fomento da abertura de
mercados e do livre comércio no
continente — como anfitrião. Seu
discurso começou de forma alta-
mente crítica à elite dominante
que compunha a plateia e ele pro-
mete insistentemente derrubar.
No salão cheio de personalida-
des do “establishment”, ficou evi-
dente que não são só os eleitores
insatisfeitos que estão dispostos a
deixar suas convicções em suspen-
so e apostar em um “antiestablish-
ment” — numa mostra do desejo
por uma revolução, seja ela qual
for, em um país que se aproxima
perigosamente da hiperinflação.
Dois executivos gostaram do
que ouviram, mas ficaram preocu-
pados com a viabilidade dos pla-
nos, enquanto um terceiro descre-
veu Milei como “um cara legal”.
Segundo conversas com mais de
uma dezena de autoridades e as-
sessores do candidato, a velha-
guarda da política ainda está des-
norteada com sua ascensão e, até
certo ponto, conformada com a
derrota. A parlamentar de vários
mandatos Margarita Stolbizer, que
apoia Bullrich, reconhece que o fe-
nômeno Milei continua a crescer.
Ele não deixou de ganhar im-
pulso desde o choque com sua vi-
Ex-patrão bilionário critica plano de dolarização
Ciara Nugent
Financial Times, de Buenos Aires
Diferentemente de grande par-
te da elite empresarial da Argenti-
na, o bilionário Eduardo Eurne-
kian torce silenciosamente pelo li-
bertário Javier Milei, líder das pes-
quisas para a eleição presidencial
de outubro que prometeu dolari-
zar a economia e usar uma “mo-
tosserra” para reduzir o Estado.
Eurnekian, de 90 anos, a quarta
pessoa mais rica da Argentina e
dono do conglomerado Corpora-
ción América — que no Brasil inte-
gra o Consórcio Inframérica, ad-
ministradora do aeroporto de Bra-
sília —, foi patrão de Milei entre
2008 e 2021, e acabou tornando-o
economista-chefe de sua empresa.
Os dois criaram uma forte relação
pessoal, embora o candidato rara-
mente comente esses vínculos.
Em entrevista ao “Financial Ti-
mes”, Eurnekian confirmou a con-
fiança que deposita em Milei —
com uma importante ressalva.
“Acho que Milei seria um presi-
dente muito bom. Mas não con-
cordo com a dolarização”, disse.
Eurnekian considera a dolariza-
ção uma “simplificação” dos pro-
blemas da Argentina. “Parece ridí-
culo adotar o dólar apenas porque
não fomos capazes até agora de
administrar nossa moeda”, acres-
centou. “Uma vez que se estabiliza
a economia, dolarizar para quê?”
Ao contrário de analistas que
advertem que Milei, que se tornou
DIVULGAÇÃO
Milei segue dominando o debate
tória, nas primárias de 13 de agos-
to. Milei continua dominando o
debate público, comparecendo
sem descanso a programas de TV e
rádio e fazendo comícios, muito
concorridos, por toda a capital.
O apresentador de TV e ídolo da
direita americana Tucker Carlson
voou para a Argentina para entre-
vistá-lo e ele foi ouvido pela revista
“The Economist” por três horas.
Elon Musk, que gosta de opinar so-
bre política em sua plataforma X —
ex-Twitter -, o aprova. A agitação
em torno de Milei é inegável.
“Javier Milei é a resposta a 40
anos de fracasso político”, disse
Florencio Randazzo, ex-ministro e
atual candidato à vice-Presidência,
após obter menos de 4% dos votos
nas primárias. “As pessoas estão
cansadas de ouvir líderes que, na
hora de governar não resolvem ne-
nhum dos problemas delas.”
O partido peronista, atualmen-
te no poder com a coalizão Unión
por la Patria, e a aliança pró-negó-
cios Juntos por el Cambio repre-
sentam anos de alternância no po-
der, agrupando as principais for-
ças políticas da Argentina.
O sistema eleitoral da Argenti-
na — pelo qual um candidato ga-
nha a Presidência imediatamente
se alcançar 45% dos votos válidos,
ou somar 40% deles com 10 pon-
tos percentuais de diferença em
relação ao segundo colocado —
coloca Milei próximo da Presi-
dência. A alternativa é um segun-
do turno em 19 de novembro.
Nas sedes dos partidos, autori-
dades de ambos os lados reco-
nhecem, reservadamente, que
enfrentam dificuldades para re-
Eurnekian (foto) qualifica candidato antissistema como ‘o mais pró-mercado’
conhecido por seus comentários
na TV, pode não ter capacidade pa-
ra governar, Eurnekian diz que ele
é “fundamentalmente um econo-
mista, um tecnocrata”. A não ser
pela dolarização, os planos econô-
micos de Milei, que incluem o
equilíbrio do orçamento nos pri-
meiros meses de mandato, não re-
presentam “nada de novo, do pon-
to de vista internacional”, acres-
centou. “É o candidato que creio
ser mais pró-mercado”, disse.
“Acho que Milei seria um pre-
configurar suas estratégias. O mi-
nistro da Economia e candidato
governista, Sergio Massa, e Bullri-
ch esperam agora forçar a realiza-
ção de um segundo turno contra
Milei, que deve ser o mais votado
da eleição do mês que vem, admi-
tem assessores dos candidatos.
Eles seguem estratégias seme-
lhantes: convencer o grupo de um
terço dos argentinos que não vo-
tou no mês passado a comparecer
às urnas, e atacar Milei, mas sem se
indispor com a base de eleitores do
candidato antissistema, tão dedi-
cada como a de Donald Trump nos
EUA e formada de pessoas fartas
da política tradicional.
Apesar de a coalizão de Bullrich
ter-lhe garantido um segundo lu-
gar por pequena diferença e ter
vencido sua primária por uma
grande margem, a campanha da
candidata ainda está se reorgani-
zando após Milei ter pulverizado
as esperanças dela de trilhar um
caminho fácil rumo à Presidência.
Após uma campanha agressiva
contra seu rival interno, Bullrich
parece ter perdido sua vantagem.
Ela reformulou sua equipe e
nomeou Carlos Melconian, um
economista-celebridade conhe-
cido por suas habilidades de co-
municação, como seu principal
porta-voz. O plano é fazê-la silen-
ciar no que se refere a pontos es-
pecíficos, por temor de se indis-
por com eleitores ao falar em or-
çamentos reduzidos, segundo
dois assessores que discorreram
sobre estratégia e pediram para
não ter seus nomes revelados.
Do lado da coalizão peronista
atualmente no governo, Massa
ocupa a pouco invejável posição
de ser a cara de um governo res-
ponsabilizado por acelerar ainda
mais a quebra de uma economia
já em processo falimentar. A ima-
gem do governo está tão desgas-
tada que o presidente em fim de
mandato, Alberto Fernández,
não tentou se reeleger.
Julio Piumato, um líder traba-
lhista peronista que apoia Massa,
“Javier Milei é a
resposta a 40 anos
de fracasso político
na Argentina”
Florencio Randazzo
SCOTT EELLS/BLOOMBERG
sidente muito bom. Mesmo que
eu não concorde com o plano de
dolarização”, disse Eurnekian.
Muitos investidores estão receo-
sos com o plano de dolarizar a
economia para acabar com a infla-
ção crônica da Argentina, princi-
pal bandeira econômica de Milei. .
Vários ex-funcionários de Eur-
nekian fazem parte da equipe de
alto escalão da campamnha de
Milei, incluindo os nomes cota-
dos para os cargos de ministro do
Interior e chefe de gabinete.
vê a situação do atual governo co-
mo desesperadora. “Os níveis de
pobreza em um país tão rico como
a Argentina são escandalosos.”
Parte do dilema para os partidos
tradicionais é que a popularidade
de Milei, a exemplo do que ocorreu
com Trump, parece imune a escân-
dalos. Antes da campanha, a mídia
local noticiou que Milei teria su-
postamente obrigado candidatos
desejosos de participar de sua cha-
pa eleitoral a lhe pagarem quan-
tias de dinheiro. Ele negou enfati-
camente as acusações e os eleitores
pareceram não se importar.
Assessores de Massa e de Bullri-
ch dizem esperar que, na medida
em que Milei concentrar maior
atenção da mídia, as pessoas
compreenderão claramente suas
políticas tresloucadas. Os candi-
datos planejam evitar dirigir ata-
ques pessoais a Milei e se concen-
trar em desqualificar suas ideias.
Mas analistas e membros dos
partidos duvidam que qualquer
dos dois campos possa vir a agir de
maneira mais eficaz para deter seu
avanço. “Um mês se passou e se vê
pouca mudança e muitas dificul-
dades nas duas principais coali-
zões”, disse Alejandro Catterberg
diretor da empresa de pesquisa de
intenção de voto Poliarquia.
Em uma nova peça publicitária
de campanha, em tom ufanista,
Massa mal aparecia. Ouvia-se um
narrador atribuindo a dívida do
país a governos passados, contra
um pano de fundo de clipes que
mostravam símbolos do potencial
e da beleza natural da Argentina,
como as montanha da Patagônia.
Compare-se isso ao recado sim-
ples de Milei. De terno e gravata —
muito distante de sua atitude tea-
tral em brandir a motosserra —, ele
parece seguro de si e sério e encara
a câmera diretamente: chegou a
hora de mudar radicalmente.
A confiança de Milei é tamanha
que, no começo deste mês, ele,
que é católico, fez uma pausa na
campanha e voou para os EUA em
“viagem espiritual para rezar e
aprender sobre o judaísmo na ex-
pectativa do Rosh Hashanah (o
ano-novo judaico, comemorado,
neste ano, no último dia 15). “Fui
a Miami passar o Shabat com al-
guns amigos”, disse ele ao ser in-
dagado sobre a escapada e refe-
rindo-se ao dia de descanso se-
manal judaico. “Depois não con-
seguirei vê-los por muito tempo.”
Nascido em Buenos Aires em
1932, filho de imigrantes armê-
nios, Eurnekian começou a car-
reira na empresa têxtil de seus
pais. No início dos anos 1980, co-
meçou a comprar veículos da im-
prensa argentina. Ele vendeu seu
império de mídia e depois fun-
dou uma empresa de administra-
ção de aeroportos em 1998.
“El Armenio”, como a impren-
sa argentina o chama, também é
conhecido pelo trabalho filan-
trópico, como a construção de
um cemitério na Ilha Soledad (a
maior do arquipélago das Malvi-
nas/Falklands) em 2004 para os
soldados argentinos mortos na
Guerra de 1982. Em 2020, ele re-
cebeu a condecoração Ordem do
Império Britânico por serviços
prestados às relações entre a Ar-
gentina e o Reino Unido.
Analistas dizem que Eurne-
kian foi habilidoso em gerenciar
as relações com o governo do
momento, o que incluiu conse-
guir manter sua lucrativa conces-
são de uma rede de aeroportos
argentinos desde a década de 90.
Oponentes argumentam que a
ligação de Milei com o magnata
enfraquece a promessa do candi-
dato de lutar contra a classe políti-
ca da Argentina. “Eurnekian é o
pai intelectual de Milei, e ele é o ar-
quétipo do empresário argentino
que vive de privilégios [concedi-
dos] pela classe política”, disse José
Luis Espert, deputado da direita
argentina crítico de Milei.
Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Carisma de candidata da
oposição no México
preocupa López Obrador
Fernanda Simas
De São Paulo
A escolha da opositora Xóchitl
Gálvez para enfrentar a governista
Claudia Sheinbaum nas eleições
presidenciais de junho de 2024 de-
ve tornar a votação mais disputada
no México. Segundo analistas, em-
bora o partido do atual presidente,
Andrés Manuel López Obrador, si-
ga como amplo favorito, é agora
pouco provável que obtenha
maioria qualificada na Câmara e
no Senado para promover refor-
mas constitucionais — como se
previa meses atrás.
Tanto o perfil de Sheinbaum,
do Morena (Movimento de Rege-
neração Nacional), quanto o de
Gálvez, da Frente Ampla para o
México, sugere mais moderação
do que o de López Obrador no
que diz respeito às políticas de
atração de investimentos, garan-
tia de contratos, equilíbrio fiscal
e redução de incertezas.
“Sheinbaum deve apresentar
políticas mais focadas no gasto so-
cial e em transferências diretas de
renda”, explica o economista sê-
nior da consultoria Oxford Econo-
mics Joan Domene. “Gálvez deve
focar no gasto mais recorrente do
Estado, com funcionários públicos
e programas de Estado”, afirma.
Gálvez, de 61 anos, vem de uma
família de raízes indígenas (oto-
mi) do Estado de Hidalgo, região
central do México. Formou-se em
engenharia da computação em
uma universidade pública na Ci-
dade do México e se tornou uma
empresária de sucesso antes de en-
trar na política. Em 2018 foi eleita
senadora pela primeira vez. Ape-
sar de ser a candidata de uma coa-
lizão que inclui duas legendas con-
servadoras, o Partido Ação Nacio-
nal (PAN) e o Partido Revolucioná-
rio Institucional (PRI), ela defende
políticas progressistas. O Partido
da Revolução Democrática (PRD),
de centro-esquerda, completa a
coalizão opositora.
“Ela teve posicionamentos dife-
rentes da própria coalizão [que re-
presenta] e deve manter a agenda
social no centro do governo”, diz a
analista para o México da Control
Risks, Alejandra Soto.
Gálvez quer priorizar a energia
limpa e seu costume de se locomo-
ver em bicicleta é visto como uma
forma de reforçar suas posições so-
bre o clima. Ela também promete
manter os programas sociais do
atual governo, além dos direitos
conquistados pela comunidade
LGBTQIA+ e pelas mulheres.
Na contramão do atual gover-
no, Gálvez defende mudar a políti-
ca de segurança, colocar um civil
no comando da Guarda Nacional
do México, criada por López Obra-
dor em 2019, e reduzir a presença
dos militares na vida pública — sob
a atual gestão os militares passa-
ram a administrar o principal ae-
roporto da Cidade do México. Em
aceno mais enfático ao empresa-
riado, ela fala em impulsionar o
crescimento liberando investi-
mento privado em energia, solu-
cionar a escassez de água e moder-
nizar a Pemex. Embora tenha cita-
do recentemente como um mode-
lo a ser seguido a brasileira Petro-
bras — que tem ações negociadas
em bolsa, mas é controlada pelo
Estado — Gálvez nega que tenha
planos de privatizar a Pemex.
Na política econômica, Gálvez
planeja aumentar os impostos aos
mais ricos, impor um controle das
taxas de juro e uma taxa cambial
mais equilibrada, pois considera
que o peso se encontra excessiva-
mente valorizado frente ao dólar.
Do outro lado na disputa presi-
dencial está a física e climatologis-
ta Sheinbaum, de 61 anos, que
promete a “continuidade” do go-
verno de López Obrador “com me-
lhorias”. Com uma taxa de aprova-
ção de 76%, segundo sondagem da
Enkoll feita em agosto, o presiden-
te deve facilmente eleger Shein-
baum como sua sucessora. As críti-
cas a ela, segundo os analistas, gi-
ram em torno da incerteza sobre a
potencial influência que López
Obrador poderá ter em sua gestão.
Sheinbaum foi eleita governa-
dora da capital mexicana em 2018
e deixou o cargo em junho para
disputar a indicação do Morena à
Presidência do México. Sua gestão
| Valor | A13
Eleições no México
Intenção de votos*, em %
Claudia Sheinbaum
Morena
49
Xóchitl Gálvez
Frente Ampla pelo México
26
*Sondagem Enkoll, 1.205 entrevistas feitas entre
7 e 9 de setembro. Margem de erro: 2,83 p.p.
na capital foi elogiada pelo com-
bate ao crime organizado.
Diferentemente de López Obra-
dor, que priorizou a petrolífera Pe-
mex, Sheinbaum promete aumen-
tar os investimentos em energias
renováveis. Assim como a rival Gál-
vez, ela também é a favor dos direi-
tos LGBTQIA+ e do aborto legal.
Além de escolher quem será o
novo presidente, os mexicanos
também vão renovar todas as 500
cadeiras da Câmara dos Deputa-
dos e as 128 cadeira do Senado.
Nas eleições para a Câmara de
2021, o Morena conquistou 198
cadeiras — quase dois quintos —
da Casa, e projetava-se um cresci-
mento ainda mais forte para as
eleições de 2024, graças à popula-
ridade de López Obrador. Mas o
lançamento da candidatura de
Gálvez pela coalizão opositora de-
ve frustrar essas expectativas.
“Nossa previsão é a de que o Mo-
rena não deva ter maioria qualifi-
cada e será importante verificar a
evolução das outras forças na elei-
ção”, afirma a analista Soto. “Um
Morena muito fortalecido, como
saiu das eleições de 2018 e 2021,
estaria em posição de atrair outros
grupos parlamentares e liderar
mudanças constitucionais impor-
tantes. Por outro lado, um bom de-
sempenho da oposição nesta elei-
ção pode equilibrar as forças no
Legislativo”, disse Soto.
“Desempenho da
oposição na eleição
pode equilibrar o
Legislativo”
Alejandra Soto
Refletindo a preocupação de Ló-
pez Obrador com um cenário elei-
toral mais disputado, seu governo
divulgou na semana passada uma
proposta de orçamento que eleva
significativamente o déficit fiscal
para o equivalente a 4,9% do Pro-
duto Interno Bruto (PIB) no próxi-
mo ano, de uma estimativa de 3,3%
neste ano, segundo informe do Mi-
nistério das Finanças. Com o resul-
tado primário — exluindo os paga-
mentos do serviço da dívida — o
México passará de um superávit de
0,1% do PIB para um déficit de 1,2%
no próximo ano.
Depois de cinco anos de rígido
controle nos gastos, que manteve
mesmo durante a pandemia de co-
vid-19, López Obrador agora pla-
neja uma forte expansão dos gas-
tos no fim de sua administração
para aumentar o apoio à Pemex e
aos programas sociais antes das
eleições, assim como suas obras de
infraestrutura, como a ligação fer-
roviária na Península de Yucatán e
uma nova refinaria de gasolina.
“O governo vai usar o espaço
fiscal que não utilizou durante a
pandemia para encerrar a admi-
nistração em alta e garantir que
haja um impulso econômico”
durante as eleições, disse Marco
Oviedo, estrategista da XP Inves-
timentos à Bloomberg.
Para o economista Domene, da
Oxford Economics, isso deixará as
finanças públicas em situação
apertada para o próximo governo,
que precisa investir em capacidade
produtiva e infraestrutura se qui-
ser aproveitar as oportunidades do
país com o nearshoring.
“O México tem vantagens com-
petitivas únicas. É vizinho dos
EUA, o maior mercado consumi-
dor do mundo, além de ser um
país amigável dos EUA”, diz o eco-
nomista para a América Latina do
Goldman Sachs Alberto Ramos.
A14 | Valor | Quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Opinião

Escalada do petróleo complica

política de combate à inflação
A
s cotações do petróleo voltaram a disparar,
acumulando altas de 30% em pouco mais de
dois meses. Pelo seus efeitos amplos sobre os
preços, a majoração interrompe a trajetória de
queda de índices de inflação global e, em alguns
casos, como nos Estados Unidos, provocou aumento do
índice de preços ao consumidor após meses consecutivos de
baixa. A convergência da inflação para as metas, com isso,
tende a demorar mais do que já estava demorando,
esticando o calendário para que isso ocorra para 2025,
segundo projeções dos BCs dos EUA e da zona do euro.
Boa parte dos especialistas acredita que a atual corrida das
cotações poderá ultrapassar US$ 100 o barril, um acréscimo de
US$ 5 por barril além dos preços atuais. É impossível prever o
futuro em um mercado determinado em grande parte por
interesses geopolíticos como o do petróleo. A decisão de Arábia
Saudita e da Rússia, agora unidas sob o guarda-chuva do Brics,
de reduzir a produção em 1,2 milhão de barris por dia foi
tomada com a demanda em seu pico histórico, de 102,2
milhões de barris por dia, e, pior, com os estoques em baixa.
Há paradoxos e reversão de expectativas por trás do salto
das cotações. A economia global deveria estar se retraindo,
segundo previsões reiteradas por meses a fio, mas isso não
está ocorrendo. Os EUA crescerão mais de 2% no ano,
enquanto a estimativa do Federal Reserve, revisada ontem,
apontava há apenas dois meses uma expansão de mero 1%.
Algo parecido ocorre em vários países emergentes, como o
Brasil, onde as atividades econômicas estão em um passo
mais acelerado do que faziam prever a elevação significativa
dos juros para domar a inflação.
O freio na produção da Rússia, que depende basicamente da
receita do petróleo para financiar sua guerra de rapina em solo
ucraniano, parece um contrassenso. No entanto, mesmo com
os descontos substanciais que o óleo dos Urais tem em relação
ao Brent e ao WTI nos mercados globais (cerca de 20%), o país
tem escoado 80% de sua produção para mercados
politicamente cativos, como China e Índia. A China trava uma
guerra comercial com os EUA e abriu caminho para o óleo
russo em meio às sanções americana e europeia contra Putin. A
Índia é velha aliada do país, desde o tempo da União Soviética, e
os russos continuam sendo seu maior fornecedor de armas.
A Índia deve crescer mais de 7% no ano e tem na Rússia uma
fonte de suprimento segura. A China, que deve crescer menos
que os 5,5% estimados pelo governo e está às voltas com o
estouro de uma bolha imobiliária, tem ampliado suas compras
para atender a demanda de sua indústria petroquímica —
foram dois milhões de barris por dia a mais, elevando as
aquisições totais em 11,5 milhões de barris por dia, ou 11% do
consumo mundial. Não é desprezível na motivação dessas
compras a preocupação política com a disputa com os Estados
Unidos, cujos contornos futuros não podem ser delimitados. As
sanções financeiras contra Putin, com o corte do país dos
sistemas de pagamento globais, podem, em tese, ocorrer com
qualquer outro rival de Washington, e não há um mais em
evidência hoje do que a China.
Enquanto o petróleo russo e árabe flui em menor
quantidade, os países que não fazem parte do cartel de
produtores (Opep) aumentaram um pouco a produção. Ainda
assim, a balança de oferta e demanda continua desequilibrada
em 900 mil barris por dia. A oferta caiu 1,2 milhão de barris
diários, mas foi acrescida de 310 mil barris/dia de petróleo
provenientes principalmente de Estados Unidos (responsáveis
por aumento de 80% da oferta), Brasil e Guiana, cujas
exportações avançaram 15% nos últimos 12 meses.
Há poucos fatores que de imediato podem contribuir para
esfriar as cotações. Estima-se que o avanço na produção de
carros elétricos elimine a necessidade de algo como 500 mil
barris por dia no ano. Por outro lado, os campos maduros de
petróleo ao redor do globo perdem 3% a 5% de sua
capacidade de extração anualmente, o que mais do que
anula a economia com a eletrificação da mobilidade. Além
disso, os EUA têm menos armas para intervir para baixar os
preços. Quando a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de
fevereiro de 2022, o presidente Joe Biden determinou a
liberação de estoques estratégicos de petróleo, e 300
milhões de barris foram usados com esse fim. A medida foi
importante, apesar de seu limite evidente — o equivalente a
um consumo de três dias —, mas não pode ser replicada com
frequência.
A demanda de combustível deve subir até o fim do ano,
com a chegada do inverno no Hemisfério Norte, e Rússia e
Arábia Saudita já adiantaram que pretendem manter os
cortes de produção nesse período. Os preços da energia
estão acompanhando a diminuição da oferta e puxando a
inflação de volta para cima. Os bancos centrais poderão ter
de agir novamente — eventualmente com ajuste nos juros —
para impedir os efeitos secundários de propagação da alta
de preços de insumos vitais — os da gasolina e diesel são os
mais elevados em seis meses —, se as cotações continuarem
subindo ou estacionarem nos atuais níveis altos. Uma
desaceleração global poderia fazer a mesma coisa, mas não
há certeza de que isso ocorra a curto prazo.

.
O sistema ficou menos sujeito a crises de oferta, mas mais vulnerável a apagões. Por Edvaldo Santana

Segurança elétrica perturbadora

T
endo como referência o
que aconteceu entre
1999 e 2023, qual a pro-
babilidade de se repetir
um apagão como o do dia 15 de
agosto? Essa e outras perguntas
me foram feitas por profissionais
experientes, do meio acadêmico
e empresarial.
O sistema elétrico é seguro,
mas requer atenção. Os dados es-
tão disponíveis na página do
Operador Nacional do Sistema
(ONS), com sua habitual transpa-
rência. O número médio de ocor-
rências ao longo de um ano é da
ordem de 3.000. Delas, 0,07%, ou
dois casos ao ano, são apagões de
mais de 1.000 MW, como uma ci-
dade do porte de Brasília. Só que,
em ciclos menores que três anos,
o setor tem sofrido apagões su-
periores a 8.000 MW, ou quase
toda região sul.
O ONS, em relatório de 4 de se-
tembro, deu mais um passo para
destrinchar o último apagão. Já
se sabe que a abertura da linha de
transmissão (LT) Quixadá-Forta-
leza foi motivada pela atuação
acidental da lógica de Switch On
To Fault (SOTF), que é útil para in-
terromper o circuito quando nu-
ma condição de falta — que não
foi o caso naquele dia.
O ONS tem uma boa história, a
atuação do esquema regional de
alívio de carga (ERAC), que man-
teve ligadas 70% da carga. Em ou-
tras palavras, para reequilibrar
geração e carga, o ERAC desco-
nectou quantidade dez vezes
maior que os 2.000 MW que fo-
ram interrompidos com a saída
da LT. Podia ser pior?
O ERAC não é um mecanismo
do tipo causa-análise-providên-
cias, como um computador de
bordo. É uma proteção que de-
pende de articulação de softwa-
res do ONS com os das distribui-
doras, que muitas vezes funcio-
nam manualmente, reduzindo a
eficácia. Talvez por isso, mais de
uma centena de ajustes de parâ-
metros foram agora exigidos, o
que abrange até a eliminação de
dispositivos de proteção.
As soluções apontadas pelo
ONS certamente evitarão as cau-
sas de natureza elétrica, mas não
alcançam aquelas associadas ao
novo perfil da matriz. Isto é, não
chegam às interfaces da rede
com a nova matriz elétrica, com
crescente predominância de fon-
tes renováveis variáveis (FRVs),
casos da eólica e da solar.
Até o início dos anos 1990,
quando a oferta era quase 100%
hidrelétrica, as usinas prestavam
diferentes serviços, além de pro-
duzir energia. Eram responsáveis
pela inércia, que é a habilidade
do sistema de manter-se de pé
(inerte) quando de perturbações
como a do dia 15 de agosto.
A inércia é um conceito da Físi-
ca, às vezes abstrato, mas fica prá-
tico com o exemplo de uma caixa
d’água — utilizado em sala de au-
las e, este mês, por Staffan Qvist,
Mohamed Al Hammadi e David
Victor em artigo do The Oxford
Institute for Energy Studies.
Suponha uma caixa d’água
60% cheia. O volume de água que
entra é igual ao que sai. Esta con-
dição, um pré-requisito, é o equi-
líbrio instantâneo entre oferta e
demanda. A inércia é mantida
pelo permanente volume de
água em 60%. Esse percentual,
em energia elétrica, representa a
frequência, que deve ser mantida
em 60 Hertz (Hz).
Se o volume que sai da caixa é
maior que o que entra, “alguém”
tem que, quase instantaneamen-
te, aumentar o volume de entra-
da (ligar mais usinas) para man-
ter os 60%, ou a frequência esca-
pa dos limites, desequilibrando
a rede. Do mesmo modo, se a
torneira de saída tem alguma
obstrução, “alguém” deve redu-
zir o volume de água que entra
(desligar usinas), para manter o
equilíbrio, ou seja, para manter
os 60% ou a frequência em 60
Hz. Isso é a inércia da caixa
d’água — ou do sistema.
No sistema elétrico, a torneira
de entrada são as LTs, que tra-
zem energia das usinas para as
grandes subestações em volta
das cidades. A torneira de saída
são as redes das distribuidoras,
que levam a eletricidade até os
consumidores. Se uma LT como
a Quixadá-Fortaleza II deixa de
transportar a produção de algu-
mas usinas, parte do consumo
precisa ser desligada, ou novas
usinas devem ser acionadas,
sempre no mesmo instante. Tu-
do indica que, apesar do gigan-
tesco montante de FRVs cons-
truídas na região de início da
perturbação, faltou inércia (ge-
ração), o que levou a frequência
para fora dos limites.
PIXABAY
Isso não é surpresa numa ofer-
ta com a promissora participa-
ção de FRVs, que dependem mui-
to do sincronismo que é adicio-
nado por fontes como as hidrelé-
tricas e térmicas flexíveis. Por is-
so, o ONS enfatizou que esperava
mais dos parques nas proximida-
des da LT. Mas pareceu estranho
esses parques terem se compro-
metido com o que não podiam
entregar. A eólica sempre agre-
gará muito pouco de flexibilida-
de ao sistema, e é quase nula essa
possibilidade para a solar.
Assim, a caixa d’água tem ago-
ra duas entradas, sendo uma de-
las, a das FRVs, cada vez mais im-
portante, bem menos controlá-
vel. E ainda tem a geração distri-
buída (milhões de torneirinhas),
que nem passa na caixa d’água.
Essas características aumentam a
preocupação com a inércia ou
com a capacidade de resposta.
Na Grã-Bretanha ficou eviden-
te a queda da inércia. Entre 2020
e 2023, tal atributo caiu 10%, e
cairá mais ainda (35%) até 2030,
a depender da composição da
matriz elétrica. É um cenário crí-
tico. Nos países nórdicos, a dete-
rioração da inércia é também
preocupante. Os custos para
manter a frequência dentro do
limite aumentou 400% entre
2015 e 2021.
Essa adaptação, em sistemas de
potência com forte participação
de FRVs, que, naturalmente, pos-
suem “déficit de inércia”, é o gran-
de desafio de operadores, regula-
dores e da academia mundo afo-
ra. E aqui não seria diferente. E o
caso recente do Brasil, de maior
apagão mundial desde 2020, an-
tecipará etapas. Enquanto isso
não for resolvido, de pouco
adianta a ótima história do ERAC.
A situação brasileira é muito
peculiar. A rede é robusta, mas
sua interface com o perfil da ge-
ração, que muda rapidamente
com a matriz elétrica, reduz a
confiabilidade. A principal razão
é a queda na inércia. Em termos
mais simples, o sistema ficou me-
nos sujeito a crises de oferta co-
mo a de 2021, mas mais vulnerá-
vel a apagões como o de 2023. O
sistema é seguro, mas é uma se-
gurança perturbadora.
Edvaldo Santana é doutor em Engenharia
de Produção, ex-diretor da Aneel e
colunista do Valor

Opinião
Lições da China para o Brasil
Pedro Cavalcanti e
Renato Fragelli
O
crescimento chinês,
desde o início dos anos
1980, revelou-se uma
experiência única na
história moderna. Em poucas
décadas, o produto per capita
aumentou 25 vezes e a pobreza,
que atingia 80% da população
em 1982, foi basicamente zera-
da. Entretanto, enquanto a
grande maioria das economias
mundiais já recuperou o ritmo
de crescimento interrompido
durante a pandemia, a expan-
são na China continua muito
lenta, senão estagnada, e as pre-
visões para os próximos anos
são bastante pessimistas. Isso
aponta para fatores estruturais
e enseja algumas lições impor-
tantes para o Brasil.
É difícil apontar um só fator
para o crescimento chinês. Mas
tudo começa com as reformas li-
beralizantes de Deng Xiaoping,
iniciadas no final dos anos 1970.
Crença nos benefícios do comércio internacional sofreu um golpe. Por Pinelopi Goldberg
Protecionismo iniciou incêndio geopolítico
T
em sido intrigante ver
tantos economistas de
destaque condenar as
tarifas do governo
Trump como protecionismo que
reduz o bem-estar, enquanto eles
aprovam as medidas ainda mais
drásticas do governo Biden de
promoção do “reshore”,
“friend-shore” e dissociação da
China. Em uma pesquisa com
economistas feita em março de
2018 pela Booth School of Busi-
ness da Universidade de Chicago,
100% dos participantes disse-
ram ser contra as novas tarifas
dos EUA; mas depois um grande
grupo sobreposto de partici-
pantes mostrou-se cético em re-
lação às cadeias globais de abas-
tecimento quando consultados
em janeiro de 2022. Apenas dois
participantes (sendo eu um de-
les) discordaram que a depen-
dência dos insumos estrangei-
ros tornou setores dos EUA vul-
neráveis a perturbações.
Uma exceção a esse padrão
mais amplo é Dani Rodrik, que
disse em um comentário recente
que as ramificações da geopolíti-
ca são muito mais graves do que
o protecionismo renovado. Ele
destaca um ponto importante;
ainda assim, é preciso lembrar
que o protecionismo foi um
grande catalisador da atual esca-
lada das tensões geopolíticas.
As tarifas de Trump inverteram
uma tendência de longo prazo em
direção à liberalização do comér-
cio e impuseram custos reais à eco-
nomia dos EUA ao elevar os preços
para os consumidores americanos
e para as empresas americanas que
usam insumos intermediários im-
portados da China. Mas as políti-
cas de Trump tiveram pouco im-
pacto sobre o comércio global co-
mo um todo. Enquanto o comér-
cio entre os EUA e a China caiu,
conforme esperado, as exporta-
ções de muitos outros países —
tanto para os EUA como para o res-
to do mundo — aumentaram. Os
fluxos comerciais foram redistri-
buídos, não reduzidos.
Mas a crença nos benefícios do
comércio internacional sofreu
um golpe, à medida que mais
pessoas passaram a considerá-lo
um jogo de soma zero. O governo
Trump promoveu a narrativa de
que muitos dos problemas eco-
nômicos de longa data da Améri-
ca se deviam ao comércio com a
China. A desigualdade nos EUA
havia aumentado muito e as ge-
rações mais novas não estavam se
saindo tão bem quanto seus pais.
E como se isso já não fosse ruim o
suficiente, as crianças chinesas
O país estava recém-saído de
um de seus períodos mais obs-
curantistas e fechados — a revo-
lução cultural — em que qual-
quer dissenção era punida e
qualquer ideia original perse-
guida. As reformas econômicas
foram na direção oposta, abrin-
do a economia ao empreende-
dorismo, incentivando novos
negócios e, se não aprovou a
propriedade privada plena, ga-
rantiu contratos e a estabilidade
de regras. Isso gerou um boom
de investimentos privados, o
surgimento de novos negócios
que cresceram aceleradamente e
atração de capitais estrangeiros.
Saindo de um ambiente onde a
criatividade era punida para um
onde era incentivada, a resposta
foi rápida e fortíssima.
O crescimento dos setores in-
dustriais e de serviços atraiu mi-
lhões de trabalhadores do cam-
po para a cidade, diminuindo em
muito o peso da agricultura. Esse
é um fenômeno que se observa
durante o processo de desenvol-
vimento de todas as economias.
A transferência de trabalhadores
de setores pouco produtivos no
campo, para os mais produtivos
da indústria e serviços provoca,
via efeito composição, um au-
mento do crescimento econômi-
co. No Brasil estima-se que esse
efeito tenha sido responsável por
40% do crescimento entre 1950 e
Há paralelos assustadores
entre o período que levou à
Segunda Guerra Mundial
e os acontecimentos
recentes. O protecionismo
é um problema, não
apenas devido ao seu
impacto sobre o
comércio, mas também
sobre as relações
internacionais e a
geopolítica
1980. Na China não foi diferente.
O crescimento acelerado das
cidades e dos negócios levou a
um boom da construção civil e
de infraestrutura, estimulada pe-
lo governo (central e locais). Mi-
lhares de mega projetos imobi-
liários foram desenvolvidos pelo
país afora, e junto a eles construí-
ram-se estradas, metrôs, trens,
aeroportos e outros projetos em
um ritmo jamais visto. O modelo
gerou um incentivo perverso,
pois os projetos imobiliários res-
pondiam pelo grosso das recei-
tas dos governos regionais, o que
os levou a estimular novas cons-
truções, mesmo sem boa previ-
são de demanda. Ao mesmo tem-
po, bancos estatais com fraca go-
vernança estendiam emprésti-
mos a custos baixos ao setor.
Após quatro décadas, muitos
desses fatores se esgotaram. A mi-
gração para as cidades não se dá
mais aos milhões de pessoas, de
modo que seu efeito sobre o cresci-
mento não está mais presente. O
mesmo se deu no Brasil, durante a
década de 1980, embora os nostál-
gicos do milagre econômico não
levem isso em conta e continuem
sonhando com taxas de 4%, que
nunca mais se repetirão. Com a di-
minuição da população rural, o
crescimento por esse canal natu-
ralmente se reduz.
Ocorre que o ritmo da constru-
ção civil chinesa não diminuiu, e
pareciam estar se saindo melhor
do que seus pais. Certamente de-
veria haver uma ligação entre os
dois. Se a China estava se saindo
tão bem, necessariamente a
América estava ficando para trás.
Inicialmente, muitos criticaram
essa narrativa como uma bajula-
ção populista. Mas ela gradual-
mente ganhou força e quando a
covid-19 chegou, os argumentos a
favor do protecionismo e contra a
China tornaram-se dominantes.
De repente, todo mundo passou a
concordar que os problemas nas
cadeias de abastecimento relacio-
nados à pandemia eram um resul-
tado do comércio internacional.
Não importa que muitos dos gar-
galos tenham sido originados in-
ternamente e nada tivessem a ver
com as cadeias de abastecimento
globais; ou que sem as máscaras
importadas da China, a escassez
dos equipamentos de proteção in-
dividual teria sido pior; ou que,
apesar de a covid-19 ser o maior
choque global desde a Segunda
Guerra, a economia mundial reve-
lou-se bastante resiliente. A narra-
os projetos gigantescos continua-
ram a pipocar pelo país afora, es-
timulados pelos governos regio-
nais, ávidos por receitas. A bolha
estourou, deixando um gigantes-
co estoque de apartamentos no-
vos vazios. A receita tributária dos
governos regionais, no último
ano, caiu 22%. E depois de se cons-
truir centenas de aeroportos país
afora, cobrir a China inteira com
rodovias e ferrovias, e instalar sis-
temas de metrô e transporte em
centenas de cidades, o retorno
desses projetos caiu muito e o es-
paço para novas expansões dimi-
nuiu, quando não desapareceu.
Para voltar a crescer a
China precisa de mais
reformas, mais abertura
política, e não insistir em
modelos do passado
Para recuperar o fôlego, a Chi-
na precisaria mudar um modelo
que não funciona mais, centran-
do menos no investimento e in-
dústria e mais no consumo, ino-
vação e serviços. Não nos parece
provável. Assim como no Brasil,
onde os nostálgicos do passado
insistem em uma reindustriali-
zação que não ocorrerá, a China
parece querer insistir em um mo-
delo que já se esgotou. Além dis-
to, a crescente repressão política
tiva estava mudando no sentido de
culpar o comércio internacional, e
especialmente o comércio com a
China, por todos os problemas da
economia moderna.
Então, veio a invasão da Ucrâ-
nia pela Rússia — a gota d’água.
Embora o agressor fosse a Rússia,
e não a China, agora era muito fá-
cil imaginar o que aconteceria
com a economia mundial se a
China invadisse Taiwan. As preo-
cupações com os riscos geopolí-
ticos e a segurança nacional vie-
ram à tona, dando impulso aos
apelos não só por protecionismo,
mas também por uma dissocia-
ção econômica maior da China.
Mais uma vez, é fácil culpar a
invasão russa pelo início de uma
nova Guerra Fria. Mas será que es-
taríamos onde estamos sem o res-
surgimento do protecionismo e
os apelos à resiliência da cadeia
de abastecimento nos últimos
anos? Ao minar a crença na coo-
peração internacional e forçar a
narrativa do comércio como um
jogo de soma zero, essas políticas
e objetivos estratégicos criaram
Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
interna, bem como o conflito
geopolítico com os Estados Uni-
dos, prejudicam o ambiente eco-
nômico e a inovação — talvez o
único canal restante para o cres-
cimento econômico — , além de
afugentarem capital estrangeiro.
A desaceleração inevitável do
crescimento chinês, nosso maior
parceiro comercial, trará conse-
quências para o Brasil. Mas as li-
ções aqui são outras. Para voltar a
crescer a China precisa de mais
reformas, mais liberalizações
econômicas e mais abertura polí-
tica, e não insistir em modelos do
passado. O setor estatal e a inge-
rência do governo na economia
precisam diminuir. O tempo da
industrialização acelerada e do
modelo baseado em investimen-
tos físicos, em construção civil e
infraestrutura passou. A China
está se transformando em uma
economia de serviços onde as po-
líticas deveriam ser outras. Tudo
isso vale para o Brasil e para aque-
les que aqui sonham com um pas-
sado industrial que nunca foi tão
bom assim: afinal, parte dele
deu-se sob uma ditadura e a desi-
gualdade só cresceu no período.
Pedro Cavalcanti Ferreira é professor
da EPGE-FGV e diretor da FGV
Crescimento e Desenvolvimento
Renato Fragelli Cardoso é professor
da Escola Brasileira de Economia e
Finanças (EPGE-FGV).
algumas das precondições para a
guerra econômica atual.
Enquanto o comércio foi apre-
sentado como um jogo de soma
zero em 2015-2016, quando
Trump foi eleito, agora o bem-es-
tar nacional está sendo enqua-
drado nesses termos. A questão
já não é mais apenas sobre as ta-
rifas e o comércio. Estes são rele-
vantes apenas na medida em que
possam ser usados para impedir
a China de desenvolver suas ca-
pacidades tecnológicas. As prin-
cipais preocupações agora, di-
zem-nos, são a “redução dos ris-
cos” e a segurança nacional, em
vez do desejo da América de
manter seu domínio econômico.
Mas tais justificativas são pro-
blemáticas. Considere a redução
dos riscos. Parece prudente, mas
será que realmente se trata da
China? A produção mundial dos
semicondutores mais avançados
está concentrada em uma única
companhia de Taiwan (a TSMC),
o que certamente implica em um
alto risco de ruptura se a compa-
nhia sofrer algum choque. Mas
tal choque não precisa vir de uma
invasão chinesa; ele poderia tam-
bém assumir a forma de uma cri-
se de saúde, um desastre natural
ou mesmo questões pessoais. A
raiz do problema não é a China,
mas a elevada concentração de
mercado. O mesmo tipo de risco
ainda seria relevante se a compa-
nhia estivesse baseada nos EUA.
Embora a preocupação com a
diversificação ideal e a redução
dos riscos faça sentido, definir tu-
do em termos geopolíticos não faz.
Quando Trump prometeu recente-
mente impor novas e grandes tari-
fas se for reeleito, a comunidade
internacional rapidamente conde-
nou tais políticas. Mas as tarifas
importam menos agora, porque o
estrago já foi feito.
Vivemos em uma nova era. Co-
mo observei em um comentário
anterior, com base no trabalho de
historiadores econômicos, há pa-
ralelos assustadores entre o perío-
do que levou à Segunda Guerra
Mundial e os acontecimentos re-
centes no comércio e na política
externa dos EUA. O protecionismo
é um problema, não apenas devi-
do ao seu impacto sobre o comér-
cio, mas também em razão de seu
impacto sobre as relações interna-
cionais e a geopolítica. (Tradução
de Mário Zamarian)
Pinelopi Koujianou Goldberg ,
ex-economista-chefe do Banco Mundial, é
professora de Economia na Universidade
Yale. Copyright: Project Syndicate, 2023.
www.project-syndicate.org
| Valor | A15
Frase do dia
“Precisamos
ter grandes
ambições.
Podemos ser o
primeiro país do
mundo a chegar
ao net zero”.
De Joaquim Levy, diretor de
estratégia econômica do Safra, ao
defender parcerias com outros
países para desenvolver tecnologias
Cartas de
Leitores
Desigualdade
“Estabilidade e segurança não
serão alcançadas onde há exclu-
são social e desigualdade”.
Essa frase do discurso de Lula
é lapidar. Constitui a essência e
a causa de tanto sofrimento nes-
te mundo. E, no entanto, as me-
lhores soluções podem também
advir dela. A partir da compre-
ensão profunda de seu significa-
do e mergulhando em soluções
que podem emergir desse enun-
ciado, é possível melhorar o
mundo em que vivemos. Não
podemos nos esquecer de que
onde há fome e desigualdade,
há um pântano do qual é quase
impossível sair.
Daí a importância de toda a fa-
la de Lula da Silva na ONU nesse
19 de Setembro de 2023, alertan-
do o mundo desenvolvido para
essa triste realidade e também
olhando diretamente para o nos-
so país, onde a desigualdade tem
sido uma triste saga, fonte de
instabilidade e insegurança.
Eliana França Leme
efleme@gmail.com
Ucrânia
É claro que o Brasil não deve
deixar de comercializar com a
Rússia , como também fazem os
países ocidentais. Entretanto, o
presidente Lula, apesar do bom
discurso nas Nações Unidas,
continua a se posicionar de for-
ma não convincente em relação
à invasão da Ucrânia. Sua posi-
ção dá a entender que depende,
também, do presidente Zelens-
ky uma posição favorável a um
acordo de paz, quando pelas leis
internacionais o país invasor é
que deveria retirar suas tropas
das regiões invadidas.
Acredito que a Ucrânia deve-
ria participar de uma reunião de
países neutros interessados na
paz, mas nunca abrir mão de al-
guma parte de seu território, ca-
so contrário, estaria incentivan-
do novas invasões.
José Osvaldo Gonçalves Andrade
jog.andrade64@yahoo.com
●
Lula da Silva se exibiu na ONU
com roupagens de paladino do
meio ambiente e da paz. Apon-
tou o absurdo da renitente guer-
ra na Ucrânia como se sua verve
fosse suficiente para arrefecer a
intensidade crescente do confli-
to e levantou a questão da desi-
gualdade mundo afora, asso-
ciando-a ao fracasso da prosperi-
dade econômica como fator pri-
mordial no sentido promover os
menos favorecidos. Enfim, espe-
remos que o saldo de sua fala se-
ja positivo para o Brasil.
Paulo Roberto Gotaç
prgotac@hotmail.com
Inverno de 40 graus
A imagem da praia de Ipanema
lotada num dia da semana, com
temperatura se aproximando
dos 40 graus ainda no inverno, é
um exemplo típico das mudan-
ças climáticas. Como falam os
cientistas, o mundo precisa, sem
perda de tempo, tomar provi-
dências para garantir um futuro
menos catastrófico.
José de Anchieta de Almeida
josenobredalmeida@gmail.com
Correspondências para
Av. 9 de Julho, 5229 - Jardim
Paulista - CEP 01407-907 - São
Paulo - SP, ou para
cartas@valor.com.br, com nome,
endereço e telefone. Os textos
poderão ser editados.
 A16 | Valor | Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Urbanismo Lei que orienta o desenvolvimento urbano na capital teve mais de 100
emendas aprovadas e chega a 400 artigos; previsão é que possa ser votada este ano
Após dois anos de debates, novo Plano
Diretor do Rio pode ser aprovado
Alessandra Saraiva
Do Rio
Quando Sergio Luiz de Souza
abriu um salão de beleza há 25
anos no Largo do Machado, zona
sul do Rio, ficou surpreso ao saber
de uma exigência legal para o em-
preendimento. Pela legislação, cu-
ja restrição permanece até hoje, sa-
lões de beleza na cidade só podem
ser instalados até o terceiro andar
de prédios comerciais: “Já era pro-
fissional do setor na época. Mas só
soube disso quando fui abrir o sa-
lão” lembra Souza. Atualmente
com 60 anos, ele comanda o pró-
prio negócio no segundo andar de
um prédio comercial de quatro an-
dares. “Realmente, para mim, essa
restrição não faz sentido.”
Esse é um dos pontos que de-
vem ser alterados nas discussões
do novo Plano Diretor da cidade,
que está na reta final de análise na
Câmara dos Vereadores depois de
dois anos e meio de discussões. A
previsão do Legislativo é que o
plano, uma lei municipal que
orienta o desenvolvimento urba-
no, seja votado em novembro,
após 33 audiências públicas; mais
de 100 emendas aprovadas e com
mais de 400 artigos. A expectativa
é que o projeto possa ser votado a
partir de 14 de novembro.
O atual Plano Diretor que rege a
cidade é de 2010. As cidades costu-
mam revisar os planos a cada dez
anos. Mas, no caso do Rio e de ou-
tras capitais, a atualização foi adia-
da como resultado da pandemia,
em 2020. Porém, diferentemente
de outras capitais, as regras em de-
bate no Rio vão além das linhas de
um Plano Diretor, que indica dire-
trizes para a política urbana. Dessa
vez, também estão sendo atualiza-
das duas outras regras que regem
as edificações da capital.
É o caso da Lei de Parcelamento
de Solo (LPS), que define lotes pa-
ra ocupação urbana, com matrí-
cula no Registro de Imóveis, e da
Lei de Uso e Ocupação do Solo
(LUOs). Essa última define o que
se pode construir e quais ativida-
des são permitidas, em cada espa-
ço da cidade. Como, por exemplo,
quantidade de vagas de garagem
ou, até mesmo, limites de andares
para funcionamento de um salão
de beleza, como o de Sérgio Sou-
za, em edifício comercial.
A decisão de discutir três gran-
des regras ao mesmo tempo — o
Plano Diretor, a LPS e a LUO — não
agradou a todos. Marcos Saceanu,
presidente da Associação de Diri-
gentes de Empresas do Mercado
Imobiliário (Ademi-RJ), diz que a
discussão simultânea desses três
“capítulos” fez o debate se prolon-
gar. “As três leis, o próprio Plano Di-
retor, a discussão da LUO e do par-
celamento são assuntos comple-
xos, mesmo se tratados de forma
isolada”, disse Saceanu. E acrescen-
tou: “Tem mais de 450 artigos nesse
Plano Diretor porque tem três ‘pla-
nos’ dentro de um”, criticou.
Claudio Hermolin, presidente
do Sindicato da Indústria da Cons-
trução Civil (Sinduscon-RJ), vai
além:algunspontosdoplanoestão
mal resolvidos. Um dos mais im-
portantes é a Outorga Onerosa do
Direito de Construir (OODC), uma
Cinco Pontos sobre Plano Diretor do Rio
Veja alguns destaques do que será debatido no Legislativo*
Novo zoneamento da cidade
Aumenta de quatro para sete número de macrozonas - grandes zonas
com estratégias próprias para uso e ocupação do solo.
Outorga Onerosa do Direito de Construir (OODC)
Quem construir nova edificação, e ultrapassar coeficiente mínimo de
aproveitamento do terreno, pagará contrapartida à prefeitura.
IPTU progressivo no tempo
Cobrança para imóveis vazios e subutilizados,
com o objetivo de revitalizar áreas vazias.
Finanças Termo Territorial Coletivo (TTC)
Programa Gestão coletiva da propriedade de terra com titularidade individual das
construções em comunidades e assentamentos irregulares. Tem potencial
Desenrola entra para melhorar condições e direitos de moradores de favelas.
na fase de leilões Fim de obrigatoriedade de garagem
a partir da Dispensa obrigação de vagas de estacionamento em novos edifícios na zona sul,
centro e zona norte. Na prática, isso fica a critério das construtoras.
próxima semana
C4 Fonte: Câmara dos Vereadores da Cidade do Rio de Janeiro. *O texto ainda passará por
emendas dos vereadores em outubro
Marcos Saceanu, da Ademi-RJ, e Claudio Hermolin, do Sinduscon-RJ: regras para construir no Rio são mais “restritivas” que em outras cidades
contrapartida que será paga pelas
construtoras ao município. “Por
exemplo, eu compro um terreno
na Zona Sul da cidade com índice
de aproveitamento de ‘três e meio’.
Se for terreno de mil metros qua-
drados, podemos construir três ve-
zes e meia essa área”, disse. Hoje o
valor do terreno, considerando o
índice de 3,5 vezes, é negociado
com o dono. Mas, pela outorga
onerosa, a regra muda. No caso to-
mado como exemplo, do terreno
com mil metros quadrados, o pro-
prietário da área recebe um valor
correspondente ao construído “1
por 1”. O restante, 2,5 mil metros
quadrados, seria pago à prefeitura.
Hermolin vê duas dificuldades
com a outorga onerosa. A primeira
é que o valor do terreno pago ao
vendedor diminui e, portanto, o
negócio pode ser mais difícil. Uma
solução seria conceder tempo de
carência para aplicação da OODC.
“Havia emenda ao plano que pre-
via carência na outorga, mas foi re-
tirada”, disse o dirigente. Outro
ponto questionado por ele foi a
ausência de um índice de aprovei-
tamento “mais agressivo” para
construir na Zona Norte. O concei-
to significa poder aumentar a pro-
porção do que pode ser construí-
“Vamos
do, em metragem, a partir da área
do terreno. No plano, a medida foi
propor regra
adotada na Zona Norte, mas “de
forma tímida”, disse Hermolin.
de transição
Ademi-RJ e Sinduscon-RJ ques-
tionam ainda o fato de o “Reviver
para a
Centro”, plano de recuperação ur-
banística, cultural, social e econô-
chamada
mica da região central do Rio, não
estar sendo pensado no âmbito do
outorga
Plano Diretor. Os dois projetos ca-
minham em paralelo o que, na vi-
onerosa”
são deles, não seria o ideal. Saceanu
e Hermolin avaliam ainda que, em
Rafael Freitas
comparaçãocomoutrascidades,as
regras para construir no Rio são
mais “restritivas”. Os dirigentes
não descartam saída maior de em-
presas do setor, da capital, caso o
plano não sofra ajustes. “Todo
mundo quer que o plano diretor dê
certo” disse Hermolin. E comple-
tou: “Um Plano Diretor desenvolvi-
mentista é o melhor para todos”.
Tarcyla Hidalgo, doutora em
planejamento urbano e regional
pelo Instituto de Pesquisa e Plane-
jamento Urbano e Regional
(IPPUR) da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), considera
que o plano “mesmo depois de to-
dos os debates e emendas” está
aquém das necessidades da cida-
de: “Reproduz lógica de planos di-
retores anteriores de trazer instru-
mentos não como autoaplicações,
e sim com legislação posterior que
nunca vem”, disse. Citou o caso do
IPTU progressivo. Essa regra insti-
tui cobrança para imóveis vazios e
subutilizados como forma de revi-
talizar áreas não ocupadas.
Outro tópico criticado pela pes-
quisadora foi a ausência de men-
ção a como lidar com problemas
de segurança pública que interfi-
ram na execução do Plano Dire-
tor. “Temos falha em não lidar
com o controle de um poder pa-
ralelo [criminoso] em parte ex-
pressiva da cidade”, disse.
Thiago Dias, subsecretário-exe-
cutivo da Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Econômico, Ino-
vação e Simplificação do Rio, reba-
te as críticas: “Discordo de quem
diz [que o plano] não trata do as-
sunto segurança”. Prosseguiu:
“Trata sim em termos de ordena-
mento territorial. O uso de ocupa-
ção de solo está intrinsecamente li-
gado ao tema da segurança. Basta
ver as demolições de ocupações ir-
regulares feitas pela prefeitura.”
Dias também discordou das crí-
ticas ao “Reviver Centro” e ao fato
de a iniciativa estar sendo desen-
volvida fora da égide do Plano Di-
retor: “São debates de naturezas
distintas, um de natureza geral; e
outro destinado a reorganizar in-
centivo de modelação em área es-
pecífica”. Acrescentou: “Os dois
não se sobrepõem regulatoria-
mente e, embora sendo pensados
em processos legislativos aparta-
dos, de modo algum são antagôni-
cos”. “O Plano Diretor é fruto de
um debate que começou há anos,
reunindo visões de técnicos, diver-
sas fontes da sociedade civil, fora
as dezenas de audiências públicas
antes das emendas”, disse. “Espera-
mos que tudo seja aprovado ainda
esse ano. Senão neste ano, no início
do ano que vem”, previu.
O vereador Rafael Aloisio Frei-
tas, presidente da comissão res-
ponsável por discutir a proposta
de atualização do Plano Diretor, é
mais otimista: “Em setembro, tere-
mos a apresentação das emendas
do Legislativo e, em outubro, fare-
mos a análise dessas sugestões”.
Ele continuou: “Depois [o plano]
vai a plenário em novembro para
votar em segunda e última instân-
cias”. Freitas disse que até agora to-
das as 236 emendas ao plano fo-
ram do Executivo, das quais 186
aprovadas. O vereador não vê ne-
cessidade de novas audiências pa-
ra as emendas do Legislativo. A ra-
zão, diz, é que as emendas a serem
lançadas estão sendo debatidas
entre os vereadores há tempos. Re-
bateu, ainda, informações segun-
do as quais o Legislativo mandaria
cerca de mil emendas ao plano.
“Não chega a isso” disse.
O próprio vereador deve propor
emenda relacionada à outorga
onerosa. “Vamos propor regra de
transição”, antecipou. A informa-
ção foi confirmada pelo presiden-
te da Câmara Municipal do Rio,
Carlo Caiado (PSD), em painel na
terça-feira (19) no “Rio Construção
Summit”, que vai até quinta (21)
no Pier Mauá, zona portuária do
Rio. “Entendemos a necessidade
de isenção da outorga onerosa nos
primeiros cinco anos após a im-
plantação do Plano Diretor, com
cobrança gradativa a partir do sex-
to ano”, disse Caiado na ocasião.
LEO PINHEIRO/VALOR
Freitas defendeu ainda a discu-
tir simultânea do Plano Diretor, da
LPS e da LOU. “A Lei de Parcelamen-
to atual é de 1976; e a de uso do so-
lo, idem. Sempre se deixou em
aberto [a atualização dessas leis]
para se discutir depois e isso nunca
aconteceu.” Agora a incorporação
ao plano de duas regras tão impac-
tantes para o desenvolvimento ur-
bano deu o impulso que se preci-
sava para atualizar as duas leis, dis-
se. “Esse é o grande diferencial do
plano em relação aos anteriores.
Porque o Plano Diretor, em si, é
mais abstrato, define orientações.
O que temos aqui é a oportunida-
de de fazer o ‘link’ entre objetivos
que queremos e, ao mesmo tempo,
aplica-los na ‘ponta’”, defendeu.
O vereador afirmou também
que emendas do Legislativo de-
vem incluir no plano incentivos a
atividades criativas na cidade.
“Não temos quase nada [de regras
para estimular] indústria criativa,
eventos e turismo”. No caso da in-
dústria criativa, Freitas disse que se
estuda regras para estimular o
crescimento do Polo Rio Cine Ví-
deo, complexo de estúdios na Zo-
na Oeste do Rio. “Não se consegue
expandir o polo porque parâme-
tros atuais não permitem”, disse.
Com algumas mudanças, o local
pode servir como base para produ-
ções de “streaming”, afirmou.
Na parte de eventos, o vereador
disse que se analisa mudanças em
regras no entorno do RioCentro,
um dos maiores centros de con-
venção da cidade. “Não se pode co-
locar um hotel, um supermercado
ali por conta da [atual] lei de uso
de ocupação do solo”. Acrescentou
que a medida pode ser alterada.
No caso do turismo, Freitas disse
que pode se pensar em alterações
de parâmetros para construções
na orla carioca.
Outra novidade do plano, disse
o vereador, é a possibilidade de
ter atividades comerciais em
áreas atualmente residenciais na
Zona Sul do Rio, a mais nobre da
capital. É o caso de regiões de La-
ranjeiras, Jardim Botânico, Le-
blon, Gávea e Cosme Velho, restri-
tas a fins residenciais desde 1976.
“Os novos zoneamentos, as novas
nomenclaturas [no novo Plano
Diretor] mesmo as residenciais,
permitem grupo de pequenos
serviços e de pequenos comér-
cios”, informou.
Marcelo Kaiuca, presidente do
Fórum da Construção Civil da Fe-
deração das Indústrias do Estado
do Rio de Janeiro (Firjan), disse
que o plano precisa de três pilares,
para ser eficaz: ser viável economi-
camente, ter segurança jurídica e
contar com visão de longo prazo.
Kaiuca, que é diretor comercial da
Multibloco, fornecedora de mate-
rial para construção, afirmou ain-
da: “O que queremos é que o plano
seja feito de forma que seja bom
para todos, para a economia, para
o empresário e para prefeitura”.
Saúde
José Henrique Dias
Salvador é a terceira
geração no comando
da rede de hospitais
Mater Dei B6
Valor B
Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Logística Com tráfego restrito, empresas preveem impacto no escoamento da Zona Franca de Manaus
Hidrovia do rio Amazonas sofre com seca
Taís Hirata
De São Paulo
A grave seca que atinge o Esta-
do e o rio Amazonas já começa a
impactar o transporte de cargas
por hidrovia no Estado e poderá
afetar o escoamento da Zona
Franca de Manaus, segundo em-
presas de logística que atuam na
região. A temporada de secas, em
geral de outubro a dezembro,
sempre reduz o nível dos rios, po-
rém, neste ano, a estiagem come-
çou antes e dá indícios de que se-
rá mais grave e duradoura.
Hoje, o tráfego no rio Amazo-
nas já está com restrições na re-
gião da foz do rio Madeira: os na-
vios regulares, com 11,5 metros
de calado, já não conseguem na-
vegar com capacidade total, e o
tráfego noturno foi bloqueado.
Há risco de que, dentro de uma
ou duas semanas, as embarcações
não consigam mais passar pelos
trechos críticos do rio — além da
enseada do Madeira, próxima a
Itacoatiara, há um outro ponto
problemático na área do Tabocal.
“A água está descendo de nível
em ritmo muito rápido. No ano
passado, a vazão era de 15 centí-
metros, enquanto neste ano está
baixando o dobro, cerca de 31
centímetros por dia. Em 2022, em
que a seca não foi tão grave, a per-
da de capacidade foi de 40%, e
agora pode chegar a 60%”, afirma
Bairros planejados
buscam uma vida
urbana ‘idealizada’
Imóveis
Ana Luiza Tieghi
De São Paulo
Nas últimas décadas, condo-
mínios fechados atraíram consu-
midores em busca de uma forma
diferente e mais segura de viver.
Agora, há quem aposte que o
apelo é criar espaços mais conec-
tados à cidade, sem muros. São os
bairros planejados, grandes
áreas que misturam parques, es-
paços de moradia, comércio e
trabalho, com ruas caminháveis.
O modelo tenta replicar um
ideal de uma vida urbana: tornar
possível fazer tudo a pé ou de bi-
cicleta, com segurança e poucos
deslocamentos de carro. Mas a
iniciativa desperta alertas para o
risco de ser excludente.
Segundo Fabiano de Marco, só-
cio-fundador da incorporadora e
loteadora gaúcha Idealiza Cida-
des, que faz esses empreendimen-
to, os bairros planejados são um
“meio do caminho” entre o enclau-
suramento dos condomínios-clu-
be e cidades inseguras. “Os bairros
conseguem suprir a omissão esta-
tal de zeladoria e segurança em es-
paços públicos”, afirma.
A Idealiza tem cinco projetos de
bairros planejados, dois com lan-
çamentos. O primeiro começou
em 2015, em Pelotas (RS), cidade
dos sócios. O Parque Una ocupa
320 mil m2 e, quando pronto, terá
de 50 a 60 torres residenciais e de
salas comerciais, com lojas no tér-
reo. Do total, 20 já foram lançadas.
O ritmo é de dois a três lança-
mentos ao ano. O bairro já tem
Luis Resano, diretor-executivo da
Abac (Associação Brasileira de
Armadores de Cabotagem).
A associação, que reúne em-
presas de navegação, estima que
a profundidade do rio pode ficar
abaixo dos 8 metros — nível atin-
gido durante a seca de 2010, a úl-
tima grande estiagem na região.
Mesmo com a busca de alterna-
tivas — como a vinda de navios
menores ou o uso de rotas rodo-
fluviais (com caminhões e balsas)
— o resultado da crise deverá ser a
redução drástica na capacidade
de transporte e o aumento ex-
pressivo de custos, avaliam em-
presas de logística e a indústria.
“Já estamos vendo o custo
maior. Há duas semanas, as em-
presas de navegação passaram a
cobrar ‘taxas de seca’, que começa-
ram em R$ 3 mil por contêiner e já
chegam a R$ 10 mil. E, há uma se-
mana, já não aceitam mais reser-
vas até meados de outubro, pre-
vendo restrição de navegação”, diz
Márcio Salmi, diretor-executivo da
Costa Brasil, empresa de logística
que trabalha com cabotagem,
transporte rodoviário e aéreo.
A companhia tem buscado re-
forçar a alternativa rodofluvial,
que combina caminhões e balsas,
que consegue trafegar com calado
menor. Porém, trata-se de uma saí-
da 50% mais cara e com capacida-
de menor. “É inviável pensar que o
caminhão vai suprir a demanda.”
uma associação de moradores,
sem fins lucrativos — uma das pre-
missas para ser considerado bairro
planejado, segundo de Marco —
que recolhe cerca de R$ 160 mil ao
mês, revertidos em zeladoria.
Como o bairro leva décadas
até ser concluído, mantê-lo orga-
nizado, limpo e seguro é impor-
tante para valorizar os empreen-
dimentos que ainda serão lança-
dos. “A reputação da primeira
torre interfere no preço do metro
quadrado das outras 49”, diz.
O foco é o público de classe mé-
dia e média-alta, mas há variação
de plantas. Já foram lançadas uni-
dades de 29 m2 a 200 m2 , com
preço de venda de R$ 7,5 mil a
R$ 12 mil por metro quadrado.
“São pessoas em diferentes mo-
mentos da vida, isso é bom urba-
nisticamente, para gerar diversi-
dade, e também do ponto de vista
mercadológico, porque conse-
guimos não nichar tanto”, diz.
Há inclusive prédios feitos em
parceria com um restaurante e
uma livraria local, que vai trans-
ferir sua sede para o Parque Una.
A Idealiza está replicando o mo-
delo em Uberlândia (MG), em área
ainda maior, de 350 mil m2. Foram
investidos R$ 40 milhões em in-
“São espaços com
qualidade urbana,
mas o modelo é
vendido para
determinadas
classes sociais”
Angélica Alvim
Cabotagem prejudicada
Seca no Amazonas afeta tráfego na hidrovia
Itacoatiara Tabocal
Rio Am
Manaus
a
AM
eir
ad
M
Rio
Fonte: Empresas do setor
Na avaliação das empresas de
logística, a situação poderá afetar
o abastecimento de todo tipo de
carga conteinerizada na região e
prejudicar o escoamento da Zona
Franca de Manaus para o resto do
país — justamente em um mo-
mento de pico de demanda, em
que o comércio abastece o esto-
que para as vendas de fim de ano,
que incluem Black Friday e Natal.
As rotas de cabotagem partem
de Manaus, percorrem o rio Ama-
Fabiano de Marco, sócio-fundador da Idealiza Cidades, que constrói dois bairros planejados e terá mais três: “É meio do caminho entre condomínio e cidade”
fraestrutura. A primeira torre, um
residencial com 149 unidades, lan-
çada em julho, foi 100% vendida,
por uma média de R$ 10,5 mil por
metro quadrado. Mais dois pré-
dios serão lançados neste ano, um
comercial e um residencial, este
feito pela Maxi, incorporadora lo-
cal. Chamar uma empresa para ser
parceira ajuda a acelerar o projeto,
conta de Marco, “puxando para
dentro” um empreendimento que
seria feito fora do bairro.
Em 2024, a Idealiza quer lan-
çar a primeira torre do seu tercei-
ro bairro planejado, em Porto
Alegre, em área de 160 mil m2 no
bairro Petrópolis. Com 15 pré-
dios, estima-se um valor geral de
venda (VGV) de R$ 1,5 bilhão.
A companhia aguarda regis-
tro na prefeitura de São José dos
Campos (SP) para lançar um
quarto bairro, com 60 torres. Ali,
o VGV previsto é de R$ 6 bilhões.
Serão investidos R$ 110 milhões
em infraestrutura. O primeiro
lançamento de torre deve ocor-
rer em três anos. Há ainda um
quinto bairro, em Paulista (PE),
cujas obras de infraestrutura de-
Energia
Ibitu vende dois
parques solares
para Atiaia
Renováveis por
R$ 368 milhões B3
Porto de
nas Pecém
azo
CE
PA
PE
Porto de
Suape
BA
Porto de
Salvador
SP RJ
Porto do Rio de Janeiro
Porto de Santos
SC
Porto de Itapoá
zonas até a costa e levam a carga
até portos como Pecém (CE), Sua-
pe (PE), Salvador, Rio de Janeiro
Santos (SP) e Itapoá (SC). Segun-
do a Abac, no segundo trimestre
deste ano, foram embarcados em
Manaus, pela via fluvial, 50,62 mil
TEUs (contêineres de 20 pés) e de-
sembarcados 49,96 mil TEUs.
“85% do entra e sai de Manaus
segue por rios”, afirma Marcello
Do Gregorio, diretor do Super Ter-
minais, que opera um terminal
vem começar em 2024.
Com esses projetos, mais os
condomínios fechados que tam-
bém faz, a empresa teve resultado
líquido de R$ 120 milhões no ano
passado, 30% acima de 2021. A ex-
pectativa para 2023 e os próximos
três anos é atingir de R$ 140 mi-
lhões a R$ 150 milhões. A empre-
sa espera obter R$ 431 milhões
em vendas em 2023, com R$ 413,6
milhões em lançamentos.
Em Maringá (PR), uma área de
600 mil m2 também está sendo
transformada em bairro planeja-
do. O Eurogarden é gestado des-
de a compra do terreno, em 2009,
pelo grupo Nogaroli, oriundo do
setor de supermercados.
Geógrafo de formação e interes-
sado em urbanismo, o CEO do gru-
po, Jefferson Nogaroli, pensou em
recriar um estilo de vida “que lem-
brasse o jeito europeu”, na região,
com mais áreas verdes e caminhá-
veis. As obras de infraestrutura co-
meçaram em 2018 e já foram in-
vestidos R$ 200 milhões.
A primeira torre deve ser lan-
çada em 2024, com projeto da in-
corporadora parceira A.Yoshii,
Alimentos
Harald investe
R$ 200 milhões
em nova fábrica
de chocolate em
Marília (SP) B8
portuário em Manaus. “Hoje, não
temos uma situação de colapso, o
fluxo não vai ser cortado, mas esta-
mos atentos. Os navios já estão vin-
do com menos carga, o que vai im-
pactar o transporte dos insumos.”
Para o engenheiro de transpor-
tes Augusto Rocha, diretor-adjun-
to da Fieam (Federação das Indús-
trias do Estado do Amazonas), o
principal efeito da crise será o au-
mento do custo logístico, mas o es-
coamento da Zona Franca não será
prejudicado. Segundo ele, as com-
panhias já previam o cenário e vi-
nham se preparando. “A situação
de seca neste ano está mais grave,
mas é algo sazonal, as empresas se
preparam, fazem estoques. O que
vai acontecer é a alta de custos.
Além do custo Brasil, temos aqui o
custo Amazônia, que é o sobrepre-
ço que se paga pela histórica falta
de investimentos na região”, diz.
Como solução de curto prazo, as
empresas de navegação pedem ao
governo a declaração de emergên-
cia hídrica, para que o Dnit (De-
partamento Nacional de Infraes-
trutura de Transportes) possa con-
tratar dragagem emergencial.
Já Rocha defende a necessida-
de de mais estudos e de monito-
ramento constante antes da dra-
gagem. “Se houvesse monitora-
mento diário, ou a cada semana,
mostrando a profundidade, seria
possível buscar alternativas a par-
tir de informações mais claras.”
mas a inauguração oficial do em-
preendimento ocorreu no dia 11
— o público pode aproveitar os
jardins que já estão formados.
Nogaroli espera lançar de qua-
tro a cinco empreendimentos
por ano, em um processo que de-
ve levar até 12 anos. Além de tor-
res residenciais e comerciais, ele
quer criar um shopping a céu
aberto, de preferência construí-
do com madeira engenheirada.
O empreendimento tem apelo
sustentável: a sede tem certifica-
ções Leed e Well no nível Plati-
num, o mais alto, a energia con-
sumida no Eurogarden vem de
fazenda de placas solares e serão
instaladas hortas orgânicas.
Ali, o público almejado também
é de médio e alto padrão. Nogaroli
acredita especialmente no interes-
se de recém-aposentados. “Tem
muitas pessoas com 50, 55 anos
R$ 200
milhões foram gastos
no Eurogarden
Para o longo prazo, a avaliação
geral é que são necessários investi-
mentos na infraestrutura hidro-
viária da região. “O que temos hoje
são rios navegáveis, não hidrovias.
Para que sejam efetivamente hi-
drovias seria preciso ter controle,
sinalização, estrutura de seguran-
ça, o que não temos aqui”, afirma
Do Gregorio, da Super Terminais.
Rocha também destaca a im-
portância de se entender as causas
do aumento de sedimentos vindos
do rio Madeira. “É por conta das hi-
drelétricas? Do garimpo ilegal?
Ou é algo natural? É preciso enten-
der para solucionar as causas”, diz.
Questionado sobre a dragagem
ou outras soluções, o Ministério de
Portos afirma que “o órgão respon-
sável pela segurança da navegação
é a Marinha”, e que “acompanha a
situação e está preparado para fa-
zer a intervenção necessária”. A
Marinha, por sua vez, diz que a res-
ponsabilidade é do Dnit. O Dnit
não respondeu até o momento.
A ANA diz que já foram feitas
duas reuniões da Sala de Crise pa-
ra a região Norte, criadas para
monitorar efeitos do El Niño, que
podem perdurar até o fim do pró-
ximo verão. A agência diz que po-
derão ser tomadas medidas como
a declaração de escassez hídrica, a
definição de condições especiais
de operação de reservatórios e
para o uso da água. Procurada, a
Antaq não se pronunciou.
DIVULGAÇÃO
que moram em São Paulo ou no
Rio e podem morar no interior,
com custo de vida pela metade, se-
gurança e trânsito mais fácil”, diz.
Apesar de serem espaços aber-
tos, sem barreiras físicas, a dire-
tora da Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, Angéli-
ca Alvim, lembra que empreen-
dimentos do tipo continuam
sendo negócios imobiliários e
que podem se tornar áreas de se-
gregação. “Não tem muros, mas
tem controles, normalmente via
câmera, para garantir a seguran-
ça dos moradores”, pontua.
Para ela, os bairros são interes-
santes do ponto de vista de ocu-
pação de vazios urbanos e de ex-
pansão das cidades, mas preci-
sam ser planejados com cuidado
para não serem excludentes.
Uma alternativa seria haver
parcerias entre empresas e o po-
der público, para que este ditasse
a inclusão social no bairro. “São
espaços projetados com qualida-
de urbanística, mas é um modelo
vendido para determinadas clas-
ses sociais”, afirma.
B2 | Valor | Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Empresas Carreira
Gestão Para o escritor Greg McKeown, é preciso ter conversas que não fiquem apenas na superfície
O que o essencialismo ensina aos líderes
Fernanda Gonçalves
De São Paulo
Para ter sucesso e felicidade, é
necessário focar nos aspectos es-
senciais da vida. Ou seja, não gas-
tar tempo e energia com tarefas,
compromissos e interações distra-
toras e eliminar tudo aquilo que
não seja absolutamente necessário
para alcançar os nossos objetivos.
Esse é o cerne do pensamento
que o inglês Greg McKeown de-
senvolveu em seu livro “Essencia-
lismo: a disciplinada busca por
menos”, lançado em 2014, e que
vendeu mais de um milhão de
cópias pelo mundo.
Jornalista e especialista em lide-
rança e estratégia, McKeown pos-
sui MBA pela Universidade Stan-
ford. Ele também escreveu “Sem
esforço: torne mais fácil o que é
mais importante” (2021) e foi co-
autor de “Multiplicadores: como
os bons líderes valorizam você”
(2010), ao lado de Liz Wiseman.
Enquanto se dedica à sua nova
pesquisa, McKeown veio ao Brasil a
convite do Mercado Livre para par-
ticipar de um evento fechado para
convidados. Antes, concedeu en-
trevista para o Valor. A seguir os
principais trechos:
Valor: Sobre o que é a sua nova
pesquisa?
Greg McKeown: Ela aborda o es-
sencialismo interpessoal. Porque o
essencialismo foi escrito principal-
mente para o indivíduo, para pla-
nejarmos nossas vidas em torno
do que é considerado mais impor-
tante. Uma das coisas mais essen-
Como lidar com questões de
. LÉO PINHEIRO/VALOR
saúde mental e o suicídio
Live do Valor
Adriana Fonseca
Para o Valor, de São Paulo
Neste Setembro Amarelo, mês
dedicado à ampliação da cons-
cientização sobre o suicídio, o do-
cumentário “Para os que ficam”,
dirigido pela cineasta Susanna Li-
ra, está disponível para todos, in-
clusive não assinantes, na Globo-
play, gratuitamente. O filme é ba-
seado em um artigo escrito pela
jornalista Marcia Disitzer na revis-
ta “Ela”, de “O Globo”, em 2019.
Disitzer perdeu pai e mãe por
suicídio. Expor a sua história, pri-
meiro no artigo e depois no docu-
mentário, exigiu ultrapassar uma
barreira interna, o que ela conta
ter sido uma libertação. “As pes-
soas falavam que eu era corajosa
de falar sobre isso, eu agradeço,
mas mais que coragem, é uma ur-
gência. Quando aconteceu comigo
era uma exceção, e agora toda hora
a gente ouve [sobre suicídio], é
muito grave”, disse na Live do Va-
O poder das
carreiras
não lineares
Rumo certo
Rafael Souto
ciais na vida são os relacionamen-
tos, a habilidade de nos conectar-
mos com as pessoas e entendê-las,
compreender o que é realmente
importante para elas. Isso é como
uma arte perdida. Tem a ver com os
bloqueios da pandemia e com o fa-
to de que podemos sempre olhar
para os nossos telefones quando
nos sentimos socialmente descon-
fortáveis. São muitas forças que di-
ficultam profundamente nossa
compreensão mútua. Não estar
próximo e conectado com as pes-
soas é prejudicial para a nossa saú-
de e felicidade. E as pessoas tentam
resolver os problemas errados.
Elas tomam decisões obtusas e pa-
recem desconectadas. Não porque
não querem fazer as coisas certas,
mas sim porque não são boas em
se conectar com os outros.
Valor: E como isso se aplica à li-
derança?
McKeown: Eu acredito que isso
seja o coração da liderança. A mo-
tivação e o comprometimento os
levaram ao sucesso. Mas eles che-
garão a um ponto em que vão es-
tagnar em seu progresso. Se você já
é bem-sucedido, mas deseja ser
muito bem-sucedido, precisa pres-
tar atenção em seus relacionamen-
tos. E tudo se trata do quão rápido
você pode entender corretamente
o que está acontecendo a sua volta.
Pense em um líder que é bombar-
deado por informações, opiniões e
ruídos. Mas o que é essencial está
escondido abaixo da superfície, es-
pecialmente nos relacionamentos
interpessoais. Líderes têm muitas
responsabilidades e interagem
com pessoas que também estão
lor “Saúde mental: Como lidar
com as perdas e o luto”, mediada
pela editora de carreira do jornal,
Stela Campos.
Dados da Organização Mundial
da Saúde de 2019 mostram que
acontecem 700 mil suicídios por
ano no mundo. No Brasil são 14 mil
casos anuais, 38 por dia. Entre os jo-
vens a situação é mais preocupante,
pois houve um aumento de vítimas
fatais de 49,3% entre os adolescentes
de 15 a 19 anos, de 2016 a 2021, e de
45% entre os ainda mais jovens, de
10 a 14 anos de idade. Na América
Latina, mais de 10 adolescentes por
dia tiram as próprias vidas, segundo
o Unicef. “É um assunto urgente e
importante”, frisou Campos.
Lira, a diretora do documentário,
também viu o impacto do suicídio
de perto, já que a irmã do pai da sua
filhatirouaprópriavidaaos24anos,
durante uma depressão pós-parto.
“Eu vi o quanto a família foi afetada”,
comentou. Então, quando Disitzer
propôs fazer o documentário, ela
percebeu o quão urgente era abor-
dar o assunto. “Primeiro porque é
A
definição de
sucesso
profissional está
sendo reescrita.
Não estamos mais
limitados à tradicional estrada,
baseada na formação
acadêmica, nas estruturas
piramidais de cargos e na
progressão linear que uma vez
nos conduziu a carreiras
previsíveis. Estamos em uma
era de carreiras não lineares,
onde as oportunidades se
expandem em todas as direções
e onde a inovação e a
adaptabilidade são as chaves
para o sucesso.
Do ponto de vista das
empresas, a construção de
alternativas de carreira não
lineares significa um novo
formato para dar oportunidades
e aproveitar o potencial de
contribuição dos funcionários. O
modelo tradicional baseado em
progressão linear está cada vez
mais limitado. Segundo estudo
da consultoria global Mercer, os
números de níveis hierárquicos
caíram de 18 para 8 nos últimos
20 anos. A necessidade de
aumentar eficiência fez com que
“As pessoas
tentam resolver os
problemas
errados”
Greg McKeown
um tabu.A genteprecisa parar de ter
medo e aprender a lidar com ele. É
pesado, é difícil, estamos falando so-
bre algo que não queríamos estar fa-
lando, mas ele está presente. Cada
vez que a gente silencia esse assunto,
a gente prorroga uma necessidade
de prevenir e de tratar pessoas que já
passaram por isso.”
Diante dessa urgência, e traciona-
dopelapandemia,ostemasdosuicí-
dio e da saúde mental vêm ganhan-
do mais espaço de conversa em em-
presas e escolas. Mariana Clark, psi-
cóloga e especialista em saúde men-
tal, perdas e luto, comenta que o ser
humano vive de 15 a 20 situações de
sofrimento existencial e dor ao lon-
go de sua existência, e questiona o
que estamos fazendo com essas do-
res nos contextos sociais. “Não é a
dor que nos adoece, mas a falta de
espaço de expressão para podermos
ventilar essas dores”, afirma. Para
Clark, quando se abre espaço social
para isso, consegue-se levar mais
conforto dentro do desconforto pa-
ra as pessoas que passam por situa-
ções difíceis, e diminuir a pressão.
estruturas fossem achatadas
gerando menos opções de
crescimento tradicional.
Além disso, os dados mostram
que o principal fator para perda
de talentos é a falta de
desenvolvimento profissional.
Estudo do LinkedIn mostrou que
para 61% dos profissionais o fator
chave para ficar na empresa é a
possibilidade de crescimento.
Temos uma equação de difícil
resolução. De um lado estruturas
enxutas e do outro, pessoas
querendo mais espaços e
crescimento. A carreira não
linear é uma forma de lidar com
essa problemática. Nela, as
pessoas podem trabalhar em
atividades complementares
circulando na empresa de acordo
com as atividades disponíveis e
sua possibilidade de
contribuição. É como um
profissional estar em vendas e
poder trabalhar algumas horas
da semana na área de recursos
humanos contribuindo em uma
iniciativa específica. A não
linearidade significa a
formalização de um aspecto cada
vez mais vivo nas expectativas de
carreira de muitos profissionais:
DIVULGAÇÃO
ocupadas demais para realmente
entendê-los. Então, todas as con-
versas ficam na superfície, onde é
seguro, mas são completamente
não essenciais.
Valor: Na sua opinião, qual seria
o modelo ideal de liderança?
McKeown: Se você encontrar o
A cineasta Susanna Lira, a jornalista Marcia Disitzer e a psicóloga Mariana Clark debatem sobre luto e perdas
Liralembraqueestamosemumsis-
temadetrabalhoquecobramuitodos
profissionais, e esses, por sua vez, tam-
bém se cobram muito, se comparam,
lidandocommetassobre-humanas.O
estresse e a ansiedade, além de outros
fatores, ela diz, têm muito a ver com
essa realidade de aumento dos casos
desuicídio.“Eraimportantetrazerisso
para o filme para as pessoas se obser-
varem em relação a isso, e orientar so-
bre como pedir ajuda”, afirma. Nesse
sentido, a psicóloga Karina Fukumit-
su, uma das entrevistadas no docu-
mentário, é quem traz orientações pa-
o interesse de contribuir além do
cargo que ocupam.
Em que pese fenômenos
recentes como o “quiet
quitting”, em que profissionais
só querem fazer aquilo para o
que foram contratados e nada
mais, há um número
significativo de pessoas com
fome de aprendizado e
interesse em colaboração além
da área em que atuam. Querem
se destacar e contribuir, e não
necessariamente ter mudança
de cargo. Entendem que
participar de uma atividade
complementar ao seu foco
pode ser caminho para ampliar
networking e ganhar
visibilidade na empresa.
A carreira não linear, também
chamada de carreira em nuvem,
não pode ser imposta. Precisa ser
dialogada, uma vez que
determina esforço adicional. Esse
diálogo deve considerar o
interesse do profissional,
momento de vida e capacidade
de equilibrar suas demandas.
O movimento exige uma
mudança cultural dos líderes,
que precisam escutar e encorajar
seus times. Não podem impor e
líder ideal, uma das primeiras
coisas que você vai notar é que ele
está realmente presente. Não está
pensando na próxima ou na últi-
ma reunião, ou em sua agenda.
Ele é capaz de ouvir e não vai fin-
gir ter uma conversa. Ele entende
o que está e o que não está sendo
dito, e tenta tornar o espaço segu-
ro para a outra pessoa ser sincera
e se abrir. Portanto, esse líder co-
leta muito mais informações a ca-
da conversa. A consequência é
que a qualidade de suas decisões
aumenta imediatamente.
Valor: E o líder não ideal?
McKeown: Este está constante-
mente distraído pelo seu telefo-
ne ou em sua própria mente. Lí-
deres assim são escravos de sua
maneira de pensar sobre o mun-
do e isso os torna muito pareci-
dos com as pessoas mais perigo-
sas de se ter no comando, porque
não lidam com a realidade, e sim
com a imagem que têm em suas
próprias cabeças. E, por isso, aca-
bam abordando as questões er-
radas, resolvendo os problemas
errados e sendo ineficientes.
Valor: E como os líderes podem
desenvolver essa rapidez para en-
contrar e identificar o problema cer-
to para resolver?
McKeown: Basicamente, você
tem que suspender seu próprio
julgamento e entrar na cabeça da
outra pessoa. Tem a ver com em-
patia. Fazer perguntas, conver-
sar, ouvir, observar. Essa é a dife-
rença entre um líder tóxico e um
realmente fenomenal.
Valor: Você acredita que o essen-
cialismo influenciou o surgimento
ra o público que está vivendo situa-
ções como as retratadas no filme. Fu-
kumitsu coordena a pós-graduação
emsuicidologiadaEscolaBrasileirade
Acolhimento do Sofrimento Existen-
cial(Ebrase)daFaculdadePhorte.
Lira defende que a sociedade co-
bre das empresas esse cuidado
com quem lida com um suicídio
na família e para quem está viven-
do dentro da “panela de pressão”, e
caminhando para, talvez, uma ten-
tativa de tirar a própria vida. “Ao le-
var conhecimento sobre saúde
mental [para as organizações],
nem bloquear, precisam
construir. A carreira em nuvem é
uma caminhada que exige
dedicação extra e isso só acontece
quando o indivíduo entende os
ganhos para sua carreira.
A não linearidade é um exercício
de protagonismo, pois exige
autoconhecimento para descobrir
interesses e paixões. É um
movimento que sintetiza a ideia de
aprendizagem permanente e
adaptabilidade, um treinamento
poderoso para habilidades
essenciais do século XXI e um
caminho para pensar em novos
formatos de trabalho e reforçar a
capacidade de gerar renda para
além do emprego tradicional.
À medida que o mundo do
trabalho evolui, as carreiras não
lineares estão se tornando a
norma, não a exceção. É um
caminho para abraçar a
diversidade de oportunidades
que a vida profissional
moderna oferece e pode ser
uma jornada emocionante e
gratificante, gerando ganhos
para indivíduos e organizações.
RafaelSoutoésócio-fundadoreCEOda
ProdutiveCarreiraeConexõescomoMercado
de movimentos como a semana de
quatro dias?
McKeown: Sim. Entrevistei um
CEO que resolveu tornar toda a sua
empresa essencialista. Ao mesmo
tempo, ele ficou interessado na se-
mana de trabalho de quatro dias e
pensou: “se realmente quisermos
ser essencialistas, devemos ser ca-
pazes de ter uma semana de traba-
lho de quatro dias e de alcançar 40
horas de resultados em 32 horas
de trabalho, concentrando-nos
nas coisas essenciais e eliminando
as não essenciais”. O experimento
deu certo e eles decidiram seguir
com a semana de quatro dias de
forma permanente. E o que as pes-
soas fizeram no dia extra foi real-
mente rico e incrível. Passaram
tempo com suas famílias, adota-
ram hobbies, fizeram exercícios,
viajaram, tornaram suas vidas
mais significativas. E a empresa
não perdeu nada. Nesse sentido,
acho que alguns CEOs estão presos
no passado, em uma mentalidade
ultrapassada, que é: esforço máxi-
mo equivale a resultados máxi-
mos. Isso está errado. É um pensa-
mento baseado na era industrial,
onde as pessoas eram tratadas co-
mo coisas. Escrevi um artigo publi-
cado pela “Harvard Business Re-
view” chamado “Se você quiser
uma equipe de alto desempenho,
peça 85% de esforço”. As pessoas
falam: precisamos de 110% de es-
forço e de 80 horas por semana.
Mas isso não leva a resultados
ideais, apenas a resultados médios,
pessoas esgotadas e uma cultura
tóxica. É um modelo mental sim-
plista e incorreto.
quais são os riscos, as formas de
prevenção, a gente consegue, de
alguma forma, aliviar esses am-
bientes que sempre ofereceram
mais sofrimento do que acolhi-
mento, porque sempre tiveram na
pauta a meritocracia, a potência, o
desempenho, a produtividade”,
afirma Clark. “Ainda tem muito es-
tigma. A gente pode chegar com a
perna quebrada, mas não pode
chegar dizendo que tem um sofri-
mento agudo e que precisa de aju-
da”. A live está disponível na ínte-
gra do canal do Valor no YouTube.
Vaivém
Stela Campos
IMT
Irineu Gianesi é o novo superin-
tendente geral do Instituto Mauá de
Tecnologia. Professor de administra-
ção, ele atuou no Insper por quase
25 anos. Lá, seu último cargo foi o de
reitor de assuntos acadêmicos.
AXA
Paulo Lisboa é o novo superin-
tendente de propriedade e cons-
trução da seguradora AXA no
Brasil. Ele tem passagens por Bra-
desco Seguros, Itaú e Chubb.
Interfarma
Isabel Cristina Raupp Pimentel é a
nova diretoria de comunicação e rela-
çõesgovernamentaisdaInterfarma.
E-mail: vaivem@valor.com.br
valor.com.br
Acompanhe a movimentação de
executivos também no site
www.valor.com.br/carreira
 Quinta-feira, 21 de setembro de 2023 | Valor | B3

Empresas Infraestrutura

Energia Empresa estava focada em melhorar desempenho dos ativos operacionais

Ibitu retoma aposta em projetos

Maria Luíza Filgueiras
De São Paulo
Depois de passar os últimos três
anos trabalhando principalmente
na recuperação de performance de
seus ativos operacionais, a Ibitu
Energia está voltando o olhar para
os projetos em desenvolvimento.
Nesta semana, para reciclar capital
e tocar projetos, a companhia fe-
chou a venda de dois parques sola-
res para a Atiaia Renováveis, em-
presa de energia do grupo per-
nambucano Cornélio Brennand,
por R$ 368 milhões. Também deve
emitir R$ 100 milhões em debên-
tures para um projeto solar.
O ‘timing’ veio a calhar: com a
queda do preço de energia e a dis-
parada dos juros nos últimos anos,
a conta ficou apertada em desen-
volvimento de projetos e outros
geradores também tiveram que re-
ver seus cronogramas. A recente
redução da inflação e o início da
queda de juros podem ajudar a ali-
viar parte dessa equação.
“Agora, principalmente em pla-
cas solares, os preços caíram com a
estabilização do silício, o que faz a
necessidade de capex cair de for-
ma significativa. Os custos de fi-
nanciamento também começa-
ram a cair e o mercado de dívida
está voltando à ativa, o que ajuda
na ‘financiabilidade’ dos projetos”,
diz Ricardo Santos, presidente in-
terino e diretor financeiro da Ibitu
Energia. “O câmbio está melhor do
que há um ano, a somatória disso
com bons projetos começa a viabi-
“No médio prazo,
ou o capex cai mais
ou o preço da
energia aumenta”
Ricardo Santos
lizar os desenvolvimentos. Ainda
precisa de um preço de energia
melhor para o setor voltar à esteira
de implantação que estava.”
Segundo Santos, a diferença de
retorno entre projetos em desen-
volvimento e operacionais ficava
em torno de 400 pontos base há
cerca de três anos e caiu para meta-
de nos últimos dois anos. “O fato é
que o Brasil hoje produz mais
energia do que consome. Mas,
olhando para o futuro, é um cami-
nho sem volta. Os preços de ener-
gia sobem ou o capex cai mais.”
Uma das maiores operações de
energia voltada ao mercado livre, a
Ibitu tem quase 1 gigawatt (1 GW)
de capacidade instalada, que resul-
ta em Ebitda de R$ 450 milhões, e
tem outros 1,4 GW em projetos, os
maiores no Piauí e Paraíba.
“A estrutura de capital da com-
panhia é suficientemente sólida e
saudável para ser oportunística em
investimento e aumentar de 30% a
40% de capacidade nos próximos
anos”, diz. Com alavancagem líqui-
da abaixo da média das concorren-
tes (2,6 vezes dívida líquida sobre
Ebitda), a empresa recorre a ban-
cos de fomento e mercado de capi-
tais, mas pode precisar usar ações
para o volume de projetos.
A Ibitu teve origem em ativos do
grupo Queiroz Galvão comprados
pelo fundo de private equity Cas-
tlelake em 2019. O fundo já colo-
cou a empresa à venda — o Pipeli-
ne revelou, em agosto de 2021, a
contratação do BTG Pactual e Cre-
dit Suisse para isso, mas a mudança
de cenário macro e setorial atrasou
os planos. Diferentemente do que
costuma acontecer nesses proces-
sos de desinvestimento, a Ibitu não
ficou em banho-maria, diz o CEO.
“Ainda que o acionista decida
por vender, por continuar, uma
decisão que cabe ao fundo, nossa
vida não muda. Estamos aceleran-
do, com um plano de execução
que vai ser importante para os pró-
ximos anos e com o mercado se re-
cuperando”, diz o executivo. De-
pois de liderar a área de aquisições
da EDP e a diretoria financeira da
Omega, Santos assumiu como CFO
da Ibitu e, há três meses, assumiu
também como CEO interino.
O plano de recuperação imple-
mentado nos últimos anos au-
mentou a disponibilidade de cerca
de 89% para 96%, conta. “A compa-
nhia estava aquém de seu poten-
cial com aquela disponibilidade”,
diz Santos. “Após um trabalho in-
tenso, de formiguinha, a compa-
nhia está pronta para o próximo
ciclo de crescimento.”
Já na Atiaia Energia, os dois par-
ques solares comprados vão aju-
dar a bater uma meta ambiciosa
nos próximos anos. “Queremos
multiplicar por cinco nossa capa-
cidade instalada”, diz Rodrigo As-
sunção, presidente da Atiaia. Isso
significa passar dos 200 MW que a Curta
companhia encerrou 2022 para 1
GW “ao longo desta década”.
PDV da GM é rejeitado
Este texto foi originalmente Os empregados da General Mo-
publicado pelo Pipeline, o site de tors das fábricas de São Caetano
negócios do Valor Econômico do Sul, São José dos Campos e Mo-
gi das Cruzes, todas em São Paulo,
rejeitaram a proposta da empresa
de abrir um programa de demis-

Preço da celulose terá novo reajuste em outubro, de até US$ 50
Commodity
Stella Fontes
De Telêmaco Borba (PR)
Os preços da celulose de fibra
curta (BHKP), que começaram a
se recuperar na China no fim do
primeiro semestre e mais recen-
temente ganharam força tam-
bém na Europa, seguem em alta
em todas as regiões. Para outu-
bro, produtores liderados pela
Suzano estão buscando novo
reajuste em todas as regiões.
A companhia brasileira, maior
produtora mundial de celulose
de mercado, já anunciou uma no-
va rodada de aumento de preços,
de US$ 30 a US$ 50 por tonelada a
depender da região. Segundo
fontes de mercado, a Klabin vai
acompanhar esse movimento.
Na Norexeco, única bolsa de
futuros dedicada à indústria de
papel e celulose, a curva futura
de fibra curta, preço Europa, su-
biu US$ 20 por tonelada para o
quarto trimestre, mas manteve
estabilidade para o ano de 2024
na última semana, indicou a Sto-
neX, em análise de terça-feira.
Segundo a corretora de deriva-
tivos, a diferença de preços
(spread) entre fibra curta e longa
(NBSK) na Europa, de US$ 344 por
tonelada atualmente, é a maior
da história, e “a correção natural
desta distorção tende a incentivar
aumentos de preço” da fibra cur-
ta ou redução na fibra longa.
Na Ásia, incluindo China, o rea-
juste informado pela Suzano para
o próximo mês é US$ 30 por tone-
lada. Considerando-se os valores
que vinham sendo praticados pe-
los produtores de fibra curta para
as entregas na China em setem-
bro, o preço líquido subiria a US$
580 por tonelada em outubro.
Para a Europa, o aumento anun-
ciado é de US$ 50 por tonelada,
elevando o preço lista para US$
900 por tonelada. O preço europeu
ainda é referência em termos de
preço para o mercado global.
O reajuste na América do Norte
também será de US$ 50 por tonela-
da. Da mesma forma que na China,
se considerado o preço de referên-
cia que os produtores buscavam
em setembro, de US$ 1.040 por to-
nelada, o novo valor seria de US$
1.090 por tonelada. Esse é o segun-
do reajuste consecutivo para os
mercados europeu e americano.
Os produtores de fibra curta já
havia anunciado aumentos de US$
20 por tonelada para a China e de
US$ 50 por tonelada para Europa e
Américas válidos para setembro,
em meio à demanda mais aqueci-
da em algumas regiões, estoques
baixos e notícias de paradas não
programadas em fábricas. Na se-
mana passada, a Arauco suspen-
deu por tempo indeterminado as
operações na fábrica de Licantén,
por causa do transbordamento de
um rio naquela região do Chile.
sões voluntárias. A informação foi
confirmada pela montadora após
assembleias com os operários, or-
ganizadas pelos sindicatos que re-
presentam as três bases metalúrgi-
cas. A GM não explicou os motivos
de sugerir o desligamento volun-
tário. Segundo sindicalistas, ela ar-
gumenta que precisa ajustar a
produção à demanda do mercado,
que está abaixo do ritmo atual. As
fábricas da GM em São Paulo fo-
ram as que absorveram o investi-
mento de R$ 10 bilhões, anuncia-
do pela companhia como parte de
um programa de incentivos fiscais
criado pelo governo estadual em
2019. A GM também tem fábrica
de automóveis em Gravataí (RS) e
de motores em Joinville (SC).

1º Congresso do Mercado de Capitais

ANCORD e APIMEC Brasil

26 e 27 de setembro - Evento gratuito

Grand Mercure Ibirapuera - São Paulo, SP

PATROCINADOR DIAMANTE

PATROCINADORES OURO

PATROCINADORES PRATA PATROCINADORES BRONZE

REALIZAÇÃO PARCEIROS DE MÍDIA APOIADORES

ABAI ABCRIPTO ABECIP ABEL ABRAPP ABRASCA ANBIMA ANPCONT

CPC CNC CORECON-SP CRA-SP CRCSP FACPCS FECONTESP IBGC IBRI

Informações e inscrições www.capconecta.com.br

B4 | Valor | Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Empresas Indústria
PetróleoPlataforma da Petrobras
no pré-sal iniciou operação em
2022 e atingirá pico em outubro
Liderada por
engenheira,
P-71 produz
com baixa
emissão de CO2
Kariny Leal
Do Rio
“Brincar de Deus”: é assim que
Giselle Tinoco, 40 anos, gerente de
operação da plataforma P-71 da
Petrobras, define a função para a
qual foi designada. A frase bem-
humorada é uma referência às
responsabilidades envolvidas no
cargo: cuidar da produção de pe-
tróleo e gás, da estabilidade do
navio e da segurança dos 160 fun-
cionários a bordo. Ancorada a
dois mil metros de profundidade
a cerca de 200 quilômetros da
costa do Rio, a unidade fica no
pré-sal da Bacia de Santos, no
campo de Itapu, operado pela es-
tatal nos regimes de cessão onero-
sa e partilha de produção.
O petróleo extraído do local é
importante na estratégia da Pe-
trobras de reduzir as emissões de
gases de efeito estufa, uma vez
que Itapu tem a vantagem de ser
menos poluente pelo baixo teor
de gás carbônico na composição
do produto. A Petrobras preten-
de aplicar de 6% a 15% do investi-
mento total entre 2024 e 2027
em projetos de baixo carbono.
No caminho da transição energé-
tica, a petroleira pretende ainda
encomendar plataformas 100%
elétricas, chamadas “All Electric”,
em que todas as operações e a
produção são realizadas com
energia elétrica em substituição
ao combustível fóssil.
Pelo Plano Estratégico 2023-
2027, a Petrobras destinará
US$ 64 bilhões para investimen-
tos em atividades de exploração
e produção. Do aporte total, 67%
serão destinados ao pré-sal. De-
vem ser instaladas na região mais
11 plataformas nos próximos
quatro anos. Dessas, seis serão
destinadas ao campo de Búzios:
Almirante Tamandaré (prevista
para 2024); P-78 e P-79 (ambas
para 2025); P-80 e P-82 (para
2026), além da P-83 (2027).
Na semana passada, o Valor visi-
tou a P-71. Essa foi a última plata-
forma da série chamada de repli-
cantes a entrar em operação, em
dezembro de 2022. O nome desig-
na um conjunto de seis navios com
Embalagens derrubam consumo de alumínio no país
Metais
Ivo Ribeiro
De São Paulo
A retração da demanda de lami-
nados de alumínio até junho, que
é em grande parte sustentada pelo
segmento de embalagens, caso de
latas, impactou o desempenho do
mercado brasileiro de produtos de
alumínio no primeiro semestre,
conforme dados que acabam de
ser compilados pela Associação
Brasileira do Alumínio (Abal).
No período, o consumo do-
méstico de bens transformados
de alumínio — fios e cabos, per-
fis, chapas, folhas, peças fundi-
das e forjadas, pó, entre outros —
totalizou 723,8 mil toneladas, re-
presentando recuo de 3,6% fren-
te ao primeiro semestre de 2022.
Para o ano, os fabricantes do
país reunidos na Abal trabalham
com cenário de alta em relação ao
desempenho do ano passado. To-
davia, ainda não se tem uma pro-
características semelhantes que
produzem, estocam e escoam pe-
tróleo. A série, formada por P-66, P-
67, P-68, P-69 e P-70, tem alta capa-
cidade de produção e baixa emis-
são de gases de efeito estufa. As re-
plicantes possuem um sistema
usado para aproveitar o gás gera-
do no processo de produção e di-
minuir a queima e liberação na at-
mosfera, conhecido pela sigla em
inglês FGRU (“Flare Gas Recovery
Unity”). A P-71 deve alcançar a ca-
pacidade máxima de produção, de
150 mil barris por dia e 6 milhões
de metros cúbicos de gás, em outu-
bro de 2023. Em agosto, produziu
130 mil barris por dia.
A instalação é uma plataforma
flutuante capaz de produzir e ar-
mazenar petróleo, o que no jargão
da indústria é conhecido por FPSO,
do inglês floating, production, sto-
rage and offloading. Pode estocar
até 1,6 milhão de barris de óleo,
que depois são levados por navios
aliviadores até os portos. Tem ex-
tensão equivalente a três campos
de futebol e é a única unidade em
funcionamento em Itapu.
A plataforma faz parte do siste-
ma de produção da Petrobras no
pré-sal, que completa 15 anos de
operações neste mês. A camada
pré-sal representa hoje 78% da
produção total de petróleo do Bra-
sil. Se fosse um país, o pré-sal ocu-
paria o 11 o lugar no ranking mun-
dial de produtores de petróleo, diz
a Petrobras. Por estar em fase de
crescimento da produção, a P-71
ainda não está entre as unidades
do pré-sal que mais produzem.
Em julho, a FPSO Guanabara, no
campo de Mero, também no pré-
sal da Bacia de Santos, respondeu
pela maior produção do país, com
176 mil barris por dia de petróleo e
11,25 milhões de metros cúbicos
por dia de gás. A unidade mais
próxima da P-71 é a P-70, no cam-
po de Atapu, e que produz, em mé-
dia, 100 mil barris por dia.
Giselle Tinoco, a chefe da P-71,
trabalha na Petrobras há 16 anos e
há cinco meses está à frente da uni-
dade flutuante em Itapu. “Assumir
essa responsabilidade não é para
qualquer pessoa”, diz Tinoco. “É
um pouco de brincar de Deus. Sou
SILVIA COSTANTI
“Nossa expectativa
para todo o ano de
2023 não é de recuo
[frente a 2022]”
Janaina Donas
Petróleo extraído pela P-71 é importante na estratégia da Petrobras de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, uma vez que Itapu tem baixo teor de gás carbônico
responsável não só pelos 150 mil
barris produzidos, como também
pelas 160 vidas que estão aqui. Fico
satisfeita com o brilho de colocar
essa unidade em plena operação.”
A engenheira é responsável
por unificar as operações, dividi-
das pelos funcionários em tur-
nos. Tinoco fica baseada em San-
tos (SP) e visita a P-71 uma vez
por mês para checar as funções,
supervisionadas pessoalmente
pelos gerentes da plataforma.
Na unidade, 4% dos colaborado-
res são mulheres. O percentual
equivale a pouco mais de seis
funcionárias, que se revezam em
turnos de 14 dias.
A Petrobras não informou até o
fechamento desta edição quantas
mulheres atuam como gerente de
operações em plataformas da
jeção percentual. “Nossa expecta-
tiva para todo o ano de 2023 não
é de recuo [frente ao desempe-
nho de 2022, que caiu na compa-
ração com o volume recorde de
2021]”, diz Janaína Donas, presi-
dente executiva da associação.
Do volume total de consumo
aparente até junho, 88% foi de
fornecimento de metal fabricado
no Brasil (menos 4,5 % do que em
igual período de 2022) e 12% de
importados, que cresceram 3,3%
na mesma base de comparação,
informou o boletim da Abal.
Donas destacou o desempe-
nho de consumo no segmento
elétrico — fio e cabos para linhas
de transmissão de energia, além
de kits de painéis solares e mate-
rial para instalações de geração
eólica. Conforme a Abal, o consu-
mo de alumínio no setor elétrico
cresce 11,5% de janeiro a junho.
“Isso se deveu à expansão de
novas linhas de transmissão, de
leilões realizados dois anos atrás.
Por isso, vemos perspectivas posi-
LEO PINHEIRO/VALOR
“Sou responsável
pelos 150 mil barris
produzidos e por
160 vidas aqui”
Giselle Tinoco
companhia. No começo deste ano,
a petroleira enfrentou denúncias
por suposta omissão em casos de
assédio em plataformas e outras
unidades da empresa. Como resul-
tado, anunciou redução de prazos
para apuração de casos de violên-
cia sexual contra funcionárias e
disponibilizou atendimento 24
horas para as vítimas.
Tinoco diz que ser mulher no
cargo em que ocupa deixa as fun-
tivas no curto e longo prazo devi-
do ao leilão realizado este ano e
aos novos previstos para este ano
e início do ano que vem. Eles vão
gerar demanda até o final de
2025”, afirma a executiva.
Os novos segmentos de consu-
mo — eólica e solar — também
trazem perspectivas de maior de-
manda no médio e longo prazo.
Quem se destacou no semestre
foi também a construção civil —
aumento de 7% no consumo do
metal. Foi alavancada pelo bom
desempenho do setor imobiliá-
rio nos últimos dois anos. A ava-
liação é que há um projeção de
crescimento associado a entregas
de compras efetivas 30 meses an-
tes; “Conjunturalmente, as pers-
pectivas são positivas. E começa-
mos a ver queda na taxa de juros”,
comenta a CEO da Abal.
No setor de transportes, que
cresceu 2,9%, o desempenho é atri-
buído à melhora ocorrida na pro-
dução do setor automotivo (3,7%
na montagem de automóveis e
cionárias da unidade mais acolhi-
das. Ela, que admite ter sofrido as-
sédio moral em outras funções que
desempenhou na Petrobras, afir-
ma que foi difícil trabalhar embar-
cada em equipes majoritariamen-
te masculinas, e tenta amenizar es-
sa experiência para as colegas: “Já
vivi casos de ser a única mulher em
uma plataforma. Sempre foram
poucas mulheres, mas hoje vejo
mais. Antigamente havia também
uma resistência de colocar mulhe-
res nessas funções. Minha posição
hoje deixa as mulheres mais à von-
tade. Elas sabem que podem con-
versar comigo. Espero que eu seja
uma inspiração para elas.”
Quando ocupou cargo de ge-
rência pela primeira vez, em ou-
tra unidade da Petrobras, Tinoco
tinha 29 anos. Para a engenhei-
ra, um dos desafios que enfrenta
é manter o ambiente da plata-
forma agradável para os funcio-
nários: “É um desafio. Conforme
as pessoas saem e trocam, é difí-
cil manter a ambiência.”
Giselli Rosa da Silva, enfer-
meira da FPSO, estava no último
período de embarque quando a
reportagem esteve a bordo, na
semana passada. Ela será trans-
ferida para a Refinaria Alberto
Pasqualini (Refap), em Canoas
(RS). “A equipe da P-71 é diferen-
te. Gosto de trabalhar aqui, es-
tou saindo com muita dor. Isso
aqui é um mini-mundo.”
Marcos Vinicius Souza da Sil-
va é o coordenador de produção
da P-71, responsável por assegu-
rar que a plataforma entregue os
níveis de petróleo esperados.
Com 13 anos de Petrobras, Silva
diz que desenvolveu relação afe-
tiva com as máquinas e o produ-
to final: “Sei identificar se há al-
gum problema só pelo som das
máquinas”, disse Silva enquanto
retirava uma amostra do óleo: “É
afetivo mesmo.”
No convés do navio, é instalada
27% em carrocerias para ônibus),
conforme a Abal. Outro mercado
relevante, máquinas e equipamen-
tos, apresentou expansão de 1% no
semestre, sobre a mesma base.
O ponto negativo ficou por
conta da área de embalagens, que
teve retração de 13,8% até junho,
em grande parte devido à menor
demanda de latas de alumínio
para bebidas. A utilização de alu-
mínio em bens de consumo caiu
4,8%, decorrente, segundo a Abal,
da menor oferta de crédito e do
poder de compra no período.
Para embalagens, trabalha-se
com a perspectiva até de reversão
na demanda, pois as encomen-
das das fabricantes de bebidas
são ampliadas a partir de agosto
para poder atender o consumo
do final do ano e da temporada
de verão. Produtos laminados re-
presentam 36% do total de con-
sumo de alumínio no país.
Segundo Donas, mundialmen-
te os principais drivers de consu-
mo de alumínio são transportes,
LEO PINHEIROVALOR
uma planta de processo para se-
parar e tratar os fluidos produzi-
dos pelos poços. Depois, o petró-
leo é armazenado nos tanques da
embarcação para, posteriormen-
te, ser transferido para um navio
aliviador, o que ocorre a cada cin-
co ou sete dias. O processo de
transferência leva de 24 horas a
36 horas e é feito via mangotes,
uma mangueira gigante, explica
o coordenador da embarcação,
Ronaldo da Silva Menezes Junior.
Segundo o engenheiro, quan-
to maior for a produção da plata-
forma, a frequência dos descarre-
gamentos de petróleo para na-
vios aliviadores também terá de
aumentar. O funcionário diz que
os tanques que armazenam o
produto na plataforma passam
por inspeções a cada cinco anos.
O casco da P-71 foi projetado pa-
ra ter 25 anos de operação. A uni-
dade passou por alguns percal-
ços até se instalar em Itapu.
O casco da P-71 seria construí-
do no estaleiro Rio Grande, no
Rio Grande do Sul, erguido pela
Ecovix, que entrou em recupera-
ção judicial. A companhia foi
uma das investigadas pela Lava
Jato. Com os problemas, a Petro-
bras precisou redirecionar a en-
comenda para o estaleiro CIMC
Raffles, na China. Depois, a inte-
gração dos equipamentos ficou a
cargo do estaleiro Jurong Ara-
cruz, no Espírito Santo. Nessa eta-
pa, em maio de 2019, dois módu-
los da plataforma naufragaram
enquanto eram transportados do
porto de Itajaí, em Santa Catari-
na, até Aracruz (ES). A Marinha
localizou os equipamentos dias
depois e a plataforma pode ser
montada no Espírito Santo. Ini-
cialmente, a P-71 ficaria em Tupi,
em uma área em que a estatal tem
consórcio com a Shell e a Galp.
Os repórteres viajaram a convite da
Petrobras
11,5%
foi a alta do consumo
pelo setor de energia
construção civil e embalagens. Já
no mercado brasileiro embala-
gens sobressai, seguido por trans-
porte, setor elétrico, construção,
bens de consumo e máquinas.
A balança comercial do setor
apresentou superávit de US$ 1,3
bilhão: exportações de US$ 2,3 bi-
lhões ante importações de US$
1,02 bilhão (FOB). Os embarques
incluíram bauxita, alumina, me-
tal primário e produtos transfor-
mados. Os produtos somaram
247 mil toneladas — alta de 8,9%.
As importações de alumínio e
produtos atingiram 321,4 mil to-
neladas, queda de 12,9% em rela-
ção ao mesmo período de 2022. A
China manteve a liderança como
país de origem (21% do total).

Empresas Serviços&Tecnologia
A varejista Lojas Americanas está em recuperação judicial com dívidas de R$ 42,5 bilhões e carrega um rombo contábil de mais de R$ 20 bilhões informado em janeiro
Varejo A empresa contesta a alegação do banco, a quem deve R$ 2 bi, e diz que o aviso
aos debenturistas foi feito em dezembro e que o valor pago foi de R$ 216 milhões
Safra questiona pagamento antecipado
em emissão de R$ 1 bi da Americanas
Fernanda Guimarães
De São Paulo
Com R$ 2 bilhões a receber, o
banco Safra acaba de ir à Justiça
para pedir uma investigação so-
bre as razões para que a America-
nas tenha pago de forma anteci-
pada uma dívida a debenturistas
no valor de R$ 1 bilhão, um pouco
antes de a empresa entrar com
seu pedido de recuperação judi-
cial, com dívidas reportadas de R$
42,5 bilhões. A liquidação desses
papéis teria acontecido no mes-
mo dia da divulgação da existên-
cia de “inconsistências contábeis”,
em meados de janeiro, e três anos
antes de seu vencimento.
A Americanas contesta e diz que
a programação, assim como o avi-
so aos debenturistas, para o pré-
pagamento foi feita em dezembro
do ano passado, em decisão feita
pela sua antiga diretoria. A empre-
sa afirma que o valor pago não foi
de R$ 1 bilhão, que seria o valor to-
tal da emissão, mas de R$ 216 mi-
lhões, por conta de uma adesão
parcial. “As dívidas não resgatadas
Debate sobre emissão reflete piora financeira
Talita Moreira
De São Paulo
Na segunda metade do ano
passado, o comando da America-
nas discutiu qual a melhor estra-
tégia para a gestão de dívidas da
companhia, cuja situação finan-
ceira estava se agravando. O de-
bate envolveu a emissão de novos
compromissos e a recompra de
títulos em circulação, e expôs vi-
sões divergentes entre a antiga
diretoria e o então futuro presi-
dente da empresa, Sérgio Rial.
Sob o comando de Miguel Gu-
tierrez, a Americanas estudava na-
quele momento a possibilidade de
uma emissão de debêntures com
prazo de sete a dez anos. Pouco an-
tes, em julho, a varejista já havia le-
vantado R$ 2 bilhões em títulos
com vencimento em 11 anos, pa-
gando CDI mais 2,75% ao ano, em
operação coordenada pelo BTG
Pactual. No entanto, a queima de
caixa vinha se acentuando, e a em-
presa tinha vencimentos impor-
tantes de dívidas no primeiro se-
Articulações visam mudar composição da CPI
Raphael Di Cunto e Marcelo Ribeiro
De Brasília
Com a votação do relatório
marcada para a próxima sema-
na, e ameaçada por uma aliança
entre PT, Psol e PL para rejeitá-lo,
a Comissão Parlamentar de In-
quérito (CPI) da Câmara dos De-
putados sobre a fraude na Ame-
ricanas começou a ter suas pri-
meiras mudanças na composi-
estão elencadas no Quadro Geral
de Credores no contexto da Recu-
peração Judicial”, disse a varejista
por meio de nota.
Na petição, protocolada junto
aos autos da recuperação judicial
da companhia, o Safra coloca que é
de seu interesse, como credor da
varejista, que seja apurado como a
fraude de fato ocorreu.
“O Banco Safra tem todo o inte-
resse em apurar como foi consu-
mada essa gigantesca fraude con-
tábil, em especial para que, diante
dos claros indícios de práticas ilíci-
tas, possa perseguir os responsá-
veis por essa fraude, bem como
apurar a regularidade e assertivi-
dade do pedido de recuperação ju-
dicial, evitando que injustiças se-
jam cometidas”, segundo o docu-
mento ao qual o Valor teve acesso.
A instituição financeira aponta,
assim, que a antecipação desse pa-
gamento aos debenturistas se tra-
ta de uma “conduta suspeita e pe-
culiar” da Americanas e que, por
isso, merece atenção da Adminis-
tração Judicial. “Justifica-se referi-
do questionamento, uma vez que
mestre deste ano. Por isso, uma
nova captação estava na mesa.
O mesmo banco levou à empre-
sa a possibilidade de estruturar
uma nova operação de longo pra-
zo, apurou o Valor. O assunto foi
discutido com o conselho de ad-
ministração em 9 de agosto do
ano passado e decidiu-se que seria
preciso aprofundar as discussões,
diz um interlocutor que acompa-
nhou o processo. O BTG não che-
gou a fazer uma proposta formal.
Naquele mesmo mês, a indica-
ção de Rial para o cargo de CEO foi
aprovada pelo conselho de admi-
nistração. De acordo com duas
fontes, os conselheiros envolve-
ram o executivo na conversa sobre
a emissão da dívida, que teria de
ser gerida em seu mandato. Rial,
afirmam esses interlocutores, de-
fendeu a ideia de uma operação de
prazo mais curto, que dessa forma
teria taxa mais baixa.
O debate de fundo era emitir
um papel menos oneroso (decor-
rente do prazo mais curto) ou ga-
rantir acesso a um volume maior
ção, com a entrada de três novos
deputados nesta quarta-feira.
Segundo fontes, a intenção de
um grupo de partidos é modificar
a composição do colegiado para
garantir maioria para aprovar o
relatório do deputado Carlos
Chiodini (MDB-SC). O emedebista
apresentou um parecer em que
aponta possível culpa da antiga
diretoria sobre a fraude, mas que
não pede o indiciamento de nin-
os créditos oriundos desta emissão
restaram ‘estranha e coincidente-
mente’ antecipados e quitados (de
forma parcial ou integral) no mes-
mo dia da publicação do Fato Rele-
vante, ou seja: um dia antes do
ajuizamento do pedido cautelar”,
ainda de acordo com a petição.
O Safra aponta que o tal crédito
devido a debenturistas estaria su-
jeito, assim como o restante volu-
me da dívida, aos efeitos da recu-
peração judicial. “Estranho a Com-
panhia informar crise de liquidez
provada por uma fraude em sua
contabilidade (via Fato Relevante)
e no mesmo dia dessa informação
liquidar antecipadamente uma
debênture de forma parcial ou in-
tegral, com vencimento futuro e
que estaria naturalmente sujeita
aos efeitos da reestruturação do
passivo”, diz o Safra.
O banco aponta, ainda no do-
cumento, que a elucidação desse
pagamento antecipado pode
afetar o próprio andamento da
recuperação judicial. Isso por-
que, se houve de fato favoreci-
mento de credores em detrimen-
de recursos e por prazo mais lon-
go, num momento em que a si-
tuação financeira da varejista vi-
nha se agravando a passos largos.
Até então, a Americanas não ti-
nha nenhuma dificuldade para
captar dinheiro no mercado, mas
com a deterioração do caixa isso
poderia acontecer.
Rial prevaleceu. Optou-se pela
operação mais curta. Em outu-
bro, a empresa emitiu R$ 1 bi-
lhão em debêntures de cinco
anos a CDI mais 1,55% ao ano,
sob coordenação do Santander
— banco que tinha o executivo
como o presidente de seu conse-
lho de administração. Itaú BBA e
BTG também haviam apresenta-
do propostas para estruturar a
captação de cinco anos.
R$ 20 bi
em ‘inconsistências
contábeis’
guém por entender que as investi-
gações foram insuficientes para
individualizar as condutas de cada
um dos ex-diretores.
Os deputados de Psol, PT e PL
na CPI discordam e defendem
pedir o indiciamento do trio de
acionistas de referência, os em-
presários Jorge Paulo Lemann,
Marcel Telles e Carlos Alberto Si-
cupira. Eles se mobilizaram na
terça-feira para rejeitar o relató-
to dos demais, pode ser necessá-
ria a devolução dos valores, para
que possam ser distribuídos “de
forma igualitária aos demais cre-
dores nas mesmas condições”.
O banco aponta que o paga-
mento antecipado das debêntures,
exatamente no dia 11 de janeiro,
era facultativo. “Se essa liquidação
antecipada não tivesse ocorrido,
todo o valor antecipado se sujeita-
ria aos efeitos da recuperação judi-
cial, o qual pode refletir quantia
superior ou inferior ao valor histó-
rico da emissão em razão de even-
tuais juros, amortizações do perío-
do ou pagamento parcial do prin-
cipal oriundo de recompra em da-
ta anterior”, afirma. O pedido de
tutela cautelar antecedendo ao
processo de recuperação judicial
da Americanas ocorreu oito dias
após a divulgação do fato relevan-
te, no dia 19 de janeiro.
O Safra diz que uma investiga-
ção sobre o tema é, dessa forma,
imprescindível. “A averiguação
deste possível bilionário ou milio-
nário pagamento antecipado às
vésperas de um pedido de recupe-
Conforme o Valor noticiou na
segunda-feira, Rial enviou mensa-
gem a Gutierrez em 1º de setem-
bro de 2022 afirmando que o San-
tander faria uma proposta para
uma emissão com prazo de cinco
anos e taxa de 1,7%. Segundo men-
sagens visualizadas pela reporta-
gem, Gutierrez respondeu “que
ótimo”, e seu sucessor na America-
nas disse: “vamos juntos”. Mais
tarde, Rial acrescentou: “Se puder
pressionar do nosso lado por um
‘fechado’ ajuda”. E manifestou
preocupação com a possibilidade
de o mercado fechar. Não fica cla-
ro o motivo dessa preocupação —
se era sobre a situação da empresa
ou algo mais geral. Faltava um mês
para o primeiro turno das eleições
presidenciais e, em momentos as-
sim, é mais difícil emplacar ofertas
porque a volatilidade aumenta.
Quando a emissão foi fechada, a
varejista estava mergulhando nu-
ma espiral negativa de caixa. Re-
cursos captados seriam usados pa-
ra recomprar debêntures de três
emissões. Só uma dessas opera-
rio de Chiodini e aprovar um vo-
to em separado, mas o presiden-
te da CPI cancelou a sessão.
Chiodini ficou de estudar mu-
danças no texto e cogita pedir o
indiciamento da antiga direto-
ria, mas descartou em entrevista
ao Valor na terça-feira culpar os
acionistas sem provas.
Além das mudanças no relatório,
há uma movimentação política por
trás para garantir maioria para o pa-
Quinta-feira, 21 de setembro de 2023 | Valor | B5
BRENNO CARVALHO / AGÊNCIA O GLOBO
ração judicial é tema imprescindí-
vel de apreciação, podendo colo-
car em xeque a continuação do
próprio procedimento”.
O banco pede, por fim, que se-
jam identificados os beneficiários
dessas debêntures. Solicita que ca-
so seja constatado que houve favo-
recimento de credores, que seja
“revogado de imediato o deferi-
mento do processamento da recu-
peração judicial”. E, ainda, que es-
ses beneficiários das debêntures ,
referentes à 13ª emissão, sejam in-
timados para a devolução dos re-
cursos. Procurado, o Safra infor-
mou que não se manifesta sobre
assuntos sub judice.
Em nota, a Americanas, por fim,
aponta que o “Safra se interpôs ao
pagamento dos credores traba-
lhistas e com micro e pequenos
fornecedores”. Afirmou , ainda,
que “lamenta a posição da institui-
ção financeira em relação ao Plano
de Recuperação Judicial, não com-
partilhada pelos demais bancos
credores da companhia, que se-
guem empenhados num consenso
ao Plano de Recuperação Judicial”.
ções efetivamente foi resgatada: a
13ª emissão, numa transação ago-
AL. FRANCA, 1.557
ra questionada pelo Safra. As ou-
tras recompras foram abortadas
em 9 de janeiro, dois dias antes de
a companhia anunciar ao merca-
do a descoberta de “inconsistên-
cias contábeis” de R$ 20 bilhões.
Rial diz, em nota, que não sabia
da real situação financeira quando
trocou mensagens com Abrate.
Em outro posicionamento, ele ne-
ga ter interferido nas negociações
entre a Americanas e o Santander
e afirma que a operação seguiu to-
dos os caminhos de governança
previstos no banco. Rial diz que o
Santander identificou a oportuni-
dade de oferecer uma debênture à
companhia e ele apenas informou
essa possibilidade a Gutierrez.
A Americanas afirma que a
emissão foi feita “após deliberação
e aprovação por todos seus órgãos
sociais” e que a escolha do Santan-
der se deu pela “competitividade
das condições apresentadas”. Gu-
19 unidades únicas
com 48 opções
tierrez e os acionistas de referência
de personalização
da varejista não comentaram.
288 m 2 e 295 m 2
recer: nesta quarta-feira, os líderes 4 suítes | 4 vagas
do Republicanos, Hugo Motta (PB),
e do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), se
indicaram como suplentes da co-
missão. O deputado Murilo Galdino
(Republicanos-PB) também foi no-
meado como suplente. Como há va-
gas de titular não preenchidas, seus
votos devem ser contabilizados
mesmo como suplentes de seus par-
tidos. Por enquanto, não houve a re-
tirada de parlamentar da CPI.
B6 | Valor | Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Empresas Serviços&Tecnologia
Sobpressão,Casas
Saúde Terceira geração, representada por quatro netos do
fundador do grupo hospitalar, assume no primeiro semestre
Novo CEO da Mater Dei prevê Bahiadefende
volta de aquisições em 2024 planodeajuste
Beth Koike
De São Paulo
Fundada em 1980 pelo médi-
co José Salvador Silva, hoje com
92 anos, a rede mineira de hospi-
tais Mater Dei será liderada pela
terceira geração da família, até
abril do próximo ano. Dos dez
netos do fundador, quatro foram
escolhidos após um processo de
sucessão que começou a ser dese-
nhado em 1995, quando o médi-
co ouviu num curso da Fundação
Dom Cabral que apenas 10% das
empresas familiares chegavam à
terceira geração.
A cadeira da presidência será
ocupada pelo administrador de
empresas, José Henrique Dias
Salvador, de 37 anos e filho do
atual CEO da Mater Dei, Henri-
que Salvador. A nova geração te-
rá ainda a presença de seus pri-
mos — a advogada Renata Salva-
dor Grande e os médicos Felipe
Salvador Ligório e Lara Salvador
Géo — que também assumirão
postos de liderança, no primeiro
semestre de 2024, da rede de hos-
pitais que registrou receita de
R$ 1 bilhão no acumulado de ja-
neiro e junho deste ano.
Para chegar a esses cargos, os
quatro herdeiros tiveram que
cumprir três exigências deter-
minadas pelo avô. Todos teriam
que ter formação superior, es-
tudar fora do Brasil e trabalhar
na concorrência em grupos de
saúde de mesmo porte ou
maior que a Mater Dei. Os qua-
tro passaram pelo crivo do fun-
dador. Zé Henrique ou simples-
mente Zé, como é conhecido, é
formado em administração de
empresas pelo Ibmec, fez espe-
cialização em Harvard e na Co-
lumbia, ambas nos Estados Uni-
dos. Durante a graduação, fez
estágio na Dasa e Hospital Sírio-
Libanês e após se formar traba-
lhou no Albert Einstein.
José Henrique vem sendo
preparado há mais de dez anos
e já está trabalhando ao lado do
pai. Quando assumir o posto,
em 2024, o setor de saúde já de-
ve ter passado a sua fase mais
crítica (desde a oferta pública
de ações - IPO -, em 2021, o pa-
Com IA, Amazon torna Alexa mais falante
Inovação
Dow Jones Newswires, de Arlington
A Amazon aderiu ao movimen-
to da inteligência artificial avan-
çada com uma demonstração ela-
borada nesta quarta-feira em
seus escritórios HQ2 em Arling-
ton, Virgínia. Dave Limp, o chefe
do negócio de dispositivos da
Amazon, manteve uma conversa
com o assistente de voz sem repe-
tir a palavra de ativação “Alexa”.
Demonstrações posteriores
SpaceX tenta barrar ação por discriminação
Trabalho
Dow Jones, de Nova York
A SpaceX entrou com um pro-
cesso contra o Departamento de
Justiça dos Estados Unidos para
tentar interromper a ação sobre
discriminação no local de traba-
lho que a pasta move contra a
Movimento falimentar
Falências Requeridas
Requerido: Ferrari Metalúrgica Ltda. - CNPJ:
26.803.826/0001-82 - Endereço: Rua Diva Pe-
corari Boldrini, 108, Bairro Guamium - Requeren-
te: Shock Metais Não Ferrosos Ltda. - Vara/Co-
marca: 1a Vara de Piracicaba/SP
Falências Decretadas
Empresa:CindyMendesdeSouzaMercadinho
ME - CNPJ: 18.599.798/0001-03 - Endereço:
“Fizemos em um ano
e meio o que havia
sido planejado para
cinco anos”
José Henrique
indicaram Alexa recomendan-
do filmes e realizando rotinas
de casa inteligente depois de
ouvir solicitações naturais dos
usuários, em vez de frases de co-
mando roteirizadas que podem
tornar o uso dos assistentes de
voz frustrante. As respostas do
bot também pareciam mais na-
turais — frases novas e improvi-
sadas, em vez das piadas e res-
postas “enlatadas” que os usuá-
rios ouvem há anos.
As prévias dos novos recursos
chegarão nos próximos meses às
empresa de Elon Musk.
No processo, a companhia ae-
roespacial afirma que a ação do
Departamento de Justiça é in-
constitucional porque o caso
teria que ser ouvido primeiro
em instância administrativa e
não em na esfera da justiça fe-
deral americana.
Em agosto, o Departamento
Rua Rocha, 59, Loja 79, Bairro Bela Vista - Ad-
ministrador Judicial: Acfb Administração Judi-
cial Ltda. Me, Representada Pela Dra. Antonia Vi-
viana Santos de Oliveira Cavalcante - Vara/Co-
marca: 2a Vara de Falências e Recuperações Ju-
diciais de São Paulo/SP
Empresa: Lugs Tubos e Tubetes Ltda. - CNPJ:
35.148.167/0001-89 - Endereço: Av. Victor An-
drew, 4336, Bairro Eden - Administrador Judicial:
Vivante Gestão e Administração Judicial Ltda. -
Vara/Comarca: 1a Vara Regional de Competência
MARIA TEREZA CORREIA/VALOR
pel da Mater Dei caiu 50%) e es-
pera-se que o ambiente ma-
croeconômico esteja mais favo-
rável, com uma taxa de juros
num melhor patamar. Esse ce-
nário pode permitir uma reto-
mada de crescimento via aqui-
sições — nos últimos dois anos,
residências com os produtos Echo
e Fire TV existentes. A Amazon dis-
se que até o alto-falante Echo origi-
nal de 2014 será compatível.
A investida da gigante da tec-
nologia na IA generativa não é
um teste como pode ser para al-
gumas empresas. É uma tentati-
va de envolver os consumidores
de uma forma nova, num ponto-
chave de entrada no seu
império empresarial.
Os dispositivos Echo com tec-
nologia Alexa são há muito tem-
po os alto-falantes inteligentes
de Justiça processou a SpaceX
alegando que a companhia de-
sencorajava refugiados e asila-
dos políticos de se candidatar pa-
ra vagas e evitava contratá-los
sob a alegação falsa de que não
teriam residência nos EUA.
A SpaceX negou as acusações
em seu próprio processo, dizen-
do que sempre busca contratar os
Empresarial e de Conflitos Relacionados À Arbi-
tragem Das 4ª e 10ª Rajs/SP
Processos de Falência Extintos
Requerido: Daniel Ribeiro de Almeida Filho
Projetos Elétricos e Hidráulicos - CNPJ:
19.996.136/0001-21 - Endereço: Rua Coronel
José Pires de Andrade, 845, Cjto. 81, Bairro
Vila Vera - Requerente: Portal Comercial Elé-
trica Ltda. - Vara/Comarca: 2a Vara de Falên-
cias e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP
a empresa dobrou de tamanho
ao comprar cinco hospitais.
A companhia tem baixo endi-
vidamento e a integração das
aquisições, anunciadas em 2021
e 2022, estarão todas concluídas
até o fim deste ano. “Acho que a
redução da taxa de juros abre
uma nova perspectiva de M&As
[fusões e aquisições]. Não temos
medo de eventos transformacio-
nais”, disse José Henrique.
Questionado sobre quais pra-
ças são de interesse do grupo, o
executivo disse que a prioridade é
fortalecer a presença nas regiões
onde já está presente. A rede mi-
neira entrou em Salvador, Belém
e Goiânia com as aquisições. “Fi-
zemos em um ano e meio o que
havia sido planejado para cinco
anos. Usamos 80% dos recursos
do IPO nas aquisições”, disse. A
companhia levantou cerca de
R$ 1,6 bilhão, sendo que desse va-
lor, R$ 1,4 bilhão foi para o caixa.
Segundo o executivo, a estraté-
gia de crescimento operacional
prevê também uma maior oferta
de serviços médicos como aten-
dimento de pacientes após a alta,
ambulatorial e na área de onco-
logia. A XP lembra, em relatório,
que “apenas 63% do seus leitos
estão em operação, o que signifi-
ca que ainda há muito espaço pa-
ra a empresa continuar crescen-
do, sem necessidade de investi-
mentos significativos.”
Outra prioridade é trabalhar
novos modelos de remuneração
com as operadoras de planos de
saúde. José Henrique propõe que
os hospitais carreguem parte do
risco do procedimento médico, o
que em sua visão é uma tendên-
cia sem volta. Hoje, se uma cirur-
gia é bem-sucedida ou não, as
operadoras de planos de saúde
pagam a conta.
Os próximos desafios serão
compartilhados com seus pri-
mos que ocuparão posições es-
tratégicas na companhia. Com
passagem pelo HCor, Renata
ocupará a vice-presidência co-
mercial. Já Felipe, que atuou no
Hospital Mãe de Deus, será vice-
presidente médico do Mater Dei,
e Lara, que foi do Einstein, vai li-
derar a área de inovação.
mais populares em todo o mun-
do. O assistente inteligente apre-
sentou a muitas pessoas os chat-
bots de IA que podiam acender as
luzes ou tocar música com ape-
nas algumas palavras faladas.
Mas a Alexa agora enfrenta
uma nova ameaça da IA generati-
va superinteligente construída
por empresas como a OpenAI.
Em vez de responder a perguntas
simples com respostas definidas,
os novos chatbots são mais falan-
tes e capazes de responder a soli-
citações complexas.
melhores candidatos possíveis
para a empresa, independente da
origem ou situação de cidadania.
Na rede social X, o antigo
Twitter, Musk afirmou que o
próprio governo impedia a con-
tratação de pessoas sem residên-
cia nos EUA, dizendo que isso
violaria leis internacionais de
tráfico humano.
- Observação: Desistência homologada.
Requerido: Intec Agrícola Comercial e Distribui-
doraLtda.-CNPJ:01.376.199/0001-10-Endereço:
Rua Comendador Assad Abdalla, 76, Centro - Re-
querente: Brsul 3 Cerealista Ltda. - Vara/Comarca:
2aVaradeFalênciaseRecuperaçõesJudiciaisdeSão
Paulo/SP - Observação: Falta de interesse de agir.
Recuperação Extrajudicial
Requerida
Empresa: Winner do Brasil Holding Co-
Varejo
Adriana Mattos
De São Paulo
No primeiro dia de negociação
das ações do grupo Casas Bahia
sob novo nome e código na B3 —
apenas dois anos após a última
mudança, de Via Varejo para Via
—, o comando voltou a apresen-
tar nesta quarta-feira o que tem
feito para tentar colocar a rede
num novo rumo e reforçar a per-
cepção de que o plano de reestru-
turação está em andamento.
Na manhã de ontem, já sob o
novo código em bolsa (BHIA3), a
ação abriu o dia em alta de 5,33%, a
R$ 0,79, mas perdeu fôlego e fe-
chou o dia sem ganho, estável em
R$ 0,75. Em entrevista a jornalistas,
o CEO Renato Franklin, no cargo
há cinco meses, basicamente de-
fendeu as medidas em implanta-
ção, apresentadas em agosto. A
principal atualização foi do cená-
rio de nível de estoques da varejis-
ta e a possibilidade de redução no
consumo de caixa em 2024.
Esse movimento ocorre ainda
num período com novas pressões,
em que a empresa tem que con-
vencer a maioria dos titulares de
um certificado de recebíveis imo-
biliários (CRI), de R$ 420 milhões,
a não antecipar o vencimento des-
sas dívidas, após descumprimento
de uma das regras da emissão.
A assembleia de investidores de-
ve ocorrer no dia 3 de outubro. Se-
gundo fontes, a empresa pode
montar uma proposta de aumento
da remuneração para que os inves-
tidores aceitem manter o venci-
mento dos títulos nas datas origi-
nais, como o Valor já informou.
É baixa a expectativa na rede de
que os detentores do papel possam
pedir antecipação de vencimento.
“Não faz sentido, seria ruim para
eles seguir esse caminho. Estamos
mostrando que há um direciona-
mento e é preciso algum tempo pa-
ra a rede se recuperar”, diz uma
fonte próxima da varejista.
Nesse ambiente, a companhia
reforçou ontem aspectos de seu
plano. Falou que, até 2025, deve
estar gerando caixa e é possível
que consiga reduzir esse nível de
consumo de capital em 2024,
com as medidas que envolvem re-
dução de estoques, fechamento
de até 100 lojas e encolhimento
de atividades que dão prejuízo ao
negócio (como o marketplace).
A meta é ficar com estoque em
torno de 90 dias, o nível hoje está
inferior a 100 dias, e chegou a
140 em 2021. Também afirmou
que espera melhora do ambiente
de demanda a partir do segundo
semestre do ano que vem.
Outra sinalização mais rele-
vante teve relação com as dívidas
Curtas
FTC x Amazon
A Comissão Federal de Comércio
dos Estados Unidos (FTC, na sigla
em inglês) divulgou detalhes do
seu processo contra a Amazon, re-
velando o nome de três executivos
que teriam agido diretamente em
um complô para fazer com que
clientes assinassem o programa de
fidelidade Prime sem saber e difi-
cultando seu cancelamento. A
agência diz que Neil Lindsay, anti-
go responsável pelo programa Pri-
me, Russell Grandinetti, vice-pre-
sidente de clientes internacionais,
e Jamil Ghani, atual diretor do Pri-
me, sabiam do esquema e nada fi-
zeram para impedi-lo. O FTC diz
que a Amazon complicou de ma-
neira deliberada o cancelamento
das assinaturas Prime para clien-
mercial & Fabricação Ltda. - CNPJ:
02.333.869/0001-83 - Endereço: Rodovia
Sp 333, S/nº, Km 146, Setor Industrial Zona
Sul, Taquritinga/sp - Vara/Comarca: 3a Vara
de Falências e Recuperações Judiciais de
São Paulo/SP - Observação: Pedido redistri-
buiído.
Hoje, excepcionalmente, deixamos de publicar a Agenda tributária.
Casas Bahia ON
Cotação dia a dia, em R$/ação
4,0
3,5
3,0
3,19
2,5
2,0
1,5
1,0
0,75
20/set/22 20/set/23
Variações 0,00% -76,49%
Dia Em 12 meses
Valor de mercado R$ 1,2 bilhão
Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
a vencer em 2024 — R$ 1,2 bilhão
no ano que vem, com o Bradesco
e Banco do Brasil, e é provável
que os valores envolvam uma re-
negociação de condições. Fran-
klin diz que espera um “suporte”
dos bancos nesse processo.
Para isso, tem que começar a tra-
zer resultados das medidas em im-
plantação, que façam a empresa
voltar a gerar caixa — após a entra-
da de recursos de uma oferta sub-
sequente de ações de cerca de
R$ 620 milhões que dá um fôlego
temporário à rede. O valor ficou
abaixo de estimativas iniciais.
Ao se somar os bônus de subs-
crição das ações que foram ofer-
tados, caso eles venham a ser
exercidos a soma total alcança
R$ 1,2 bilhão. “Temos que voltar a
trazer caixa de dentro da empre-
sa de forma consistente”, disse.
Quanto à recente queda da ação,
de quase 30%, logo após a oferta,
para Franklin, o comando entende
que o mercado tem uma percepção
de risco da empresa “maior que a
realidade”. “Entregar números por
cinco, seis, sete trimestres é o que
vai resolver essa percepção do mer-
cado”, afirmou. “Precisamos entre-
gar, mas pensa no ‘upside’ [poten-
cial de alta do ativo] que é possível
ter. Se mudamos a percepção, tira-
mos os riscos da mesa e passamos a
gerar caixa de forma disciplinada,
ganhamos outro patamar.”
Ele voltou a reforçar que a re-
tomada do crescimento ocorrerá
após 2025, depois que a nova
gestão “arrumar a companhia” e
com foco no momento em reor-
ganizar os negócios para gerar
caixa e rentabilidade.
Desde que apresentou ao mer-
cado o seu plano, em 10 de agosto,
até o anúncio da oferta de ações, a
ação havia caído 27%.
A empresa voltará a usar o slo-
gan “Dedicação total a você” em
campanhas, com o ator Fabiano
Augusto, que por anos foi o garo-
to propaganda da rede.
tes. Internamente, diz a agência, o
esquema era conhecido como
“Ilíada”, em referência ao poema
grego de difícil leitura. “A decisão
do FTC em revelar o nome de três
diretores sêniores do Amazon ci-
tados no caso vai contra a lei”, diz
um porta-voz da companhia. “As
alegações são infundadas e estra-
nhas para os padrões da agência.”
Sobe lucro da FedEx
A FedEx registrou lucro líquido de
US$ 1,08 bilhão no primeiro tri-
mestre fiscal de 2024, alta de
23,4% em comparação com os US$
875 milhões reportados no mes-
mo período do ano anterior. A re-
ceita líquida caiu 6,4%, para US$
21,7 bilhões no trimestre encerra-
do em 31 de agosto.
Recuperações Judiciais Concedidas
Empresa: Cloroetil Solventes Acéticos S/A -
CNPJ: 51.123.339/0001-16 - Endereço: Rodovia
Dr. Amador Jorge de Siqueira Franco, Km 8, Bairro
Conchalzinho-Vara/Comarca:2aVaradeMogiMi-
rim/SP-Observação:Faceàhomologaçãodoplano
aprovado pela assembleia geral de credores.
 Quinta-feira, 21 de setembro de 2023 | Valor | B7

MAIS VERDE,
MAIS VIDA
Hoje comemoramos o dia delas, essenciais para o equilíbrio do nosso planeta
e um dos grandes patrimônios ambientais de nosso país. Conheça melhor as
árvores através dos nossos conteúdos e ajude também na conscientização
da sociedade sobre a importância da preservação de nossas florestas.

DIA DA ÁRVORE
21 DE SETEMBRO

UMSOPLANETA.GLOBO.COM
PARCEIROS APOIO REALIZAÇÃO
B8 | Valor | Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Empresas Serviços&Tecnologia
Turismo Tribunal aguarda documentos que
comprovem a situação financeira da companhia
que tem mais de 700 mil credores
Justiça suspende
recuperação judicial
da 123milhas
Cibelle Bouças, Cristian Favaro e
Daniela Braun
De Belo Horizonte e São Paulo
O Tribunal de Justiça de Minas
Gerais suspendeu a recuperação
judicial da empresa de turismo
123milhas, até que seja divulga-
do o resultado da constatação
prévia da situação financeira da
companhia. A Justiça manteve o
período de blindagem (‘stay pe-
riod’), que impede a execução de
dívidas da empresa na justiça.
Advogados ouvidos pelo Valor
dizem que a decisão é incomum
e coloca em suspenso as expecta-
tivas de mais de 700 mil credores.
Mas também é incomum o pedi-
do de proteção contra credores
ter sido aceito sem que a situação
financeira da companhia tivesse
sido comprovada.
A decisão atende a um agravo de
instrumento interposto pelo Ban-
co do Brasil, em face da decisão da
1ª Vara Empresarial da Comarca de
Belo Horizonte, que deferiu a recu-
peração da 123 Viagens e Turismo,
da Art Viagens e Turismo e da No-
vum Investimentos Participações.
.
EmpresasTendências&Consumo
Harald investe R$ 200 milhões em
nova fábrica de chocolate em SP
Guloseimas
Ana Luiza de Carvalho
De São Paulo
A Harald, fabricante de cobertu-
ras e chocolates para o segmento
especializado, investirá R$ 200 mi-
lhões em uma nova fábrica em
Santana do Parnaíba, no interior
de São Paulo. A unidade está locali-
zada no mesmo complexo de uma
fábrica já existente, após a migra-
ção das atividades da antiga uni-
dade em Marília (SP).
Com a inauguração, a compa-
nhia espera dobrar a capacidade
de produção nos próximos cinco
anos, atendendo as recém-inicia-
das operações de varejo e as ven-
das à indústria alimentícia.
“O Brasil é um grande desafio
sempre, porém somos muito oti-
mistas em relação ao nosso setor.
Há a tendência de crescimento e
por isso trouxemos uma nova fá-
brica com tecnologia de ponta”,
afirma ao Valor o CEO da Harald,
Sérgio Tango. O investimento foi
realizado pela holding japonesa
Grupo Fuji Oil, da qual a Harald faz
parte desde 2015.
O executivo observa que os últi-
mos anos foram marcados pelo
aumento significativo de custos
desencadeado pela pandemia,
considerando que as principais
matérias-primas da Harald, como
cacau, açúcar, leite e gorduras ve-
getais, são commodities. De acor-
do com Tango, “grande parte” dos
custos foi absorvida pela compa-
nhia, mas houve um repasse da in-
flação ao consumidor final. Nos úl-
timos três anos, a receita da em-
presa dobrou, enquanto o volume
vendido cresceu 50%.
O avanço reflete, além do re-
passe da inflação, o maior foco
da companhia nos chamados
produtos diferenciados, com
menor adição de açúcar e maior
percentual de cacau, por exem-
plo. A companhia fará três lan-
çamentos este ano, de acordo
com “a tendência do mercado”.
Nos últimos anos, o portfólio da
Harald passou a contar com
No pedido, o BB alegou que as
empresas não entregaram todos
os documentos exigidos para via-
bilizar o processamento da recu-
peração judicial, além de não apre-
sentar a lista de credores. O banco
também alegou que a 123milhas
não apresentou as informações fi-
nanceiras para comprovar as cau-
sas da sua crise.
Os efeitos da recuperação judi-
cial da 123milhas seguem vigen-
tes, apesar de a Justiça ter decido
suspender provisoriamente o pro-
cesso, afirmou a empresa em nota.
“A 123milhas esclarece que o defe-
rimento do pedido de recuperação
judicial e todos os seus efeitos se-
guem vigentes. A decisão do tribu-
nal deixa claro que ‘fica mantido o
período de blindagem concedido
pelo juízo singular’.
Na decisão, o desembargador
Alexandre Victor de Carvalho con-
siderou que a dívida declarada é da
ordem de R$ 1,6 bilhão, enquanto
o patrimônio da companhia é de
aproximadamente R$ 27 milhões.
Com essa diferença de valores, o
fim do período de blindagem tra-
ria grande risco de dissolução da
Construção de
nova unidade se
deve à tendência de
crescimento, diz
Sérgio Tango
itens como chocolate granula-
do com 70% de cacau e cobertu-
ra de caramelo.
A estimativa de crescimento de
receita da empresa é de ao menos
10% neste ano, após alcançar R$ 1,5
bilhão de faturamento em 2022.
Em relação a 2021, a alta foi de
22%. A Harald não divulga o resul-
tado líquido, mas diz que em 2020
o lucro ficou em patamar estável,
enquanto em 2021 e 2022 houve
avanço da rentabilidade, refletin-
do a desaceleração da inflação.
A produção de chocolates no
primeiro trimestre deste ano
cresceu 9,8% em relação ao mes-
mo período de 2022, para 219 mil
toneladas. Os dados são da Asso-
empresa para pagar apenas uma
parte pequena das dívidas.
A advogada Samantha Longo,
sócia da área de recuperação judi-
cial do Bichara Advogados, obser-
vou que a decisão do desembarga-
dor é incomum. “Normalmente se
faz a constatação prévia já no co-
meço do processo. É uma medida
de precaução para o magistrado
ter a certeza de que a empresa para
de pé”, afirma a advogada.
Na decisão da 1ª Vara Empresa-
rial de Belo Horizonte, em 31 de
agosto, a juíza Claudia Helena Ba-
tista dispensou a constatação pré-
via, mas determinou que os admi-
nistradores judiciais apresentas-
sem um relatório em 30 dias com
as informações que deveriam
constar na constatação prévia.
Na constatação prévia, um peri-
to avalia informações como balan-
ços, demonstrações financeiras e
outros documentos contábeis pa-
ra confirmar se a tese descrita pela
empresa no pedido de recupera-
ção judicial tem comprovação do-
cumental. “A juíza achou que não
era necessária a constatação pré-
via, mas vários credores e o Minis-
ciação Brasileira da Indústria do
Chocolate, Amendoim e Balas
(Abicab), levantados pela consul-
toria KPMG. Entre janeiro e ju-
nho, a balança comercial do setor
apontou superávit de US$ 6,5 mi-
lhões, com 9,1 mil toneladas.
Tango diz que o mercado brasi-
leiro possui espaço para expansão,
considerando que o consumo de
chocolate per capita do brasileiro é
de 3,6 quilos ao ano, em média. Em
países como os EUA, a média ultra-
passa 7 quilos. Segundo Tango, a
fábrica principal em Santana do
Parnaíba já operava próximo da
capacidade máxima, o que de-
mandou os investimentos. Além
de ampliar a capacidade de produ-
ção, que deve dobrar nos próximos
cinco anos, a nova fábrica permiti-
rá também o maior uso de tecno-
logia, com rearranjo de linhas e
maior flexibilidade na produção.
Tango diz que, além da expectativa
de alta na demanda B2B com ven-
das de produtos para a indústria
alimentícia, outro estímulo virá
das operações de varejo.
A decisão atende
pedido do BB que
alega que não foi
entregue toda a
documentação
tério Público recorreram”, obser-
vou a advogada.
“Os motivos do tribunal [que
decretou suspensão] são mais do
que legítimos, pois o juiz está ten-
tando evitar que a recuperação ju-
dicial se arraste, sem que esse seja o
caso”, diz a advogada Joana Bon-
tempo, do CSMV Advogados, espe-
cializada na área de Reestrutura-
ção Empresarial e Falências.
Gabriel de Britto Silva, advogado
especializadoemdireitoempresarial
e diretor jurídico do Instituto Brasi-
DIVULGAÇÃO
Desde o fim de 2022, o portfó-
lio de 15 itens da Harald está dis-
ponível em redes de supermerca-
dos como Carrefour, Pão de Açú-
car, Assai, Dia e Sams Club, além
dos regionais Angeloni e Saveg-
nagno, na região Sul e no interior
de São Paulo, respectivamente. A
estimativa da Harald é que o seg-
mento de varejo represente entre
10% e 15% do faturamento total
nos próximos cinco anos. Uma
das razões, segundo o executivo,
é a maior busca por ingredientes
de confeitaria profissionais pelas
pessoas físicas.
A proposta da Harald, segun-
do o executivo, é fornecer pro-
dutos profissionais “que sejam
acessíveis” ao restante da popu-
lação. “Com a pandemia e a
questão do desemprego, muita
gente viu o chocolate como ren-
da extra. Nossos produtos são
usados para trabalhar seus pró-
prios bolos, seu brigadeiro, e is-
so faz com que nosso volume
cresça especialmente entre os
itens mais comuns”, afirma.
leiro de Cidadania (IBRACI), disse
queasuspensãonãoécomumexata-
mente pelo motivo de não ser co-
muma recuperaçãojudicialserdefe-
rida sem a constatação prévia. “A re-
cuperação foi autorizada apenas
comumlaudo.Aregraéfazeracons-
tatação prévia. Como aqui se inver-
teu, o tribunalentendeu que deveser
feita a suspensão”, disse o advogado.
Também foi questionada a falta
da realização da constatação pré-
via da situação da empresa por um
perito e problemas na nomeação
dos administradores judiciais —
um deles já assessorou os advoga-
dos da companhia.
Dessa forma, foi solicitada tam-
bém a destituição dos administra-
dores judiciais, além da redução
dos honorários fixados para os ad-
ministradores judiciais (4% do va-
lor da causa) e a realização da
constatação prévia.
Kenvue, Boticário e P&G
apostam em bebês
Higiene pessoal
De São Paulo
O mercado de produtos para be-
bês está com perspectiva de cresci-
mento e grandes fabricantes como
Kenvue (ex-Johnson & Johnson),
Procter & Gamble e Boticário estão
com produtos novos de olho na
demanda. A consultoria Kantar es-
tima que as vendas de produtos de
higiene para bebês movimentem
R$ 5,2 bilhões até 2024, uma alta
de 15,5% sobre o faturamento esti-
mado para 2023, de R$ 4,5 bilhões.
No Brasil, um dos carros-chefe
da Kenvue é a marca Johnson’s Ba-
by, que acaba de anunciar expan-
são de seu portfólio, com lança-
mento de dermocosméticos para
bebês, com sabonete líquido e lo-
ção hidratante nutritivos.
A linha Derma Protect foi desen-
volvida na unidade de São José dos
Campos (SP) da J&J, que agora per-
tence à Kenvue, e é o principal
complexo mundial da companhia
nos segmentos infantil e de der-
mocosméticos para adultos.
A empresa não revela os investi-
mentos para o lançamento de Der-
ma Protect, mas afirma que a John-
son’s Baby aumentou seu fatura-
mento em 27% no último ano. O
Brasil é o segundo mercado em
“baby care” para Kenvue, ficando
atrás apenas dos Estados Unidos e,
na visão da companhia, deve ser o
motor de crescimento para a em-
presa na América Latina.
O novo nome da J&J deriva de
uma operação que a Johnson &
Johnson realizou em 23 de agosto,
para trocar 191 milhões de suas
ações por 1,53 bilhão de papéis da
Kenvue, nome dado ao seu negó-
cio de produtos de consumo após
Curta
BP e AB Inbev
O litígio pelo regime fiscal belga
para lucros extraordinários das
multinacionais tem novo capítulo
nos tribunais europeus de Luxem-
burgo, informou o jornal “El País”. O
DANILO VERPA/FOLHAPRESS
Na decisão, assinada pelo desem-
bargador Alexandre Victor de Car-
valho, ficou definido que a 123mi-
lhas terá que apresentar a constata-
ção prévia da sua situação financei-
ra, tendo que responder à Justiça no
prazo de 15 dias. As decisões sobre
os administradores judiciais só se-
rão tomadas após a entrega e análise
da constatação prévia.
Segundo Silva, a decisão fez
“todo o processo voltar no tem-
po”. Com isso, a 123milhas terá
de apresentar os documentos
que comprovem que ela tem ca-
pacidade de continuar operan-
do ou se seria o caso de uma fa-
lência. “A auditoria [a ser desig-
nada] vai verificar se a operação
é viável ou não”, disse. Ainda se-
rá necessário aguardar a nomea-
ção dos peritos e seriam eles os
responsáveis por indicar os pra-
zos para a avaliação.
a cisão feita em maio. O objetivo da
J&J foi diluir sua participação e tor-
nar sua antiga controlada uma
empresa independente. Após a
troca de ações, a J&J passou a deter
uma participação minoritária de
9,5% na Kenvue.
A Kenvue não é a única de olho
nesse segmento, que está crescen-
do. Duas outras gigantes do setor
de cuidados pessoais, Procter e
Gamble (P&G) e o grupo brasileiro
Boticário, fizeram uma parceria
para colocar no mercado, a partir
deste mês, uma linha de produtos
para bebês com a marca Pampers,
mais conhecida pelas fraldas.
São 13 itens licenciados com a
marca das fraldas da P&G, que vão
de xampu a loção hidratante, de-
senvolvidos, produzidos e distri-
buídos pelo Grupo Boticário. O ob-
jetivo é alcançar 36 mil pontos de
venda parceiros, como farmácias e
supermercados, até o fim deste
ano. Os produtos também estarão
disponíveis em lojas virtuais como
Beleza na Web, que também inte-
gra o Grupo Boticário.
O Grupo Boticário já disputa o
mercado infantil com linhas co-
mo a Boti Baby, desenhada para
bebês, além de marcas juvenis co-
mo Má Cherie e Sophie. Além de
ampliar o portfólio para crianças,
a companhia aposta que o lança-
mento da linha Pampers deve for-
talecer sua estratégia de vendas
para empresas (B2B).
Em 2022, o segmento regis-
trou avanço de 60%. Para este
ano, já considerando as expecta-
tivas da linha Pampers, o cresci-
mento deve ser de 107%. A com-
panhia brasileira destaca ainda
que a Pampers é a líder de vendas
em farmácias, exceto os produ-
tos medicamentosos. (ALC)
Tribunal Geral da União Europeia
decidiu ontem que a isenção de cer-
tos lucros são auxílio estatal ilegal
de 700 milhões de euros. No total,
55 empresas aderiram ao regime,
como a petrolífera BP e AB Inbev.
 Quinta-feira, 21 de setembro de 2023 | Valor | B9

Agronegócios Por

Cenários Etanol e biodiesel terão papel central na diminuição do

uso de diesel fóssil no Brasil nos próximos anos, mostra relatório
Biocombustíveis ganham
espaço na descarbonização
Patrick Cruz
De São Paulo
A intensificação do uso de bio-
combustíveis poderia levar o Bra-
sil a consumir 30 bilhões de die-
sel a menos até 2030, segundo es-
timativa da consultoria Oliver
Wyman. Etanol e biodiesel têm
papel central na redução do uso
do combustível fóssil no país,
mas o estudo também levou em
consideração o avanço de outros
biocombustíveis, como biogás,
bioquerosene de aviação (ou
SAF, na sigla em inglês) e o cha-
mado diesel “verde”, ou HVO.
No relatório “How biofuels
can speed up decarbonization”, a
consultoria considerou três ce-
nários – atual, moderado e acele-
rado – de descarbonização a par-
tir do uso de biocombustíveis. A
depender do ritmo de expansão
dos renováveis no setor de trans-
portes, especialmente etanol e
biodiesel, o Brasil poderia emitir
de 27,4 milhões a 71,6 milhões
de toneladas de dióxido de car-
bono a menos até o fim de 2030.
Caso o topo da projeção se con-
cretize, os autores estimam que o
Brasil cumpriria até 39% de suas
metas no Acordo de Paris. O trata-
do, de 2015, prevê que os países
adotem uma série de iniciativas
para que, em 2100, a temperatura
média global seja, no máximo,
1,5°C superior à dos níveis pré-in-
dustriais, o que reduziria os efeitos
das mudanças climáticas.
O Brasil é, proporcionalmente,
um dos países que mais utilizam
Biogás, diesel
“verde” de
bioquerosene de
aviação devem
avançar no país
biocombustíveis no mundo. No
caso do etanol, o país adota hoje
a mistura obrigatória de 27,5%
desse biocombustível com a ga-
solina, e o governo estuda au-
mentar a proporção para 30%.
De acordo com o relatório, ao
estimular o uso de etanol para que
a proporção de carros flex da frota
atual que utilizam o biocombustí-
vel passe de 33% para 66%, o consu-
mo de etanol cresceria 29% até
2030. Isso reduziria as emissões
equivalentes de dióxido de carbo-
no em 11,6 milhões de toneladas.
No caso do biodiesel, o relató-
rio lembra que o país adota hoje a
mistura obrigatória de 12% do
biocombustível ao diesel conven-
cional e já definiu que elevará a
fatia para 13% em abril do ano
que vem, 14% em 2025 e 15% em
HERMES DE PAULA / AGÊNCIA O GLOBO
2026. Caso esse ritmo se mante-
nha, o Brasil pode chegar a 20%
de mistura em 2030, o que repre-
sentaria uma substituição adicio-
nal de 5% do diesel A, a principal
fonte de emissões de CO2 do país.
O aumento do uso de biodiesel
pode também pode ajudar o Bra-
sil a depender menos de fornece-
dores externos — o país importa
cerca de 25% do diesel que conso-
me. Segundo os autores, se o Bra-
sil conseguir atingir níveis de
mistura de biodiesel semelhan-
tes aos da Indonésia (35%), pode
reduzir as importações para 5%.
Produção de grãos
argentina deverá
voltar a crescer
Safra 2023/24
Raphael Salomão
De São Paulo
A safra 2023/24 deve ser recupe-
ração das colheitas de soja e milho
na Argentina. Depois de três anos
seguidos sob efeitos negativos do
fenômeno La Niña, a expectativa é
de condições mais favoráveis com
o El Niño, afirmou o analista Joa-
quin Azpiroz, da Safras&Mercado,
em evento online da consultoria.
“Há bons sinais, com o El Niño
caracterizado por chuvas maio-
res que as vistas nos últimos
anos. Temos uma visão otimista
para as chuvas”, disse.
Os argentinos devem plantar
16,8 milhões de hectares com a
oleaginosa nesta safra, 3% a mais
que no ciclo 2022/23. A produ-
ção deve chegar a 48,5 milhões
de toneladas, 130% a mais, esti-
mou a Safras&Mercado.
Na safra 2022/23, a produção
foi de 21,1 milhões de toneladas,
com uma forte quebra de produ-
ção. Um dos maiores exportado-
res mundiais de farelo de soja, a
Argentina chegou a ter ociosida-
de de 57% em sua indústria, se-
gundo a Safras & Mercado.
Com a expectativa de colheita
maior, a tendência é de melhora
no esmagamento do grão e algu-
ma recuperação do espaço no
mercado internacional de farelo
de soja. “A Argentina reduziu
suas exportações de farelo de so-
ja, dando espaço para Brasil”, res-
saltou Azpiroz. “Recuperaria em
parte sua posição no mercado in-
ternacional”, observou.
Ainda de acordo com a consul-
toria, a área plantada com milho
na Argentina deve totalizar 7,9
milhões de hectares, 3% maior. A
produção deve avançar 62%, para
55,69 milhões de toneladas.
Segundo Azpiroz, os argentinos
devem priorizar o uso de sementes
mais precoces. A intenção seria evi-
tar a competição com a segunda
safra de milho do Brasil, que pode
pressionar as cotações do cereal.
A produção de milho também te-
ve quebra no ciclo 2022/23 na Ar-
gentina. Segundo a consultoria, a
colheita foi de 34,3 milhões de tone-
ladas, 31% a menos que na tempora-
da anterior e 20 milhões de tonela-
das inferior às previsões iniciais.
Além da queda de produção, o
agronegócio argentino tem lida-
do com intervenções do governo
na economia. Entre as principais,
a volta das retenções, os impos-
tos de exportação, e o estabeleci-
mento de taxas de câmbio dife-
renciadas para o setor.
O analista ressaltou que as per-
das anteriores deixaram o pro-
dutor argentino em situação fi-
nanceira “delicada”. E os níveis
de comercialização tanto de soja
quanto de milho estão baixos.
Em outubro, a Argentina terá
eleições presidenciais, que podem
definir mudanças na política eco-
nômica. Para Azpiroz, o governo
dificilmente abrirá mão das reten-
ções. Mas há incerteza em relação a
outras medidas, como as taxas de
câmbio diferenciadas para o setor.
“As retenções fazem as exporta-
ções saírem por um valor mais al-
to. E o dólar agro produz distor-
ções no mercado”, afirmou.

SUA MA
ARCA NA PESQUISA
A EMPRESARIAL
MAIS COMPLETA DO PAÍS.
O tradicional Anuário Época Negócios 3600 aponta as melhores companhias
do Brasil e faz um levantamento das melhores práticas empresariais no país.
E, pela primeira vez, produziremos também um Suplemento Especial no Valor
Econômico dedicado ao 3600, com divulgação da pesquisa e também com
a cobertura do evento de premiação, que reconhecerá as empresas vencedoras
em 24 setores, 6 desafios, e a grande premiada da noite, a empresa do ano.
Potencialize sua marca e anuncie nestas publicações
com alcance extremamente qualificado.

> Reserva: 27/09 SUPLEMENTO 360 | > Reserva: 04/10

ANUÁRIO EN360 > Material: 28/09 > Material: 09/10
VALOR ECONÔMICO
> Lançamento: 11/10 > Lançamento: 11/10

ENTRE EM CONTATO POR: APOIOCOMERCIALSP@EDGLOBO.COM.BR

APOIO EVENTO PARCERIA REALIZAÇÃO

 B10 | Valor | Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Sanidade Japão suspendeu compras de frango de
Mato Grosso do Sul após foco em ave doméstica;
APBA ainda vê impacto pequeno em exportação
Gripe aviária avança
e põe em alerta setor
de frango no Brasil
Cleyton Vilarino
De São Paulo
Em alerta máximo com o avan-
ço da gripe aviária no Brasil, o setor
de proteína animal considera pe-
queno o risco para as exportações
brasileiras de frango no caso de
um eventual foco da doença em
granjas comerciais. Mas o sinal
amarelo acendeu na terça-feira,
depois que o Japão suspendeu as
importações de carne de frango de
Mato Grosso do Sul, após a desco-
berta de foco de gripe aviária em
aves de subsistência em Bonito.
A preocupação aumentou uma
vez que o foco em ave doméstica
foi detectado no interior do país.
Dois outros focos em aves de cria-
ção de subsistência já foram detec-
tados, mas em Estados litorâneos.
“Eu não vou te dizer qual seria o
impacto, mas a gente prevê que ele
está minimizado. Se fosse no passa-
do, o Japão fecharia o país inteiro, e
ele já evoluiu para a regionalização
por Estado e está avaliando por mu-
Por nicípio”, disse ao Valor o presidente
da Associação Brasileira de Proteína
Animal (ABPA), Ricardo Santin.
O país asiático já havia suspen-
dido as compras de frango dos Es-
tados de Santa Catarina e do Espí-
rito Santos, após a detecção da gri-
Preços das carnes seguem sob pressão no exterior
Mercado
De São Paulo
Apesar do bom desempenho do
Brasil nas exportações de carne bo-
vina e de frango este ano, a queda
nos preços do produto brasileiro
no mercado internacional é um
ponto de atenção para o setor de
proteína animal nos próximos me-
ses. Segundo o analista de proteína
animal da Safras & Mercado, Fer-
nando Iglesias, embora os valores
médios do frango estejam em li-
Conab reduz projeção para a colheita de café
Cenários
Isadora Camargo
De São Paulo
O Brasil deverá produzir 54,36
milhões de sacas de café na safra
2023/24, cuja colheita está pres-
tes a terminar, de acordo com o
terceiro levantamento da Com-
panhia Nacional de Abasteci-
mento (Conab) sobre a tempora-
da. O volume, que inclui as espé-
cies arábica e conilon e é 6,8%
maior que o do ciclo 2022/23, in-
dica que esta será a terceira
maior safra brasileira de café da
história, apesar das instabilida-
des climáticas e de o ciclo ser de
bienalidade negativa, quando o
rendimento das plantações é na-
turalmente mais baixo.
Embora a previsão para a co-
lheita tenha ficado um pouco
abaixo da projeção anterior, de
maio, quando a Conab estimou co-
lheita de 54,74 milhões de sacas, a
produção só fica atrás das safras
2017/18 e 2019/20, ambas de bie-
nalidade positiva. O clima foi de-
terminante para o resultado no
Estudo país, que responde por 31,2% da
produção mundial do grão.
Utilização de Em relatório com as estimativas
para o café, a estatal apontou que
biocombustíveis cerca de 95% do café foi colhido
pode reduzir até o fim de agosto. A Conab pre-
vê que a área de plantio do grão é
consumo de de 2,24 milhões de hectares nesta
temporada, o que representará
diesel em 30 um aumento de 1,9% em relação
ao ciclo anterior (2022/23).
bilhões de litros A estatal revisou para a cima a
estimativa para a produção de café
B9 arábica. Agora, a previsão é de que
pe aviária em aves de subsistência,
mas retirou o embargo em agosto.
Segundo o protocolo de biosse-
gurança adotado pelo Japão, o Bra-
sil deve enviar relatório sobre to-
das as medidas adotadas para con-
trole epidemiológico 28 dias após
a confirmação do foco, cabendo às
autoridades japonesas a retomada
ou não das importações.
O governo sul-matogrossense,
contudo, deve pedir a antecipação
desse prazo, disse à reportagem o
secretário de Meio Ambiente, De-
senvolvimento, Ciência, Tecnolo-
gia e Inovação (Semadesc), Jaime
Verruck. “Dado que o foco já foi to-
talmente debelado, o governador [
Eduardo Riedel] encaminha ama-
nhã [hoje] ao ministro [Carlos] Fá-
varo uma solicitação de antecipa-
ção dessa suspensão temporária
no Japão, o que nós entendemos
que é plenamente possível dado
que só foi registrado casos em aves
de subsistência”, afirmou.
A reação japonesa causou estra-
nheza entre analistas, dado que ha-
via uma sinalização por parte do go-
verno brasileiro — após missão ofi-
cial ao Japão — de que o país asiático
não suspenderia importações em
caso de focos em aves de criação do-
méstica. “Havia sido garantido que
emcasosdeavesdefundodequintal
nha com o registrado em 2022, a
tendência é de novas desvaloriza-
ções nos próximos meses.
“O Brasil vai manter a liderança
global da carne de frango mesmo
com problemas sanitários. Nos
próximos cinco a dez anos, parece
pouco provável que o Brasil acabe
perdendo essa liderança. Por isso o
problema aqui não é volume, é o
preço médio”, disse em evento on-
line da consultoria ontem.
Em agosto, o preço médio pago
pela carne de frango brasileira fi-
cou em US$ 1.872,80 a tonelada,
Café no Brasil
Dados da produção de arábica e conilon
Área em produção
Em milhões de hectare
2,5
1,842 1,876
2,0
1,5
1,0
0,5
Safra 2022 Safra 2023
Fonte: Conab. * Sacas de 60kg
a colheita será de 38,16 milhões de
sacas — a projeção de maio era de
37,9 milhões de sacas. Em compa-
ração com a safra 2022/23, o cres-
cimento deve ser de 16,6%.
O crescimento reflete o au-
mento da área de produção, de
2,4%, e um ganho de produtivi-
dade de 13,9%. A melhoria do
rendimento, por sua vez, deveu-
se às condições climáticas mais
favoráveis que as das últimas
duas safras, informou a Conab.
Já a produção de conilon deve
somar 16,2 milhões de sacas, um
volume 11% menor que o da sa-
fra 2022/23. Segundo a estatal, o
resultado reflete a queda da pro-
dutividade, de 10,8%, causada
por condições climáticas adver-
sas nos Estados produtores.
O impulso na produção de
arábica, principalmente em Mi-
nas Gerais e São Paulo, compen-
sou a quebra do conilon. “Desta-
que para o desempenho de Mi-
nas Gerais, principal Estado ca-
feicultor do país, que, mesmo
ou aves de subsistência não haveria
fechamento”, disse o analista da Sa-
fras & Mercado, Fernando Iglesias,
em evento online ontem.
Procurado, o Ministério da Agri-
cultura não comentou a reação ja-
ponesa. Já o presidente da ABPA ne-
gou que o país asiático tivesse firma-
do qualquer compromisso. Segun-
do ele, o que houve foi um pedido
para que a regionalização dos casos
se desse a nível de município, mas
sem retorno concreto por ora.
“O que se colocou lá foi a possi-
bilidade de evoluir para uma re-
gionalização por municípios, mas
que ainda não foi definido como
acordo”, disse Santin.
Segundo a ABPA, mensalmente,
o Mato Grosso do Sul exporta em
torno de 2,5 mil toneladas de car-
ne de frango para o Japão, o equi-
valente a 0,7% das exportações
mensais totais do Brasil. Além dis-
so, as unidades exportadoras pre-
sentes no Mato Grosso do Sul são
de empresas que mantêm plantas
em outras unidades federativas. “A
expectativa é que haja uma reorga-
nização do fluxo da exportação
para que os impactos gerados pela
decisão japonesa sejam minimiza-
dos”, disse a entidade em nota.
O Japão é o segundo principal
mercado para o frango de Mato
queda de 12,24% na comparação
com mesmo período de 2022 e de
6,3% em relação a julho.
Ao todo, o Brasil exportou 3,4 mi-
lhões de toneladas de carne de fran-
go de janeiro a agosto, com receita
de mais de US$ 6,7 bilhões. A previ-
são da Safras & Mercado é de que es-
se volume chegue a 5 milhões de to-
neladas neste ano, o equivalente a
um terço do comercio mundial.
O mesmo cenário tem sido ob-
servado no setor de carne bovina,
cujos preços pagos pelos importa-
dores chineses caiu de US$ 7,5 mil
Produtividade
Em sacas por hectare
29,0
30
27,7
25
Safra 2022 Safra 2023
com os efeitos da bienalidade ne-
gativa sobre muitas das regiões
produtoras, apresenta um cresci-
mento de 29,5% na produção”,
destacou, em nota, o gerente de
Exportações até agosto diminuíram
De São Paulo
As exportações brasileiras de
café tiveram retração em volume e
em receita entre janeiro e agosto
deste ano. Foram embarcadas 22,9
milhões de sacas no período, uma
queda de 10,8% na comparação o
mesmo intervalo de 2022, segun-
do dados consolidados do Minis-
tério do Desenvolvimento, Indús-
tria, Comércio e Serviços (MDIC)
compilados pela Companhia Na-
cional de Abastecimento (Conab).
Com a redução no volume e
nos preços de venda, o recuo da
receita em comparação como
“Se fosse no
passado, o Japão
fecharia o país
inteiro”
Ricardo Santin
Grosso do Sul. Até agosto deste ano,
foram 19,4 mil toneladas, cerca de
18% do total exportado pelo Estado.
“No curto prazo, não vemos im-
pacto para a indústria sul-mato-
grossense. Por ser um período cur-
to, essa produção pode ser alocada
tranquilamente para outros mer-
cados”, disse Jaime Verruck.
O Brasil registrou até ontem 106
focos de gripe aviária, 103 em aves
silvestres e três em aves de criação
doméstica. Não foram registrados
focos em granjas comerciais, por
isso o país mantém o status de livre
da doença ante a Organização
Mundial de Saúde Animal (Omsa)
e mantém as exportações.
a tonelada no ano passado para
US$ 4,5 mil a tonelada este ano.
“Se o preço está em queda, as
receitas de exportação também
são menores. E esse é um dos mo-
tivos pelo qual a arroba do boi
gordo caiu tanto”, disse Iglesias.
Após a desvalorização, o valor
pago pelos chineses tem se manti-
do no mesmo patamar que os de-
mais mercados importadores, que
costumam pagar menos pela car-
ne brasileira, segundo ele. A expec-
tativa, afirmou, é de que as medi-
das do governo chinês para rea-
Produção
Em milhões de sacas*
60
54,360
55
50,920
Safra 2022 Safra 2023
acompanhamento de Safras da
Conab, Fabiano Vasconcellos.
Se para o arábica o clima foi be-
néfico, para o conilon ele foi vilão.
No Espírito Santo, Estado que mais
período de janeiro a agosto de
2022 foi ainda mais expressivo,
de 16,4%, para US$ 4,9 bilhões.
O desempenho negativo no
acumulado de 2023 foi influen-
ciado pela restrição dos estoques
nos primeiros meses da tempo-
rada, devido à produção limita-
da das safras de 2021/22 e
2022/23, segundo a Conab.
Apesar da redução no acumula-
do do ano, as vendas externas de
café retomaram o fôlego em agos-
to, quando o Brasil exportou cerca
de 3,69 milhões de sacas, 38,5%
acima do mesmo mês de 2022.
Esse crescimento foi favoreci-
LEONARDO RODRIGUES / VALOR
Simulação
A Agência Goiana de Defesa
Agropecuária (Agrodefesa) de
Goiás vai fazer um exercício de
simulação para Influenza Aviária
Altamente Patogênica (IAAP) nesta
quinta-feira, em Itaberaí. Segundo o
órgão, o objetivo é testar ações de
controle previstas no Plano de
Contingência da Influenza Aviária
pelos fiscais estaduais
agropecuários, em caso de
ocorrência da enfermidade. A
simulação será dividida em duas
partes. A primeira é explicativa,
com apresentações sobre a doença
e a situação de emergência no país e
reunirá representantes de
entidades públicas, incluindo o
Ministério da Agricultura. A
segunda parte será no campo, em
novembro, com o apoio do Corpo de
Bombeiros, Polícia Militar,
Prefeitura de Itaberaí e da empresa
São Salvador, que é a parceira da
Agrodefesa na ação. (IC)
quecer sua economia, o que a des-
valorização da sua moeda, ajudem
a reaquecer o mercado. “A recupe-
ração econômica na China é fun-
damental para a formação dos
preços da carne bovina no merca-
do internacional e por consequên-
cia do boi gordo”, disse Iglesias.
A previsão da consultoria é de
que as exportações de carne bovi-
na encerrem 2023 em 3,3 milhões
de toneladas, queda de 1,49% em
relação ao ano passado, ainda re-
fletindo o embargo chinês realiza-
do no início deste ano. (CV)
28,293 milhões
de sacas é a colheita estimada em
Minas Gerais, o maior produtor do país
26,1 sacas
por hectare é a produtividade
projetada para o Estado
colhe a espécie, as chuvas irregula-
res atrapalharam as fases iniciais
do ciclo do grão, entre o período
de dormência e as primeiras flora-
das, em setembro de 2022.
do pelo aumento na produção
de café na atual safra. A alta de
2,1% do dólar em relação ao real,
entre julho e agosto deste ano,
também contribuiu para estimu-
lar a exportação, indica a Conab.
“Após a queda na quantidade
de café exportada em 2021 e 2022,
a ampliação da oferta interna em
2023 pode resultar em recupera-
ção da exportação na safra atual. A
exemplo do último mês de agosto,
as exportações tendem a perma-
necer aquecidas nos próximos
meses deste ano”, projetou o ge-
rente de Fibras e Alimentos Bási-
cos da Conab, Gabriel Rabello. (IC)
Gestão de fortunas
Brainvest é ponte
para americana
Merchant, de Tim
Bello, avançar na
América Latina C6
Valor C
Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Política monetária Banco Central reduz taxa
para 12,75% e volta a mencionar importância
do fiscal para o controle da inflação
Copom indica ritmo de
corte de 0,5 ponto na
Selic até o fim do ano
Larissa Garcia e Alex Ribeiro
De Brasília e São Paulo
O Comitê de Política Monetária
(Copom) do Banco Central redu-
ziu ontem pela segunda vez a taxa
básica de juros (Selic) em 0,5 pon-
to percentual, para 12,75% ao ano,
conforme já havia sido sinalizado.
No comunicado da decisão, o cole-
giado repetiu a indicação de que
continuará no mesmo ritmo “nas
próximas reuniões”, o que exclui
a possibilidade de cortes mais in-
tensos neste ano, a menos que o
cenário fique mais favorável.
“Em se confirmando o cenário
esperado, os membros do Comitê,
unanimemente, anteveem redu-
ção de mesma magnitude nas pró-
ximas reuniões e avaliam que esse
é o ritmo apropriado para manter
a política monetária contracionis-
ta necessária para o processo de-
sinflacionário”, reiterou o docu-
mento, em trecho idêntico ao da
decisão anterior. Em 2023, o co-
legiado se reúne mais duas vezes,
em novembro e em dezembro.
O restante do parágrafo, que
faz a sinalização para as próximas
reuniões, também não sofreu
mudança: “O Comitê ressalta ain-
da que a magnitude total do ciclo
de flexibilização ao longo do
tempo dependerá da evolução da
dinâmica inflacionária, em espe-
cial dos componentes mais sensí-
veis à política monetária e à ati-
vidade econômica, das expecta-
tivas de inflação, em particular
as de maior prazo, de suas proje-
ções de inflação, do hiato do
produto e do balanço de riscos”.
Na ata do encontro anterior,
publicada uma semana depois
da reunião, o colegiado enfati-
zou que acelerar o ritmo “exigiria
surpresas positivas substanciais”,
mensagem que foi reforçada de-
pois por membros do Copom em
falas públicas. Após divergência
de votos na reunião anterior, a
decisão desta quarta-feira foi
unânime. Em agosto, quando
houve o primeiro corte na Selic,
cinco dos nove membros do co-
mitê defenderam o corte de 0,50
ponto e quatro de 0,25 ponto. O
Selic em queda
Nas datas de reunião - em % ao ano
15
14,25
10
6,50
5
31/ago 21/mar
2016 2018
Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data
Destaque
BNDES em infraestrutura
O BNDES subscreveu R$ 312 mi-
lhões em debêntures de infraes-
trutura, na oferta pública de
R$ 520 milhões realizada pela
concessionária Eco135 para inves-
timentos em melhorias de trechos
presidente do BC, Roberto Cam-
pos Neto, ficou no primeiro gru-
po, que votou pelo corte maior.
Embora tenha retirado a ques-
tão fiscal do balanço de riscos para
a inflação na reunião de agosto, no
documento divulgado ontem o BC
reforçou a importância da “firme
persecução” das metas de resulta-
do primário já definidas, tendo em
conta o impacto na ancoragem
das expectativas e, consequente-
mente, na condução dos juros.
Em agosto, não houve menção às
contas públicas no comunicado.
“Sinalização de que
essa queda vai seguir
nas próximas
reuniões dá uma
tranquilidade grande
para o mercado”
Dario Durigan
A reação da equipe econômi-
ca, desta vez, foi amena. O secre-
tário-executivo do Ministério da
Fazenda, Dario Durigan, afirmou
que o governo recebeu de manei-
ra “muito positiva” a decisão.
“Com a sinalização de que essa
queda vai seguir nas próximas
reuniões, isso dá uma tranquili-
dade grande para o mercado,
uma boa sinalização”, afirmou
na condição de ministro interi-
no, enquanto Fernando Haddad
cumpre agenda em Nova York.
“Esperamos seguir fazendo nos-
so esforço, harmonizando a polí-
tica fiscal, para que a política mo-
netária siga nessa tendência, que
é muito positiva para o país.”
Como a política monetária age
com defasagem, o comitê mira
atualmente a inflação de 2024 e,
em menor proporção, de 2025.
Para os períodos, o Copom revi-
sou para cima suas projeções,
que ficaram em 3,5% e 3,1%, res-
pectivamente, ambas 0,1 ponto
percentual acima da previsão
anterior. Para este ano, a expec-
12,75
2,00
20/set
5/ago
2020 2023
de rodovias em Minas Gerais. Em
processo coordenado por um
consórcio formado por BNDES e
Bradesco BBI, a emissão foi subs-
crita pelo BNDES, na proporção
de 60% da oferta. O restante foi
adquirido pela Kinea, gestora do
tativa também ficou maior, de
5%, contra 4,9% em agosto.
O cenário do BC considera a
trajetória do relatório Focus para
a Selic, que nesta semana prevê
cortes de 0,5 ponto em novem-
bro e em dezembro, com os ju-
ros em 11,75% ao ano no fim de
2023. Para 2024, a mediana dos
analistas consultados é de 9,00%
e de 8,50 ao ano para 2025.
A decisão veio em linha com
mediana das expectativas do mer-
cado — das 140 instituições finan-
ceiras e consultorias ouvidas pe-
lo Valor, 139 esperam um corte
de 0,5 ponto e apenas uma apos-
ta em uma queda de 0,25 ponto.
A autoridade monetária mante-
ve praticamente inalterado o seu
balanço de riscos para a inflação,
destacando dois fatores com pesos
semelhantes em cada direção, pa-
ra cima e para baixo, sem mudar a
sua simetria. Entre os riscos de alta,
voltou a citar “uma maior persis-
tência das pressões inflacionárias
globais” e também “uma maior re-
siliência na inflação de serviços do
que a projetada em função de um
hiato do produto mais apertado”.
Do lado dos riscos de baixa, o Co-
pom voltou na incluir uma possível
“desaceleração da atividade econô-
micaglobalmaisacentuadado que
a projetada”. Até agosto, o comitê
destacava que esse risco para a ati-
vidade global se dava “em particu-
lar em função de condições adver-
sas no sistema financeiro global”.
O outro risco destacado pelo Co-
pom são “os impactos do aperto
monetário sincronizado sobre a
desinflação global se mostrarem
mais fortes do que o esperado”.
Segundo o comunicado, o am-
biente externo se mostra “mais in-
certo”, com a continuidade do pro-
cesso de desinflação, embora os
núcleos ainda estejam elevados e
haja resiliência nos mercados de
trabalho de diversos países. O cole-
giado destacou, ainda, que a eleva-
ção das taxas de juros de longo
prazo dos Estados Unidos e cresci-
mento menor na China exigem
“maior atenção” dos emergentes.
Em relação ao cenário domés-
tico, o Copom observou maior
resiliência da atividade econômi-
ca do que o esperado, mas afir-
mou que segue antecipando um
cenário de desaceleração da eco-
nomia nos próximos trimestres.
Sobre a inflação brasileira, o co-
mitê ressaltou que, como anteci-
pado, ocorreu uma elevação do ín-
dice cheio ao consumidor em 12
meses. “As medidas mais recentes
de inflação subjacente apresenta-
ram queda, mas ainda se situam
acima da meta para a inflação.”
(Colaboraram Jéssica Sant’Ana e
Guilherme Pimenta, de Brasília)
Leia mais nas páginas C2 e C3
grupo Itaú e uma das maiores da
América Latina. As debêntures su-
plementarão financiamento apro-
vado pelo BNDES em 2019 ao lote
rodoviário concedido à Eco135,
nas proximidades de Montes Cla-
ros, Curvelo e Cordisburgo.
Dívida
Ministério da
Fazenda
começará os
leilões da 3 a fase
do Desenrola C4
Powell: ‘Vimos progressos e saudamos isso, mas queremos ver mais progressos antes de chegarmos à conclusão [do ciclo]’
Fed mantém juros e sinaliza
menos reduções em 2024
Roberta Costa e Gabriel Caldeira
De São Paulo
O Federal Reserve (Fed) cum-
priu o esperado e manteve on-
tem inalterada a taxa de juros
no intervalo entre 5,25% e 5,5%
anuais, o maior patamar em 22
anos. Mas houve uma mudança
expressiva em sua expectativa
para o “orçamento” de cortes
previstos. Significa dizer que a
política monetária americana
se manterá restritiva por mais
tempo do que o Fed esperava.
O ponto mediano para a taxa re-
ferencial no Sumário de Projeções
Econômicas (SEP) apresentado pe-
lo Fed revelou juros de 5,625% no
fim de 2023, o que indica mais
uma alta neste trimestre. O SEP
aponta que 12 membros do Fomc
(o comitê de política monetária)
esperam mais um aperto de juros
neste ano, e sete participantes
acreditam em estabilidade. Porém,
houve redução importante para a
expectativa de cortes em 2024, de
quatro para dois — e foi este o pon-
to que mais chamou a atenção dos
investidores. Cumulativamente, a
mediana mostra agora uma redu-
ção da taxa de 1,75 ponto percen-
tual entre 2024 e 2025 (0,50 ponto
menos do que nas projeções de ju-
nho) e de 1,0 ponto em 2026.
O presidente do Federal Reser-
ve, Jerome Powell, disse que a de-
cisão de manter os juros estáveis
não significa necessariamente
que o Fed esteja no auge do au-
mento das taxas para o ciclo atual.
“Decidimos manter a política
[monetária] e aguardar mais da-
dos”, disse Powell em coletiva
após a reunião. “Vimos progressos
e saudamos isso, mas queremos
ver mais progressos antes de che-
garmos a essa conclusão.” Segun-
do ele, os dirigentes do BC que-
rem ver reequilíbrio contínuo no
mercado de trabalho e um pro-
gresso contínuo na inflação an-
tes de poderem ser convencidos
de que a inflação foi controlada.
O mercado reagiu ao cenário de
juros elevados por mais tempo de-
Estratégia
Fintech Noh, de
pagamentos
compartilhados,
vai passar a focar
em casais C2
senhado pelo Fed. Em Wall Street,
as bolsas fecharam no vermelho: o
Nasdaq perdeu 1,53%, o Dow Jo-
nes, 0,22%, e o S&P 500 terminou
em baixa de 0,94%. Já os rendimen-
tos dos Treasuries se ajustaram em
alta. A taxa da T-note de dois anos
subiu de 5,105% para 5,191%, mar-
cando o maior nível desde 2006. E
o “yield” do título de dez anos
avançou de 4,364% para 4,414%.
A decisão do Fed veio com um
viés mais conservador, afirmou o
economista-sênior do CIBC, Ali
Jeffery. Segundo ele, o fato de as
projeções da entidade ainda indi-
carem uma última alta de juros
este ano e a manutenção em pata-
mar elevado por um longo tempo
mostra que os dirigentes do BC
americano seguem cautelosos.
Powell disse estar satisfeito com
a força inesperada do PIB e do mer-
cado de trabalho neste ano. “É uma
coisa boa que a economia esteja
forte e que tenha sido capaz de re-
sistir ao recente aperto da política
[monetária]”, afirmou, acrescen-
tando que um “pouso suave é plau-
sível”, mas “não diria que é o nosso
cenário base”. Ele citou como al-
guns dos possíveis fatores para a
resiliência da economia os balan-
ços das famílias e das empresas,
que estão mais fortes do que o es-
perado, e que sustentaram os gas-
tos. “Se a economia for mais forte
do que o esperado, isso significa
apenas que teremos de fazer mais
para voltar para a meta de 2% [de
inflação]”, disse, embora desacele-
ração econômica ou recessão “se-
jam sempre uma preocupação”.
“É uma coisa boa
que a economia
esteja forte e que
tenha sido capaz de
resistir ao recente
aperto da política”
Jerome Powell
Investimentos
Renda fixa
segue como
uma boa
opção, dizem
analistas C6
JACQUELYN MARTIN/AP
Houve também revisão mais
forte do crescimento do PIB para
2023 e 2024, a 2,1% (de 1,0%) e
1,5% (de 1,1%). Em relação à infla-
ção, a mediana para a inflação
subjacente anual (núcleo ex-
cluindo alimentos e energia)
caiu a 3,7% no quarto trimestre,
em comparação com 3,9% no SEP
anterior. Já a taxa de desemprego
deve cair mais moderadamente
em relação ao quadro desenha-
do em junho. Para este ano, o
Fomc agora espera um aumento
menor no desemprego, em com-
paração com as suas projeções
anteriores. A taxa de desempre-
go, que ficou em 3,8% em agos-
to, subiria para 4,1% em 2024, de
4,5% esperado em junho.
Para Gabriela Santos, estrate-
gista de mercados globais do J.P.
Morgan Asset Management, as
projeções de inflação do BC ame-
ricano estão muito altas e os 12
dirigentes que ainda projetam
outro aumento de juros — confor-
me mostrou o gráfico de pontos
do Fed — querem apenas manter
essa opção para as próximas reu-
niões. O J.P. Morgan projeta infla-
ção abaixo de 2% nos EUA em
meados do ano que vem, enquan-
to a mediana das previsões dos
membros do Fomc mostra uma
inflação de 2,5% ao fim do ano.
A principal conclusão desta
reunião do Fed é a de que o BC es-
tá “batendo na tecla de juros ele-
vados por mais tempo”, segundo
Santos. Para ela, essa mensagem
já foi incorporada às expectativas
do mercado, dada a forte alta das
taxas dos Treasuries tanto na pon-
ta curta quanto na ponta longa
da curva de juros americana.
Quanto aos cortes de juros a
partir do ano que vem, Santos
avalia que a postura mais conser-
vadora do BC dos EUA pode fazer
com que a redução só comece a
partir da segunda metade de
2024. No entanto, ela espera cor-
tes maiores a partir de 2025,
mas não a ponto de chegar ao
patamar próximo de zero visto
durante os anos da pandemia.
C2 | Valor | Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Finanças
Ibovespa
Em pontos
119,500
117.535
118,375
118.695
117,250
116,125
115,000
30/ago/23
Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
Ativos Bolsas encerram no vermelho e rendimentos dos Treasuries
fecham pressionados; Ibovespa, apoiado por commodities, sobe
Wall Street tem resultado
negativo após sinalização do Fed
Gabriel Caldeira, Gabriel Roca,
Matheus Prado e Arthur Cagliari
De São Paulo
Os mercados responderam
com aversão a risco à decisão de
política monetária do Federal
Reserve (Fed), devolvendo ga-
nhos intradiários na medida
em que cresce a expectativa de
juros mais altos por mais tem-
po nos EUA. No Brasil, investi-
dores aguardavam ainda a deci-
são do Copom, que saiu após o
fechamento dos mercados.
A taxa da T-note de dez anos
avançou de 4,364% para 4,414%, o
Dow Jones teve queda de 0,22%, a
34.440,88 pontos, o S&P 500 re-
cuou 0,94%, a 4.402,20 pontos, e o
Nasdaq cedeu 1,53%, a 13.469,13
pontos. Localmente, a taxa do
contrato de Depósito Interfinan-
ceiro (DI) para janeiro de 2025 su-
biu de 10,485% para 10,53%, e o
dólar subiu 0,15%, a R$ 4,880.
O gráfico de pontos do BC
americano mostrou que a maio-
. O mundo pós-pandemia mu-
Copom manterá cortes de 0,5 ponto e
põe em dúvida Selic a 9% em 2024
Análise
Alex Ribeiro
De São Paulo
O Comitê de Política Monetá-
ria (Copom) do Banco Central si-
nalizou que vai continuar a cor-
tar os juros no atual ritmo de
0,5 ponto percentual por reu-
nião pelo menos até o fim deste
ano. Também voltou a colocar
sob suspeição o cenário traçado
pelo mercado financeiro de
queda da Selic até uma taxa fi-
nal de 9% ao ano em 2024.
Evitandodúvidassobreasinaliza-
ção, o Copom simplesmente copiou
o parágrafo do comunicado ante-
rior, de agosto, com a indicação so-
breas decisõesfuturas: “os membros
do Comitê, unanimemente, ante-
veem redução de mesma magni-
tude nas próximas reuniões”.
Fintech Noh se reposiciona para
focar em finanças para casais
Mariana Ribeiro
De São Paulo
A Noh, fintech de pagamentos
compartilhados, está se reposi-
cionando para focar em casais.
Até agora, a empresa, fundada
no final de 2021, visava um pú-
blico mais amplo, oferecendo a
opção de divisão de despesas
também para grupos maiores,
como amigos organizando um
churrasco ou uma viagem.
A decisão veio a partir da per-
cepção de que 95% dos usuários
são casais, diz a CEO e cofundado-
ra da fintech, Ana Zucato. “Recebe-
mos muitos relatos de casais di-
zendo que, por causa da Noh, con-
seguiram conversar sobre dinhei-
ro, economizar, pensar sobre gas-
tos. Por outro lado, o aplicativo
acabava não funcionando ainda
para a ‘turma do churrasco’, por-
que não estava todo mundo lá.”
Bolsas internacionais
Variações no dia 20/set/23 - em %
Dow Jones -0,22
S&P 500 -0,94
alta de
Euronext 100
0,72%
0,56
DAX 0,75
CAC-40 0,67
Nikkei-225 -0,66
20/set
SSE Composite -0,52
ria dos membros do Comitê Fe-
deral de Mercado Aberto (Fomc)
ainda espera uma nova alta de
juros na maior economia do
mundo e que, em 2024, o espaço
para cortes de juros será bastan-
te limitado. Assim, a perspectiva
de uma pausa “hawkish” (con-
servadora) ganhou corpo, re-
sultando na alta dos rendimen-
tos dos Treasuries e em piora
dos demais ativos de risco.
“O Fed dobrou a aposta de que
as taxas de juros permanecerão
mais altas por mais tempo”, diz
Paul Ashworth, economista-chefe
para América do Norte da Capital
Economics. Considerando as pro-
jeções atuais do Fed, o analista en-
tende que a postura de manter os
R$ 4,88
foi o fechamento do
dólar no pregão
Isso significa corte de juros de 0,5
pontos em pelo menos duas reu-
niões. Como há dois encontros do
Copom até o fim do ano, em novem-
bro e em dezembro, a sinalização
significa que não haverá aceleração
no ritmo de distensão monetária.
Isso elimina as chances de cor-
te maior, como previsto por uma
corrente minoritária do merca-
do? A chance de um corte de pe-
lo menos 0,75 ponto em dezem-
bro é de 43%, segundo as opções
do Copom negociadas na B3.
Provavelmente, o Copom não
elimina as chances de corte maior
porque as suas sinalizações costu-
mam ser condicionais. Em agosto,
o comitê disse, na sua ata, que po-
deria alterar o ritmo se houvesse
uma mudança positiva significati-
va na dinâmica inflacionária.
Será preciso aguardar a ata da
reunião de setembro, que será di-
Para ela, há um segmento par-
ticularmente mal entendido pe-
las fintechs, que é o de casais
na faixa dos 30 anos e sem fi-
lhos. “Quem tenta agradar todo
mundo acaba não agradando
ninguém. O mercado está indo
no sentido de agregar tudo em
um só lugar e nós preferimos
focar em uma necessidade.”
Hoje, a fintech subirá uma no-
va versão do aplicativo, em que
desliga algumas funções e acres-
centa outras. Não será mais pos-
sível, por exemplo, manter um
grupo com mais de duas pessoas
ou vários grupos. A opção de “co-
brar” quem te deve também será
desativada, ao menos por ora. A
partir de agora, o saldo aparece-
rá de forma unificada, com obje-
tivo de fornecer um olhar mais
global das finanças do casal.
A nova versão incluirá uma
mensalidade de R$ 7 por pessoa.
Juros
DI-Over futuro - em % ao ano
Jan/2025 Jan/2026
10,44
9,98
30/ago/23
juros altos é razoável. No entan-
to, ele discorda que a economia
dos EUA seguirá tão resiliente e a
inflação demorará tanto a cair.
“A economia real ficará consi-
deravelmente mais fraca e, inde-
pendentemente disso, o núcleo
da inflação irá regressar à meta
[de 2%] muito mais rapidamente
[do que o Fed espera]. Nessas cir-
cunstâncias, esperamos que o
Fed mantenha os juros durante
o resto deste ano e corte em cer-
ca de 2 pontos em 2024”, diz
Ashworth. As projeções indicam
só 0,5 ponto em redução de ju-
ros até o fim do ano que vem.
Mauricio Valadares, diretor de
investimentos da Nau Capital,
diz que enxergou uma comuni-
cação mais dura do que o espe-
rado pelo mercado. “A decisão
de manter os juros no patamar
atual já estava precificada, mas
as projeções do BC americano,
que adiaram a discussão de cor-
tes de juros e indicaram uma
economia mais forte, mostram
vulgada na próxima terça-feira,
para saber se o Copom vai manter
essa condicionante. O mais prová-
vel é que o nível de exigência para
fazer diferente do sinalizado con-
tinue muito alto. Assim, cortar
além de 0,5 ponto não seria impos-
sível, mas vai depender de muitas
notícias boas do lado da inflação.
O Copom também voltou a
colocar sob questão a trajetória
de queda de juros projetada pe-
lo mercado. O consenso do bole-
tim Focus é que a Selic siga cain-
do até chegar a 9% em 2024. O
comunicado informa que, se os
juros caírem da forma prevista
pelos analistas do mercado, a in-
flação ficará acima da meta.
Os exercícios divulgados pelo
Copom mostram que, se o juro
cair para 9%, a inflação ficará em
3,5% em 2024 e, em 3,1% em 2025.
As projeções subiram em relação
Desde que entrou em vigor o teto
para a tarifa de intercâmbio (que
remunera emissores nas transa-
ções com cartão) do pré-pago, em
abril, a fintech vem buscando no-
vas fontes de receita e chegou a tes-
tar um modelo de contribuição. A
mudança regulatória causou uma
perda de receita de cerca de 40%
para a fintech, segundo Zucato.
A fundadora espera que al-
guns clientes encerrem suas
contas devido à mensalidade,
mas afirma que parte da base já
sinalizou entender a mudança.
“Não sou ingênua de achar que
todos vão aceitar, mas a verdade
é que não existe nada grátis.”
Ela afirma que o movimento
de produtos financeiros gratui-
tos veio na esteira da abundância
de recursos de venture capital,
mas que a reversão desse cenário
e a onda de demissões enfrenta-
da pelas fintechs recentemente
Dólar comercial
Cotação de venda - em R$/US$
10,49 10,49
10,15 10,16
4,8687
11/set 20/set 30/ago/23
que a autarquia deve se manter
defensiva à frente. E isso tende a
sugar liquidez do mundo para
os ativos americanos”, diz
O executivo cita, como exem-
plo, o estresse da curva de juros
americana em agosto. “Um dos
efeitos disso foi a saída de recur-
sos estrangeiros da B3. A bolsa
brasileira segue barata, mas um
exterior mais cauteloso tira mar-
gem para os ativos locais avança-
rem. Hoje, o Fed não me dá segu-
rança necessária para eu ter o ta-
manho da posição que eu queria
em ações brasileiras”, afirma.
A melhora na performance
das ações de exportadoras de
commodities, em linha com o
avanço das matérias-primas nos
mercados internacionais, e a alta
de ações ligadas à atividade do-
méstica, na expectativa por taxas
menores à frente, permitiram
alta de 0,72% ao Ibovespa, aos
118.695 pontos. No entanto, o
índice devolveu parte dos ga-
nhos após a decisão do Fed.
aos valores estimados em agosto,
de 3,4% em 2024 e de 3% em 2025.
A meta está definida em 3%.
Ao contrário do que alguns
analistas esperavam, o Copom
não incluiu explicitamente a po-
lítica fiscal no balanço de riscos
para a inflação. Mas inseriu um
parágrafo no comunicado — apa-
rentemente sem implicações no-
vas no seu cenário central e alter-
nativos para a inflação — falando
da importância do cumprimen-
to das metas de superávit primá-
rio definidas pelo governo.
No trecho do comunicado
que tratou da atividade econô-
mica doméstica, o Copom reco-
nheceu que houve uma surpre-
sa. Mas não entrou nos detalhes
sobre como está vendo a ociosi-
dade da economia. Essas dis-
cussões, normalmente, são re-
servadas para a ata do Copom.
Zucato: “O mercado está indo no sentido de agregar tudo em um só lugar e nós preferimos focar em uma necessidade”
mostram que é preciso buscar
um modelo sustentável. “Somos
um time enxuto, de 12 pessoas, e
não demitimos ninguém.”
Para poder relançar o aplicati-
vo, a fintech suspendeu tempora-
Índice de Renda Fixa Valor
Base = 100 em 31/12/99
alta de
0,15%
4,8800 em relação
ao real
20/set
Política monetária dos
EUA amplifica riscos
para o BC brasileiro
Análise
Roberta Costa
De São Paulo
A estabilidade da taxa de juros
dos EUA em 5,5% e a queda da ta-
xa Selic para 12,75% tem um efei-
to prático imediato que é a redu-
ção do diferencial de juros entre
estes dois mercados, o que con-
tribui para a depreciação do
câmbio local, com efeitos rapida-
mente convertidos na expectati-
va de manutenção deste fator de
pressão sobre a inflação brasi-
leira. Mas, obviamente, isso é
apenas um dos vários fatores de
interação entre os movimentos
destes dois bancos centrais.
O Federal Reserve agiu em linha
com as expectativas, mas não sig-
nifica que não voltará, se necessá-
rio, a apertar a política monetária.
No mais, o BC americano reduziu
ontem o “orçamento” de cortes es-
perados no ano que vem de quatro
para dois (menos 50 pontos-base),
pondo mais convicção nos agentes
de que a política monetária por lá
continuará restritiva e por mais
tempo, talvez, do que se espera-
va. Isso, se acontecer, terá impac-
tos indiscutíveis sobre as finan-
ças globais nos próximos anos.
dou de forma contundente. Os es-
tímulos ao crescimento adotados
neste período — os maiores desde
a Segunda Guerra Mundial — se
tornaram esforços incríveis para
conter a inflação global. No caso
americano, taxa de juros em pata-
mares que não se via há 22 anos e
uma reversão, embora muito len-
ta e gradual, dos instrumentos
inéditos adotados pelo Fed (como
também por BCE e Banco da In-
glaterra) na crise financeira de
2008, como a volta das compras
de títulos do Tesouro e de títulos
hipotecários, elevando ainda mais
o volume gigantesco desses pa-
péis em seu balanço. Essa estraté-
gia manteve os juros longos dos
EUA em patamares baixíssimos,
juntamente com o também inédi-
to patamar de zero do juro básico.
A combinação de resiliência do
crescimento dos EUA, ainda que
dentro deste cenário de reversão
de políticas de estímulo, com o
choque inflacionário (mesmo
tendo já abandonado seu pico de
pressão) e a menor absorção no
mercado dos títulos do Tesouro
pelo Fed elevaram, para máximas
próximas de 15 anos, estes mes-
mos juros longos americanos,
riamente a entrada de novos
clientes, o que resultou em uma
fila de espera de 10 mil pessoas. A
empresa trabalha para lançar no
segundo semestre também um
cartão de crédito compartilhado.
1.993,63
1.985,27 1.988,30
30/ago/23 11/set 20/set
com um impacto perceptível so-
bre a depreciação do real e na ele-
vação da curva de juros local —
impondo mais cautela para a
política monetária brasileira.
Assim, não há dúvida, compara-
tivamente a um passado recente,
que o cenário externo se tornou
mais adverso; isso é ponto pacífico
para os analistas. O Fed terá pela
frente o contínuo esforço pela esta-
bilidade dos preços, um dos braços
de seu mandato (o outro é o pleno
emprego), e deve se manter vigi-
lante e com uma política que não
voltará a ser o que foi, exoticamen-
te, praticada nos anos pandêmicos.
Mesmo aqui considerando os ga-
nhos já alcançados no front infla-
cionário ao longo do ano, e com o
mercado de trabalho voltando a
níveis mais correlacionados com
seu comportamento histórico.
E tem aí o cenário para o petró-
leo. A commodity, que contribuiu
para uma desinflação nos preços
de energia nos primeiros meses
do ano, voltou a subir para pata-
mares acima de US$ 90 o barril.
Na comparação anual, visto que o
barril chegou US$ 122 no ano
passado na esteira da Guerra da
Ucrânia, o que era um fator posi-
tivo para a inflação na primeira
metade deste ano passou a ser no
mínimo neutro, se os preços con-
tinuarem próximos a este nível.
Para o Brasil, este cenário se so-
ma ao fim de estímulos fiscais para
os combustíveis e à defasagem
contra os preços internacionais.
Ademais, a esperada política fiscal
expansionista no ano que vem po-
de ter peso tanto na pressão sob a
demanda quanto nas expectativas
dos agentes, lembrando que, den-
tre diversas razões, esta é uma va-
riável explicativa para o cresci-
mento da massa salarial e da que-
da do desemprego. A ancoragem
das expectativas é também um dos
pontos mais importantes no mo-
delo da política do Copom, e os
agentes projetam um IPCA acima
da meta em 3,86%, ante meta de
3%. Pode, então, haver um espaço
apertado para reduzir a Selic mui-
to abaixo dos dois dígitos, a ver.
Não há jogada única a ser dada
para o xeque-mate dos desafios
da política monetária americana
e brasileira e talvez o resultado
mais óbvio esperado pelos ana-
listas seja mesmo juros mais al-
tos e desaceleração do cresci-
mento nos próximos anos para
patamares mais comedidos, tal-
vez mais condizentes com o po-
tencial destas duas economias.
DIVULGAÇÃO
De acordo com Zucato, a fintech
ainda tem quase dois anos de di-
nheiro em caixa e uma nova roda-
da de captação não está no radar.
A Noh recebeu um aporte inicial
de R$ 17 milhões na fundação.

Finanças
Política monetária Autoridade citou riscos externos e voltou a mostrar preocupação com questão fiscal
Analistas veem cenário menos favorável para cortes
Sérgio Tauhata e Arthur Cagliari
De São Paulo
O Comitê de Política Monetária
(Copom) sinalizou no comunica-
do de ontem que o espaço para
uma eventual aceleração no ritmo
de corte da taxa básica Selic é prati-
camente inexistente no momento .
Segundo economistas e analistas
ouvidos pelo Valor, o Banco Cen-
tral não só desenhou um quadro
de maior deterioração externa, co-
mo também trouxe de volta a
menção a riscos fiscais no Brasil.
Para o economista Werther Ver-
vloet, da ACE Capital, surgiram in-
certezas sobre o cumprimento das
metas fiscais propostas pelo gover-
no entre a reunião anterior do co-
legiado e a de ontem. “Dos temas
de preocupação apontados pelo
‘Sinalização foi clara pela
manutenção do ritmo’
Gabriel Roca
De São Paulo
O comunicado do Copom de
ontem foi mais duro quando
comparado ao documento ante-
rior, especialmente por acres-
centar alguns pontos que aju-
daram a trazer a perspectiva de
que o colegiado ainda não está
confortável com a ideia de ace-
lerar o ritmo de cortes.
Segundo o sócio e fundador da
Oriz Partners e ex-secretário do Te-
souro Nacional, Carlos Kawall, o
reconhecimento de um cenário
externo mais desafiador, de uma
atividade econômica mais resi-
liente, a reinserção de comentá-
rios sobre o fiscal no documento e
a indicação de que o ritmo de cor-
tes deve se manter nas próximas
reuniões reforçaram a ideia de que
o Banco Central quer afastar a dis-
cussão sobre um ritmo mais inten-
so de afrouxamento monetário.
Valor: Qual foi a impressão geral
sobre o comunicado?
Carlos Kawall: Não houve ne-
nhuma grande surpresa, mas
achei que o comunicado veio um
pouco mais ‘hawkish’ em relação a
alguns pontos que foram acres-
centados em relação anterior. Já
havia uma sinalização que havia
unanimidade pela manutenção
do ritmo de cortes desde o comu-
nicado anterior, então não veio
daí a surpresa. Mas ele pontuou al-
gumas coisas que colocam um de-
safio adicional do ponto de vista
da trajetória dos cortes de juros.
Valor: Que pontos foram esses?
Kawall: Primeiro, ele cita a alta
dos juros longos nos EUA, um mo-
vimento expressivo e que acaba-
mos por ver ontem mesmo, após a
decisão do Fed. Também falou da
desaceleração da China, o que
acrescenta mais um desafio para os
preços das commodities e que po-
de afetar as economias emergen-
tes, especialmente pelo canal do
câmbio. Do ponto de vista da ativi-
dade, reconheceu que ela estava
mais resiliente. Por outro lado, re-
conheceu alguma melhora na in-
flação, ainda que o índice cheio te-
nha subido pelos efeitos-base.
Valor: Como viu a sinalização
para o ritmo de cortes?
Kawall: Ele falou em manter o
ritmo de cortes ‘nas próximas reu-
niões’, mantendo o uso do plural.
Não era o meu cenário, mas havia
quem esperasse que o BC citasse a
manutenção do ritmo só ‘na pró-
xima reunião’. A sinalização foi
clara pela manutenção do ritmo.
Valor: O fiscal também voltou ao
comunicado...
Kawall: Teve o recado mais cla-
ro no lado fiscal, em que o BC
buscou ressaltar a importância
de se manter a meta de resultado
primário zero no ano que vem.
Acredito que a sinalização veio
mais no sentido de ajudar o Mi-
nistério da Fazenda em uma pro-
vável disputa com o Congresso e
com os críticos da proposta. Por
todos esses pontos, de maneira
geral, a minha percepção foi a de
que o Copom está ressaltando os
riscos para uma trajetória mais
intensa de queda de juros.
BC, o fiscal foi o que me chamou
mais atenção, porque ele havia si-
do retirado da mensagem da últi-
ma decisão”, diz. “É sinal de que a
discussão sobre o tema piorou e o
BC teve que reagir a isso”, afirma.
O economista-chefe da Western
Asset, Adauto Lima, diz que o co-
municado “trouxe piora do cená-
rio internacional, com visão mais
incerta, trazendo ainda menção à
taxa de juros longa nos EUA, que
tem causado volatilidade nos ati-
vos globais”. Para o especialista, a
volta do risco fiscal ao comunica-
do “é um alerta, porque as metas
precisam ser atingidas para a con-
dução da política monetária”.
Na visão de Lima, o comunica-
do reforça o plano de voo da au-
toridade de manter o ritmo de
corte da Selic, de 0,50 ponto per-
Kawall: ‘Acreditamos que os cortes devam se manter no ritmo de 0,5 ponto’
Valor: O que poderia mudar o ce-
nário?
Kawall: Acredito que é exata-
mente aquilo que está no balanço
de riscos. Uma moderação mais
intensa da atividade ou se a infla-
ção mostrar uma trajetória mais
benigna nos núcleos. Mas um ou-
tro ponto importante sobre acele-
rar o ritmo de cortes ou não é que
precisamos levar em conta o tama-
nho do ciclo. Isso o BC está deixan-
do em aberto. Não temos um grá-
fico de pontos, como no Fed, em
que se tem alguma ideia sobre as
taxas de juros nos próximos anos.
Há um debate sobre o tamanho do
hiato do produto e certamente va-
mos ter alguns elementos na ata
da reunião. Quanto ao comunica-
do, eu não usaria a expressão fe-
char a porta, mas ele buscou mos-
trar que o cenário continua desa-
fiador, com ancoragem apenas
parcial das expectativas. Não evo-
luímos no campo das expectativas
e a atividade não mostrou arrefeci-
mento — pelo contrário. Nesse
sentido, acho que ele está bastante
convencido de que o ritmo de 0,5
ponto continuará adequado.
Valor: As projeções de inflação
sofreram um leve ajuste para os
próximos anos...
Kawall: A maior parte dos cole-
gas com quem eu conversei tinha
projeções para 2024 em torno dos
3,6% e em 3,1% para 2025. E isso
também pode ter relação com o
cálculo de hiato do produto do BC.
Seria bastante oportuno fazer essa
discussão no Relatório de Inflação.
Valor: O comunicado voltou a
usar o termo ‘unanimemente’ para
sinalizar consenso em torno do rit-
mo de cortes para as próximas reu-
“Diferencial de juros
com EUA é uma das
variáveis para o
tamanho do ciclo,
mas não a única”
Carlos Kawall
centual, nas próximas reuniões.
A Western projeta a Selic em
11,75% no fim de 2023 e em 9%
na última reunião de 2024,
quando o BC deverá parar de re-
duzir a taxa básica de juros.
A visão de que o BC vai manter o
ritmo atual de cortes é comparti-
lhada pelo economista-chefe da
G5, Luis Otavio Leal. “As projeções
de inflação do BC tiveram pioras
[na comparação com o comunica-
do anterior] em todos os horizon-
tes [2023, 2024 e 2025], mesmo na
margem.” Leal afirma que a chance
de a autoridade acelerar o ritmo de
cortes parece menor do que a de
desacelerar. “É baixa a possibilida-
de de desacelerar o ritmo, mas a
chance de o BC moderar os cortes
parece até maior do que acelerar.”
A G5 projeta Selic de 11,75%
SILVIA ZAMBONI/VALOR
niões. Essa palavra pode desapare-
cer no comunicado seguinte?
Kawall: Aí eu acho que entra em
cena a questão da substituição dos
diretores. Você falar em unanimi-
dade em um colegiado que vai
mudar fica um pouco estranho.
Acredito que ele se refira às duas
deste ano. O que vai ocorrer no
ano que vem depende da designa-
ção dos novos nomes do Copom, o
que pode levar algum tempo, já
que houve alguma demora para a
substituição nas últimas ocasiões
e também há a questão do recesso
parlamentar. Entendo que o una-
nimemente se refira, estritamente,
a essas próximas duas reuniões.
Valor: A Oriz trabalha com o ce-
nário de aceleração no ritmo de
cortes? O Fed sinalizando que os
juros devem ficar parados por
mais tempo pode influenciar o ta-
manho do ciclo no Brasil?
Kawall: Não temos aceleração
e acreditamos que os cortes de-
vam se manter no ritmo de 0,5
ponto, até chegar a 9%. O desafio
que o Fed coloca talvez seja mais
na direção de a Selic não conse-
guir chegar a 9% e não tanto no
sentido de, eventualmente, redu-
zir o ritmo. O diferencial de juros
com os EUA é uma das variáveis
para o tamanho do ciclo, mas
não a única. Onde vai parar o juro
americano isso tem influência no
nosso juro neutro e o alerta emi-
tido pelo Fed foi importante.
Valor: Como vê a dinâmica de ju-
ros mais altos nos EUA e cortes de
juros no Brasil?
Kawall: Parece que estamos
conseguindo algo inédito, que é o
BC sinalizar que os cortes vão con-
tinuar, mesmo em um contexto no
qual o Fed até mesmo pode voltar
a subir os juros. Temos um quadro
bastante peculiar, ligado ao fato
de que tem havido uma atuação
técnica e transparente do BC e, ao
mesmo tempo, estamos vendo
que o setor externo está ajudando
muito a taxa de câmbio. Isso tem
permitido manter uma trajetó-
ria de inflação declinante, mes-
mo que o cenário externo não
venha nos favorecendo tanto.
no fim de 2023. Para a casa, os
juros devem finalizar o ciclo de
queda em 8,5%, mas chegarão
nesse nível apenas no segundo
trimestre de 2025. Para o fim do
ano que vem, o especialista en-
xerga a taxa básica em 9%.
Outro fator que economistas
têm citado como agravante para
a inflação, o avanço recente dos
preços do petróleo no exterior,
parece não preocupar o BC no
momento, avalia o economista-
chefe da Ativa Investimentos,
Étore Sanchez. “Essa elevação dos
contratos no exterior é recente e
ainda não foi repassada para os
preços da gasolina e do diesel. A
autoridade, então, manteve cer-
ta tranquilidade em relação aos
indicadores de inflação.”
Sanchez avalia o comunicado
‘Diferencial de juro tende a
balizar até onde BC pode ir’
Victor Rezende
De São Paulo
O uso do plural ao apontar para
a manutenção do ritmo de corte
de juros pelo Banco Central e a si-
nalização de que há uma deterio-
ração no cenário externo são al-
guns fatores destacados pela eco-
nomista-chefe do Santander, Ana
Paula Vescovi, ao analisar a comu-
nicação empregada pelo Comitê
de Política Monetária (Copom).
Em entrevista ao Valor, ela man-
tém a visão de que, ao menos neste
ano, o colegiado não deve acelerar
o ritmo de flexibilização da políti-
ca monetária e dá ênfase ao dife-
rencial de juros como um dos
componentes que tende a balizar
a extensão do ciclo de cortes.
Valor: Qual a avaliação sobre a
decisão do Copom?
Ana Paula Vescovi: A decisão
veio bem em linha com o que o
mercado esperava, mas alguns
pontos no comunicado chama-
ram a nossa atenção. O primeiro
foi o fato de que o Copom voltou a
alertar sobre o tema fiscal, ao falar
da importância do cumprimento
das metas para que a política mo-
netária tenha espaço para conti-
nuar o ciclo de distensão monetá-
ria. Além disso, as projeções de in-
flação no cenário de referência vie-
ram um pouco abaixo do que es-
perávamos. Ao replicarmos os mo-
delos do BC, nossas estimativas
apontavam a possibilidade de
uma alta de 0,3 ponto percentual
nas projeções de inflação, mas vi-
mos uma alta de apenas 0,1 ponto.
Valor: E a indicação de manu-
tenção do ritmo permaneceu…
Vescovi: Nosso cenário já indi-
cava que o BC iria manter esse
passo de redução de juros de 0,5
ponto por algum tempo e o co-
municado veio nessa direção.
Além disso, o Copom continuou
usando o plural ao falar em redu-
ções na mesma velocidade, ou se-
ja, já incluiu pelo menos as reu-
niões de novembro e de dezem-
bro. Disso se deduz que, neste
ano, não haverá uma aceleração
do passo na redução dos juros.
Valor: Essa possibilidade ainda
está sobre a mesa?
Vescovi: Temos percebido uma
dinâmica positiva na inflação de
serviços e, consequentemente,
nos núcleos. A se persistir esse
ambiente, um risco a ser conside-
rado é o de possibilidade de ace-
leração à frente. No nosso cená-
rio, já prevemos alguma desacele-
ração da atividade, o que é com-
patível com a dinâmica de melho-
ra dos núcleos de inflação e com o
processo de desinflação. Isso já es-
tá contemplado nas nossas proje-
ções, mas se tivermos surpresas
no lado inflacionário e alguma
viabilidade de melhora do lado
fiscal, tudo isso pode aliviar mais
o ambiente e gerar mais espaço
para uma aceleração. Por en-
quanto, o passo de 0,5 ponto deve
se manter por algum tempo.
Valor: E em relação ao nível final
dos juros? O Santander trabalha
hoje com a Selic a 9,5% em 2024...
Vescovi: O Copom trouxe algu-
mas questões que vão balizar o ní-
Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
como “neutro” e um “não-even-
to” por vir em linha com o que o
mercado esperava. As projeções
da Ativa continuam inalteradas,
com cortes em 0,50 ponto per-
centual se estendendo até o fim
do primeiro trimestre de 2024.
No segundo trimestre, um corte
de 0,25 ponto encerraria o ci-
clo, com a Selic em 10,5%.
A economista-chefe da CM Ca-
pital, Carla Argenta, também re-
força o coro de quem enxerga um
BC mais cauteloso. “A maior parte
das surpresas [entre as reuniões]
foi no sentido de não se afrouxar
mais a política monetária”, afirma.
A CM Capital tem estimativa de a
Selic terminar 2023 em 11,75%. Po-
rém, a casa vê condições para a au-
toridade acelerar o passo em 2024.
A estimativa da gestora é de a taxa
Ana Paula Vescovi: ‘Copom voltou a alertar sobre o tema fiscal’
vel final dos juros, ou seja, até on-
de o ciclo pode ir. Ele coloca, ob-
viamente, a dinâmica inflacioná-
ria; as expectativas longas de infla-
ção, que estão em 3,5%; as ques-
tões do hiato do produto, com
uma observação de que a ativida-
de vai desacelerar; e o balanço de
riscos. Eu incluiria a questão do di-
ferencial de juros não só em rela-
ção aos pares, mas especialmente
em relação aos Estados Unidos. Vi-
mos um Fed [Federal Reserve, o
banco central americano] mais
conservador e esse é um dos com-
ponentes que tendem a balizar até
onde o BC pode ir com o ciclo.
Valor: É um ponto de atenção no
seu cenário?
Vescovi: O que o Fed colocou,
durante a entrevista do presidente
Jerome Powell, é uma percepção de
que, talvez, a taxa de juros neutro
pode estar mais alta nos EUA. Acho
que essa alta nos ‘dots’ [gráfico de
pontos] que vimos nas projeções
do Fed para os juros em 2024,
apontando que o início da redução
das taxas nos EUA pode ser mais
tardio do que se espera e tentando
guiar os mercados para uma pers-
pectiva mais conservadora, afeta as
próximas decisões no Brasil. Temos
uma deterioração da perspectiva
externa, dado que o próprio Co-
pom cita pontos como os juros
longos nos EUA e a desaceleração
na China como desvantagens para
países emergentes. É uma deterio-
ração do cenário externo.
Valor: A questão fiscal voltou ao
comunicado, após ter sido retirada
do balanço de riscos em agosto. Co-
mo a senhora viu a inclusão?
Vescovi: Agora voltou como
um destaque no comunicado.
“Passo de 0,5
ponto percentual
de corte nos juros
deve se manter por
algum tempo”
Ana Paula Vescovi
| Valor | C3
básica alcançar 8% no fim de 2024.
“Temos Selic no fim do ciclo
mais baixa do que o mercado espe-
ra. Nas nossas estimativas, vemos
arrefecimento mais forte da infla-
ção em 2024, mais acentuado dos
núcleos, principalmente, dos ser-
viços, o que deve abrir margem pa-
ra queda mais intensa [da Selic].”
O economista do BTG Pactual Ál-
varo Frasson menciona ainda a pos-
sibilidade de uma mudança no cál-
culo do hiato do produto (uma me-
dida da ociosidade da economia)
levar a um ajuste das projeções de
inflação.“Adiretora[doBC]Fernan-
da Guardado afirmou que haverá
revisão metodológica do cálculo do
hiato no relatório trimestral de in-
flação. Se tudo permanecer cons-
tante, a revisão deve trazer elevação
das expectativas de inflação do BC.”
CAROL CARQUEJEIRO/VALOR
Passa uma percepção de aumen-
to da preocupação com o cum-
primento das metas. Nosso cená-
rio, porém, não mudou em rela-
ção a isso. Já tínhamos a perspec-
tiva de uma melhora muito tênue
do resultado fiscal deste ano e do
próximo e víamos uma desacele-
ração da arrecadação na margem
por dois motivos: o processo de-
sinflacionário e a desaceleração
esperada da atividade. Além dis-
so, há um aumento das despesas.
Apesar disso, estamos vendo a Se-
lic em 9,5% em 2024, sendo que
antes projetávamos a taxa a 10%,
muito por conta da dinâmica da
inflação corrente, apesar da ro-
bustez do mercado de trabalho.
Valor: A resiliência da atividade
foi citada pelo Copom e, desde a
reunião de agosto, há uma discus-
são sobre um possível aumento do
PIB potencial brasileiro. Como o
banco tem visto essa possibilidade?
Vescovi: Assim como o presi-
dente do Fed falou muito cuidado-
samente sobre a possibilidade de
ter, sim, havido um aumento do ju-
ro neutro nos EUA, estamos mais
nessa linha cautelosa em relação a
um PIB potencial mais alto por
aqui. O Brasil fez várias reformas e
passamos por mudanças que po-
dem ter elevado a produtividade
da economia e posso citar os mer-
cados de capitais; a reforma da Pre-
vidência; a reforma trabalhista…
Mas também estamos em um con-
texto de muitos impulsos. Além
disso, observamos uma mudança
nas preferências de consumo, que
vem do choque da pandemia e co-
meça a se normalizar. Algumas
coisas são mais concretas, como o
aumento da participação do agro
na economia, um setor com muita
produtividade, mas nada que dê
conta de explicar algo que se altere
muito. Acho muito cedo para infe-
rir que, por conta de surpresas po-
sitivas na atividade em um contex-
to de muitos impulsos e mudanças
comportamentais, o PIB potencial
tenha subido. Temos uma reforma
tributária sendo discutida, uma
peça importante para ganhos de
produtividade. É preciso esperar.
C4 | Valor | Quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Finanças

Endividamento Processo na próxima semana permitirá que credor ofereça desconto

nas dívidas; governo quer renegociar até R$ 161 bilhões de 32,5 milhões de CPFs
Sequoia
vai emitir
Desenrola entra na fase de leilões R$ 400 mi em
debêntures
Guilherme Pimenta e Álvaro Campos gunda fase: outros 2,5 milhões de aguarda a sanção do PL do Desen- negociado, mas sem essa garantia, panha de divulgação para a popu-
De Brasília e São Paulo CPFs vão poder negociar suas dí- rola, que tramita no Senado, para que possibilita descontos maiores. lação sobre a nova fase do pro- Rita Azevedo
vidas até R$ 20 mil. Nesta fase, há haver segurança jurídica no fun- O devedor terá a prerrogativa de grama. Também há uma expec- De São Paulo
O Ministério da Fazenda come- um potencial de R$ 82,4 bilhões. cionamento da plataforma. escolher o agente financeiro, as dí- tativa de que os credores comu-
ça na próxima segunda-feira a rea- SegundoaFazenda,709credores O governo espera que o desconto vidas que serão renegociadas e for- niquem os endividados sobre a Com forte crescimento na ala-
lizar os leilões da terceira fase do estão aptos a participar do leilão, de mínimo fique em torno de 58%, mas ma de parcelamento. No caso de fi- possibilidade de renegociação. vancagem e a possibilidade de ter
programa Desenrola, uma das segunda-feira até quarta-feira. Ha- avalia que, como haverá competição nanciamento, o prazo mínimo é A Medida Provisória que criou o o vencimento antecipado de dívi-
promessas de campanha do presi- verá divisão por lotes, que vão entre as empresas credoras, o per- de dois meses e o máximo de 60 programa foi publicada em 6 de ju- das, a Sequoia Logística costurou
dente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), abranger nove setores e quatro gru- centual deve ser superior. Para dívi- meses, com juro limitado a 1,99% nho e perde validade em 3 de outu- um acordo com credores que pre-
que tem a intenção de limpar o no- pos com as idades das dívidas. Os das antigas do rotativo do cartão de ao mês e parcela mínima de R$ 50. bro. Já aprovado na Câmara, o texto vê a emissão de R$ 400 milhões em
me de brasileiros endividados. setores envolvem serviços financei- crédito, por exemplo, é esperado al- Na avaliação do secretário de está na Comissão de Assuntos Eco- debêntures conversíveis. O plano é
Nesta fase, que inclui dívidas não ros, securitizadoras, comércio vare- to desconto. Para contas de energia Reformas Econômicas do Ministé- nômicos (CAE) do Senado e terá co- que os debenturistas troquem as
bancárias, o governo quer renego- jista, energia, telecomunicações, de 2022, o patamar deve ser menor. rio da Fazenda, Marcos Pinto, as mo relator o senador Rodrigo Cu- dívidas atuais por essa nova emis-
ciar até R$ 161,3 bilhões de até educação, saneamento, micro e pe- Para toda a dívida ser garantida duas primeiras fases do Desenrola nha (Pode-AL), mas ainda não há são, com o benefício da conver-
32,5 milhões de CPFs que ganham quena empresa e outros. O governo pelo recurso disponível no FGO, a foram bem sucedidas. Isso porque previsão para votação. Ele diz que são em participação em ações.
até dois salários mínimos e/ou es- reservou R$ 8 bilhões do Fundo Ga- Fazenda calcula que o desconto 10 milhões de dívidas até R$ 100 haverá audiência pública na CAE A Sequoia registrou ontem na
tão inscritos no Cadastro Único, rantidor de Operações (FGO), que médio teria de ser de 90%. Do con- foram perdoadas na primeira eta- na próxima quinta-feira. “Não te- CVM a oferta de títulos manda-
com dívidas de até R$ 20 mil. vai garantir a dívida renegociada. trário, o montante poderá ser re- pa, e mais de R$ 13,2 bilhões fo- nho interesse nenhum em gerar toriamente conversíveis em até
Esta terceira etapa, batizada de No leilão, as propostas com ram negociados na segunda fase. desgaste para o governo e não po- duas séries. O valor total pode
“Faixa 1”, foi dividida em duas fa- maiores descontos serão selecio- “Temos um problema crônico demos deixar passar a oportuni- ser reduzido caso a demanda
ses. Na primeira, estão elegíveis nadas. Segundo portaria da Fazen- “Há um problema com superendividamento, torna- dade de aprovar esse projeto.” seja menor que a esperada.
29,9 milhões de pessoas aptas a re- da, havendo necessidade de de- do ainda mais agudo por conta da Líder do governo no Congresso, A primeira série, de R$ 300 mi-
negociar dívidas de até R$ 5 mil sempate entre ofertas em um mes- crônico de pandemia. Com o Desenrola, va- o senador Randolfe Rodrigues (sem lhões, é voltada exclusivamente
reais. Nesse ponto, o total negocia-
do poderá alcançar R$ 78,9 bi-
mo lote, deverão ser utilizadas co-
mo critérios as dívidas de inscritos
superendividamento, mos dar um alívio à população
mais pobre”, disse. Com o nome
partido) disse que pedirá a Cunha
que ele reduza o cronograma.
para investidores que já sejam ti-
tulares de debêntures simples da
lhões. O interessado terá até 40
dias (divididos em dois blocos de
no CadÚnico e de menor valor.
Passado o leilão, o endividado
que piorou na limpo, o endividado poderá “par-
ticipar do mercado mais ativa-
“Acho que é possível na semana que
vem fazer um debate e ao mesmo
3 aª emissão da companhia, ocor-
rida no fim de 2022. Para a oferta
20 dias cada) para se inscrever na poderá acessar a plataforma na se- pandemia” mente”, gerando efeito positivo na tempo a CAE se reunir e apreciar o ocorrer, é necessário que pelo
plataforma Gov.BR e aderir. Passa- mana do dia 2 de outubro, ainda economia, afirmou o secretário. programa e trazermos para o ple- menos R$ 200 milhões sejam
dos esses 40 dias, começa a se- sem uma data definida. A Fazenda Marcos Pinto O governo começará uma cam- nário.” (Colaborou Julia Lindner) distribuídos entre esse público.

Finanças Indicadores

IMA - Índices de Mercado Anbima Custo do dinheiro TR, Poupança e TBF Índice de Renda Fixa Valor
Em 20/09/23 Em % no período Variações % no período Base = 100 em 31/12/99
Valor Var. no Var. no Var. no Há No fim de Há Há Período TR Poupança * Poupança ** TBF 20/09/23 19/09/23 18/09/23 15/09/23 14/09/23 13/09/23
Índice Referência do índice dia % mês % ano % Taxas referenciais 20/09/23 19/09/23 1 semana agosto 1 mês 12 meses 03/09 a 03/10 0,1110 0,6116 0,6116 0,9019 Índice 1.993,63 1.992,67 1.993,84 1.993,29 1.993,90 1.993,21
IRF-M 1* 14.734,6350090 0,05 0,63 9,74 Selic - meta ao ano 13,25 13,25 13,25 13,25 13,25 13,75 04/09 a 04/10 0,1436 0,6443 0,6443 0,9447 Var. no dia 0,05% -0,06% 0,03% -0,03% 0,03% 0,10%
IRF-M 1+** 19.092,0516470 0,12 0,42 13,47 Selic - taxa over ao ano 13,15 13,15 13,15 13,15 13,15 13,65 05/09 a 05/10 0,1397 0,6404 0,6404 0,9408 Var. no mês 0,54% 0,49% 0,55% 0,52% 0,55% 0,52%
IRF-M Total 17.244,5406400 0,10 0,48 11,97 Selic - taxa over ao mês 1,4711 1,4711 1,4711 1,4711 1,4711 1,5236 06/09 a 06/10 0,1360 0,6367 0,6367 0,9371 Var. no ano 11,36% 11,30% 11,37% 11,34% 11,37% 11,33%
IMA-B 5*** 8.743,6444490 0,03 0,43 9,21 Selic - taxa efetiva ao ano 13,15 13,15 13,15 13,19 13,19 13,65 07/09 a 07/10 0,1330 0,6337 0,6337 0,9341 Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data
IMA-B 5+**** 11.058,2827770 0,25 -0,54 13,66 Selic - taxa efetiva ao mês 0,9853 0,9853 0,9853 1,1375 1,1375 1,0720 08/09 a 08/10 0,1330 0,6337 0,6337 0,9341
IMA-B Total 9.539,8987070 0,15 -0,08 11,75 CDI - taxa over ao ano 13,15 13,15 13,15 13,15 13,15 13,65 09/09 a 09/10 0,1070 0,6075 0,6075 0,8878
IMA-S Total 6.191,3465750 0,05 0,62 9,72 CDI - taxa over ao mês 1,4711 1,4711 1,4711 1,4711 1,4711 1,5236 10/09 a 10/10 0,1296 0,6302 0,6302 0,9306
IMA-Geral Total 7.672,7481710 0,09 0,37 10,80
Fonte: Anbima. Elaboração: Valor Data. * Prazo menor ou igual a 1 ano ** Prazo maior que 1 ano *** Prazo menor ou igual a 5 anos **** Prazo
CDI - taxa efetiva ao ano 13,15 13,15 13,15 13,19 13,19 13,65 11/09 a 11/10
12/09 a 12/10
0,1622
0,1603
0,6630
0,6611
0,6630
0,6611
0,9735
0,9716
Câmbio
CDI - taxa efetiva ao mês 0,9853 0,9853 0,9853 1,1375 1,1375 1,0720
maior que 5 anos 13/09 a 13/10 0,1252 0,6258 0,6258 0,9262
CDB Pré - taxa bruta ao ano - - - - 10,77 12,94
14/09 a 14/10 0,1302 0,6309 0,6309 0,9212 Em 20/09/23
CDB Pré - taxa bruta ao mês - - - - 0,8561 1,0192 Em US$ * Em R$ **
15/09 a 15/10 0,0952 0,5957 0,5957 0,8759
CDB Pós - taxa bruta ao ano - - - - 12,03 12,77 Moeda Compra Venda Compra Venda
Crédito CDB Pós - taxa bruta ao mês - - - - 0,9514 1,0065
16/09 a 16/10
17/09 a 17/10
0,0591
0,0917
0,5594
0,5922
0,5594
0,5922
0,8296
0,8724 Baht (Tailândia) 35,9300 35,9500 0,13490 0,13490
Taxa de juros de referência - B3 18/09 a 18/10 0,1242 0,6248 0,6248 0,9152 Balboa (Panamá) 1,0000 1,0000 4,8481 4,8487
Taxas - em % no período TJ3 - 3 meses (em % ao ano) 12,34 12,36 12,44 12,60 12,72 13,77 19/09 a 19/10 0,1208 0,6214 0,6214 0,9118 Bolívar Soberano (Venezuela) 33,7316 33,8161 0,1434000 0,1437000
Há 1 No fim de Há 1 Há 12 TJ6 - 6 meses (em % ao ano) 11,81 11,80 11,81 12,02 12,13 13,81 Boliviano (Bolívia) 6,8600 7,0100 0,6916 0,7068
Fonte:BancoCentral.Elaboração:ValorData.*Depósitosaté03/05/12**Depósitos
Linhas - pessoa jurídica 05/09 04/09 semana agosto mês meses Taxas referenciais de Swap - B3 Colon (Costa Rica) 531,7250 534,9500 0,009063 0,009119
a partir de 04/05/12; Lei nº 12.703/2012
Capital de giro pré até 365 dias - a.a. 32,92 30,86 33,81 29,83 32,37 31,59 DI x Pré-30 - taxa efetiva ao ano 12,67 12,70 12,79 12,98 13,05 13,73 Coroa (Dinamarca) 6,9556 6,9566 0,6969 0,6971
Capital de giro pré sup. 365 dias - a.a. 24,70 25,09 25,10 24,18 25,50 25,02 DI x Pré-60 - taxa efetiva ao ano 12,52 12,54 12,63 12,82 12,91 13,76 Coroa (Islândia) 135,5600 135,8900 0,03568 0,03577
Conta garantida pré - a.a.
Desconto de duplicata pré - a.a.
48,25
27,13
48,83
25,97
46,70
27,05
49,07
26,55
44,76
27,31
48,79
25,36
DI x Pré-90 - taxa efetiva ao ano 12,32 12,34 12,41 12,60 12,72 13,77 B3 - Brasil, Bolsa, Balcão Coroa (Noruega)
Coroa (Rep. Tcheca)
10,7090
22,7470
10,7133
22,7570
0,4525
0,2130
0,4528
0,2132
DI x Pré-120 - taxa efetiva ao ano 12,15 12,17 12,22 12,40 12,51 13,78
Vendor pré - a.a. 17,71 18,05 18,43 17,86 17,11 19,97 Coroa (Suécia) 11,0632 11,0656 0,4381 0,4383
Capital de giro flut. até 365 dias - a.a. 18,52 17,43 17,52 18,84 19,89 21,09
DI x Pré-180 - taxa efetiva ao ano 11,79 11,80 11,83 12,04 12,15 13,80 Índices de ações em 20/09/23 Dinar (Argélia) 136,2400 137,6020 0,03523 0,03559
Capital de giro flut. sup. 365 dias - a.a. 17,90 17,48 17,99 17,50 17,28 19,27 DI x Pré-360 - taxa efetiva ao ano 10,82 10,83 10,76 10,98 11,10 13,58
No No No Em 12 Dinar (Kuwait) 0,3086 0,3087 15,7049 15,7119
Conta garantida pós - a.a. 27,26 27,61 27,85 26,90 28,39 26,75 Fontes: Banco Central, B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
Índice dia mês ano meses Dinar (Líbia) 4,8526 4,8749 0,9945 0,9992
ACC pós - a.a. 7,91 8,36 8,48 8,91 8,66 6,97 Direitos Especiais de Saque *** 1,3197 1,3197 6,3980 6,3988
Factoring - a.m. 3,52 3,51 3,47 3,49 3,48 3,68 Variação % em reais
Dirham (Emirados Árabes Unidos) 3,6726 3,6734 1,3198 1,3202
Fontes: Banco Central, Anfac e Valor PRO. Elaboração: Valor Data Mercado futuro Ibovespa 118.695 0,72 2,55 8,17 5,49 Dirham (Marrocos) 10,2321 10,2371 0,4736 0,4739
IBrX 49.990 0,69 2,66 7,40 4,52 Dólar (Austrália)*** 0,6497 0,6499 3,1498 3,1512
Em 20/09/23 IBrX 50 19.728 0,73 2,85 6,61 4,76 Dólar (Bahamas) 1,0000 1,0000 4,8481 4,8487
Juros externos PU de Taxa efetiva - Contratos Cotação - em % ao ano
IEE
SMLL
88.776
2.181
0,98
0,76
4,31
0,41
12,83
8,57
10,03
-2,96
Dólar (Belize) 1,9982 2,0332 2,3845 2,4265
DI de 1 dia ajuste em % ao ano negociados Mínimo Máximo Último Dólar (Canadá) 1,3425 1,3426 3,6110 3,6117
ISE 3.403 0,85 1,14 7,77 -4,52 Dólar (Cayman) 0,8250 0,8350 5,8061 5,8772
Empréstimos - em % ao ano Vencimento em out/23 99.621,03 12,705 78.931 12,702 12,716 12,704 IMOB 901 1,14 1,26 36,70 16,03 Dólar (Cingapura) 1,3607 1,3612 3,5616 3,5634
Há 1 No fim de Há 1 Há 12 Vencimento em nov/23 98.637,17 12,664 70.714 12,660 12,666 12,664 IDIV 8.087 0,84 3,51 13,06 13,37 Dólar (EUA) 1,0000 1,0000 4,8481 4,8487
20/09/23 19/09/23 semana agosto mês meses Vencimento em dez/23 97.744,08 12,451 38.770 12,444 12,454 12,454 Dólar (Hong Kong) 7,8225 7,8227 0,6197 0,6198
IFIX 3.224 -0,15 0,37 12,47 7,93
SOFR - empréstimos interbancários em dólar * Vencimento em jan/24 96.884,25 12,255 741.940 12,245 12,270 12,260 Dólar (Nova Zelândia)*** 0,5975 0,5979 2,8967 2,8990
Atual - 5,3100 5,3000 5,3100 5,3000 2,2600 Vencimento em fev/24 95.966,06 12,078 4.575 12,080 12,105 12,105 Variação % em dólares Dólar (Trinidad e Tobago) 6,7264 6,8260 0,7102 0,7208
1 mês - 5,3146 5,3133 5,3114 5,2708 2,2824 Vencimento em mar/24 95.210,60 11,900 6.921 11,880 11,910 11,890 Ibovespa 24.480 0,90 4,10 16,40 12,49 Euro (Comunidade Européia)*** 1,0712 1,0716 5,1933 5,1959
3 meses - 5,2380 5,2208 5,1843 5,1575 1,9804 Vencimento em abr/24 94.442,73 11,721 257.005 11,700 11,735 11,735 IBrX 10.310 0,88 4,20 15,57 11,45 Florim (Antilhas Holandesas) 1,7845 1,8200 2,6638 2,7171
6 meses - 5,1376 5,1117 5,0561 5,0134 1,2878
Vencimento em mai/24 93.630,40 11,529 2.629 11,525 11,555 11,530 IBrX 50 4.069 0,91 4,40 14,73 11,71 Franco (Suíça) 0,8954 0,8955 5,4138 5,4151
€STR - empréstimos interbancários em euro **
Vencimento em jun/24 92.886,40 11,348 2.829 11,325 11,370 11,370 IEE 18.309 1,16 5,88 21,42 17,33 Guarani (Paraguai) 7273,5900 7285,5900 0,0006654 0,0006666
Atual - 3,6510 3,6520 3,6460 3,6540 0,6590
Vencimento em jul/24 92.201,39 11,184 205.365 11,150 11,205 11,205 SMLL 450 0,97 1,93 16,82 3,50 Hryvnia (Ucrânia) 36,9290 36,9340 0,1313 0,1313
1 mês - 3,6575 3,6585 3,6420 3,5617 0,0561
Vencimento em ago/24 91.426,32 11,024 4.797 11,000 11,040 11,040 ISE 702 1,04 2,69 15,96 1,82 Iene (Japão) 147,7400 147,7500 0,03281 0,03282
3 meses - 3,5425 3,5093 3,4373 3,3780 -0,2358
IMOB 186 1,31 2,76 47,13 23,81 Lev (Bulgária) 1,8241 1,8249 2,6566 2,6581
6 meses - 3,2765 3,2441 3,1542 3,0958 -0,4111 Ajuste Var. no Contratos Cotação - R$/US$ 1.000,00
1 ano - 2,4515 2,3990 2,2628 2,1460 -0,4906 IDIV 1.668 1,02 5,07 21,66 20,88 Libra (Egito) 30,8500 30,9500 0,1566 0,1572
Dólar comercial do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último
Euribor *** IFIX 665 0,03 1,89 21,01 15,10 Libra (Líbano) 15000,0000 15060,0000 0,000322 0,000323
Vencimento em out/23 4.870,38 -0,24 265.085 4.849,00 4.889,50 4.887,00 Libra (Síria) 13000,0000 13003,0000 0,00037 0,00037
1 mês - 3,891 3,675 3,637 3,612 0,700 Vencimento em nov/23 4.891,53 -0,24 35 4.872,50 4.887,50 4.880,00 Fontes: B3, Banco Central e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
3 meses - 3,934 3,845 3,795 3,806 1,100 Libra Esterlina (Grã Bretanha)*** 1,2385 1,2389 6,0044 6,0071
Vencimento em dez/23 4.908,68 - 0 0,00 0,00 0,00 Naira (Nigéria) 770,2700 771,2700 0,00629 0,00630
6 meses - 4,071 3,999 3,987 3,941 1,740
Vencimento em jan/24 4.923,52 - 0 0,00 0,00 0,00 Lira (Turquia) 27,0314 27,0399 0,1793 0,1794
1 ano -
Taxas referenciais no mercado norte-americano
4,216 4,112 4,102 4,082 2,338
Vencimento em fev/24 4.942,64 - 0 0,00 0,00 0,00 Prêmio de risco do EMBI+* Novo Dólar (Taiwan) 31,9780 31,9960 0,15150 0,15160
Prime Rate 8,50 8,50 8,50 8,50 8,50 5,50 Ajuste Var. no Contratos Cotação - R$/€ 1.000,00 Novo Sol (Peru) 3,7157 3,7174 1,3042 1,3049
Federal Funds 5,50 5,50 5,50 5,50 5,50 2,50 Euro do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último Spread em pontos base ** Peso (Argentina) 349,9500 350,0000 0,01385 0,01386
Taxa de Desconto 5,50 5,50 5,50 5,50 5,50 2,50 País Spread Variação - em pontos Peso (Chile) 880,9000 881,2000 0,005502 0,005504
Vencimento em out/23 5.207,31 - 0 0,00 0,00 0,00 Peso (Colômbia) 3907,9100 3909,3400 0,001240 0,001241
T-Bill (1 mês) 5,39 5,40 5,40 5,39 5,39 2,51 Vencimento em nov/23 5.237,00 - 0 0,00 0,00 0,00 20/09/23 19/09/23 No dia No mês No ano
T-Bill (3 meses) 5,48 5,45 5,48 5,46 5,42 3,26 Geral 374 378 -4,0 -2,0 -1,0 Peso (Cuba) 24,0000 24,0000 0,2020 0,2020
Vencimento em dez/23 5.262,29 - 0 0,00 0,00 0,00 Peso (Filipinas) 56,6760 56,6960 0,08551 0,08555
T-Bill (6 meses) 5,54 5,52 5,53 5,51 5,45 3,85 África do Sul 397 401 -4,0 -9,0 4,0
T-Note (2 anos) 5,19 5,10 4,97 4,86 5,00 3,97 Ajuste Var. no Contratos Cotação - pontos do índice Argentina 2.245 2.184 61,0 148,0 49,0 Peso (México) 17,0252 17,0357 0,2846 0,2848
T-Note (5 anos) 4,58 4,51 4,39 4,26 4,47 3,75 Ibovespa do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último Brasil 201 204 -3,0 -8,0 -55,0 Peso (Rep. Dominicana) 56,6400 56,9300 0,08516 0,08561
T-Note (10 anos) 4,41 4,36 4,25 4,11 4,34 3,57 Vencimento em out/23 119.666 0,72 150.470 118.980 120.700 119.545 Colômbia 311 317 -6,0 -3,0 -49,0 Peso (Uruguai) 38,1300 38,1600 0,12700 0,12720
T-Bond (30 anos) 4,45 4,43 4,35 4,21 4,45 3,57 Vencimento em dez/23 121.541 - 0 0 0 0 Filipinas 89 90 -1,0 1,0 14,0 Rande (África do Sul) 18,7551 18,7582 0,2585 0,2585
Fontes: ECB, EMMI, FRBNY e Valor PRO. Elaboração: Valor Data * Taxa baseada em transações de empréstimos overnight garantidos por títulos do México 179 182 -3,0 12,0 -24,0 Rial (Arábia Saudita) 3,7506 3,7510 1,2925 1,2928
Vencimento em fev/24 123.473 - 0 0 0 0 Peru 115 119 -4,0 0,0 -32,0
Tesouro EUA. ** A taxa reflete os custos de empréstimos overnight sem garantia. ***Taxas da BBA e da Federação Bancária da União Europeia Rial (Irã) 42000,0000 42005,0000 0,0001154 0,0001154
Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data Turquia 349 374 -25,0 -14,0 -64,0 Ringgit (Malásia) 4,6830 4,6880 1,0342 1,0354
Venezuela 35.437 35.220 217,0 1.787,0 -9.483,0 Rublo (Rússia) 95,5250 97,5250 0,04971 0,05076
Fonte:JPMorgan.Elaboração:ValorData.*CalculadopeloJPMorgan.**Sobreotítulo Rúpia (Índia) 82,9250 82,9800 0,05842 0,05847
Evolução das aplicações financeiras Indicadores do mercado do tesouro americano Rúpia (Indonésia) 15375,0000 15385,0000 0,0003151 0,0003154
Rúpia (Paquistão) 294,2100 295,0300 0,01643 0,01648
Rentabilidade no período em % Shekel (Israel) 3,7936 3,7956 1,2773 1,2781
Mês Acumulado Em 20/09/23 Reservas internacionais Won (Coréia do Sul) 1325,6600 1326,5700 0,003655 0,003658
Renda Fixa set/23* ago/23 jul/23 jun/23 mai/23 abr/23 Ano* 12 meses** Variações % Yuan Renminbi (China) 7,2870 7,2888 0,6651 0,6654
Selic 0,64 1,14 1,07 1,07 1,12 0,92 9,56 13,55 Indicador Compra Venda No dia No mês No ano 12 meses Zloty (Polônia) 4,3108 4,3123 1,1242 1,1248
CDI 0,64 1,14 1,07 1,07 1,12 0,92 9,56 13,55 Dólar (Ptax - BC) - (R$/US$) 4,8481 4,8487 -0,18 -1,49 -7,07 -6,22
Liquidez Internacional *, em US$ milhões
Fim de período Diário Cotações Em R$(1)
CDB (1) - 0,84 0,80 0,86 0,86 0,91 7,08 10,84 Dólar Comercial (mercado) - (R$/US$) 4,8794 4,8800 0,15 -1,41 -7,54 -5,28 Ouro Spot (2) Paridade (3) Compra Venda
Poupança (2) 0,61 0,72 0,66 0,68 0,72 0,58 6,16 8,39 Dólar Turismo (R$/US$) 4,8722 5,0522 -0,11 -1,73 -7,76 -5,65 jan/23 343.622 08/09/23 342.523
Poupança (3) 0,61 0,72 0,66 0,68 0,72 0,58 6,16 8,39 Euro (BC) - (R$/€) 5,1933 5,1959 0,13 -2,61 -6,71 0,55 Dólar Ouro 1942,11 0,01602 302,6280 302,6654
fev/23 338.098 11/09/23 342.517
IRF-M 0,48 0,76 0,89 2,12 2,20 1,10 11,97 14,96 Euro Comercial (mercado) - (R$/€) 5,2006 5,2012 -0,05 -3,10 -7,70 1,19 Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: Valor Data
IMA-B -0,08 -0,38 0,81 2,39 2,53 2,02 11,75 13,76 Euro Turismo (R$/€) 5,2384 5,4184 -0,01 -3,19 -7,62 1,11 mar/23 345.620 12/09/23 342.367 * Cotações em unidades monetárias por dólar. ** Cotações em reais por unidade monetária. *** Moedas do tipo
IMA-S 0,62 1,18 1,06 1,14 1,21 0,86 9,72 13,81 Euro (BC) - (US$/€) 1,0712 1,0716 0,31 -1,14 0,39 7,22 abr/23 347.725 13/09/23 342.464 B (cotadas em dólar por unidade monetária). (1) Por grama. (2) US$ por onça. (3) Grama por US$. Observações:
Renda Variável Ouro* mai/23 344.489 14/09/23 342.713 As taxas acima deverão ser utilizadas somente para coberturas específicas de acordo com a legislação vigente.
Ibovespa 2,55 -5,09 3,26 9,00 3,74 2,50 8,17 5,68 jun/23 343.620 15/09/23 342.200 As contratações acima referidas devem ser realizadas junto às regionais de câmbio do Rio e de São Paulo. O lote
Índice Small Cap 0,41 -7,43 3,12 8,17 13,54 1,91 8,57 -1,94 B3 (R$/g) ** - 297,800 0,10 -2,68 -1,39 7,41 jul/23 345.476 18/09/23 342.083 mínimo operacional, exclusivamente para efeito das operações contratadas junto à mesa de operações do Banco
IBrX 50 2,85 -4,75 3,70 8,78 2,92 1,65 6,61 4,56 Nova York (US$/onça troy) - 1.930,27 -0,05 -0,49 5,86 15,84 ago/23 344.177 19/09/23 342.052 Central em Brasília, foi fixado para hoje em US$ 1.000.000. Nota: em 29/03/10, o Banco Central do Brasil
ISE 1,14 -7,55 1,27 9,00 9,02 3,23 7,77 -4,30 Londres (US$/onça troy) - 1.930,15 -0,25 -0,72 6,50 15,72
Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data. *Agrega, aos valores do conceito Caixa, passou a divulgar, para a maior parte das moedas presentes na tabela, as cotações com até quatro casas
IMOB 1,26 -7,65 5,15 9,62 17,11 6,84 36,70 24,21 Fontes: Banco Central, B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data. * Última cotação. ** Contrato = 250g haveres como títulos de exportação e outros de médio e longo prazos decimais, padronizando-as aos parâmetros internacionais
IDIV 3,51 -2,83 2,84 8,78 0,84 3,89 13,06 10,64
IFIX 0,37 0,49 1,33 4,71 5,43 3,52 12,47 7,95
Dólar Ptax (BC) -1,49 3,80 -1,61 -5,43 1,90 -1,57 -7,07 -4,96
Dólar Comercial (mercado) -1,41 4,68 -1,25 -5,60 1,72 -1,61 -7,54 -4,82 Índices de ações Valor-Coppead Bolsas de valores internacionais
Euro (BC) (4) -2,61 2,11 -0,71 -3,06 -1,67 -0,07 -6,71 2,35
Euro Comercial (mercado) (4) -3,10 3,24 -0,49 -3,66 -1,31 -0,05 -7,70 2,71 Em 12 meses
Ouro B3 -2,68 4,08 -0,17 -6,21 0,00 -0,95 -1,39 7,37 Em pontos Variações % Menor Maior
Inflação No fim de Variação - em % País Cidade Índice 20/09/23 19/09/23 No dia No mês No ano Em 12 meses índice índice
IPCA - 0,23 0,12 -0,08 0,23 0,61 3,23 4,61 Índice 20/09/23 19/09/23 ago/23 dez/22 dia mês Ano Américas
IGP-M - -0,14 -0,72 -1,93 -1,84 -0,95 -5,28 -7,20
Valor-Coppead Performance 157.838,22 156.110,95 156.342,44 154.559,59 1,11 0,96 2,12 EUA Nova York Dow Jones 34.440,88 34.517,73 -0,22 -0,81 3,90 12,16 28.725,51 35.630,68
Fontes: Anbima, BC, B3, IBGE e Valor PRO . Elaboração: Valor Data
* Rendimento até o dia 20/set/23. ** Até ago/23. (1) rendimento bruto do 1º dia útil do mês (2) rentabilidade do 1º dia do mês - depósitos Valor-Coppead Mínima Variância 84.862,61 84.199,75 83.632,68 80.469,68 0,79 1,47 5,46 EUA Nova York Nasdaq-100 14.969,92 15.191,23 -1,46 -3,43 36,84 26,31 10.679,35 15.841,35
até 03/05/12. (3) rentabilidade do 1º dia do mês - depósitos a partir de 04/05/12. (4) Variação sobre o Real Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data EUA Nova York Nasdaq Composite 13.469,13 13.678,19 -1,53 -4,03 28,69 17,89 10.213,29 14.358,02
EUA Nova York S&P 500 4.402,20 4.443,95 -0,94 -2,34 14,66 14,17 3.577,03 4.588,96
Canadá Toronto S&P/TSX 20.214,69 20.218,89 -0,02 -0,38 4,28 4,37 18.206,28 20.767,38
Fundos de Investimento Captações de recursos no exterior
México
Colômbia
Cidade do México
Bogotá
IPC
COLCAP
52.507,23
1.108,88
52.219,76
1.104,73
0,55
0,38
-0,97
3,04
8,34
-13,78
11,55
-7,19
44.626,80
1.046,70
55.534,68
1.342,91
Venezuela Caracas IBVC 39.053,59 39.068,79 -0,04 1,32 86,43 347,12 8.518,12 39.117,92
Análise diária da indústria - em 15/09/23 Últimas operações realizadas no mercado internacional * Chile Santiago IPSA 5.932,83 Feriado -1,16 -1,27 12,75 11,08 4.936,57 6.432,76
Patrimônio Rentabilidade nominal - % Estimativa da captação líquida - R$ milhões Peru Lima S&P/BVL General 22.742,29 22.737,53 0,02 -1,69 6,62 16,13 18.685,83 23.806,19
Data Data Valor Cupom/ Spread
líquido em em 12 em 12 Argentina Buenos Aires Merval 562.032,61 576.676,12 -2,54 -14,01 178,12 279,93 135.472,73 683.587,71
de do Prazo US$ Custo Retorno pontos-
Categorias R$ milhões (1) no dia no mês 2023 meses no dia no mês no ano meses Europa, Oriente Médio e África
Renda Fixa 3.093.462,39 -2.866,12 33.406,58 -3.034,73 -206.509,13 Emissor/Tomador liquidação vencimento meses milhões em % em % base **
RF Indexados (2) 152.272,80 -0,08 0,33 9,82 12,87 305,44 1.216,74 -3.961,39 -17.267,74 Azul 20/07/23 20/07/28 60 800 11,93 12,25 830,0 Euro - Euronext 100 1.352,86 1.345,39 0,56 -0,21 9,85 16,52 2.995,33 3.699,96
RF Duração Baixa Soberano (2) 617.331,19 0,05 0,46 8,78 12,62 -142,66 27.826,11 54.904,81 -37.798,37 Embraer 28/07/23 28/07/30 120 750 7,0 6,975 308,5 Alemanha Frankfurt DAX 15.781,59 15.664,48 0,75 -1,04 13,34 24,55 11.975,55 16.469,75
RF Duração Baixa Grau de Invest. (2) 723.741,80 0,05 0,51 9,04 13,27 -482,86 -5.886,68 -46.503,71 -68.729,86 JBS 12/09/23 15/03/34 126 1.600 6,75 6,768 250,3 França Paris CAC-40 7.330,79 7.282,12 0,67 0,19 13,24 22,60 5.676,87 7.577,00
RF Duração Média Grau de Invest. (2) 94.435,41 0,04 0,05 8,58 12,74 -44,60 1.148,42 -5.668,60 -7.040,34 JBS 12/09/23 15/11/53 362 900 7,25 7,287 291,5 Itália Milão FTSE MIB 29.229,30 28.757,63 1,64 1,38 23,29 34,24 20.352,98 29.644,71
RF Duração Alta Grau de Invest. (2) 162.498,07 0,00 0,29 7,19 8,52 89,96 1.134,68 -2.761,41 -7.158,39 Minerva 13/09/23 13/09/33 120 900 8,875 - - Bélgica Bruxelas BEL-20 3.711,00 3.677,75 0,90 1,23 0,27 4,54 3.313,82 3.954,16
RF Duração Livre Soberano (2) 227.289,33 0,02 0,41 8,93 12,39 -45,11 1.662,83 4.709,95 -10.820,99 Braskem 14/09/23 14/09/30 84 850 8,75 - - Dinamarca Copenhague OMX 20 2.185,94 2.141,79 2,06 2,30 19,11 40,87 1.516,18 2.226,84
RF Duração Livre Grau de Invest. (2) 637.348,65 0,03 0,42 8,99 12,63 -2.410,44 1.044,09 -23.512,40 -67.221,19 Minerva*** 14/09/23 14/09/33 120 100 8,875 - - Espanha Madri IBEX-35 9.645,80 9.527,20 1,24 1,47 17,22 22,52 7.261,10 9.694,70
RF Duração Livre Crédito Livre (2) 224.643,99 -0,01 0,49 9,60 12,89 503,02 2.150,00 7.080,78 13.453,92 Grécia Atenas ASE General 1.200,31 1.227,78 -2,24 -8,55 29,09 43,95 788,46 1.345,95
Fontes: Instituições e agências internacionais. Elaboração: Valor Data. * Atualizada em 20/09/23. ** Sobre o título do Tesouro americano de Holanda Amsterdã AEX 738,32 734,93 0,46 -0,71 7,16 11,59 630,58 794,27
Ações 535.072,26 -32,50 -2.286,51 -41.745,98 -12.502,39 mesmo prazo. *** Reabertura
Ações Indexados (2) 11.489,70 -0,52 2,60 8,13 7,42 -31,67 -1,57 1.023,65 1.212,29 Hungria Budapeste BUX 57.379,38 57.699,78 -0,56 2,88 31,02 44,56 37.035,79 58.020,37
Ações Índice Ativo (2) 33.210,40 -0,57 2,45 8,33 5,58 -6,74 -42,23 -5.798,32 -8.171,29 Polônia Varsóvia WIG 67.293,01 66.136,36 1,75 -1,66 17,11 36,63 45.621,39 72.268,53
Ações Livre 211.634,44 -0,39 2,09 13,26 8,73 5,99 -1.175,13 -16.944,02 -24.112,62 Portugal Lisboa PSI-20 6.188,27 6.154,55 0,55 0,23 8,07 7,21 5.190,28 6.273,94
Fechados de Ações 112.599,40 0,16 3,74 5,06 -4,54 0,00 -1,51 15.939,54 57.505,14 ADR - Índices Rússia Moscou RTS* 1.002,54 1.003,35 -0,08 -5,35 3,29 -13,14 906,71 1.174,61
Multimercados 1.732.342,51 -461,58 -2.828,90 -48.472,46 -67.616,82 Suécia Estocolmo OMX 2.202,45 2.177,20 1,16 0,81 7,78 18,62 1.794,39 2.322,64
Multimercados Macro 187.715,10 -0,13 0,50 5,57 7,95 -92,59 -1.393,81 -17.690,54 -16.347,65 Em 20/09/23 Suíça Zurique SMI 11.154,11 11.068,70 0,77 0,25 3,96 6,47 10.072,62 11.595,25
Multimercados Livre 647.971,55 -0,05 0,55 7,17 8,93 -155,94 382,84 -2.738,19 -2.772,93 Turquia Istambul BIST 100 7.719,82 7.784,01 -0,82 -2,50 40,13 135,54 3.146,89 8.337,67
Multimercados Juros e Moedas 57.490,54 0,01 0,45 9,00 12,88 -103,63 -1.099,91 -11.122,32 -13.772,41 Em Variação - em % Israel Tel Aviv TA-125 1.882,89 1.861,79 1,13 0,49 3,83 -5,07 1.702,14 1.992,90
Multimercados Invest. no Exterior (2) 759.918,17 0,18 0,41 5,82 7,49 -27,98 -342,72 -9.864,26 -19.776,27 Índice 20/09/23 19/09/23 31/08/23 30/12/22 20/09/22 dia mês ano 12 meses África do Sul Joanesburgo All Share 74.824,09 73.806,42 1,38 -0,17 2,43 12,34 63.263,94 80.791,36
Cambial 6.084,06 -0,08 -1,41 -4,12 -1,72 -17,98 -166,52 -1.648,54 -2.066,88 S&P BNY 156,38 157,05 155,88 141,56 129,48 -0,43 0,32 10,47 20,78 Ásia e Pacífico
Previdência 1.298.181,94 37,59 1.084,72 8.313,78 13.462,54 S&P BNY Emergentes 285,04 288,16 294,69 271,49 271,83 -1,08 -3,27 4,99 4,86 Japão Tóquio Nikkei-225 33.023,78 33.242,59 -0,66 1,24 26,55 19,27 25.716,86 33.753,33
ETF 39.111,36 133,74 -1.403,57 -2.086,99 -17,28 S&P BNY América Latina 202,58 201,87 198,96 181,83 186,15 0,35 1,82 11,41 8,83 Austrália Sidney All Ordinaries 7.361,90 7.395,00 -0,45 -2,07 1,94 4,72 6.656,40 7.771,80
Demais Tipos 1.797.468,57 -682,79 2.753,74 -22.032,95 -44.347,12 S&P BNY Brasil 208,39 206,62 197,61 190,33 200,28 0,86 5,45 9,48 4,05 China Shenzhen SZSE Composite 1.893,40 1.904,65 -0,59 -2,78 -4,16 -5,88 1.870,50 2.190,54
Total Fundos de Investimentos 6.704.254,52 -3.206,85 27.805,80 -88.674,93 -275.249,96 S&P BNY México 306,88 307,81 322,82 246,74 227,98 -0,30 -4,94 24,37 34,61 China Xangai SSE Composite 3.108,57 3.124,96 -0,52 -0,36 0,63 -0,44 2.893,48 3.395,00
Total Fundos Estruturados (3) 1.395.553,95 838,84 8.990,15 55.108,60 28.032,95
S&P BNY Argentina 138,43 141,63 158,30 106,49 89,09 -2,26 -12,55 29,99 55,39 Coreia do Sul Seul KOSPI 2.559,74 2.559,21 0,02 0,14 14,46 8,10 2.155,49 2.667,07
Total Fundos Off Shore (4) 45.185,62 - - - -
S&P BNY Chile 154,68 157,35 163,60 171,62 189,47 -1,70 -5,45 -9,87 -18,36 Hong Kong Hong Kong Hang Seng 17.885,60 17.997,17 -0,62 -2,70 -9,58 -4,77 14.687,02 22.688,90
Total Geral 8.144.994,09 -2.368,00 36.795,96 -33.566,33 -247.217,01
Fonte: ANBIMA. (1) PL e captação líquida de cada tipo exclui os Fundos em Cotas, evitando dupla contagem. (2) Para os tipos que iniciaram em S&P BNY Índia 2.730,90 2.811,17 2.758,21 2.841,98 2.806,65 -2,86 -0,99 -3,91 -2,70 Índia Bombaim S&P BSE Sensex 66.800,84 Feriado -1,18 3,04 9,80 11,86 56.409,96 67.838,63
01/10/2015, as rentabilidades do ano e 12 meses foram estimadas com base na amostra atual de fundos. (3) FIDC, FII, FIP e FMIEE. (4) PL dos S&P BNY Ásia 178,25 181,24 178,71 162,47 156,46 -1,65 -0,26 9,71 13,92 Indonésia Jacarta JCI 7.011,68 6.980,32 0,45 0,84 2,35 -2,57 6.565,73 7.218,91
tipos imobiliários e Off-Shore referentes ao mês de julho de 2023 * Rentabilidade sem período completo.Obs.: Fundos de Investimentos regidos S&P BNY China 323,76 329,49 348,17 338,39 335,58 -1,74 -7,01 -4,32 -3,52 Tailândia Bangcoc SET 1.507,90 1.522,96 -0,99 -3,71 -9,63 -7,98 1.466,93 1.691,41
pela ICVM 555/14, ICVM 522/12, ICVM 409/04, ICVM 359/02 e ICVM 141/91. Dados sujeitos a retificação em razão da representatividade S&P BNY Rússia 348,72 339,68 304,81 221,34 173,91 2,66 14,40 57,55 100,52 Taiwan Taipé TAIEX 16.534,75 16.636,32 -0,61 -0,60 16,96 13,65 12.666,12 17.334,98
da amostra ou cadastramento de novos fundos. PL de cada tipo considera, adicionalmente, a estimativa dos fundos que não informaram o PL S&P BNY Turquia 22,15 22,40 23,66 20,63 14,08 -1,13 -6,38 7,37 57,34 Fontes: Valor PRO, Bolsas de Bangcoc, Bogotá, Bombaim, Budapeste, Istambul, Jacarta, Joanesburgo, Lima, Madrid e Zurique. Elaboração: Valor Data
na data de emissão do relatório Fonte: S&P BNY Mellon. Elaboração: Valor Data * Índice expresso em dólares

Corpo de Bombeiros Militar
do Distrito Federal
Diretoria de Materiais e Serviços
Seção de Elaboração de Projetos
Básicos e Pedidos de Compras
AVISO DE SOLICITAÇÃO DE PROPOSTA COMERCIAL
PARA BALIZAMENTO DE PREÇOSS
O CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL, no uso de suas atribuições
e para o conhecimento público, solicita aos interessados proposta comercial para
balizamento de preços, visando obter valor mais vantajoso à Administração Pública,
cujo objeto é a pretendida “CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA PARA A
PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO E FORNECIMENTO DE PEÇAS PARA
VIATURA DO TIPO ABT (AUTO BOMBA TANQUE), PIERCE/ARROW XT”. Os interessados
poderão obter maiores informações sobre as especificações complementares, em até
15 (quinze) dias, contados a partir da presente publicação, pessoalmente no Centro
de Manutenção de Equipamentos e Viaturas, sito no Setor Policial - SAIS Área Especial
3 - CEP 70.602-600; por meio de solicitação nos emails: daniel.fonseca@cbm.df.gov.br
e/ou cemev.selog@cbm.df.gov.br e/ou pelo Telefone (61) 98365-0190 aos cuidados do
Tenente Daniel Ramos Fonseca, das 13h às 19h.
Processo 00053-00078437/2023-92
RÔMULO QUINHONES PIRES - CEL. QOBM/COMB.
Diretor de Materiais e Serviços
Matr. 1400035
BANCO COOPERATIVO SICOOB S. A.
CNPJ Nº 02.038.232/0001-64 – NIRE Nº 5330000552-4
AVISO AOS ACIONISTAS
Avisamos aos Senhores Acionistas que, em Reunião do Conselho de
Administração de 20/9/2023, às 09:40, foi aprovado aumentar o capital
social do Banco Sicoob no valor de R$ 410.000.000,00 (quatrocentos e
dez milhões de reais), elevando-o de R$ 3.000.000.000,00 (três bilhões de
reais) para R$ 3.410.000.000 (três bilhões e quatrocentos e dez milhões
de reais), mediante a emissão de 178.059.585 (cento e setenta e oito
milhões, cinquenta e nove mil quinhentos e oitenta e cinco) novas ações
escriturais, sem valor nominal, sendo 89.518.397 (oitenta e nove milhões,
quinhentos e dezoito mil, trezentos e noventa e sete) novas ações
ordinárias e 88.541.188 (oitenta e oito milhões, quinhentos e quarenta
e um mil, cento e oitenta e oito) novas ações preferenciais, ao preço
unitário de emissão de R$ 2,3026 (dois reais e três mil e vinte seis décimos
de milésimos de real), calculado com base em 31/7/2023. 1) As ações
subscritas serão integralizadas em dinheiro e à vista no ato da subscrição.
2) Na conformidade do prazo decadencial, previsto em lei, para o exercício
do direito de preferência pelos acionistas, a subscrição obedecerá ao
prazo legal de 30 (trinta) dias, por todos os acionistas titulares de ações
ordinárias e preferenciais, a contar da publicação deste aviso sobre as
decisões desta reunião, e, em ambos os casos, a subscrição será feita na
proporção da posição acionária que cada acionista possuir em 31/7/2023.
3) Findo o referido prazo e verificadas as subscrições feitas, as eventuais
sobras de ações serão subscritas pelos optantes no prazo improrrogável
de 1 (um) dia, que será o dia seguinte à data do término do período de
subscrição.
Brasília, 21 de setembro de 2023.
Miguel Ferreira de Oliveira
Presidente do Conselho de Administração
Quinta-feira, 21 de setembro de 2023 | Valor | C5
Brasiliana Participações S.A. Eldorado Brasil Celulose S.A.
CNPJ/MF n 07.401.436/0002-12 - NIRE 35.300.444.728
Companhia Aberta - CNPJ/MF nº 08.773.191/0001-36 - JUCESP/NIRE 35.300.340.426 Companhia Aberta - Categoria B
Resumo da Ata de Reunião do Conselho de Administração Ata de Reunião do Conselho de Administração Realizada em 11 de Agosto de 2023
Data, Hora e Local: 11/08/23, às 14h, por videoconferência, conforme o disposto no Estatuto Social 1. Data, Hora e Local: Às 10:00 horas do dia 11 de agosto de 2023, na sede social da Eldorado Brasil
da Cia. Mesa: Francisco J. M. Lopez - Presidente; Sabrina C. A. da Silva - Secretária. Presença:
Francisco J. M. Lopez, Bernerd R. Da S. Ávila, Carlos E. G. Baldi e Charles de Sirovy, e, por procuração
Celulose S.A., localizada na Cidade e Estado de São Paulo, na Avenida Marginal Direita do Tietê n 500,
Juan I. Rubiolo. Presentes também Marcos A. P. Motta, Presidente do Conselho Fiscal, e Raimundo Bloco II, Subsolo, Sala 18, Vila Jaguara, CEP 05118-100 (“Companhia” ou “Eldorado”). 2. Convocação e
C. Batista, membro suplente do Conselho Fiscal. Deliberações: (1.) Tomaram conhecimento da Presenças: Convocação realizada nos termos do artigo 12, parágrafo 1o, do Estatuto Social da
renúncia apresentada pelo Alessandro G. Filho, em 05/07/23, ao cargo de Diretor da Cia., nos termos Companhia, por meio do Diligent Boards (portal de governança da Companhia), bem como via e-mail
do Anexo I, e elegeram em substituição, por unanimidade e sem qualquer ressalva, José R. E. Simão, enviado a todos os membros do Conselho de Administração no dia 01 de agosto de 2023, tendo sido,
casado, engenheiro mecânico, domiciliado no município e estado de São Paulo, com escritório na Av. portanto, conferida ciência inequívoca da realização da presente reunião do Conselho de Administração
das Nações Unidas, 12.495, 12º andar, Brooklin Paulista, CEP 04.578-000, ao qual competirá, além da Companhia (‘’Reunião”). Presente parte dos membros do Conselho de Administração da Companhia,
das atribuições previstas no Estatuto Social da Cia., o exercício da função de relações com sendo que parte dos membros do Conselho de Administração da Companhia participou por meio digital
investidores, para fins do artigo 48 da Resolução da Comissão de Valores Mobiliários nº 80/2022, com
mandato complementar até 13/05/24. (1.1.) Consignaram, ainda, que nos termos da legislação
(videoconferência - via sistema Zoom), conforme facultado pelo artigo 12, parágrafo 5o, do Estatuto Social
da Companhia. Participaram, ainda, os Srs. Carmine De Siervi, Diretor Presidente; o Sr. Fernando Storchi,
aplicável, o Diretor ora eleito está em condições de firmar, sem qualquer ressalva, a declaração
Diretor Financeiro e de Relações com Investidores; Os Srs. Antonio Carlos Macedo e Euclydes Paula
mencionada no artigo 147, § 4º, da Lei nº 6.404/76, e que a posse ficará condicionada à assinatura do
termo de posse, lavrado em livro próprio da Cia. (1.2.) Em virtude da deliberação acima, a Diretoria Santos Neto, profissionais do departamento de controladoria da Companhia; as Sras. Fabiana Lia de
passa a ser composta pelo Rogério P. Jorge, eleito em reunião do Conselho de Administração Blasiis e Michelle Shenshin Liang e o Sr. Arthur Gersioni, advogados integrantes do departamento jurídico
realizada em 13/05/22, e pelo José R. E. Simão, ambos com mandato até 13/05/24. (2.) Analisaram da Companhia, bem como Sr. Otávio Yazbek e Sra. Rafaela Lacaz, advogados e assessores jurídicos do
o Relatório de Informações Trimestrais da Cia. referente ao 2 trimestre do exercício social de 23, findo Conselho de Administração da Companhia. Também foram convidados a participar da reunião a Sra.
em 30/06/23, acompanhado do respectivo Relatório de Auditor Independente emitido pela Grant Leslie Nares e o Sr. Mario Neto, representantes da firma de auditoria independente da Companhia, KPMG
Thornton Auditores Independentes Ltda., tendo o Hugo Nagae, profissional indicado pela Cia., Auditores Independentes (“KPMG”). 3. Mesa: Verificado o quórum necessário à instalação da Reunião do
prestado os esclarecimentos necessários, que foram considerados satisfatórios e suficientes pelos
Conselho de Administração, a Mesa foi composta pelo Sr. Aguinaldo Gomes Ramos Filho, Presidente da
conselheiros presentes. Registra-se que foi dispensada a apresentação do representante da Grant
Thornton Auditores Independentes Ltda., auditores independentes da Cia., Rodolpho Bulgarelli, que Mesa, e pelo Sr. Luiz Henrique de Carvalho Vieira Gonçalves, Secretário da Mesa. 4. Ordem do Dia:
Deliberar sobre 33 informações financeiras trimestrais referentes ao período de 3 (três) mesos findo em
permaneceu à disposição para qualquer esclarecimento. (2.1.) Os Srs. Marcos A. P. Motta, Presidente
do Conselho Fiscal, e Raimundo C. Batista membro do Conselho Fiscal da Cia., consignaram análise 30 de junho de 2023, acompanhadas das notas explicativas e do relatório dos auditores independentes
favorável às ITRs, por unanimidade dos conselheiros fiscais, registrada em ata própria. Encerramento: (“ITR2T/23”). 5. Deliberações: O Sr. Presidente declarou regularmente instalada a Reunião e os membros
Registrada sob o n 674.183/22-8 em 30/11/2022, por Gisela S. Ceschin - Secretária Geral. do Conselho de Administração presentes declararam que receberam previamente o material objeto da
A íntegra da ata será publicada. A íntegra da ata será publicada no endereço eletrônico do jornal Ordem do Dia por meio do Diligent Board. Passou-se, então, às deliberações. 5.1. O Diretor Financeiro e
Valor Econômico (https://valor.globo.com/valor-ri/atas-e-comunicados/). de Relações com Investidores da Companhia realizou apresentação sobre os resultados da Eldorado no
trimestre encerrado em 30 de junho de 2023 e os conselheiros endereçaram suas dúvidas sobre o
ITR2T/23 à administração da Companhia, que foram todas respondidas. Na sequência, a KPMG realizou
apresentação sobre os trabalhos por ela realizados referentes ao ITR2T/2023, bem como respondeu
todas as perguntas formuladas pelos membros do Conselho de Administração. Após finalizados os
debates em relação à Ordem do Dia, os membros do Conselho de Administração da Companhia
SINDICATO DOS SERVIDORES DA SECRETARIA DA aprovaram o ITR2T/23, por maioria e sem ressalvas, com voto contrário dos conselheiros Srs. Mauro
FAZENDA DE SÃO PAULO - SINDFESP Eduardo Guizeline, João Adalberto Elek Júnior e Raul Rosenthal Ladeira de Matos. 6. Manifestações: Os
membros do Conselho de Administração apresentaram manifestações de voto por escrito, que foram
EDITAL DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
recebidas pela Mesa, anexadas à presente ata e arquivadas na sede da Companhia. 7. Ata em Forma de
Pelo presente edital, com fulcro nas atribuições a mim conferidas pelo Estatuto Social, nos termos do
artigo 20 e seus incisos e do artigo 6º parágrafo 4º, convoco os filiados na sede na entidade na Avenida Sumário: Foi aprovado, por unanimidade dos membros do Conselho de Administração, que a ata desta
São João, 313, conj. 14, Edif. Seguradoras, Centro, São Paulo-SP, no dia 20 de outubro de 2023, Reunião fosse lavrada sob a forma de sumário, nos termos do parágrafo 1o, do artigo 130, da Lei n 6.404,
às 11h00, para deliberarem sobre a seguinte pauta - Discutir e deliberar sobre o reajuste das de 15 de dezembro de 1976, conforme alterada. 8. Encerramento e Lavratura da Ata: Nada mais
mensalidades associativas da entidade.” havendo a ser tratado, foi oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém se
São Paulo, 21 de setembro de 2023 manifestou sobre os itens desta ata, a presente ata foi lida, aprovada por todos os presentes e assinada.
FRANCISCO JOSÉ DA SILVA - Diretor-Presidente em exercício 9. Conselheiros Presentes: Srs. Aguinaldo Gomes Ramos Filho, Sergio Longo, Francisco de Assis e
Silva, Marcio Antônio Teixeira Linares, Raul Rosenthal Ladeira de Matos, João Adalberto Elek Júnior e
Secretaria de Mauro Eduardo Guizeline. “Certifico que a presente é cópia fiel da ata lavrada em livro próprio.” São Paulo,
Saúde Pública Secretaria de 11 de agosto de 2023. Luiz Henrique de Carvalho Vieira Gonçalves - Secretário. JUCESP
Saúde Pública nº 365.367/23-0 em 13/09/2023. Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
AVISO DE ABERTURA DO
PREGÃO ELETRÔNICO SRP AVISO DE REVOGAÇÃO DO
Nº 061/SESPA/2023 PREGÃO ELETRÔNICO Nº
A Secretaria de Estado de Saúde Pública,
através de seu Pregoeiro, comunica que
001/HRCA/SESPA/2023
realizará licitação na modalidade Pregão A Secretaria de Estado de Saúde Pública,
através do Hospital Regional de Conceição
Eletrônico do tipo “MENOR PREÇO POR ITEM”,
conforme abaixo: do Araguaia - UASG: 926105, comunica aos
OBJETO: Registro de Preços para interessados que o Pregão Eletrônica n.º Banco Bradesco S.A.
eventual e futura aquisição de sistema de 001/2023, cujo o objeto é a Aquisição de CNPJ no 60.746.948/0001-12 – NIRE 35.300.027.795
videoendoscopia digestiva, com a finalidade MATERIAL DE CONSUMO: MEDICAMENTOS,
de implantar e renovar o parque tecnológico para atender, pelo período de 12 (doze) Ata da Reunião Extraordinária no 2.424, da Diretoria,
dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde meses as necessidades do HOSPITAL realizada em 10.7.2023
(EAS) do Estado do Pará, por intermédio da REGIONAL DE CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA,
Secretaria Estadual de Saúde Pública (SESPA),
em conformidade com as normas da ANVISA,
foi REVOGADO devido a incorreções no Aos 10 dias do mês de julho de 2023, às 10h, reuniram-se, na sede social, no
Termo de Referência. Núcleo Cidade de Deus, Prédio Vermelho, 4o andar, Vila Yara, Osasco, SP, CEP
ABNT, INMETRO e RDC, por um período de 12
(doze) meses. Conceição do Araguaia (PA), 06029-900, e por videoconferência, os membros da Diretoria da Sociedade, sob
DATA DA ABERTURA: 03 de outubro de 2023 20 de setembro de 2023 a presidência do senhor Octavio de Lazari Junior. Ausentes os senhores Eurico
HORÁRIO: 09h:00min. (Horário de Brasília). JOÃO WANDERLEY SILVA OLIVEIRA
LOCAL: Portal de Compras do Governo Federal Ramos Fabri, José Ramos Rocha Neto, Bruno D’Avila Melo Boetger, Antonio
Diretor do HRCA José da Barbara e Roberto de Jesus Paris, todos em férias. Durante a reunião,
– www.comprasgovernamentais.gov.br UASG:
Portaria: 1.410/2021
925856. os diretores registraram: I. o pedido de renúncia formulado pelo senhor André
ENTREGA DO EDITAL: Os interessados poderão Rodrigues Cano, ao cargo de Diretor Executivo Vice-Presidente, em carta desta
retirar o edital nos sítios: www.comprasnet.gov.
data (10.7.2023), ficando consignados agradecimentos pela sua dedicação ao longo
br ou www.compraspara.pa.gov.br.
OBSERVAÇÃO: Dúvidas poderão ser dirimidas de 46 anos de trabalho na Organização Bradesco, cujo mandato encerra-se hoje,
diretamente com a pregoeira responsável, às vésperas do senhor André atingir o limite de idade estatutário para integrar este
através do e-mail cpl@sespa.pa.gov.br. Órgão. A mencionada carta ficará arquivada na sede da Sociedade para todos os
As especificações dos itens a serem ofertadas
fins de direito, tendo sido dispensada a sua transcrição;
encontram-se descritas no Termo de Referência
do Edital. .....................................................................................................................................
Belém (PA), 20 de setembro de 2023 .....................................................................................................................................
JOVELINA MARIA SOUSA MATOS
PREGOEIRA/CPL/SESPA Quórum da Deliberação: Unanimidade de votos. Nada mais foi tratado,
encerrando-se a reunião e lavrando-se esta Ata que, aprovada pelos diretores,
será encaminhada para assinatura eletrônica. aa) Octavio de Lazari Junior, Marcelo
de Araújo Noronha, Cassiano Ricardo Scarpelli, Rogério Pedro Câmara, Moacir
Nachbar Junior, Walkiria Schirrmeister Marchetti, Guilherme Muller Leal, João
Carlos Gomes da Silva, Glaucimar Peticov, Edson Marcelo Moreto, José Sergio
Bordin, Oswaldo Tadeu Fernandes, Edilson Dias dos Reis, Klayton Tomaz dos
Santos e Marlos Francisco de Souza Araujo.
-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-
Declaramos para os devidos fins que a presente é cópia fiel de trecho da Ata
lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele
apostas. Banco Bradesco S.A. aa) Dagilson Ribeiro Carnevali e Marcelo Fonseca -
procuradores. Certidão - Secretaria de Desenvolvimento Econômico - JUCESP -
Certifico o registro sob número 327.583/23-0 em 5.8.2023. a) Maria Cristina Frei -
Secretária Geral.
C6 | Valor | Quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Gestão de fortunas Crescimento orgânico e via aquisições no país
e na América Latina está no radar da americana, além de IPO lá fora
Merchant conta com Brainvest
para dobrar de tamanho
Adriana Cotias
De São Paulo
A americana Merchant Invest-
ment Management, que no fim de
2021 adquiriu quase 20% do capi-
tal da gestora de fortunas Brain-
vest, observa no amadurecimento
dessa relação uma ponte para o
crescimento orgânico e inorgâni-
co no Brasil, em outros mercados
da América Latina e também na
Suíça, onde a operação do “multi
family office” se originou 20 anos
atrás, como um braço internacio-
nal da antiga corretora Hedging-
Griffo, vendida ao Credit Suisse.
Com 75 participações minoritá-
rias em butiques de investimentos
dedicadas a famílias endinheira-
das, que reúnem cerca de US$ 150
bilhões no conjunto, a seguir o rit-
mo atual, em dois a três anos, a
Merchant tem potencial para du-
plicar de tamanho, segundo Marc
Spilker, presidente do conselho de
administração do grupo de inves-
timentos. Como parte dessa traje-
tória, considera mais à frente uma
oferta pública inicial de ações
(IPO) nos Estados Unidos ou em al-
guma outra bolsa internacional.
“Essa é uma evolução no plane-
jamento estratégico de longo pra-
zo, pode acontecer em três a qua-
tro anos, mas é realmente uma eta-
pa, é uma forma de criar uma moe-
da comum [ações] que permite o
alinhamento de longo prazo com
todos os membros”, diz Spilker, em
conversa com o Valor por video-
conferência ao lado de represen-
tantes da Brainvest e de Timothy
Bello, sócio-fundador e diretor ge-
ral da Merchant, que está pela pri-
meira vez no Brasil nesta semana.
Bello ressalta que uma listagem
não significaria um final de partida
para os fundadores. “As pessoas
pensam que empresas como a nos-
sa começam com um fim em men-
te. Nós não, este é um negócio ope-
racional, vemos isso como uma em-
presa familiar. A Merchant foi fun-
dada por nós, nossas famílias, nos-
so tempo, nosso capital. É um tipo
de companhia de última geração,
que em breve será listada, mas defi-
nitivamente não é uma saída”, diz.
Ele conta que essa história come-
çou a ser escrita há sete anos numa
salinha sublocada no centro de Ma-
nhattan, comele, quefoiumdossó-
cios iniciais da Dynasty Financial
Partners, Spilker e Scott Prince, que
se conheceram no Goldman Sachs.
“Sempre tivemos uma visão, ou
uma esperança, de a certa altura
tornar a Merchant uma organiza-
ção internacional”, relata Bello.
Hoje essa rede é representada
por cerca de 3,2 mil conselheiros
financeiros, nos Estados Unidos, o
principal mercado, na Austrália e
na América Latina (com Brasil e
México), com um pé na Europa,
graças ao acordo com a Brainvest.
O ETF da
discórdia
entre os
‘finfluencers’
Palavra do
Consultor
Marcelo
d’Agosto
Bello, da Merchant: empresa familiar ‘de última geração’ e, em breve, listada
É algo significativo por se tratar de
um negócio fundamentado em ca-
pital humano, em desenvolvimen-
to de cultura, prossegue Bello.
Desde que a Merchant entrou no
capital da Brainvest, a gestora pas-
sou por mudanças marcantes, des-
creve Fernando Gelman, o CEO glo-
bal. Atraiu para o comando no Brasil
o ex-CEO do JuliusBaerFamilyOffice
Jan Karsten e um time de banquei-
ros com liderança sênior. Sob no-
va direção, incorporou a consulto-
ria de valores mobiliários KPC, do
ex-BankBoston Ricardo Caldeira,
fez adições em Miami e contratou
um CFO global que era da Rolex.
Nesse intervalo, a casa dobrou
de tamanho, para mais de 300 pes-
soas e cerca de R$ 23 bilhões sob
gestão. Agora, avalia novas opor-
tunidades de consolidação ou
atração de novos times, mas sem
pressa. “Podemos ver que o merca-
do aqui no Brasil está passando
por uma fase diferente e acho que
estamos muito bem posicionados
para participar disso”, diz Gelman.
“O que está
reservado para o
futuro é mais do que
fizemos nos últimos
três a cinco anos”
Marc Spilker
N
a B3, LFTS11 é o
código de
negociação de um
ETF, a sigla em
inglês para fundo
negociado em bolsa, que
acompanha um índice atrelado
à variação de uma cesta de
títulos do tipo Tesouro Selic.
O fundo teve uma queda de
40% do patrimônio nos últimos
dois meses. No entanto, agora,
ao que parece, conseguiu
estabilizar a onda de resgates.
De uma forma geral, os
ETFs buscam seguir um
determinado índice financeiro.
E como são fundos “passivos”,
que simplesmente replicam
um indicador, têm taxa de
administração relativamente
baixa. No caso do LFTS11,
é de 0,19% ao ano.
A taxa de administração é
um custo para o investidor e,
portanto, quanto menor,
melhor. Os fundos com gestão
“ativa”, que usam diversas
estratégias para atingir os
objetivos propostos, têm
custos mais altos. E, muitas
vezes, o investidor também
tem que arcar com uma taxa
DIVULGAÇÃO
No alvo estão empresas meno-
res, com alta qualidade de pessoal,
mas ainda sem governança bem
estabelecida ou um valor de “equi-
ty” reconhecido. E não se trata ape-
nas de adicionar ativos sob gestão.
“Acreditamos na visão de nutrir
a independência de uma forma
alinhada e colaborativa, que dê aos
consultores acesso aos melhores
recursos globais, para que possam
resolver os problemas financeiros
das famílias, cada vez mais com-
plexos”, afirma Spilker. “A aborda-
gem coletiva é realmente podero-
sa e começa a acelerar, por isso
pensamos que o que está reserva-
do para o futuro é mais do que fize-
mos nos últimos três a cinco anos.
Mas temos que crescer até certo
ponto, porque, em última análise,
tudo gira em torno das pessoas.”
Bello acrescenta que é fazer o
ajuste fino entre o crescimento
“rápido e devagar”, significa dar
passos muito racionais e auxi-
liar a Brainvest nas oportunida-
des que a gestora identificar.
“Parece simples, mas atribuir
valor empresarial a práticas locais
não é fácil, e não apenas no que se
refere aos números. As relações
que os consultores mantêm com
os clientes valem alguma coisa. Os
fluxos de receita valem alguma
coisa e, portanto, o lucro vale tam-
bém”, diz Bello. “Uma das coisas
que continuaremos a fazer juntos
é encontrar mais pequenas em-
presas locais, com pessoas, capaci-
de desempenho caso a
rentabilidade supere
determinado parâmetro.
Em compensação, como o
ETF é negociado na bolsa de
valores, o investidor tem que
arcar com os custos de
corretagem e despesas
operacionais da bolsa.
O ETF, portanto, tem
vantagens e desvantagens.
O LFTS11 é um fundo
inovador. A maioria dos ETFs no
Brasil busca acompanhar um
índice do mercado de renda
variável. Além disso, o país
ainda não tem uma tradição
de empresas especializadas
em calcular índices para
serem usados pelos ETFs.
Os índices brasileiros foram
criados para acompanhar
determinados segmentos do
mercado. E acabaram sendo
desenvolvidos pelas
instituições que precisavam
administrar esses mercados.
Um exemplo é o Ibovespa,
criado pela antiga bolsa de
São Paulo para medir o pulso
dos negócios. Da mesma
forma, os índices de renda fixa
foram criados por associações
dades e clientes excepcionais. A
palavra-chave é que esse é o tra-
balho de suas vidas, vale algo pa-
ra elas, para seus clientes e suas
famílias. A Merchant e a Brain-
vest ajudarão a identificar o va-
lor e não a extrair esse valor.”
Alexander Gorra, sócio-respon-
sável pela expansão da Brainvest,
explica que a Merchant tem um
programa chamado “growth part-
ners”, em que fomenta a criação
de valor para os times e sócios.
No Brasil, a percepção é que a
indústria de gestão de riqueza se
move para o modelo indepen-
dente, com um crescimento mais
acelerado do aconselhamento
fora dos grandes conglomerados
financeiros, que detêm a maior
fatia do bolo, diz Karsten. En-
quanto os serviços prestados no
private banking aumentam a ta-
xas anuais de 12% a 15%, as gesto-
ras de patrimônio avançam num
ritmo superior a 20%, embora te-
nham uma base menor — eram
R$ 460,4 bilhões ao fim de ju-
nho, ante R$ 1,97 trilhão de for-
tunas nas mãos dos “bancões”.
Um evidência anedótica dessa
tendência, conta Karsten, é que
em concorrências por mandatos
recentes não houve nenhum ban-
co fazendo apresentações ou sen-
do considerado pelas famílias
para cuidar do seu patrimônio.
“Sempre haverá espaço para ca-
da competidor, os independentes,
o private banking, as casas pro-
prietárias, de famílias que ainda
têm a própria operação e que pre-
cisam de outros serviços”, diz Kars-
ten. A área de “multi family solu-
tions” foi criada com tal propósito,
de ajudar o cliente a executar o
planejamento para além dos in-
vestimentos, incluindo sucessão,
alocação internacional, adminis-
tração fiscal e pagamentos. “Para
incumbentes é muito difícil ir tão
profundamente em coisas assim
por questões regulatórias ou por
potenciais conflitos de interesses.”
Spilker reforça que o script prevê
seguir com aquisições minoritá-
rias, não almejando controle, e pa-
ra isso faz sentido ter parcerias re-
gionais. “Acreditamos que as em-
presas precisam ser locais e globais
ao mesmo tempo. Não se pode ser
uma empresa local tentando fingir
que é global e nem ser uma empre-
sa global tentando fingir que é lo-
cal, tem que ser ambos, caso con-
trário será muito difícil ter suces-
so”, afirma. “A parceria com a Brain-
vest na América Latina [a empresa
tem presença no México] é a nossa
capacidade de ser local e global.”
“Existe a possibilidade de surgir
uma situação em que haja uma
oportunidade na América Latina e
decidamos coletivamente fazê-lo
fora da parceria operacional com a
Brainvest? É possível, mas não é
realmente o plano”, diz Spilker.
de instituições financeiras para
acompanhar o desempenho
dos títulos públicos.
Dada essa característica
inovadora, o LFTS11 entrou no
radar dos influenciadores
financeiros. São especialistas
que discutem nas diversas
redes sociais as melhores
alternativas de investimento. A
Anbima, a associação das
instituições financeiras, chama
esse grupo de “finfluencers”.
Num primeiro momento, os
finfluencers abraçaram o
LFTS11. O apelo era por ser
uma alternativa moderna de
investimento e que serviria até
para a alocação da reserva de
emergência dos investidores.
De acordo com o argumento,
um investidor, na busca da
desbancarização, poderia
concentrar todo o
relacionamento financeiro
numa corretora. O dinheiro
para as necessidades imediatas
ficaria no LFTS11 e os recursos
de longo prazo poderiam ser
alocados nos diversos fundos
negociados na bolsa, incluindo
os fundos imobiliários.
Mas como a internet vive de
Renda fixa permanece
atraente mesmo
após corte de juros
Isabel Filgueiras
De São Paulo
Apesar de mais uma queda da
taxa Selic, anunciada ontem pe-
lo Copom, especialistas argu-
mentam que a renda fixa segue
oferecendo boas oportunidades,
seja em investimentos mais tra-
dicionais, como o Tesouro Dire-
to, seja no crédito privado ou
até mesmo diversificando em
fundos no exterior. O aumento
de alocação na renda variável,
entretanto, não é consenso.
Os juros de referência do Brasil
caíram pela segunda vez neste
semestre, indo ontem de 13,25%
para 12,75% ao ano. E a redução
da Selic não deve parar por aí. Os
economistas esperam que a taxa
recue para até 11,75% no fim de
2023 e para 9% no final de 2024,
conforme o Boletim Focus mais
recente, publicado na segunda.
Quando a Selic cai, a vida fi-
nanceira dos brasileiros é impac-
tada de duas formas: os emprésti-
mos ficam mais baratos e as apli-
cações em renda fixa passam a ter
um retorno menor, especialmen-
te as atreladas à Selic ou ao CDI. É
o caso de títulos atrelados à Selic
do Tesouro Direto e de CDBs, LCIs
e LCAs. Em momentos assim, os
investidores ficam em dúvida em
como redistribuir seus investi-
mentos para garantir os melho-
res ganhos dentro do perfil de
apetite ao risco de cada um.
De acordo com especialistas
ouvidos pelo Valor Investe, ape-
sar das duas quedas da Selic, as ta-
xas de retorno na renda fixa ainda
estão altas, acima dos dois dígitos.
Portanto, essa classe de ativos ain-
da deve ocupar um espaço impor-
tante na carteira dos investidores.
As recomendações são de conti-
nuar em investimentos atrelados
ao CDI, principalmente para obje-
tivos de curto e médio prazo.
“Títulos atrelados
à inflação estão
com prêmio
bastante
considerável”
Marcel Andrade
Para Marcel Andrade, chefe de
fundo de fundos na SulAmérica
Investimentos, as carteiras de-
vem mudar pouco, porque o juro
real (descontada a inflação) no
Brasil segue atrativo, acima de 6%
ao ano. O analista destaca a opor-
tunidade que os títulos atrelados
à inflação oferecem, em um ce-
nário ainda de incertezas quanto
ao equilíbrio fiscal do Brasil.
“Títulos atrelados à inflação
estão com prêmio bastante con-
siderável. Vemos juros de 5,5% ao
ano no Tesouro IPCA+”, afirma.
Em geral, esses papéis costumam
ser mais recomendados para es-
polêmicas, logo apareceram
os finfluencers contrários
ao LFTS11. E com uma
argumentação mais complexa.
A justificativa deles para o
LFTS11 ser um mau negócio é
que o Tesouro Selic é um título
com repactuação diária. Logo,
o imposto de renda sobre os
rendimentos seria de 25%.
Isso apesar de as instituições
financeiras envolvidas com
o ETF afirmarem que o
argumento não tem base legal.
O ponto interessante de toda
essa história é como o mercado
financeiro brasileiro foi se
complicando ao longo do
tempo. Como efeito colateral,
pode ter chegado a um
ponto de inibir a inovação
e a internacionalização.
A discussão específica no
caso do LFTS11 é se o Tesouro
Selic é um título repactuado
periodicamente, tal como uma
debênture, ou se as condições
foram estabelecidas até o
vencimento, tal como o Tesouro
IPCA+. E se o entendimento
mudar, a responsabilidade
sobre o recolhimento adicional
do imposto recai sobre a
tratégias de médio e longo prazo.
Isso porque além de terem fun-
ção de proteger o patrimônio da
desvalorização causada pela in-
flação, eles possuem uma volati-
lidade maior que títulos indexa-
dos ao CDI, o que pode desfavo-
recer um resgate a curto prazo se
o momento não for oportuno.
Os títulos prefixados estão en-
tre os menos indicados para alo-
cações nesta fase do ciclo de juros.
Segundo Clayton Calixto, especia-
lista de portfólio da Santander As-
set, há um espaço menor de ga-
nhos nesses papéis, tendo em vis-
ta que a previsão é de que a Selic
não caia 8,5% ao fim do ciclo.
O crédito privado aparece co-
mo uma alternativa para ampliar
os ganhos na renda fixa. “O crédi-
to privado tem mostrado um
comportamento bom, depois dos
eventos de crédito no primeiro
trimestre. Vimos um desempe-
nho melhor. Ainda há uma atra-
tividade boa em vários títulos
de qualidade”, afirma Calixto.
Em relação aos fundos multi-
mercados, que passaram por mo-
mento difícil este ano, com maior
volume de resgate em duas dé-
cadas, o novo ciclo de juros po-
de trazer alguma redenção.
“Em se tratando de multimerca-
do, a diversificação entra como um
objetivo claro. É um atrativo gran-
de ter essa opção na carteira. En-
tendo que os fundos multimerca-
dos que conseguirem surfar bem
nesse mundo com política mone-
tária distinta podem se dar bem.
Hoje temos um em que os países
desenvolvidos estão subindo juros
e os emergentes estão cortando ta-
xas. Quem souber navegar bem
nessas águas terá bons retornos.”
O especialista da SulAmérica
concorda que os multimercados
complementam bem o portfólio.
Para ele, essa classe de fundos têm
mais flexibilidade e agilidade pa-
ra se movimentar em cenários de
volatilidade. “Continuamos apos-
tando nessa classe, apesar do de-
sempenho difícil recentemente.”
No quesito renda variável, ain-
da há cautela e divergências. Ca-
lixto afirma que, apesar da surpre-
sa positiva no PIB do primeiro se-
mestre, a expectativa é que haja
uma desaceleração na economia.
E não bastam os juros mais baixos
para elevar a bolsa de valores. É
preciso também uma economia
aquecida que beneficie as em-
presas e permita crescimento.
No caso do investidor que gos-
ta mais de risco, ele sugere olhar
para as “small caps”, que são em-
presas de menor capital, que cos-
tuma compreender setores co-
mo construção e varejo. Apesar
de terem potencial maior de va-
lorização, são ações com maior
volatilidade e o investidor pre-
cisa “ter estômago” para isso.
.com
Leia a reportagem
completa no site
www.valorinveste.com
corretora, o administrador do
fundo ou o próprio investidor.
O excesso de complexidade
existe atualmente em todo
produto financeiro. Por
exemplo, os rendimentos
de uma Letra de Crédito
Imobiliário (LCI) não estão
sujeitos ao imposto de renda
na fonte, mas precisam ser
declarados apesar de a alíquota
do imposto estar zerada. Ou o
caso dos fundos de investimento
fechados que não estão sujeitos
ao chamado “come-cotas”.
A sinalização do caso
do LFTS11 é que o sistema
financeiro brasileiro precisa de
uma simplificação, sob o risco de
ficarmos cada vez mais defasados.
Marcelo d’Agosto é economista
especializado em administração de
investimentos com mais de 20 anos de
experiência no mercado financeiro.
Este artigo reflete as opiniões do autor, e
não do jornal Valor Econômico. O jornal
não se responsabiliza e nem pode ser
responsabilizado pelas informações
acima ou por prejuízos de qualquer
natureza em decorrência do uso destas
informações.
TRT-SP Valor Jurídico Uber Opinião Jurídica
Funcionária é STF volta a discutir Entenda o impacto Mulheres e o
condenada por expor “quebra” de de assinar a carteira Direito nas
dados estratégicos sentenças de motoristas democracias
de banco em ação valor.globo.com/ valor.globo.com/ pluralistas
valor.globo.com/legislacao legislacao legislacao E2

Valor E
Quinta-feira, 21 de setembro de 2023 & Tributos SP

FiscalCom adicional, salário de advogado ultrapassa o da fiscalização DIVULGAÇÃO

Honorários triplicam e opõem

procuradores e auditores fiscais
Guilherme Pimenta e Beatriz
Olivon
De Brasília
A diferença entre os adicionais re-
cebidos por advogados públicos fe-
derais, o que inclui os procuradores
da Fazenda Nacional, e auditores fis-
cais tem gerado mal-estar entre as
carreiras. Os advogados consegui-
ram triplicar o valor que recebem de
honorários de sucumbência — pa-
gos pelo perdedor do processo, o
contribuinte, à União. Alcançaram o
patamar de R$ 10 mil mensais — em
2017, estava entre R$ 3 mil e R$ 4 mil
—, o que passou a incomodar os
agentes da Receita Federal.
Com o adicional, os salários dos
advogados públicos acabam ultra-
passando os dos auditores fiscais,
historicamente mais altos. Os
agentes da Receita Federal que-
rem, agora, além de regulamentar
o chamado bônus de eficiência, o
que já foi iniciado no meio do ano,
tentar ampliar sua base ou vincu-
lá-la a alguma receita. O valor hoje
é de cerca de R$ 3 mil.
A regulamentação foi um com-
promisso assumido pelo ministro
da Fazenda, Fernando Haddad, e pe-
lo secretário da Receita, Robinson
Barreirinhas. A ideia é estabelecer
padrõesparadefiniropercentualdo
bônus, com foco em programas de
conformidade, além de ações de au-
torregularização — tornando a Re-
ceitaFederalumórgãomaisorienta-
dor, e menos punitivo.
No caso dos honorários de su-
cumbência, dependem direta-
mente dos valores que voltam aos
cofres públicos nos processos e lití-
gios em que a União participa. Boa
parte dos honorários é, obrigato-
riamente, destinada ao Conselho
Curador dos Honorários Advocatí-
cios (CCHA), vinculado à Advoca-
cia-Geral da União (AGU). Neste
ano, a AGU contabilizou R$ 39,1
bilhões de receita pública arreca-
dada. Em honorários, R$ 1,17 bi-
lhão foi para o Conselho Curador e
R$ 450 milhões para a União.
Há uma diferença que facilita o
pagamento dos honorários de su-
cumbência. Com a vitória da Fa-
zenda, por exemplo, fica destaca-
do no processo a verba a ser paga.
Nas transações tributárias — os
acordos com os contribuintes —,
aparecem como encargos legais,
que entram no valor da dívida e se-
guem os descontos das multas.
O bônus de eficiência, previsto
em lei desde 2017, é uma porcen-
tagem sobre os valores destina-
dos ao Fundaf, o Fundo Especial
de Desenvolvimento e Aperfei-
çoamento das Atividades de Fis-
calização. Por isso, a Receita Fe-
deral precisa solicitar os valores
ao Orçamento. Ou seja, o paga-
mento depende de espaço fiscal –
assim, o auditor corre o risco de
não conseguir o valor para obter
a renda variável.
“Há uma distorção clara entre
o adicional recebido por meio
das duas carreiras. Então, é natu-
ral que haja uma ‘inveja’. Eles fo-
ram contemplados. Nós, não da
mesma maneira”, disse um audi-
tor fiscal ao Valor.
Esse incômodo se deve muito à
diferença de adicionais, mas tam-
bém inclui outras rusgas entre as
duas carreiras responsáveis pela
arrecadação federal, segundo uma
das fontes da área econômica ouvi-
da pelo Valor. Com o salto na recu-
peração de valores, graças à transa-
ção e ao aprimoramento de outros
instrumentos de cobrança, a Pro-
curadoria-Geral da Fazenda Nacio-
nal (PGFN) ganhou maior prota-
gonismo e articulação política.
Na tramitação do Projeto de
Lei do Carf (nº 2384, de 2023),
por exemplo, a transação tribu-
tária prevista para a Receita Fede-
ral foi derrubada, mas mantida a
da PGFN. Há entre fontes ouvidas
pelo Valor, inclusive auditores, a
ideia de que se a Receita Federal
liderasse a transação, poderia
impulsionar os bônus.
Hoje, um auditor em início de
carreira ganha cerca de R$ 28 mil.
Os advogados da União – que in-
clui procuradores da Fazenda
Nacional e do Banco Central —,
R$ 23 mil. A diferença acaba sen-
do revertida com os honorários
de sucumbência no patamar
atual – de cerca de R$ 10 mil men-
sais desde o começo do ano.
Os honorários aos procurado-
res são relativamente uma novi-
dade. Dando sequência ao Códi-
go de Processo Civil de 2015, a Lei
nº 13.327, de 2016, passou a de-
terminar o pagamento de hono-
rários advocatícios de sucum-
bência para os advogados públi-
cos federais. O direito foi reco-
nhecido pelo Supremo Tribunal
Federal, que só determinou o res-
peito ao teto constitucional.
Em nota, a AGU destaca que o pa-
gamento dos valores de honorários
respeitaotetoconstitucionalesobre
eles incide Imposto de Renda. Nos
casos em que a soma dos honorários
e dos vencimentos pagos pela União
ultrapassa o limite, o teto é aplicado
sobre a parcela pública da remune-
ração — gerando economia aos co-
fres públicos, segundo a AGU.
O órgão lembra que uma parte
dos honorários recebidos em de-
corrência da sua atuação judicial
é destinada aos cofres públicos.
Em 2022, por exemplo, R$ 823
milhões arrecadados a título de
honorários foram recolhidos ao
Tesouro Nacional.
De acordo com a AGU, a siste-
mática de remuneração por de-
sempenho é vantajosa para o erá-
rio. A receita arrecadada por meio
da atuação dos advogados públi-
cos para os cofres públicos teve um
aumento de 48,36 % entre os anos
de 2018 e 2022, passando de um
total de R$ 31,5 bilhões em 2018
para R$ 46,8 bilhões em 2022.
Questionada sobre o incômo-
do entre as carreiras, a AGU não
quis se manifestar. A Receita Fe-
deral também preferiu não co-
mentar a questão.
Cibele Franzese, coordenadora
do curso de administração pública
da FGV EAESP, considera que advo-
gados públicos federais e audito-
res fiscais estão no grupo das me-
lhores carreiras remuneradas pelo
Estado. Para a professora, o mais
interessante, em termos de remu-
neração, seria o formato de “subsí-
dio”, uma parcela única remunera-
tória sem “penduricalhos” — adi-
cionais como tempo de serviço,
por exemplo. O bônus de produti-
vidade e os honorários, diz, não
deixam tanta clareza sobre como
se dá a remuneração.
“No bônus de produtividade,
precisaria haver conhecimento so-
bre as métricas de desempenho
usadas”, afirma. A professora exem-
plifica que seria necessário saber
como se dá a gestão da carreira dos
fiscais, como essa bonificação é atri-
buída e se são indicadores transpa-
rentes para a população acompa-
nhar como esses valores são distri-
buídos. “Já vi casos em que a bonifi-
cação vai para o pensionista, que
não está desempenhando nada, ou
passa do teto constitucional.”
O bônus e os honorários de su-
cumbência, acrescenta, não de-
veriam ser reconhecidos pelos
servidores como salário. “Eles nanceiras, como o acompanhamen- “O estímulo financeiro
contam com aquele valor adicio- to, feedback do trabalho, reconheci-
nal”, diz a professora. “Era me- mento da carreira e outros tipos de tende a ser
lhor ter isso incorporado ao salá-
rio, já que é considerado salário.”
retorno que muitas vezes os servido-
res não têm. “O estímulo financeiro
considerado pelo
Para a coordenadora, existem tende a ser considerado pelo servi- servidor como salário”
motivações não monetárias que po- dor como salário com o decorrer do
dem funcionar melhor do que as fi- tempo e é difícil de tirar depois.” Cibele Franzese

São Paulo quer ampliar parcelamento de dívidas de ICMS

Adriana Aguiar
De São Paulo
Empresas e contribuintes pes-
soas físicas poderão ter regras
mais benéficas para quitar suas dí-
vidas com o Estado de São Paulo. A
Assembleia Legislativa do Estado
(Alesp) deve analisar nos próxi-
mos dias o Projeto de Lei (PL) n°
1245/2023, que pretende criar o
“Acordo Paulista”, programa que
prevê um parcelamento especial
de valores devidos já inscritos na
dívida ativa paulista, além da pos-
sibilidade de negociação por meio
da chamada transação tributária.
Hoje no Estado há R$ 394 bi-
lhões inscritos em dívida ativa. São
considerados cobráveis, aproxi-
madamente, R$ 157 bilhões. No
total, há mais de 7 milhões de dé-
bitos de ICMS, ITCMD e IPVA, entre
outros impostos estaduais.
A Procuradoria Geral do Estado
(PGE-SP) cobra essa dívida pelas vias
administrativa e judicial. Se o PL
1245 for aprovado, os contribuintes
pessoa física poderão parcelar o que
devem em até 145 vezes. Pessoas ju-
rídicas, em até 120. Atualmente, o
máximo é de 60 parcelas para con-
tribuintes em geral e 84 para empre-
DIVULGAÇÃO também serão maiores. Podem che-
gar a 65% do valor transacionado,
em caso de débitos classificados co-
mo irrecuperáveis ou de difícil re-
cuperação. Em caso de pessoa física,
microempresa ou empresa de pe-
queno porte, esse percentual pode
chegar a até 70%. Hoje há um limite
máximo de 20% a 40%, a depender
do rating da empresa (classificação
dada pelo Fisco).
O PL ainda permite que as em-
presas usem créditos de precató-
rios e os acumulados de ICMS pa-
ra quitar o que devem — um plei-
to antigo das companhias.
Caso seja aprovado, a estimati-
va de arrecadação relacionada à
transação tributária é de R$ 700
milhões para o próximo ano. Em
2025, esse montante pode se ele-
var para R$ 1,5 bilhão e, no ano
posterior, para R$ 2,2 bilhões, se-
gundo dados da PGE-SP.
Deacordocomaprocuradora-ge-
ral do Estado de São Paulo, Inês Ma-
ria dos Santos Coimbra, a ideia do
“Acordo Paulista” é dar mais fôlego
“Ideia é dar mais para os contribuintes negociarem,
além de trazer mais racionalidade e
fôlego para os estratégia na atuação da PGE. “A mu-
contribuintes dança mais importante é na cultura
institucional da procuradoria de
de serem feitas transações de débi-
tos de pequeno valor por edital.
Por exemplo, a Fazenda poderia
chamar, por meio de campanha,
devedores de até determinado va-
lor para negociar. Isso também po-
derá ocorrer em relação a algumas
teses tributárias, que ainda não ti-
veram um desfecho definitivo no
Judiciário. “Antes que a controvér-
sia seja definida, pode-se fazer um
bom acordo”, afirma Inês.
A transação paulista se espelha
muito no modelo adotado pela
Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional (PGFN), segundo o sub-
procurador-geral do Contencioso
Tributário-Fiscal da PGE-SP, Danilo
Barth Pires. “Com a aprovação, será
possível identificar os devedores
que têm efetivo interesse em regu-
larizar seus débitos inscritos em
dívida ativa estadual, reservando
os atos de constrição patrimonial
apenas aos avessos aos novos dita-
mes de consensualidade”, diz ele.
De acordo com o advogado
Carlos Eduardo Navarro, do es-
critório Galvão Villani, Navarro,
Zangiácomo e Bardella, “o Esta-
do de São Paulo está seguindo
em boa medida os passos da
União e trazendo a transação tri-
uma relevância enorme. “Há uma
atuação frequente para fazer esse
tipo de negociação”, diz o advoga-
do, que espera que, assim como
os débitos federais, que dívidas de
tributos estaduais possam ser ne-
gociadas. “Muitas empresas pas-
saram por problemas financeiros
na pandemia, principalmente o
varejo, e se esse projeto passar,
poderão se regularizar.”
O projeto , segundo a procura-
dora-geral Inês Maria dos Santos
Coimbra, também pretende fa-
zer com que a atuação da PGE-SP
seja mais estratégica, instituindo
um valor mínimo para o ajuiza-
mento de ação, que mudará a de-
Leilão de Imóvel Industrial
Terreno - 11.120 m² - Construção - 5.781 m²
Excelente oportunidade em Catanduva - SP
pender da situação econômica
do Estado no momento.
“A ideia é pensar no que vale a
pena levar para o Judiciário,
olhando também para o nosso
devedor”, diz. Hoje esse piso é fi-
xo em cerca de R$ 41 mil, segun-
do a Lei n º 14.272, de 2010. Com
o projeto, uma norma infralegal
poderia instituir pisos diferentes
para tributos diversos.
A proposta em tramitação
também cria um cadastro positi-
vo de contribuintes para facilitar
uma negociação diferenciada
com os devedores que são bons
pagadores, mas tiveram uma di-
ficuldade pontual.

sas em recuperação judicial.
Os descontos nos pagamentos de
multas, juros e demais acréscimos
negociarem”
ampliar o espaço de negociação
com os contribuintes”, diz.
Inês Maria Coimbra O PL ainda traz a possibilidade
1ª Praça: 22/09/2023 às 15h 2ª Praça: 02/10/2023 às 15h 3ª Praça: 10/10/2023 às 15h
butária para o centro”.
No âmbito federal, afirma Na- (11) 3149.4600 | megaleiloes.com.br
varro, as transações ganharam *vide condições de pagamentos - J90918
E2 | Valor | São Paulo | Quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Legislação&Tributos SP

Mulheres e o
A
representatividade habeas corpus feito no Brasil. Vice-presidentes mulheres são ministras, tendo sido a Juntas estamos mudando esse
feminina é uma Porém, foi só em 1906 que a 22. A presença feminina é primeira no ano 2000 — a cenário. Hoje, segundo pesquisa
luta histórica e OAB recebeu um registro oficial destaque em quase todo Brasil. A ministra Ellen Gracie. As outras realizada pela Grant Thornton,
Direito nas extremamente
necessária em uma
da primeira mulher advogada.
Myrthes Gomes de Campos se
composição paritária do
Conselho Federal da OAB atingiu,
duas ministras já nomeadas
ainda estão em exercício.
empresa global de auditoria,
consultoria e tributos, as

democracias
sociedade que ainda carrega formou em 1898 na Faculdade em 2022, o total de 81 Ainda no sentido de reforçar mulheres ocupam 38% dos
marcas de um machismo de Direito da UFRJ, e teve seu conselheiras, entre titulares e a ausência feminina no âmbito cargos de liderança no Brasil.
perpetuado. Historicamente, as ingresso permitido nos suplentes. Até então, o recorde de da Suprema Corte brasileira, Contudo, ter uma mulher

pluralistas mulheres foram incentivadas

aos espaços privados, ou seja, o
lar, enquanto os espaços de
poder eram exclusivos dos
Opinião Jurídica homens. Hoje, a luta pela
democracia se traduz em
permitir que mais mulheres
ocupem lugares que no
Juliana passado foram
predominantemente
Bumachar masculinos, de modo a
construir ambientes mais
plurais e igualitários.
Tratando do protagonismo
feminino no Judiciário, é
importante ressaltar que a
inserção nesse espaço se deu de
forma árdua. Neste ano, a
Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB) homenageou
Esperança Garcia —
reconhecida como a primeira
advogada do país —, erguendo
um busto na sede do Conselho
Federal. Esperança era escrava e,
em 1770, redigiu uma carta ao
governador da Capitania de São
José do Piauí denunciando a
situação de violência que ela,
outras mulheres e crianças
viviam na fazenda onde
moravam. Hoje, a
OAB considera esse
documento o primeiro
quadros da Ordem após oito
anos de tentativas. Ela foi a
primeira mulher da história
participação feminina era de 16.
Com relação à participação das
mulheres advogadas no mercado
um estudo de Oxford divulgado
pela Associação dos Juízes
Federais do Brasil (Ajufe),
presente no espaço é o
suficiente para garantir a
representatividade feminina?
do Brasil a atuar no Tribunal jurídico, de acordo com o Centro apontou que o Brasil teve uma Não. Para que possamos lutar
do Júri. Sua atuação jurídica
foi marcada pela luta
de Estudos das Sociedades de
Advogados (Cesa), elas já
taxa de apenas 11,1% de
nomeação de mulheres no
por direitos é necessário que as
mulheres que acessam espaços
dos direitos das mulheres. ocupam mais da metade do Supremo, entre 2000 a 2021, de poder sejam favoráveis a
Atualmente, segundo a mais quadro dos escritórios de diante de 26% de taxa global. inclusão de outras, abrindo
recente atualização feita pelo advocacia — como advogadas ou Já o Superior Tribunal de caminhos para facilitar que
Conselho Federal da OAB em seu estagiárias — em 93% das bancas Justiça (STJ) empossou sua mais de nós possam chegar lá.
quadro de advocacia, o número de grande porte. Mas analisando primeira ministra em 1999. Dos Da mesma forma, é
de advogadas no país já é maior os espaços de poder, apenas 100 ministros que já passaram imprescindível contar com apoio
que o de advogados: 623.410 e dois terços dos escritórios pelo tribunal, apenas 8 são dos homens. Garantir a
615.600, respectivamente. Em consultados têm metade mulheres. A composição atual do representatividade feminina é
2021, foi o primeiro ano na ou mais advogadas em STJ é 80% masculina. A recente falar na defesa de uma sociedade
história em que mulheres posição de sociedade. indicação da ministra Daniela igualitária, resguardando
representaram a maioria dos Considerando a participação Texeira para a vaga em aberto é direitos e criando modelos
profissionais. Tal marca foi das mulheres na academia uma tentativa de sanar essa diversificados que possam servir
alcançada pouco menos de um jurídica, o protagonismo nas ausência feminina nas Cortes de inspiração. O compromisso
ano após a aprovação da faculdades também é ponto no superiores brasileiras. A última com a representatividade não
proposta de paridade de gênero qual são necessários avanços. vez que uma mulher foi indicada pode ser só das mulheres, e sim
nas eleições da OAB, sob a gestão Maior faculdade de direito do a uma vaga do STJ foi em 2013. de toda a sociedade.
de Felipe Santa Cruz, Brasil, a USP apresenta uma Esse tipo de análise é essencial
comprovando a necessidade grande diferença quantitativa para diagnosticarmos a falta de Juliana Bumachar é sócia do Bumachar
de implementação de políticas relacionada ao gênero presença feminina nos espaços Advogados Associados e conselheira
de incentivo às mulheres em do seu corpo docente: dos de poder e permitir uma federal da OAB pelo Rio de Janeiro
locais de liderança. mais 150 profissionais, correção nesta problemática. Há
Após as últimas eleições, cinco apenas 26 são mulheres. pouco mais de 80 anos, no Brasil, Este artigo reflete as opiniões do autor,
seccionais da Ordem passaram a Nas Cortes superiores, a apenas cabia à mulher os papéis e não do jornal Valor Econômico.
ser presididas por mulheres: São participação feminina foi ainda de esposa, mãe e dona de casa. O jornal não se responsabiliza e nem
Paulo, Santa Catarina, Paraná, mais dificultosa. Em toda Pensar, naquela época, em pode ser responsabilizado pelas
Bahia — que elegeram as história do Supremo Tribunal posições de comando no informações acima ou por prejuízos
primeiras presidentes da história Federal (STF), apenas três mercado de trabalho, seja na área de qualquer natureza em decorrência
de seus estados; e Mato Grosso. mulheres foram nomeadas pública ou privada, era irreal. do uso dessas informações

ÂNIMA HOLDING S.A.
Companhia Aberta
CNPJ/MF nº 09.288.252/0001-32 NIRE: 35300350430
Extrato da Ata da Reunião do Conselho de Administração
Data, hora e local: Dia 10/08/2023, às 09:00 hs, por videoconferência. Convocação: Todos
os membros do Conselho de Administração foram devidamente convocados. Presenças: A
totalidade dos membros do Conselho de Administração: Daniel Faccini Castanho, Maurício
Nogueira Escobar, Gabriel Ralston Correa Ribeiro, Marcelo Barbalho Cardoso, Antonoaldo
Grangeon Trancoso Neves, Juliana Buchaim Corrêa da Fonseca, Eduardo Azevedo Marques
de Alvarenga, Ana Paula de Assis Bogus e Rafael Ferraz Dias de Moraes. Presentes, também,
membros da Diretoria, o Procurador Jurídico Geral, João Batista Pacheco Antunes de
Carvalho e, os auditores independentes Tomas Menezes e Susanne Murta, representantes
da Ernst & Young (EY). Mesa: Daniel Faccini Castanho - Presidente. Heleno Carlos Fernandes
- Secretário. Deliberações: Os Conselheiros presentes, por unanimidade de votos,
deliberaram: (i) pela aprovação dos resultados e demonstrações financeiras trimestrais (ITR)
relativas ao 2º trimestre do exercício social de 2023, conforme apresentados ao Conselho
de Administração e arquivados na sede da Companhia, considerando, a recomendação
favorável do Comitê de Auditoria, Governança e Gestão de Riscos. Encerramento: Nada
mais. São Paulo, 10 de agosto de 2023. JUCESP sob o nº 374.602/23-2 em 19.09.2023.
Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
Ourinvest Investimentos - Holding Financeira S.A.
CNPJ nº 35.850.230/0001-24 - NIRE 35.300.546.71-7
ATA DA ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 10.08.2023
Data, hora, local: 10.08.2023, 13h, Sede social, na Av. Paulista, nº 1728 - 7º andar, São Paulo/SP. Presença:
Totalidade dos acionistas. Mesa: Presidente: George Meisel. Secretário: David Assine. Deliberações Aprovadas:
A distribuição de dividendos, no montante total de R$30.000.000,00, tendo como base os lucros auferidos e
apurados em exercícios anteriores. O pagamento dos dividendos será realizado aos acionistas, até 10.09.2023 e
equivalem a aproximadamente R$ 4,389428967 por ação. Encerramento: Nada mais. São Paulo, 10.08.2023.
Acionistas Presentes: Bruce Thomas Philips, David Assine, George Meisel, Ralph Ezra Bigio e Rodolfo Schwarz.
JUCESP nº 348.605/23-7 em 25.08.2023, Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
Outback Steakhouse Restaurantes Brasil S.A.
CNPJ/MF nº 17.261.661/0001-73 - NIRE 35.300.463.412
Assembleia Geral Extraordinária - Edital de Convocação
São convocados os acionistas da Outback Steakhouse Restaurantes Brasil S.A. (“Companhia”), na forma do
Art. 124 da Lei 6.404/76 (“Lei das S.A.”), para se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária a ser realizada em
29 de setembro de 2023, às 10:00 horas, na sede da Companhia, localizada na Av. das Nações Unidas, 12.901,
Torre Oeste, Bloco C, 4º andar, conjunto 401, Brooklin, CEP 04578-000, São Paulo/SP, para deliberarem sobre as
seguintes matérias: (i) ratificar e aprovar a aquisição, pela Companhia, e subsequente cancelamento, sem redução
do capital social, de suas próprias ações preferenciais da classe “MP65”; (ii) aprovar a criação da nova classe de
ação preferencial denominada “MP149”, de acordo com o plano de expansão da Companhia; (iii) aprovar o
aumento do capital social no valor de R$ 61.000,00, mediante a emissão de novas ações preferenciais nominativas,
sem direito a voto e sem valor nominal, com prioridade na distribuição de dividendos fixos; e (iv) alteração dos
Artigos 4º, 5º e 17º para refletir as deliberações aprovadas pelos acionistas e consolidação do Estatuto Social. Os
documentos pertinentes às matérias da ordem do dia encontram-se à disposição dos acionistas, a partir desta
data, na sede social. O acionista que desejar ser representado por procurador, na forma do Art. 126, §1º da Lei das
S.A., deverá depositar a respectiva procuração na sede social em até 24 horas antes da realização da assembleia.
São Paulo, 19 de setembro de 2023. Pierre Albert Berenstein - Diretor.
SÃO
PAULO
GOVERNO
DO ESTADO
COMUNICADO
Acha-se aberta na Secretaria de Estado da Saúde, a CONCORRÊNCIA CGA Nº 03/2023,
com inversão de fases, referente ao PROCESSO SEI 024.00026233/2023-50, objetivando
a Execução das obras de reforma e adequações estruturais visando obtenção de AVCB
para o Hospital Estadual Porto Primavera, Rua do Hospital, 135, Porto Primavera, Rosana,
SP. O encerramento dar-se-á às 10:00 horas do dia 30/10/2023, a ser realizado no Auditório
do CVS - Centro de Vigilância Sanitária, no Prédio Anexo III, situado na Av. Dr. Arnaldo,
nº 351, 1º andar, Cerqueira César, Capital, SP. O Edital poderá ser obtido gratuitamente
no endereço eletrônico http://www.imprensaoficial.com.br e a versão completa contendo
as especificações, desenhos e demais documentos técnicos
licitação, poderá ser obtida, igualmente de forma gratuita, por meio eletrônico, no site
https://saude.sp.gov.br/ses/perfil/cidadao/licitacoes-cgaobras/relacao-de-licitacoes/.
CVC Brasil Operadora e Agência de Viagens S.A.
CNPJ nº 10.760.260/0001-19 - NIRE 35.300.367.596
Companhia Aberta - Código CVM nº 23310
Ata de Reunião do Conselho de Administração Realizada em 29 de Agosto de 2023, às 17h
1. Data, Horário e Local: Aos 29/08/2023, às 17h, em reunião realizada por meio de videoconferência,
nos termos do artigo 17, §6º, do Estatuto Social da CVC Brasil Operadora e Agência de Viagens S.A.
(“Companhia”). 2. Convocação: Dispensadas as formalidades de convocação, tendo em vista a presen-
ça da totalidade dos membros do Conselho de Administração da Companhia, nos termos do artigo 17,
§2º, do Estatuto Social da Companhia. 3. Presença: Presentes, portanto, os(as) Srs.(as) Valdecyr Ma-
ciel Gomes (Presidente), Eduardo de Britto Pereira Azevedo (Vice-Presidente), Felipe Villela Dias, Flavio
Uchoa Teles de Menezes, Rachel de Oliveira Maia, Sandoval Martins Pereira e Rodrigo Silva Marvão.
4. Mesa: Os trabalhos foram presididos pelo Sr. Valdecyr Maciel Gomes e secretariados pela Sra. Jés-
sica Soliguetti Vicente. 5. Ordem do Dia: Reuniram-se os membros do Conselho de Administração da
Companhia para examinar, discutir e deliberar sobre: (i) A realização da oferta de aquisição de debêntu-
res: (a) da 4ª emissão de debêntures da Companhia (“Debêntures da 4ª Emissão”, “Debenturistas da 4ª
Emissão” e “4ª Emissão”, respectivamente), emitidas nos termos do “Instrumento Particular de Escritura
da 4ª Emissão de Debêntures Simples, Não Conversíveis em Ações, em até Duas Séries, da Espécie
Quirografária, para Distribuição Pública com Esforços Restritos, da CVC Brasil Operadora e Agência de
Viagens S.A.” celebrado em 29/03/2019 entre a Companhia e Vórtx Distribuidora de Títulos e Valores
Mobiliários Ltda., na qualidade de Agente Fiduciário (“Agente Fiduciário” e “Escriturador”), conforme
aditado (“Escritura da 4ª Emissão”); e (b) da 5ª emissão de debêntures da Companhia (“Debêntures da
5ª Emissão”, “Debenturistas da 5ª Emissão” e “5ª Emissão”, respectivamente, e, quando em conjunto
com as Debêntures da 4ª Emissão, os Debenturistas da 4ª Emissão e a 4ª Emissão, “Debêntures”,
“Debenturistas” e “Emissões”), emitidas nos termos do “Instrumento Particular de Escritura da 5ª Emis-
são de Debêntures Simples, Não Conversíveis em Ações, em Série Única, da Espécie Quirografária,
para Distribuição Pública com Esforços Restritos, da CVC Brasil Operadora e Agência de Viagens S.A.”
celebrado em 21/01/2021 entre a Companhia e o Agente Fiduciário, conforme aditado (“Escritura da 5ª
Emissão” e, em conjunto com a Escritura da 4ª Emissão, “Escrituras de Emissão”), na forma prevista nas
Cláusulas 4.27.2 das Escrituras de Emissão, nos termos do artigo 55, § 3º, inciso I, da Lei nº 6.404, de
15/12/1976, conforme alterada (“Lei das Sociedades por Ações”), e observado o disposto na Resolução
da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) nº 77, de 29/03/2022, conforme alterada (“Resolução CVM
77”) e na Resolução CVM nº 80, de 29/03/2022, conforme alterada (“Resolução CVM 80”) (“Oferta de
Aquisição das Debêntures”); (ii) A autorização à Diretoria da Companhia para: (a) celebrar, efetivar e
negociar todos os termos e condições relacionados às deliberações para a Oferta de Aquisição das De-
bêntures, inclusive para celebrar todos e quaisquer atos, notificações, comunicações, anexos e demais
documentos exigidos nos termos da legislação aplicável para fins da Oferta de Aquisição das Debên-
tures; (b) praticar todo e qualquer ato e assinar todo e qualquer documento necessário à formalização
da Oferta de Aquisição das Debêntures, incluindo, mas não se limitando: (1) à prática de todos os atos
necessários à efetivação da Oferta de Aquisição das Debêntures; (2) à contratação da(s) instituição(ões)
intermediária(s), assessores legais e demais prestadores de serviços necessários à realização da Oferta
de Aquisição das Debêntures, conforme aplicável, podendo negociar seus respectivos honorários; (3)
às providências relativas à liquidação da Oferta de Aquisição das Debêntures perante a B3 S.A. -Brasil,
Bolsa, Balcão (“B3”) em relação às Debêntures que estiverem custodiadas eletronicamente na B3, e/ou
por meio dos procedimentos operacionais do Escriturador, em relação às Debêntures que não estiverem
custodiadas eletronicamente na B3; e (4) ao cancelamento das Debêntures adquiridas no âmbito da
Oferta de Aquisição das Debêntures; e (iii) A ratificação dos atos já praticados relacionados às delibera-
ções acima. 6. Deliberações: Dando início aos trabalhos, os membros do Conselho de Administração
da Companhia examinaram os itens constantes da Ordem do Dia e aprovaram por unanimidade de
votos e sem quaisquer restrições ou ressalvas: (i) A realização da Oferta de Aquisição das Debêntures,
com as seguintes características e condições principais, as quais serão detalhadas no comunicado a
ser divulgado pela Companhia sobre o tema: a. Justificativa para a realização da Oferta de Aquisição
das Debêntures e os efeitos econômicos esperados da operação: Em virtude do aumento de capital da
Companhia perfazendo o total de R$549.999.997,80 por meio de oferta pública de distribuição primária
de ações de emissão da Companhia e cuja liquidação financeira ocorreu em 27/06/2023, a Companhia
realiza a presente Oferta de Aquisição das Debêntures a fim de cumprir com a obrigação prevista nas
Cláusulas 4.27.2 das Escrituras de Emissão, que estabelecem que caso a Companhia realizasse uma
captação, por meio de aumento de capital social, em valor igual ou superior a R$125.000.000,00 até
30/11/2023 (“Evento de Liquidez”), deveria realizar, para uma quantidade de Debêntures em montante
relacionados à mínimo agregado equivalente a R$75.000.000,00 para as duas operações, oferta de aquisição a ser
concluída em até 90 dias contados da data da liquidação financeira do Evento de Liquidez. Após a rea-
lização da Oferta de Aquisição das Debêntures, as Debêntures adquiridas serão canceladas o que, por
sua vez, otimizará a estrutura de capital da Companhia. b. Quantidade de Debêntures (a) em circulação
e (b) já mantidas em tesouraria: Conforme o último extrato disponível do Escriturador, o quadro abaixo
informa a quantidade de Debêntures: (i) em circulação, e (ii) já mantidas em tesouraria:

Emissão Quantidade de Debêntures Quantidade de Debêntures

ALFÂNDEGA DA MINISTÉRIO DA
RECEITA FEDERAL DO FAZENDA
BRASIL EM SÃO PAULO
AVISO DE LICITAÇÃO
Leilão Eletrônico
LICITAÇÃO: Leilão Eletrônico nº 0817900/04/2023
MERCADORIAS: Eletrônicos, informática, veículos e outros.
RECEPÇÃO DAS PROPOSTAS: do dia 11/10/2023, às 8h, até o dia 24/10/2023, às 18h.
ABERTURA DA SESSÃO PÚBLICA: 25/10/2023 às 08 horas.
LOCAL: www.receita.economia.gov.br : e-CAC - opção “Sistema de Leilão Eletrônico”.
EDITAL E INFORMAÇÕES: Alfândega da Receita Federal do Brasil em São Paulo, no
sítio: www.receita.economia.gov.br, ou ainda pelo e-mail grumap.sp.alfspo@rfb.gov.br.
ASSINA: Regis do Carmo Pacheco - Presidente da Comissão de Leilão
em Circulação em Tesouraria
4ª Emissão 499.560.852 0
Total 4ª Emissão 499.560.852 0
PR
5ª Emissão 272.973.619 0
O IA
•B IM
R
AS
IL I A
• FI A N
T•
EX
Total 5ª Emissão 272.973.619 0
Total da 4ª Emissão + Total da 5ª 772.534.471 0
Emissão
Companhia de Processamento de Dados c. Debêntures objeto da Oferta de Aquisição das Debêntures: Toda e qualquer das Debêntures da 4ª
do Estado de São Paulo - PRODESP Emissão e das Debêntures da 5ª Emissão, observado a Quantidade Máxima da Aquisição (conforme
definido abaixo) e a possibilidade de Rateio (conforme definido abaixo). d. Quantidade de Debêntures
CNPJ 62.577.929/0001-35 Objeto da Oferta de Aquisição das Debêntures: Serão objeto da Oferta de Aquisição das Debêntu-
EDITAL DE CONVOCAÇÃO res uma quantidade de Debêntures em montante máximo agregado equivalente a R$75.000.000,00
(“Quantidade Máxima da Aquisição”). e. Quantidade Mínima das Debêntures Objeto da Oferta de Aqui-
Ficam os Senhores Acionistas da Companhia de Processamento de Dados sição das Debêntures: Não aplicável. f. Destinação das Debêntures Objeto da Oferta de Aquisição das
do Estado de São Paulo - PRODESP convocados para comparecer à Assembleia Debêntures: As Debêntures objeto de aquisição no âmbito da Oferta de Aquisição das Debêntures se-
rão canceladas pela Companhia. g. Preço de Aquisição das Debêntures Objeto da Oferta de Aquisição
Geral Extraordinária, que será realizada no dia 26 de setembro de 2023, às 11 horas, das Debêntures: O preço pelo qual as Debêntures serão adquiridas corresponderá (i) ao saldo do Valor
na sede social da companhia, localizada na Rua Águeda Gonçalves, nº 240, Nominal Unitário (conforme definido nas Escrituras de Emissão) das Debêntures acrescido dos Juros
Município de Taboão da Serra, Estado de São Paulo, para deliberar sobre a seguinte Remuneratórios (conforme definido nas Escrituras de Emissão) das Debêntures, calculada de forma
exponencial e cumulativa pro rata temporis por dias úteis decorridos, com base em um ano de 252 Dias
ordem do dia: Úteis, desde a data de pagamento dos juros imediatamente anterior até a Data de Liquidação, confor-
Item 01 - Eleger membros para compor o Conselho de Administração. me definido nas Escrituras de Emissão; e (ii) acrescido de prêmio flat de 3% incidentes sobre o valor
Item 02 - Eleger membros para compor o Conselho Fiscal. calculado na forma do item (i) acima (“Preço de Aquisição das Debêntures”). O Preço de Aquisição das
Debêntures será único para todas as Debêntures. Não haverá correção monetária do Valor Nominal
Item 03 - Outros assuntos de interesse da Companhia. Unitário das Debêntures. h. Prazo para Manifestação dos Debenturistas no âmbito da Oferta de Aqui-
JOÃO GERMANO BÖTTCHER FILHO sição das Debêntures: Nos termos do inciso VII do artigo 19 da Resolução CVM 77, os Debenturistas
Presidente do Conselho de Administração poderão manifestar sua intenção de alienação das Debêntures à Companhia a partir do dia 31/08/2023
(inclusive) até 15/09/2023 (inclusive). i. Data da Liquidação da Oferta de Aquisição das Debêntures: A
liquidação das Debêntures adquiridas no contexto da Oferta de Aquisição das Debêntures ocorrerá no
dia 22/09/2023, mediante o pagamento, em moeda corrente nacional, pela Companhia, do Preço de
Aquisição das Debêntures (“Data de Liquidação”). j. Procedimento de Rateio: A Oferta de Aquisição
Secretaria de Gestão e
das Debêntures estará limitada a Quantidade Máxima da Aquisição. Caso seja verificada a adesão
Governo Digital de uma quantidade de Debenturistas superior à Quantidade Máxima da Aquisição, será realizado ra-
teio entre os Debenturistas, que manifestaram interesse na Oferta de Aquisição das Debêntures, na
proporção das Debêntures das Emissões de cada adesão, sendo desconsideradas quaisquer frações
de Debêntures, observados os termos da alínea “b”, inciso I, §6º, do artigo 19 da Resolução CVM 77
(“Rateio”). k. Demais características e condições: As demais características e condições da Oferta de
SÃO Aquisição das Debêntures serão especificadas no respectivo aviso aos debenturistas, ao agente fidu-
ciário e ao mercado a ser divulgado pela Companhia, na forma da regulamentação aplicável. (ii) A au-
PAULO torização à Diretoria da Companhia para: (a) celebrar, efetivar e negociar todos os termos e condições
GOVERNO relacionados às deliberações para a Oferta de Aquisição das Debêntures, inclusive para celebrar todos
DO ESTADO
e quaisquer atos, notificações, comunicações, anexos, e demais documentos exigidos nos termos da
legislação aplicável para fins da Oferta de Aquisição das Debêntures, podendo, inclusive, aditar os ter-
COMUNICADO mos e condições da Oferta de Aquisição de Debêntures que não sejam incompatíveis com o disposto
no item (i) acima; e (b) praticar todo e qualquer ato e assinar todo e qualquer documento necessário
Acha-se aberta na Secretaria de Estado da Saúde, a licitação na modalidade Pregão à formalização da Oferta de Aquisição das Debêntures ora aprovada, incluindo, mas não se limitando:
(1) à prática de todos os atos necessários à efetivação da Oferta de Aquisição das Debêntures; (2) à
Eletrônico para Registro de Preços nº 011/2023 OC - 090201000012023OC00012, contratação da(s) instituição(ões) intermediária(s), assessores legais e demais prestadores de serviços
referente ao processo nº 2023/02892, SEI 024.00102409/2023-87, objetivando a necessários à realização da Oferta de Aquisição das Debêntures, podendo negociar seus respectivos
CONSTITUIÇÃO DE SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS PARA COMPRA DE
honorários; (3) às providências relativas à liquidação da Oferta de Aquisição das Debêntures perante
a B3 em relação às Debêntures que estiverem custodiadas eletronicamente na B3, e/ou por meio dos
MEDICAMENTOS, a ser realizado por intermédio do Sistema Eletrônico de Contratações procedimentos operacionais do Escriturador, em relação às Debêntures que não estiverem custodia-
das eletronicamente na B3; e (4) à autorização para proceder ao cancelamento das Debêntures adqui-
denominado “Bolsa Eletrônica de Compras do Governo do Estado de São Paulo”, ridas no âmbito da Oferta de Aquisição das Debêntures. (iii) A ratificação de todos os atos já praticados
relacionados a todas as deliberações acima. 7. Encerramento, Lavratura e Aprovação da Ata: Nada
cuja abertura está marcada para o dia 04/10/2023, a partir das 09:00 horas.
mais havendo a ser tratado, foi oferecida a palavra a quem quisesse se manifestar e ante a ausência
Os interessados em participar do certame deverão acessar a partir de 22/09/2023, o site de manifestações, foram encerrados os trabalhos da reunião e lavrada a presente ata, a qual foi lida e
www.bec.sp.gov.br ou www.bec.fazenda.sp.gov.br, mediante a obtenção de senha de aprovada por todos os presentes. 8. Conselheiros Presentes: Valdecyr Maciel Gomes (Presidente),
Eduardo de Britto Pereira Azevedo (Vice-Presidente), Felipe Villela Dias, Flavio Uchoa Teles de Mene-
acesso ao sistema e credenciamento de deus representantes. zes, Rachel de Oliveira Maia, Sandoval Martins Pereira e Rodrigo Silva Marvão. Mesa: Valdecyr Maciel
O Edital da presente licitação encontra-se disponível no site www.e-negociospublicos.com.br, Gomes - Presidente; e Eliane Silveira Lapa - Secretária. Santo André/SP, 29/08/2023. Mesa: Valdecyr
Maciel Gomes - Presidente, Jéssica Soliguetti Vicente - Secretária. JUCESP nº 373.600/23-9, em
ou Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 188 - 1º andar, Jd. América - São Paulo - SP. 18/09/2023. Maria Cristina Frei - Secretária Geral.

AVISO DE LICITAÇÃO
O Serviço Social do Comércio – Administração Regional no Estado de São Paulo, nos
termos da Resolução nº 1.252/2012, de 06 de junho de 2012, publicada na Seção III
do Diário Oficial da União - Edição nº 144 de 26/07/2012, alterada pela Resolução
nº 1.501/2022, de 17/01/2022, torna pública a abertura das seguintes licitações:
MODALIDADE: Pregão Eletrônico
Objetos:
PE 2023012000317 - Serviços especializados de coleta, armazenagem, transporte
e destinação final de resíduos orgânicos e não recicláveis para a Unidade 14 Bis.
Abertura: 10/10/2023 às 10h30.
PE 2023012000318 - Serviços de impressão e veiculação de outdoor para a Unidade
Araraquara. Abertura: 04/10/2023 às 10h30.
PE 2023012000331 - Serviços de transporte eventual de passageiros, com veículo
tipo micro-ônibus rodoviário, em atendimento ao “Circuito Sesc de Artes” para
Diversas Unidades. Abertura: 02/10/2023 às 10h30.
PE 2023012000341 - Serviços de montagem cenográfica para a Unidade Sorocaba.
Abertura: 09/10/2023 às 10h30.
PE 2023012000344 - Serviços de transporte eventual de passageiros, com veículo
tipo micro-ônibus rodoviário, em atendimento ao “Circuito Sesc de Artes” para
Diversas Unidades. Abertura: 04/10/2023 às 10h30.
PE 2023012000345 - Serviços de transporte de cargas em atendimento ao “Circuito
Sesc de Artes 2023” para Diversas Unidades. Abertura: 03/10/2023 às 10h30.
PE 2023012000346 - Serviços de transporte de cargas em atendimento ao “Circuito
Sesc de Artes 2023” para Diversas Unidades. Abertura: 06/10/2023 às 10h30.
A consulta e aquisição dos editais estão disponíveis no endereço eletrônico
portallc.sescsp.org.br mediante inscrição para obtenção de senha de acesso.
Ez Tec Empreendimentos
e Participações S.A.
CNPJ nº 08.312.229/0001-73 - NIRE 35.300.334.345 - Companhia Aberta
Ata de Reunião do Conselho de Administração Realizada em 16 de Agosto de 2023
Data, Hora e Local: Dia 16/8/23, às 11hs, na sede social da Companhia. Presença: Totalidade dos mem-
bros do Conselho de Administração. Mesa: Presidente: Flavio Ernesto Zarzur; Secretário: Antonio Emilio
Clemente Fugazza. Deliberações: Por unanimidade: (i) destituir o Sr. Marcelo Ernesto Zarzur, do cargo de
Diretor Técnico, ao qual foi eleito na RCA em 2/5/23; e (ii) em razão da deliberação (i) aprovada acima, ele-
ger o Sr. Silvio Luiz Gava, como Diretor Técnico da Companhia, para um mandato unificado com os demais
membros da Diretoria eleitos na RCA em 2/5/23, estendendo-se até 5 dias úteis após a AGO que deliberar
sobre as contas relativas ao exercício social a ser encerrado em 31/12/24, podendo ser reeleito. O Diretor
ora eleito tomará posse em seu cargo no prazo legal, mediante assinatura do termo de posse lavrado em livro
próprio, ocasião em que declarará, sob as penas da lei, não estar incurso em quaisquer crimes previstos em
lei que o impeça de exercer a atividade mercantil, estando ciente do disposto no Art. 147 da Lei nº 6.404,
de 15 de dezembro de 1976, conforme alterada (“Lei nº 6.404/76”), para sua investidura como Diretor
Técnico da Companhia. A Diretoria fica composta pelos seguintes membros: (a) Silvio Ernesto Zarzur Diretor
(Diretor Presidente, Comercial e de Incorporação); (b) Flavio Ernesto Zarzur (Diretor Vice-Presidente); (c)
Marcelo Ernesto Zarzur (Diretor Vice-Presidente); (d) Mauro Alberto (Diretor Administrativo); (e) Roberto
Mounir Maalouli (Diretor Jurídico); (f) Silvio Hidemi Iamamura (Diretor de Operações Imobiliárias e de
Novos Negócios); (g) Antonio Emilio Clemente Fugazza (Diretor Financeiro e de Relações com Investidores);
e (h) Silvio Luiz Gava (Diretor Técnico). Encerramento: Nada mais, lavrando-se a presente ata, que, lida e
achada conforme, foi por todos assinada. JUCESP nº 350.317/23-9 em 29/8/23. Maria Cristina Frei - Se-
cretária-Geral. Aviso: O texto acima é um resumo da respectiva ata. O inteiro teor desse documento poderá
ser consultado na versão digital do jornal: “https://valor.globo.com/valor-ri/” desta data.
Banco Bradesco Financiamentos S.A.
CNPJ no 07.207.996/0001-50 – NIRE 35.300.113.420
Ata Sumária da Assembleia Geral Extraordinária realizada em 31.7.2023
Data, Hora, Local: Em 31.7.2023, às 10h, na sede social, Núcleo Cidade de Deus, Prédio Prata,
4o andar, Vila Yara, Osasco, SP, CEP 06029-900. Mesa: Presidente: Dagilson Ribeiro Carnevali;
Secretário: Miguel Santana Costa. Quórum de Instalação: Totalidade do capital social. Edital
de Convocação: Dispensada a publicação de conformidade com o disposto no §4o do Artigo 124
da Lei no 6.404/76. Deliberação: Aprovada a alteração do jornal em que a Sociedade faz as
publicações ordenadas pela Lei no 6.404/76, parágrafo terceiro do artigo 289, que doravante passa
a ser no “Jornal O Dia SP”, conforme proposta da Diretoria, registrada na Reunião daquele Órgão
de 26.7.2023. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente encerrou os
trabalhos, lavrando-se a presente Ata que, aprovada por todos os presentes, será encaminhada
para que assinem eletronicamente. aa) Presidente: Dagilson Ribeiro Carnevali; Secretário: Miguel
Santana Costa; Acionista: Banco Bradesco S.A., representado por seus Diretores-Vice-Presidentes,
senhores Marcelo de Araújo Noronha e Cassiano Ricardo Scarpelli. Declaração: Declaramos para
os devidos fins que a presente é cópia fiel da Ata original lavrada no livro próprio e que são autênticas,
no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. aa) Presidente: Dagilson Ribeiro Carnevali; Secretário:
Miguel Santana Costa. Certidão - Secretaria de Desenvolvimento Econômico - JUCESP - Certifico o
registro sob o número 362.498/23-4, em 11.9.2023. a) Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
Repasses Financeiros e Soluções
Tecnológicas Instituição de Pagamento S.A.
CNPJ no 40.473.435/0001-78 - NIRE 35.300.619.129
Ata Sumária da Assembleia Geral Extraordinária realizada em 28.7.2023
Data, Hora e Local: Em 28.7.2023, às 18h, na sede social da Repasses Financeiros e Soluções
Tecnológicas Instituição de Pagamento S.A., localizada na Avenida Paulista, 1.374, 11o andar, sala
106-B, Bela Vista, São Paulo, SP, CEP 01310-100. Convocação e Presença: Dispensada a
convocação prévia, nos termos do artigo 124, §4o da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (“Lei
das S.A.”), tendo em vista o comparecimento dos acionistas representando a totalidade do capital
social da Companhia, conforme assinaturas constantes no Livro de Registro de Presença de
Acionistas da Companhia. Mesa: Presidente: Moacir Nachbar Junior; Secretária: Ticiana Cabirta de
Amorim. Lavratura da Ata: Os acionistas presentes aprovaram a lavratura desta ata em forma de
sumário, nos termos do artigo 130, §1o da Lei das S.A. Ordem do Dia: Examinar, discutir e deliberar
sobre: (i) a alteração da redação do “caput” do Artigo 6o do Estatuto Social, em razão da
integralização da terceira parcela do aumento de capital social; (ii) a alteração do endereço da sede
social da companhia, com consequente alteração do artigo 3o do Estatuto Social; (iii) a alteração do
objeto social da Companhia, com consequente alteração do artigo 5o do Estatuto Social; (iv) a
inclusão dos CNAE’s 7020-4/00 - Atividades de consultoria em gestão empresarial, exceto
consultoria técnica específica, em função da alteração de objeto social e 6619-3/99 - Outras
atividades auxiliares dos serviços financeiros não especificadas anteriormente; (v) alteração da
redação do “caput” do Artigo 9o do Estatuto Social, modificando a composição do Conselho de
Administração, que passa a ser de 3 (três) a 6 (seis) membros; (vi) a reeleição dos membros do
Conselho de Administração e eleição de novos membros; (vii) alteração do jornal em que a
Sociedade faz as publicações ordenadas pela Lei no 6.404/76, parágrafo terceiro do artigo 289;
(viii) a consolidação do Estatuto Social da Companhia. Deliberações: Instalada a Assembleia, os
acionistas aprovaram: I) a alteração da redação do “caput” do Artigo 6o do Estatuto Social, em razão
da integralização, nesta data (28.7.2023), da terceira parcela no valor de R$10.000.000,00 (dez
milhões de reais) do capital social, em decorrência do aumento do capital social deliberado na
Assembleia Geral Extraordinária realizada em 29.7.2022, devidamente arquivada na Junta
Comercial do Estado da Bahia, sob no 98230065 em 31.8.2022, mediante a emissão, na ocasião,
de 11.328 (onze mil, trezentas e vinte e oito) ações ordinárias, nominativas, sem valor nominal,
subscritos na sua totalidade pela acionista Cubos Holding Participações Ltda., CNPJ
no 45.405.553/0001-62, conforme segue: “Artigo 6o) O capital social da Companhia é de
R$32.014.507,11 (trinta e dois milhões, quatorze mil, quinhentos e sete reais e onze centavos),
dividido em 29.632 (vinte e nove mil, seiscentas e trinta e duas) ações ordinárias, nominativas, sem
valor nominal, totalmente subscrito e integralizado.”; II) a alteração do endereço da sede social da
Companhia, da Avenida Paulista, 1.374, 11o andar, sala 106-B, Bela Vista, São Paulo, SP, CEP
01310-916, para Avenida Paulista, 688, Edifício Santa Filippa, 12o andar, sala 02, Bela Vista, São
Paulo, SP, CEP 01310-909, com a consequente alteração da redação do artigo 3o do estatuto social,
conforme segue: “Artigo 3o) A Companhia tem sede na Avenida Paulista, 688, Edifício Santa Filippa,
12o andar, sala 02, Bela Vista, São Paulo, SP, CEP 01310-909.”; III) a inclusão, no objeto social, da
atividade de prestação de serviços de consultoria no âmbito financeiro, com a consequente
alteração da redação do artigo 5o do estatuto social, conforme segue: “Artigo 5o) A Companhia tem
por objeto social: (i) o desenvolvimento de produtos que visam aumentar a eficiência no mercado de
meios de pagamento, mediante a promoção de ambiente tecnológico de negócios mais inclusivo e
competitivo, fornecendo soluções tecnológicas integráveis a infraestruturas de pagamento de
bancos e instituições financeiras em geral e operáveis diretamente por empresas perante o seu
público consumidor, independentemente da indústria de atuação destas; (ii) a disponibilização de
serviços de aporte ou saque de recursos mantidos em conta de pagamento, execução ou facilitação
da instrução de pagamento relacionada a determinado serviço de pagamento; gestão de conta de
pagamento; emissão de instrumento de pagamento; remessa de fundos, conversão de moeda física
ou escritural em moeda eletrônica ou vice-versa, e demais atividades relacionados à instituições de
pagamento, nos termos da Lei no 12.865/2013; (iii) atividades de desenvolvimento de programas de
computador e softwares para fins das atividades previstas neste objeto social; (iv) atividades de
cobranças e informações cadastrais; atividades de intermediação e agenciamento de serviços e
negócios em geral, exceto imobiliários; (v) atividade de prestação de serviços de consultoria no
âmbito financeiro; e (vi) participação em outras sociedades na qualidade de sócia ou acionista,
quando admitido pela regulamentação.”; IV) tendo em vista a alteração do objeto social acima,
aprovaram ainda a inclusão dos CNAEs: 7020-4/00 - Atividades de consultoria em gestão
empresarial, exceto consultoria técnica específica; e 6619-3/99 - Outras atividades auxiliares dos
serviços financeiros não especificadas anteriormente; V) a alteração da redação do “caput” do
Artigo 9o do Estatuto Social da Companhia, modificando a composição do Conselho de
Administração, que passa a ser de 3 (três) e a 6 (seis) membros, conforme segue: “Artigo 9o) O
Conselho de Administração da Companhia será composto de 3 (três) a 6 (seis) membros, todos
residentes no País, eleitos em Assembleia Geral, com mandato unificado de 1 (um) ano, podendo
ser reeleitos e estendendo-se até a posse dos novos conselheiros eleitos.”; VI) reelegeram os
Membros do Conselho de Administração da Companhia, o senhor Moacir Nachbar Junior, brasileiro,
casado, bancário, RG 13.703.383-7/SSP-SP, CPF 062.947.708-66, com endereço profissional no
Núcleo Cidade de Deus, Vila Yara, Osasco, SP, CEP 06029-900; e senhora Ticiana Cabirta de
Amorim, brasileira, empresária, solteira, RG 1319009867/SSP-BA, CPF 052.669.405-06, com
endereço profissional na Avenida Paulista, 688, Edifício Santa Filippa 12o andar, sala 02, Bela Vista,
São Paulo, SP, CEP 01310-909; e elegeram os senhores: Presidente: José Ramos Rocha Neto,
brasileiro, casado, bancário, RG 52.969.025-1/SSP-SP, CPF 624.211.314/72; Membros: Marcelo de
Araújo Noronha, brasileiro, casado, bancário, RG 56.163.018-5-SSP/SP, CPF 360.668.504/15;
Cassiano Ricardo Scarpelli, brasileiro, casado, bancário, RG 16.290.774-6-SSP/SP, CPF
082.633.238/27; e Rogério Pedro Câmara, brasileiro, casado, bancário, RG 16.247.624-3/SSP-SP,
CPF 063.415.178/90, todos com endereço profissional no Núcleo Cidade de Deus, Vila Yara,
Osasco, SP, CEP 06029-900, os quais: a) firmaram declaração referente ao não impedimento do
exercício de cargos de administração em companhias, conforme disposto no artigo 147 da Lei
no 6.404/76, a qual ficará arquivada na sede da Companhia; b) terão mandato de 1 (um) ano, até 29
de julho de 2024, estendendo-se até a posse dos novos Conselheiros que serão eleitos em 2024;
VII) a alteração do jornal em que a Companhia faz as publicações ordenadas pela Lei no 6.404/76,
parágrafo terceiro do artigo 289, que doravante passa a ser no “Jornal O Dia SP”, desde que não
seja aplicável as dispensas de publicação em jornal previstas na legislação, a exemplo do art. 294,
III, da Lei no 6.404/76; VIII) a consolidação do Estatuto Social, conforme Anexo I desta Ata.
Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente encerrou os trabalhos,
lavrando-se a presente Ata que, aprovada por todos os presentes, será encaminhada para que
assinem eletronicamente. aa) Presidente: Moacir Nachbar Junior; Secretária: Ticiana Cabirta de
Amorim; Acionistas: Cubos Holding Participações Ltda., representada por seu administrador,
senhor Curt Cortese Zimmermann; Ticiana Cabirta de Amorim e Victor de Souza Tavares.
Declaração: Declaramos para os devidos fins que a presente é cópia fiel da Ata original lavrada no
livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. aa) Presidente:
Moacir Nachbar Junior, Secretária: Ticiana Cabirta de Amorim. Certidão: Secretaria de
Desenvolvimento Econômico - JUCESP - Certifico o registro sob o número 352.946/23-4, em
1.9.2023. a) Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
TRANSPORTADORA ASSOCIADA DE GÁS S.A. - TAG
CNPJ/MF nº 06.248.349/0001-23 - NIRE 33.3.0026996-7
EDITAL DE SEGUNDA CONVOCAÇÃO DA ASSEMBLEIA GERAL DE DEBENTURISTAS DA 1ª SÉRIE, 2ª SÉRIE E 3ª SÉRIE DA 1ª (PRIMEIRA) EMISSÃO DE
DEBÊNTURES SIMPLES, NÃO CONVERSÍVEIS EM AÇÕES, DA ESPÉCIE QUIROGRAFÁRIA, COM GARANTIA REAL ADICIONAL, EM 3 (TRÊS) SÉRIES,
PARA DISTRIBUIÇÃO PÚBLICA COM ESFORÇOS RESTRITOS DE DISTRIBUIÇÃO, DA TRANSPORTADORA ASSOCIADA DE GÁS S.A. - TAG
Nos termos do art. 124, §1º, inciso I, do art. 71, § 2º, da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, conforme
em vigor (“Lei das Sociedades por Ações”) e da “Escritura Particular da 1ª (Primeira) Emissão de
Debêntures Simples, não Conversíveis em Ações, da Espécie Quirografária, com Garantia Real Adicional,
em 3 (Três) Séries, para Distribuição Pública com Esforços Restritos de Distribuição, da Transportadora
Associada de Gás S.A. - TAG”, celebrada em 10 de maio de 2019, conforme aditada de tempos em tempos
(“Escritura de Emissão”), entre a Transportadora Associada de Gás S.A. - TAG (na qualidade de
sucessora universal de todos os direitos e obrigações da Aliança Transportadora de Gás Participações S.A.,
inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica do Ministério da Fazenda (“CNPJ/MF”) sob o nº
06.248.349/0001-23), - na qualidade de emissora das debêntures (“Emissora” ou “Companhia”) e a
VX Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. (atual denominação social da Simplific
Pavarini Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda.), na qualidade de agente fiduciário representando
a comunhão dos titulares das debêntures (“1ª Emissão”, “Agente Fiduciário”, “Debenturistas” e
“Debêntures”, respectivamente), ficam os Debenturistas da 1ª série, da 2ª série e da 3ª série da
1ª Emissão e o Agente Fiduciário convocados a participar da assembleia geral de Debenturistas, que se
realizará, em segunda convocação, no dia 25 de setembro de 2023, às 11:00h, de forma exclusivamente
digital por meio da plataforma eletrônica Microsoft Teams (“Assembleia Geral de Debenturistas” e
“Plataforma Digital”, respectivamente), observado o disposto na Resolução da Comissão de Valores
Mobiliários nº 81, de 29 de março de 2022 (“RCVM 81”), a fim de apreciarem e deliberarem acerca das
seguintes propostas da Emissora (“Edital de Convocação”): (i) nos termos da Cláusula 9.4.2 da Escritura
de Emissão, e tendo em vista as novas disposições acordadas entre a Companhia e as respectivas
contrapartes no âmbito da contratação pela Companhia de nova dívida para o pré-pagamento do USD
Facility (conforme definido na Escritura de Emissão), bem como das despesas incorridas no âmbito do USD
Facility, conforme informações indicativas disponibilizadas aos Debenturistas nos termos do item 2.8 deste
Edital de Convocação (“Refinanciamento USD Facility”), a celebração de aditamento à Escritura de
Emissão de forma a equalizar os termos da Escritura de Emissão com os conceitos acordados no âmbito
do Refinanciamento USD Facility, de forma a: (a) alterar as definições de USD Facility, Credores
Estrangeiros, dos Contratos de Hedge Contingente e dos Provedores de Hedge previstos na Escritura de
Emissão, de forma a atualizá-los para refletir os novos instrumentos contratados pela Companhia, e as
respectivas contrapartes, nas Cláusulas 3.4.2 e 3.8.1.1 da Escritura de Emissão, referente ao
compartilhamento das Garantias, bem como adequar os termos referentes ao Intercreditor Agreement
(conforme definido na Escritura de Emissão), tendo em vista o aditamento celebrado ao referido documento
no âmbito do Refinanciamento USD Facility; (b) adequar as hipóteses de Oferta de Resgate Obrigatório
previstas na Cláusula 5.3 da Escritura de Emissão, de forma a ajustar o valor mínimo a ser considerado na
venda de ativos, excluir a menção à transferência de recursos da Conta Reserva de Distribuição para a
Conta Operacional e excetuar o recebimento de recursos pela Emissora em razão de pagamento por
terceiro que não seja contraparte de um Contrato Relevante do Projeto, em decorrência de uma cessão de
parte de referido Contrato Relevante do Projeto a tal terceiro, conforme permitido, sendo referido pagamento
devido em sua integralidade pela contraparte original do respectivo Contrato Relevante do Projeto; (c) incluir
na Escritura de Emissão o conceito de Subsidiárias Materiais Restritas, Subsidiárias Restritas, Subsidiárias
Project Finance, Pessoas Joint Venture e Investidas Minoritárias, sendo que: (c.1) as Subsidiárias Materiais
Restritas serão incluídas em determinadas hipóteses de vencimento antecipado da Escritura de Emissão,
quais sejam, as previstas na Cláusula 6.1.1, itens (d) e (e), e na Cláusula 6.1.2, itens (g), (h), (i); (c.2) as
Subsidiárias Restritas serão incluídas em determinadas hipóteses de vencimento antecipado da Escritura
de Emissão, quais sejam, as previstas na Cláusula 6.1.1, item (e), e na Cláusula 6.1.2, item (j), sendo
permitida, exclusivamente para as Subsidiárias Restritas, a fusão com a Emissora ou outra Subsidiária
Restrita ou a realização das operações descritas no item (j), se a Emissora estiver adimplente com o
Covenant (conforme definido abaixo); (c.3) será permitida a liquidação e/ou dissolução das Subsidiárias
Restritas se (A) a Emissora estiver adimplente com o Índice de Alavancagem Líquida para o trimestre fiscal
mais recente, considerando o efeito pro forma da operação; e (B) se a Emissora apresentar projeções
considerando o efeito pró-forma da operação, demonstrando ICSD médio não inferior a 1,25x e ICSD
mínimo não inferior a 1,20x para cada período de 12 (doze) meses imediatamente anterior a cada Data de
Amortização e para cada período semestral anterior a cada Data de Vencimento, conforme aplicável,
calculados pelo período de 10 (dez) anos desde a data de desembolso do USD Facility (“Covenant”);
(c.4) as Subsidiárias Restritas serão incluídas em determinadas obrigações da Escritura de Emissão, quais
sejam, as previstas na Cláusula 7.1, item (viii), (xvii), (xix), (xxi), (xxii), (xxiii), (xxv), (xxvii), subitem (d), sendo
permitido o recebimento pela Emissora de valores proporcionais à sua participação nas Subsidiárias
Restritas; (c.5) as Subsidiárias Materiais Restritas serão incluídas em determinadas obrigações da Escritura
de Emissão, quais sejam, as previstas na Cláusula 7.1, itens (xx), (xxiii), (xliii), (xliv); (c.6) as Subsidiárias
Restritas serão incluídas em determinadas declarações da Escritura de Emissão, quais sejam, as previstas
na Cláusula 10.1, itens (p), (q) e (x); (c.7) as Subsidiárias Materiais Restritas serão incluídas em
determinadas declarações da Escritura de Emissão, quais sejam, as previstas na Cláusula 10.1, itens (a),
(f) e (v); (c.8) as Pessoas Joint Venture e as Investidas Minoritária serão incluídas nos termos definidos
“Fluxo de Caixa Disponível do Serviço da Dívida”, “Serviço da Dívida”, “Dívida Líquida Consolidada”,
“EBITDA Consolidado”, bem como na obrigação prevista na 7.1(xxi) (i) da Escritura de Emissão; Serão
“Subsidiárias Materiais Restritas” quaisquer Subsidiária Restrita da Emissora, que represente 7,5%
(sete inteiros e cinco décimos por cento) das Receitas Líquidas Consolidadas da Emissora; “Subsidiárias
Restritas” quaisquer subsidiárias da Emissora que não sejam Subsidiárias Project Finance; “Subsidiárias
Project Finance” quaisquer subsidiárias da Emissora que sejam sociedades de propósito específico
relacionadas à aquisição e/ou construção e operação de qualquer projeto referente à qualquer expansão do
Projeto e qualquer negócio ou atividade relacionada, correlata, complementar ou auxiliar a ele, e qualquer
outros negócios e atividades no setor de gás e energia, incluindo, sem limitação, armazenamento de gás
natural e usinas termelétricas de gás natural (“Negócios Permitidos”); “Pessoa JointVenture” consórcio,
parceria, joint venture, compartilhamento de lucros ou contrato de royalty ou arranjos similares; “Investida
Minoritária” pessoa ou entidade da qual a Emissora tenha adquirido participação minoritária do capital
social; (d) alterar a Data de Verificação do ICSD para que ocorra semestralmente, na data em que a
Emissora fornecer as demonstrações financeiras ou balanços e balancetes gerenciais, conforme aplicável,
e outras informações contábeis pertinentes a cada período encerrado em 30 de junho e 31 de dezembro de
cada exercício social da Emissora; (e) alterar o conceito de Fluxo de Caixa Disponível para o Serviço da
Dívida, para que (e.1) considere o caixa livre resultante das atividades operacionais da Emissora, das
Subsidiárias Restritas, Pessoas Joint Venture e Investidas Minoritárias, conforme descrito nas
demonstrações financeiras consolidadas e não auditadas para período encerrado em 30 de junho e nas
demonstrações financeiras consolidadas e auditadas para cada período encerrado em 31 de dezembro de
cada exercício social, sendo que o valor do caixa livre das Subsidiárias Restritas, das Pessoas Joint Venture
e Investidas Minoritárias será limitado ao valor correspondente à participação acionária da Emissora nas
Subsidiárias Restritas, na data de apuração; (e.2) considere os Desembolsos das Dívidas Capital de Giro
pela Emissora ou por qualquer Subsidiária Restrita, sendo que o valor de tais desembolsos pelas
Subsidiárias Restritas será limitado ao valor correspondente à participação acionária da Emissora nas
Subsidiárias Restritas, na data de apuração; (e.3) considere a soma de Capex incorrido pela Emissora ou
qualquer de suas Subsidiárias Restritas, excetuado o Capex financiado com endividamento permitido no
âmbito da Escritura de Emissão e com recursos depositados na Conta de Capex; (e.4) sejam excluídas as
referências ao FX Facility e à FX Reserve Account; (f) incluir o conceito de Projeto, referente à propriedade,
operação e manutenção de um gasoduto de aproximadamente 4,505 km detido pela Emissora, bem como
de sua expansão; (g) alterar o conceito de “Serviço da Dívida”, para que (g.1) inclua o valor agregado dos
pagamentos devidos pela Emissora e por quaisquer Subsidiárias Restritas e, exclusivamente, (a) caso a
Emissora ou uma Subsidiária Restrita tenha fornecido garantia, suporte de crédito ou outra obrigação
contingente em favor de ou com relação a um endividamento incorrido por uma Pessoa Joint Venture ou
uma Investida Minoritária ou (b) para os fins previstos no item (xxi) subitem (i) da Cláusula 6.1.2 para a
contratação de dívidas consistindo em garantia, suporte de crédito ou outra obrigação contingente em favor
de ou com relação ao endividamento incorrido por qualquer Pessoa Joint Venture e Investida Minoritária
durante o período de qualquer endividamento da Emissora, das Subsidiárias Restritas, e, caso aplicável, de
acordo com os subitens (a) e (b) acima, sendo que o valor de tais pagamentos referentes às obrigações das
Subsidiárias Restritas, Pessoas Joint Venture ou Investidas Minoritárias deve ser igual ou maior do que (i) o
valor dos pagamentos garantidos ou beneficiados por suporte de crédito ou obrigações contingentes pela
Emissora ou Subsidiária Restrita; e (ii) o valor de tais pagamentos correspondente ao percentual da
participação acionária direta ou indireta da Emissora em tais Subsidiárias Restritas, Pessoas Joint Venture
ou Investidas Minoritárias na data de apuração; (g.2) se considere as comissões devidas pela Emissora,
pelas Subsidiárias Restritas e, exclusivamente, (a) caso a Emissora ou uma Subsidiária Restrita tenha
fornecido garantia, suporte de crédito ou outra obrigação contingente em favor de ou com relação ao um
endividamento incorrido por uma Pessoa Joint Venture ou uma Investida Minoritária ou (b) para os fins
previstos no item (xxi) subitem (i) da Cláusula 6.1.2 para a incorrência de dívidas consistindo em garantia,
suporte de crédito ou outra obrigação contingente em favor de ou com relação ao endividamento incorrido
por qualquer Pessoa Joint Venture e Investida Minoritária no âmbito de qualquer endividamento da Emissora
e das Subsidiárias Restritas, sendo certo que o valor de tais comissões atribuído às Subsidiárias Restritas
e, caso aplicável, de acordo com as cláusulas (a) e (b) acima, qualquer Pessoa Joint Venture ou Investida
Minoritária deve ser maior ou igual a (i) o valor das comissões no âmbito de dívidas garantidas pela
Emissora ou pela Subsidiária Restrita; e (ii) o valor das comissões correspondente ao percentual da
participação acionária direta ou indireta da Emissora em tais Subsidiárias Restritas, nas Pessoas Joint
Venture ou nas Investidas Minoritárias, na data de apuração; (g.3) se considere o pagamento de juros e
outras obrigações pecuniárias da Emissora, das Subsidiárias Restritas e, exclusivamente, (a) caso a
Emissora ou uma Subsidiária Restrita tenha fornecido garantia, suporte de crédito ou outra obrigação
contingente em favor de ou com relação ao um endividamento incorrido por uma Pessoa Joint Venture ou
uma Investida Minoritária ou (b) para os fins previstos no item (xxi) subitem (i) da Cláusula 6.1.2 para a
incorrência de dívidas consistindo em garantia, suporte de crédito ou outra obrigação contingente em favor
de ou com relação ao endividamento incorrido por qualquer Pessoa Joint Venture e Investida Minoritária no
âmbito de qualquer endividamento da Emissora, das Subsidiárias Restritas e, caso aplicável, de acordo
com os subitens (a) e (b) imediatamente acima, qualquer Pessoa Joint Venture ou Investida Minoritária,
incluindo, sem limitação, as decorrentes da Dívida Capital de Giro, sendo certo que o valor de tais
pagamentos atribuído às Subsidiárias Restritas, às Pessoas Joint Venture ou às Investidas Minoritárias,
deve ser maior ou igual a (i) o valor dos pagamentos no âmbito de dívidas garantidas pela Emissora ou pela
Subsidiária Restrita; e (ii) o valor dos pagamentos correspondente ao percentual da participação acionária
direta ou indireta da Emissora em tais Subsidiárias Restritas, Pessoas Joint Venture ou Investidas
Minoritárias, na data de apuração; e (g.4) sejam excluída qualquer referência ao FX Facility; (h) alterar o
conceito de Dívida Líquida Consolidada e do EBITDA Consolidado, para que considere a soma dos valores
São Paulo | Quinta-feira, 21 de setembro de 2023 | Valor | E3
das rubricas específicas para Emissora, Subsidiárias Restritas, e, caso aplicável, Pessoas Joint Venture e
Investidas Minoritárias sendo que para as Subsidiárias Restritas, Pessoas Joint Venture e Investidas
Minoritárias, o valor das rubricas deve ser igual ou maior do que (i) o valor total do endividamento das
Subsidiárias Restritas garantido ou beneficiado por suporte de crédito ou obrigações contingentes pela
Emissora ou pela Subsidiária Restrita; e (ii) o valor total do endividamento correspondente ao percentual de
participação acionária direta ou indireta da Emissora em tais Subsidiárias Restritas, Pessoas Joint Venture
ou Investidas Minoritárias na data de apuração; (i) atualizar a definição de Contrato de O&M, para substituir
a referência ao Contrato de Serviços de Apoio Técnico ao Transporte de Gás celebrado entre a Emissora e
a Transpetro em 13 de junho de 2013 pelo Contrato de Prestação de Serviços de Manutenção, Inspeção e
Suporte à Operação Centralizada celebrado entre a Emissora e a Engie Soluções de Operação e
Manutenção Ltda. em 17 de dezembro de 2021; (j) alterar determinadas obrigações da Emissora constantes
da Cláusula 7.1, de forma a (j.1) alterar o prazo de entrega do cálculo do ICSD e do cálculo do Índice de
Alavancagem Líquida para que seja realizado com base nos balanços e balancetes gerenciais (para o
período encerrado em 30 de junho) ou nas demonstrações financeiras auditadas (para o período encerrado
em 31 de dezembro), e outras informações contábeis pertinentes; (j.2) permitir a criação de subsidiárias ou
sociedades de propósito específico nas hipóteses de constituição ou aquisição de Subsidiárias Restritas ou
Subsidiárias Project Finance e desde que imediatamente notificado aos Debenturistas; (j.3) excluir as
referências ao FX Facility no item (xxi), e permitir a contratação de endividamento adicional, desde que
respeitado o Covenant pela Emissora e seja entregue memória de cálculo demonstrando ICSD mínimo não
inferior a 1,20x para o período de 12 (doze) meses encerrado no semestre imediatamente anterior à
contratação do endividamento adicional, calculados pelo período de 10 (dez) anos desde a data de
desembolso do USD Facility; (j.4) permitir a constituição de garantias pela Emissora e Subsidiárias Restritas
em determinadas hipóteses previstas na Escritura de Emissão; (j.5) permitir a alienação de gás adquirido
em decorrência da operação do Projeto ou demais atividades permitidas no curso normal dos negócios e a
alienação de participação social ou ativos da Emissora ou das Subsidiárias Restritas, desde que a Emissora
esteja adimplente com o Covenant; (j.6) excluir a permissão para aumento de despesas de capital em valor,
individual ou agregado, igual ou inferior a R$ 38.437.000,00 (trinta e oito milhões, quatrocentos e trinta e
sete mil reais) e incluir na lista de investimentos permitidos a permissão para realizar investimentos com
valores depositados na Conta Movimento e investimentos em despesas de capital incorridas pela Emissora
ou subsidiárias, desde que cumpridos os Índices Financeiros previstos na Escritura de Emissão, ajustando
ainda a referência aos investimentos existentes da Data de Conclusão da Aquisição imediatamente anterior
à Aquisição para investimentos existentes na data do USD Facility; (j.7) atualizar as hipóteses em que é
permitida a entrada de novos acionistas no quadro acionário da Emissora e suas Subsidiárias Restritas;
(j.8) permitir o aumento do limite de valores para Dívidas de Capital de Giro para R$1.000.000.000,00 (um
bilhão de reais); (k) ajustar determinadas declarações da Emissora na Cláusula 10.1 da Escritura de
Emissão, de forma a: (k.1) alterar o threshold previsto na Cláusula 10.1, item (f) para R$ 5.000.000,00 (cinco
milhões de reais); (k.2) descrever que a Emissora que não possui direta ou indiretamente, Subsidiárias
Restritas, Subsidiárias de Project Finance ou qualquer participação legal ou direitos em qualquer Pessoa; e
(ii) nenhuma Subsidiária da Emissora possui participação legal ou direitos em qualquer Pessoa; (l) atualizar
o objeto social da Emissora, para incluir “outras atividades análogas e acessórias, observadas as restrições
legais”; (ii) a substituição do termos referentes ao USD Facility pelo Refinanciamento USD Facility no âmbito
dos Contratos de Garantia (conforme definidos na Escritura de Emissão), bem como a inclusão dos novos
provedores de hedge e dos credores no âmbito do Refinanciamento USD Facility como partes garantidas
nos Contratos de Garantia, por meio da celebração (a) do Quarto Aditamento ao Contrato de Cessão
Condicional de Direitos Contratuais e Outras Avenças, originalmente celebrado em 13 de junho de 2019,
conforme aditado de tempos em tempos (“Aditamento CC”); (b) do Quarto Aditamento ao Contrato de
Cessão Fiduciária de Direitos Creditórios e Outras Avenças, originalmente celebrado em 13 de junho de
2019, conforme aditado de tempos em tempos (“Aditamento CF”); e (c) do Sexto Aditamento ao Contrato
de Alienação Fiduciária de Ações e Outras Avenças, originalmente celebrado em 23 de maio de 2019,
conforme aditado de tempos em tempos (“Aditamento AF” e, em conjunto com o Aditamento CC e o
Aditamento CF, os “Aditamentos Garantias”); (iii) por meio do Aditamento CF, (a) refletir a exclusão da FX
Reserve Account e da Conta FX Liquidity do fluxo de pagamentos, bem como qualquer menção ao FX
Liquidity Facility, (b) a diminuição de certos prazos de liberação de valores para a Companhia, incluindo
(b.1) a previsão de que recebíveis futuros que venham a ser recebidos pela Emissora ou suas subsidiárias
em decorrência da expansão de suas operações atuais e/ou decorrentes de novos projetos da Emissora ou
de suas subsidiárias e/ou decorrentes da ampliação da capacidade de transporte dos projetos existentes
que venham a ser formalizados por meio da celebração de novos contratos pela Emissora ou pelas suas
subsidiárias não serão objeto da Cessão Fiduciária, e (b.2) a previsão de que a Emissora poderá utilizar os
recursos detidos na Conta Movimento para realizar investimentos em quaisquer subsidiárias, e (c) a
atualização da lista de Contratos Cedidos e Autorizações; e (iv) a autorização ao Agente Fiduciário e à
Companhia para praticar todos os atos eventualmente necessários para a consecução das deliberações a
serem tomadas de acordo com os itens (i) a (iii) acima, inclusive, mas não se limitando, à celebração do
aditamento à Escritura de Emissão e dos Aditamentos Garantias, bem como eventuais instrumentos
acessórios, incluindo, mas não se limitando a, procurações, anexos e declarações e qualquer outro
instrumento necessário para dar efeito às deliberações dos itens (i) a (iii) acima. 1. Local: 1.1. Será realizada
de forma exclusivamente digital, por meio de participação remota através da Plataforma Digital, conforme
instruções dispostas no parágrafo das “Informações Gerais” abaixo, observado o disposto na RCVM 81.
2. Informações Gerais: 2.1. Observado o disposto no artigo 126 da Lei das Sociedades por Ações, os
Debenturistas deverão encaminhar, preferencialmente, até 2 (dois) Dias Úteis anteriores à data de
realização da Assembleia Geral de Debenturistas, à Emissora, no e-mail fpa.ntag@ntag.com.br, e ao
Agente Fiduciário, nos e-mails agentefiduciario@vortx.com.br e jma@vortx.com.br, cópia dos seguintes
documentos de habilitação: (a) documento de identidade do Debenturista, representante legal ou
procurador; (b) extrato da respectiva conta das Debêntures aberta em nome de cada Debenturista e emitido
pela instituição depositária; e (c) caso o Debenturista não possa estar presente à Assembleia Geral de
Debenturistas e seja representado por um procurador, procuração com poderes específicos para sua
representação na Assembleia Geral de Debenturistas, obedecidas as condições legais. No caso de
Debenturista pessoa jurídica, deverão ser apresentados, adicionalmente, os seguintes documentos:
(a) estatuto ou contrato social atualizado, devidamente registrado no órgão de registro competente;
(b) documento que comprove os poderes de representação, qual seja, ata de eleição do(s) representante(s)
legal(is) presente(s) ou que assinou(aram) a procuração, se for o caso; e (c) procuração, em caso de fundo
de investimento, o regulamento do fundo e os documentos referidos acima em relação ao seu administrador
e/ou gestor, conforme o caso. 2.2. A Emissora informa que as versões finais dos aditamentos a Escritura de
Emissão, ao Contrato de Cessão Fiduciária e aos demais instrumentos a serem eventualmente aditados
serão disponibilizadas na Assembleia Geral de Debenturistas, constando também como anexo da ata. 2.3.
A participação e votação dos Debenturistas se dará por meio da Plataforma Digital, de forma síncrona a
realização da Assembleia, devendo ser observados os procedimentos descritos abaixo. Para participar via
Plataforma Digital, os Debenturistas interessados devem entrar em contato com a Emissora com cópia para
ao Agente Fiduciário, nos e-mails indicados acima para: (i) enviar os documentos de representação
necessários (especificando o nome da pessoa natural que estará presente pela Plataforma Digital),
indicados no item 2.1 deste Edital de Convocação, em formato .pdf; e (ii) receber as credenciais de acesso
à Plataforma Digital. O acesso via Plataforma Digital estará restrito aos Debenturistas que se credenciarem,
nos termos aqui descritos (“Debenturistas Credenciados”). 2.3.1. Por questões operacionais, recomenda-
se que os Debenturistas que tiverem interesse em participar da Assembleia Geral de Debenturistas via
Plataforma Digital, enviem e-mail e documentos, conforme instruções acima, com a antecedência mínima
de 2 (dois) Dia Úteis da realização da Assembleia Geral de Debenturistas, ressalvado que, caso não seja
possível o envio neste prazo, poderão participar da Assembleia Geral de Debenturistas os Debenturistas
que o fizerem até o horário estipulado para a abertura dos trabalhos. 2.4. Os convites individuais para
admissão e participação na Assembleia Geral de Debenturistas serão remetidos aos endereços de e-mail
que enviarem a solicitação de participação e os documentos na forma referida acima (sendo remetido
apenas um convite individual por Debenturista). Somente serão admitidos pelos convites individuais os
Debenturistas Credenciados e seus representantes ou procuradores (nos termos da Lei das Sociedades
por Ações). Caso determinado Debenturista não receba o convite individual para participação na
Assembleia Geral de Debenturistas com até 24 (vinte e quatro) horas de antecedência em relação ao
horário de início da Assembleia Geral de Debenturistas, deverá entrar em contato com a Emissora pelo
e-mail fpa.ntag@ntag.com.br ou pelo telefone (21) 2237-9800 com, no mínimo, 2 (duas) horas de
antecedência em relação ao horário de início da Assembleia Geral de Debenturistas para que seja prestado
o suporte adequado e, conforme o caso, o acesso do Debenturista seja liberado mediante o envio de novo
convite individual. 2.5. A Emissora recomenda que os Debenturistas Credenciados acessem a Plataforma
Digital com antecedência de, no mínimo, 15 (quinze) minutos do início da Assembleia Geral de Debenturistas,
a fim de evitar eventuais problemas operacionais, e que os Debenturistas Credenciados se familiarizem
previamente com a Plataforma Digital para evitar problemas com a sua utilização no dia da Assembleia
Geral de Debenturistas. A Emissora não se responsabiliza por problemas de conexão que os Debenturistas
Credenciados venham a enfrentar e outras situações que não estejam sob o controle da Emissora (e.g.,
instabilidade na conexão do Debenturista Credenciado com a internet ou incompatibilidade da Plataforma
Digital com o equipamento do Debenturista, entre outros). 2.6. Os Debenturistas Credenciados que
participarem via Plataforma Digital, de acordo com as instruções da Emissora, serão considerados
presentes à Assembleia Geral de Debenturistas e assinantes da ata e do livro de presença, ou,
alternativamente, o registro em ata dos Debenturistas que participarem da Assembleia Geral de
Debenturistas, pelos meios referidos neste Edital de Convocação, pode ser realizado pelo presidente da
mesa ou pelo secretário da Assembleia Geral de Debenturistas, cujas assinaturas podem ser feitas por
meio de certificação digital ou reconhecidas por outro meio que garanta sua autoria e integridade em
formato compatível com o adotado para a realização da Assembleia Geral de Debenturistas, observado o
disposto na RCVM 81. 2.7. Por fim, a Emissora esclarece, caso sejam editadas normas legais ou
regulamentares alterando as orientações acima até 48 (quarenta e oito) horas antes da realização da
Assembleia Geral de Debenturistas, que poderá adotar os procedimentos previstos na referida autorização
para que a Assembleia Geral de Debenturistas se adeque às novas normas legais ou regulamentares
editadas, sendo que, neste caso, a Emissora publicará um novo Edital de Convocação com todas as novas
instruções necessárias pelos mesmos meios de comunicação adotados para a publicação deste Edital de
Convocação, sem que tal fato implique a reabertura do prazo de convocação da Assembleia Geral de
Debenturistas. 2.8. Este Edital de Convocação se encontra disponível nas respectivas páginas do Agente
Fiduciário (www.vortx.com.br) e da Emissora (www.ntag.com.br) na rede mundial de computadores. Todos
os termos aqui iniciados em letras maiúsculas e não expressamente aqui definidos terão os mesmos
significados a eles atribuídos na Escritura de Emissão. Transportadora Associada de Gás S.A. - TAG.
E4 | Valor | São Paulo | Quinta-feira, 21 de setembro de 2023

AYMORÉ CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A.

(Subsidiária Integral) Nova Cidade de Deus Participações S.A.
CNPJ nº 07.707.650/0001-10 - NIRE 35.300.327.021 CNPJ no 04.866.462/0001-47 – NIRE 35.300.194.845
Ata da Assembleia Geral Extraordinária
Data, Hora e Local: 20.09.2023, às 10h, na sede social da Aymoré Crédito, Financiamento e dos direitos e interesses da Sociedade, inclusive alienar imóveis. § 1º - Compete ao Diretor-Presidente a Ata Sumária da 47a Assembleia Geral Extraordinária e da 21a Assembleia
Investimento S.A. (“Companhia”), na Rua Amador Bueno, 474 - Bloco C - 1º Andar - Santo Amaro, CEP administração dos negócios sociais e a presidência das reuniões da Diretoria. § 2º - Compete aos Diretores Geral Ordinária realizadas cumulativamente em 24.4.2023
04752-005, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. Presença: Representante do Banco Santander Executivos colaborar com o Diretor Presidente na condução dos negócios da Sociedade. Artigo 10 - A Data, Hora, Local: Em 24.4.2023, às 17h, na Sede Social, Núcleo Cidade de Deus, s/no, Vila
(Brasil) S.A., acionista detentor da totalidade do capital social. Convocação e Publicação: Dispensada representação da Sociedade, ativa e passivamente, em todos os seus atos e transações, somente se poderá Yara, Osasco, SP - CEP 06029-900. Mesa: Presidente: Luiz Carlos Trabuco Cappi; Secretário:
conforme faculta o artigo 124, § 4º da Lei 6.404/76. Mesa: Vanessa de Souza Lobato Barbosa - Presidente. operar com a assinatura (i) do Diretor Presidente em conjunto com um Diretor Executivo; ou (ii) de dois Antonio Campanha Junior. Quórum de Instalação: Totalidade do Capital Social. Presença Legal:
Luiza de Andrade Piovezan, Secretária. Abertura: O Presidente da Mesa submeteu ao representante do Diretores Executivos em conjunto; ou (iii) do Diretor Presidente ou de um Diretor Executivo em conjunto Administrador da Sociedade e representante da empresa KPMG Auditores Independentes Ltda.
Acionista proposta de lavratura da presente Ata em forma de sumário, conforme faculta o § 1º do Art. 130 com um procurador, legalmente constituído e com poderes específicos; ou (iv) de dois procuradores em Publicações Prévias: Os documentos de que trata o Artigo 133 da Lei no 6.404/76, quais sejam:
da LSA, o que foi aprovado. Ordem do Dia: (1) Aprovar o Protocolo e Justificação da Viabilidade conjunto, legalmente constituídos e com poderes específicos. § 1º - A Sociedade, em casos especiais, será as Demonstrações Contábeis, os Relatórios da Administração e dos Auditores Independentes,
Econômico-Financeiro elaborado para justificar a redução do capital social da Companhia, que integra a representada singularmente por um procurador, quando assim for designado no respectivo instrumento de relativos ao exercício social findo 31.12.2022, foram publicados em 29.3.2023, no jornal “Valor
presente ata como Anexo I; (2) Aprovar a redução do capital social da Companhia no montante total de mandato e de acordo com a extensão dos poderes que nele se contiverem. § 2º - Para a constituição de
Econômico”, página E22. Disponibilização de Documentos: Os documentos citados no item
R$ 20.000.000.000,00 (vinte bilhões de reais), passando dos atuais R$ 41.447.672.599,62 (quarenta e um procuradores, a Sociedade será representada, obrigatoriamente, pelo (i) Diretor Presidente em conjunto
“Publicações Prévias”, a proposta da Diretoria, bem como as demais informações exigidas pela
bilhões, quatrocentos e quarenta e sete milhões, seiscentos e setenta e dois mil, quinhentos e noventa e com um Diretor Executivo; ou (ii) dois Diretores Executivos em conjunto. Salvo quando para fins judiciais,
regulamentação vigente, foram colocados à disposição dos acionistas. Edital de Convocação:
nove reais e sessenta e dois centavos) para R$ 21.447.672.599,62 (vinte e um bilhões, quatrocentos e todos os demais mandatos outorgados pela Sociedade deverão indicar, expressamente, os poderes
Dispensada a publicação, em conformidade com o disposto no §4o do Artigo 124 da Lei no 6.404/76.
quarenta e sete milhões, seiscentos e setenta e dois mil, quinhentos e noventa e nove reais e sessenta e dois conferidos e a data de sua extinção, não além de 1 (um) ano a contar da data de outorga. Artigo 11 -
Deliberações: • Em Assembleia Geral Extraordinária: I. aprovaram a proposta da Diretoria
centavos), sem o cancelamento de ações; (3) Aprovar a alteração do caput do art. 5 do Estatuto Social da A Diretoria reunir-se-á por convocação de quaisquer de seus membros, com 02 (dois) dias de antecedência,
para aumentar o capital social em R$800.000.000,00, elevando-o de R$13.100.000.000,00,
Companhia, para refletir a Redução de Capital; e (4) Aprovar a consolidação do Estatuto Social da dispensando-se esse interregno quando da reunião participarem a maioria de seus membros. Tais reuniões
Companhia, que integra a presente ata como Anexo II. Deliberações: Após exame das matérias constantes serão presididas pelo Diretor Presidente. § Único - As deliberações da Diretoria serão tomadas pela maioria para R$13.900.000.000,00, sem emissão de ações, mediante a capitalização de parte do saldo
da Ordem do Dia, o representante do Acionista da Companhia aprovou sem ressalvas: (1) Os termos e dos membros presentes; e, no caso de empate, o Diretor Presidente usará do voto de qualidade. Capítulo da conta “Reserva de Lucros - Estatutária, com a consequente alteração do “caput” do Artigo
condições do Protocolo e Justificação elaborado para justificar a redução do capital social da Companhia, IV: Do Conselho Fiscal: Artigo 12 - O Conselho Fiscal é órgão não permanente, que só será instalado pela 12 do Estatuto Social que passou a vigorar com a seguinte redação: “Artigo 12 - O Capital
que integra a presente ata como Anexo I. (2) A redução do capital social da Companhia, no montante total Assembleia Geral a pedido de acionistas, na conformidade legal. § 1º - Quando instalado, o Conselho Fiscal Social é de R$13.900.000.000,00 (treze bilhões e novecentos milhões de reais), dividido em
de R$ 20.000.000.000,00 (vinte bilhões de reais), passando dos atuais R$ 41.447.672.599,62 (quarenta e será composto de, no mínimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros, e suplentes em igual número, 726.552.647 (setecentos e vinte e seis milhões, quinhentas e cinquenta e duas mil, seiscentas e
um bilhões, quatrocentos e quarenta e sete milhões, seiscentos e setenta e dois mil, quinhentos e noventa acionistas ou não; e a sua remuneração será fixada pela Assembleia Geral que o eleger. § 2º - Os membros quarenta e sete) ações nominativas-escriturais, sem valor nominal, sendo 328.139.238 (trezentos
e nove reais e sessenta e dois centavos) para R$ 21.447.672.599,62 (vinte e um bilhões, quatrocentos e do Conselho Fiscal e seus suplentes exercerão seus cargos até a primeira Assembleia Geral Ordinária que se e vinte e oito milhões, cento e trinta e nove mil, duzentas e trinta e oito) ordinárias da classe “A”;
quarenta e sete milhões, seiscentos e setenta e dois mil, quinhentos e noventa e nove reais e sessenta e dois realizar após a sua eleição, e poderão ser reeleitos. § 3º - O Conselho Fiscal terá as atribuições e os poderes 24.618.495 (vinte e quatro milhões, seiscentas e dezoito mil, quatrocentas e noventa e cinco) da
centavos), sem o cancelamento de ações da Companhia. A redução do capital social da Companhia ora que a lei lhe confere. § 4º- Os membros do Conselho Fiscal serão substituídos nos seus impedimentos, ou classe “B”; e 373.794.914 (trezentos e setenta e três milhões, setecentas e noventa e quatro mil,
aprovada apenas se tornará efetiva: (i) após homologação do Banco Central do Brasil; e (ii) 60 (sessenta) faltas, ou em caso de vaga, pelos respectivos suplentes. Capítulo V: Da Assembleia Geral: Artigo 13 - novecentas e quatorze) preferenciais.”. • Em Assembleia Geral Ordinária: I. tomaram as contas
dias após a publicação da presente Ata, sem que tenha havido oposição de credores, nos termos do art. 174 A Assembleia Geral Ordinária realizar-se-á nos quatro primeiros meses após o encerramento do exercício dos Administradores e aprovaram integralmente as Demonstrações Contábeis relativas ao exercício
da Lei nº 6.404/76. (3) Em razão da deliberação tomada no item (1) acima, a alteração do Artigo 5º do social. Artigo 14 - As Assembleias Gerais Extraordinárias terão lugar sempre que necessárias e serão social findo em 31.12.2022; II. aprovaram a proposta da Diretoria para destinação do lucro líquido
Estatuto Social da Companhia, que passa a ser redigido da seguinte forma: “Artigo 5º - O capital social da convocadas pelo Diretor Presidente ou por quaisquer dois Diretores Executivos ou por acionistas de do exercício encerrado em 31.12.2022, no montante de R$3.172.414.081,45, conforme segue:
Companhia, totalmente subscrito e integralizado é de R$ 21.447.672.599,62 (vinte e um bilhões, conformidade com as disposições legais pertinentes. § Único - Caberá ao Diretor-Presidente, sempre que R$158.620.704,07, para a conta “Reserva de Lucros - Reserva Legal”; R$1.659.233.377,37 para a
quatrocentos e quarenta e sete milhões, seiscentos e setenta e dois mil, quinhentos e noventa e nove reais presente, promover a instalação da Assembleia. Artigo 15 - As deliberações das Assembleias Gerais serão conta “Reserva de Lucros - Estatutária”; e R$1.354.560.000,01 para distribuição de juros sobre o
e sessenta e dois centavos), dividido em 50.159.411 (cinquenta milhões, cento e cinquenta e nove mil, tomadas de acordo com a lei, por maioria de votos. § Único - Cada ação ordinária dará direito a um voto. capital próprio, declarados em 9.6.2022 e 28.12.2022 e pagos integralmente como, em 30.6.2022
quatrocentas e onze) ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal.” (4) a consolidação do Estatuto Artigo16 - O Presidente das Assembleias Gerais será indicado pelos acionistas presentes, porém em caso e 8.3.2023, respectivamente, reiterando que não foi proposta à Assembleia nova distribuição de
Social da Companhia, que integra a presenta ata como Anexo II. Encerramento: Nada mais havendo a de empate, competirá ao Diretor-Presidente da Sociedade e, na falta deste, a qualquer dos Diretores, dividendos/juros sobre o capital próprio relativos ao ano de 2022; III. registraram a decisão de
tratar, foram encerrados os trabalhos, e lavrada esta ata que, lida e achada conforme, vai assinada pelos assumir a presidência. § Único - O Presidente das Assembleias dirigirá os trabalhos de acordo com o não fixar remuneração aos Administradores da Companhia, considerando que todos recebem
presentes. São Paulo (SP), 20 de setembro de 2023. Mesa: Vanessa de Souza Lobato Barbosa - Presidente presente Estatuto, escolhendo livremente um dos presentes para secretário. Capítulo VI: Das remuneração pelas funções que exercem em empresas controladas direta ou indiretamente pela
da Mesa. Luiza de Andrade Piovezan - Secretária da Mesa. Acionista: Banco Santander (Brasil) S.A. - p.p. demonstrações financeiras e da destinação do lucro líquido: Artigo 17 - O exercício social coincide Sociedade. Lavratura e Publicação da Ata: Autorizada a lavratura da Ata na forma de sumário,
Luiza de Andrade Piovezan. Certifico ser a presente transcrição fiel da Ata lavrada no livro próprio. Luiza com o ano civil, terminando, portanto, em 31 de dezembro de cada ano, quando serão elaboradas as bem como a sua publicação, no jornal “Valor Econômico”, único veículo impresso onde a Companhia
de Andrade Piovezan - Secretária da Mesa. ANEXO I: Estatuto Social: Capítulo I: Da Denominação, demonstrações financeiras; e do resultado do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, os efetua todas as suas publicações legais. Quórum das Deliberações: Unanimidade de votos das
Sede e Foro, Objeto e Duração: Artigo 1º - A Aymoré Crédito, Financiamento e Investimento S.A. eventuais prejuízos acumulados e a provisão para Imposto sobre a Renda. Artigo 18 - Juntamente com as acionistas. Aprovação e Assinatura da Ata: Lavrada e lida, foi esta Ata aprovada pelas acionistas
(“Sociedade”) é uma sociedade por ações que se regerá pelo presente Estatuto Social e pelas disposições demonstrações financeiras, a Diretoria apresentará à Assembleia Geral Ordinária proposta de destinação do e assinada, inclusive, pelo representante da empresa KPMG Auditores Independentes Ltda., CRC
legais e regulamentares que lhe forem aplicáveis. Artigo 2º - A Sociedade tem sede e foro na Cidade, lucro líquido, obedecendo a seguinte ordem de dedução: I - 5% (cinco por cento) para a Reserva Legal, até 2SP-027685/O-0 ‘F’ SP, senhor Carlos Massao Takauthi, Contador CRC 1SP206103/O-4, de acordo
Município e Comarca de São Paulo, Capital do Estado de São Paulo, podendo, mediante decisão de sua atingir 20% (vinte por cento) do capital social; II - as importâncias que, legalmente, puderem ser destinadas com o disposto no Parágrafo Primeiro do Artigo 134 da Lei no 6.404/76. aa) Presidente: Luiz Carlos
Diretoria, abrir, transferir e encerrar filiais, agências ou escritórios em qualquer outro ponto do Território à Reserva para Contingências; III - a quota necessária ao pagamento de um dividendo que represente, em Trabuco Cappi; Secretário: Antonio Campanha Junior; Administrador: André Rodrigues Cano;
Nacional. Artigo 3º - A Sociedade tem por objeto a realização de operações de crédito, financiamento e cada exercício, 25% (vinte e cinco por cento), no mínimo, do lucro líquido anual ajustado na forma prevista Acionistas: BBD Participações S.A. e Fundação Bradesco, representadas por seu procurador,
empréstimo em geral, incluindo, mas não se limitando, financiamento para capital de giro e para aquisição pelo artigo 202 da Lei de Sociedades por Ações. Artigo 19 - Do saldo do lucro líquido remanescente, por senhor Antonio Campanha Junior. Declaração: Declaro para os devidos fins que a presente é
de bens e serviços, e demais atividades permitidas pela legislação e regulamentação em vigor. Artigo 4º - proposta da Diretoria, a Assembleia Geral poderá deliberar a formação das seguintes reservas: Reserva para cópia fiel da ata lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele
A Sociedade tem prazo de duração indeterminado. Capítulo II: Do Capital Social e das Ações: Artigo 5º Reforço do Capital de Giro e Reserva para Equalização de Dividendos, sendo: I. 50% (cinqüenta por cento) apostas. Nova Cidade de Deus Participações S.A. a) Antonio Campanha Junior - Secretário.
- O capital social da Companhia, totalmente subscrito e integralizado é de R$ 21.447.672.599,62 (vinte e a título de Reserva para Reforço do Capital de Giro e terá por finalidade garantir meios financeiros para a Certidão - Secretaria de Desenvolvimento Econômico - JUCESP - Certifico o registro sob número
um bilhões, quatrocentos e quarenta e sete milhões, seiscentos e setenta e dois mil, quinhentos e noventa operação da Sociedade; II. 50% (cinqüenta por cento) a título de Reserva para Equalização de Dividendos 315.282/23-0 em 4.8.2023. a) Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
e nove reais e sessenta e dois centavos), dividido em 50.159.411 (cinquenta milhões, cento e cinquenta e com o fim de garantir recursos para a continuidade da distribuição semestral de dividendos. § Único - Por
nove mil, quatrocentas e onze) ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal. Capítulo III: Da proposta da Diretoria, serão periodicamente capitalizadas parcelas dessas reservas para que o respectivo
Administração: Artigo 6º - A Sociedade será administrada por uma Diretoria composta de, no mínimo, 2 montante, juntamente com o saldo da Reserva Legal, não ultrapasse o saldo do capital social. Artigo 20 -
(dois) e, no máximo, 15 (quinze) Diretores, sendo um deles denominado Diretor Presidente, e os demais Salvo deliberação em contrário da Assembleia Geral, os dividendos serão pagos no prazo máximo de 60
Diretores Executivos. § 1º - Sem prejuízo do disposto neste artigo, qualquer Diretor poderá usar o seu título (sessenta) dias da data em que forem declarados e, em qualquer caso, dentro do exercício social. Artigo 21
Repasses Financeiros e Soluções
acrescido da indicação da área pela qual estiver respondendo. § 2º - Os Diretores serão eleitos em - A Sociedade poderá levantar balanços extraordinários, a qualquer tempo, podendo a Diretoria, “ad
Assembleia Geral, pelo prazo de 3 (três) anos, podendo ser reeleitos, e seu mandato estender-se-á até a referendum” da Assembleia Geral: I. distribuir dividendos em períodos menores, por conta do dividendo
Tecnológicas Instituição de Pagamento S.A.
investidura dos novos membros eleitos. § 3º - Os Diretores eleitos serão investidos em suas funções por ato anual, desde que o total de dividendo pago em cada período do exercício social não exceda ao montante CNPJ no 40.473.435/0001-78 – NIRE 35.300.619.129
da Diretoria. Artigo 7º - Nos seus impedimentos ou ausências temporárias, o Diretor-Presidente será das reservas de capital; II. declarar dividendo intermediário à conta de Lucros Acumulados ou de Reservas Ata da Reunião Extraordinária do Conselho de Administração
substituído por um dos Diretores Executivos indicado pela Diretoria, em reunião especial. Se o impedimento de Lucros; III. pagar ou creditar a seus acionistas juros a título de remuneração de capital próprio, destes
ou ausência temporária for de qualquer outro Diretor, o seu substituto será designado pelo Diretor últimos, até o limite estabelecido no artigo 9º da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; e na forma do
realizada em 28.7.2023
Presidente. § 1º - No caso de vacância de cargo da Diretoria, deverá ser convocada Assembleia Geral para parágrafo 7º desse mesmo artigo as eventuais importâncias assim desembolsadas poderão ser imputadas Aos 28 dias do mês de julho de 2023, às 18h30, reuniram-se, na sede social, Avenida Paulista,
deliberar sobre o provimento do cargo vago, se tal providência for necessária para a observância do número ao valor do dividendo obrigatório previsto em lei e neste estatuto. Capítulo VII: Das Disposições Finais: 688, Edifício Santa Filippa 12o andar, sala 02, Bela Vista, São Paulo, SP, CEP 01310-909, e por
mínimo de membros desse órgão. § 2º - Considerar-se-á vago o cargo de Diretor que, sem causa justificada, Artigo 22 - A Sociedade entrará em liquidação nos casos legais, cabendo à Assembleia Geral determinar o videoconferência, os membros do Conselho de Administração da Companhia, sob a presidência do
deixar de exercer suas funções por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. § 3º - As substituições previstas modo de liquidação, nomear o liquidante e o Conselho Fiscal, se for o caso, que deva funcionar durante senhor José Ramos Rocha Neto, que convidou o senhor Moacir Nachbar Junior para secretário.
neste artigo implicarão na acumulação de cargos, mas não na dos honorários e demais vantagens, nem do esse período. Artigo 23 - Os casos omissos serão resolvidos de acordo com a legislação aplicável à espécie. Durante a reunião, os Conselheiros procederam a eleição dos membros que integrarão a
direito de voto do substituído. Artigo 8º - A Diretoria terá sua remuneração fixada pela Assembleia Geral. Capítulo VIII: Das Disposições Transitórias: Artigo 24 - Durante o período de homologação desse
Diretoria da Companhia, tendo sido reeleitos: Diretora-Presidente: Ticiana Cabirta de Amorim,
Artigo 9º - São atribuições dos Diretores, na forma do artigo 10, representar a Sociedade, ativa e Estatuto Social junto ao Banco Central do Brasil, a abertura ou alteração de endereço das filiais, agências
brasileira, solteira, empresária, RG 1319009867/SSP-BA, CPF 052.669.405-06; Diretor de
passivamente, em juízo ou fora dele, em suas relações com a administração pública e quaisquer terceiros, ou escritórios em qualquer ponto do Território Nacional serão realizados mediante decisão da Assembleia
praticando todos os atos referentes aos seus objetivos sociais, a realização de seus fins e a defesa e proteção Geral. Tecnologia: Victor de Souza Tavares, brasileiro, casado, programador, RG 1283702207-SSP/BA,
CPF 855.565.055-00; Diretor de Operações: Caio Costa Hohlenwerger, brasileiro, solteiro,
administrador, RG 1308811470/SSP-BA, CPF 051.816.335-01; Diretora Jurídica: Fernanda Rêgo
Oliveira Dias, brasileira, solteira, advogada, RG 14709696-02/SSP-BA, CPF 061.502.055-09,
todos com endereço profissional na Avenida Paulista, 688, Edifício Santa Filippa 12o andar, sala
02, Bela Vista, São Paulo, SP, CEP 01310-909, os quais: 1) firmaram declaração referente ao
não impedimento do exercício de cargos de administração em companhias, conforme disposto no
artigo 147 da Lei no 6.404/76, a qual ficará arquivada na sede da Companhia; 2) terão mandato de
1 (um) ano, até 29 de julho de 2024, estendendo-se até a posse dos novos diretores que serão
eleitos em 2024. Nada mais foi tratado, encerrando-se a reunião e lavrando-se esta Ata que,
aprovada pelos Conselheiros presentes, será encaminhada para que assinem eletronicamente.
aa) José Ramos Rocha Neto, Moacir Nachbar Junior, Ticiana Cabirta de Amorim e Rogério Pedro
Câmara. Declaração: Declaramos para os devidos fins que a presente é cópia fiel da Ata lavrada no
livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as assinaturas nele apostas. aa) Ticiana Cabirta
de Amorim e Fernanda Rêgo Oliveira Dias. Certidão: Secretaria de Desenvolvimento Econômico -
JUCESP - Certifico o registro sob o número 352.947/23-8, em 1.9.2023. a) Maria Cristina Frei -
Secretária Geral.