FERNANDO ILHARCO ÓSCAR GASPAR

A vida é como desenhar Indústria da saúde:

Quinta-feira, 29 de setembro de 2022 1Diário 1Ano XVIII ! N. o 4838 1€ 2.80 sem borracha o paíl tem tudo a ganhar
Diretora Diana Ramos 1Diretor adjunto c:.lso Plllpe OPINIÃ030 OPINIA031

ndos querem aforradores

com apoio i ai a senhorios
Associa~ão que representa os fundos de investimento considera injusto que os investidores
finais nao possam beneficiar da mesma compensação fiscal que os proprietários. MERCAoos24e2s

Automóvel
Parceiros Porsche
acelera para
reticentes bolsa com
com proposta 75 mil milhões
•
na mira
vaga e sem EMPRESAS22

valores Energia
Bancos fogem
dos fósseis,
,.,
mas carvao
ainda rende
PRIMEIRA LINHA 6 a 9

Conheça as medidas postas Sançoes

à discussão pelo Governo para As novas
. ,.,
o acordo de rendimentos. ~ mun1çoes
..
~

ECONOMIA 10 a 12 ~ de Bruxelas
-g
- - - - - - - - - - - - -- -"" contra Putin
HOMEPAGE4

Os planos para colocar a Execuçao

N

Receita fiscal
alta velocidade nos carris dos municípios
superou o pre-
,

Primeiros concursos para construção da linha Lisboa-Porto serão lançados na segunda metade de 2023. -pandemia
EMPRESAS 20 e 21 ECONOMIA14
4 QUINTA-FEIRA 29 SET 2022

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Yves Herman/R:euters

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou o pacote de sanções à Rússia ao lado de Josep Borrell, Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros.

Bloqueio de importações russas, travão à exportação europeia de material que possa ser
usado para fins militares pe lo Krem lin ou a criação de uma lista negra para quem contorne
as sanções - são várias as medidas da Com issão para tentar vergar Moscovo.

VÍTOR RODRIGUES OLIVEIRA
vitoroliveira@negocios.pt
orcadaescaladami-
litru· de Putin novo
contra-ataque eco-
nónrico de Bnt.-.,:elas.
Depois de vários pa-
cotes de sanções, a Co1nissão Eu-
ropeia avança para tuna nova vaga,
apontando a nrira em várias fren-
tes.
Ntuna apresentação feita em
Bnt.-.,:elas, Ursula vou der Leyen
disse que "quer isolar e atingir ain-
da mais a econonria nissa", atra-
vés de "novas sanções à Ílnporta-
ção de produtos nissos". A presi-
dente da Comissão Em·opeia
acredita que estas san ções vão
pennitiJ·"afastarosprodutosnis-
sos do mercado europeu e privar
a RtlSSia de 7 mil milhões de em·os
adicionais e111 receitas".
A Comissão quer ai11da •es-
tender a lista de produtos que não
poden1 ser mais e"-portados para
a Rússia'", a partir de agora, com
o objetivo de esvaziar o comple-
xo militar da Rt'issia "de tecnolo-
gias chave". Estão e111 causa ele-
111entos para aviação ou compo-
nentes eletró1ricos e con1ponen-
tes quírnicas específicos. ''Estas
sm1ções às expo1tações vão enfra-
quecer ainda mais a base da eco-
nomia ntssa e enfraquecer a ca-
pacidade de se n10denrizar", con-
siderou Ursula von der Leyen.
Bruxelas decidiu também pôr
tun travão nos serviços etu-opetis tão de e111presas estatais russas.
pm·a a Rússia, que contrun co111 Isto porque "a Rússia não deve
sanções adicionais, ena proibição poder beneficiar do conheciJnen-
de cidadãos da U1rião Etu-opeia to e e'-'Periência em·opeias".
de terem cargos e111 órgãos de ges- Relativrunente ao petróleo
nisso, a UE já ti11ha imposto san-
ções 111as agora "o G7 chegou a
tun acordo de princípio para un-
por tm1 llinite ao preço do peti·ó-
leo nlSSo pai·a países terceiros", o
que, na opllrião de von der Leyen,
vai "retirar receitas à Rússia, per-
miru1do, ao mesmo tempo, inan-
Bruxelas estima ter o mercado global de energia
estável". O pacote apresentado
que a Rússia esta quarta-feira visa dar ''bases
legais para esta lli1ritação ao pre-
perca 7 mil ço do petróleo".
Finahnente, a presidente da
milhões de euros Conrissão runmciou que será fei-
N ta tuna identificação das pessoas
com as sançoes. que estão a cont.oniar as sanções.
"Por exemplo, secomprare111 pro-
dutos na União Em·opeia, leva-
ren1-nos pru·a paises terceiros e
depois para a Rt'issia". Von der
Leyen está convencida de que esta
lista negra terá "g1·ru1des efeitos
dissuasivos".
'~,.\s nossas sanções atingirrun
fortemente o sist.e111a de Putin,
ton1aranunais difícil a 111anute11-
ção da guerra", defendeu a chefe
do executivo connuritário.
Esta apresentação ocorre de-
pois de Vladinrir Puti11 ter antm-
ciado a111obilização pru·cial de ci-
dadãos 11.lSsos pru·a as frentes da
gltelTa 1ia Ucrània - tm1 total de
300 nril nrilitares que estavain na
reserva - e a realização de refe-
rendos sobre a ru1exação em vá-
rios territórios ocupados pela
Rússia •
 QUIN TA-FEIRA 29 SET 2022 HOME PAGE 5

DIA
AÇÃO EDITORIAL

Previsão negra do CEO leva

Deutsche Bank a mergulhar
DIANA RAMOS
o Deutsche Bank chegou acair 7,31% Diretora

Q, e- ,
durante a sessão, num dia em que o
CEO do banco Christian Sewing an·
tecipou "'uma recessão profunda nos
próximos 12 meses na Alemanha e
na Europa". Ogestor considerou, no -2 4 3 OIO
dianaramos@negocios.pt

entanto, que "se combatermos de

maneira certa, teremos a inflação
sob controlo", prevendo "uma boa
1
/{
Os vários PS
probabilidade de recuperação". A co- Variação este ano: ·28,57%

dentro do PS
O líder do banco, Christian
Sewing, prevê uma " recessão tada contribuiu para a queda de todo Valor em bolsa:
profunda" na Europa. o setor da banca na Europa. • 16.265,5 milhões de euros

isolai.nento a que o Gove1110 vetou o ministro

FRASE FOTO da Econonria é revelador da fonna c01110 está
e1nbrulhado n1un prograi.na de governo que
tuna pai.te dos socialistas sabe ser insuficien-

''
Não me
sinto
te e a outra pai.te rasga as vestes pelo afasta-
111ento das posições inais à esquerda
Por inais irónico que possa ser, quase parece que a pior
coisa que aconteceu a António Costa foi ter gai.1ho as legis-
lativas con1 niaioria absoluta... Alnarrado a tllll prograina
sozinho nem desenhado para a eventualidade de ter de negociai.-, Costa
acompanha- vive con1 a dificuldade de gerirváiias fações dentro do Con-
selho de Ministros. Ou, dito de outra fornia, os vários PS
do. Estou dentro do PS que liderain pastas ininisteriais. A esta difi-
culdade sonia-se a pressão de mn PS tan1bé111 ele dividido
habituado por alas, após n1ais de seis ai1os de gelingonça.
ater razão O nün.istro daEcononria optou por se libertar do espar-
tilho, agitando as águas por defender aq1rilo e111 que acredi-
antes do ta e não se sujeitar à visão do progrruna eleitoral. Onte111,
tempo. Milhares na rua pedem a repetiu no Parla1nento un1a
frase que passou discreta, 1nas
demissão do governo checo que devia ser ouvida con1 aten-
O Governo está
e1nbrulhado
Os números são avançados pela própria polícia: ção no seio do Executivo: "In-
e1n dialética,
dependente111ente dos paitidos
dezenas de milhares de checos saíram ontem à e dos gove111os, o siste1na eco-
corroído
rua numa manifestação contra o governo de nónüco é a questão vital. E te- por casos
Petr Fiala. No centro da cidade de Praga, em n1os de fazer tudo pru·a atlXiliai· e fragilizado.
pleno feriado no país, os manifestantes pediram as e1npresas porque aquilo que
a demissão do executivo devido à forma como não fizennos nos próxin1os ru1os vai ser pago, e pago de mua
tem lidado com o aumento dos preços da fonna inuito difícil." A111ensage111, apai·ente1nente, não co-
energia e contestaram as políticas da UE. lhe silupatia no Conselho de Milüstros, mas é repetida por
ANTÓNIO COSTA SILVA vái·ios econonüstas e orgaiüzações relevai1tes pai·a o deba-
Ministro da Economia
e do Mar Fotografia: David W. Cerny / Reuters te na sociedade, con10 é o caso da Sedes.
A fraginentação política e as diferentes escolas de pen-
sainento dentro do Governo - e, de fonna lateral, dentro do
NÚMERO PS no Pai·laiuento e no Lru·go do Rato - estão a trru1sfonnai·
mn prutido c01n 1nai01ia absoluta e condições raras pai·a go-
ve111ai· ntllll Executivo e1ubrulhado e1n dialética, corroído
A garagem de Joe Berardo, único por casos e fragilizado pela falta de capacidade de decisão.
O prilneiro-1uiJüstTo pode repetir iuil vezes que não "go-
património direto detetado verna só pai·a o dia de hoje", 111as a perceção é precisainen-
ao empresário madeirense te a oposta: gere a agenda e111 função da onda de reações,
com inedo de falai· das dificuldades às fanulias e reticente
e executada pela CGD, foi vendida e111 assmnir que é preciso apoiai· as e111presas pai·a assegu-
por 23 mil euros em leilão. rai· o en1prego. •
6 QUIN TA-F EI RA 29 SET 2022

"'
PRIMEIRA LINHA O PAPEL DO CARVAO

A Agência Internacional de Energia espera um consumo mund ial de carvão de 8.000 milhões de toneladas em 20 22. Na Europa, vai dispar ar 7%.

Bancos fogem do carvão,

mas fósseis ainda rendem
Para os ana listas, ex istem "incoerências" na ap licação dos critérios amb ientais, socia is e de governação
(ESG) pelas empresas e por bancos, sobretudo no apoio ao carvão, que vai contra as regras. No entanto,
está a ser cada vez mais usado e f inanciado na Europa por causa da falta de gás natural da Rússia.

vai parar de financiar a e"'})ansão cisão depois de a concorrência ter ESG; o Crédito Agrícola atribui
BÁRBARA SILVA de negócios ligados ao carvão atra- feito o mesmo no ilúcio do ai10. notação A111biental e Social aos
barbarasilva@negocios.pt vés dosfiu1dos que gere, con1 efei- E,"emplo disso é o Standard clientes en1presariais; entre outros.
to ilnediato. Alé1n disso,não ilwes- Chaitered, que compete com a Logo em 2020, o CEO do fim-

oi a lnais recente ins-

tirá niais em empresas cotadas ou
e1nissôes de dívida de empresas
associadas a este co111bustível.
Noentanto, eapesardemuitos
titu.içã o bancária a dos clientes do HSBC estarem na
c01t.ar con1 todos os Asia, onde o carvão é tuna fonte de
.investimentosnmna energia utilizada em grande escala
das mais poluentes por gigantes co1no a Chma e a Ín-
fontes de energia fóssil. Na senia- dia (e1n conjunto representain qua-
na passada, o banco britânico se dois terços da procura), o bai1co
HSBC antu1ciou ao nnmdo que viu-se ob1igado a acelerar esta de-
437
PREÇOS EM ALTA
Os preços do carvão
subiram 170o/o desde
o início do ano.
Uma tonelada custa
hoje 437 euros, face
a 155 euros em 2021.
HSBC nos mercados e1nergentes,
e que já deixou claro que va.ipôr
fun a todo o finai1ciaJnento direto
de negócios relacionados co1n o
carvão até 2032. l'vlas há ouh·os
exe111plos: o Santai1derdeL"ai·á de
e111prestar a en1presas ligadas ao
carvão em 2030; o BPI já defuriu
exclusões pai·a as atividades com
ilnpacto de risco an1biental; a
CGD tem tun l'vfodelo de Ratmg
do BlackRock compro1neteu-se a
vender a maioria das ações ligadas
a combustíveis fósseis e a ton1ar os
seus ilwestilnentos 1nais "verdes".
Mas ainda hoje lucram.ilhares de
núlhões de dólares 00111 investi-
mentosrelacionados comoc.arvão.
O HSBC estilna que existrun
mais de 300 empresas globalinen-
te conunais de 10% da receita re-
lacionada com este con1bustível

fóssil. Mlútas começrun a ter de
ci1r contas aos bancos centrais so-
bre os seus compromissos con1os
critérios runbientais, sociais e de
governance (ESG). O que leva a
questionar se a decisão do setor
financeiro de não financiar mais
o carvão évohmtária ou imposta.
Heruique Tomé, ru1ali.sta da
XTB, argi.rmenta que. "tendo em
conta o iibno da adesão das en1-
presas, os critérios ESG estào a
ser vistos como tuna obrigação e
não con10 lmia tendência no me.r-
cado". Aqtú, garante, a maiorpro-
ctu·a continuaasersobretudopor
prute das instittúçõesfinru1ceiras.
Quanto à aplicação nas novas
regrasESG, o ruialista notaalg·u-
nias "incoerências": "Autilização
do cruvão vru contra os princípios
ESG.noentanto,à n1edidaqueé
necessário pronu·ar alteniativas
ao corte no fo1necin1ento de gás
nattu·alemalg1miaszo1ias1iaEu-
ropa, a utilização da energia fós-
sil volta a gruihru· in1portfü1cia."
No final de 2021, in1perava
ainda a esperanç-a e os países do
G20 acordru·run en1 pôr fun ao fi-
1w1cia1nento público prun produ-
Si hiwe Sibeko/Reuter<
ção de energia elémcaatravés de
cruvão e111 países esn·ruJ.geiros, fa-
lhru1do ainda assi.In e111 definfr
tuna meta para n·avar o co11Sluuo
inten10 de cruvão. Isto dias ru1tes
da COP26 e111 Glasgow, a hi.stó-
Iicaciiueirado clima da Ol\TUque
terminouco111unia declaraçào fi-
1ial que apelava aos países para
"iI1tensificarem os esforços" para
reduzir o cruvào e elli11inar os sub-
sídios a combustíveis fósseis.
Um ano depois, onllmdo con-
so111e iuais cruvão e reabilita an-
tigas centrais. para qt1ein1ru· este
combustível e gerar elebicidade.
A culpa é da Rússia e da ofensiva
contra a Ucrãnia, que obrigou
Brnxelasaiinpordtu·assançõesa
Moscovo,àsquaísPutiI1respon-
deucom coites no gás do qual de-
pendem as maiores economias.
Aos preç-os da eletiicidadejá
em recordes histó1i cos nos mer-
cados grossistas, qt1eviiihrun des-
de 2021,jtuitru·mn-se este ru1ova-
lores ininiagináveis nas cotaç:Ões
do gás, que, por sua vez, fizerrun
disparar de novo os preços da luz
para quem está exposto (frunílias
e empresas) aos mercados "spot'.
''
Tendo em conta
o ritmo de adesão
das empresas,
os critérios ESG
estão a ser vistos
como uma obrigação
e não como uma
tendência
de mercado.
A utilização vai
contra os princípios
ESG mas, à medida
que é necessário
procurar alternativas
ao gás natural, a
utilização da energia
fóssil volta a ganhar
importância.
HENRIQUE TOMÉ
Analista da XTB
''
No mn·adiáiio, os valores da ele-
tricidade cheganunaos3.000 eu-
ros por lVIvVh em Frru1ça e aos
5.000por MV\/hnospaísesbálti-
cos. No gás. chegru·run em agosto
apicosmá.'°1nosdequase350eu-
ros por l\lf\Vh,estru1do agora per-
to dos 200 em·os por l\'1\Vh.
Alenwilia,ReiI10 Unido, Gré-
cia, Bulgáiiae Polónia são ape1ias
algi.uis dos países que voltarrun a
]igarascenlraisacruvãoouqueas
vão 111m1ter a trabalhru· por mais
tempo - segi.u·runente dtunnte o
próxiino iI1ven10- pru·afazer face
à escassez de gás nanu-al para
aqueciinento, iI1dúst1ia e produ-
ç-ào de eletricidade.
Comaprocuraaamnentar, "o
preç-o do cruvão 1ia Etu·opa tem
villdo a subir à medida qtle aseco-
n01uias tentrun encontrar alter-
nativas ao gás nattu·al", diz Hen-
rique Tomé. Desde o llício do
ano, ospreçosjásubiramniaisde
170%,gru·mite. "Unia toneladade
carvão custa cerca de 437 etu·os.
No llício da pru1denria, rondava
50-60 em·os, subiI1do para 155
em·os por tonelada e1n 2021"',re-
niata. •
QUIN TA- FE I RA 29 SET 2022
Receitas dos bancos
são de setores muito
poluentes, diz BCE
Os testes de stress climático do BCE feitos
aos maiores bancos da Zona Euro dão
perdas de 70 mil milhões na passagem
para uma economia mais verde.
O Banco Central Europeu não
tinha dúvidas. E os testes de
sti·ess cli.Inático realizados em
julho vierruu expor aiI1da mais
as fragilidades das iIIBtittúções
de crédito etuupeias. Quase dois
terços das receitas dos bancos
etu·opeus que tê111 origem no se-
tor e111presmial "provê111 de se-
tores qtle emite111 n1lútos gases
com efeito de esttúa".
Além disso, "aiI1da não m -
corporrun suficientemente o ris-
co cllinático nos respetivos qua-
dros de testede esforço e mode-
los mternos", escreveu o BCE
no seu relató1io. Os iigorosos
testes a que forrou sub1netidos
os 41 maiores bancos da Zona
Etu·o (104 no total qtle estão sob
a tlltela do BCE) revelru·ruu ain-
da que "as perdas de crédito se-
rão n1enores nmn cenário de
ti·ruisição ordenaci'l. face à pos-
sibilidade de ati·asos 1iatomada
de n1edidas".
Ou seja, neste segi.mdo caso,
as perdas de mercado serirun na
ordeindos 70milmilhõesdeeu-
ros porque causanan1 lUlia pas-
sagem "mais desorde1iada" pru·a
tuna econonria verde.
':,\siilStittúcõesdecréditoda
" urgentemen-
área do eiu-o tê111,
te, de iI1te11Sificru· os esforços no
sentido de mediI·en1 e gerirem o
1isco cliinático, cohnatare1n as
att1ais lacmias de dados e adota-
remas boas práticas já aplicadas
no setor", afinuou Andrea En-
ria, presidente do Co11Selho de
Supervisão do BCE.
"Há tu1ianecessidade ltrgen-
te de os bancos da Zona Euro iI1-
te11Sificaren1 os seus esforços
pm·a medir e ge1ir o 1isco cli.Iná-
tico, cohnatru1do as att1ais lacu-
nas de dados e adotando as boas
práticasjáemvigor no setoil'. dis-
se o presidente do Co11Selho de
Supervisão do BCE.
Osresultadosdesteplimeiro
PRIMEIRA LINHA 7
exercício do BCE 111ostra111 trun-
bé111 qtle cerca de 60% dos ban-
cos aiI1da não dispõem de lUll
quadro iI1ter110 detestes de stress
cllinático e a niaio1ianão iI1cltú o
1iscocli.Inático nos seus modelos
de1isco de crédito. "Ape1ias 20%
têm-no em conta como vmiável
1ia concessão de crédito", refere
o relatório.
Nos testes do BCE, os bru1-
cos em·opeus forrou aiI1da obli-
gados a fazer projeções de per-
das de receitas face a eventos
cllináticos extre1uos e cenários
de trruisiçâo com diferentes ho-
rizonteste111porais. A conclusão
é que são sobreh1do "vulnerá-
veis a tun cenário de seca e ca-
lor, dependendo das atividades
das empresas às quais empres-
tan1 capital e da localização das
. .... ,..
suas expos1çoes .
FrankElderson, vice-presi-
dente do Conselho de Supervi-
são do BCE, c01isiderou que
"esta foi trma etapa crucial pru·a
toniar osistemafuianceiiumais
resiliente ao 1isco cllinático", na
esperança de que as iilStittúções
de crédito tomem medidas de-
cisivas e desenvolvam quadros
robustos de teste de esforço cen-
trado no risco cllinático. •
BÁ RBARA SILVA
20
RISCO DE CRÉDITO
Os testes de stress
do BCE mostram que
apenas 20°/o dos
bancos têm em conta
o risco climático
quando dão crédito.
8 QUINTA -FEI RA 29 SET 2022

PRIMEIRA LINHA O PAPEL DO CARVÃO

Consumo de
carvão vai dar
salto de 7% na UE
porque falta gás

Alemanha, França, Países Baixos, Espanha, Itália, Grécia,

República Checa, Hungria e Áustria estão a recorrer às
centrais a carvão para poderem reduzir o consumo de gás.

a usá-las ailtes de tempo. NaAle- admite o Goven10, que jáaprovou

BÁRBARA SILVA
barbarasilva@negocios.pt
s estiJnativasdaAgên-
maiiha, por exe111plo, estas reser-
vas são apenas suficientes pai·a
inailter a economia a ftmcionar
durante h·ês meses.
Neste momento, Porn1gal é
dos poucos países europeus quejá
e
estão 100% livres de cruvão des-
"medidas preventivas que penni-
tam fazer a eventl.tais disrupções
futtrras, tendo em vista a gai·antia
da segurança do abastecúuento de
."
energia.
Entre elas está a c1iação de re-
servas estratégicas de ág1ta asso- A central a carvão de Sines foi inaugurada em 1985 e nos anos 90 assegurava

A cia Internacional de
Energia (,..\IE) para a
Em·opa, este ano, não
são nada ani!nadoras. "No total,
preve111os que o co11Stu110 de car-
vão na União Em·opeia munente
7%, face ao período homólogo,
para 476 milhões de toneladas em
2022", conclui a organização com
sede em Paris. Isto depois dejá ter
sidoregistadotunsaltodel0% nos
primeiros seis meses do ano. Só a
procura de carvão por parte do se-
tor elétrico, para produzir energia,
amuentou 16%, garante a ,..\IE.
Com a Em·opa focada em
guardar o má'Óluo de gás nanu·al
para o inverno que se adivinha di-
fícil, tendo em conta que neste
inomento não está a chegar qual-
de novembro de 2021) e o Gover-
no gai·ante que não há qualquer
possibilidade de voltar atrás e rea-
tivar as centrais de Sines e do Pego,
apesai·de40% dase111pre.saseou-
tras franjas da economia defende-
rem este cenáiio. Isto face à falta
de água nas albufeiras e a tuna que-
bra de 46% na produção de ener-
gia lúdrica no país. A es cassez de
eletricidade e a seg1rrança de abas-
tecúnento estão e111 cúna da mesa,
476
AUMENTO
ciadas às baii:agens piu·a "efeitos
deseg1rrança de abastecúuento do
siste111a eléhico nacional''. Portu-
gal foi o quaito país da UE a aban-
donar o uso do carvão para gerai·
energia elétrica, depois da Bélgi-
ca (2016), da Áustria e da Suécia
(2020) .
Noutros países em·opeus ases-
tratégias a adotai· neste mon1ento
c01no alternativa ao gás são outras
e bem menos 'Tunpas". De acor-
do co1na AIE,Alemailha, França.
Países Bai,-..:os, Espa11ha, ItAfia,
Grécia, Chéquia, Hm1gria e ...\us-
tria estào a prolongar a vida útil
das centnlis a carvão co1n encer-
rruuento previsto, a reabrir cen-
trais enceITadas ou a amnentar os
lilnites do horário de ftu1ciona-
total do ano. A Alemrulha será o
país responsável pelo niaior con-
stuno adicional", refere a,..\IE. Em
por compai·açào com 2021.
Para 2023. a agência co1ISide-
ra que as duas potências asiáticas
julho, o governo alemão criou v,'lo contiimai· a fazer atunentar o
mesmo tuna rese1va própria na co11Stu110 de c-arvão no numdo, mas
ordem dos 10.6 G\:\T: 1,9 G\V de quai1to à Etrropa as notícias são
novas compras de carvão fóssil, 4,3 boas e a AIE vê 1nes1110 mna que-
GvV decentraísacruvãoquejáes- da de quatro inilhões de toneladas
tavrunemrese1vae2.6G\V de ca- naprocm·adecarvãonospaíseseu-
pacidade decaivão, cuja desativa- ropeusjá no próxiiuo ru10. •
ção estava prevista para 2022 e
2023.
En1 tenuos 1ntu1diais, a AIE
estima que o co11Stu110 de caivão
atunento0,7% facea202lparaos
8 mil milhões de toneladas, com
n1aiorproducão de.•eletricidade a
·)

paifu de caivão na India. A Chma

quennatéria-p1ima da Rússia via
gasoduto NordSh·eain 1, a agên-
cia prevê que o cenáriose mante-
nha até ao fundo ai10.•-is reservas
de gás estão praticainente cheias
na iuaioria dos países e os gover-
nos europeus não estão dispostos
A Agência Internacional
de Energia prevê que o
consumo de carvão na
Europa aumente este
ano para 476 milhões de
toneladas face a 2021.
mento das centrais a caivão para
reduzir collSlm10 de gás.
"Isto amnentará a produção
de energia co1n origem no cruvão
no segundo semestre de 2022 e
resultará muu atunentoda procu-
ra de 33 nrilhões de toneladas no
é a maior consmnidora mtu1dial
de cru-vào, mas manterá estáveis
os seus niveis. Já a Índia, que sm·-
ge e111 segtmdo lugar no pódio do
co11Stuno numdial deverá amuen-
tru· astta procura em 2022em7%,
para os 77 nrilhões de toneladas,
8.000
CONSUMO MUNDIAL
Em todo o mundo, o
consumo de carvão vai
aumentar 0,7°/o em 2022
para um total de 8.000
milhões de toneladas,
graças à Índia e UE.
 QUINTA-FEIRA 29 SET 2022 PRIMEIRA LINHA 9

Luís Guerreiro

PERGUNTAS A
STEVEN SANTOS
Head of Trading Platforms &
Brokerage do BiG - Banco de
Investimento Global

"A Alemanl1a ,...,

está
a usai· ca1-vao pa1·a um
te1·ço da eletricidade"
o analista diz que os três
maiores bancos que finan-
ciam carvão são japoneses.
Há ainda o britânico Ba.rclays
e o americano citigroup.
''
A redução do
financiamento por
Ainda hã muitos investido· parte dos bancos,
res interessados em proje- neste setor
tos relacionados com o
intensivo em
carvão?
Dado os ambiciosos objeti·
capital, deverá
vos europeus de transição aumentar os preços
energética, a produção com do carvão.
base em carvão ocorre cada STEVEN SANTOS
vez mais fora da Europa, em Head of Trading Platforms &
países como China, Índia, ln· Brokerage do banco BiG
donésia, EUA e Austrália. A
redução do financiamento a

matérias-primas por parte de
um terço da eletricidade consumida em Portugal. Fechou em janeiro de 2021, seguindo-se o Pego em novembro- bancos de investimento de-
verá dificultar o investimen-
to neste setor intensivo em
capital e, a prazo, aumentar
O DECLÍNIO DO CARVÃO NA EUROPA os preços do carvão.
consumo final de carva.o nos principais segmentos, em terajoules, entre 1990 e 2019
o consumo de carvão tem descido de forma clara nas últimas três décadas, embora a um ritmo mais lento nes- Na Europa, hã cada vez
te século. Na indústria, o consumo nesta década já é mais baixo do que o das famílias no início dos anos 90. mais instituições financei-
ras e gestores de fundos a
• Indústria optarem for financiamen-
• Residencial tos mais verdes. É uma
• Serviços comerciais e serviços públicos tendência ou uma obriga-
cão do mercado, por cau-
sa dos critérios ESG?
Os três maiores bancos no
financiamento do carvão são
bancos japoneses. onde a
pressão ambientalista não é
tão alta como na Europa. o
banco britânico Barclays e o
norte-americano Citigroup
estão no tops. sendo que a
pressão será crescente. visto
que o carvão é o combustível
fóssil mais intensivo em ter·
mos de emissões poluentes.
2000 2005 2010 20l5 2019 No entanto, além dos gran-
Fonte:- lntemat ional Energy Agency des bancos de investimento,
''
existem participantes pouco
escrutinados e difíceis de re-
gular que são muito ativos na
mineração e "trading" de car-
vão, nomeadamente as casas
de "trading" de matérias-pri-
mas (Trafigura, por exemplo).
Como o carvão passou a
ser utilizado em alternati-
va ao gás, hã mais investi-
mentos nesta fonte de
energia fóssil?
A atual crise energética na
Europa aumentou a urgência
para obter fontes energéticas,
principalmente na Alemanha,
que é o maior produtor euro-
peu de carvão e um dos países
mais penalizados pelas san-
ções económicas à Rússia. A
Alemanha está a utilizar car-
vão para quase um terço da
eletricidade consumida. •
10 QUINTA-F EIRA 29 SET 2022

ECONOMIA

O Governo apresentou esta quarta·feira aos parceiros sociais a sua proposta para o acordo de rendimentos.

ACORDO DE RENDIMENTOS

Parceiros criticam falta de

compromissos do Governo
Reiterando os objetivos que já tinha apresentado em maio, o Executivo sugere que os parceiros
se entendam para aumentos sa lariais nominais médios de 4,8°/o. Reunião ficou marcada pelas
críticas sobre a ausência de detalhes ou quantificação da maior parte das propostas.

CATARINA ALMEIDA PEREIRA
catarinapereira@negocios.pt
Governo adinitiu
amnentar o saláiio
inínitno além dos
750 euros em ja-
neiro, recuperou a
propostas de reduçôes seletivas do
IRC, mas não e:h'Plicou que valo-
res estão em causa. ou como irá,
na prática, garantir que o peso dos
saláiios fica ein 48,3% do PIB e111
2026, a n1eta quejátinha apresen-
tado e111111aio.
A prilneira remriào de concer-
tação social sobre o acordo de
con1petitividade e rendin1entos,
queseseg11e a cinco encontros do
grupo de trabalho sobre a ineSina
inatéria, ficou niarcada pelas crí-
ticas dos parceiros à falta de quan-
tificação das propostas.
"Istoestánmnafaseemb1ioná-
lia, as propostas não são quantifi-
cáveis", descreveu Francisco Ca-
INFLAÇÃO
No cálculo dos valores
que propõe o Governo
soma à referência do
BCE a produtividade
(1,5º/o) e um "adicional
salarial" {1,3 pontos).
lheiros, d..'I Confederaç.'io do Ttuis-
mo (CCP). "Não há concretização
d..'1Sn1edidas e 1111rit.'ISdas compen-
sações fazia111 parte dos compro-
missos do PRRpara co111a Comis-
são Etuupeia", disse Luís Mira, da
CAP. "O doctunento é mtrito vagd',
"não é tuna base aceitável para
qualquer acordo", resmniu João
Vieira Lopes, da Confederação do
Comércio e Serviços (CCP).
En1 contraste 00111 as críticas
daCGTP, queconsideraasideias
"insuficientes" face à escalada dos
preços, o secretáiio-geralda UGT
prefeliusublinhar que se trata "de
mn doctunento de partida e não
de chegada"....\ntónio Saraiva, da
Confederação Empresarial, expli-
cou que se a proposta "não qmu1-
tifica" é porque está à espera do
On;runento do Estado para 2023,
do qual se espera que conste are-
dução seletiva do IRC.
Na retutlâo participaram qua-
tro milristros. O das Finru1ças, Fer-
nru1do lVIedina, que já terá os nú-
meros que a nlliristra do Trabalho
garru1te que existe111, remeteu ex-
plicações para o final. mas saiu da
 Q UI NTA- FEIRA 29 SET 2022 ECONOMIA 11

Vítor Mota

Descida seletiva
''
A vontade não
é a valorização
de IRC não convence
en1presas
do trabalho.
I SABEL CAMARINHA
CGTP

É um documento Patrões dizem que as propostas para

de partida e não as empresas não chegam e insistem em
de chegada. medidas transversais, como a redução
M ÁRIO M OURÃO das tributações autónomas.
UGT

A descida seletiva de IRC pre- ta,"{a do imposto dos 19% pru-a os

retmião sem prestar declara-
ções aos jornalistas.
Seg\mdo váiios parceiros,
o objetivo do Governo é fechar
o acordo ru1tes do orçrunento,
n1eta queconsiderrun dificil de
alcru1çru·. As retuliões prosse-
g\ten1 aiúvel bilateral, não ten-
do sido ammciado novo en-
conn·o em conce1tação social.
Um referencial a que os
parceiros resistem
O doctunento apresentado esta
quruta-feira en1 conce1tação
social mantém metas que já ti-
nhrun sido apresentadas en1
niaio,quandosetrabafüavaain-
da com tuna ilillação nrnis bai-
xa (4% contl-a os attrnis 7,4%),
ao defender que o peso dos sa-
láiios na econonlia deve cres-
cer para 48.3% do PIB em
2026, recuperru1do depois da
quebra que vai registar este ano.
Somando o n1ru1dato do
Banco CentralEm·opeu (2%)
ao"crescilnento de médio pra-
zo da produtividade" (1,5%) e
a tm1 "adicional salruial" (1.3
pontos) eJ\.'Plica-sequeoobje-
tivo se n·aduz muna variacão
'
nonlinal das remunerações
por trabalhador de 4,8% e111
cada ru10, em média, nos ru1os
de 2023 e 2024. "É tuna pro-
posta de compronlisso social
enn·e todos os pru·ceiros", dis-
se Ana ivfendes Godinho. l'vli-
nutos ru1tes, a UGT tinha de-
fendido que a negociação co-
letiva é "livre'', a CIP tinha fa-
lado ntun "quadro dificil" pru·a
atm1entru· saláiios e a CCP ti-
nha lan1entado que a fórnmla
não conte111ple avaliação do
PIB, quando se adnúte tuna
eventual recessão. A CGTP
considerou ru1tes as propostas
insuficientes face à inflação
Questionada sobre o as-
stu1to, a nlliiisn·a do Trabalho
gru·antiu que os números "já
existem - tudo o que apresen-
táinos têm como suporte os
cenáiios niacroeconónlicos",
disse, inas não revelou a n1eta
pru·a o saláiio mÍlllino, como
se atualizarão os escalões do
IRSouseapropostaderefor-
mulação do Ftmdo de Co111-
pensação do Trabalho adnúte
tuna redução das contribui-
ções de 1% das empresas. •
[Até ao orçamento] vista para as empresas que apre-
acho um prazo sentem tuna "contratação cole-
muito curto. tiva dinru1úca, valorizaçào desa-
láiios e dimintúçâo do leque sa-
AN TÓNIO SARAI VA
CIP larial" não convence os repre-
sentfilltes das associações em-
presruiais com assento na con-
O Governo ignorou ce1t<1ção social. Todos pede111
as propostas dos mais e, se a descida da taxa pru·a
parceiros. todos fonnesmo tuna linha ver-
LUÍS MIRA melha para o Governo, então,
CAP lembram, há outras formas de
conseg\rir reduções transversais,
Não é uma base por exemplo, mexendo nas tli-
aceitável para butações autónomas.
A proposta para o acordo de
um acordo. rendin1entos que o Governo
JOÃO VIEIRA LOPES apresentou esta quruta-feira aos
CCP parceiros sociais <lebra comple-
tamente de parte a descida de
Isto está numa fase tax..'I defendida pelo milústro da
embrionária. Economia e, além da aposta nas
FRA NCISCO CALHEIROS
descidas seletivas, propõe outras
CTP
medidas viradas para a capitali-
zação e para o incentivo e apoio
ao investimento. Prevê-se a clia-
Tivemos uma ção de tun Incentivo à Capitali-
reunião muito zação de Einpresas, tuna inelho-
ria do atu.1lreo.;in1e fiscal de apoio
produtiva ao investilnento (RFAI) e tun re-
procurando forco das condicões do sistema
identificar os '
de incentivos '
fiscais à investiga-
objetivos que nos ção e desenvolvúnento empresa-
unem. rial (SIFIDE II) na componen-
te do investilnento direto.
ANA MENDES GODINHO
"Tendo e1n conta a retl-ação
Ministra do Trabalho
da econonúa prevista pru·a o ano,
precisan1os de medidas n·ru1s-
versais e não apenas focadas en1
deten1únadas faixas de e111pre-
'' sas". declru·ou João Vieira Lo-
pes, presidente da Confedera-
ção do Co111ércio (CCP), à saí-
da da prilneira retuliâo con1 o
Goven10. "Este doctunento nào
satisfaz esta nossa pretensão:'
Também António Sru·aiva,
da CIP, insistiu que não chega e
que é preciso ctunprir o que fi-
cou previsto na refonna do IRC
de 2014, ou seja, a descida da
17%. Nãosendoesseocanúnho,
tan1bém "não se pense que a
descida da ta,"{a é a bala de prata
para a fiscalidade das e1npresas,.,
disse. "Ten1os as tlibutacões au-
'
tónonias", le1nbrou.•"\final, es-
tas tlibutações são suportadas
por todas as empresas, indepen-
dentemente da sua dimensão e
dos lucros que tenhrun, e são há
111u.ito um cavalo de batalha
sempre ignorado pelos sucessi-
vos governos.
As tlibutações autónon1as,
frisou Vieira Lopes "represen-
trun 15% no IRCe reduzi-lasem
10% te1ia tm1 in1pacto orçamen-
tal de 125 nillhões de etu·os, o
que é peifeitrunente aceitávef'.
As n1edidas "na área da capita-
lização e do investilnento vão no
bom sentido", mas não foi feita
para já qualquer quantificação,
o que dificulta a apreciação das
111esnias.
Trunbém Frru1cisco Calhei-
ros, da Confederação do Ttuis-
mo (CTP), pediu atenção à
questão das tlibutações autóno-
mas, que aproveitada a todas as
empresas. E afastou tun acordo
até ao On;-.runento, cttja propos-
ta deveráchegru· ao Parlrunento
dentro de duas senlfillas.• FL/CAP
A ideia do
Governo é que as
medidas fiscais
entrem já na
proposta de
Orçamento do
Estado para 2023.
12 QUINTA-FEIRA 29 SET 2022

ECONOMIA

TOME NOTA

As propostas do Governo
para o acordo de rendimentos

A proposta do ano entre 2023 e 2026. Resta saber SALÁRIO MÍNIMO COM rendimentos do trabalho dependen-
Governo para o se atualização compensará integral- EXTRA PARA A INFLAÇÃO te (categoria A), será reforçado.
mente o aumento da inflação, garan- o Governo propõe aos parceiros so- Atualmente, aplica-se durante três
acordo de tindo que as famílias não terão uma ciais um reforço do salário mínimo anos, seguidos ou interpolados, para
rendimentos EMPRESAS perda do poder de compra. para compensar a evolução da infla- jovens que cheguem ao mercado de
chegou esta DESCIDA DE IRC, ção, sem especificar qual. Para o trabalho, depois de terem concluído
quarta-feira aos MAS SELETIVA RETENÇÕES NA FONTE próximo ano, o Executivo antecipou os seus estudos.
As empresas com contratação coleti- REVISTAS até aqui uma subida da retribuição
parceiros sociais, va dinâmica, valorização de salários Outro compromisso do Governo, este mínima aos 750 euros e uma traje- RECONVERSÃO DO FCT
mas a primeira e diminuição do leque salarial vão ter já recorrente, passa por aproximar e, tória que permita chegar aos 900 o Governo quer reconverter o Fundo
reunião de direito a uma redução na sua taxa de "sempre que possível", eliminar adi· euros até 2026, objetivo que se man- de compensação do Trabalho (FCT)
concertação social IRC. o mesmo acontecerá para asso- ferença entre a retenção na fonte de tém. uma subida do salário mínimo num Fundo de Apoio à Autonomiza-
ciedades que invistam em investiga- IRS e o imposto devido. As tabelas de para 750 euros representa uma su- ção de Jovens Trabalhadores e refor-
terminou envolta ção e desenvolvimento (l&D). o Go· retenção na fonte são atualizadas to- bida de 6,4%, abaixo da inflação es- ço do Fundo de Garantia de Compen-
em dúvidas. vemo afasta, assim, uma descida dos os anos, mas permanece uma di· perada pelo Governo para este ano, sação do Trabalho (FGCT).
Sindicatos e transversal da taxa de imposto, mas ferença entre o imposto entregue de7,4%.
não é claro até onde irá na descida anualmente e o que há efetivamente
patrões queixam- seletiva nem como a concretizará. apagar. MAIS PROGRAMA
-se de falta de

concretização e
dizem que está
ainda muita coisa
em aberto.
Também
apresentam muitas
reticências sobre
a possibilidade de
chegar a um acordo
até ao orçamento,
sendo que algumas
das medidas,
nomeadamente as
INCENTIVAR INVESTIMENTO
E CAPITALIZAÇÃO
será criado um Incentivo à Capitaliza·
ção de Empresas (ICE), que vai fundir
a já existente Dedução de Lucros Re·
tidos e Reinvestidos (DLRR) e a Remu-
neração convencional do capital so-
cial (RCSS). Aideia é eliminar "redun-
dânciase limitações inerentes aos ins-
trumentos atualmente existentes" e
simplificar incentivos fiscais à capita·
lização e ao investimento. o Governo
pretende também "melhorar o Regi-
me Fiscal de Apoio ao Investimento
(RFAI)". o sistemadereporteededu·
ção dos prejuízos fiscais será reformu-
lado e simplificado. Na l&D, apropos-
~
SALÁRIOS
SUBIDA MÉDIA ANUAL
DE 4,8°/o ATÉ 2026
o documento do Governo não refere
expressamente um referencial para
a negociação coletiva, mas propõe
genericamente um acordo com o ob-
jetivo de aumentar o peso nos salá-
rios no PIB para 4Soh, a mesma meta
que apresentava em maio, quando a
inflação era menos elevada. Para
isso, explica, dever-se-á ter em con-
ta a inflação (2% na referência do
BCE) a produtividade (1,5%) e um
REGRESSAR
oExecutivo compromete-se com uma TRABALHO
extensão extraordinária do Programa
Regressar durante a vigência do acor-
do. Este programa, recorde-se, foi re-
novado este ano e destina-se atual·
mente a quem tenha emigrado e de·
cida regressar a Portugal até 2023.
Aplica-se a todas as pessoas, indepen-
dentemente da idade que tenham, e
prevê a atribuição de benefícios fis·
cais, com a tributação de rendimen-
tos em apenas 50% durante os cinco
anos seguintes ao regresso.
ff
AUMENTO DAS HORAS
EXTRAORDINÁRIAS
O Governo recupera ainda o aumen-
to das horas extraordinárias que che-
gou a estar previsto em outubro, e
que entretanto caiu. o Executivo as-
sume a medida de aumento do tra-
balho suplementar "a partir das 120
horas" para SOoh na primeira hora de
dia útil, 75% nas seguintes e 100%
em dia de descanso ou feriado. Até
2012 eram estes os valores adicionais
que se aplicavam logo a partir da pri·
meira hora extra.

fiscais, deveriam ta passa por reforçar as condições do
vir já lá Sistema de Incentivos Fiscais à Inves-
consagradas. tigação e Desenvolvimento Empresa-
rial (SIFIDE li) na componente do in·
vestimenta direto.
"adicional" de 1,3%
MÍNIMO DE EXISTÊNCIA
REFORMULADO
Em cima da mesa está também a "re-
formulação das regras de funciona-
mento do mínimo de existência", em-
bora o Governo não diga ainda como.
~
JOVENS
APOIOS À CONTRATAÇÃO
DE QUALIFICADOS DESBUROCRATl~AÇÃO
A olhar para os mais jovens, o Execu- MENOSDECLARAÇOESPARA
tivo propõe a criação de um progra- A SEGURANÇA SOCIAL
ma anual de apoio àcontratação sem Serão eliminadas as obrigações de co-
termo de jovensqualificados com sa- municação mensal e trimestral das
lários iguais ou superiores a 1.268 eu- declarações retributivas à segurança

'IRS
FILOMENA LANÇA
filomenalanca@negocios.pt
SUSANA PAULA
susanapaula@negocios.pt
ESCALÕES ATUALIZADOS
E NEUTRALIDADE FISCAL
o Governo compromete-se a atuali·
zar os escalões de IRS para garantir
neutralidade fiscal, ou seja, para que
os aumentos salariais não sejam en-
golidos pelo imposto. A ideia é que os
salários subam, em média, 4,S% por
Pela lei, este mínimo, que é o limiar
até ao qual os contribuintes não pa-
gam IRS, corresponde a 1,5 lndexan-
tes de Apoios Sociais (IAS) vezes 14,
com a lei a determinar que desta fór-
mula não pode resultar um valor in·
feriar ao valor anual da retribuição
mínima mensal. Mas em 2022, opa-
tamar foi aumentado em 200 euros,
para os 9.415 euros.
ros. o objetivo é promover o empre·
go sustentável e a implementar me-
canismos para atrair e valorizar os jo-
vens no mercado de trabalho, diz o
Governo, sem adiantar detalhes so-
bre como será concretizado o apoio.
IRS JOVEM REFORÇADO
o benefício anual do IRS Jovem, que
já dá uma isenção parcial sobre os
Social por parte das entidades empre-
gadoras e dos trabalhadores indepen-
dentes. oGoverno pretende, também,
criar novos canais de pagamento à se-
gurança Social, nomeadamente onli·
ne, por forma a simplificar pagamen-
to mensal. Também o regime que per-
mite aregularização do IVA relativo a
créditos de cobrança duvidosa será
agilizado.
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iW
ROLEX
O SEA-DWELLER
Concebido para mergulhadores que passam dias e até semanas em habitats
subaquáticos pressurizados, o Sea-Dweller, com a sua válvula de escape de hélio,
continua a aprofundar as possibilidades de exploração dos oceanos.

#Perpetua!
14 QUINTA-FEIRA 29 SET 2022

ECONOM IA

EXECUÇÃO ORÇAM ENTAL

Receita fiscal dos municípios

superou o pré-pandemia
No segundo ano da pandemia, as autarquias viram as suas receitas fiscais crescer
de forma expressiva, à boleia do mercado imobiliário e do IMT. Ganhos ficaram
acima do previsto e seguraram o défice local, que ficou abaixo do esperado no OE.

SUSANA PAULA
susanapaula@negoc ios.pt

receita fiscal das au-

A tarqufassuperou os ní-
veis anteriores à pan-
denúa de covid-19 no
ano passado, atingindo quase 3,5
mil milhões de em·os, travando o
défice orçrunental da Administra-
ção Local.
Segi.mdo o relatório sobre a
"Evolução Orçainental da Admi-
nistração Local 2021", divulgado
esta quarta-feira pelo Conselho
das Finanças Públicas (CFP), a
receita fiscal angaiiada pelos mu-
ni.cípios subiu ll% face ao ano ai1-
terior, paraquase 3,5 núl milhões
de em·os. Esta subida coloca tai11-
bén1areceita fiscal das autarquias
acilna dos valores registados em
2019, no pré-pai1demia, quando o
total anecadado rondou os 3,1 núl
milhões de euros.
Ora, não era esta a expectativa
do Executivo quanto ao compor-
tamento da receita fiscal própria
dos nuuúcípios. A esfunativa que
o Nfuústério das Fil1ai1ças, na al- O mercado imobiliário recuperou no segundo ano da pa ndemia e a receita c,o m IMT arrecada da pelas autarquias aumentou 38%.
ttu·a liderado por João Leão, colo-
cou no Orçainento do Estado "1nais do que recuperai1do da di- bém a receita con1 o Ilv1I dilnilmiu apontavaparai.undéficede216nú-
(OE) para 2021, apontava para 111il1uição registada no ano úne- 1,1%. Este Ílnposto nw1teve-se, no lhões deem·os do setor local.
tuna quebra de 6% na receita fis- diatrunente rulterior, atingil1do entai1to, a pru1cipal fonte de re- A ilistituição liderada por Na-
cal dos nnmicípios, mas o que cerca del,3 núl núlhõesde em·os". ceita fiscal dos1nmúcípios, mes- zaré da Costa Cabral explica que
aconteceu foi o inverso: entrarai11
nos cofres das autarquias mais
9, 7% do que em 2020. No primei-
ro ano da pai1denúa a receita fis-
cal nianteve-se pratic.ainente es-
''
A receita fiscal
municipal apresentou
Com exceção do Il\lfT e do
IUC, os restantesilnpostos apre-
sentaran1 vruiações negativas. A
maior foi registada na deITama
nuuúcipal, cuja receita arrecada-
mo co111 1una descida ligeira do
seu peso no total da receita fiscal
(para 47% do total) . Comesteiln-
posto foran1 ai-recadadoscerca de
1,5 núl núlhões de euros.
o amnento da despesa mmúcipal
foisupe1ior ao acréscilno de recei-
ta, "ail1da que este últiJuo agrega-
do tenharecuperado da quebra re-
gistada em 2020~. A despesa efe-
tável face ao ai10 ai1terior. em 2021 uma evolução da caiu 14,2%. Recorde-se que tiva dosn1múcípios cresceu 14,6%,
No ai10 passado, o "amnento muito mais favorável, este ilnposto Íl1cide sobre o lucro Autarquias t êm défice, acÍllla do estiniado no OE, que era
expressivo do IMT'' justifica a su- tributável si.tjeito a IRC e, justifi- mas menor que o esperado de9,7%.Eincausaestásobretudo
peração da meta da receita fiscal.
alicerçada no aumento crun os economistas do CFP. "a A.Admilústração Localregistoumn a pandenúa (que custou às autar-
A receita com estein1posto, que se expressivo do IMT. sua dinúni.úção não estará disso- défice orçainental de15núlhõesde qtúas 310,8 núlhões e111 2021).
enconh·a fortemente associado à CFP ciada do comportrunento da base euros no ai10 passado, o pruneiro Sem esta despesa extraordinária,
conj1mttrra do mercado Ílnobiliá- Evolução orçamental da deste Ílnposto", que foi muito afe- desde 2013. l\!Ias este valor fica diz o CFP, a adnúnish·ação local
rio, amnentou 38% e111 2021, Adm inistração Local em 2021 tado pela crise pai1dénúca. Tain- abaixo do estiJnado no OE, que teria tido mn excedente. •
Publicidade
16 QU I NTA - FEIRA 29 SET 2022
Lex
ASSESSORIA JURÍDICA
Justiça no OE: é preciso
desburocratizar serviços
e recuperar pendências
criar juízos
para recuperar
pendências na área
rlSCale dar formação
aos funcionários
públicos sobre nova
legis~osão
medidas defendidas
para constar do OE
na área da justiça.
JOÃOMALTEZ
j maltez@negocios.pt
riarjtúzos especializa-
dos para a recuperação
de pendências na área
fiscal, avançar com mn
regi!ne excecional de
reg'l.tlarização dos processos mais
antigos nos tribunais tributários,
mas ta111bé111 dar formacão aos
ftmcionários do Fisco para' ajudar
a desburocratizar o ftmcionrunen-
to dos serviços, são medidas, na
área da justiça, que pode111 ajudar
as empresas no atual contexto e
que deverirunserinscritas no pró-
ximo Orçrunento do Estado (OE),
defenden1 especialistas nestas
áreas ouvidos pelo Negócios.
Na opilúão de Serena Cabrita
Neto, especialista em Direito Fis-
cal e sócia da PLJ\1IJ, "neste mo-
mento de i11ce1teza que atravessa-
1nos, cmnpre ao Estado garantir
mnamaiorefetividadeecertezaju-
rídicanaresposta dos nossos tribu-
nais tiibutários". Nesse sentido,
considera,"é ftmdrunentfil recupe-
rar as pendências dos tribunais, Acompanhar as alterações legislativas com formação para os funcionários do Fisco é uma medida defendida.
promovendo as decisões com refe-
rência aos processos mais ru1tigos, dos en1 regiões con1 menos pen- gulruização Tributáiia para os pro- ttu110 Teresa Pattla Schwalbach,
especificrunente aqueles que tê111 dências, excecionando-se as linú- cessos niais antigos, "con1 perdões sócia do departrunento fiscal da
n1aisde n·êsanos". tações de competência tenito1ial de custas, juros e prute das dívidas Sérvulo.
Neste funbito, a mesma advo- existentes.'' tributáiias". Ou ainda, o estabele- "O ilivestiluento exige desbu-
gada defende que "a criação dejtú- Serena Cabrita Neto entende ciluento de n1etas clru'!lS, por jtúzo rocratização, siluplificaçiio, rapi-
zos especializados para a recupe- trunbémqueé defensável acriação na elinúnação de pendências, "com dez e consistência Contudo, não
ração de pendências é tuna medi- de mn Regiine R"\:cecional de Re- a criação de mn plru10 de i11centi- basta alterar a legislação neste
da ftmdan1entfil para desbloqueru· vos pru·a os jtúzes eru11Í11arem as
os tribunais llibutáiios", podendo pendências relativrunente aos pro-
ai11da ser adotadas outi·as ilúciati- cessos mais ru1tigos".
vas, "como a abernun de prazo para Uma das medidas Criação de um regime
novas revisões de atos llibutários" Formação para fu nci onários
porprutedo Fisco.Aqui, afisc.alis-
defendidas passa por da Autor idade Tr ibutári a
excecional para
ta da PLl\1J entende que deveria criar incentivos para Alé111das1nedidas direcionadas regularizar processos
aproveitar-se"a evoluç~o dajmis- os juízes eliminarem para a área da justiça tributária, tributários com
prudência, ou a possibilidade de as pendências trunbén1 a desbm·ocratizaç.âo dos perdões de custas
núgração dos processos antigos serviços assegurados pelo Estado
pru·a a arbiti·agen1 tiibutária ou relativas a processos deveria suscitru· preocupação em é outra medida
pru·a llibtulais llibutários localiza- mais antigos. sede orçrunental, defende, por seu defendida para o OE.

sentido. É necessário acompanhar
as alterações legislativas de fo1nm-
çào lecionada aos fm1cionários
públicos para que estes objetivos
se tornen1 efetivos, o que o Orça-
1nento do Estado poderá possibi-
litar, alocando verbas para esta
fonuação", sublinha Teresa
Schwalbach.
A fiscalista aponta mesmo mn
exemplo prático para mostrar a
ineficiência dosserviç-os. Um inves-
tidor individual, vindo de outro Es-
tado-membro da União Europeia,
que queira constittúr m1m socieda-
de em Portugal precisadeobtenuu
níunero de identificação fiscal
(NIF). Contudo, desde2020, que
este investidor era obrigado ano-
1neanunrepresentante fiscal para
obter o I\TIF, quando a legislação
não o obrigava a tal
"Esta obrigação derivava de
orientações administrativas inter-
nas da Autoridade T1ibutária, cla-
nuuente contrárias à legislação,
quer portltguesa quer conumitá-
1ia'~ lembra a sócia daSérvulo, para
quem "esta sitttação era evitávelse
aAdministração Públicaaco1upa-
11hasse a inovação legislativa. para
cttjo efeito é importante mantê-la
infommda e preparada para novos
desafios''.
Por fim, a1uesmaadvogada en-
tende que "está1m altm·a de clari-
ficar e legislar quanto aos encargos
quepodemserexigidosàsempre-
sas ao iúvel de tributos, ta.'ffiS, con-
tribuições, preços e todos os valo-
res que as múltiplas entidades pú-
blicas cobrruun. Para Teresa
Schwalbach. o problenmnão resi-
de apenas na qmu1tidade de taxas
e111 vigor. " e.stáno peso. en1 teimas
finru1ceiros, que representruu para
as empresas". •
gegoaos
Apostar na prevenção
do contencioso fiscal
e em mais arbitragem
Que medidas deveriruu serader
tadas no próxiluo Orçruuento
do Estado para tonlal·mais cé-
lere a atividade dos tiibm1ais di-
recionados paraa chanmdajus-
É fundamental tiça econónúca? Um maiorre-
recuperar as ctuso à rubitragen1tiibutária ou
a aposta na prevenção do con-
pendências dos
tencioso fiscal são duas das
tribunais, ideias defendidas.
promovendo as "Na componente fiscal,
decisões com deve apostru·-se no incremento
referência aos da ru·bitragen1 tributária, por
exe111plo, penuitindo que os
processos mais
contribtúntes opte111por ti·ans-
antigos. ferir os processos que tenhruu
SERENA CABRITA NETO pendentes em ti'ibtmais judi-
Advogada. sócia da PLMJ ciais dajmisdição adnlliústrati-
va e fiscal para a ru·bitragem",
defende Teresa Paula Schwal-
bach, sócia do deprutruuento
fiscal da Sérvulo, le111brru1do
que, de acordo con1 m11 estltdo
recente. "cercade55%dospro-
cessosquedãoenti-ada1maibi-
tragem tiibutáiia s.'lo resolvidos
em menos de seis meses".
Adicio1mln1ente, estafisca-
lista entende que se pode me-
lhorar a econonúa processmil,
"adnútindo que seja possível,
aos conti'ibuintes, sanai·vícios
processuais em processos que
tenhruu dado enti-ada, ao invés
Está na altura de deotlibmialdeclararaabsolvi-
çào da instância, obrigai1do a
legislar quanto aos
queoscontiibuintestenhruude
encargos que instmu·ru·novoprocesso".
podem ser exigidos Algo que certamente ajuda-
as empresas ao ria à celeridade seria deten1ú-
nível de taxas, nru· critérios abaixo dos qttais a
contribuições e FazendaPúblicanão deverá.re-
todos os valores
correr quando perde mu pro-
cesso e111prilueirainstância, de-
que são cobrados. fende a mesma advogada. E111
TERESA PAULA SCHWALBACH Slta opilúão"não é razoável que
Advogada. sócia da Sérvulo a Fazenda Pública recorra de
QU I NTA-F EI RA 29 SET 2022 LEX 17
Paulo Calado
~
• •r••1o1~:u:·"~,..,.~";;;.:,
--• ...- 1,. ->•~ ~~. ~ "'
É defendida a transferência de processos para a arbitragem tributária.
processos de baixo valor q1w1- mais célere, promovendo asilu-
do perdeu em prilueira ilistân- plificaç.ão dosistenmfiscal por-
cia", o que ati·asa ajustiça fiscal tltguês e mna maior colabora-
e desmotiva os ilwestidores. ção da Autoridade Tributária
Ainda ao nível dajustiçafis- ~\T) com os contiibuintes im
cal, Serena Cab1itaNetoenten- conduç.ãodoprocediinentotii-
deque "0Goven1odeveatuara butáiio, preve1úndc:rse conten-
montante e não a jusante como . "
CIOSO •
fonuadepromovenuuajustiça Neste plano, diz a sócia da
PL1V1J, "seria il11po1tru1te pre-
ver tmm maior flexibilidade da
AT na aceitação de pedidos de
ilifonnaçãovinculativacomre-
ferência a situações de caráter
mais genérico, habitttalmente
tl'llnútadascomoesclru-ed111en-
to de dúvidas, sobre a il1terpre-
tação e aplicação das nonuas
Um estudo recente tiibutárias, se111 prazo específi-
revela que cerca
co de dedsãd'.
de 55°/o dos Tronbém numa ótica de
prevenção de contencioso, Se-
processos
rena Cabrita Neto defende que
que dão entrada "seriailupo1tantequearegrade
na arbitragem revisão das orientações genéri-
tributária são cas daAT tivesse em conta aju-
i'ispntdência do Tribtmal de
resolvidos em Justiça da U1úão Europeia e
menos de seis não apenas a dos tiibm1ais su-
meses. periores imci011llis''. •
18 QUINTA-FEIRA 29 SET 2022
lex
OPINIÃO
LÍDIA NEVES
Advogada
da sociedade Miranda &
Associados
ais de 20 anos volvidos desde a entra-
da em vigor da anterior Lei de Direito
de Autor e Direitos Conexos em Mo-
çambique (Lein.0 4/ 2001de 27 de fe-
vereiro de 2001), vigora agora no país,
desde a passada segtmda-feira, 26 de
setembro, mna nova Lei de Direito de
Autor e Direitos Conexos (Lei n. 0
9/ 2022, de 29 de julho de 2022), ten-
do esta revogado inteo,;ralmente alei an-
terior.
O novo diploma era aguardado com
nnúta expectativa e, a nosso ver, cmn-
priua suafünção em vários 1úveis. Não
só é nmis fácil a consulta do diploma,
como o n1esino apresenta lmia redação
clara e objetiva. Sendo agora concreti-
zados os direitos já antes consagrados
nalei, masnãosó.
Entre outras novidades, encontra-
-se agora previsto e detalhado o regime
aplicável aos progrrunas de computa-
dor, designada111ente no que respeitaà
duração de proteção deste direito. que
se estipula con10 de 50 anos após a
mo1te do autor. Esta duração de prote-
ção dos progrrunas deco111putadorpas-
sa, assiin, a ser iiúerior à atriblúda às
restru1tes obras, a qual é de 70 anos após
a 111orte do autor.
Aleimantémaregradaproteçãode
obras iI1dependente111ente de registo,
desde a sua criação, sendo esta prote-
ção e.'\.i:ensível ao título da obra. No en-
tanto, alei vem agora apresentar como
exceção a esta regra a necessidade de
registo de título de obra não divulgada
ou não publicada. sendo que. neste
caso, o título só se encontrru·á protegi-
do se registado jmltrunente con1 ares-
petiva obra
De ressaltar trunbé111 a previsão de
novo regime aplicável às obras criadas
por conta de outrem. De acordo com a
leiru1terior, os direitos económicos so-
bre a obra consideravrun-se trfillSferi-
dos para a entidade pru·a quem a obra
Moçambique: uma lei nova
para um mundo novo
Na lei anterior, os direitos
económicos sobre a obra
consideravam-se
transferidos para a
entidade para quem a obra
era criada. Na atual lei,
o regime inverte-se, sendo
que agora, salvo convenção
em contrário, os direitos
pertencem ao seu criador
intelectual, e não à
entidade para quem a obra
foi criada.
era criada, salvo convenção e111 contrá-
rio. Na atual le~ este regiI11eiiwe1te-se
totahnente, sendo que agora, salvo con-
venção em contrário, se presmne que
os direitos pertencem ao seu criador in-
telectual, e não à entidade para quem a
obra foi criada.
Este novo regilne é de eJ\.1rema iI11-
portfü1ciajá que, en1 caso de obras rea-
lizadas no fünbito de contratos de tra-
balho e de prestação de serviços, a não
ser que se comece a estipular adequa-
drunente que os direitos sobre as 1nes-
111as são da entidade empregadora, o di-
reito de autor pe1tencerá aos respeti-
vos criadores, diga-se aos trabalhado-
res e ftmcion,1rios, podendo ficar as em-
presas e111 situações extrerruunente vul-
neráveis, desprovidas de ativos de pro-
priedade iiitelectual que tin.hrun co1110
certos.
A este propósito, faz sentido adap-
tar contratos de trabalho e de presta-
ção de serviços já existentes por fomia
a garantir a titularidade de direitos. Ou-
tra grru1de inovação respeita à previsão
de proteção jurídica contra a neutrali-
zação de111edidas tecnológicas de pro-
teção. sendo agora assegm·ada prote-
ção jurídica contra atos con10 a inodi-
ficação e mutilização de 1nedidas tec-
nológicas existentes, como smais codi-
ficados e dispositivos técnicos altera-
dos sem autorização. Vmdo a lei pre-
ver, amda, especifican1ente, em dispo-
sição própria. a pmlição da violação de
direito de autor con1 recurno a meio iI1-
fonuático.
Apesar das váiias novidades iI1tro-
duzidas c0111nota positiva, denota-se a
ausência de regulação no que respeita
às fo111ialidades a obedecer em caso de
licencirunento e transniissão de obras.
Enquanto a lei anterior vinha respon-
der a esta questão, exigindo a fonna es-
crita, o novo diploma é totahnente
oniisso quanto a esta matéria. Nhútas
considerações poderão ser feitas quru1-
to a este ponto, sendo, contudo, e111 nos-
sa opiiúão, de111anter a fonnalidade da
forma escrita tru1to nos contratos de
trru1snüssão co1110 de licencirunento
para fins probatórios e no caso de ne-
cessidade de execução do contrato.
Nodeconerdaentradaem vigor da
nova lei, há traball10 a fazer e n1edidas
a to111ru·por prute das empresas. Há di-
reitos e regiinesjmidicos regulados em
maior detalhe. Ehá ruu reconhecm1en-
to e aceitação generalizados da prote-
ção de softwru·e, enquru1to obr a, e so-
bre aiI11portfü1cia de proteger as obras
no quadro digital. Eis-nos eom mna lei
nova para tm1 mtmdo novo. •

lex
BREVES
ORDEM DOS ADVOGADOS
SEIS NOMES NA CALHA
PARA BASTONÁRIO
o atual presidente do conselho Re-
gional do Porto da ordem dos Advo-
gados, Paulo Pimenta, formaliza
hoje, em Lisboa, a suacandidaturaao
cargo de bastonário. Trata-se do se·
gundonomeaoficializaraentradana
corrida às eleições marcadas para 28,
29 e 30 de novembro. No inicio desta
semana, Luís Menezes Leitão, atual
bastonário, oficializou a sua recandi·
datura. Além deste dois nomes, há
outros quatro que também já mani·
restaram publicamente a sua inten-
ção de se candidatarem à liderança
da ordem, são eles os adVogados An·
tõnio Jaime Martins, Fernanda de AI·
meida Pinheiro, Paulo Valério e Rui
silva Leal. •
RECURSOS HUMANOS
SOCIEDADE JPAB CONTA
COM DOIS NOVOS SÓCIOS
A sociedade de advogados de José
Pedro Aguiar-Branco (JPAB) anun-
ciou o reforço da sua estrutura de
topo, com a integração de dois no·
vos sócios: Frederico Moura Pinhei·
ro e Liliana Borges da costa. o pri·
meiro está ligado à sociedade desde
201s e tem desenvolvido a sua ativi·
dade no apoio às empresas, parti cu·
larmente a nível da prevenção de li·
tigios e em sede de contencioso. Já
Liliana Borges da costa, que tem 20
anos de carreira, exerceu advocacia,
até à data, como profissional liberal
e na sua vertente generalista, junto
de clientes particulares e empresas.
Irá integrar a área de civil e 1mobi·
liário da JPAB. •
lli DECOIU;t•ii#;1i4
DEFESA
CONCORRÊNCIA
COORDENADOR DA SRS
CONCLUI DOUTORAMENTO
o advogado Nuno calaim Lourenço,
coordenador do departamento de
concorrência e união Europeia da
SRS, conduiu recentemente as provas
de doutoramento em Direito, pela
universidade do Minho. Asua tese foi
aprovada com anota "Muito Bom", o
máximo permitido pelos regulamen-
tos da universidade. o júri foi presidi·
do por Mário Ferreira Monte. A tese
defendida centra-se na relação entre
concorrência e contratação pública.
Nela, Nuno Calaim Lounmço proaJrou
identificaras possibilidades que exis-
tem para o direito da concorrência na
esfera da contratação pública, para
melhor assegurar os objetivos da
aquisição pública.•
DO CONSUMIDOR
QUI NTA-FEIR A
TE!-ECOMUNICAÇÕES
GOMEZ·ACEBO & POMBO
ASSESSORA EUTELSAT
AGómez-Acebo & Pombo (GA_P) as-
sessorou em Portugal e em Espanha
a Eutelsat, cotada francesa do setor
de serviços na área de telecomuni·
cações, na venda de uma carteira de
mais de mil clientes do serviço saté·
lite Konnect, à Eurona, empresa es-
pecialista em serviços de conectivi·
dade e soluções de acesso em áreas
rurais e remotas. Em Portugal, fize·
ram parte da equipa que esteve en·
volvida no aconselhamento jurídico
prestado a esta operação os advo-
gados Mafalda Barreto, sócia da
área de M&A; Susana Morgado, as·
sociada sénior da área de M&A; e Pe·
dro Vilarinho Pires, associado sénior
da área de TMT. •
29 SET 202 2 LEX 19
EMPRESAS FAMILIARES
FUNDADOR DA TELLES
EM CONFERÊNCIA NA NOVA
o advogado carlos Lucena, sócio
fundador da Telles elider da equipa
de advogados especializados na as-
sessoria a Empresas Familiares, é
orador convidado da mesa-redonda
sobre a importãncia do " governan-
ce" para as familias e empresas do
futuro, organizada pelo Banque De-
groof Petercam Luxembourg, na
Nova school or Business and Econo-
mies, em Carcavelos. A conversa
será moderada por Peter Villax, pre-
sidente da Associação das Empresas
Familiares, e, além de carlos Luce-
na, o painel de oradores contatam-
bém com apresença de Duarte Pitta
Ferraz, da 1vens Advisors, e Luís Par·
reirão, da MGP. •
PublM:idade
20 QUINTA-FEIRA 29 SET 2022

EMPRESAS

FERROVIA

Governo põe
alta velocidade
•
nos carris

Na segunda metade de 2023, a IP vai lançar os primeiros concursos

para a linha de alta velocidade Lisboa-Porto, através da concessão,
construção, manutenção e financiamento, mas não da operação.
MARIA JOÃO BABO
mbabo@negocios.pt
prilnefro-minis-
h·o garantiu esta
quarta-fefra. na
apresentação da
linha de alta velo-
cidade Porto-Lisboa, que"o país
te111 condições financeiras de as-
segurar o projeto da alta veloci-
dade selnsobressaltos". Já o mi-
nistro das Infraeshi.1nu·as sa-
lientou que o projeto é "inais tm1
passo na revolu)ão" em curso na
ferrovia, frism1do que "vmnos
encolher o país".
António Costa e Pedro
Nm10 Santos estivermn esta
quarta-feira na estação de Cmn-
panhã, no Porto, onde o vice-
-presidente da Infraestn1hu·as
de Portugal (IP), Carlos Fe1113n-
des, apresentou o projeto ferro-
viário que vai pennifu ligm· Lis-
boa e Po1to nmna hora e 15 mi-
nutos depois de 2030.
Segm1do disse,jáno próxilno
mês os estudos mnbientais do
pri111eiro lote da fase 1- Porto-
-Oiã Ç\veiro) serãoenh·egues 113
Agência Portug11esa do Ambien-
te C,.\PA) e eln noven1bro os do
segm1do-Oiã-Som-e.Orespon-
sável prevê que as declarações de
impacto ambiental possan1 ser
elnitidas no prilneiro semesh·e
do próxilno ano_,de forma que os
concmrossejain lançados 113 se-
gtmdametade de 2023.
A contratação que a IP pro-
pôs ao Gove1110 para a alta velo-
cidade i11clui o recm-so a três
n1odelos. A intenção é que as no-
vas lliihas sejrun constnúdas
através de três contratos de con-
cessão da conceção, consh1.1ção,
n1anutenção e finm1cirunento,
deixando apenas de fora a ope-
PRIMEIRA FASE PORTO·
· SOURE PRONTA EM 2028
o projeto da alta velocidade (AV) en-
tre Lisboa e Porto prevê a construção
de uma nova linha, em via dupla ebi·
tola ibérica. A implementação será
faseada, sendo que a primeira fase
será a ligação entre Porto e Soure,
que deverá estar concluída em 2028.
A segunda fase é a ligação de Soure
ao carregado, prevendo-se a sua con·
clusão em 2030. só depois dessa data
será feito o eixo carregado-Lisboa. António Costa garantiu no Porto que o país tem condições para financiar o
LISBOA E PORTO A 75
MINUTOS DE DISTÂNCIA zada em Santo Ovídio, com ligação às são feitos atualmente vâo triplicar
A nova linha vai permitir diminuir o linhasamarelaerubidoMetrodoPor· para um total de n. Também do lado
tempo de viagem entre Lisboa ePor· to. Terá de ser construída uma nova da procura, a empresa espera que os
to para uma hora e15 minutos quan- travessia do Douro, que irá ter dois ta· 6 milhões de passageiros que hoje dr·
do estiver concluída. Hoje, o tempo buleiros, um ferroviário e o outro ro· cu Iam na linha do Norte passem com
de percurso, considerando três para- doviário. Na estação de Aveiro serão a alta velocidade para 16 milhões.
gens, é de 2h49. Quando a primeira apenas feitas adaptações, enquanto
fase estiver concluída haverá uma re- em Coimbra haverá uma nova estação CONCURSOS EM 2023
dução para lh59 e com a segunda na atual localização de Coimbra-B. Já A IP já levou a cabo a atualização dos
fase para lh19. Concretizada a liga· em Leiria, que integra a segunda fase estudos prévios e de impacto ambien-
ção do Carregado a Lisboa, Campa- do projeto, será também adaptada a
nhã e Oriente ficam à distância de atual estaçãoàAV. Em lisboa, a IPtem
lh15. Quer os responsáveis da IP quer estado a trabalhar com o arquiteto

2,9
ração que a empresa pública não do Governo têm salientado que a AV Santiago calatrava para a ampliação

''
quer entregar a privados. Por ou-
tro lado, a IP pretende que os
projetos complen1entares, como
Levou tempo, mas a mtervenção na estação do
tudo entrou nos carris, Oliente, sejam feitos por em-
o comboio pôs-se em preitada autónoma, enqurulto
pru·aa si11aliza)ão etelecommri-
marcha e não tem caçôes entende que deve111 ser
estado parado. conh·atadas no modelo de con-
ANTÓNIO COSTA ceção, construção e nianuten-
Primeiro-ministro ção. •
vai também reduzir tempo.s de via·
gem para outras cidades.
AS SEIS ESTAÇÕES DA AV
A AV vai ter estações no Porto, Gaia,
Aveiro, Coimbra, Leiria e Lisboa. Cam-
panhã ficará preparada para que os
comboios fiquem ligados à linha do
Minho - a primeira fase da AV Porto·
-Vígo-e ao aeroporto Sá Carneiro. Já
em Gaia a nova estação ficará locali·
da gare do Oriente e a construção de
um novo terminal técnico. A estação
será também compatibilizada com a
quadruplicação da Linha de Cintura e PORTO-SOURE
com a futura terceira travessia do Tejo. A primeira fase da alta
velocidade Lisboa-Porto
AV FARÁ 60 SERVIÇOS/DIA
AIPestlmaquealinhadeAVpermita
é a ligação entre
a realização de 60 serviços por dia, a
Campanhã e Soure, que
que se somam outros 17 na rede con- vai exigir 2.950 milhões
vencional. Assim, os 25 serviços que de investimento.
 QUINTA-FEIRA 29 SET 2022 EMPRESAS 21

IMOBILIÁRIO

Trinity investe 5 milhões

e apaga Trindade Domus
A Finangeste e a britânica Patron Capital, que compraram
o Trindade Domus há dois anos, por 40 milhões de euros,
mudam nome e fazem "upgrade" do complexo imobiliário.

Ein 1968, ano em que Oliveira

projeto de alta velocidade "sem sobressaltos".
tal dos dois lotes que avançam na pri·
meira fase • entre Porto e Oiã (Avei·
ro) e entre Oiã e Soure • e vai entre-
gar os do primeiro à Agência Portu·
guesa do Ambiente até ao fim de ou·
tubro e os do segundo em novembro.
A IP prevê que as declarações de im·
pacto ambiental sejam emitidas no
primeiro semestre de 2023 de forma
a lançar os concursos na segunda me-
tade do próximo ano.
TRÊS MODELOS DE
CONTRATAÇÃO
ções no modelo de conceção, constru·
ção e manutenção.
FINANCIAMENTO EUROPEU
ASSEGURA MIL MILHÕES
Para a primeira fase do projeto· en·
tre Porto e Soure • está previsto um
investimento de 2.950 milhões de eu·
ros, estando assegurados fundos co·
munitários de 1.000 milhões através
do Mecanismo Interligar a Europa. No
total, o projeto previsto no PNI 2030
tem um custo de 4,5 mil milhões.
Salazar cai de mna cadeira e é
substittúdopor l\ifarcelo Caeta·
no à frente do goven10, a Cfuna·
ra do Porto adjudicou o projeto
de construcão
., de tun edifício na
chrunada "Pedreira da Trinda·
de", situada nas traseiras dos
Paços do Concelho, ao ru·quite·
to Bento Lousru1. Mas o acordo
viria a ser rasgado, já nos ru1os
80, tendo o caso seg·uido para
tribtmal, com Lousan a ser in·
demnizado pela edilidade.
Em 1992. a autarquia ven·
deu o terreno da pedreira por
6,5 núlhões de em·os ao empre·
sário l\1artinho Tavares, que, as·
sociado à construtora francesa Trinity Porto é o novo nome do edifício situado junto à CM Porto.
JAP, an·ancou com a obra nes·
se n1es1no ru10. En11996, o pru·· tàiúca Patron Capital Ei1tretru1to, os novos donos
ceiro gaulês foi à falência e a do Trindade Domus decidirrun
empreitada pru·ou. "Jardim suspenso" de dois avançar com obras de requali-
Após vários pára-an·anc.a e mil metros quadrados ficação do complexo in1obiliá-
novos acordos con1 a Càinara En1 causa está mn complexo rio, con1 o objetivo de niarcar
do Porto, o edifício, batizado Ílnobiliário con1niais de 20núl "mn reposicionrunento deste
como Trindade Do111us, ntun metros quadrados de área bru· espaço da cidade", e mudru·-lhe
investin1ento de 65 núlhões de ta locáve~ conjugando chico an· o 1101ne pru·a Triiúty Po1to.
euros, viria aserinaug1u·ado en1 dru·esdeescritóriosemnagale- "Num investimento de
janeiro de 2008. Sem sucesso, ria comercial no rés do chão, a aproxiinadrunente cinco nú·
nos primeiros anos não passou que acresce mn parque de esta· lhões de em·os, a concluir, em
de mn centro comercial fantas· cionrunento para 496 viattu-as. princípio, dm·ante o priineiro
1nagórico, com apenas meia dú· Aqui estão instaladas gi·andes tri111estre do próxiI110 ano, as
zia de lojas abertas. empresas como a Annatis, a mudanças tên1 a ver con1 o fac·
Pouco tempo depois de A,'Õans e a Jvin1dera, ou as gigan· to de querennos mn 'tru·get'
abrir portas, o TrindadeDomus tes do setor eDreruns Odigeo e n1ais direcionado pru·a empre·
era englobado nmn processo de Viagens ,.\breu. sas tecnológicas e pessoal mais
insolvência apresentado contra qualificado e inteniacional", ex·
Tavares e a sua esposa, com os plicou ao Negócios fonte oficial
créditos reclrunados - nmn ar· da Finangeste.
resto de cerca de 80 in1óveis-a A intervenção no "novo"

AIP propôs ao Governo que a nova li·
nha seja feita com recurso a três mo-
delos de contratação. A intenção é
que anova linha (subestrutura/supe-
restrutura) seja objeto de três contra·
tos de concessão da conceção, cons·
trução, manutenção e financiamen·
to. Já os projetos complementares,
como a estação do Oriente, devem ser
feitos por empreitada autónoma, en·
quanto a sinalização etelecomunica·
PORTO·VIGO EM DUAS FASES
Relativamente à linha de alta veloci·
dade entre Porto e Vigo irá também
avançar em duas fases. A primeira,
entre 2026 e 2030, inclui a ligação de
Campanhã ao aeroporto Sá carneiro
e a ligação Braga-Valença, reduzindo
o tempo de viagem entre Porto e Vigo
a uma hora. Com a conclusão da se-
gunda fase-entre o aeroporto eNine
- a viagem reduz-se para 50 minutos.
atingirem os 85 núlhões de eu·
ros, com o antigo Bru1co Espfri·
to Santo (BES) a stu-gir como o
111aior credor lúpotecáiio.
Nas 111ãos do Novo Bru1co,
que herdou este ativo do BES,
o Trindade Domus foi vendido,
hápouconiaisdedoisanos,por
40.5 núlhões de em·os, a mna
"joint ventttre" fonuada pela
portt1guesaFinangeste e abri·
''
Triiúty Porto, abrangendo mna
área de cerca de quah·o núl me·
tros quadrados, inclui novas
Queremos um áreas de escritórios - dispondo
'target' mais de espaços até 3.500 111etros
direcionado para quadrados-, "lobby", esplruia·
da, restatu-antes e novas "rune·
empresas 1úties". nomeadamente mn
tecnológicas. "jru·din1 suspenso" de dois núl
FINANGESTE 111etros quadrados. •
Fonte oficial RUI NEVES
22 QUINTA-FEIRA 29 SET 2022

EMPRESAS

AUTOMÓV EL

Porsche acelera para bolsa com

valor de 75 mil milhões na mira
o grupo Volkswagen, detentor da fabricante de automóveis desportivos, já indicou que irá
distribuir um dividendo correspondente a 49º/o do valor encaixado com a oferta pública inicial
(IPO). Serão cerca de 4,6 mil milhões de euros para os acionistas.
Staff/Reuters

PEDRO CURVELO
pedrocurvelo@negocios.pt

Oriven by dreams. Driven by dreams.

esafiandoomomento
-~ -
D de ti.u·bulência nos
mercados - o alen1ão
DA.X perde 5% desde
o início do inês - , o grupo
Volkswagenfecha esta quinta-fei-
ra a ofe1ta pública iiúcial (IPO,na
sigla em inglês) daPorsche.Aope-
ração, que deverá ser tuna das
maiores de sempre na bolsa ale-
1nã, servirá para o gigante auto-
móvel obter"dinheiI·o fresco" para
i111pulsionar a transição elétrica.
Siinbolican1ente - em home-
nage111 ao icónico Porsche 911 -
serão colocadas no mercado 911
milhões de açi>es da PorscheAG.
correspondentes a 12,5% do capi-
tal social da fabricante de despor-
tivos de lmm. As ações forrou divi-
didas e1n prutes iguais entre ações
preferenciais - se111 dfreito de
vot.o,masco1ndireitoaO,Olem·os
adicionais na distribuição de divi-
dendos - e acões
, ordinárias.
As acões
, alvo da ofe1ta são to-
das preferenciais e o Ílltervalo de A chegada da Porsche a Frankfurt poderá dar novo fôlego à bolsa alemã. O IPO, que fica fechado esta quinta-feira, será dos maiores de sempre.
preço foifi.'{ado enti·e 76,5 e 82,5
etrros. Assnn, o grupo Volkswagen pelo fundo soberano do Qatru· (que ciinento anual das receitas de ven- quase 80% do valor do g11.tpo Taycan).Afabricanteproduzain-
eaPorscheAutomobilHolding,a deté11110,5%da Volkswagen e in- das e da niargem de lucro opera- Volkswagen, o que pode ser "ex- da o lu,'\.·uoso Pruia1nera e os SUV
"holdingr. da frunilia Porsche e vestirá 1,74a1,88 nrilmilhões de cional" mm1 contexto "desafi..•111- cessivo''. O HSBCvaimaislonge Macan e Cayenne.
Piech que é a inaior acionista do etrros), o ftmdo soberano norue- te" don1ercado automóvel. e classifica a avaliacão
, da Porsche Na prÍlneÍl'a metade deste ru10,
grupo gennàiúco, com mna posi- guês, a T. Rowe Price e a ADQ, os No entru1to, a corretora refere de "exorbitante''. a Porsche enh·egou mais de 145
ção de 31,4%, inruiterão o conti·o- dois priineÍl'oscom Ílwestiinentos que a avaliação corresponde a Os75mil1uilhõesdeeurossào nül veículos, faturru1do 17,9 mil
lo da Porsche AG. A frunília do de 750 nrilhões cada e a últ:iina mais do dobro da capitalização nrilhões de em·os. Os lucros ope-
ftmdador, em 1948, da niarca de con1300núlhõesco111promet:idos. bolsista da1ivalitaliana Ferrrui A racionais cifrru·run-se em 3.5 nril
desportivos de hum fica, assÍll1, n1arca do "CavalliI10 Rrunprulte" nrilhões. Ein Po1tugal, a Porsche
com tuna núnoria de bloqueio na Avaliação "exorbitante"? Em 2009, a tem tun valor en1bolsa de 35,7 nril vendeu 362 mridades até ao final
Porsche, depois de ter perdido o
controlo da empresa en1 2009,
O valor de 111ercado est:iinado da
Porscheéde 75nrilnúlhõesdeeu-
família Porsche inilhões de etu·os. dejmiho,menosl5 doquerunano
rult.es.
após mna tentativa falliada de as- ros, o que a corretora XTB consi- tentou comprar a Porsche já aposta Já em igual período. a Fenmi
stmúnuna posição inaioritária na dera "atraente''. Nmna nota de em elétricos entregou 6.700 bólides, tendo al-
Volkswagen. "research" a que o Negócios teve Volkswagen, mas APorsche produz atualmente seis cm1çado receitas de cerca de 2,5
Garm1tidos estão já cerca de acesso, a XTB refere que a modelos, metade dos quais des- nril núlhões de em·os e lucros ope-
3,6núlmilhõesaseremmvestidos Porsche "tem registado tun cres- foi "engolida". portivos (o 718, o 911 e o elétrico racio1iais de 630 nrilhões. •
 QUIN TA-F EI RA 29 SET 2022 EMPRESAS 23

BREVES

AUTOMÓVEL ENERGIA AGRICULTURA

LUCROS DA TOYOTA
CAETANO SOBEM 150o/o
Os lucros da Toyota Caetano
amnentaran1150% no p1in1ei-
ro semestre, e111 tennos ho111ó-
logos, de n·ês milhões de em·os
pru·a 7,4 nillhões de em·os. Já o
EBITDA (lucros ru1tesdejm·os,
impostos, depreciaç.ão e ainor-
tizaçãó) atingiu23,31nilhões de
António Costa Silva foi ouvido no Parlamento a pedido do PSD. euros, tm1 cresciinento de
23,4% face aos 18,9 nrilhões de
APOIOS em-os do mesmo período do ano
passado. De acordo con1 o rela-
tório e contas da e111presa. en-
Costa Silva adn1ite rever viado à Cl\1V1VI, o volume de
negócios do gn1po registou mn
critérios de incentivo cresciinento de 24,8% face ao
INTERLIGAÇÕES
IBERICAS EM ABERTO
O secretário de Estado dos As-
suntos Europeus afinnou esta
quarta-feira, no Parlalllento,
que recebeu a gru·antia da ho-
móloga francesa de que Prois
vai "revisitru"' a questão das in-
terligações energéticas da Pe-
n.ínsula Ibé1ica com o resto da
Em·opa. Nos ítltin1os anos,
Frru1ça te1n bloqueado a possi-
bilidade de críru· estas Íllterco-
nexões. "'É mn tema geoesh·a-
tégico absolutronente cenh·al na
resposta que te111os de dru· face
à situaç.ão que está criada com
agueITana Ucrfüriaecomapa-
PLANO ESTRATÉGICO
DA PAC EM OUTUBRO
Anriirisn·a daAgricultm-a ro1tm-
ciou que o plru10 estratégico
português da Política Agrícola
Commn (o chrunado PEPAC)
será apresentado no dia 11 de
outubro com a presença do Co-
1nissáiio Em·opeuda Agriculh1-
ra Falando ntun enconh·o orga-
1rizado pela Associação Nacio-
nal de Produtores de Cereais,
l'vfaria do Céu Antunes remeteu
111ais detalhes pro·a esse dia,
após o qual irá"ÍJlÍciar remriões
em todo o território para apre-
sentar o plru10 e ouvir as orga-
nizações e agiicultores". A go-

à recapitalização sen1esh·e homólogo, alcru1çan-

do 232nrilhõesdeem·os, "ulh·a-
passando mclusive valores pré-
-pandenria" (229 nrilhôes de
etu·os emjmtl10 de 2019). •
ralisaçãoporprotedaRússiade
maté1ias-priinas energéticas a
vários Estados-men1bros". dis-
se Tiago Anhmes aos deputa-
dos. •
vemru1tereferiuque "o PEPAC
pennite o amnento das ái-eas de
produção, cria m1IB1naiorj11Sti-
ça 118 dishibtúção dos apoios ao
rendiinento". •

Depois de ter atribtúdo apenas c aso Mári o Ferreira: Publiddade

cerca de 37 milhões de euros de
tm1 total de 400 milhões, os crité-
rios exigidos às empresas no pro-
grruna de Recapitalizaç.ão EstTa-
tégica pode111 ser revistos, ru1m1-
ciou nesta quru-ta-feira o 111Ílrisn·o
da Econo1nia e do Mar.
Na Conrissão parlrunentar de
Economia. Obras Públicas, Pla-
nerunento e Habitação, Costa Sil-
va reconheceu que o resultado até
agora é "parco" e adnritiu que "te-
re111os eventuahnente de rever a
grelha e ver porque não há mn
grande níunero de empresas a
candidataren1-se ao progrruna".
Essa fraca adesão levará o Go-
verno a "olhru· para isso, pru·a ver
como é que com a nova adnrinis-
tração do Bru1co Português de Fo-
mento vamos ter algmnaflexibi-
lidade nalg1ms critérios'', con1 o
objetivo de trruISfonnar a medi-
da "no progrrunan1otor da econo-
1nia''.
Para se cru1didatarem ao pro-
grania, as empresas devem satis-
fazer dois de três critérios relacio-
"não somos polícias"
Namesn1a audição o nlÍ!ristro de-
fendeu o financirunento de 40 mi-
lhões de euros ahibtúdo pelo Ban-
co de Fo1nento (BPF) à Pluris, do
empresáiio l\1áiio FeITeira (que
enh·etanto desistiu da operação) .
Questionado por Mariruut Mor-
tág1ia, do Bloc'O de Esquerda. o go-
venutnte afirrnou que o BPF e o
niliristério que lidera "não são po-
lícias", ne111 pode111 "atuar com
baseemnu11ores".Aen1presa, ad-
mitiu, foi investigada em 2014,
mas "não se apm·ou nada' .
Costa Silva anm1ciou ainda
que o Tribtmal de Contas já deu
"parecer favorável" ao Ftmdo de
Capitalização que terá mnaverba
iiricial de 1,3 nillnillhões de euros.
O instnunento, que será gerido
pelo BPF, deverá ser operaciona-
lizado denh·o de dias. • HN

''
nados com queda de vendas, re-
dução de capitais próprios e dinri-
nuição do fluxo de cai'ffi.
Quando estas três condições O [Banco de Fomento
são atingidas e as empresas en- e o ministério]
h·a111 no progrruna são sujeitas a
não são polícias,
avaliações adicionais, mna "ma-
h'ÍZ de ru1álise con1 oito ou nove nem podem atuar pat rocinadores: media partners: apoios:
critérios que são, também, mtúto com base em rumores
Go gle .pt
AGARRADOS

impo1tru1tes", e são estes que Cos-

ta Silva adnrite alterru-.
ANTÓNIO COSTA SILVA
Ministro da Economia e do Mar
-----
---···--
il " "
24 QU I NTA-FEIRA 29 SE T 2022

MERCADOS

JOÃO PRATAS PRESIDENTE DA APFIPP

dos querem aforradores

• • •
com apoio 1___..... ala se or1os
A associação que representa os fundos de investimento considera injusto que
os investidores finais não possam beneficiar da mesma compensação do que
os senhorios. Mas diz ainda ter esperança que seja encontrada uma solução.

investÍll1ento, porque não chega Ainda há te1npo. Há tuna téc1rica

LEONOR MATEUS FERREIRA
leonorferreira@negocios.pt
s senhorios vão ser
ao aforrador. Te1nos de olhar para
o regiJne fiscal dos fi.mdos de Íll-
vestiinento ntuna perspetiva de
neutralidade. O que illteressa n..<io
é o regiJne fiscal do fi.mdo, n1as o
resultado final. Se o fi.mdo já está
isento de qualquer mru1eil"a, esse
legislativa e jmidica,portanto, tem
de ser visto e pensado. Propuse-
1nos várias soluções, adnrito que
ainda esteja111 a olhar pm·a o as-
stmto e tenho esperm1ça de que
ainda o altere111 porque é justo que
assilu seja

O compensados no IRS
pelo tecto às rendas
em 2023. ~Ias os fi.m-
dos de investiinento.jásendo isen-
tos do pagrunento de ilnposto, não
tecto de 2% nas rendas não faz
sentido. O queiI1teressava era que
esses rendilnentos fossem passa-
dos isentos para os participantes.
Vê abertura do Governo para
esse ajustamento?
Vejo aberttU"a do Goven10
pm·a olhm· pm·a estes temas, até
irão beneficiru· dessa compensa- Há forma de refletir essa porque estrunos a ver com o Go-
ção, tmia situação "iIJjusta" para isenção? ven10 outro te111a parecido.

do o presidente da Associação
..
"milhares'' deaforradores' se~cm-
Portuguesa de Ftmdos de Investi-
mento, Pensões e Patriinónios
C\PFIPP). João Pratas diz aiI1da
ter esperança de que o Governo
pennita refletfr essa isenção aos
ilwestidores, como explica en1 en-
trevista ao Negócios, por ocasião
da 8. ªedição dos Prémios Melho-
res Fundos - Jornal de Negócios
/ ..\PFIPP, tun evento que distin-
gue ruuuilinente os 111elhores or-
ganis111os de iI1vestilnento coleti-
vo e fi.mdos de pensões de gestão
nacional
Escreveram às Finanças so-
bre o tecto da.s rendas. Já ti-
veram resposta?
Não tivemos aiI1da resposta.
Vejo co111 g-rande preocupação
porque passrunos ilnenso tempo
a tentar explicru· às pessoas o que
são os fi.mdos de investimento e
que é tuna forma aconselhada
para se mvestii·. Depois nestas al-
ttu·asesquecem-se dosfm1dos. Há
nillhares e nrilhares de aforrado-
res afetados por essa medida.
Porquê?
Quando se estabelecetun tec-
to à renda e se co111pensa em IRS,
está a tii·ar-se de mn lado e a dar
do outro para compensru". Mas
não aos participantes do fi.mdo de
Há m1ia fonua nuúto siluples,
que é o reflexo cêntiiuo a cêntiino
por turidade de participação.
Quando o fi.mdo de mvestiinento
recebe tuna renda con1 tm1 "cap"
de 2%, divide o valor pelas turida-
des de prui:icipação todas que exis-
tem naquele mo111ento e pode
marcar esse montru1te como isen-
to. Na alttU"a do resgate, o pmiici-
pante resgata esse valor isento. É
tão silnples qurulto isso. Seria fa-
zer o mes1110 do que no regiJne
non1ial. Amda tenho esperru1ça de
que o asstmtosejarevisto.
Mas já foi aprovado.
Vai ter reflexos em 2023, que
é quando amnentmn as rendas.
"Há milhares e milhares de
aforradores afetados" pelo
tecto de 2º/o à subida de rendas.
''Damos prioridade a ter
tratamento fiscal igual àquele
que se verifica nos seguros."
Qual?
Aindanàopossotoniarpúbli-
co, nias te111 a verjustrunente com
o problema téc1rico dos fi.mdos de
iI1vestin1ento e tentru· refletii· para
os pm·ticipantes finais o mes1110
tratrunento que te111 tm1 iI1vesti-
dor diI·eto. É tun proble111a muito
pm·ecido e o Governo está a ter
abertura porque percebe o iI1te-
resse e111 dar este tratamento eqtÚ-
valente, 1nas por vezes há aspetos
técnicos que dificultanL Não é dar
mn benefício específico aos fi.m-
dos de iiivestiinento, é permitir
que o pru·ticipru1te do fi.mdo con-
siga ter o mes1110 benefício que tun
mvestidor diI·eto. Não faz sentido
 QUIN TA- FEI RA 29 SET 2022 MERCADOS 25

Prémios Jornal de Negócios/APFIPP

distinguem melhores fundos nacionais Se a inflacão ficar alta, ;)

Na oitava edição dos Prémios Melhores Fundos- Jornal de Negócios/APFIPP

- que regressou ao formato presencial depois de duas edições em formato
''vamos habituar-nos e
online devido à crise pandémica -, serão premiados 16 organismos de in-
vestimento coletivo (OIC) e fundos de pensões, que se distinguiram pela
ter produtos ajustados''
rendibilidade histórica obtida, atendendo ao risco suportado. Nesta edição
será também galardoada a melhor dissertação académica, um prémio que
visa promover o aprofundamento do conhecimento académico e da litera-
cia financeira nas áreas de vocação da APFIPP. será ainda atribuído o Pré·
mio de Personalidade do Ano, com o objetivo de reconhecer o contributo es-
pecial para a promoção das indústrias representadas pela APFIPP.

Duarte Roriz

nenhum penalizar este investi-
mento, antes pelo contrário.
Essas alterações poderão já
estar no OE 2023?
Pode ser, mas nós não sabemos.
De forma geral, o que espera
deste OE?
Drunosprioridade a tenun tra-
tan1ento fiscal igual ao que se veri-
fica nos segi.u·os, que é mna tribu-
tacão mais bafa:a ao fim de cinco
' ,
anos e de oito anos. E pron1over o
investiJnento de longo prazo. Se1n-
preexistiu nos seg1rros, que tê111 in-
vestiJnentos extren1runente pare-
cidos, en1bora sejamjtrridicamen-
te assentes muna fig1u·a diferente.
O tratruuento fiscal é diferente, o
que gera um desentencllinento
enonue. Outro aspeto que tmnbéin
era extrenlaJnente ilupo1tante em
não haver tributação até ao resga-
te. Promove o iI1vestiJnento de lon-
go prazo e111bora pennitindo aos
investidoresvariru·emotipo de ris-
coa que quere111 estru· associados.
E o dinamismo do mercado?
Acilna de tudo ia pro1nover a
estabilidade dos i11vestiJnentos,
que ven1os co1110 iluportante e que
existe noutro tipo de produtos e ia
"Penso que até ao final do ano
vamos ter regulamentação [do
PEPP em Portugal]."
''É possível que [a reforma da
Segurança Social] seja uma
necessidade. Vai ser preciso
mais dinheiro, que pode vir de
impostos ou poupanças."
dru·mn "levelplayfield" grande en-
!J·e fi.mdos deste e segtrros.
Espera alguma novidade ao
nível da reforma?
Vai sainun produto novo -que
jásaiua1úveleuropeuefaltaregu-
lrunentru· a 1úvel portug1.1ês - que é
o Produto Individual de Refonna
Pru1-Europeu (PEPP) . onde nos
parece tan1bém fi.mdruuental ree-
quacionar o tipo de apoio e bene-
fício fiscal que é dado para incen-
tivar. Não só no PEPP, nias nou-
tros produtos nacionais, devia ha-
venuugrru1deincentivo àrefonna.
Quando haverá regulamenta-
ção do PEPP em Portugal?
A i11dicação que te111os é que o
tema está quase fechado. Há vários
aspetos que tilihrun de ser regttla-
mentados, designadamente as
condições de resgate. Mas penso
que até ao final do ano vrunos ter
essareg1tlainentação eno ilúcio de
2023 o regilue fiscal.
A reforma da Segurança So·
cial é uma oportunidade?
É possível que seja tuna neces-
sidade. Vai ser preciso mais dilihei-
ro, que pode vil' de ilnpostos ou de
poupanças i11dividualizadas. •
Ainflaçãojásefaziamltecipar
no final do ano passado, n1as
ningi.1é111 poderia prever a
niagnitude da escalada, que
tem penalizado tanto ações
como obrigações. Ejá se está a
fazer senti!· nos fi.mdos de in-
vestin1entos portugueses, de
acordo com João Pratas.Ape-
sru· de ale1tarpru·aaelevadain-
ce1teza, o presidente da Asso-
ciação Po1tuguesa de Fm1dos
de Investilnento, Pensões e
Patrin1ónios (APFIPP) adnú-
te que, caso a iltllação se mm1-
tenha elevada, haverá tllll ajus-
trunento dos produtos finru1-
ceil'os.
Como é que o setor tem
vivido as rápidas mudan-
ças no mercado?
Co111 nuútaapreensão e di-
ficuldade. Estrunos a vivenun
n1omento e:i.irenlaJnente difí-
cil para os dois ativos princi-
pais dos mercados: de ações e
obrigações. Estamos a viver
tuna ten1pestade enon11e não
só pelas questões geopolíticas,
mas trunbém pelos i11centivos
do passado recente dados pe-
los bancos centJ·ais. A iltllação
jáse adivfr1havano final do ano
passado. A gt1ena depois veio
incrementar os preços da
energia, mas suspeito de que o
grm1deproblemaé a q=tida-
de de niassa111onetária em cir-
c1tlação.
A principal preocupação
atual é a inflação?
Diliaquesiln,porquenes-
te n1omento está a gerru· mn
proble111a com os dois tipos de
ativos principais. Já vivemos
com ta..-xas elevadas. o grande
problema é o ilnpacto súbito:
passronos de iltllação 0 % para
quase 10%. Se tivennos de vi-
ver dm·ante dez ru1os co111 tuna
taxa de inJ:laç."ío acilna de 10%,
vrunos habituar-nos e acabar
porterprodutosajustados. Te-
mos é um período de ajusta-
mento, em que temos de ver se
é possível c-onter a iltllação. Pa-
rece-111e que as autoridades
centrais ainda têm esperança.
Já se sente o impacto nos
volumes de ativos sob
gestão e nos retornos?
Siin, sen1 dúvida. Os n1er-
cados estão todos a caii·, quer
no mercado de ações. quer de
ob1igações. Há algtuua cllini-
múç.ão nos fi.mdos de gestão, o
que reflete os preços e pode
co1neçar também a refletir saí-
das. Vivemos mn 1110111ento
extremmnente difícil.
As saídas mostram o
medo dos investidores?
Os portugi.1eses são extre-
1nainente conservadores con1
os investin1entos, na nossa
perspetiva conse1vadores de-
n1ais porque há mn montru1te
elevadíssilno en1 depósitos
bru1cál'ios em vez de i11vesti-
mentos. Verificáinos nos ítlti-
mos três ai1os mna reaproxi-
mação do mercado. As pessoas
ganharan1 confiança porque
os mercados estavan1 a subil'.
Quru1do os 1nercados descem,
há investidores que se afastrun.
Este momento de vira-
gem pode pôr fim à ten-
dência que se vivia?
Vmnos ver.Acho que, ape-
sar de tudo, há algi.mia n1atu-
ridade dos investidores en1
Portugal, po1tanto, penso que
as pessoas perceben1 que não
podem reagi!· de fonna extre-
mrunente ilnediata à volatili-
dade mna vez que se ariiscrun
a apruil1ru· as perdas e depois
não apmtl1mn as subidas.•
26 QUINTA-FEIRA 29 SET 2022

AÇÕES NACIONAIS MERCADOS INTERNACIONAIS

PSI EURO STOXX 50 Í NDICES BOLSISTAS M ATÉRIAS-PRIMAS

Empresa Data COI. Última COI. var.% valor neg. var.% a 12M Empresa Últ Cot Var.96 Var.%12M Últ Cot. Var.% Var.C)õ12M Útt Cot. Var.~ Var.9612M

CORTICEIRA AMORI 28/09/2022 8 .970 ·0.11 523,703.20 ·20.13 OANONE 48.465 0.06 -17.38 PSl-20 S,38S.14 -1.08 -0.06 Brent Crude 88.54 2.63 11.95
VONOVIA SE 21.83 3.61 -S6.26
CTT·CORREIOS OE 28/09/2022 2.620 ·0.38 1,738,687.00 ·44.84 VINCI SA 84.23 ·0.21 ·631 Stoxx600 389.41 0.30 -13.91 wn Crude 81.A 3.69 8.12
ANHEUSEA·BUSCH 1 47.34 -0..26 -S.96
7,442.20 -O.OS -15..13 Ouro 1657.3 1.89 -4.53
ALTRI SGPS SA 28/09/2022 5.135 0.88 4,216,173.00 26.93 ENI SPA 10.786 032 -4.24
KONINKUJKE AHOL 26.875 ·0.32 ·5.92 OAX U,183.28 036 ·20.lD Prata 18.47 l.17 -17.65
SEMAPA 28/09/2022 12.340 ·2.68 153,380.10 3.18 TOTALENERGIES SE 47.16 -1.43 13.38
KONJNKUJKE PHIL 15.746 0.64 ·60.02 FTSE 7,005.39 0.30 -0.32 Paladiurn 2076.9 2.03 6.63
JERONIMO MARTINS 28/09/2022 20.600 ·3.10 14,460,040.00 20.79 KONE OYJ-8 39.21 1.42 -34.62
SIEWENS AG·REG 99.46 157 .)1).52 CAC S,765.01 D.l9 ·llAD Cobre 7433 -0.ll -20.67
SONAE 28/09/2022 0.840 ·1.12 2,408,450.00 ·6.20
CRH PLC 33.19 LOS -19.29
BMW AG 71.58 -025 -13.44 FTSE/1118 20,8S2.67 -0.52 -18.46 Atuminio 2106.5 -1.18 -26.73
REN·REDE ENERGET 28/09/2022 2.455 0.61 4,481,469.00 ·2.77
BNP PARISAS 43.35 ·3.90 ·20.95 Oow Jones 29,507.53 1.28 ·ll.97 Trigo 895 2.70 26.68
NOS SGPS 28/09/2022 3.400 ·0.76 3,160,131.00 ·1.73 PERNOD RICARD SA 184.lS -0.03 ·2.64
BASF SE 39.415 -0.20 -39.18 Nasdaq Composite 10,968.61 1.28 -24.60 18.33 0.77 ·3.42
EDP 28/09/2022 4.539 ·0.29 43,607,220.00 ·0.85 STELLANTIS NV 12.826 -0.06 ·2L94
llUENCHENER RUE-R 239J -0.54 1.29 S&P500 3,696.91 Ll6 -1506 Cafê 228.8 1.98 15.21
BANCO COM PORT·R 28/09/2022 0 .128 ·5.20 17,765,950.00 ·14.89 ING GAOEP NV 8.66 -3.00 -27.82
AXA. 22.88 -L82 -3.05 Nikkei225 26,173.98 -1.SO -1L41 Milho 668.25 0.11 25.49
GALP ENERGIA 28/09/2022 9.588 0.42 20,916,370.00 1.63 MERCEDES·BENZ GA 63.71 -0.SS -5.74
CSI 300 3,828.71 -1.63 ·2'0.80 Soja ll98.7S -0.66 9.53
MOTA ENGIL SGPS 28/09/2022 1.086 ·2.16 823,167.80 ·20.09 VOUCSWA6EH-PREF 137.90 0.85 -27.42
LINDE PLC 278.10 0.83 8.32
Nota: Os í ndices norte-americanos Cotações em dólares
EDP RENOVAVEIS S 28/09/2022 21.120 ·0.80 15,928,630.00 0.19 AIABUS S'E 89.29 -0.57 ·2L2l
sao retirados às 18 horas de l isboa dos contratos f uturos de referência
AlllANZ SE· AEG 16032 ·L84 -17.00
NAVIGATOR CO SA/ 28/09/2022 3.458 0.99 2,117,599.00 14.88 BBVA 4.64 0.03 -18.35
SAFRAH SA 92.51 0.87 -15.62
GREENVOLT·ENERGI 28/09/2022 8.420 ·1.41 5,025,964.00 45.68 BAYER AG·REG 48.19 ·0.13 2.72
INTESA SA.NPAOLO IJO ·l.66 -27.27 IBEX 35 MERCADO CAMBIAL
SCHNEIOER ELECTR 115.86 2.42 -19.54
M ELHORES DESEMPENHOS PIORES DESEMPENHOS BANCO SANTANDER 2A4 0.29 ·20.84 Empresa Últ Cot Var.'*> Var.%l2M Útt Cot. Var. PB Var.12M
AIR LIQUIDE SA 118A2 1.54 -7.09
OEUTSCHE BOERSE 0.24 Euro I Dôla..r EUA 0.9694 1.04 -17.02
166.85 19.43 CIE AUTOMOTIVE 21.9 ·OA5 -0.45
variação variação LVUH llOET HENNE 613.20 l.A9 ·0.76
KERING 462.70 0.94 ·24.48 Libra f OÕlar EUA 1.0843 1.02 ·19.90
Navigator 0.99 BCP ·5.20 SANOFI 78.71 L63 ·3.15 REPSOL SA IL8 1.72 7.04
Altri 0.88 Jerónimo Martins ·3.10 1.'0REAL 32S.15 -0.18 -10.35 Dólar/ Iene Japão 144.18 0.43 -22.67
AOIOASA6 130.2,4 2.31 -Sl.18 FERROVIAL SA 23.19 0.61 -8.56
RE.NE 0.61 semapa ·2.68
ESSILOALUXOTIICA 142JO L46 -13.00
Galp 0 .42 Mota-Engil -2.16 INDITEX 2Ll9 099 -30.75 ARCELOAMITIAL 20.36 -4.39 -19.87
Dólar /Yuan China 7.1941 -0.20 -10.12

corticeira ·0.11 Greenvolt ·I.41 EHEL SPA 4.32 0.40 -36.83

OEUTSCHE TELEKOM -17.88 O.AO l.32 Euro/ Libra 0.89412 -0.03 -3.47
INR CONS AIALIN 1.118 -L9'3 -46J9
SAP SE 83.15 0.91 -28.99
Papeleiras lideram BCP pior que UNIVERSAL MUSIC .18.80 0.27 ·20.07
Euro / Iene Japão 139.77 -0.62 -6.80
9.415 4.61 -31.33
g;mhos o "benchmark" FLUTIEA ENTER·OI U4.05 · 0.87 ·35.07 AUURALLSA
OEUTSCHE POST-RG 30.79 L42 ·43.n
Apenas quatro das 15 cota· OBCP liderou as perdas ao Euro / Real Brasil S.193 -0.62 22.16
PR-OSUS NY 54.70 ·0.11 ·20.58 CAIXABANK SA 3.35 -0.65 26.46
das resistiram à maré ver- renovar mínimos desde 8 ADYEN N'Y 12·71.20 ·0.90 -49.16
melha que assolou o PSI. de março. A cotada regis- 18EROROLA SA 9.81 0.18 9.25 ACERINOX Euro/ Franco Suiço 0.94604 Oli9 14.76
8.342 -1.88 ·22.15
As papeleiras Navigator e tou um dia pior do que o INF·INEON TECH 23.08 --0.60 ·34..81
Altri lideraram a tabela. setor da banca na Europa A5Ml HOLDING NY 449JO ·0.02 -32AO
BANKINJEA 5.734 -0.31 12.12 Euro / Zktty Polónia 4.8089 -0.46 -3.61

VISCOFAN 55 -1.79 -2.91 Euro / Yuan China 6.9742 ·1.24 8.33

RESUMO DA SESSÃO M AI S NEGOCIADAS MELH ORES DESEMPENHOS
BANCO SABAOELL OJD56 -1.5.4 0.66 Euro/ Kwanza Ang.ola418.423S -0.66 69.59
PSI Valor transacionado variação 'ló
ttATURGY ENERGY 24.86 0.20 14.lD
cotação de fecho 5,385.14 EDP 14,460,040 VONOVIA SE 3.61
Máximo diário 5,415.75 Galp 4,216,173 SCHNEIDER ElECTR 2.42 INMOBltlARIA COL 4.87 lJl -40Jl
Obrigações portuguesas
Mínimo diário 5,307.06 BCP 823,168 ADIDAS AG 2.31
AENA SME SA 109.05 -0.86 ·24.51
Ações negociadas 84.68 EDPR 2,117,599 SANOFI 1.63
valor negociado 87.32 Jerónimo Martins 43,607,220 SAPGY

CEOda vonovia
inspira investidores
0.4 ACS

FLUIORA SA
22.58

15.39
J.80

-0.45
-3.87

·54..13
3,194°/o
Rolf Buch, líder da imobi· BBVA 4.6435 0.03 -18.35 A "yield" de referência nacional
Bolsa de Lisboa renova mínimos de março liária, assegurou que não acompanhou a tendência de
BANCO SANTANDER 2..438 0.29 -20.84
OPSI recuou para o valor mais baixo desde 4 de mar- vai expulsar nenhum inqui- alívio sentida na zona Euro.
ço. A praça portuguesa foi mesmo a bolsa europeia lino se este não conseguir
UAPFAE SA L596 -0.44 -13.94
com pior desempenho num dia misto para o bloco. pagar os custos da energia
llEAUN PROPERTIE 7.835 4 .75 ·4.88
O UTRAS EMPRESAS DO PSI GERAL PIORES DESEMPENH OS DÍVIDA SOBERANA
INORA SISTEMAS 7.785 -2.01 -14.96
Empresa Data cot. Última cot. var.% valor neg. var.% a 12M variação 'ló Útt Cot. Var. PS Var.12M
llELIA HOTELS INT 4.92 -0.32 -25.27
Colina lS/09{2022 0.251 -0.40 6373.72 4.58 BNP PARISAS ·3.90
Estoril Sol 27/09(2022 5.550 ING GROEP NV Obrigaçôes alemãs 2.12 ·1L10 231.90
0.00 50S.05 -6.72 ·3.00 REO EUCTRICA 16.47 -0.15 -4.15
Fle.xdeal J4/09{2022 4.900 0.00 6600.30 2.08 ALLIANZ SE·REG ·1.84
Obrigações dos EUA 3J652 -17.99 222.78
f.C. Porto 28/09(2022 0.815 -3.SS 48.90 1.87
AXA ·1.82 GRIFOLS SA 9.082 ·5.28 -58.n
Glintt 27!09no22 0.206 0.00 66n.21 ·16.26
INTESA SANPAOLO ·1.66 Obrigações es-panhob.s 3.3 -U.50 285.80
Uedia Capital 12/09/2022 LOOO 0.00 100.00 0.00 ENAGAS SA 16.llS -0.06 -14.27
Grão-Pari. 23/09no22 0.204 0.00 34.27 94.29
lmpresa 28/09/2022 O.Jn -0.56 58899.90 ·3L40
Dia difícil para a banca AMADEUS IT 6-ROUP 45.98 -0.67 -19.22 Obrigações italianas 4.529 -22.8-0 367AO

tnapa 28/09/2022 0.027 0.00 8843.02 -ll.48

Num dia em que a banca
europeia foi dos setores que CEUNEX TEtECOll 32.0S ·0.59 -38.30
Obrigações portuguesas3.194 -14.00 285.20
Usgráfica 28/09/2022 0.006 0.00 L80 9.09
7.66
comandaram as perdas na
Uartifer 28/09(2022 0.900 2.51 1235S.20
Eu ropa, o BNP foi o que INOITEX 21.39 0.99 -30JS Obrigações gregas 4..858 ·6.90 400.20
Uertin 28/09(2022 7.53S 0.47 307.51 · 10.54
mais pressionou o índice,
Reditus 05/09(2022 0.031 0.00 12.20 -30.68 Nota: Ofvida a 10 anos
tendo perdido quase 4%. ENDESA 16.32 -0.09 -9.66
Variaç.ôes em pontos base
Sonaecom 28/09/2022 LB3S 2.51 2321S.10 8.90
SL Benfica 28/09(2022 l.650 -2.67 3509.41 ·22.34 ACCIONA SA l83.7 -0.27 28.19
Sporting CP 2s!09no22 0.800 -OJ4 504.00 -3.03 Euro Stox.x 50
Teixeira Duarte 28/09(2022 D.075 -0.!il 10990.61 -21.ll SIEUENS GAllESA R 17.92 0...1.4 -19.10 VEJA AS COTAÇÕES EM
Sal vador Caetano 21/09(2022 4.180 0.00 4.18 46.15 W W W.NEGOCIOS.PT
Vista Ate>gre Atla.ntis
Raize
O<es
Howabase
27/09(2022
19/09/ 2022
10/05(2022
28/09/2022
0.83S
LOOO

4.400
0.00
0.00

0.00
147.05
20.00

393S4.89
-21.39
·20.63

0.29
3.337,61 TELEFONICA

PHARllA llAR SA

IBEROROLA SA
3.46

5432

9.806
-1..59

O.A8

0.18
-16.73

-27.42

9.25
Aceda à página
de cotações
Pharol lS/09/2022 0.066 .4.2] l95SUI ·27.9L Num dia misto para as ações no site do Negócios
lbersol 28/09/2022 5.300 ·2.21 Sl206.74 ·0.34 europeias, o índice subiu 0,27%. SOLARIA ENERGIA 16.535 ·3.89 17.23
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, ,-
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Knov/inqyou. apresentadas.
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tla1orilarlamente com musica Pop. teve
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'1F'
UNIVERSAL
...._!/
•
ADISCOGRAFIA COMPLETA DA BANDA OUE MUDOU ORUMO DA MUSICA POP
 2s NEGõc1os Er REDE
Electric Summit
''Portugal pode ser
o Qatar das renováveis
da Europa''
Pedro A1naral Jorge, presidente da APREN, fala da transiçao enérgetica, do papel das renováveis
e defende que o setor pode contribuir co1n 1nais de 8% do PIB nacional, e1npregar 1nais de 220 1nil
pessoas e ter u1n volu1ne de negócios agregado achna de 12 1nil 1nilhões de euros a valores reais à data.
e o Plano Nacional de Energia e
Clima (PNEC) for instalado e
executado naquilo que confere
à produção de eletricidade e aos
energéticos renováveis e a Estra-
tégia Nacional para o Hidrogé-
nio também, o setor pode con-
tribuir com mais de 8% do PIB
nacional, empregar mais de 220
mil pessoas, passar a ter um vo-
lume de negócios agregado aci-
ma de 12 mil milhões de euros
a valores reais à data, gerar re-
ceitas para a Segurança Social
acima de 1.200 milhões de eu-
ros anuais e gerar receitas de
IRC acima de 800 milhões. Esta
é a conclusão de um estudo rea-
lizado no final de 2021 pela De-
loitte para a Associação Portu-
guesa de Energias Renováveis
(APREN). Pedro Mendonça
Pinto fala con1 Pedro Amaral
Jorge, presidente da associação,
ou1NrA-FE1RA 29 s Er 2022
sobre este estudo e a visão da
associação no papel das renová-
veis na transição energética em
Portugal.
ADeloitte fez um estudo para a
APREN sobre o impacto das
energias renováveis na econo-
mia portuguesa. Qual foi o ra-
cional desta análise?
Quando fizemos esse estudo
tínhamos dois objetivos princi-
pais. Um era ver o impacto que
a promoção de eletricidade re-
novável no mercado grossista de
eletricidade tinha na redução do
preço médio grossista do merca-
do, através de um conceito téc-
nico chamado "ordem de méri-
to". O outro objetivo era olhar
para o PNEC e para a Estratégia
Nacional para o Hidrogénio
(ENH ) e fazer a seguinte simu-
lação com base nestas premissas:
se o PNEC for instalado e exe-
cutado naquilo que confere à
produção de eletricidade e aos
energéticos renováveis e a ENH
também, qual é o impacto que
isto tem nas principais variáveis
macro e socioeconómicas?
Aque conclusões chegaram?
O que concluímos foi que se
estas premissas se concretizarem
efetivamente, temos um setor que
pode contribuir com mais de 8 %
do PIB nacional, empregar mais
de 220 mil pessoas, passar a ter
um volume de negócios agregado
acima de 12 mil milhões de euros
a valores reais à data, gerar recei-
tas para a Segurança Social aci-
ma de 1.200 milhões de euros
anuais e gerar receitas de IRC aci-
ma de 800 milhões.
Eno caso de não se concretizar
o PNEC e a Estratégia Nacional
para o Hidrogénio?
Chegámos à conclusão de que
não conseguir implementar o
PNEC e a Estratégia Nacional
para o Hidrogénio a tempo é
uma perda de recuperação de um
ciclo socioeconómico virtuoso,
em que poderemos ter vários se-
tores a contribuir para o desen-
volvimento do PIB e das condi-
ções das pessoas e o da energia
renovável é um deles. Quando se
instala centros de electroprodu-
tores, deve-se fazê-lo ao longo de
Quanto mais renovável
tivermos nos mercados, mais
vamos conseguir reduzir
o consumo de gás e o preço
de venda da eletricidade.
Portugal deve ter mecanismos
regulatórios estáveis,
capacidade de licenciar estes
projetos de forma célere e
eficaz, transparente e objetiva.
PEDRO AMARAL JORGE
presidente da Associacâo Portuguesa
de ú1ergias Renováveis IAPRDll
todo o país, o que beneficia o ter-
ritório, gera emprego local, eco-
nomia local e torna o sistema
muito mais resiliente. Quando fi-
zemos esse estudo no final de
2021, já tínhamos o problema
ambiental e da competitividade
do preço da energia identificado.
O que passámos a ver a par-
tir de 28 de fevereiro foram duas
variáveis que não foram captadas
nesse estudo: que era fundamen-
tal pensarmos na segurança do
abastecin1ento e na independên-
cia energética. Se o PNEC for ins-
talado, juntamente com a ENH,
passamos para um índice de de-
pendência energética externa,
que hoje deve andar na casa dos
86-88%, para 60-65%. A in1ple-
mentação da eletricidade renová-
vel com os energéticos renováveis
associados (hidrogénio verde e
combustíveis sintéticos) vai-nos
pernútir efetivamente ter um
acréscimo ao PIB, geração de em-
prego, aumento das receitas fis-
cais, aumento de contribuições
para a Segurança Social e, para
além disso, vai contribuir para o
nível de segurança de abasteci-

mento e de independência ener-
gética, evitando compras de emis-
sões C02 nos mercados de licen-
ça e compras de combustíveis
fósseis, reduzindo a balança de
importações.
De acordo com dados da APREN
de junho de 2022, a incorpora-
ção renovável na geração de
eletricidade foi de 47 ,3%. Pode
explicar o ponto de situação de
cada uma das energias renová-
veis em Portugal e qual o seu
contributo individual para a pro-
dução de energia?
Em 2021, tivemos a incorpo-
r ação de renovável na produção
de eletricidade acima de 60%. O
ano de 2022 está a ser absoluta-
mente atípico porque numa ma-
triz em que a hídrica contribuía
com cerca de 30% par a a matriz
renovável, este ano está a contri-
buir com cerca de 10%. Esses
20% que faltam estão a ser subs-
tituídos pela produção de eletri-
cidade a gás natural, porque feliz-
mente já não temos carvão, e com
parte da importação de Espanha,
pois o mercado elétrico é ibérico.
Este período de "seca" não é ex-
clusivo à Península Ibérica, mas
sim a todo o espaço europeu e
isso reduziu também todos os ín-
dices hídricos dos outros países.
Por outro lado, cerca de 40% do
parque nuclear em França está
parado, ou seja, todos estes efei-
tos cumulativos somados fazem
com que tenha existido esta escas-
sez da produção da eletricidade e
que os preços na média europeia
tenham disparado. Quanto mais
renovável tivermos nos mercados,
mais vamos conseguir reduzir o
consumo de gás e o preço de ven-
da da eletricidade.
Quais as fontes de energia re-
novável com maior potencial de
crescimento em Portugal e no
território ibérico?
Portugal pode ser o "Qatar"
das renováveis da Europa. Temos
a sorte de num ano "normal" ter
um portefólio de três grandes
fontes de energia renovável: a so-
lar fotovoltaica, a hídrica e a eó-
lica. Além disso, normalmente
quando há chuva, não há sol,
mas há vento. Temos sempre a
possibilidade de ter este comple-
mento e as energias vão estar ins-
taladas em termos de capacidade
numa lógica de 1/3.
O que se antevê para 2030?
Vamos ter a eólica e solar em
complemento e a hídrica um bo-
cadinho abaixo. As três fontes
complementam-se e os 10 giga-
watts do eólico offshore que têm
sido referenciados ultimamente
são também uma oportunidade
para desenvolver um cluster in-
dustrial em Portugal e reforçar o
número de horas de funciona-
mento dos renováveis, porque os
aerogeradores em espaço oceâni-
co têm mais horas de funciona-
mento. Desta forma, complemen-
tamos a capacidade-base e con-
seguimos ter energia e potência
suficiente para o desafio do hi-
drogénio verde, que precisa de
muita eletricidade renovável para
alcançar as metas que colocámos
na Estratégia Nacional para o
Hidrogénio.
O plano REPowerEU visa dispo-
nibilizar energia segura, susten-
QUIN TA- FEI RA 29 SET 2022
tável e a preços acessíveispara
a Europa. Este não é o cenário
que estamos a viver. Quando va-
mos poder ter o preço da eletri-
cidade a valores nonnais?
Para definir o valor "normal"
temos de ver quanto é que cabe o
cabaz de energia dentro do rendi-
mento médio líquido de uma fa-
núlia em termos anuais, o chama-
do indicador de acessibilidade
económica. Tínhamos isso até ao
começo da guerra. O mercado
ibérico de eletricidade funciona
numa lógica de mercado margi-
11.alista, ou seja, os produtores for-
necem o seu produto, isto é, ho-
ras de eletricidade, das diferentes
tecnologias a preços diferentes. O
que está a prejudicar o preço é o
gás natural, que passou de 20€
por MWh em janeiro 2020 par a
acima de 220€ por MWh. Não é
um incremento de apenas 20%, é
uma ordem de grandeza acima.
Esse gás natural incorpora o pre-
ço da eletricidade e as contas são
simples. Se tivermos o gás natural
a 200€, multiplicamos esse custo
por dois e somamos as emissões
de C02 por MWh, que por tone-
lada estão em cerca de 82€, dan-
do sempre um preço médio na
casa dos 400€-500€. Na forma-
ção do preço da eletricidade pre-
cisamos de retirar a componente
do gás natural. Temos trunbém de
distinguir os custos de produção
do preço de venda desse produto.
Devemos dar uma visão clara ao
mercado do que é que vamos fa-
zer, e quando arranjarmos uma
forma de retirar as commodities
como o gás natural (que tem flu-
tuações de preço a nível global),
o máxin10 possível da equação da
formação do preço, e conseguir-
mos fazê-lo com fontes que têm
expectativas de preço constantes,
van1os conseguir reduzir o preço
da eletricidade.
As energiasrenováveisreduzem
o custo final da eletricidade?
Sempre que há a incorporação
de muita renovável, como acon-
teceu em novembro de 2020 com
o regresso da pandemia, o preço
cai a pique. Na altura, houve tan-
ta chuva que o preço da eletrici-
dade chegou a estar a 14€ por
MWh devido ao excesso de ofer-
ta. Portanto, o que temos de fazer
é eliminar o gás natural o máxi-
mo possível do mercado da eletri-
cidade. E quando for utilizado
tem de haver uma estratégia de
compra a longo prazo, consolida-
da no espaço europeu com, por
exemplo, uma fonte centralizada
NEGÓCIOS EM REDE 29
galp ©
Electr1c Summit
de compras em Bruxelas, em que
os estados definem o que preci-
sam e temos um bloco comprador
que faz muito mais pressão sobre
o preço do que se fosse feito indi-
vidualmente. Em suma, a expec-
tativa é retirar o gás natural o
mais possível da equação e au-
mentar a incorporação da fonte
renovável com mais duas variá-
veis importantes: o armazena-
mento de energia, fundamental
porque as renováveis têm um
comportamento variável, e a fle-
xibilidade do constuno, ou seja, a
possibilidade de os operadores da
rede poderem manipular as utili-
zações que não prejudican1 a vida
das pessoas por forma a reduzir
os picos de consumo nas horas
em que a eletricidade está mais
cara. Se in1plementarmos estas
três medidas, penso que vamos
voltar a ter preços racionais.
É possível Portugal depender
apenas da energia produzida
pela.s renováveis?
Já começa a haver estudos téc-
nico-económicos que demons-
tram que a possibilidade de ter
um sistema 100% renovável do
ponto de vista energético é uma
realidade exequível e tem uma
grande vantagem - é mais bar ato
do que set·ia um sistema misto en-
tre combustíveis fósseis e renová-
veis. Se Portugal tiver um com-
portamento médio das suas fon-
tes endógenas (água, vento e sol)
e adicionarmos as duas variáveis -
a flexibilidade do constuno e o ar-
mazenamento-, num horizonte
de 10 anos teríamos possibilida-
de de suprir grande parte do con-
sumo com energia produzida em
território nacional. Teríamos sem-
pre de importar a componente
que não vamos conseguir mudar
em 10 anos, o combustível para
os transportes (marítimo, aéreo e
rodoviário). Podemos utilizar
combustíveis sintéticos como o
hidrogénio verde, que também
pode ser utilizado na produção de
outros combustíveis, como o que-
rosene e gasolina, com ciclos fe-
chados de C02. Até lá vamos ter
de viver com o gás e arranjar uma
lógica de estratégias de compra e
de armazenamento e abasteci-
mento que assegure que não este-
jamos sujeitos a especulações de
curto prazo que passam o preço
do gás de 20€ para 220€ ou
300€. A Europa aprendeu que vai
ter de ter diversas fontes da entra-
da de gás na Península Ibérica e
muitas delas com terminais de gás
natural liquefeito.
30 QUINTA-FEIRA 29 SET 2022

OPINIÃO

ACORDO
DINHEIRO

Com o país a ''arder'', Costa assobia para o lado

O país está a arder: a inflação pulverizou
maisde1netadedosganhossalariaisemcin-
CAMILO LOURENÇO
Analista de economia co anos, a Segl1rançaSocial está próxima da
camilolourenco@gmail.com falência, a economia vai ter utna aterragem
forçada e1n 2023, as empr esas estão abra-
ços com uma brutal crise energética... O que
de\eia fazer wn chefe de Governo nwna si-
tuação destas? Alertar o país pru-a as difi-
culdades que se avizinham... e tomru· deci-
sões que protegem os mais frágeis.
OquefazAntónioCosta?Ensaiaafuga
pru·a a frente. Ontem, anunciou que wna
das propostas para a concertação social é
con\eidru· as empresas a amnentarem os sa-
láriosem20% até2026(4,8% aoano).~'ias
como sabe que a proposta é absurda, pru-a
não dizer suicida, propõe wnrebuçado: bai-
xar o IRC (lembra-se do congelamento das
rendas compensada por uma bai'Xa n~'U­
ruca do imposto?).
É o desespero total. A proposta do pri-
meiro-nti.nistro não encontra paralelo na
Europa. Nem aqui ao lado, onde o seu con-
génere vai tomando as decisões 1n ais popu-
listas com r eceio de levar tuna tru·eia nas
eleições... Costa sabe perfeitrunente que as
empresas não podem awnentar saL'Írios em
20% nestaco1tjw1tm-a. E sabe que falru·e1n
atllJlentos de 20% quru1do a economia ca-
nti.nha a passos lru-gos pru·a mna recessão é
mna insensatez que nem os partidos de ex-
trema-esquerda ousam inti.tru·.
António Costa está perdido. lVIentiu aos
portugueses quando disse que a austerida-
de acabou; durante seis anos mostrou que
não sabe governar senão com os cofres
cheios... Agora que a austeridade regressou
co1nviolência, tent a "vender" aos eleitores
wna espécie de Portugal ·~a La Land" etn
que nem os m ais próximos acr editrun. A
esta hora deve estar a maldizer a maioria
absoluta que lhe d et'llllL •

RESET

Se ajuventude soubesse fi.mçõesfisicasecognitivaseme-

lhorrun o desempenho. Por ou-
h·o lado, existe algluua evidên-
cia de que a 111enor energia de
tuna pessoa mais vellm tende
trunbén1 a aliviar o stress pru·a
FERNANDO ILHARCO co111 as grru1des realizações e
Professor na Universidade
Católica Portuguesa pru·a que se faça a diferença e,
Charles Platiau/Reuter$ por isso, a gerru·111ais bem-estar

'
s tantas, os dias e os anos come- e satisfação com a vida. De fac-

A
çaina passarnwis depressa. Tem
algoquevercon1oambientedigi-
tal contemporâneo das últitnas
décadas, seg1u·muente. lVIas tem
que ver també1n com a idade de
cada tlllL Qum1to niais velhos fi-
cmnos, menos te1npo subjetivo
demoram.ais mnano. Cada ano é
cada vez menos tempo face ao
te1npo que já vivemos. Subjecti-
vmuente, isto é, tomru1do o m.tm-
do co1no a expeliência de cada
tuu, velhos são os mais velhos do
que eu e novos os 1nais novos do
queeu.Alén1disso, con1c1údados
e sorte, segltrrunente, hoje nmita
gentepassaoscemru1osdeidade.
"Se a juventude soubesse, se
avellúcepudesse" foi o conselho,
desabafo, pensrunento, de Hen-
Ji Estienne (1531-1598) . Talvez
a 111ellior fo1n1a de tirar partido
destedesabafosejaameiocanri-
nho, JL."I vÚ'gltla. Colocanno-nos
na vírg1tla, ponderru1do, ganhan-
do balanço. Pru·a a juventude o
desafio que se coloca é estt1dru· e
A vida é "con10 aprender, observareexperilnen-
desen}1ar sen1 tru-,ganhar competências e fazer
a diferença. Saber, para tun jo-
borracha", ven1, seg1mdo o conselho acinia,
cornentol1 o éoque1naispodefazeradiferen-
ça, porque para mnjovem fazer
psicólogo ainericano é fácil Mas talvez seja niais. Es-
Jolm GaI·dner. tienne poderia estar a refelir-se,
suspeito, à descoberta, que che-
ga t.'Utleoummcachegapara tm1-
tos, de que no mundo tttdo épos-
síveL que e111 boa pm-te o que fa-
zemos depende do que son1os
capazes de acreditru-.
Investigadores da Universi-
dade de Cle111S01L nos EUA, pu-
blicarruu na revista Jotunal of
Social Psychologylllll estudo so-
bre que conselhos as pessoas
hoje daliain a si próplias qum1-
do ermn mais novas, se pudes-
sem recuai· no te1npo. Os conse-
lhos i11cidilirun sobretudo sobre
relacionrunentos fruniliares,
con1 ainigos e colegas, be111
como sobre as escollias e as
oportturidadesde educação, for-
mação e valorização. Errou fre-
quentes os conselliospara fazer
ou ter estudado mais - "se tives-
se sabido mais e n1ais cedo."
Do lado do desabafo está a
idade. o acw1utlai· de expeliên-
cia e conhecin1ento, ums de
quemjánãotemaenergiadeou-
troranen1asensaçãodeilnorta-
lidade dos 20 ru1os. Sabe, talvez,
masjá não pode.
O que pode o 111ais vellio fa-
zer? l'vfruiter-se activo, cmioso,
desafiado, positivo- tudo aspec-
tos que retru·cl..'Un o declúrio das
to, tuna i11vestigação da revista
Perspectives ou Psychological
Science sugere que, passada a
n1eia-idade, as pessoas tende1n
a sennais felizes. Os maisvellios
recordain 1nais os eventos feli-
zes do que os negativos. À medi-
da que tuna pessoa envelliece,
procm·a n1ais sitttações que 111e-
lhorem. a sua disposição, por
exe1nplo, retmir-se co1n vellios
amigos. Outro estudo sugere
aindaqueaspessoas1naisvelhas
passain por cilna de perdas. de-
sapontan1entos e objectivos não
atingidos mais facihnente do
queasmaisnovasequetrunbém
ajustrun1nelhor os seus objecti-
vos ao numdo que as rodeia.
Aprendere1nelliorar, o mais
que puderem, por isso, é o desa-
fio dosjovens. lVIru1ter-se activo,
envolvido, ctuioso, é o desafio
dos n1ais vellios. A vida é "co1no
desenhru· se1n borracha'', co-
mentou o psicólogo an1elicano
John Gardner (1912-2002),
"vive-se pm·a a frente e co111-
preende-se pru·a trás~, escreveu
SorenKieikegnmtl (1813-1855),
filósofo diJiaJnm·quês. •
Artigo em conformidade com o antigo
Acordo Ortográfico
 QUINTA - F EIRA 29 SE T 2022 OPINIÃO 31

CONVIDADO

Indústria da saúde:
ÓSCAR GASPAR
Presidente da Associação
Portuguesa de Hospitalização
Portugal teni tudo a ganhar
Privada {APHP)

T enho afirmado 111uitas vezes

dois princípios que exigem ser
nhados poderemos ter mn se-
tor econónüco da saúde robus-
É essencial que o lVfinisté-
rio da Econonüa assuma h1te-
vação deL...:e de ser un1 embara-
ço internacional. Que se con-
repetidos e sublinhados. O pri- to e co111 condições de conti·i- la sobre as e111presas da saúde. cretize no setor da saúde mna
meiro é que o 1ninistro da Saú- buir ainda mais para a compe- Que se promova Portugal co1110 perspetiva Siinplex, no sentido
de é o nünish·o de todas as en- titividade e o desenvolvimento centl·o de excelência para a prá- de c0111bater a burocracia e os
tidades do setor da saúde - não do país, juntando a isso mais tica das Ciências da Vida (en- entraves adininistrativos - por
é o ministro da doença, ne1n da garantias de eficiência e de cui- saios clínicos) . Que os prazos exemplo no licencia111ento de
prestação nem do SNS, ainda dados aos porh1gueses. de pagamento e entrada da mo- entidades prestadoras de cui-
que estas preocupacões sejan1 Se não ailtes. no período da dados de saúde. Que crie1nos as
' que tem
evidentes. E' o n1ÍllÍsh·o covid tornou-se clai·a a Ílnpor- condições para voltar a ter un1
con10 principal responsabilida- t.ância vital do investÍ!nento na orgrulismo notificado pai·a cer-
de a saúde dos porh1gueses, é saúde. Precisainos de medica- tificação CE e a transição digi-
ta1nbém a garantia de un1 siste- n1entos e vacinas, precisrunos tal seja aproveitada de forma
ma sustentável e resiliente. O de dispositivos médicos, consu- articulada por todo o setor. Que
segundo é que as empresas da n1íveis, testes e equipan1ento de se pron1ova o hll"isn10 médico.
saúde são empresas - criain ri- proteção social, precisamos de E que no dia a dia da mflação
queza e postos de trabalho, fa- logística e de fannácias, preci- não se esqueça este setor.
ze111 investin1entos, corren1 ris- samos de profissionais de s aú- Ou ah1runos e nos capacita-
cos. pagaiu Ílnpostos, estão su- de ben1 organizados seja pru·a a mos, e assün teremos mais e
jeitas ao enquadrainento legal prestação de cuidados, seja melhores bens e serviços, ou
e regulamentar das empresas. para os meios de diagnóstico. desperdiçan1os o potencial
Co1110 tal, o lVfinistério da Eco- Ora bem, podemos fazer muito existente e aumentrunos a de-
nomia é tainbén1 o seu niinisté- mais em Porh1gal. Temos um pendência de outros e ficare-
rio. excelente ecossistema de inves- n1os à 111ercê de quem tem ou-
O cluster privado da saúde tigação em ciências da vida, te- Só como tro tipo de apoios e est.í111ulos.
O ch1ster de Porh1gal tem 28 1nil empre- mos empreendedores. te1nos l\fulisté1io da Foi neste contexto que recebi
sas, que e111pregain mais de 125 profissionais altamente quali- de forma 111uito positiva a ini-
privado da 1nil pessoas e gerain anualmen- ficados e temos conhecÍ!nento
Saúde e o ciativa do mmistro da Econo-
satide de te un1 valor acrescentado bru- em muitas áreas. Falta-nos or- l\fulisté1io da nlia e do JV!ar de desenvolver
Portugal tern to de cinco nlil milhões de eu- ganização e falta-nos capacida- Econo1nia uma política industrial para a
ros. Muitas servem diretamen- de de investimento. Te1nos a saúde. É um con1eço e tem de
28n1il te os porh1gueses, algumas em niais burocracia e custos de
aliiihados envolver não só a Econon1ia e a
empresas, que estreita articulação com o SNS, contexto - prazos de paga- poderen1os ter Saúde mas tambén1 o Ensino
en1pregai11 e outras estão viradas pai·a a ex- 111ento, taxas adnlinish·ativas, tu11setor Superior e os Negócios E stran-
portação. Uma coisa é certa: só licencian1entos complex, so- geiros . A ousadia de afirmar
mais de 125 nill com o Ministério da Saúde e o breposição das funções do E s- eco11ónlico da esta via de desenvolvünento
pessoas. Ministério da Economia ali- tado, etc. sa1.'.lde robusto. 111erece ser salientada. •

©
Cofina
media
Conselho de Administração P-aulo Fernandes
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oegoc1os
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Miguel Baltazar (Focografia). Paulo Ribeiro Pinto (Economia). Pedro curvelo (Online). Vítor Rodrigues Oliveira (Empresas); n.dô\Ç!o Ana Petronilho, Bárbara Silva. caria Pedro(Coordenadora Online). catarina Almeida Pereira. Ofa·
na. do Mar. Diogo Mendo Fernandes. Fábio carvalho da Silva. Filipa. Uno. Hugo Neutel (Coordenador de Empresas). Inês santinhos Gonçalves. Joana Almeida. Jo3o Maltez.. teonor MateusFerreira (Coordenadora de Mercados e on·
line). Maria caetano. Marra velho (Coordenadora online). Patrícia Ha\"eS. SJJomé Pinto, Silvia Abreu. susana Paula: oep:uum1nto de Arte Mónica santos (Coordenadora). Pedro Teixeira. Rui santos (Online). Silvia Arrochinh0:
O.p3rt.Mlent:o d• Fotoerô\fb sofia Henriques: Revl:SO Joan.a Ambulate: s ecm.vbdo Elisabete Monteiro. Teresa Nun~: colunl:U:: AJdino campos. Álvaro Nascimento. António Motta. António Nogueira Leite. Armando Este·
ves Pereira. Bruno Faria Lopes. Camilo LOurenço. Clara Raposo. Cristina Casalinho. Edson Athayde. Fernando llharco. t!iabel Stilwell. Joana Garoupa. João Borges de ASsunçã.o. Joaquim Aguiar. Jorge Marrão. José Sá Reis. Luts Mar·
ques Mendes. Luis Afonso (canoonista). tuis Miguel Henrique. Lut TOdo som. Manuel F3kào. Margarida Ba.lseiro Lopes. Maria de Fátima Carioca. PauJo Carmona. Paulo Morgado. Pedro Brinca, Pedro Duarte. Pedro Fontes falcão,
Ramon ctcatlagh.an. Rui soucasaux sousa.
Redação Rua Luciana Steg_agno Picchio nc> 3 • 20 Piso· l.549-023 lisboa. TEL ,..351210 494 000 FAX .,.351 213 309 411
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são e Artes Gráficas. SA. Casal de Santa Leopoldina. 2745 Queluz de Baixo: Distribuição Vasp . Distribuição de Publicações SA. Telef.: 21 4.398500. Fax 21 002499: Propriedade/Editora Cofina <-> opct
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Principal acionista Cofina SGPS. S.A. QOO%): Conbibuinte 502801034: CRC de üsboa 502801034: lttgjsto Edição Papel ERC lll57l; Depósito Legal 120966198: ISSN 0874·1360: Periodicidade Diário: Regjsto Edição Online no 123 490 / ICS
oegoc1os
QUINTA-FEIRA
SA LUÍS AFONSO
"A VENDA DE PRODUTOS DE LUXO
DEVE MOSTRAR-SE RESILIENTE
EM CASO DE UMA RECESSÃO".
( (
BREVES
CONTRIBUIÇÃO EXTRA
PORTUGAL ACEITA
TAXAR LUCROS
O secretário de Estado dos
Assuntos Etu·opeus, Tiago
Anttmes, runmciou que
Portugal vai votar na sex-
ta-feira a favor da propos-
ta da Comissão E1u-opeia
paraacriaçàodemnacon-
tribtúção e:i..-traordinária
sobre lucros de empresas
do rruno da energia. •
MEDICAMENTOS
GENÉRICOS
EM RISCO
A Associação Portng11esa
deMedicruuentos Genéri-
cos e Biossimilares alertou
ontem que o atunento da
inflação e do preço da
energia pode comprome-
ter o acesso dos cidadãos a
medicrunentos es senciais,
se não fore1n tomadas ine-
didas urgentes.. •
SECA
CAP CRITICA "NÃO
ÀS BARRAGENS"
O presidente da Confede-
ração dos Agricultores
Portt1gueses (CAP),
Eduardo Oliveira e Sousa,
ins1u·giu-se onte111 contra
os que contestain a cons-
trução de reservas de ág11a,
afinnru1do que " é preciso
con1bater os discursos do
"'não' às bru-ragens''. •
ConselhO ~ ~ Pa!Ao Femaades (Pn!SioenfRJ, João &orges de Oliwira. Lússantana. AIU Cias • ~ coMa. SGPS. u (100%) •amora: Diana Rasms
Dlrtar ac!Junn:t- CtlSO Fi•ii:ie • seoe: Red.lÇào. Acln'fnlStraPo e Pub1tl0ade Rlli l.Uc8na ~ Pia::nio n.• 3 - l549-023 l.istioa • Reaaçào: tel. 21 318 52 00
e-rraJ ilfalnegoâos.,pc: F\bt:SdaOe: tâ 21 049 40 76 Hnall p,illjjcict~na.ot • ASSlnltUras: tel li 049 49 99 {das 9h às lSh) oo ~do HMI as~ •
DeiegaçàoPonoRoolibluelPintooeA2evec1o.SO.L'-4l00-320Ponotet22S322342:taxZ25322l97·e-fMl~ · rrterM~·
~ CdioaMedia.s.A.
OOl034 • •ITP'essào~SA-OS.-• s.ta l.eopctOina-Z745Qoetuz SU>.1$SN: 08744360 • etall.Co E«Onal esti CbXrWel oosie em~
11
29 SET 2022
VÊS?
TELECOMUNICAÇÕES
So11aeco1n co11st11na divórcio
11a Nos co1n Isabel dos Sai1tos
11·
fff: !ll • \!!
A Sonae, liderada por Cláudia Azevedo, passa a deter direta e indiretamente 36,8% da Nos.
Mais de dois anos após t.er amm-
ciado a intenção de ro1nper a par-
ceria, a Sonaecom dei.."{OU de s er
acionista da Zopt, onde detinha
50%, e, assún, a Sonae passou a
controlru· defonna direta e atra-
vés de direitos de voto lUlla pru·-
ticipaçào de 36.8% na Nos, infor-
n1ou ontem a empresa presidida
por Angelo Paupéri.o em comu-
nicado à CMVl\11.
A subsidiária do grupo lide-
r ado por Cláudia Azevedo refe-
re que "procedeu à resolução" do
acordo pru·associal, debmndo de
ser acionista d a Zopt. A Sonae-
comindica que "amortizou'' a sua
seoe:
Rual.l.J::im ~Picoio n.• 3 - J.549-023 Lislloacaortll Siodal Z2 23 ol2Cl."l€. CO'ltnDl.lrte 502801034 •(.A.! Cle l.1Stloa502
1
MELllOO
NA CATEGORIA
IMPRENSA
DE ECONOMIA
1
\ '1.
pruticipação na Zopt a troco de
ações conespondentes
26,075% do capital da Nos e "de
mna i.111po1tância em dinheiro".
A concretização da operação
fez-se daseg1úntefo1ma; aSonae-
con1 liq1údou a pruticipação de
50% quetinhana Zopt, a qual pas-
sa exclusivrunente pru~l a esfera da
Unitel International e da Kento,
sociedades deisabel dos Santos,
e, em contrapartida, recebeu
26.075% docapitaldaNosquese
encontrava naquela holding.
O connuricado refere ainda
que a Soanecom vai receber tuna
quru1tiaen1dinheironãoespeci.fi-
*
n«IU
MELHOR
TÍru.OOE
INfORMAÇÂO
ECONOMICA
ELEVADOR
Celso Filipe
cfilipe@negocios.pt
ISTO DA RESILIÊNCIA NÃO É PARA
OUEM QUER, É PARA OUEM PODE.
EMMANUEL MACRON
Presidente de França
Frru1çajá adnúte reconsiderar
o projeto de gasoduto de liga-
ção à Pen.ínsula Ibérica devi.-
do " ao contexto internacional
e energéticó' que mudou des-
de a recusa de 2019, e os lide-
res dos países do Sul vão dis-
Miguel Baltazar
cuti-lo e111Alicante. Esta aber-
ttu·a de .i\ll acron só peca por
tru·dia e revela tuna certa ú1ca-
pacidade da UE pru·a atenuar
preventivrunente. Agora apli-
ca-se o princípio "casa rouba-
d a trru1cas na porta". •
-
r
" _.
~
~
\i
~
ANTÓNIO COSTA
SILVA
cada que resulta dos dividendos Min istro da Economia
a Ílnputados à Zopt que ainda não
tinhrun sido distribuídos devi.do O múústro da Economia está
ao ru-resto do bens de Isabel dos aprisionado por lógicas parti.-
Santos, tuna n1edida ru1tmciada dálias que lhe vão núnru1do o
pela PGR de Angola no final do cai1lli1.ho.1V!as isso não lhe re-
ru10 de 2019 e que Portt1gal aca- tira a lucidez e a razão quando
bou por replicar e 111 jtuilio de avisa que "independentemen-
2020 em relação aos bens que a tedos pruiidos e dos gove1nos,
en1presária posstúa no nosso país. o sistema econónrico é a ques-
Esta separação abre tainbé1n tão vi.tal,.. Por isso, sublinha,
a po1ta a que as autoridadesjudi- "temos de fazer tudo pru·a au-
ciais angolru1as avancem para to- xiliru· as empresas porque
mada de controlo d a pruticipa- aqtúlo que não fizenuos nos
çào de Isabel dos Sruitos na ope- próxin1os ru1os vai ser pago. e
radora de teleconnuricacôes na- pago de tuna fonna nnúto di-
cional a PC/ CF " ficil". Pru·a 111e111ória futm·a. •